A problemática dos portos graneleiros na Amazônia e seus possíveis impactos socioambientais: o caso do Porto do Maicá, Santarém (PA). Izaura Cristina Nunes Pereira1; Pauliana Vinhote dos Santos2 Resumo: Região de enorme complexidade, a Amazônia experiência na atualidade um novo momento no âmbito das políticas públicas. Historicamente, a condução dessas políticas sempre foi realizada de “cima para baixo”, desconsiderando as relações preexistentes, além das reais necessidades dos habitantes da região. No âmbito dessas políticas, destacam-se às com foco na implementação de infraestrutura logística e de energia, tais como portos e hidrelétricas, por exemplo. Nesse contexto, merece atenção o caso específico dos portos. Assim, o presente trabalho realiza uma análise do processo de instalação do Porto Graneleiro da Empresa Brasileira de Portos, projetado para o município de Santarém, Pará, no âmbito da ottobacia Amazonas/Tapajós, mais especificamente na área denominada furo do Maicá, visando discutir os problemas intrínsecos ao empreendimento quanto a sua localização, populações tradicionais, estudos de impactos ambientais e licenciamento. Para tanto, realizou-se análise do Estudo e Relatório de Impacto Ambiental do empreendimento, a coleta de dados em campo e entrevistas não estruturadas. O porto do Maicá, como foi popularmente denominado, foi projetado para operar graneis sólidos de origem vegetal (soja e milho), compreende, na verdade, um complexo portuário composto por um terminal fluvial, um terminal de armazenagem e um pátio regulador de carretas. Estima-se que após operação o mesmo será capaz de movimentar aproximadamente 8 milhões de toneladas de grãos. Atualmente, o processo de licenciamento da obra está suspenso. Tal decisão encontra respaldo no fato de que o Estudo de Impacto Ambiental e seu respectivo relatório não preveram a existência de comunidades tradicionais e quilombolas na área de influência do empreendimento, além de não ter sido realizado a consulta prévia livre e informada a esses grupos. Contudo, o empreendimento em questão apresenta outros problemas de cunho socioambiental, que necessitam de análises mais aprofundadas. Palavras-chave: Portos, conflitos socioambientais, populações tradicionais. 1 Docente na Universidade Federal do Oeste do Pará, [email protected]. Acadêmica do curso de Bacharelado em Geografia da Universidade Federal do Oeste do Pará, [email protected]. 2 - 582 - ( ) GT 1 - Agricultura sustentável e soberania alimentar. ( ) GT 2 - Educação inclusiva, diversidade e igualdade social. ( ) GT 3 - Geodiversidade e mineração. ( ) GT 4 - Povos indígenas e desenvolvimento sustentável. ( ) GT 5 - Água e energia sustentável. ( ) GT 6 - Cidades e assentamentos humanos resilientes. ( x ) GT 7 - Estado, Sociedade e conflitos socioambientais. ( ) GT 8 - Governança para sociedades pacíficas e inclusivas. ( ) GT 9 - Mudanças globais e uso sustentável das florestas. ( ) GT 10 - Economia solidária e consumo consciente. ( ) GT 11 - Jovens Pesquisadores. ( ) GT 12 - Defesa e Forças Armadas na Amazônia. ( ) GT 13 - Comunicação, Cultura e Desenvolvimento Sustentável. [x] Apresentação oral [ ] Pôster [ 583 ] Apresentação oral [ x ] Pôster