resiliência aplicada no desnvolvimento pessoal de professores

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RESILIÊNCIA APLICADA NO
DESNVOLVIMENTO PESSOAL DE
PROFESSORES
Vera Lígia Assis
Pedagoga
Psicopedagoga (PUC/SP)
Promotora de Resiliência certificada pela SOBRARE
Facilitadora do Programa “Friends for Life” que promove resiliência
em crianças e adolescentes.
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INTRODUÇÃO
O mundo em constantes transformações e mudanças, exige que as pessoas tenham uma atitude de
rápida capacidade de adaptação, o que acaba gerando estresse, e em algumas situações, elevado níveis
de estresse.
Elevado níveis de estresse já pode ser considerado como um problema de saúde pública.
É de fundamental importância saber lidar e administrar as condições de estresse que causam danos à
saúde física, psíquica e social dos professores e alunos.
Para responder às demandas do cotidiano de forma positiva.
A resiliência se propõe em contribuir como uma ferramenta
que possibilite o desenvolvimento pessoal e profissional dos
educadores e seus alunos.
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CONCEITO BÁSICO DE ESTRESSE
•
O termo estresse tem sua origem na engenharia, e que se refere ao desgaste de materiais
submetidos a pressão excessiva.
•
Selye - descreveu o estresse como uma reação adaptativa do corpo quando submetido a
eventos estressores (Síndrome de Adaptação Geral)
•
Caracterizou o estresse em três fases:
primeira fase ocorre a reação de alarme
na segunda fase a resistência
na terceira fase a exaustão
•
Estresse, em princípio, não é ruim nem causador de doenças. É um agente impulsor e
benéfico.
•
Quando torna-se extremado, o individuo não tem a habilidade de lidar com ele, o que acaba
por causar efeitos nocivos à saúde física, mental e psicológica.
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CONCEITO BÁSICO DE ESTRESSE
O modelo trifásico de evolução do estresse de Selye, na visão
de Reinhold (2004) destaca que:
•
Fase de alerta: é quando o organismo é mobilizado para enfrentar situações de emergência,
numa reação de luta e fuga.
•
Fase de defesa ou resistência: quando o agente estressor persiste na tentativa de organismo se
adaptar e manter o equilíbrio interno, ocorre um grande gasto de energia, a qual irá fazer falta
para outras funções vitais.
•
Fase de exaustão: é onde ocorre a falta de mecanismo de adaptação a estímulos estressantes
permanentes e excessivos, tornando o organismo suscetível a doenças e disfunções e podendo
inclusive resultar na sua morte. As doenças decorrentes do uso excessivo destes mecanismos
adaptativos foram denominadas por Selye de “doenças de adaptação”.
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CONCEITO BÁSICO DE ESTRESSE
Marilda Lipp (2001) em seus estudos e pesquisas identificou uma quarta fase de estresse, que denominou
de:
•
Fase de quase-exaustão: se caracteriza por um enfraquecimento das pessoas, o que permite o
aparecimento de doenças, embora com menor intensidade do que na fase de exaustão, o que
possibilita que a pessoa tenha uma condição de vida razoavelmente normal.
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O ESTRESSE E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL
O impacto do estresse elevado vivenciados nas fases de quase-exaustão e exaustão acabam gerando
sintomas emocionais, cognitivos, comportamentais e fisiológicos
Os efeitos emocionais podem incluir irritabilidade, ansiedade, dificuldades em dormir, depressão,
hipocondria, sentimentos de alienação, burnout e problemas com as relações familiares e sociais.
Os efeitos cognitivos podem incluir dificuldade de concentração e evocação da informação o que
pode tornar mais difícil a aquisição de novas informações ou a tomada de decisões.
Os efeitos comportamentais podem incluir a dependência de álcool e tabaco, uma dieta pobre,
falta de exercício (por exemplo, devido ao cansaço) e outros comportamentos
destrutivos.
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O ESTRESSE E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL
Os efeitos fisiológicos podem incluir problemas músculo esqueléticos, em particular, dores nas costas,
dor de cabeça, imunidade enfraquecida e problemas digestivos e cardiovasculares.
É essencial desenvolver competências e habilidades que favoreçam o fortalecimento dos professores e
alunos, para lidar com essas condições que são desfavoráveis a saúde pessoal e profissional.
A resiliência emerge como um novo instrumento científico adotado pelas Ciências Humanas, como
mecanismo para descrever pessoas com habilidades de superar as adversidades do cotidiano.
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BREVE HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE RESILIÊNCIA
Resiliência não é assunto novo.
Desde os gregos o ser humano busca se construir, se reorganizar, se reinventar, recriar os cenários da
vida, além de assumir a gestão de um projeto pessoal existencial, que era conhecida como epimeléia –
Foucault (1997)
Emmy Werner e Ruth Smith - retomam o conceito de resiliência através de pesquisa com 700 crianças
que viviam em situações de risco no Havaí.
Michael Rutter - aplicou o termo resiliência para os humanos, em 1987 afirmava que a resiliência era
resultado de um processo que se transcorria entre o repertório individual e seu meio.
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BREVE HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE RESILIÊNCIA
Frederich Flach - publicou o livro “A arte de ser flexível” que descrevia os achados desde 1966
conciliando a teoria de Hans Selye sobre a dinâmica do estresse e apresentando outras qualidades dos
resilientes, como autoestima, bom senso, autoeficácia, bom humor e perseverança
Edith Groteberg - Seu trabalho tem uma base teórica de ruptura e reintegração, no qual se trabalha
com as crenças que provocavam a disrupção da circunstância e a promoção de qualidades resilientes.
Aldo Melillo - resiliência se traduz na capacidade humana de enfrentar, vencer e sair fortalecido de
situações adversas e transformado.
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CONTRIBUIÇÃO DA TEORIA COGNITIVA NA RESILIÊNCIA
Aaron Beck (1993) definitivamente contribuiu para o estabelecimento das pesquisas sobre como
desenvolver resiliência a partir da reorganização de esquemas básicos de crenças. Esses esquemas, de
acordo com Beck, são estruturas de pensamentos que atuam como organizador para as faculdades
cognitivas de classificar os eventos, de categorizar as situações dando-lhes senso de qualidade e
intensidade, de interpretar e dar significado aos fatos e as experiências.
As pessoas desenvolvem ao longo de suas vidas crenças acerca de suas habilidades em lidar e
administrar as situações, os eventos que lhes acontecem. São crenças e valores estruturantes em uma
pessoa.
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CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA POSITIVA NA RESILIÊNCIA
Seligman - contribuiu com a Psicologia Positiva e recuperou as pesquisas sobre o otimismo no
processamento mental, culminando nas virtudes e as fortalezas inerentes aos humanos.
O foco da Psicologia Positiva é ter um olhar voltado para o potencial humano, para o saudável e não
para as deficiências ou a doença.
A contribuição da Psicologia Positiva para a resiliência está nas características da felicidade, o senso de
bem-estar, a humildade, a autodeterminação, a fé, a sabedoria, a nobreza nos sentimentos, a
criatividade, o autocontrole, a gratidão, o perdão, a capacidade de sonhar, a esperança e o otimismo.
Essas são virtudes próprias e inerentes às pessoas.
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A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE RESILIÊNCIA – “ABORDAGEM RESILIENTE”
•
A palavra resiliência significa “propriedade que alguns corpos têm de retornar á forma original após
terem sido submetidos a uma deformação”. (dicionário da língua portuguesa Houaiss)
•
No ser humano seria possível voltar à forma original depois de ter sofrido o impacto da situação de
elevado estresse? Já não é mais possível, pois ocorreram mudanças significativas que provocam
transformações.
•
O conceito de resiliência desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Resiliência (SOBRARE) se caracteriza
por uma “Abordagem Resiliente”, com embasamento teórico da Terapia Cognitiva e da Psicologia
Positiva.
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A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE RESILIÊNCIA – “ABORDAGEM RESILIENTE”
•
Na “Abordagem Resiliente” o conceito de resiliência se revela como:
A capacidade de aprender a administrar e superar obstáculos, adversidades e situações de
elevado estresse, a partir das crenças básicas. Quando esses modelos de crenças tornam-se
coerentes e flexíveis por meio da ressignificação das crenças, capacitam as pessoas a
enxergar, compreender e encontrar em seus próprios recursos internos condições para tomar
decisões adequadas para lidar, superar, sobreviver e vencer as situações de adversidade nas
diferentes áreas da vida, com uma visão positiva, que favorece retomar seu equilíbrio,
tornando-se supreendentemente mais fortalecidas e maduras – que é o “ser resiliente”.
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A ABORDAGEM RESILIENTE E OS 8 MODELOS CRENÇAS
•
Ao desenvolver resiliência por meio do treino das competências pessoais internas, os professores como
os alunos aprendem e adquirirem um modo positivo, coerente e flexível de administrar as situações de
adversidades.
•
A ressignificação das crenças, ocorre em 8 áreas da vida, que são: autocontrole das emoções, otimismo
para com a vida, análise do ambiente, empatia, autoconfiança, leitura corporal, capacidade de alcançar e
manter pessoas e sentido de vida.
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A ABORDAGEM RESILIENTE E OS 8 MODELOS CRENÇAS
O significado de cada uma das 8 áreas de acordo com a definição de Barbosa (2010)
Autocontrole das Emoções: se refere a capacidade da pessoa se manter calma e administrar seus
sentimentos quando está sobre pressão ou diante de imprevistos.
Otimismo: é a capacidade de manter a esperança, tendo a convicção de que as situações irão mudar, pela
crença de que é possível gerenciar a situação hoje, com vistas para um amanhã melhor.
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A ABORDAGEM RESILIENTE E OS 8 MODELOS CRENÇAS
Autoconfiança: é a habilidade de se sentir eficaz nas ações que serão realizadas. Acreditar em seus
recursos internos.
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A ABORDAGEM RESILIENTE E OS 8 MODELOS CRENÇAS
Análise do Ambiente: é a habilidade de identificar as razões dos problemas e adversidades, mapeando as
pistas no ambiente.
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A ABORDAGEM RESILIENTE E OS 8 MODELOS CRENÇAS
Empatia: se refere à capacidade de compreender as outras pessoas, em seu estado emocional e
psicológico, e agir de acordo com esse entendimento.
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A ABORDAGEM RESILIENTE E OS 8 MODELOS CRENÇAS
Leitura Corporal: é a capacidade de perceber as mudanças que acontecem em seu corpo diante de
situações adversas e controlar os “sintomas do estresse” nos sistemas nervoso e muscular.
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A ABORDAGEM RESILIENTE E OS 8 MODELOS CRENÇAS
Alcançar e manter pessoas: refere-se à habilidade de construir e manter relacionamentos, formando
fortes redes de apoio e proteção.
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A ABORDAGEM RESILIENTE E OS 8 MODELOS CRENÇAS
Sentido de Vida: é a capacidade de entender e manter um sentido maior para a existência, trazendo valor
para a vida. É a fonte de felicidade.
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A ABORDAGEM RESILIENTE E OS ESTILOS COMPORTAMENTAIS
São três os estilos de expressar resiliência na Abordagem Resiliente
•
O estilo comportamental de Intolerância para o estresse elevado: são comportamentos que têm na sua
expressão características de atacar a fonte de estresse, portanto de agressão, ansiedade e raiva.
•
O estilo comportamental de Passividade para o estrese elevado: são comportamentos expressos com
características de se submeter à situação de estresse, assim tingidos de negativismo e pessimismo.
•
O estilo comportamental de Equilíbrio: são comportamentos que têm na sua expressão características de
flexibilidade, equilíbrio e coerência em situação de elevado estresse.
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AS CONSEQUÊNCIAS DA PROMOÇÃO DE RESILIÊNCIA NA SAÚDE PESSOAL E
PROFISSIONAL NO ÂMBITO ESCOLAR
•
Entender quais são as reais potencialidades de realização.
•
Os eventos adversos tendem a estar fora do controle das pessoas, mas a forma como as pessoas
respondem aos eventos não está. Assim, as intervenções são direcionadas para o uso positivo das
emoções, para o desenvolvimento de competências para dar apoio a avaliação realista da adversidade e
para a implantação de estratégias eficazes para lidar com as situações adversas.
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AS CONSEQUÊNCIAS DA PROMOÇÃO DE RESILIÊNCIA NA SAÚDE PESSOAL E
PROFISSIONAL NO ÂMBITO ESCOLAR
São intervenções que incluem:
Desenvolvimento de perspectiva otimista: é a forma como pensamos os eventos e não os eventos
propriamente ditos que determina o que sentimos e a forma como reagimos. Não nascemos nem
otimistas nem pessimistas, sendo estes comportamentos aprendidos. Podemos, assim, aprender a adotar
uma perspectiva mais otimista.
Discurso interno positivo: Embora não nos seja muitas vezes possível controlar os eventos que
acontecem em nosso redor, podemos controlar a forma como reagimos e pensamos sobre eles.
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AS CONSEQUÊNCIAS DA PROMOÇÃO DE RESILIÊNCIA NA SAÚDE PESSOAL E
PROFISSIONAL NO ÂMBITO ESCOLAR
São intervenções que incluem:
Desafiar Pensamentos Negativos: Depois de identificados os pensamentos negativos, desafiá-los e
ressignificá-los pode revelar-se uma forma muito eficaz de lidar mais eficazmente com situações de
estresse.
Aprender Técnicas de Relaxamento: relaxar é uma competência que precisa ser aprendida e praticada.
Melhorar as competências de resolução de problemas: Encorajar o desenvolvimento de competências
mais eficazes de resolução de problemas.
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AS CONSEQUÊNCIAS DA PROMOÇÃO DE RESILIÊNCIA NA SAÚDE PESSOAL E
PROFISSIONAL NO ÂMBITO ESCOLAR
São intervenções que incluem:
Desenvolver uma gestão de controle interno: é um conceito que se refere à extensão na qual as pessoas
acreditam poder ou não controlar os resultados dos acontecimentos que os afetam.
Aprender a ter um comportamento e estilo de vida saudável: identificar coisas que fazem ou poderiam
fazer para promover a sua saúde física e psicológica (por exemplo, dieta saudável, exercício físico, higiene
do sono, atividades sociais).
Treinar uma postura de assertividade: que visa desenvolver a habilidade de expressar ideias, opiniões e
sentimentos, assegurando confiança.
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CONCLUSÃO
•
Em Resiliência não existe fórmula mágica , é uma capacidade que pode ser aprendida, desenvolvida e
conquistada.
•
Estar resiliente é conquistar a capacidade de aprender a planejar ações que levam em consideração:
O valor e significado da vida.
A administração das adversidades, dando um novo sentido para suas crenças (ressignificar), o que
possibilita desenvolver comportamentos e atitudes adequados, flexíveis e coerentes.
Manter relacionamentos que possibilitam fortes redes de apoio e proteção.
Ter uma visão otimista do presente e do futuro.
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CONCLUSÃO
Perceber as mudanças que estão ocorrendo em seu corpo quando vivenciam situações adversas.
Apresentar uma postura de assertividade.
O treino para aumentar a autoconsciência para tirar proveito das forças internas.
O desenvolvimento de um senso de autoeficácia na rotina diária e no trabalho.
Tirar proveito das situações de adversidades e de estresse para crescer, se fortalecer e amadurecer
na vida.
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