Efeito do Tratamento de Sementes com Inseticidas (Tiametoxam

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Efeito do Tratamento de Sementes com Inseticidas (Tiametoxam 350g/l do i.a.), Sobre o
Desenvolvimento de Plântulas de Milho (Zea mays)
Ernane R. da Costa1, Amadeu J. de Melo Neto1, Marcelo M. Pereira1, Flávio P. dos Santos1 e
Luiz M. de Souza1.
(1 Universidade Federal de Goiás – UFG, EA, Rodovia Goiânia - Nova Veneza, Km 0. C.P.
131. Campus Samambaia, CEP 74.001-970, Goiânia-GO, e-mail: [email protected])
Palavras-chave: Tratamento de sementes, milho, sementes, germinação, vigor.
A ocorrência de pragas destaca-se como importante fator limitante do potencial de
produção da cultura do milho, podendo afetá-la desde a fase de germinação até a fase
reprodutiva (GASSEN, 1996).
A lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda (J. E. Smith), apresenta-se como uma
das pragas mais prejudiciais à cultura, podendo causar perdas que variam de 15 a 34% no
rendimento de grãos, dependendo da fase de desenvolvimento da planta em que ocorre o
ataque (CRUZ & TURPIN, 1982; CRUZ, 1995). Juntamente com a lagarta-do-cartucho, o
percevejo barrigaverde Dichelops spp. é outra praga que causa grande preocupação ao
produtor de milho, por alimentar-se na base das plântulas e atingir o tecido em formação, no
ponto de crescimento (Gassen, 1996). Várias espécies de cigarrinhas, como Dalbulus maidis
(DELONG & WOLCOTT), também podem causar danos às plantas de milho, pela extração
de seiva, injeção de saliva tóxica e, principalmente, pela inoculação de agentes causadores de
doenças, como micoplasmas e vírus (TODD, 1991; WAQUIL, 1999). Além das pragas
tradicionais que atacam a cultura, tem se observado, nos últimos anos, o aparecimento de
populações elevadas de tripes da espécie Frankliniella williamsi Hood, em lavouras de milho
localizadas em diferentes municípios do Estado do Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais
(CRUZ, 1999; MONTEIRO, 2001; ALBUQUERQUE, 2004). O ataque desse inseto tem se
mostrado mais intenso nas primeiras semanas após a emergência da cultura e em condições de
déficit hídrico. Em populações elevadas pode causar a morte de plântulas (GASSEN, 1996;
ALBUQUERQUE, 2004).
Segundo Lima (1992) apud Cruz (2001) medidas químicas de controle tem se
constituído na prática mais extensamente empregada para o controle de pragas subterrâneas,
que se deve à facilidade de aplicação. Em geral, o controle baseia-se em aplicações
preventivas, pois se feito o controle curativo, nem sempre o resultado vai ser satisfatório,
considerando que, quando notar os sintomas parte do prejuízo já ocorreu. Uma das medidas é
baseada no tratamento da semente com inseticidas sistêmicos, esse método dá proteção à
semente e a plântula contra a maioria das pragas subterrâneas. Dessa maneira tem - se maior
número de plantas por unidade de área do que se teria caso não fosse feito nenhum tipo de
controle.
No tratamento de sementes, por envolver quantidade relativamente pequena de
ingrediente ativo aplicado sobre a semente, protege as sementes no solo até a sua germinação,
bem como as raízes e a parte aérea da planta logo após a sua emergência. O seu emprego,
muitas vezes reduz a necessidade de pulverizações em plantas recém-emergidas com
inseticidas de custos elevados (MACHADO, 2000).
A qualidade essencial de um inseticida para o tratamento de sementes de modo geral
deve preencher certos requisitos. O produto deve ser tóxico ao patógenos e não à semente,
mesmo em doses dobradas; não ser explosivo nem corrosivo; não ser afetado por
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temperaturas extremas. Após o tratamento de semente sugere-se que as sementes tratadas não
sejam armazenadas e que faça a semeadura em poucos dias após o tratamento (MACHADO,
2000).
O presente trabalho teve por objetivo avaliar o efeito do tratamento de semente com
inseticida sistêmico no desenvolvimento de plântulas de milho.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi conduzido no Laboratório de Sementes da Escola de Agronomia e
Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Goiás, em Goiânia-GO, em germinador
tipo Mangelsdorf, com temperatura interna média de 30º C e umidade relativa do ar interna
média de 70%.
O substrato utilizado foi papel germitest 28 x 38 cm, pH neutro, umedecidos até a
saturação com água destilada previamente à semeadura. A semeadura foi realizada
manualmente em duas folhas de papel germitest sobrepostas, e as sementes cobertas por mais
uma folha do papel, posteriormente o conjunto formado pelas três folhas de papel mais as
sementes foi dobrado de forma a facilitar a disposição das sementes no germinador. As
sementes utilizadas foram o híbrido Br-206, peneira 22 L.
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, com quatro tratamentos,
sendo o tratamento um o testemunho, isento do tratamento de sementes; o tratamento dois
consiste no tratamento das sementes na dose de 200 ml do produto comercial (Tiametoxam
350g/l do i.a.) por 100 kg de sementes; o tratamento três consiste no tratamento das sementes
na dose de 400 ml do produto comercial (Tiametoxam 350g/l do i.a.) por 100 kg de sementes;
o tratamento quatro consiste no tratamento das sementes na dose de 800 ml do produto
comercial (Tiametoxam 350g/l do i.a.) por 100 kg de sementes.
A parcela experimental foi constituída de dois conjuntos de papel germitest, contendo
cada um cinqüenta sementes visualmente viáveis, totalizando cem sementes por parcela. Para
as variáveis vigor é germinação final foi feito a media dos dois conjuntos, sendo as avaliações
feitas para um total de cinqüenta sementes.
As variáveis avaliadas foram: vigor; germinação final; massa fresca da parte aérea;
massa fresca da raiz; massa seca da parte aérea; e massa seca da raiz. As avaliações foram
realizadas segundo as recomendações das Regras Para Análise de Sementes de 2009, descritas
abaixo.
A germinação de sementes em teste de laboratório é a emergência e desenvolvimento
das estruturas essenciais do embrião, demonstrando sua aptidão para produzir uma planta
normal sob condições favoráveis de campo (RAS, 2009).
Para que uma plântula possa continuar seu desenvolvimento até tornar-se uma planta
normal deve apresentar as seguintes estruturas essenciais: sistema radicular (raiz primária e
em certos gêneros raízes seminais), parte aérea (hipocótilo, epicótilo, mesocótilo (Poaceae),
gemas terminais, cotilédones (um ou mais) e coleóptilo em Poaceae) (RAS, 2009).
Segundo as Regras Para Análise de Sementes a avaliação de germinação para a
espécie em questão, Zea mays, deve ser realizada no quarto e sétimo dia após o início do teste.
A avaliação realizada no quarto dia é denominada vigor, e determina a porcentagem do lote
com maior eficácia na germinação. A avaliação realizada aos sete dias é denominada
geminação final, e determina o total de sementes do lote capaz de originar uma planta normal
sob condições favoráveis.
Os resultados foram comparados pelo teste de Tukey a 5% de significância.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a variável vigor o tratamento dois apresentou a maior média, 44.25, sendo que o
mesmo não diferiu estatisticamente dos de mais tratamentos, segundo o teste de Tukey a 5%
de significância (tabela 1.1).
FV
Doses
Erro
Total corrigido
Cv (%)
Média geral
Tratamentos
4
Tabela 1 - ANÁLISE DE VARIÂNCIA
GL
SQ
QM
FC
3
14.50
4.83
0.859
12
67.50
5.62
15
82.00
5.52
43
Nº
16
observações
Tabela 1.1 - RESULTADOS
Médias
41.75
Pr>Fc
0.4885
Resultados do teste
a1
1
42.50
3
43.50
2
44.25
*Números seguidos de mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente
de probabilidade segundo o Teste de Tukey
a1
a1
a1
ao nível de 5%
Para a variável germinação final o tratamento dois apresentou a maior média, 44.25,
mas não diferiu estatisticamente dos demais tratamentos segundo o teste de Tukey a 5% de
significância (tabela 2.1).
FV
Doses
Erro
Total corrigido
Cv (%)
Média geral
Tabela 2 - ANÁLISE DE VARIÂNCIA
GL
SQ
QM
FC
3
3.50
1.16
0.683
12
20.50
1.70
15
24.00
2.72
48.00
Nº
16
observações
Pr>Fc
0.579
Tratamentos
4
Tabela 2.1 - RESULTADOS
Médias
41.75
Resultados do teste
a1
1
3
2
42.50
43.50
44.25
a1
a1
a1
*Números seguidos de mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade segundo o Teste de Tukey
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Para a variável massa fresca da parte aérea o tratamento três apresentou a maior
média, 18.00g, mas não diferiram estatisticamente dos demais tratamentos segundo o teste de
Tukey a 5% de significância (tabela 3.1).
FV
Doses
Erro
Total corrigido
Cv (%)
Média geral
Tabela 3 - ANÁLISE DE VARIÂNCIA
GL
SQ
QM
FC
3
15.18
5.06
3.076
12
19.75
1.64
15
34.93
7.52
17.06
Nº
16
observações
Pr>Fc
0.0685
Tratamentos
4
Tabela 3.1 - RESULTADOS
Médias
15.50
Resultados do teste
a1
2
1
3
17.00
17.75
18.00
a1
a1
a1
*Números seguidos de mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade segundo o Teste de Tukey
Para a variável massa fresca da raiz o tratamento dois apresentou a maior média,
44.25g, mas não diferiu estatisticamente dos demais tratamentos segundo o teste de Tukey a
5% de significância (tabela 4.1).
FV
Doses
Erro
Total corrigido
Cv (%)
Média geral
Tratamentos
1
2
3
4
Tabela 4 - ANÁLISE DE VARIÂNCIA
GL
SQ
QM
FC
3
3.00
1.00
0.117
12
103.00
8.58
15
106.00
4.37
67.00
Nº
16
observações
Tabela 4.1 - RESULTADOS
Médias
42.50
44.25
43.50
41.75
Pr>Fc
0.948
Resultados do teste
a1
a1
a1
a1
*Números seguidos de mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade segundo o Teste de Tukey
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Para a variável massa seca da parte aérea o tratamento três apresentou a maior média,
2.00g, seguido do tratamento um (testemunha) cuja média foi 1.75, do tratamento dois que
apresentou média de 1.75, e do tratamento quatro cuja média foi 1.00. O tratamento quatro
diferiu estatisticamente dos tratamentos um, dois e três. Os demais tratamentos não diferiram
entre si segundo o teste de Tukey a 5% de significância (tabela 5.1).
FV
Doses
Erro
Total corrigido
Cv (%)
Média geral
Tratamentos
4
2
1
3
Tabela 5 - ANÁLISE DE VARIÂNCIA
GL
SQ
QM
FC
3
14.50
4.83
0.859
12
67.50
5.62
15
82.00
5.52
43
Nº
16
observações
Tabela 5.1 - RESULTADOS
Médias
1.00
1.75
1.75
2.00
Pr>Fc
0.4885
Resultados do teste
a1
a2
a2
a2
*Números seguidos de mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade segundo o Teste de Tukey
Para a variável massa seca da raiz o tratamento quatro apresentou a maior média,
17.00g, mas não diferiu estatisticamente dos demais tratamentos segundo o teste de Tukey a
5% de significância (tabela 6.1).
FV
Doses
Erro
Total corrigido
Cv (%)
Média geral
Tratamentos
1
2
3
4
Tabela 6 - ANÁLISE DE VARIÂNCIA
GL
SQ
QM
FC
3
22.68
7.56
3.524
12
25.75
2.14
15
48.43
9.26
15.81
Nº
16
observações
Tabela 6.1 - RESULTADOS
Médias
14.00
15.50
16.75
17.00
Pr>Fc
0.0487
Resultados do teste
a1
a1
a1
a1
*Números seguidos de mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade segundo o Teste de Tukey
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CONCLUSÕES
O tratamento de semente com Tiametoxam (350g/l do i.a) nas doses de 200, 400 é 800
ml/100 kg de semente, não afetou o vigor, germinação, massa fresca da parte aérea, massa
fresca da raiz é massa seca de raiz. Houve uma redução do peso da massa seca da parte aérea
no tratamento com a maior dose.
LITERATURA CITADA
ALBUQUERQUE, F. A.; PATTARO, F. C.; MONNERAT CALDAS, M.A.; ROSS, A.B.
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Anais da SociedadeEntomológica do Brasil, Londrina, v. 28, n. 3, p. 413-420, 1999.
XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 2010, Goiânia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo. CD-Rom
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