excerto - Loja ISPA

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Maria João Ceitil
Maria João Ceitil
A AUTORA
Pôr o Corpo a Pensar
I
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P
A
MARIA JOÃO CEITIL, Licenciada, Mestre e Doutora em Filosofia
pela Universidade de Lisboa, Professora Auxiliar
no Instituto Superior de Psicologia Aplicada, sócia-fundadora
da AFFEN, Associação de Filosofia Fenomenológica.
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PÔR O CORPO A PENSAR
Investigação em Filosofia Contemporânea, Psicanálise e Literatura,
com diversos trabalhos publicados em revistas científicas sobre o corpo,
o pensamento, o desejo, a negatividade, o anónimo, a pulsão de morte,
e a relação entre a Filosofia, a Psicanálise e a Literatura.
Neste trabalho de investigação existe a permanência de alguns autores:
Georges Bataille, Marquês de Sade, Gilles Deleuze, Félix Guattari,
Sigmund Freud e Jacques Lacan.
PÔR O CORPO A PENSAR é um texto de auto-interrogação
da Filosofia. Há uma interrogação de fundo que percorre todo o texto:
o que é a Filosofia? O que é o pensamento filosófico? É um texto
que se constrói num movimento reflexivo do pensar sobre si próprio.
A interrogação pelo ser e pelo fazer da Filosofia é agida num movimento
que interroga, questiona e liga três conceitos fundamentais: os conceitos
de contacto, de corpo e de pensamento. A interrogação pelo ser
e pelo fazer da Filosofia é agida num movimento do pensar
que está em diálogo com autores que estão no registo da Filosofia
e da Literatura: Sade e Bataille, e com autores que estão no registo
da Psicanálise: Freud e Melanie Klein, entre outros.
A interrogação pelo ser e pelo fazer da Filosofia é ainda agida
pela presença de um discurso intimista neste texto. A presença
de um discurso intimista deriva do facto da linguagem do corpo
ser intimista.
Pretende-se aqui chegar o mais próximo possível
de uma linguagem do corpo e, procura-se aquilo que é mais primitivo,
mais básico no corpo: o cheiro, o odor, o aroma corporal.
Este trabalho persegue incessantemente o momento originário
e primitivo do pensar e do sentir, e o momento de fusão
do pensar e do sentir. Há a linha invisível de um cheiro que enlouquece
e é essa linha que imprime movimento ao pensar.
I SBN 972840053 - 5
7 789728 400538
Este texto está povoado de personagens, o feiticeiro,
o sultão que surge num primeiro momento num sonho,
para de imediato se confundir com o feiticeiro, a borboleta, o circo,
para só nomear alguns. Esta presença de personagens é uma necessidade
intrínseca ao questionar da Filosofia na medida em que permite pensar,
por um lado, os limites ou a ausência de limites do texto filosófico e,
por outro lado, conduz para o movimento que interroga
o estatuto do erro, da ilusão, da aparência, da imaginação, do sonho,
dentro da própria Filosofia. Chegar o mais próximo possível
de uma linguagem do corpo implica essa presença daquilo
que a Filosofia de vertente racionalista nomeia como sendo o erro,
a ilusão, a aparência, a imaginação, o sonho.
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COLECÇÃO TESES / 10
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PÔR O CORPO A PENSAR
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O texto que aqui se apresenta é o texto da Dissertação de Doutoramento em Filosofia da autora, intitulado
Espaços Dialécticos da Subjectividade, cujas Provas de Doutoramento se realizaram na Universidade de Lisboa
em 11 de Março de 2002.
O texto original foi sujeito a pequenas alterações que se afiguraram necessárias devido ao movimento do pensar.
TÍTULO: PÔR O CORPO A PENSAR
AUTOR: MARIA JOÃO CEITIL
ã INSTITUTO SUPERIOR DE PSICOLOGIA APLICADA
RUA JARDIM DO TABACO, 34, 1149-041 LISBOA
TELEFONE: 21 881 17 30 / FAX: 21 886 09 54
1.ª EDIÇÃO: MARÇO DE 2003
CONCEPÇÃO GRÁFICA: INSTITUTO SUPERIOR DE PSICOLOGIA APLICADA
COMPOSIÇÃO: INSTITUTO SUPERIOR DE PSICOLOGIA APLICADA
IMPRESSÃO E ACABAMENTO: PRINTIPO – INDÚSTRIAS GRÁFICAS, LDA.
DEPÓSITO LEGAL: 190232/03
ISBN: 972-8400-53-5
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Maria João Ceitil
PÔR O CORPO A PENSAR
I S PA
Lisboa
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Ao meu sultão.
À memória da minha tia Idalina
(que não era de facto minha tia),
a grande contadora de histórias
da minha infância.
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ÍNDICE
Agradecimentos ................................................................................................................. 11
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 13
Capítulo I – Seguir a Linha Invisível de um Cheiro que Enlouquece I ...................... 53
1.
Actividade/passividade .............................................................................................. 55
2.
Devir inocente ........................................................................................................... 61
3.
O interdito do contacto no trabalho analítico ............................................................ 70
4.
O volume do contacto ................................................................................................ 73
5.
A ilusão: A magia I ................................................................................................... 80
6.
Devir anónimo I ......................................................................................................... 84
7.
O vazio filosófico da linguagem do corpo ................................................................. 90
8.
Os encantos do feitiço ............................................................................................. 101
9.
A borboleta que me entrou em casa para dizer “Saudade” ..................................... 114
Capítulo II – Seguir a Linha Invisível de um Cheiro que Enlouquece II ................. 119
1.
Devir anónimo II ..................................................................................................... 121
2.
As obscenae partes corporis ................................................................................... 129
3.
Devir perdido I ........................................................................................................ 137
4.
Entre a certeza e a incerteza .................................................................................... 145
5.
Ritmos do corpo: Cheiros e sons I ........................................................................... 152
6.
Devir perdido II ....................................................................................................... 163
7.
Pensar o corpo e pôr o corpo a pensar I .................................................................. 170
9
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Capítulo III – Seguir a Linha Invisível de um Cheiro que Enlouquece III ............. 177
1.
A falha fundamental ................................................................................................ 179
2.
A ilusão: A magia II ................................................................................................ 187
3.
A fome do infinito ................................................................................................... 191
4.
Devir anónimo III .................................................................................................... 196
5.
Pensar o corpo e pôr o corpo a pensar II ................................................................. 200
6.
Devir sujo I .............................................................................................................. 204
7.
Devir sem limites I .................................................................................................. 212
8.
Devir sujo II ............................................................................................................. 217
9.
Devir sem limites II ................................................................................................. 226
10. Aromas I .................................................................................................................. 232
Capítulo IV – Seguir a Linha Invisível de um Cheiro que Enlouquece IV – O Cheiro
das Palavras Dele ........................................................................................................... 241
1.
Ritmos do corpo: Cheiros e sons II ......................................................................... 243
2.
Aprender a falar I .................................................................................................... 251
3.
Construir a origem ................................................................................................... 259
4.
Devir anónimo IV .................................................................................................... 270
5.
Aromas II ................................................................................................................. 277
6.
Aromas III ............................................................................................................... 283
7.
Aprender a falar II ................................................................................................... 288
8.
Aromas IV ............................................................................................................... 292
CONCLUSÃO ................................................................................................................. 299
BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA ..................................................................................... 331
BIBLIOGRAFIA GERAL .............................................................................................. 336
ÍNDICE ONOMÁSTICO ................................................................................................ 357
ÍNDICE TEMÁTICO ...................................................................................................... 360
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A g R A D E C I M E N T O S
Agradeço à Fundação para a Ciência e a Tecnologia, Programa PRAXIS
XXI, o facto de me ter concedido uma Bolsa de Doutoramento pelo período de 4
anos, sem a qual este trabalho não teria sido realizado.
Muito Obrigado:
ao Professor Doutor João Paisana e ao Professor Doutor Frederico Pereira, em
primeiro lugar por terem acreditado neste meu projecto aromático, em segundo
lugar porque o orientaram, o guiaram, em simultâneo, com o mais elevado grau de
exigência científica e o maior respeito pelo meu território; ao Luís Balula, por
sonhar-comigo-(e)-sonhar-me num movimento exuberante de celebração do sonho;
ao meu irmão, o Miguel Ceitil, por ter estado sempre presente quando precisei
dele, pelo apoio técnico, e ainda por ter acreditado neste projecto simplesmente
porque era o meu projecto; ao Fernando Belo, pela felicidade que me deu ao ler
este texto; ao Doutor Manuel Villaverde Cabral, pela delicadeza; ao André Barata
pela disponibilidade para falar e estar comigo quando precisei dele; à Maria do
Carmo Miranda, pelo espaço mental que me deu, ao re-fazer o percurso todo dos
nomes e dos conceitos que aparecem nos Índices Onomástico e Temático; à
Madalena Saudade e Silva pelo cuidado especial que sempre teve comigo e, pelo
espaço-de-escuta, pela infinita disponibilidade que sempre teve para mim e ainda,
à Madalena Saudade e Silva e à Sofia Saudade e Silva, por me terem permitido
criar um dos meus espaços mágicos no b.leza; à Drª Teresa Flores, pelo apoio em
relação a este projecto e, por me ter introduzido ao aroma da permanência; ao Toy
Vieira, pela elegância dos seus sentimentos e por tudo aquilo que aprendi com ele;
ao Alcides Nascimento, pelo devir pensamento da sua música; ao Lígio do Vale,
pela beleza de uma linguagem feita de silêncios; ao Fernando de Sousa
simplesmente porque me mostrou que todos os sonhos são mágicos; e ao Paulino
Vieira, pelo desejo de contribuir para este trabalho, apesar de todos os
desencontros.
Muito Obrigado:
ao Instituto Superior de Psicologia Aplicada, pelo facto de publicar a minha
Dissertação de Doutoramento em Filosofia pois, realizo assim o meu desejo de
publicar, tornar pública, a minha Tese de Doutoramento nas Edições do ISPA.
11
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INTRODUÇÃO
Maria João Ceitil
Maria João Ceitil
A AUTORA
Pôr o Corpo a Pensar
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MARIA JOÃO CEITIL, Licenciada, Mestre e Doutora em Filosofia
pela Universidade de Lisboa, Professora Auxiliar
no Instituto Superior de Psicologia Aplicada, sócia-fundadora
da AFFEN, Associação de Filosofia Fenomenológica.
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PÔR O CORPO A PENSAR
Investigação em Filosofia Contemporânea, Psicanálise e Literatura,
com diversos trabalhos publicados em revistas científicas sobre o corpo,
o pensamento, o desejo, a negatividade, o anónimo, a pulsão de morte,
e a relação entre a Filosofia, a Psicanálise e a Literatura.
Neste trabalho de investigação existe a permanência de alguns autores:
Georges Bataille, Marquês de Sade, Gilles Deleuze, Félix Guattari,
Sigmund Freud e Jacques Lacan.
PÔR O CORPO A PENSAR é um texto de auto-interrogação
da Filosofia. Há uma interrogação de fundo que percorre todo o texto:
o que é a Filosofia? O que é o pensamento filosófico? É um texto
que se constrói num movimento reflexivo do pensar sobre si próprio.
A interrogação pelo ser e pelo fazer da Filosofia é agida num movimento
que interroga, questiona e liga três conceitos fundamentais: os conceitos
de contacto, de corpo e de pensamento. A interrogação pelo ser
e pelo fazer da Filosofia é agida num movimento do pensar
que está em diálogo com autores que estão no registo da Filosofia
e da Literatura: Sade e Bataille, e com autores que estão no registo
da Psicanálise: Freud e Melanie Klein, entre outros.
A interrogação pelo ser e pelo fazer da Filosofia é ainda agida
pela presença de um discurso intimista neste texto. A presença
de um discurso intimista deriva do facto da linguagem do corpo
ser intimista.
Pretende-se aqui chegar o mais próximo possível
de uma linguagem do corpo e, procura-se aquilo que é mais primitivo,
mais básico no corpo: o cheiro, o odor, o aroma corporal.
Este trabalho persegue incessantemente o momento originário
e primitivo do pensar e do sentir, e o momento de fusão
do pensar e do sentir. Há a linha invisível de um cheiro que enlouquece
e é essa linha que imprime movimento ao pensar.
I SBN 972840053 - 5
7 789728 400538
Este texto está povoado de personagens, o feiticeiro,
o sultão que surge num primeiro momento num sonho,
para de imediato se confundir com o feiticeiro, a borboleta, o circo,
para só nomear alguns. Esta presença de personagens é uma necessidade
intrínseca ao questionar da Filosofia na medida em que permite pensar,
por um lado, os limites ou a ausência de limites do texto filosófico e,
por outro lado, conduz para o movimento que interroga
o estatuto do erro, da ilusão, da aparência, da imaginação, do sonho,
dentro da própria Filosofia. Chegar o mais próximo possível
de uma linguagem do corpo implica essa presença daquilo
que a Filosofia de vertente racionalista nomeia como sendo o erro,
a ilusão, a aparência, a imaginação, o sonho.
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