TEMA DE Artemísia cina - Dr. Taiguara F. Durks

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Artemisia cina
Dr. Taiguara F. Durks
INTRODUÇÃO
A família Asteraceae (Compositae) é uma das maiores famílias de plantas florescentes no
mundo. O grupo sistemático compreende cerca de 25.000 espécies, entre estes está o gênero
Artemísia que possui cerca de 500 espécies de ervas e arbustos distribuídos em todo o mundo.
O gênero também é conhecido pela sua produção de compostos aromáticos, portanto, a
investigação tem-se centrado na composição química dos metabólitos voláteis secundários
obtidos a partir de várias espécies de Artemísia [1].
Eram utilizados desde os tempos da Grécia antiga principalmente para cicatrizar feridas,
queimaduras e tratamento para úlceras externas por meio de infusão das flores da Artemísia em
azeite de oliva. As flores têm ação anti-inflamatória, antisséptica, diurética e analgésica, entre
outros relatos. Os Astecas e outros índios americanos usam-na para rituais e fins medicinais. Na
Europa era usada como remédio contra a fadiga e para proteger os viajantes contra os espíritos
malignos e os animais selvagens. Os índios ainda a usam para fins espirituais: purificação do
espírito, dispersão de doenças e forças negativas [2].
A Artemisia cina da família Asteraceae, popularmente conhecida por “Semen-contra”.
Esta variedade, que alguns botânicos consideram ser uma espécie distinta, sob o nome de A. Cina
cresce em profusão na Sibéria, Mongólia e Turquestão chinês. A maior parte das espécies de
Artemisia é usada no Turquestão, onde cresce em quantidades enormes no deserto do Quirguiz
[3].
A A. cina é uma planta perene (vive mais de 2 anos) herbácea de pequeno porte, o capítulo
floral do sêmen-contra é oblongo-ovóide, fechado, levemente achatado, obtuso, de 1,5 a 4 mm de
comprimento por 0,75 a 1,5 mm de largura, seu caule possui uma coloração púrpura. Suas folhas,
de 5 a 20 cm são fendidas conforme a espécie; de cor verde-escuras acinzentada na superfície,
possuindo densa camada de pequenos pelos brancos na parte inferior. Produz flores
pequenas. Tem preferência por solos argilo-arenosos, mas cresce em todos os solos desde que
permeáveis [4-5]. A planta tem ciclo de vida anual e porte herbáceo, podendo atingir 2,5m de
altura [6].
A Cina é usada em Fitoterapia para as infestações de ascarídeos e oxiúros. A história relata
que o tratamento com a Cina para vermes filiformes, e na combinação de Cina e Natrum phos
“grande medicamento de Schuessler para reumatismo e vermes arredondados”, é possível
observar que o individuo uma vez tratado, não volta a apresentar queixas de vermes novamente
[7].
FIGURA 1- Artemisia cina. FONTE: Disponível em:
<http://botanical.com/botanical/mgmh/w/worlav36.html > Acesso em: 04-11-2013.
FIGURA 2- Artemisia cina. FONTE: Disponível em:
<http://www.herbalextracts.net/library/supplements/artemisiacina.html> Acesso em: 04-11-2013.
Para o desenvolvimento do medicamento homeopático pode ser usado: flores secas,
sumidades floridas secas, botões florais secos e capítulos florais não desabrochados.
A preparação do medicamento homeopático: acontece a partir da tintura mãe obtida por
maceração da planta em álcool 90° ou obtendo as três primeiras dinamizações do remédio pelo
processo hahnemanniano de trituração, diretamente da planta [7].
TOXICOLOGIA
Nenhum perigo ou efeito colateral foram registrados com a administração das doses
apropriadas. Entretanto, alguns efeitos colaterais podem ocorrer, todos eles relacionados com a
santonina [4]. Por ser um alcalóide tóxico, existem relatos de que tivera sido usada como veneno
desde a época dos primórdios.
De diferentes espécies de plantas do gênero Artemisia, foi isolada a santonina, uma lactona
cristalina, se expostos à luz, podem adquirir coloração amarela, é capaz de estimular a
eliminação de vermes redondos [8-12]. Em Artemísia marítima o princípio ativo santonina é
extraído das flores.
A sua análise química foi feita por Justus von Leibig (1803-1873) [9]. Sendo da classe de
alcalóides: Pirrolizidínicos, Tropanicos, Piridinicos, Quinolinicos e mistos. A santonina,
componente tóxico da A. cina apresenta fórmula C15H18O3 e massa molecular 246,30g/mol.
Figura 3- Fórmula estrutural da santonina, principal componente tóxico da A. cina. Fonte: <
http://www.sigmaaldrich.com/catalog/product/fluka/53653?lang=es&region=PY >. Acesso em: 10-112013.
É alcalina e possui sabor amargo. É tóxico e pouco estável (sensível a luz, pH e
aquecimento). Os efeitos colaterais da planta podem provocar hiper anemia cerebral, espasmo
epileptorme, vertigem, dilatação das pupilas, alucinação, delírio [10]. Não é recomendado a
grávidas nem a lactantes; o tratamento prolongado (ou doses excessivas) pode causar
perturbações nervosas [11]. Os sintomas da intoxicação são: Convulsões, midríase, bruxismo,
palidez, discromatopsia.
CARACTERÍSTICAS DA PLANTA
A. cina possui forma de vida terrestre e seu ciclo de vida é anual. Esta adaptada a regiões
tropicais, pH variável, ambiente seco, solo arenoso. Paciente apresenta secura das pálpebras e
uma sensação dolorida sentida nelas, como se areia houvesse penetrado nessas. Não tolera alta
umidade, atrai borboletas não atrai beija-flores e não Flora no outono, não possui frutos coloridos
com qualidades desejáveis [13].
Retira os elementos essências a sua sobrevivência em solo pobre em nutrientes.
Como mecanismo de defesa a fim de se espantar os predadores toda a planta é fortemente
aromática e tóxica, o que explicaria a criança não querer ser tocada. Possui caule ereto e lenhoso
na base para resistir aos ventos fortes.
As folhas são pequenas, com pecíolos curtos e folhas basais superiores sésseis com pontas
arredondadas, são carnudas devido às reservas de água e óleos [14]. Os líquidos que rolam pela
boca por um longo período de tempo, seriam como as reservas da planta, explicando também a
sensação de pressão na cabeça, relatada pelos experimentadores - (Folhas com pressão pela
reserva de água).
TEMA DE Artemísia cina
O tema do medicamento cina marítima é fome voraz, parasitose, evita ser tocado.
SINTOMAS HOMEOPÁTICOS
A criança Cina é absolutamente insuportável, de mau humor, resmunga é desagradável e
extremamente mal- humorada. Não gosta de ser acariciada, rejeita os objetos que lhe dão. Não
gosta que lhe toquem e que a observem ou que se aproximem dela [15]. A planta Artemísia
possui sistemas adaptativos contra possíveis predadores, como “pelos” urticantes, sua toxidade,
etc. O sono do paciente é agitado com sobressaltos, ranger de dentes, gritos e rola a cabeça
enquanto dorme, acorda assustada, relacionando-se com ventos existentes a beira mar [15].
Dor de cabeça com sensação de peso muito sensível ao toque, seriam como as reservas da
planta, explicando também a sensação de pressão na cabeça, relatada pelos experimentadores -
(Folhas com pressão pela reserva de água). Pressão sobre o osso frontal, e ao mesmo tempo,
internamente uma flutuação como o batimento de ondas.
Cina precisa sempre estar absorvendo nutrientes de solo, pois habitam locais com poucos
nutrientes, o paciente possui fome voraz, insaciável, mesmo depois das refeições.
Nos lombos uma dor cansada como se ele houvesse permanecido muito tempo em pé, dor
nas e coluna vertebral quando ele se dobra para o lado ou para trás, como se ele tivesse se
fatigado em demasia, quando deita sobre as costas da cama, a coluna vertebral é dolorosa como
se quebrada, os caules da cina são longos, eretos e ascendentes, para resistir aos fortes ventos
[16]. Essa característica também explicaria as fasciculações e câimbras, apresentadas pelo
individuo, já que a planta estaria em constante movimento.
Anseia por muitas coisas diferentes, porém recusa tudo que é oferecido a ele.
Relata pontada obtusa na região periumbilical agravada por pressão, dor acima do umbigo
que desaparece por meio de pressão.
Apresenta umas bolinhas vermelhas ou esbranquiçadas que ao incauto passeante poderão
parecer flores em formação ou frutos, mas que na realidade são galhas (galhas são tumores
causados por insetos, bactérias ou vírus que TOCAM a planta).
Durante a tarde o individuo é dominado por sonolência incomum, sonolência durante todo
dia e sonolência irresistível, ao anoitecer [16-17].
MODALIDADES
Melhoria
Sendo a planta comum em regiões litorâneas, ou seja, regiões de muito vento, o que explicaria a
melhora dos sintomas quando em movimento.
Agravamento
Ocorre quando parado e/ou deitado, por ser uma planta que necessita reservar nutrientes e viver
em um solo pobre em água os sintomas da cina, pioram também durante o dia e com a luz.
ANTAGONISMOS E CONTRADIÇÕES
No medicamento Artemisia cina, encontramos algumas polaridades. Na Tabela 1 estão o os
principais sintomas [15-16] de acordo com as polaridades.
Tabela 1: Antagonismos e contradições dos sintomas da Artemisia cina.
Anseia por muitas coisas diferentes
Recusa tudo que é oferecido a ele
Pontada obtusa na região periumbilical
Dor acima do umbigo que desaparece por
agravada por pressão
meio de pressão
Durante a tarde o individuo é dominado
Sonolência durante todo dia e sonolência
por sonolência incomum
irresistível, ao anoitecer.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1]
SOARES,
L.
B.
S.
Disponível
em:
<
http://www.biologico.sp.gov.br/pos_graduacao/pdf/2012/leyla.pdf >. Acesso em: 02-11-2013.
[2]
LIMA,
D.R.P.
Artemisia
(Artemija)
Disponível
em:
<
http://www.cooperativateor.com.br/sms/files/file/artemisia.pdf > Acesso em:02-11-2013.
[3] Disponível em: < http://www.homeovision.org/for-homeopaths/substances-und-homeopaticremedies/cina-maritima.html. > Acesso em: 02-11-2013.
[4] Disponível em: < http://herbologiatotal.net63.net/Cina.html
[5]
Disponível
em:
<
http://magiadailha.blogspot.com/2012/05/artemisia-uma-planta-
magica.html> Acesso em: 04-11-2013. > Acesso em: 02-11-2013.
[6] Disponível em: < http://servicos.cpaa.embrapa.br/livraria/arquivos_gratis/Circ_Tec_34.pdf >
Acesso em: 04-11-2013.
[7] TYLER, M. L. Retratos de Medicamentos Homeopáticos, vol I
[8] Disponível
em: <http://r1.ufrrj.br/wp/ppgcv/wp-content/themes/PPGCV/pdf/R086.pdf>.
Acesso em: 10-11-2013.
[9] VELLOSO, P.V. Farmácia na Corte Imperial (1851-1887): práticas e saberes. Casa de
Oswaldo Cruz-FIO CRUZ. Programa de Pós=Graduação em História das Ciências e da Saúde.
Rio de Janeiro. 2007. Disponível em: < http://arca.icict.fiocruz.br/bitstream/icict/6155/2/8.pdf>.
Acesso em: 10-11-2913
[10] Disponível em: <http://www.plantamed.com.br/index.html Acesso em: 10-11-2013.>
[11] Disponível em: <http://bemtratar.com/plantas-medicinais/contra-indicacoes-cuidados-complantas-medicinais.> Acesso em: 10-11-2013.
[12]
Disponível
em:
<http://www.anvisa.gov.br/hotsite/cd_farmacopeia/pdf/volume1%2020110216.pdf>. Acesso em:
10-11-2013.
[13] Disponível em: <http://crescentbloom.com/plants/specimen/ao/Artemisia%20cina.htm>.
Acesso em: 11-10-2013.
[14] Disponível em: < http://es.wikipedia.org/wiki/Artemisia_cina >. Acesso em: 11-10-2013.
[15]
Disponível
em:
<http://josemariaalves.blogspot.com/2009/07/cina-maritima-materia-
medica-homeopatia.html > Acesso em: 11-10-2013.
[16] Ribeiro Filho A. Repertório de Homeopatia. São Paulo: Organon, 2005. 1900p.
[17] Hahnemann S. Matéria Médica, vol. 1. Lince for Windows. 30/01/2007.
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