DEPOIS DA PRIMAVERA ÁRABE CONTEXTO POLÍTICO HOSNI MUBARAK Militar reformado de 86 anos. Foi ditador do Egito de 1981 a 2011, quando renunciou sob a pressão do movimento da Primavera Árabe. Acusado de corrupção e de cumplicidade na morte de 900 manifestantes nos 18 dias de levante contra seu governo, foi sentenciado à prisão perpétua, mas acabou sendo solto em 22 de agosto de 2013. Em 21 de maio, foi sentenciado a três anos de prisão por acusação de corrupção. Mas por enquanto está apenas em prisão domiciliar. Amr Abdallah Dalsh/REUTERS CONTEXTO HISTÓRICO Nos últimos três anos, país testemunhou a turbulência política e social que se deu a derubada de ditador POPULAÇÃO 2011 25/1 No “Dia de Fúria”, milhares vão às ruas exigir a saída de Hosni Mubarak impedem o Judiciário de interferir em decisões do Executivo. Manifestantes vão às ruas em protesto 2011 11/2 O ditador não resiste à pressão e renuncia após 30 anos no poder. Junta militar assume o poder Mursi sanciona nova Constituição, aprovada por referendo popular. Oposicionistas alertam para risco às liberdades individuais e das minorias 85,2 milhões (2013) RELIGIÃO 90% de muçulmanos (maioria sunita), 9% de cristãos cooptas e 1% de outros cristãos no Egito ALFABETIZAÇÃO 2011 19/3 72% (2013) DESEMPREGO 12.5% (2012) Egípcios vão às urnas. Reforma da Constituição tem 77% de aprovação Islamistas conquistam maioria na comissão de cem membros que redigirá a nova Constituição do país 2012 25/3 INFLAÇÃO 8,5% (2012) PIB US$ 537,8 bilhões (2012) PIB PER CAPITA 2012 2/6 US$ 6,6 mil (2012) EXPECTATIVA DE VIDA 73 anos Fonte: Factbook da Agência de Inteligência Americana (CIA) 2012 24/6 2012 22/11 Mubarak é sentenciado à prisão perpétua por conivência nas mortes de mais de 900 durante as revoltas de 2011 Mohamed Mursi vence eleição presidencial Mursi promulga decretos que lhe dão “superpoderes” e 2012 26/12 No aniversário de dois anos do início da revolta, manifestantes vão às ruas protestar contra Mursi 2013 25/1 Ministro da Justiça, Ahmed Mekky, renuncia após partidários islâmicos de Mursi exigirem a “purificação” da Justiça, ou seja, o controle do Executivo sobre o Judiciário 2013 21/4 Manifestantes vão 2013 às ruas exigindo 21 e 30/6 novas eleições para a Presidência. Opositores e simpatizantes de Mursi entram em choque 2013 3/7 Abdul Fatah al-Sisi, chefe do Exército, anuncia a deposição de Mursi, a suspensão da Constituição e do Parlamento, novas eleições e a assunção do poder pelo líder da Suprema Corte Constitucional, Adly Mansour Em manifestações pró-Mursi, forças de segurança reprimem e matam 638 pessoas, no maior massacre da história do país 2013 14/8 Primeiro-ministro interino do Egito, Hazem el-Beblawi, propõe a dissolução da Irmandade Muçulmana no país 2013 17/8 El-Sissi renuncia ao cargo de chefe do Exército para disputar a Presidência. No mesmo dia, promotor-chefe do Egito ordena dois julgamentos para um total de 919 pessoas pela onda de violência de 14 de agosto de 2013 2014 26/3 Nova eleição presidencial, com El-Sisi como principal candidato e sem representantes da Irmandade Muçulmana. El-Sisi é eleito presidente 2014 26/5 Fontes: Folhapress/AE/AP/Reuters MOHAMMED MURSI Tem 63 anos. Membro do partido Wasat, ligado à Irmandade Muçulmana, foi eleito democraticamente presidente do Egito em 30 de junho de 2012, meses após a queda do ditador Mubarak. Mas em 3 de julho do ano seguinte foi deposto pelos mesmos militares que haviam prendido seu antecessor, sob o comando do general Abdel Fattah El-Sisi. Preso em 26 de julho, a corte egípcia o acusou de assassinatos e de ligação com o grupo palestino Hamas. ABDEL EL-SISI General do Exército egípcio, tem 59 anos. Foi ministro da Defesa e chefe das Forças Armadas de agosto de 2012 até 26 de março deste ano, quando renunciou aos cargos para se candidatar a presidente. As eleições foram realizadas na segunda-feira, quando El-Sisi se elegeu com 93,3% dos votos válidos, mas com o comparecimento de apenas 46% dos 54 milhões de eleitores do país. Sob seu comando, as forças armadas mataram milhares de manifestantes ligados à Irmandade Muçulmana, detiveram dezenas de milhares e arrasaram a mídia que apoiava os islamitas.