ISBN 978-85-8015-040-7 Cadernos PDE 2008 VOLUME II Versão Online O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE Produção Didático-Pedagógica UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE MÚSICA APRECIAÇÃO MUSICAL COM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO Professora PDE ARTE: Ivone Prado - NRE Goioerê Professora Orientadora UEM: Vânia Malagutti Fialho MATERIAL DIDÁTICO apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional PDE - Secretaria de Estado da Educação do Paraná. MARINGÁ 2008 APRESENTAÇÃO.............................................................................................. 4 INTRODUÇÃO À APRECIAÇÃO MUSICAL....................................................... 5 1 FORMAS E MEIOS DE OUVIR MÚSICA....................................................... 6 1.1 DO FONÓGRAFO À RÁDIO.....................................................................7 1.2 MÚSICA POPULAR NO RÁDIO............................................................... 8 2 APRECIANDO MÚSICA E SEUS ELEMENTOS SONOROS......................... 9 2.1 ELEMENTOS SONOROS E MÚSICA...................................................... 9 2.2 PERCEBENDO OS ELEMENTOS SONOROS........................................ 10 3 OUVINDO E COMPREENDENDO OS ESTILOS MUSICAIS....................... 11 3.1 MÚSICA SERTANEJA.............................................................................. 12 3.2 ROCK IN ROLL........................................................................................ 14 4 APRECIANDO OUTROS SONS, OUTRAS MÚSICAS.................................. 17 4.1 SONS ALTERNATIVOS............................................................................ 18 4.2DIVERSIDADE MUSICAL..........................................................................18 REFERÊNCIAS.............................................................................................. 21 Esse material didático tem por objetivo oferecer ferramentas para auxiliar na apreciação musical, bem como sondar e explorar as formas de como nossos jovens ouve e percebe a música. Nesse sentido, traz aspectos que contribuem na percepção dos elementos musicais, buscando ampliar a escuta e a compreensão musical. O material está organizado em quatro capítulos distintos e complementares: os meios e formas de se ouvir música, os elementos dos sons e da música, Apreciando e compreendo os estilos musicais, e, apreciando outros sons e outras músicas. Cada bloco traz informações teóricas e sugestões práticas, equilibrando a indicação de algumas músicas com o repertório e a vivencia musical dos alunos. 4 É constante na vida atual a presença da(s) música(s), principalmente com o desenvolvimento tecnológico d o s meios de comunicação como toques de celulares, CD, DVD, TV, rádio, computador e outros. Mas, como ouvimos e apreciamos essas músicas? A apreciação é entendida como um exercício que leva a ampliar conhecimentos intuitivos e analíticos. Proporciona a construção do conhecimento d a l in gu a g e m m u sica l e o f e r ece ferramentas para direcionar análises e escolhas musicais sobre o repertório que se ouve em sala de aula e o repertório que se ouve no cotidiano (CUNHA, 2003). Vamos ampliar nossas experiências musicais? Para isso iniciamos colhendo algumas informações musicais, por meio de uma “sondagem musical”. As informações musicais colhidas podem ser utilizadas nas atividades das próximas aulas, valorizando as experiências musicais existentes no grupo. Escreva quais são suas preferências musicais no que se refere a: E s t i l o s m u s i c a i s : _________________________________ Cantores e/ou grupos/bandas: _________________________________ _________________________________ Três musicas prediletas e seus intérpretes: 1) __________________________ 2) __________________________ 3) __________________________ Cite o que você não gosta de ouvir: _________________________________ Toca algum instrumento musical? ( ) sim ( ) não Se sim, qual?_________________ Há quanto tempo? ( ) menos de um ano ( ) mais de um ano ( ) outro:_____________ Onde? _________________________ Convive ou conviveu com alguém que é músico? Quem? ________________________________ 5 ] Existem inúmeras formas de ouvir e compreender música. Com o desenvolvimento tecnológico há equipamentos e aparelhos de diferentes formatos, modelos e potências. Há os aparelhos que permitem se ouvir e ver música em grupo como o fonógrafo, rádio, televisão, vitrola, DVD, computador, vídeos cassete e os que são construídos para se ouvir música sozinho, como o MP3, MP4, walkman. Além dos aparelhos específicos para se ouvir música, existem também os aparelhos com multi funções que permitem comunicação e audição musical, como os aparelhos de celulares. F a ç a u m l e va n t a m e n t o d o s diferentes equipamentos presentes em sua classe e relacione-os no quadro, discutindo os formatos, volume de som, capacidade de armazenamento de músicas. 6 Como iniciou o processo de registro e reprodução sonora? A seguir vamos conhecer quais os primeiros equipamentos a registrar e veicular o som. 1877 poeta francês Charles Cros apresentou à Academia de Ciências de Paris um documento sobre um aparelho capaz de reproduzir e gravar sons. Conta a história que por falta de dinheiro não pode apresentar o aparelho. Três meses depois Thomas Alva Edison, nos Estados Unidos, gravou a primeira música no aparelho. Pensa que as pessoas tinham acesso à música de maneira simples como hoje? 1878 um fonógrafo (máquina em forma de cilindros, que reproduzia e gravava vozes) foi apresentado como uma das atrações da Conferência da Glória no Rio de Janeiro, que também apresentava o microfone e o telefone. Neste ano o Imperador Pedro II autoriza a Thomas Edison o uso de sua invenção no Brasil. rádio Brasil (Rio de Janeiro). 1888 - Carlos Monteiro de Souza, representante de Thomas Edison faz demonstração gravando as vozes da família real brasileira. 1900 Inaugura no Rio de Janeiro a Casa Edison, que vende cilindros, fonógrafos e discos (ou chapas onde ficam gravadas as vozes). 1923 Insta-se no Rio de Janeiro a primeira emissora de rádio brasileira, Rádio Sociedade, tem como proprietários Edgar Roquete Pinto e Henrique Morize. Logo após, instalam-se outras rádios tendo como programação a música erudita, palestras e conferências. 1902 - Iniciam-se as gravações com artistas brasileiros. É lançado o lundu “Isto é Bom”, com o cantor Baiano, gravado pela Casa Edison. As gravações são feitas em discos e tocadas no gramofone (aparelho que toca discos). O repertório são basicamente modinhas (cantoria de salão com prestígio durante o império), cantadas por Baiano e Cadete. Gramofone. 1908 - Lee De Forest promoveu uma emissão à rádio do alto da Torre Eiffel, em Paris. 1922 É realizada a primeira emissão à Fonógrafo. 7 O Rio de Janeiro, que na década de 20 era a Capital da República, atraía emigrantes de todo Brasil. Com eles vinham as músicas cantadas nas diferentes regiões do país. Com isso, junto ao chorinho e ao maxixe considerados gêneros urbanos, vários cantores interpretam músicas dos sertões, música rural. Nessa época a música instrumental tinha vantagens em relação à música vocal, no momento de registrar os sons nas gravações. Isso porque a pobreza tecnológica no processo de gravação resultava na perda de qualidade da música vocal. Para amenizar esse fato era necessário que o cantor possuísse características peculiares e potência vocal que sensibilizasse a maquinaria. Esta potência foi encontrada nas vozes de Baiano ou Manoel Pedro dos Santos (18871944), Cadete ou Manoel Evêncio da Costa Moreira (1874-1960), Eduardo das Neves (1874-1919) e Geraldo Magalhães (18781970). D e vi d o à s d if i cu l d a d e s n a s gravações das músicas populares, estas eram mais divulgadas nos teatros, nas festas religiosas e também através das bandas civis e militares, inclusive no carnaval. Contudo, a partir de 1923 as gravadoras e rádios abrem mais espaço para a voz e os empresários descobrem que mesmo com a qualidade sonora comprometida os ouvintes fixavam as melodias e acompanhavam as músicas, cantando. Com isso há uma demanda para o crescimento da empresa radiofônica que emprega músicos, técnicos, compositores e alimenta o sonho de sucesso artístico e financeiro de cantores e instrumentistas. Tenha sempre um bloco de anotações para registrar suas experiências musicais e as contribuições dos colegas. Essas anotações serão utilizadas no final desta proposta. DIFERENTES FORMAS DE SE OUVIR MÚSICA Após informações sobre o início do processo de gravação sonora, vamos desfrutar do avanço tecnológico e apreciar algumas músicas por diferentes meios: - Vitrola - CD - MP3, MP4 - DVD - música ao vivo (se houver músicos na turma ou possibilidades de convidados externos) Relacione e discuta com os colegas quais as diferenças e semelhanças de cada um dos meios veiculados, destacando o volume e a qualidade sonora, bem como as peculiaridades de somente ouvir música e ver e ouvir música. 8 Na apreciação musical, além dos diferentes meios de se ouvir música, também é necessário considerar e conhecer os elementos do som e da música, percebendo sua organização. Para falar de música, precisamos falar de som. Nem todo som é música, mas toda música é composta por sons. Todo e qualquer som é constituído por elementos sonoros que o caracteriza. São eles: a intensidade, a altura, o timbre, a duração, e a densidade. Duração: está relacionado a sons curtos/longos. É a quantidade de tempo que o som ocupa. Na seqüência dos sons pode aparecer o silêncio. Em música está relacionado ao rítmo, andamento e pulsação. Timbre: está relacionado a origem da fonte sonora. Permite distinguir a origem dos sons. Também é por meio do timbre que identificamos a voz das pessoas, o som dos animais, de acontecimentos e de uso de objetos do cotidiano. Musicalmente está relacionado aos instrumentos. Intensidade: está relacionada a sons fortes/fracos, que dependem da intenção com que é executado. A intensidade do som pode ser medida através de decibéis. Em música chamamos de dinâmica as diferenças e nuances relacionadas ao volume sonoro e aos Densidade: refere-se a quantidade de sons acontecendo simultaneamente. Ex: uma pessoa batendo palmas é diferente de 30 pessoas batendo palmas. Por estar relacionado a quantidade de som existem visões diferentes quanto a densidade como elemento formadora do som. Em música está relacionada a orquestração/instrumentação de trechos executados por várias pessoas ou por um solo. O que personaliza e identifica cada música é a maneira como os elementos do som e da música estão organizados. contornos decorrentes do mesmo (forte, meio forte, fraco, meio fraco, etc). Altura: está na relação entre sons graves e agudos. Para determinar a frequência, a altura dos sons, a medida usada é em Hertz. Em música está relacionada as notas musicais, a melodia e a harmonia. 9 Durante a audição de uma música: - Escolher um instrumento que está sendo executado - Encontrar um som que possa representar o instrumento escolhido - Reunir grupos de acordo com a escolha dos instrumentos - Acompanhar o instrumento com o som que o represente. - Diminuir pausadamente o volume do aparelho de som utilizado - Executar os sons dos alunos sem a música inicial. Atividade - Todos ao mesmo tempo, com movimentos da mão, acompanhar os sons que se destacam movimentando do agudo para o grave e do grave para o agudo. Cantar a música trocando as palavras por sons vocais em x, z, m, na (reconhecer a melodia). Regência - Escolher uma música, ou refrão que todos cantem. - Cantar e acompanhar batendo as palmas das mãos na pulsação. - Cantar e acompanhar a melodia da música batendo os dedos. - Dividir a turma em dois grupos (pode ser masculino e feminino) - Cada grupo executa um dos acompanhamentos citados, depois inverte. - Com a mesma música o regente indica vozes femininas, depois masculinas, momentos de junção das vozes. - Proporcionar através da regência, momentos com palmas fortes, palmas suaves, uma pessoa cantando, duas três e assim sucessivamente. - Cantar com e sem acompanhamento das palmas. - Organizar a classe em pequenos grupos (4 ou 5 alunos); - Utilizando músicas da “sondagem musical” cada grupo destacar um elemento sonoro. Ex: grupo 1 bater palmas no ritmo da música; grupo 2 fazer uma performance de acordo com a intensidade da música escolhida, grupo 3 cantar uma estrofe em diferentes alturas (mais grave, mais agudo ou vozes masculinas e vozes femininas); grupo 4 explorar a densidade cantando o refrão e estrofe da música alternando em solos e canto coletivo; grupo 5 identificar os instrumentos musicais de três músicas distintas. Após alguns minutos para o desenvolvimento da atividade, depois cada grupo deve compartilhar com a classe o elemento sonoro explorado, a música utilizada e os comentários sobre a experiência. Para o desenvolvimento das atividades a escolha das músicas pode ser feita pelos alunos ou pelo professor. 10 A preferência por um estilo musical é, muitas vezes, refletida no estilo de vida dos jovens, seja no figurino, nas gírias, no círculo de amigos. Para QUEIROZ (2005) a mídia e outros fatores do cotidiano, como família, amigos e escola influenciam sobre o ato do ser humano em compreender música. As influências extra-musicais constituem grupos que partilham conceitos, comportamentos, produtos de consumo. A este fenômeno sociocultural que reúne múltiplas características da cultura podemos chamar de performance. Ex.: O figurino usado pelo artista, sua linguagem, seu estilo de vida, locais onde são feitos os shows, que acabam influenciando seus fãs no cotidiano, a ponto de vender outros produtos além da música. Sendo assim a música hoje não é apresentada somente pela sua sonoridade, mas principalmente, por sua performance. 1) As respostas podem ser listadas no quadro, em transparências ou ainda no computador, utilizando um datashow. 2) O repertório a ser ouvido pode ser a partir das informações colhidas na “sondagem musical”. Para iniciar vamos ouvir duas músicas, uma do estilo sertanejo e outra do rock. Liste num papel suas impressões e percepções de cada uma delas. Na seqüência entregue o papel para que a professora que irá disponibilizar à turma todas as respostas, para posterior análise e discussão. 11 A música sertaneja tem sua origem vinculada às vivências e costumes do caipira do sertão. A primeira gravação data de 1928, por Cornélio Pires, considerado o precursor dos sertanejos na cultura de massa. Também o cantor Raul Torres se destaca a partir dos anos 30. - Executada por um duo vocal, com vozes paralelas geralmente de tenores, com voz nasal e uso acentuado de um falsete típico. - O acompanhamento tem como principal instrumento a viola, outros também são executados como a gaita e o acordeom. - Interpretam canções estróficas que após uma introdução de viola ou repique evocam na letra a beleza e a romântica paisagem, o modo de vida do homem do interior, a melodia é simples e melancólica. Gravando na época ou em época posterior, mantém esta tendência entre outros Cornélio Pires, Alvarenga e Ranchinho, Torres e Florêncio, Tonico e Tinoco, Vieira e Vieirinha, Pena Branca e Xavantinho. Músicas de referência “O Bonde Camarão” e “Cabocla Tereza”. - Anos 30: As duplas cantam também modas de viola com temáticas ligadas a realidade cotidiana, em forma de crônicas. Ex. “A Carestia” gravada em 1934 por Mandi e Sorocabinha. Nesta década destacam-se Zico Dias e Ferrinho, Laureano e Soares, Mariano e Caçula, entre outros. - Anos 40 e 50: Com influências da polca, da guarânia e da rancheira surgem novos rítmos introduzidos no Brasil por Nhô Pai e Mário Zan, como o rasqueado e a moda campeira que tem como representante o violeiro Tião Carreiro. A temática vai ficando mais amorosa, aparece o caráter autobiográfico e influência mexicana com instrumentos como violino e trompete com floreios entre as frases. Os artistas desta fase são Cascatinha e Inhana, José Fortuna, Luizinho, Limeira e Zezinho, Irmãs Galvão, Irmãs Castro, Sulino e Marrueiro, Palmeira e Biá, Milionário e José Rico. - Anos 60: Há a introdução da guitarra elétrica na música sertaneja por Léo Canhoto e Robertinho. Sérgio Reis que participava da jovem guarda começa gravar repertório tradicional sertanejo e continua até hoje. Os locais de performance da música sertaneja era o circo, os rodeios e rádios AM. O cinema é um dos meios de divulgação tanto das músicas, quanto da vida do caipira, do sertanejo, como Teixeirinha, Mazzaropi e outros. - Anos 80: Há exploração comercial, com influência norte-americana do country e de releitura de sucessos internacionais. Para agradar os habitantes da cidade grande os temas não são rurais e sim o amor não correspondido e o marido traído ou temas 12 românticos e de clara inspiração urbana. O estilo vocal se mantém, enquanto a in strument ação e o rítmo sofre m influências, como a balada, disseminadas pela indústria cultural. Os arranjos instrumentais adicionam orquestras, base de rock. O estilo vocal e a temática do cotidiano mantém a unidade de música sertaneja. Os representantes desta tendência são as duplas Chitãozinho e Chororó, Leandro e Leonardo, Zezé Di Camargo e Luciano, Christian e Ralf, Roberta Miranda, João Mineiro e Marciano, entre outros. Observar os comentários dos alunos, os destaques da música, seqüência sonora, instrumentos, execução vocal. Registrar os comentários para as aulas posteriores. A música sertaneja é brasileira, com história longa e cheia de detalhes, passou por várias fases com inúmeros compositores e intérpretes. Os dados aqui citados não encerram o assunto e não cita muitos músicos sertanejos impossíveis de relatar neste momento pela extensão do tema. Nas pesquisas, sempre aparecem Vamos ouvir um exemplo de música sertaneja Rancho Fundo gravada por Ary Barroso e Lamartine Babo, em 1932, em duas versões: Primeiro uma versão gravada por Roberto Silva e, em seguida cantada por Chitãozinho e Xororó e outros cantores. Para acompanhar, você receberá a letra da música recortada em diversas frases, em forma de tira de papel. Ouve-se a música quantas vezes se fizerem necessárias para completar a seqüência da letra da mesma. dados novos, alguns sites trazem vídeos, músicas, estudos teóricos, e arte visuais. Vamos lá!!!! Sugestões de sites para vídeos, históricos, reportagens e demais pesquisas: http://www.Cliquemusic.uol.com.br/br/Gen eros http://www.universosertanejo.com.br http://www.violatropeira.com.br. Filmes do Mazzaropi 13 É um gênero musical popular que se desenvolveu nos Estados Unidos da América nos anos 40. As raízes do rock estão no Blues e no Country. A primeira trazida pelos escravos e a segunda criada pelo homem do campo. - Anos 40 e 50: Ocorre a junção de uma batida africana com a guitarra. Na interpretação o canto se sobressai ao ritmo. Destacam-se nesse momento cantores como Elvis Presley, Chuck Berry, Bo Didley, Fats Domino, Little Richard, Jerry Lee Lewis e Gene Vincent. - O som do rock é composto por guitarra elétrica, baixo eletrônico, bateria, teclado e vocalista. A partir da década de 70 acompanha os sintetizadores musicais. Às vezes são usados saxofones e gaitas. - Pelo número de instrumentos podemos dizer que o rock é executado em grupo formado por no mínimo 4 pessoas. - O andamento é baseado no blues, que é rápido e dançável. - Há contradições sobre o primeiro rock, mas a primeira canção de sucesso é “Rock Around The Clock” de Bill Haley. - Anos 60: Surgem vários estilos: o psicodélico fazendo referência a experiências alucinógenas. surf music: rock selvagem com tempos musicais rápidos, inovação na percusão e sons de guitarra com reverbes e ecos. garage rock onde os grupos iniciantes ensaiam em garagens, imitando os grupos famosos. rock progressivo com a inclusão de instrumentos de sopro e orquestra. Há ainda o Rock de Protesto, onde vários grupos iniciam protesto com músicas em oposição a guerra do Vietnã. Grupos desta década são: Beatles, Roling Stones, Animals, Yardbirds, Jimi Hendrix, Grupo Cream, Janis Joplin, Pink Floyd. - Anos 70: Heavy metal: rock pesado, tanto no som quanto na atitude em palco com exageros e rebeldias para fins de marketing. Com os grupos Queen, Kiss, Metallica. Arena rock: onde inicia os grandes shows. Grupos The Rolling Stones, The Who, The Beatles, Led Zeppelin. Punk rock: aborda questões sociais, políticas, namoro, emoções, frustrações, direitos, sexismo, racismo e outros. Grupos: Black Flag, Minor Threat e Bad Brans, Amebix, Doom e muitos outros. - Anos 80: New Wave são as bandas com origem nas escolas de arte, menos punk. Talking Heads o e Devo. Glam Metal, apelo a rebeldia, com 14 com inovação na guitarra, o grupo mais conhecido é o Kiss pelo estilo de vida excessivo refletido no figurino e na maquiagem. Surgem mais bandas neste período, embora não sendo bandas típicas de glam metal, são eles: Guns N'Roses, Bom Jovi e Poison. Movimento Underground ignora o rock comercial glam e heavy metal e surge o rock em pequenos bares e casas de shows, oportunizando mais pessoas montarem bandas. Rock Alternativo: combina várias influências recebidas no rock, diversificando os sons com ricas harmonias outros gêneros musicais, temas como guerra e suicídio, sons pesados e distorcidos, música eletrônica, novas estratégias de divulgação e novas performances. Entre muitos outros: The Vines, Interpol, Gang of Four, Bloc Party, The Rapture. vocais e mais melódicos. Os universitários aderiram e as gravadoras investiram em vários grupos. A comercialização teve destaque com os grupos Dinosaur Jr, Firehouse e Nirvana. lançamentos. Em 1941 a gravadora Odeon lança o rock “Dizem Que Sou Um Mau Rapaz”, com interpretação de Francisco Alves e composição de Custódio Mesquita. Somente em 1955 a cantora Nora Ney gravou o primeiro rock em inglês “Ronda das Horas” ou “Rock Around The Clock” pela gravadora Continental. Em 1957 Betinho e Seu Conjunto, gr ava ut ilizan do g uita rra e létr ica : - Anos 90: As bandas têm influências dos estilos já existentes e novidades como grupos menos comerciais, grupos femininos, grupos feministas, mistura de - Anos 40 E 50: No Brasil os primeiros rocks foram executados por bandas de jazz e cantores tradicionais, nas festinhas dos jovens e cinemas, pressionando as gravadoras por “Enrolando Rock”. Seguindo, Miguel G us t avo c o mp ô s “Ro c k a nd Roll Copacabana” interpretado pelo cantor mais popular do país, Cauby Peixoto. O rock é divulgado por Elvis Presley em 1956 no filme “Ao Balanço das Horas”, tido como excitante frenético e provocante. Em 1958 com os irmãos Celly e Tony Campello vem do interior de São Paulo, ganham espaço em programas de rádio e televisão. As músicas mais conhecidas são “Estúpido Cupido”, “Banho de Lua”. - Anos 60: Os grupos de sucesso são Os Incríveis, depois Ronnie Cord. A TV entra em cena com programa liderado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia do movimento da Jovem Guarda. As músicas “Splish Splash” e “Parei Na Contramão” são as que se destacam. Mais pessoas surgem nos programas de TV agradando o público com rock: Renato e Seus Blue Caps, Golden Boys, Jerry Adriani, Eduardo Araújo e Ronnie Von. 15 - Anos 70: O Grupo Mutantes, tem como integrante a cantora Rita Lee, é um dos primeiros grupos a ser reconhecido no exterior. No Brasil é a vez de Raul Seixas, ícone desta década com músicas debochadas, esotéricas e motivacionais. O grupo Secos e Molhados também desponta nos sucessos e um dos seus integrantes é o cantor Ney Matogrosso. A dupla Sá Rodrix e Guarabyra inicia o Rock Rural. - Anos 90: O rock dos anos 90 chega com ifluências do reggae, forró, hap, entre outros.Alguns nomes: Raimundos, jota Quest, Pato Fu, Mamonas Assassinas, Cássia Eller. A partir do ano 2000 alguns grupos reaparecem e outros despontam como Detonautas, Charlie Brown Jr., NX Zero, entre muitos outros. Ouvir uma música escolhida pelos alunos. Analisar como se organizam as seqüências musicais, ou as partes que compõe a música. Quando se repetem e como se repetem, dando uma forma à - ANOS 80: Com temas urbanos e do cotidiano o rock segue com alguns destaques: RPM, Ultraje a Rigor, Legião Urbana, Titãs, Barão Vermelho, Kid Abelha, Engenheiros do Hawai, Blitz, Paralamas do sucesso e Sepultura. Alguns cantores não continuam com as bandas iniciais, seguindo carreira solo, e outros já iniciam em carreira solo. Entre eles, Rita Lee, Evandro Mesquita, Ney Matogrosso, Edu Lobo, Baby Consuelo, Pepeu Gomes. O filme Escola de Rock traz momentos de construção de conhecimentos musicais sobre o rock. Por meio dos recortes do filme pode ser apreciada a performance e o encaminhamento feito pelo personagem do professor. música. Primeiro identificar quais as partes e utilizar uma grafia para cada parte diferente, uma maneira de representar os sons. Em seguida representar a seqüência das partes da música, o que vamos chamar de forma musical. 16 Segundo a Diretriz Curricular Arte/Artes (2008), a música também contribui na vida do ser humano, influenciando no seu modo de sentir e p e n s a r, d e a l g u é m c o n s t r u i n d o significados. Além disso, a música traz a história de diversas culturas com suas práticas sociais e cotidianas que poderão ser objetos de conhecimento, de reflexão, análise e crítica. Para análise e reflexão vamos apreciar uma música do movimento musical denominado “Tropicalismo”. Alegria dentre outras. O Tropicalismo surge no decorrer dos anos 60 no Brasil. São músicas sem compromisso com estilo musical, com temas de protestos aos acontecimentos da época, ressaltando nostalgicamente questionamentos sobre a Ditadura Militar. Os compositores deste movimento preocupam-se com a perfeita integração entre música e letra. São eles: Caetano Velozo, Chico Buarque, Milton Nascimento. As músicas: Roda Viva, Tropicália, Alegria sobre a música. Vamos ouvir a música “Para não dizer que não falei das flores” de Geraldo Vandré. Cada aluno recebe uma cópia da letra da música e identifica a sílaba que coincide com o “tempo forte” do ritmo executado. Após esta atividade registrar as percepções sonoras e outras reflexões Na educação democrática, é preciso expandir o conhecimento musical, construir saber contextualizado para cada grupo social. Expandir o desenvolvimento musical é mais que adquirir conhecimento de uma vertente musical vista como uma linguagem universal. Nesse sentido significa desenvolver um pensar e uma prática abrangente que desenvolva diferentes competências, selecionando conteúdos de vários padrões, que valorize diferentes contextos usos e funções, incluindo as múltiplas performances em suas diversas formas de transmissão (QUEIROZ, 2005). Dessa forma, há os grupos musicais que se destacam pela originalidade de utilizar “sons alternativos” em suas composições e há as particularidades das manifestações culturais diversas. 17 Nos “sons alternativos” as fontes sonoras são os sons corpo, os sons de diferentes objetos, além do uso de instrumentos construídos com sucata e elementos da natureza, dentre outras. Como exemplos de grupos musicais que utilizam esse recurso para produzir músicas têm: Barbatuques, Uakti, Stomp, Blue Man Group, Batubatê, Mayumana, Ciclophonica, Mawaca, Nana Vasconcelos, Hermeto Paschoal. No laboratório de informática do colégio, organize a turma em grupo e cada grupo deve fazer download vídeos do Youtube de diferentes grupos musicais que utilizam sons alternativos. Na sequência os grupos deverão compartilhar com a turma toda suas descobertas, comentando quais os sons e fontes sonoras predominantes. A apreciação musical não é desenvolvida separadamente da execução musical. Por isso executaremos uma improvisação sonora, após a audição e visualização de experiências com sons alternativos. Sugestão de encaminhamento para a prática: - Formar grupos - Cada grupo escolherá um som e como representá-lo graficamente - Apresentar o som escolhido - Organizar a seqüência dos sons obtidos - Registrar visualmente a organização dos sons, construindo uma grafia musical não convencional. Além das experiências sonoras apreciadas até o momento, existem diversas formas, estilos e gêneros que não são comuns no meios de veiculação musical em massa. Dentre elas está a música étnica, canto gregoriano, ópera, música concreta, música realista, música eletrônica, música arudita. Vamos descobrir mais fontes sonoras, procurar o que não estamos acostumados ouvir. Fazer uma coletânea de materiais que temos em casa, livros, discos, CD, DVD, revistas e pesquisas na internet. 18 Após desenvolver a pesquisa individual, organizar grupos e escolher uma proposta de análise musical. Sugestões para análise: -Comparar músicas em épocas diferentes, contextualizando passado e presente - P e sq u i s a r m ú s ic a s contemporâneas -Pesquisar músicas étnicas -Pesquisar músicas eruditas -Pesquisar música paranaense e regional -Identificar a influência da música indígena e africana -Comparar uma composição com dois ou mais intérpretes. Sugestões de sites para pesquisa Acrescente mais sites a esta lista http://www.youtube.com http://www.Cliquemusic.uol.com.br/ br/Generos http://www.universosertanejo.com.b r Http://www.violatropeira.com.br. http://www.whiplash.net http://www.geocities.com http://www.alzehimer.sites.uol.com. br http://www.wikipedia.org Http://www.dicionariompb.com.br Para fechamento do trabalho a análise feita será socializada por meio de seminário com a exposição oral e painéis produzidos pelos alunos. Finalizando... Segundo tudo o que estudamos até agora e a vivência musical do cotidiano, como podemos perceber música? O que podemos observar sonoramente durante uma execução musical? 19 Elaborar, junto aos alunos, os itens que possam servir de base para a apreciação musical. Esta atividade é o ponto chave desta proposta de trabalho. Será como uma referência para fazer a “leitura de uma obra de arte” sonora. -Encerrar o projeto de apreciação musical com música ao vivo, com convidados externos, com a comunidade escolar ou somente entre os alunos participantes. -Retomar a apreciação musical das mesmas músicas ouvidas na primeira aula deste projeto, registrando por escrito a impressões e percepções das mesmas, p ar a q u e se ja m r ela cio n ad a s à s percepções anteriores. Proposta final: elaborar em grupos para apresentação: - Escolher uma música, em seguida analisá-la e apresentá-la por meio de uma outra linguagem artística, podendo ser o teatro, a dança, as artes visuais ou audiovisual. -Apresentação dos grupos e suas performances. 20 AGUIAR, Joaquim. A Poesia da Canção. Editora Scipione, São Paulo-SP, 1993. CABRAL, Sérgio. A MPB na Era do Rádio. Editora Moderna, São Paulo - SP, 1996. CUNHA, Elisa da Silva e. A avaliação da apreciação musical. In: HENTSCHKE, Liane; SOUZA, Jusamara. Avaliação em Música reflexões e práticas. São Paulo, Moderna, 2003. QUEIROZ, Luiz Ricardo da Silva; MARINHO, Vanildo Mousinho. Contexturas: o ensino das artes em diferentes espaços. Editora Universitária, João Pessoa, 2005. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino de Primeiro Grau, Projeto de Correção de Fluxo, Caderno de Arte I, Curitiba, 1998. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Arte para os Anos Finais do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. Curitiba: 2008. REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS - INTERNET ROCK. In: wikipedia livre. Diponível em http://wikipedia.org/rock. Acesso em 04/11/2008. ROSA, Fernando. Anos 50, os Primeiros Passos. Disponível em <http://br. geocites.com/leonardoabviana/anos50.htm>. Acesso em 4/11/2008. SEED Secretaria de Estado da Educação. Diretriz Curricular - Arte/Artes. Disponível em <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>. Acesso em 06/06/2008. TEDDY, Eddy. Breve História do Rock and Roll. Disponível em <http://br. geocites.com/leonardoabviana/rockroll.htm>. Acesso em 4/11/2008. MÚSICA SERTANEJA. In: wikipedia livre. Diponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica_sertaneja.> Acesso em 3/11/2008. AORIGEM DA MUSICA SERTANEJA. Disponível em <http://oficinag8.blogspot.com/2006/01/origem-da-msica-sertaneja.html>. Acesso em 4/11/2008. MUSICA SERTANEJA. Disponível em http://www.dicionariompb.com.br/verbete.asp?tabela=T_FORM_C&nome=M%FAsica+Sertaneja Acesso em 3/11/2008 FILME “Escola de Rock”, Título original: School of Rock. Gênero: Comédia, Ano de Lançamento (EUA): 2003, Estúdio: Paramount Pictures/Scott Rudin. Productions/MFP Munich Film Partners, Site oficial: www.schoolofrockmovie.com. Edição: Sandra Adair. 421 http://www.youtube.com/watch?v=2O1nqgd_L0I&feature=rela ted ht tp: //w ww. you tube .co m /w atc h?v =G B l- r c r 7Qw&feature=related Almir Sater e Tião Carreiro “Viola Caipira” http://www.youtube.com/watch?v=zd1pvijIkxU&feature=relate d Pena Branca e Xavantinho “Calix Bento” (Folia de Reis) http://www.youtube.com/watch?v=GyfIAq7UYmE&feature=rel ated Pena Branca e Xavantinho “Mazzaropi” h t t p : / / w w w. y o u t u b e . c o m / w a t c h ? v = V 3 E p bLUTOk&feature=related Tonico e Tinoco “Tristeza do Jeca” http://www.youtube.com/watch?v=ZlriS7Z7vH8&feature=relat ed Tonico, Tinoco e Tião do Carro “Rei do Gado” ht tp: //w ww. you tub e.c om/w at ch? v= 4Qu iw qUnHE&feature=related Tonico e Tinoco (na rádio com seus antigos nomes). http://www.youtube.com/watch?v=We8P_Ww27hY Elvis Presley “Hound Dog” http://www.youtube.com/watch?v=We8P_Ww27hY “Burning Love” Elvis presley (Fotos) http://www.youtube.com/watch?v=We8P_Ww27hY Jailhouse Rock 1957 (dança) http://www.youtube.com/watch?v=cyq81SD--YA “Pelo Telefone” Donga, Chico Buarque, Pixingiunha e Hebe (1966) http://www.youtube.com/watch?v=8ERBwtuaYmY&feature=related Sá e Guarabira “Sobradinho” http://www.youtube.com/watch?v=3iINb6IlyxI Sá e Guarabyra “Primeira Canção da Estrada” http://www.youtube.com/watch?v=A0ociNDrzCo&feature=related “Domingo no Parque” Milton Nascimento e os Mutantes http://www.youtube.com/watch?v=HRFw5u5wR4c&feature=related Chico Buarque “Roda Viva” Apresentação no Festival http://www.youtube.com/watch?v=-j9IsfRBOs4&feature=related Geraldo Vandré “Pra não dizer que não falei das Flores” (clip) http://www.youtube.com/watch?v=-j9IsfRBOs4&feature=related Barbatuque percusão corporal http://www.youtube.com/watch?v=IvAe9v8-FcQ&feature=related Barbatuque “Baiana” http://www.youtube.com/watch?v=n-_mUAhzhkg&feature=related Stomp “Brooms” (vassouras) 22 http://www.youtube.com/watch?v=WOzemranCW8 Blue Mans “So Incredible” http://www.youtube.com/watch?v=4cmIwJUrTyg Canto Gregoriano (com entrevista) http://www.youtube.com/watch?v=0ql7yshk2d0&feature=relat ed Canto Gregoriano na Notredame 23