Ubiratan Iorio apresenta E C N MIA AP L IC ADA ÍNDICE I. Crescimento Sustentado vs. Flutuações Cíclicas II. Fundamentos Macroeconômicos III. Fundamentos Microeconômicos IV. Macroeconomia (Conceitos Básicos) V. Macroeconomia Aplicada VI A Crise Mundial e as Perspectivas da Ec. Bras. VII. Fontes para estudo, leituras e e-mail VIII. Exercícios I. C RE S C IME NTO VS . F LUTUAÇ ÕE S C ÍC LIC AS PIB produto potencial (longo prazo) produto efetivo (curto prazo) tempo CRESCIMENTO VS. FLUTUAÇÕES CÍCLICAS CRESCIMENTO VS. FLUTUAÇÕES CÍCLICAS PIB Nominal Ano 20 08 f 20 06 20 04 20 02 20 00 19 98 19 96 19 94 19 92 19 90 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 CRESCIMENTO VS. FLUTUAÇÕES CÍCLICAS PIB real (crescimento) Vs. PIB Potencial 8,00% 6,00% 4,00% PIB real (crescimento) 0,00% PIB Potencial 19 90 19 92 19 94 19 96 19 98 20 00 20 02 20 04 20 06 20 08 f 2,00% -2,00% -4,00% -6,00% Ano O PIB Potencial foi calculado a partir da média aritmética móvel (janela de 4 anos). PIB Efetivo e PIB Potencial PIB potencial : o que poderia ser produzido se não houvesse capacidade ociosa de equipamentos e de pessoas (desemprego). PIB potencial: Capacidade de produção normal da economia. PIB e Riqueza de um País Riqueza material de um país: seu estoque de recursos produtivos (inclusive conhecimento), determinante de sua capacidade de produção, e do qual pode sair um fluxo de produção, o PIB potencial. Aumento da riqueza: aumento do estoque de recursos produtivos e/ou da produtividade = aumento da capacidade de produção = crescimento da economia. Recessão e Superaquecimento (Estabilização, expansão e contração da economia) • Economia em recessão → produção abaixo do seu PIB potencial; há capacidade ociosa. • Economia superaquecida → produção acima de seu PIB potencial; há super uso dos fatores de produção. • Economia Estabilizada → produção=PIB potencial • Expansão = aumento do uso da capacidade de produção. • Contração = redução do uso da capacidade de produção. FLUXOS (DE INVESTIMENTOS) ESTOQUE (DE CAPITAL) ITC Quadro comparativo crescimento flutuações oferta demanda longo prazo curto prazo acumulação de capital PM, PF, PC, PS, PR O crescimento é um processo de acumulação generalizada de capital, que se traduz em uma ampliação contínua na capacidade de gerar oferta por parte do sistema produtivo. Capital: qualquer ativo que possui a capacidade de gerar um fluxo de rendimentos ao longo do tempo (Irving Fischer). FORMAS DE CAPITAL: físico humano tecnológico FONTES DO CRESCIMENTO: trabalho (quant., qual., aloc.) capital (quant., qual., aloc.) instituições ! ! ! A Natureza das Flutuações Econômicas de Curto Prazo • Os ciclos de negócios (ciclos econômicos) são o nome dado à evolução das flutuações econômicas ao longo do tempo. • São compostos de uma seqüência de expansões e contrações da produção (PIB). • Uma expansão econômica acentuada pode levar a economia a ter um PIB superior ao PIB potencial, caracterizando uma situação de superaquecimento (≡PIB efetivo acima do PIB potencial). Produção A Natureza das Flutuações Econômicas de Curto Prazo PIB efetivo PIB potencial Entre t1 e t2 ⇒ Expansão ≡ Aumento do uso da capacidade de produção t1 t2 Tempo A Natureza das Flutuações Econômicas de Curto Prazo • Um período de contração (≡redução do uso da capacidade de produção) pode levar à recessão da economia, o PIB efetivo abaixo do PIB potencial • Períodos de contração são às vezes também chamados de recessão. • Para evitar confusão terminológica, a recessão será considerada como uma situação de PIB efetivo abaixo do potencial. • Quando for acima, a situação será considerada de superaquecimento. Produção A Natureza das Flutuações Econômicas de Curto Prazo PIB efetivo PIB potencial Entre t1 e t2 ⇒ Contração ≡ Redução do uso da capacidade de produção t1 t2 Tempo Produção A Natureza das Flutuações Econômicas de Curto Prazo + + + + + + + o de + to + giã+ ci+men + + + + Re+ + + + aque + + + per + + + su + + + + + de o ã i Regcessão re PIB efetivo PIB potencial Tempo A Natureza das Flutuações Econômicas de Curto Prazo • As flutuações do PIB efetivo em relação ao PIB potencial são irregulares e imprevisíveis , mas tendem a obedecer ao chamado Princípio da Demanda Efetiva, qual seja, a demanda global ou agregada pelos bens e serviços como um todo determina a produção (PIB efetivo). Produção A Natureza das Flutuações Econômicas de Curto Prazo e to d s õe imen ç a u Sitraquec e sup PIB efetivo PIB potencial de s e õ ão ç a u Sitrecess Tempo A IMPORTÂNCIA DO CAPITAL HUMANO s a lá rio cus tos indiretos benefícios QUALIF IC ADO NÃO QUALIF IC ADO 0 t0 t1 tempo cus tos diretos CAPITAL HUMANO E DISTRIBUIÇÃO DE RENDA s alário Sq S’q S’nq Snq 0 Sq Q Q’ S ’q S’nq Dq N’ Snq N Dnq L q L’ q L’ nq L nq L Mais impostos = Menos progresso!!! A Curva de Laffer a rreca da çã o (a) a* R s o n e g aç ão 0 t* 1 00 % ca rg a tributá ria (t) Questões para reflexão Nossa carga tributária como proporção do PIB está em algo em torno de 40 % (!!!) isto quer dizer que trabalhamos 156 dias de graça para o governo, ou seja, os brasileiros, em média, só começam a ganhar dinheiro para eles próprios no dia 6 de junho de cada ano !!! Se somarmos à carga tributária os autoserviços (gastos com saúde, educação, previdência privada, etc.), a relação sobe algo entre 10 % e 15% do PIB e, se adicionarmos a “carga legal” (a que decorre da lei mas não é recolhida por fatores como inadimplência, sonegação e corrupção), chega-se a um acréscimo de cerca de 15%, no mínimo, à carga real. Logo, a carga legal aprovada pelo Legislativo está em torno de 65% a 70% do PIB !!! Questões para reflexão O Nº DE IMPOSTOS, TAXAS E CONTRIBUIÇÕES EXISTENTES NO BRASIL É DE 112 !!! TRABALHAMOS, EM MÉDIA, 156 DIAS POR ANO, PARA SUSTENTAR O ESTADO, QUE POUCO NOS DÁ EM TROCA !!! SE SOMARMOS O QUE PAGAMOS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA, SAÙDE PRIVADA E ESCOLAS PRIVADAS, SÓ COMEÇAMOS A PODER USUFRUIR DO FRUTO DOS NOSSOS ESFORÇOS A PARTIR DE 30 DE SETEMBRO DE CADA ANO! (estes dados são do IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) Questões para reflexão A carga tributária é de 20% do PIB na Argentina; de 16% no Peru; de 18% no México; de 18% no Paraguai e a média da América Latina é de 20%. Nenhum país emergente possui a carga brasileira ! Nos Estados Unidos, é de 29%; no Japão, de 28%; na Suíça, de 33%; na Austrália, de 31% e na Alemanha de 37%. Só que os governos desses últimos países servem aos cidadãos, enquanto aqui o governo serve-se dos cidadãos… Questões para reflexão Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) Questões para reflexão O “Impostômetro” http://www.impostometro.com.br/ Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) INSTITUIÇÕES E CRESCIMENTO ECONÔMICO S E - s is te m a e c o n ô m ic o S P - s is te m a p o lític o S M - s is te m a m o ral/é tic o /c ultural Segundo Paul Johnson, o que caracterizou o século XX foi: (a) o relativismo moral e (b) a crença - que Hayek chamou de “ pretensão fatal” - de que as soluções do sistema político para os problemas sociais seriam pretensamente superiores às soluções econômicas e morais, o que se revelou um terrível engano. rela tivis mo moral politizaçã o SE SP SM Tradição (judaico-cristã) Certo (bem) Errado (mal) temperança gula generosidade avareza caridade inveja mansidão ira humildade soberba castidade luxúria diligência preguiça Relativismo Moral Certo (bem) Errado (mal) temperança gula generosidade avareza caridade inveja mansidão ira humildade soberba castidade luxúria diligência preguiça Não existe mais “pecado”... Não existe mais “pecado”, pois... tudo passa a ser “relativo”... (inclusive os conceitos de virtude e vício) rela tivis mo moral ( a pretens a “morte de Deus ” decretada por Nietzs che) o “certo” e o “errado” pas s am a s er relativos culto ao poder fidelidade? “vontade de poder” honra? des moralização dos valores morais bá s icos droga s corrupção res peito? ética? criminalidade fé? família? banalização do s exo amor ao próximo? a culpa é da “s ociedade”... politiza çã o (crença em “s oluções política s ”) es tatização ineficiência aumento da carg a tributária inflação corrupção empobrecimento g eral flutuações cíclicas des empreg o endividamento interno burocra tizaçã o endividamento externo A contribuição de Hayek •Lei x Legis lação •C as os polares de organização s ocial (a) s ociedades de homens livres : NOMOS -C OS MOS (b) s ociedades totalitárias : • “ tertium non datur’’ THE S IS -TAXIS •o crescimento econômico é uma questão de esforço, de criatividade, de busca pessoal, de hábitos de poupança, de trabalho duro. •neste sentido, o melhor que o Estado pode fazer é não obstruir o esforço, a criatividade, a liberdade de escolha e o trabalho dos cidadãos. •Olhar para a importantíssima questão do crescimento/desenvolvimento econômico apenas pela ótica técnica/quantitativa é relegar a um plano secundário aquilo que não pode e nem deve ser relegado, que é a própria dimensão humana que rege todas as atividades econômicas. C E RTIF IQUE -S E DE QUE E NTE NDE U B E M: •crescimento como fenômeno de oferta •flutuações como fenômenos de demanda •papel do capital humano •fontes do crescimento •importância das instituições •a colocação de Hayek II. FUNDAMENTOS MACROECONÔMICOS OS FUNDAMENTOS MACROECONÔMICOS (REGIMES MONETÁRIO, FISCAL E CAMBIAL) BASE TEÓRICA: A ECONOMIA COMO UM JOGO DINÂMICO E PARTICIPATIVO Thomas J. Sargent Robert E. Lucas, Jr. Autoridades Fiscais Autoridades Monetárias “Público” ITC superávit primário serviço da dív. interna serviço da dív. externa Autoridades Fiscais - receitas - gastos - juros s/ a dív. interna - juros s/a dív. externa - variação na dív. interna - variação na dív. externa NFSP Autoridades Monetárias crédito doméstico reservas - moeda internacionais - títulos públicos na carteira do Bacen NFSP = Necessidades de financiamento do setor público (déficit nominal) Reescrevendo: (1) NFSP = superávit primário + juros internos + juros externos (2) Moeda emitida = Reservas Internacs. + títs. no Bacen Agora, quanto às formas de financiamento: (3) NFSP de moeda = var. na dív. int. + var. na dív. ext. + emissão Ou, colocando apenas os gastos (correntes e com juros) no lado esquerdo: (3a) Gastos = var. na dív. int. + var. na dív. ext. + emissão de moeda + var. na arrecadação Em bom Português... + impostos + emissão de moeda G astos totais do E stado (inclusive juros) + dívida interna + dívida externa Não existem mágicas em Economia... •A economia pode ser vista, sob uma perspectiva derivada da Teoria dos Jogos, como um jogo cooperativo e dinâmico, do qual participam 3 jogadores: AF, AM e o público. Há três tipos de relações entre AF e AM: (1º caso): política monetária apertada agora pode significar inflação no futuro (AF “domina” AM e não existe expectativa de hiperinflação) se NFSP = ∆B: NFSP r ∏ no futuro M ( 2º caso): política monetária apertada agora pode significar inflação agora (AF “ domina” AM e existe expectativa de hiperinflação) se NFSP = ∆B: ∏ agora * ∏ AM “domina” AF (Banco Central autônomo) r (3º caso): Se NFSP = ∆B e ∆M = 0: não haverá inflação e o regime fiscal deverá, mais cedo ou mais tarde, passar de deficitário a superavitário. Regime e política (monetária, fiscal, cambial, etc) são coisas diferentes: regimes referem-se ao longo prazo (estrutura) e políticas ao curto prazo (conjuntura). + tempo - ^ M t0 tempo REGIMES CAMBIAIS 1. câmbio flutuante 1.a . flutuação “ pura” E S0 E1 E0 E2 S1 D1 D0 X0 X1 X2 US $ 1. b . flutuação suja ( “ dirty floating” ) 2. câmbio fixo 2a. fixo propriamente dito (“ currency board” ) E S0 E1 E E2 D0 S1 D1 S2 D2 US $ 2b. “ crawling peg” ( ∆ E/E = ∆¶/¶ ) E 2.c . fixo por “ bandas cambiais” L’ S LS L’ I LI US $ “ BANDAS CAMBIAIS” V S. “ INFLATION TARGETING” - Bandas cambiais : [EI , ES ] - var iável ins tr um ental: taxa de juros (para atrair divisas e sustentar a taxa de câmbio e, assim, controlar a inflação). Equivale a se tentar frear um carro segurando-o pela antena... (política monetária para sustentar o câmbio e política cambial para segurar a inflação) - “ Inflation targeting” (metas de inflação): [ ¶ i, ¶ s ] - var iável ins tr um ental: taxa de juros (para contro lar a demanda agregada e atingir a meta de inflação) Equivale a frear o carro pisando no freio (política monetária para segurar a inflação e taxa de câmbio flutuando para efeitos de equilibrar o balanço de pagamentos). A conclusão a que se chega é que deve existir uma perfeita coordenação entre os regimes de política econômica. Outro ponto importante é que o governo deve usar cada regime para atingir aquele objetivo no qual ele se mostra superior aos demais. Por exemplo, o regime monetário - e não o cambial - é que deve ser usado para o objetivo da estabilidade de preços , o regime cambial para o equilíbrio externo da economia e o regime fiscal para dar sustentação aos demais. A Aritmética Simples do Déficit Público política monetária de hoje (A) inflação hoje (X) expectativas quanto à política monetária futura (B) expectativas quanto à política monetária futura Logo, estado atual contas das públicas (C ) expectativas quanto ao estado futuro das contas públicas (D) X = f (A, B , C , D) Questões para reflexão Questões para reflexão A título de exemplo, isto significa que um carro adquirido em janeiro de 1986 por, digamos, Cr$ 25.000.000,00, estaria valendo hoje (abstraindo-nos da depreciação): = = = = = Cr$ Cz$ NCz$ Cr$ CR$ R$ 25.000.000,00 (jan. de 1986) 25.000,00 (fev. de 1986) 25,00 (jan. de 1989) 25,00 (mar. de 1990) 0,025 (ago. de 1993) 0,025 : 2750 = 0,000009 (jul. de 1994) ou seja, o carro desapareceu… Questões para reflexão Suponha, agora, que você, depois desta aula, pegue um taxi a pague uma corrida de R$ 10,00. Voltando no tempo: = = = = = R$ CR$ Cr$ NCz$ Cz$ Cr$ 10,00 27.500,00 27.500.000,00 27.500.000.000,00 27.500.000.000.000,00 27.500.000.000.000.000,00 Quem imaginaria, no início de 1986, um mês antes do Plano Cruzado, que uma corrida de taxi custaria, na década seguinte, 27,5 quintilhões de cruzeiros da época? C E RTIF IQUE -S E DE QUE E NTE NDE U B E M: • a economia como um jogo dinâmico • as diferenças entre regimes e políticas • a importância das expectativas • como os déficits são financiados • a aritmética do déficit • as ligações entre os três regimes O MERCADO COMO UM PROCESSO O PROBLEMA ECONÔMICO FUNDAMENTAL: ESCASSEZ recursos escassos ver s us fins ilimitados escolhas critérios de escolhas: (a) econômicos; (b) políticos (“ sociais” ) custos das escolhas: - diretos - indiretos (ou custos “ de oportunidade” ) FORMAÇÃO DE PREÇOS E PROCESSO DE MERCADO V alor e formação de preços • S. Tomás de Aquino (séc. XII): utilitas, raritas • Adam Smith (1776): doutrina do valor-trabalho •W. S. Jevons, L. Walras e Carl Menger (1870): doutrina da utilidade marginal Custos determinam preços ou preços determinam custos? •Consideremos uma economia simples, com 3 estágios de produção: a fazenda que produz o trigo, o moinho que proces- sa a farinha e a padaria que fabrica o pão e o vende ao consumidor. Podemos aproximar o desenho acima por um triângulo, em que começamos a nos mover da esquerda para a direita e de baixo para cima (sentido da produção) ou da direita para a esquerda e de cima para baixo (senti -do do consumo). À medida que caminhamos da esquerda para a direita, as alturas dos retângulos aumentam porque vai sendo adicionado valor à produção. Por isso, o bem de 1ª ordem (pão) é mais caro do que o de 2ª ordem (farinha), o qual, por sua vez, deve ser mais caro do que o trigo (bem de 3ª ordem). Entretanto, se não houvesse consumidores dispostos a comprar pão, os preços da farinha e do trigo seriam nulos (supondo que tanto um como o outro só pudessem ser utilizados para fabricar pão). O valor é gerado pela utilidade marginal e, portanto, são os preços que determinam os custos. Estes últimos, na verdade, também são preços. valor vetor de demanda vetor de oferta tempo Formas de mercado . concorrência perfeita . oligopólio . competição monopolística . monopólio •A teoria econômica costuma estudar esses mercados sob uma perspectiva de equilíbrio, mas, na realidade, de acordo com a boa tradição dos economistas da Escola Austríaca, devemos considerar o equilíbrio apenas como uma “ construção imaginária” de cunho teórico. Na realidade, os mercados devem ser vistos como processos dinâmicos, que tendem para o equilíbrio, sem, contudo, atingi-lo. C urvas de demanda A curva de demanda representa o lugar geométrico dos preços máximos que o consumidor dispõe-se a pagar por cada quantidade. p D q C urvas de oferta A curva de oferta representa o lugar geométrico dos preços mínimos que o vendedor dispõe-se a cobrar por cada quantidade. p S q O “equilíbrio” de mercado p S pe E D qe q E feitos dos controles de (quaisquer ) preços p Á g i o S’ S p atual A pe pf D’ D S2 S1 qe D1 D2 q O MERCADO MERCADO COMO COMO UM UM PROCESSO PROCESSO O • conhecimento (limitado e disperso) •incerteza genuína (não probabilística) •ação humana •tempo real (não newtoniano) •erros e tentativas •oportunidades •rejeição ao equilíbrio como possibilidade efetiva O conjunto dessas características da ação humana fazem com que os mercados sejam melhor estudados como processos que tendem ao equilíbrio. tempo p tu p D S q S S p D ts q S D p tm D tj q q Nota: credito a idéia deste gráfico ao economista Reszo Divenyi, ex-aluno da FCE/UERJ. “Falhas” de Mercado vs. Falhas de Governo mercado liberais instituições intervencionistas • bens públicos, monopólios naturais, externalidades • o mercado funciona sempre (Israel Kirzner) • “provisões” vs. “ prerrogativas” (Ralf Dahrendorf) C E RTIF IQUE -S E DE QUE E NTE NDE U B E M: • os conceitos de ação, incerteza e tempo real • o processo de mercado CONCEITOS BÁSICOS 1 O “FLUXO CIRCULAR RIQUEZA” DA EMPRESAS FATORES DE PRODUÇÃO O FLUXO CIRCULAR DA RIQUEZA TRABALHADORES PROPRIETÁRIOS DOS FATORES CONSUMIDORES RENDA EMPRESAS GASTOS FATORES DE PRODUÇÃO A velocidade de rotação indica a força (rapidez) ou fraqueza (lentidão) da economia. BENS E SERVIÇOS (PRODUTO) TRABALHADORES PROPRIETÁRIOS DOS FATORES CONSUMIDORES RENDA RENDA (Y) FATORES DE PRODUÇÃO TRABALHADORES PROPRIETÁRIOS DOS FATORES EMPRESAS CONSUMIDORES BENS E SERVIÇOS (PRODUTO = Y) POUPANÇA (S) Ótica da renda: Y = C + S + T + IM Ótica dos gastos: Y=C+I+G+X Condição de equilíbrio: S + T + IM = I + G + X GASTOS PRIVADOS (C) MERCADOS FINANCEIROS ou: EXPORTAÇÕES (X) (IM – X) = (I + G) – (T + S) GASTOS DO GOVERNO (G) O déficit em conta corrente nada mais é do que o excesso dos investimentos totais (públicos e privados) sobre as Ótica da renda: totais. Y=C+S+T poupanças IMPORTAÇÕES (IM) Ótica da renda: Y = C + I +YG= C + S Ótica dos gastos: RESTO DO ou, ainda: (X – IM) = (STRIBUTOS + T) – ( I +(T)G) MUNDO INVESTIMENTO (I) Ótica dos gastos:C + S + T =YC=+CI++IG, Condição de equilíbrio: ou + T =oI + G Ótica da conta renda:corrente nada mais Y =éC O superávit em doSque Condição de equilíbrio: S=I Ótica gastos: Y =C excesso das dos poupanças totais (pública e privada) sobre os investimentos totais. ou: (S – I) = (G – T) SETOR PÚBLICO 2 A ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS O BP é o registro sistemático das transações realizadas entre residentes e não residentes de um país durante um período de tempo Princípio de partidas dobradas; Dois grupos de contas: Contas operacionais: correspondem ao fato gerador do recebimento ou transferência de recursos para o exterior; Contas de caixa: registram o movimento dos meios de pagamento internacionais à disposição do país I. CONTA CORRENTE 1. Balanço comercial : exportação (FOB), importação (FOB) 2. Balanço de serviços; viagens internacionais, royalties, assistência técnica, transportes, seguros, juros (serviço da dívida) 3. Transferências unilaterais (donativos) II. BALANÇO DE CAPITAIS 4. Movimento de capitais autônomos Investimentos diretos, reinvestimentos (contrapartida de lucros reinvestidos), empréstimos e financiamentos, amortizações, capitais a curto prazo, outros capitais III. ERROS E OMISSÕES IV. SALDO DO B. P. (I+II+III) V. MOVIMENTO DE CAPITAIS COMPENSATÓRIOS (Demonstrativo de Resultados) = - IV a) Contas de Caixa (reservas), haveres a curto prazo no exterior, ouro monetário, direitos especiais de saque, posição de reserva no fundo b) Empréstimos de Regularização c) Atrasados 3 ORIGENS, EVOLUÇÃO, CONCEITO E FUNÇÕES DA MOEDA E NOÇÕES DE POLÍTICA MONETÁRIA (traduzido e adaptado de um powerpoint do Prof. Roger Garrison, da Auburn University) P or que o sistema bancário funciona como uma lente de aumento? O sistema bancário é um multiplicador de moeda. Ele amplia, ou multiplica, o volume de reservas bancárias existentes, criando um volume maior de depósitos. C = papel-moeda em poder do público O sistema bancário é um multiplicador de moeda. Ele amplia, ou multiplica, o volume de reservas bancárias existentes, criando um volume maior de depósitos. C = papel-moeda em poder do público R = reservas bancárias totais O sistema bancário é um multiplicador de moeda. Ele amplia, ou multiplica, o volume de reservas bancárias existentes, criando um volume maior de depósitos. C = papel-moeda em poder do público R = reservas bancárias totais D = total dos depósitos nos bancos C = papel moeda em poder do público R = reservas bancárias totais D = total dos depósitos nos bancos r = R/D = taxa de recolhimento compulsório M = oferta de moeda M=C+D D = R/r M = C + R/r O Banco Central controla a oferta de moeda usando três instrumentos de política monetária: 1. Recolhimento compulsório (fixando r) 2. operações de redesconto (fixando id, afeta r) 3. operações de mercado aberto (alvo: ibásica ; afeta R) A Casa da Moeda imprime dinheiro e o distribui ao Banco Central, que o distribui aos bancos comerciais, com base em suas (dos depositantes) demandas por moeda manual (cédulas e moedas metálicas) relativamente à sua demanda por cheques. Suponha que: C = 100 R = 100 r = 0.2 M = C + R/r M = 100 + 100/0.2 M = 100 + 500 = 600 Algumas vezes as pessoas depositam uma parcela maior de seu dinheiro nos bancos. O que acontece com a oferta de moeda quando aumentam os depósitos bancários? O que acontece com a oferta de moeda quando se deposita dinheiro nos bancos? E laCaumenta! M= + R/r 50 150 M = 100 + 100/0.2 50 750 800 M = 100 + 500 = 600 Outras vezes, as pessoas sacam seu dinheiro dos bancos… O que acontece com a oferta de moeda quando se saca dinheiro dos bancos? O que acontece com a oferta de moeda quando se saca dinheiro dos bancos? Ela encolhe! M = C + R/r 150 50 M = 100 + 100/0.2 150 250 400 M = 100 + 500 = 600 Em outras ocasiões O Bacen diminui a taxa de recolhimento compulsório… O que acontece com a oferta de moeda quando o Bacen diminui a taxa de recolhimento cosmpulsório? O que acontece com a oferta de moeda quando o Bacen diminui a taxa de recolhimento cosmpulsório? Ela cresce! M = C + R/r 0.1333 M = 100 + 100/0.2 750 850 M = 100 + 500 = 600 E se o Bacen diminuir a taxa de redesconto? O que acontece com a oferta de moeda quando o Bacen diminui a taxa de redesconto? O que acontece com a oferta de moeda quando o Bacen diminui a taxa de redesconto? Ela aumenta! M = C + R/r 150 M = 100 + 100/0.2 750 850 M = 100 + 500 = 600 Algumas vezes o Bacen decide comprar mais títulos públicos…. O que acontece com a oferta de moeda quando o Bacen compra mais títulos públicos? O que acontece com a oferta de moeda quando o Bacen compra mais títulos públicos? Ela aumenta! M = C + R/r 150 M = 100 + 100/0.2 750 850 M = 100 + 500 = 600 Em crises sérias, pode haver corridas aos bancos… O que acontece com a oferta de moeda quando há corridas aos bancos? O que acontece com a oferta de moeda quando há corridas aos bancos? V. FUNDAMENTOS DA ANÁLISE DE CURTO PRAZO E O R C (MA A A I M CONO ) A D A PLIC “SHOPPING” (DEMANDA AGREGADA) DESPESA RENDA PRODUTO (PIB) “FÁBRICA” (OFERTA AGREGADA) INFLUÊNCIAS SOBRE A DEMANDA AGREGADA: - política monetária (oferta de moeda, juros, crédito) - política fiscal (gastos do governo, impostos) - política cambial (taxa de câmbio) - políticas salariais - políticas de rendas CU RT O - políticas de comércio exterior - expectativas - outras ESTES FATORES ATUAM SOBRE O “SHOPPING” PR AZ O INFLUÊNCIAS SOBRE A OFERTA AGREGADA: - ambiente institucional - tecnologia - poupança (interna e externa) - oportunidades de investimentos - custos dos fatores de produção - lucratividade esperada O G N O L - atividade empresarial - expectativas - outras ESTES FATORES ATUAM SOBRE A “FÁBRICA” Z A PR O EQUILÍBRIO E DESEQUILÍBRIOS MACROECONÔMICOS 1. DA = OA (EQUILÍBRIO) 2. O GOVERNO EXPANDE A DEMANDA AGREGADA ACIMA DA CAPACIDADE NORMAL DE PRODUÇÃO RESULTADO: INFLAÇÃO 3. O GOVERNO CONTRAI A DEMANDA AGREGADA ABAIXO DA CAPACIDADE NORMAL DE PRODUÇÃO RESULTADO: DEFLAÇÃO O GOVERNO DEVE “CALIBRAR” A DEMANDA? -SIM, para os economistas intervencionistas (keynesianos, pós-keynesianos, neokeynesianos e novos keynesianos) -NÃO, para os economistas liberais (monetaristas, novos clássicos, neoaustríacos e partidários da “public choice”) O EQUILÍBRIO MACROECONÔMICO O equilíbrio de curto prazo se dá sempre que ocorre uma interseção entre uma curva de oferta agregada de curto prazo com uma curva de demanda agregada e o equilíbrio de longo prazo sempre que tal interseção se der sobre a curva de oferta agregada de longo prazo. DA = f (PM, PF, PC, PS, PR) OA = g (capital, trabalho, instituições, expectativas) DA = OA - equilíbrio macroeconômico Caso as expectativas sejam adaptativas, apenas transitoriamente é possível manter a economia funcionando acima de seu nível de produto normal (yn) , mediante políticas keynesianas de “ sintonia fina’’ do lado da demanda. A insistência do governo em fazê-lo apenas fará com que a inflação se acelere. Caso as expectativas sejam racionais, nem transitoriamente. EQUILÍBRIO COM EXPECTATIVAS ADAPTATIVAS P P1 P’ P0 OALP OA’ (P* = P1) OA (P* = P0) C B A yn y ’ DA’ DA y EQUILÍBRIO COM EXPECTATIVAS RACIONAIS P OA (P=P*) OA ’ OA P1 B P0 A DA ’ DA yn y INFLAÇÃO E CURVA DE PHILLIPS: um dilema? Inflação “estrupício” “baranga” O Desemprego “mala” “mocréia” INFLAÇÃO E CURVA DE PHILLIPS (o curto prazo e o longo prazo) Π Π=Π* Π0 A Π1 No Brasil pós-Real a trajetória da seta está em marrom B Π*=Π0 Π*= Π1 C un u’ u INFLAÇÃO •conceito •principais equívocos conceituais •causa •efeitos •programas de estabilização e âncoras •o papel das expectativas •cura da inflação e efeitos colaterais PERSPECTIVAS DA ECONOMIA BRASILEIRA •O DILEMA DO “MEL” E DO “VINAGRE” •ESTABILIDADE MONETÁRIA, UM PRÉ-REQUISITO -REFORMAS, OUTRO PRÉ-REQUISITO -CRESCIMENTO OU RECUPERAÇÂO? -“DESENVOLVIMENTISTAS” E “CONSERVADORES” -CONDICIONANTES POLÍTICOS E INSTITUCIONAIS -CENÁRIOS Sumário 1. Introdução 2. Causas e cronologia da crise 3. Medidas 4. Consequências 5. Reflexos no Brasil 6. Conclusões 1. Introdução - “falhas de mercado” ou falhas de governo? (processo de mercado vis-a-vis processo político) - o conceito de ação humana e o mercado como um processo de erros e tentativas - a necessidade de regulamentação de ambos os processos: o papel da Lei e da regulamentação 2. Causas - Taxas de juros artificialmente baixas praticadas pelo Fed - Enorme déficit orçamentário do governo americano - Falhas de regulamentação (elevaram risco e alavancagem) - Tratamentos desiguais para casos semelhantes (AIG, L Bro.) - Manipulação da taxa de juros pelos EUA e da taxa de câmbio pela China - A “Dama de Espadas” "Não existe escolha entre inflação e desemprego, pela mesma razão que não se pode escolher entre comer demais e ter indigestão" (F.A. Hayek) - A solidez da Teoria Austríaca dos ciclos Econômicos - O desemprego de hoje foi provocado pelas políticas inflacionárias de ontem. E que inflacionar ainda mais hoje, ao invés de combater o desemprego, só vai provocar mais desemprego no futuro, ou uma combinação entre mais desemprego e mais inflação. - E a Grande Depressão dos anos 30 não foi causada por “deficiências dos mercados”, mas por políticas fiscais e monetárias artificialmente expansionistas levadas a cabo nos anos 20, assim como a crise atual foi plantada por políticas equivocadas praticadas nos anos 90! A cronologia da crise - anos 90: EUA adotaram políticas fiscal e monetária excessivamente frouxas (que chegaram ao ponto de manter por mais de um ano a taxa de juros nominal em 1%, o que, descontada a inflação, significou a imposição, por parte do próprio Estado, de uma taxa de juros negativa); o governo americano criou duas empresas semi-públicas, a Fannie Mae e a Freddie Mac, para bancar a farra, especialmente no mercado de construção de imóveis e sua contrapartida financeira, o de hipotecas. Todos os americanos que desejassem uma casa própria teriam empréstimos fartos a juros praticamente nulos e, ainda por cima, em caso de problemas, sabiam que o governo garantiria os empréstimos com aquelas duas empresas, que foram finalmente estatizadas em setembro de 2008, logo após a quebra da Lehman Brothers. - em maio/junho de 2006, houve um impacto setorial da alta de juros sobre as empresas de construção residencial - em janeiro/fevereiro de 2007, sobre as empresas de financiamento imobiliário (inadimplência das hipotecas) - em julho/agosto de 2007, a crise se transmitiu aos títulos lastreados nesses empréstimos A cronologia da crise - E, a partir de setembro de 2008, todos sabem a história: colapso da Lehman Brothers, estatização das duas empresas (Fannie Mae e Freddie Mac), intervenção em uma das maiores seguradoras privadas (AIG); as intervenções do Fed já não são suficientes e o governo recorre aos contribuintes; o Tesouro anuncia um plano de US$ 700 bilhões para comprar ativos podres, mantendo a taxa de juros abaixo da inflação corrente (!), a União Européia decide comprar ações de bancos privados; o governo americano decide fazer o mesmo; pânico nas bolsas de valores em todo o mundo e alastramento da crise financeira para o mundo. - Neste primeiro quadrimestre de 2009, a crise financeira amainou, mas a crise econômica está se agravando e espalha-se pela economia global. Os gráficos seguintes ilustram alguns desses pontos: Os desvios em relação à “Regra de Taylor” A regra recomenda que quanto maiores forem: - a inflação, - a taxa de juros real de equilíbrio - os desvios para mais da inflação observada em relação à meta de inflação e - os desvios do PIB corrente em relação à sua tendência histórica, maior deve ser a taxa de juros fixada pelo Fed. Desvios em relação à Regra de Taylor observados na Europa Percentuais indicado observado Preços dos imóveis, inadimplência e arrestos - EUA Preços dos imóveis Inadimplência perda dos imóveis (arresto) O 7“risco de contraparte” explica muitas coisas... “black swan” % medida de risco (libor – OIS) 12 set 2008 9 ago 2007 Evolução da prime rate - A crise tem suscitado diversas interpretações por parte de muitos analistas. A maioria dessas análises, infelizmente, padece de equívocos, sendo que o mais comum é o que atribui os problemas a uma pretensa “falha dos mercados”, principalmente os financeiros, que são vistos como puros “cassinos”. Se o diagnóstico é este, nada mais natural que o remédio recomendado seja aumentar o grau de intervencionismo dos governos nas economias. Parece que a velha tese de que “os mercados não funcionam” e que, portanto, o Estado precisa substituílos vem ganhando força, como que ressuscitando as ideias intervencionistas que dominaram o mundo desde a crise de 1929 até o final dos anos 70. -Diagnósticos errados levam, certamente, a terapias incorretas! O problema não está – contrariamente ao que muitos analistas sugerem – na “ausência” dos governos; está nos seus erros, omissões e excessos! É como disse o expresidente Ronald Reagan: “o governo não é a solução; ele é o problema”... - Isto não quer dizer, obviamente, que os mercados não precisam ser regulamentados. Pelo contrário, se a regulamentação nos EUA fosse eficiente, os graus de risco e de “alavancagem” das instituições financeiras não teriam chegado aos níveis de 30 a 40 vezes (o do Bearn Sterns chegou a ser de 50 vezes), enquanto no Brasil situava-se entre 3 e 4 vezes. 3. Medidas - A tendência mundial tem sido a de aumentar substancialmente o crédito e o socorro. - Isto só funcionará se a confiança for restabelecida. - Na verdade, a crise só terminará quando os maus investimentos (malinvestments) do passado, impulsionados por “poupança forçada”, ou seja, pela generosidade monetária dos bancos centrais, forem todos desmascarados. Crises dessa natureza, por mais que os governos adotem medidas de estímulos à liquidez, só terminam quando os efeitos dessas más alocações de recursos são eliminados, o que sempre é doloroso. - Ou seja, será preciso que as “Damas de Espadas” escondidas nos balanços das instituições financeiras sejam reveladas e naturalmente eliminadas, o que, evidentemente, exigirá tempo. - A administração anterior dos EUA cometeu um erro de diagnóstico, quando considerou o problema como uma crise dos créditos “sub-prime”, quando era de solvência, proveniente de classes múltiplas de ativos problemáticos. - Alicerces do G-20 para um novo sistema financeiro mundial. Vejamos a inacreditável injeção de moeda e crédito que os EUA vêm promovendo para “enfrentar” a crise: Reservas livres dos bancos comerciais - EUA Crescimento percentual das reservas livres dos bancos comerciais - EUA 60 quintilhões por cento!!! A desvalorização artificial do Yuan frente ao dólar contribuiu para agravar a crise: Taxa de câmbio Yuan/Dólar versus taxa de juros tida como alvo pelo Fed Enquanto os EUA manipulavam os juros, a China fazia o mesmo com o câmbio... A deterioração do Balanço de Pagamentos em conta corrente dos EUA Balanço comercial - EUA 4. Consequências - multipolaridade na economia mundial - um novo marco regulatório, buscando acordos, com regras mínimas de consenso global, com ênfase em: 1. abrangência (inclusão, por exemplo, de hedge funds) 2. prudência (graus de risco e alavancagem conservadores) 3. transparência (maior informação e fim dos paraísos fiscais) - necessidade de maior preocupação com as contas públicas, com o estabelecimento das taxas de juros e com o realismo cambial -compromisso maior com o livre comércio - perda de cerca de US$ 414 bilhões em PIB de oito países emergentes, incluindo o BRIC (US$ 82,7-2008 e US$ 330,8-2009) 5. Reflexos no Brasil - o governo subestimou os efeitos da crise sobre a nossa economia: não se tratava de uma simples “marola”... - exacerbação do “cabo-de-guerra” dentro do governo (Fazenda x Bacen) - problemas prováveis em nossas contas externas - as eleições de 2010 já prejudicam as defesas contra a crise - os gastos de custeio não param de aumentar em termos reais - a qualidade de nossos “ajustes fiscais” tem sido muito baixa Taxas de crescimento do PIB em 2009 e 2010 (previsões do FMI) 10 5 0 -5 -10 Mund Dese Japã Cana emer BRAS Rússi EUA Euro Índia China o nvolv o dá gs IL a 2009 -1,3 -3,8 -2,8 -4,2 -6,2 -2,5 1,6 -1,3 -6 4,5 4,5 2010 1,9 0 0 -0,4 0,5 1,2 4 2,2 0,5 5,6 7,5 Quedas acumuladas na produção industrial no Brasil – Fev 2009 (em comparação com outros períodos de recessão interna) Duração (em meses) 2% 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0% -2 % - 4% -6 % Out 97 -8 % Out 02 -10 % -12 % -14 % Ago 91 -16 % -18 % Set 08 -20 % Fonte: FIBGE Dez 94 Dez 00 Taxa de desemprego no Brasil – Abril 2009 (variações percentuais em relação ao mesmo mês do ano anterior) (Abril de 2009) taxa de desemprego (abril - 2002/2009) 15 10 5 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 taxa de desemprego 2008 2009 taxa de desemprego mensal (abril 2002 a abril 2009) ab r/ 0 2 ou t /0 2 ab r/ 0 3 ou t /0 3 ab r/ 0 4 ou t /0 4 ab r/ 0 5 ou t /0 5 ab r/ 0 6 ou t /0 6 ab r/ 0 7 ou t /0 7 ab r/ 0 8 ou t /0 8 ab r/ 0 9 14 12 10 8 6 4 2 0 taxa de desemprego mensal (abril 2002 a abril 2009) A reação modesta da economia brasileira 6. Conclusões As medidas corretas a serem adotadas por nosso governo seriam, resumindo; - corte profundo em despesas de custeio - mais investimentos públicos (especialmente em infraestrutura) - reformas no Estado (tributária, fiscal, trabalhista, previdenciária e outras) - isto permitiria que a relação dívida interna/PIB caísse fortemente, que a política monetária fosse menos apertada, que o Banco Central promovesse forte redução no recolhimento compulsório e que a taxa de juros caísse rapidamente e de forma natural. Tendo em vista que tais medidas dificilmente virão a ser adotadas, podemos admitir os seguintes cenários para a economia mundial e a brasileira: CENÁRIOS O primeiro cenário é em forma de V, em que, após atingir o fundo do poço, a economia americana, puxando as demais a reboque, iniciaria imediatamente uma recuperação; O segundo é um U, desenhado por um período de recessão seguido de recuperação sustentada; O terceiro é um L, ou seja, após atingir o seu nível mais baixo, a atividade econômica nele permaneceria por um tempo bastante longo (a exemplo de toda a década de 30 nos Estados Unidos e da década de 90 no Japão); E o quarto é um W, revelando uma alternância de aquecimentos com desaquecimentos, na tradição dos ciclos econômicos. PIB PIB PIB PIB tempo tempo tempo tempo CENÁRIOS Em nível mundial, o cenário mais provável é um U com a curva de baixo alongada. E, no que se refere à economia brasileira, ficamos com o W, porque, primeiro, os efeitos da crise sobre as economias emergentes serão menos fortes do que sobre as desenvolvidas; segundo, porque nossas autoridades, vendo que o PIB de 2009 crescerá abaixo do que desejam (com vistas às eleições de 2010), serão tentadas – especialmente a Fazenda e o IPEA – a “estimular” a economia, o que fará o W surgir; e terceiro, porque nossas características institucionais e a velha prática de nossos governos de atuarem como meros apagadores de incêndios, sem atacarem as causas estruturais, estão mais fortes do que nunca no governo atual. Gastos Correntes Com Pessoal da União – Fonte MF Base: Até Maio de 2009 (em R$ milhões) Itens Executivo Judiciário Legislativo Total Diárias 185.2 18.7 1.9 205.8 Passagens 171.2 6.9 29.6 207.7 Alimentação 520,2 264.4 79.4 864.0 Total 876.6 290.0 110.9 1277.5 1º 2º 3º Apêndice gráfico A REGRA DE TAYLOR é a taxa de juros nominal de curto prazo, considerada como alvo pelo Fed; é a taxa de inflação medida pelo deflator implícito do PIB; é a taxa real de juros considerada como “de equilíbrio”; é a meta de inflação; é o PIB real observado e é o PIB potencial ou tendência). A equação apenas nos diz que o Fed deve levar em conta, ao estabelecer a taxa nominal de juros de curto prazo básica: (1) a inflação corrente, (2) a taxa de juros real que equilibraria a demanda e a oferta de fundos e (3) os desvios da inflação observada em relação à inflação desejada e do PIB observado em relação à tendência de longo prazo do PIB. Quanto maiores forem a inflação, a taxa de juros real de equilíbrio e os desvios para mais da inflação observada em relação à meta de inflação e do PIB corrente em relação à sua tendência, maior deve ser a taxa de juros a ser fixada pelo Fed. Taxas libor e Fed (1985/2009) Dezembro-12 meses 15 10 5 0 1980 -5 1985 1990 1995 Libor 2000 Fed 2005 2010 2015 Poupança bruta do governo - EUA Poupança privada versus investimento privado - EUA Consumo privado - EUA Crédito bancário nos EUA Estoque de moeda nos EUA – M1 Quatro entrevistas na Globonews sobre a crise: 1 http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM915987-7823- ECONOMISTA+F BARACK+OBAMA,00.html 2 http://www.youtube.com/watch?v=FQLkWXujydM 3 http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM891397-7823-PROFESSOR+DA html 4 http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM894152-7823-ECONOMISTA+A html VII. EXERCÍCIOS 1º Conjunto (Crescimento vs. Flutuações) 1.1 Conceitue crescimento econômico auto-sustentado e flutuações cíclicas e discuta as principais diferenças entre os dois conceitos. 1.2 Discorra sobre as fontes do crescimento econômico e ressalte a importância desempenhada pelas instituições nesse processo, tecendo comentários sobre as instituições brasileiras. 2º Conjunto (Fundamentos Macroeconômicos) 2.1 Descreva brevemente os regimes fiscal, monetário e cambial desde a implantação do Real e argumente em favor da existência de coordenação entre os três. O que vem ocorrendo no Brasil em relação a essa coordenação? O que o governo do PT vem fazendo nesse sentido? 2.2 Conceitue déficit nominal do setor público e discorra sobre suas formas de financiamento, mostrando os efeitos de curto e de longo prazo de cada uma delas. 2.3 O que vêm a ser “bandas cambiais” e “inflation targeting”? esses sistemas foram usados no Brasil para controlar a inflação? Como 3º Conjunto (Fundamentos Microeconômicos) 3.1 Explique pormenorizadamente a seguinte definição: “A economia (do mundo real) é o conjunto das ações humanas ao longo do tempo praticadas sob ambiente de incerteza genuína”. 4º Conjunto (Conceitos Básicos de Macroeconomia) 4.1. Explique, como se fosse falar para um público leigo, a mecânica do balanço de pagamentos. 4.2.Conceitue moeda como uma “ordem espontânea”. Cubos de gelo seriam uma boa alternativa para serem usados como moeda? E tijolos de boa qualidade? Por que é importante que o Banco Central controle as taxas de crescimento da oferta de moeda? 4.3 Explique os três instrumentos básicos da política monetária. 5 º Conjunto (Fundamentos da Análise de Curto Prazo - Macroeconomia Aplicada) 6.1 Suponha um certo país em que a economia cresça a uma taxa inferior à taxa de crescimento da dívida interna e em que o Banco Central financie o déficit fiscal apenas via endividamento interno, isto é, sem emitir moeda. Suponha, ainda, que o Banco Central desse país hipotético não seja independente. Nestas condições, explique porque esse tipo de atuação do Banco Central não é sustentável. 6.2 Que fatores podem limitar atualmente uma queda mais acentuada na taxa de juros no Brasil? 6.3 Explique: “Com expectativas racionais, os governos não conseguem aumentar o produto acima de seu nível normal nem no curto prazo. Com expectativas adaptativas, apenas no curto prazo”. 6 º Conjunto (A Crise, Cenários e Tendências) 7.1 A seu ver, que fatores determinaram a atual crise econômica que vem afetando o mundo? 7.2 Por que a crise mundial está afetando a economia brasileira? 7.3 Comente: “Os Estados Unidos gostam de manipular a taxa de juros; os chineses gostam de manipular a taxa de câmbio”. VIII. FONTES PARA ESTUDO LEITURAS E-MAIL Todo o material está disponível em www.ubirataniorio.org - Livro: Iorio, U. J., “Economia e Liberdade”, Forense Univ., 1997, 2ª ed. - Powerpoints: em “Material Didático e Acadêmico”, arquivo “ECONOMIA APLICADA” - Artigos acadêmicos : na mesma página (todos) - Artigos no Jornal do Brasil e “Artigos do Mês” E-mail: [email protected]