UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA CRESCIMENTO VEGETATIVO DO SORGO SUDÃO (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), EM FUNÇÃO DA DISPONIBILIDADE DE ÁGUA NO SOLO E FONTES DE FÓSFORO MAURICIO LUIZ DE MELLO VIEIRA LEITE AREIA – PARAÍBA – BRASIL FEVEREIRO – 2006 CRESCIMENTO VEGETATIVO DO SORGO SUDÃO (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), EM FUNÇÃO DA DISPONIBILIDADE DE ÁGUA NO SOLO E FONTES DE FÓSFORO Ficha Catalográfica Elaborada na Seção de Processos Técnicos da Biblioteca Setorial de Areia - PB, CCA/UFPB. Bibliotecária: Elisabete Sirino da Silva. CRB4/905. L533c Leite, Mauricio Luiz de Mello Vieira. Crescimento vegetativo do sorgo sudão (Sorghum sudanense (piper) stapf), em função da disponibilidade de água no solo e fontes de fósforo/Mauricio Luiz de Mello Vieira Leite – 2006. 85 f. : il. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Universidade Federal da ParaíbaCentro de Ciências Agrárias. Areia, 2006. Bibliografia. Orientador: Albericio Pereira de Andrade Divan Soares da Silva 1. Sorgo sudão – crescimento vegetativo 2. Sorghum sudanense (Piper) Stapf). 3. Sorgo sudão – déficit hídrico. I.Silva, Divan Soares da (Orient..). II. Título. MAURICIO LUIZ DE MELLO VIEIRA LEITE CRESCIMENTO VEGETATIVO DO SORGO SUDÃO (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), EM FUNÇÃO DA DISPONIBILIDADE DE ÁGUA NO SOLO E FONTES DE FÓSFORO Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Zootecnia da Universidade Federal da Paraíba, como parte dos requisitos para obtenção do título de “Mestre em Zootecnia”. Área de Concentração: Forragicultura. Comitê Orientador: Prof. Dr. Albericio Pereira de Andrade Prof. Dr. Divan Soares da Silva AREIA – PARAÍBA – BRASIL FEVEREIRO – 2006 MAURICIO LUIZ DE MELLO VIEIRA LEITE CRESCIMENTO VEGETATIVO DO SORGO SUDÃO (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), EM FUNÇÃO DA DISPONIBILIDADE DE ÁGUA NO SOLO E FONTES DE FÓSFORO Dissertação defendida e aprovada em 22 de fevereiro de 2006. BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Divan Soares da Silva CCA - UFPB Orientador Prof. Dr. Jacob Silva Souto CSTR - UFCG Examinador Dr. José Romualdo de Sousa Lima CCA - UFPB Examinador AREIA – PARAÍBA – PB FEVEREIRO – 2006 ii “Não existe nada permanente, exceto a mudança.” Heráclito “Existe tanto risco em fazer nada como em fazer alguma coisa.” Trammell Crow “Voce faz sua escolhas, e suas escolhas fazem voce.” Steve Beckman “Tantas vezes pensamos ter chegado, tantas vezes é preciso ir além.” Fernando Pessoa "Se muito vale o já feito, mais vale o que será. E o que foi feito é preciso conhecer para melhor prosseguir". Milton Nascimento e Fernando Brant. iii Aos meus amados pais Luiz Vieira Leite e Celestina de Mello Vieira Leite, com todo meu carinho, admiração e respeito, agradeço pelo exemplo de retidão moral, vida digna, educação e apoio incondicional em todos os momentos da minha vida Aos meus queridos irmãos André, Antônio, Eduardo (in memoriam) e Mônica com muito orgulho de pertencer a esta família tão especial As minhas filhas princesas Luiza e Laiz com muito amor e carinho DEDICO iv A Paula Pela compreensão, apoio e incentivo constantes Por compartilhar meus sonhos e ideais Pela grande amizade e respeito Pelo carinho e amor que recebo OFEREÇO v AGRADECIMENTOS À Universidade Federal da Paraíba pela oportunidade de participar do Programa de Pós-graduação em Zootecnia (PPGZ). Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela bolsa de estudo cedida durante quatro trimestres do curso. Ao professor Divan Soares da Silva, com orgulho pela orientação acadêmica recebida, pela oportunidade de realização do estágio de docência na disciplina Forragicultura II, pela confiança, atenção cordial e disponibilidade presentes ao longo do mestrado e, sobretudo pelo pioneirismo no Programa de Forrageiras Xerófilas. Aos doutores da banca examinadora pelas valiosas contribuições a este trabalho. Ao professor Albericio Pereira de Andrade, pela amizade conquistada, pelo apoio, pela motivação, pela paciência, pelos ensinamentos e questionamentos tão enriquecedores durante o trabalho e principalmente por ter me ensinado a “tirar leite de pedra”. Ao professor Walter Esfrain Pereira, não só pela imprescindível contribuição nos ensinamentos e análises estatísticas, mas especialmente pelo incalculável patrimônio intelectual que representa para esta instituição, com uma prestimosidade impar no atendimento das demandas do Centro. Ao professor Ivandro de França da Silva, pelo exemplo de ética e conduta profissional, além do ser humano invejável que é. Que Deus lhe proteja sempre. Ao professor Severino Gonzaga Neto, pela amizade construída ao longo do curso e apoio recebido. À coordenação do PPGZ, nas pessoas do ex-coordenador professor Edgard Cavalcante Pimenta Filho e do atual, professor Ariosvaldo Nunes de Medeiros, pela liderança, competente dedicação à Zootecnia e contribuição ao desenvolvimento do semiárido nordestino. Aos professores das disciplinas cursadas nos três programas do CCA, pela dedicação durante a formação acadêmica e conhecimentos transmitidos. A secretária do Programa de Pós-graduação em Zootecnia, Graça Medeiros pela consideração dispensada. Aos alunos de Zootecnia e Agronomia, Aldo, Jaqueline, Carla e Geneilson pela imprescindível colaboração durante a fase de coleta de dados. Aos funcionários dos laboratórios de Química do Solo, Física do Solo, Tecido Vegetal e Análise de Alimentos do CCA, especialmente Zé Alves, e ao colega Emilson, vi pela valiosa ajuda nas análises realizadas. Ao Dr. Eduardo Soares de Souza, bolsista DCR, pelos valiosos ensinamentos acadêmicos. Aos funcionários do PPGZ, D. Carmem e Damião pela atenção recebida. Ao funcionário do serviço de reprografia, Paulo pelo cordial atendimento ao longo do curso. Aos colegas da Pós-graduação da Zootecnia, da Agronomia e Solos, pela agradável convivência, apoio recebido e aprendizado. Aos meus companheiros da inesquecível República Opuntia, Felipe, Teodorico e Marcos pela solidariedade, apoio, alegrias, ensinamentos, debates acadêmicos e convivência saudável. Enfim, a todos que de alguma maneira direta ou indiretamente contribuíram para a realização destas atividades acadêmicas, meus mais sinceros agradecimentos pelo apoio e pela colaboração inestimável. Muito obrigado. vii BIOGRAFIA MAURICIO LUIZ DE MELLO VIEIRA LEITE, filho de Luiz Vieira Leite e Celestina de Mello Vieira Leite, nasceu em 29 de setembro de 1964, na cidade de Aracaju, Estado de Sergipe. No ano de 1981, concluiu o Ensino Médio, no Colégio Antônio Vieira, na cidade de Salvador, Bahia. Ingressou no Curso de Agronomia da Universidade Federal de Viçosa – UFV, em março de 1982, obtendo o grau de Engenheiro Agrônomo em dezembro de 1986. Em 1988, concluiu o Curso de Especialização em Planejamento Agroeconômico pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD. Em 1989, concluiu o Curso de Especialização em Agricultura Tropical pela Escola Superior de Mossoró – ESAM. Em 1990, concluiu o Curso de Especialização em Administração Rural, pela Universidade Federal de Lavras – UFLA. Em 2000, obteve o grau de especialista em Produção e Reprodução de Ovinos e Caprinos pela Universidade Estadual do Ceará – UECE. Como profissional atuou na Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão – FAPEX, na Bahia; na Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado da Bahia EMATERBA; na Agência Regional de Comercialização do Sertão de Alagoas – ARCOSERTÃO; na Empresa de Planejamento e Assistência Técnica Ltda – PLANTEC, em Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe; no Banco do Nordeste do Brasil – BNB, na Paraíba e em Alagoas e no Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE, em Alagoas. Exerceu o cargo de diretor da Associação de Criadores de Caprinos e Ovinos de Alagoas – ACCOAL e foi membro fundador do Fórum Estadual de Ovinocaprinocultura de Alagoas. Tem trabalhos técnicos publicados nas áreas de forragicultura e caprinocultura. Em março de 2004, iniciou o Curso de Mestrado em Zootecnia, área de concentração Forragicultura, na Universidade Federal da Paraíba, defendendo a dissertação em fevereiro de 2006. viii SUMÁRIO LISTA DE TABELAS ......................................................................................................... ix LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................... x GLOSSÁRIO....................................................................................................................... xii RESUMO ...........................................................................................................................xiii ABSTRACT ....................................................................................................................... xiv 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 4 2.1. O Semi-árido e as forrageiras xerófilas ...................................................................... 4 2.2. A cultura do sorgo ...................................................................................................... 7 2.2.1 Aspectos gerais ..................................................................................................... 7 2.2.2 Crescimento vegetativo do sorgo ....................................................................... 10 2.2.3 Importância como forragem ............................................................................... 13 2.2.4 Exigências hídricas ............................................................................................. 14 2.3. Água ......................................................................................................................... 16 2.3.1 Água e as células vegetais .................................................................................. 16 2.3.2 Relação água-solo-planta.................................................................................... 18 2.3.3 Disponibilidade de água ..................................................................................... 20 2.4. O Fósforo e suas relações no sistema solo-planta .................................................... 21 2.4.1 Solo..................................................................................................................... 21 2.4.2 A importância do fósforo (P).............................................................................. 24 2.4.3 Formas de fósforo no solo .................................................................................. 26 2.4.4 Fixação de fósforo nos solos tropicais................................................................ 27 2.4.5 Absorção e metabolismo do fósforo pelos vegetais ........................................... 29 2.4.6 Fosfatos............................................................................................................... 30 3. MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................. 32 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 40 4.1. Temperatura, umidade relativa do ar e evapotranspiração (ET) no interior do ambiente protegido .......................................................................................................... 40 4.2. Efeito da disponibilidade de água no solo e de fontes de fósforo sobre o crescimento ......................................................................................................................................... 43 4.2.1 Comprimento de colmo (CC) ............................................................................. 43 4.2.2 Diâmetro de colmo (DC) .................................................................................... 46 4.2.3 Número de folhas (NF)....................................................................................... 48 4.2.4 Altura de plantas (AP) ........................................................................................ 51 4.2.5 Número de nós (NN) .......................................................................................... 54 4.3. Relação entre evapotranspiração acumulada (ETac), comprimento de folha (CF) e área foliar (AF) ................................................................................................................ 56 4.4. Conteúdo relativo de água (CRA) ............................................................................ 60 4.5. Acumulação de fitomassa......................................................................................... 62 4.5.1 Matéria verde (MV)............................................................................................ 62 4.5.2 Matéria seca (MS) .............................................................................................. 64 4.5.3 Relação raiz/ parte aérea (RRPA)....................................................................... 67 5. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 69 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 70 A N E X O S ........................................................................................................................ 77 ix LISTA DE TABELAS Tabela 1. Características químicas do solo de São João do Cariri, PB, 2005 ..................... 33 Tabela 2. Características físicas do solo de São João do Cariri, PB, 2005.......................... 33 Tabela 3. Características químicas da água utilizada no experimento. ............................... 35 x LISTA DE FIGURAS Figura 1. Evolução da temperatura e da umidade relativa do ar, dentro do ambiente protegido, expressa em valores máximos, médios e mínimos, medidas no período de 01/05/2005 a 10/07/2005. DAE – dias após emergência............................................. 41 Figura 2. Evolução da evapotranspiração média diária de plantas de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf) em função de disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80%), medidas no período de 11/05/2005 a 10/07/2005. DAE – dias após emergência. ...... 42 Figura 3. Evolução do comprimento de colmo de plantas de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), em função de disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80% de AD), sem adubação fosfatada (A, D), com fosfato de Gafsa (B, E) e com super fosfato simples (C, F). Em relação a DAE – dias após emergência (A, B e C) e a GDA – grau dias acumulados (D, E e F).......................................................................................... 44 Figura 4. Efeito da disponibilidade de água (20, 40, 60 e 80% de AD) sobre a evolução do comprimento de colmo de plantas de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), sem adubação fosfatada (A, D), com fosfato de Gafsa (B, E) e com super fosfato simples (C, F). Em relação a 50 DAE – dias após emergência (A, B e C) e a 60 DAE (D, E e F). As barras verticais indicam o desvio padrão da média.............................. 45 Figura 5. Evolução do diâmetro de caule de plantas de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), em função de disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80% de AD), sem adubação fosfatada (A, D), com fosfato de gafsa (B, E) e com super fosfato simples (C, F) em relação a DAE – dias após emergência (A, B e C) e GDA – grau dias acumulados (D, E e F). ................................................................................................ 47 Figura 6. Efeito da disponibilidade de água (20, 40, 60 e 80% de AD) sobre a evolução do diâmetro de colmo de plantas de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), sem adubação fosfatada (A, D), com fosfato de Gafsa (B, E) e com super fosfato simples (C, F). Em relação a 50 DAE – dias após emergência (A, B e C) e a 60 DAE (D, E e F). As barras verticais indicam o desvio padrão da média. ......................................... 48 Figura 7. Evolução do número de folhas por planta de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), em função de disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80% de AD), sem adubação fosfatada (A, D), com fosfato de gafsa (B, E) e com super fosfato simples (C, F) em relação a DAE – dias após emergência (A, B e C) e GDA – grau dias acumulados (D, E e F). ................................................................................................ 49 Figura 8. Efeito da disponibilidade de água (20, 40, 60 e 80% de AD) sobre a evolução do número de folhas por planta de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), sem adubação fosfatada (A, D), com fosfato de Gafsa (B, E) e com super fosfato simples (C, F). Em relação a 50 DAE – dias após emergência (A, B e C) e a 60 DAE (D, E e F). As barras verticais indicam o desvio padrão da média .......................................... 51 Figura 9. Altura de planta de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), aos 71 DAE, em função de disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80% de AD), sem adubação fosfatada (A), com fosfato de Gafsa (B) e com super fosfato simples (C). As barras verticais indicam o desvio padrão da média. Cada ponto representa a media de quatro repetições. .................................................................................................................... 52 Figura 10. Número de nós por planta de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), aos 71 DAE, em função de disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80% de AD), sem adubação fosfatada (A), com fosfato de Gafsa (B) e com super fosfato simples (C). As xi barras verticais indicam o desvio padrão da média. Cada ponto representa a media de quatro repetições.......................................................................................................... 55 Figura 11. Relação entre ETac e comprimento de folha (CF) de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), aos 71 DAE, em função de disponibilidades de água, sem adubação fosfatada (A), com fosfato de Gafsa (B) e com super fosfato simples (C). As barras verticais (CF) e horizontais (ETac) indicam o desvio padrão da média. Cada ponto representa a media de quatro repetições............................................................ 57 Figura 12. Relação entre ETac e área foliar da planta de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), aos 71 DAE, em função de disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80% de AD), sem adubação fosfatada (A), com fosfato de Gafsa (B) e com super fosfato simples (C). Cada ponto representa a media de quatro repetições. ............................. 59 Figura 13. Conteúdo relativo de água de folhas de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf) aos 71 DAE, em função de disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80% de AD), sem adubação fosfatada (A), com fosfato de Gafsa (B) e com super fosfato simples (C). As barras verticais indicam o desvio padrão da média. Cada ponto representa a media de quatro repetições. ..................................................................... 61 Figura 14. Massa da matéria verde da parte aérea (A, B e C) e da raiz (D, E e F) de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), aos 71 DAE, em função de disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80% de AD), sem adubação fosfatada (A e D), com fosfato de Gafsa (B e E) e com super fosfato simples (C e F). As barras verticais indicam o desvio padrão da média. Cada ponto representa a media de quatro repetições. .................................................................................................................... 63 Figura 15. Relação matéria seca da raiz / parte aérea de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), aos 71 DAE, em função de disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80% de AD), sem adubação fosfatada (A), com fosfato de Gafsa (B) e com super fosfato simples (C). As barras verticais indicam o desvio padrão da média. Cada ponto representa a media de quatro repetições. ..................................................................... 68 xii GLOSSÁRIO ABA Ácido abscísico AD Água disponível AP Altura de plantas AF Área foliar CTC Capacidade de troca catiônica CC Comprimento de colmo CF Comprimento de folha U Conteúdo de água no solo CRA Conteúdo relativo de água ρp Densidade das partículas ρs Densidade do solo DC Diâmetro de colmo DAE Dias após a emergência DAS Dias após a semeadura ET Evapotranspiração ETac Evapotranspiração acumulada FB Fibra bruta FG Fosfato de Gafsa GF Grau de floculação GDA Graus-dias acumulados MO Matéria orgânica MS Matéria seca MV Matéria verde NF Número de folhas NN Número de nós φ Porosidade total PB Proteína bruta RRPA Relação raiz/ parte aérea SB Soma de bases SFS Super fosfato simples Tb Temperatura basal xiii RESUMO LEITE, MAURICIO LUIZ DE MELLO VIEIRA. Crescimento vegetativo do sorgo sudão (Sorghum Sudanense (Piper) Stapf), em função da disponibilidade de água no solo e fontes de fósforo. Areia- PB, Centro de Ciências Agrárias, UFPB, fevereiro de 2006. 85 p.il. Dissertação. Programa de Pós-Graduação em Zootecnia. Orientador: Prof. Dr. Divan Soares da Silva. Objetivou-se com este trabalho avaliar o comportamento do sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf) em função da disponibilidade de água no solo e de diferentes fontes de fósforo. O experimento foi conduzido em ambiente protegido do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), município de AreiaPB, no período de abril a julho de 2005, em solo classificado como LUVISSOLO. As plantas foram cultivadas em vasos com capacidade de 14,86 dm3. Utilizou-se o delineamento em blocos casualisados, em um esquema fatorial 4 x 3, sendo quatro disponibilidades de água (80, 60, 40, 20%) e três adubações fosfatadas (sem fósforo, fosfato de Gafsa e superfosfato simples), com quatro repetições, totalizando 48 parcelas. Para avaliar os aspectos morfométricos foram utilizados o número de folhas e de nós por planta, comprimento e diâmetro de colmo, altura de planta, comprimento e largura de folhas. A relação raiz / parte aérea diminui com o aumento da disponibilidade de água no solo (AD). Verificou-se que a AD em torno de 60% é a que proporciona maior crescimento vegetativo do sorgo sudão e a partir de 80% de AD o crescimento é reduzido. A adubação fosfatada promove incremento nas características morfogênicas do sorgo, sendo que o uso da fonte de maior solubilidade (super fosfato simples) proporciona maior aumento do crescimento, desde que as plantas não sofram estresse. Palavras-chave: acúmulo de fitomassa, déficit hídrico, fontes de fósforo, forragem xiv ABSTRACT LEITE, MAURICIO LUIZ DE MELLO VIEIRA. Vegetative growth of sudan sorghum (Sorghum sudanense (Piper) Stapf) in function to water soil available and phosphorus. Areia- PB, Centro de Ciências Agrárias, UFPB, february of 2006. 80 p.il. Dissertation. Programa de Pós-Graduação em Zootecnia. Adviser: Dr. Divan Soares da Silva. This work had the objective to evaluate the behavior of sudan sorghum (Sorghum sudanense (Piper) Stapf) in function to water soil available and different sources of phosphorus. This experiment was developed in protect ambient at Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraiba, Areia County, Paraiba State, during the period from april thru july, 2005, with a soil classified like luvissol. The plants were tilled in pot with capacity for 14,86 dm3. A completely randomized blocks was adapted in a 4 x 3 factorial scheme, with four replicates, for each available water (80, 60, 40, 20%) and three fertilizations with phosphorus (without, Gafsa phosphate and simple superphosphate), adding up 48 parcels. They were made morphology measures number of leaves and nooses per plant, length and diameter stem, height plants, length and width of leaves. It was verified that the hidric stress affects quantitatively the air part dry matter accumulation. The smallest vegetative growth was gained with soil water available around 20% of WA and phosphorus absence, showing high response to phosphorus the culture of sorghum. The effect of lower water available increase with sorghum vegetative age. Key Words: phytomass accumulation, hidric deficit, sources of phosphorus, forage 1 1. INTRODUÇÃO A alta variabilidade inter-anual da distribuição pluviométrica no Semi-Árido acarreta um grande insucesso na agricultura, podendo chegar a perdas de 84% na produção. Já as perdas na pecuária, nas mesmas condições, são de somente 20% (Araújo Filho, 1995), evidenciando que a exploração de ruminantes, certamente, contribuirá para uma maior estabilidade econômica dos agricultores desta região. Entretanto, um dos maiores entraves tecnológicos para o êxito da pecuária é a produção de forragens para os rebanhos, que apresenta como fatores determinantes à deficiência hídrica no solo, associado às altas temperaturas e forte evapotranspiração, e os baixos teores de fósforo disponível e total nos solos, além da elevada capacidade de fixação de fósforo. A disponibilidade de alimentos no Semi-Árido é estreitamente relacionada com a sazonalidade desta região, isto é, há oferta de forragens na estação chuvosa e escassez no período seco. Assim, a utilização de espécies forrageiras mais tolerantes ao déficit hídrico deve ser uma prática a ser adotada. O sorgo representa um dos importantes suportes forrageiros para a pecuária nas áreas sujeitas aos veranicos e principalmente no Semi-Árido do Nordeste, sendo uma cultura de elevado potencial de produção de matéria verde nestas condições climáticas. Nos últimos cinco anos a produção brasileira de sorgo cresceu 390%, passando de 553.644 toneladas para 2.163.247, segundo dados do IBGE (2004). Existe grande número de cultivares de sorgo com índices de produtividade e adaptação influenciados pelas condições edafoclimáticas. A identificação de plantas mais adaptadas às condições em que serão cultivadas contribuirá para obtenção de maiores rendimentos da cultura. 2 O sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf) é uma planta de ampla adaptabilidade aos ambientes semi-áridos, com características de xerofilia e ciclo de produção curto, possibilitando produção de forragem em condições de pouca disponibilidade de água. Variações na disponibilidade de água no solo promovem diferenças no crescimento do sistema radicular das forrageiras, afetando a absorção de nutrientes, principalmente o fósforo, devido às alterações na superfície radicular para exploração de maior volume de solo. A alta produção depende dos processos de crescimento da forrageira, podendo ter sua eficiência substancialmente melhorada pelo uso de fertilizantes. Alvim et al. (2003) relataram que além da necessidade da planta ser adaptada às condições climáticas da região, o seu potencial forrageiro é maximizado quando a fertilidade do solo atende as suas exigências. Neste sentido, o fósforo é essencial para garantir o crescimento das plantas, sendo um dos mais importantes fatores limitantes, em termos nutricionais. O fósforo nos solos tropicais se encontra em teores abaixo do mínimo necessário ao desenvolvimento das forrageiras. A sua deficiência reduz a taxa de crescimento inicial e o estabelecimento das plantas, limitando a capacidade produtiva. A prática da adubação com fertilizantes fosfatados vem a algum tempo se destacando como uma das alternativas para incrementar a produção de volumosos que proporcionam maior consumo de matéria seca pelos animais, bem como efeitos positivos sobre o crescimento e produtividade das forrageiras. Diversos adubos fosfatados são encontrados no comércio, distinguindo-se na concentração de fósforo e na sua solubilidade. Os fosfatos solúveis em água são os fertilizantes fosfatados mais utilizados no plantio, porém possuem um custo elevado. Sabese ainda, que a maior parte dos superfosfatos aplicados aos solos tropicais torna-se indisponíveis às plantas, principalmente através da fixação em óxidos e hidróxidos de ferro 3 e alumínio. Desta forma o uso de fosfatos naturais tem grande importância no estabelecimento de agroecossistemas mais eficientes e adaptados às condições tropicais predominantes do Brasil. Os fosfatos de rocha nacionais, apesar de menor preço, apresentam baixa eficiência agronômica em relação às fontes solúveis. Por outro lado, os fosfatos naturais importados, como o de Gafsa, possuem maior solubilidade que os nacionais, e podem ser tão eficientes quanto os fosfatos solúveis. Contudo, existem poucas informações dos efeitos dos fatores climáticos e edáficos na acumulação de fitomassa do sorgo sudão, notadamente em relação à eficiência do uso da água e absorção do fósforo, a partir de fontes pouco solúveis. Diante do exposto, objetivou-se analisar o crescimento vegetativo do sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf) em função da disponibilidade de água no solo e de diferentes fontes de fósforo. 4 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. O Semi-árido e as forrageiras xerófilas As regiões áridas e semi-áridas representam 55% das terras do mundo, perfazendo 2/3 da superfície total de 150 países e abrangendo quase um bilhão de pessoas. A região Nordeste do Brasil ocupa uma área de 1.640.000 km2, dos quais 70% correspondem ao Semi-Árido, cuja vegetação predominante é a caatinga (Silva et al., 1993). O Semi-árido ocupa uma área de cerca de 10% do território brasileiro, abrangendo os estados da região Nordeste, além do norte de Minas Gerais. A região é extremamente heterogênea, tendo como fatores marcantes o clima, o solo, a vegetação, bem como as características sócio-econômicas, decorrente, em grande parte, de fatores fisiográficos e antrópicos (Araújo Filho, 1995). Mendes (1986) afirma que o traço marcante da região semi-árida é o clima quente e seco, com um regime pluviométrico que delimita duas estações bem distintas: uma curta estação chuvosa de 3 a 5 meses, denominada de “inverno”, e uma longa estação seca chamada de “verão”, com duração de 7 a 9 meses, podendo-se alongar nos anos de seca; ocasionando um balanço hídrico negativo na maioria dos meses do ano. A pluviometria é irregular tanto em termos temporais quanto na distribuição espacial, com chuvas, geralmente torrenciais. O Semi-árido é delimitado externamente pela isoieta de 800 mm anuais e, no seu interior, raras são as precipitações acima de 800 mm e abaixo de 300 mm por ano. As precipitações mais elevadas correspondem às serras úmidas, os brejos de altitude, que ocorrem aleatoriamente no interior da área seca, enquanto as menores se verificam no Cariri paraibano. 5 As secas conferem uma aparente homogeneidade ao Semi-Árido, mas suas diferenças físicas, climáticas e ambientais são mostradas nas regiões naturais que integram esse espaço e respondem por sua diversidade (Sertão, Seridó, Curimataú, Caatinga, Carrasco e Cariris Velhos) (Duque, 1949; e Duque, 2004). A compreensão sobre a diversidade do Semi-Árido, no que se refere aos seus aspectos geofísicos, de ocupação humana e de exploração dos recursos naturais, tem sido reforçada por estudos diversos. A este respeito, a Embrapa identificou 17 macrorregiões, compondo 172 unidades geoambientais na região (Silva et al, 1993), formadas por paisagens características das diferentes regiões naturais, estudadas pioneiramente por Guimarães Duque. Segundo Sá et al. (2004), a área de domínio da Caatinga compreende 925.043 km2, ou seja, 80,58% do Semi-árido ou 55,60% do Nordeste brasileiro. Com base na interação entre vegetação e solo, a região pode ser dividida nas seguintes zonas: domínio da vegetação hiperxerófila (34,3%); domínio da vegetação hipoxerófila (43,2%); ilhas úmidas (9,0%) e, agreste e área de transição (13,4%). Essa diversidade de ambientes edafo-climáticos mostra algumas das vantagens comparativas oferecidas pela região. A partir dessa diversidade verifica-se a necessidade de realizar mudanças nas formas de conceber e intervir nesses ambientes. Tais exigências antes de constituírem um problema, representam potencialidades, especialmente às climatológicas (como a luminosidade, o calor e a baixa umidade). O Semi-Árido possui 70% do subsolo formado pelo cristalino, com escassos lençóis freáticos (Duarte, 1992). Na zona semi-árida nordestina estima-se que existem menos de um milhão de hectares irrigáveis, a partir de recursos hídricos locais. A questão “água” não é de fácil solução em várias partes da região, seja pela sua inexistência, seja pela salinidade e sodicidade, sejam ainda pelos elevados índices de evaporação, insolação e médias 6 térmicas além de baixas nebulosidades e percentagens de umidade relativa (EMBRAPA, 1995). É inquestionável essa complexidade da climatologia da região. Em função dessas condições ambientais, a pecuária tem se constituído, ao longo do tempo, em uma das principais atividades econômicas, das populações rurais do semi-árido do Nordeste. Um pressuposto básico é a compreensão de que a exploração de ruminantes deve ser à base da atividade econômica do setor primário. Portanto, há que se ter em mente que a baixa capacidade de suporte da caatinga acarreta deficiência nutricional nos animais, em períodos do ano, sendo uma grande limitação da pecuária. Por conseguinte, deve-se considerar a utilização de forrageiras xerófilas na alimentação dos rebanhos (Duarte, 2002). Plantas xerófilas, segundo Duque (2004), são aquelas que toleram a escassez de água, que fogem aos efeitos da deficiência hídrica ou que resistem à seca. Três mecanismos de adaptação ao déficit hídrico foram observados: a resistências das espécies que permanecem verdes, enfolhadas no período seco, como o juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.); a tolerância das espécies caducifólias, que perdem suas folhas ao longo da estação seca, como a catingueira (Caesalpinia bracteosa Tul.) e o escape das plantas anuais que completam seu ciclo fenológico durante a estação chuvosa, como a milhã (Brachiaria plantaginea Hitchc) (Araújo Filho e Carvalho, 1997). O sorgo apresenta dois desses mecanismos: escape e tolerância. O escape através de um sistema radicular profundo e ramificado o qual é eficiente na extração de água do solo. Já a tolerância está relacionada ao nível bioquímico. A planta diminui o metabolismo, murcha (hiberna) e tem um poder extraordinário de recuperação quando o estresse é interrompido (Silva et al, 2001). 7 A importância da identificação e da utilização de gramíneas forrageiras tolerantes ao déficit hídrico, tem se constituído nos últimos anos para o Semi-Árido Nordestino, atividade de importância agronômica, zootécnica e, sobretudo, ecológica. Para que a produção de forragens no Bioma Caatinga, seja a mais eficiente possível é imprescindível o estudo dos fatores condicionantes dessa potencialidade: aspectos climáticos, indicadores de fertilidade, características dos solos e os mecanismos de interação da planta ao déficit hídrico. O sorgo, devido sua eficiência na acumulação de matéria verde nestas condições climáticas, apresenta-se como uma das opções de maior viabilidade para o Semi-Árido brasileiro. 2.2. A cultura do sorgo 2.2.1 Aspectos gerais O sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench.) é considerado o quinto cereal mais importante do mundo, em termos de produção e área cultivada, superado apenas pelo trigo, arroz, milho e cevada (Kill, 2005; Tabosa et al, 1993). A África e a Ásia respondem por 90% da área plantada no mundo, destacando-se a Nigéria e o Sudão, no continente africano e a China e Índia no asiático. Os EUA são os maiores produtores do planeta, com 25% do total produzido. Na América Latina a produção é significativa no México, Argentina, Colômbia, Venezuela além do Brasil (Kill, 2005). O sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) pertence à família Poaceae, tribo Andropogoneae, incluindo os tipos granífero, quando apresenta até 60% de grãos, forrageiro, que quase não produz grãos e do tipo dupla finalidade, sacarino e vassoura, quando apresenta de 20 a 30% de grãos. A diferença entre eles refletirá em diferentes 8 proporções entre colmo, folhas e panículas, e consequentemente, diferentes produções de matéria seca por hectare, composição bromatológica e valor nutritivo. O sorgo é considerado um dos principais alimentos cultivados em todo o mundo e ocupa lugar de destaque não só pelo grande progresso que tem havido no acúmulo de conhecimentos técnicos científicos relacionados com essa espécie vegetal, mas pela sua importância econômica indiscutível e imenso potencial que ele apresenta. O sorgo é geralmente valorizado como uma planta produtora de grãos, entretanto, tem sido dada uma substancial importância como planta produtora de forragem, visando à alimentação animal, seja para produção de leite ou carne. O sorgo é nativo do sul do Deserto do Saara, na África (3.000 AC) e sua introdução no Brasil, ocorreu pelo Nordeste, através dos escravos, no início do século XIX (Carmo, 1977). Cultivado inicialmente com o nome de milho zaburro (Pupo, 2000), alcançou maior volume de produção na última década do século passado. A área plantada com sorgo em 1990 era de 137.558 ha com uma produção de 235.950 t tendo um aumento em 2001 para 486.185 ha e 904.813 t, respectivamente, segundo dados do IBGE (2004). No Nordeste, no mesmo período analisado a área plantada aumentou de 16.849 ha para 27.264 ha, evidenciando o interesse dos produtores locais por esta cultura. Para avaliar o potencial da cultura do sorgo na região é preciso dimensionar a importância do milho para o Nordeste: área cultivada de 2,85 milhões de hectares e um consumo de 2,5 milhões de toneladas. Os Estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte apresentam elevados déficits de produção, importando grandes quantidades do produto (FORUM, 1996). Devido sua tolerância ao déficit hídrico o sorgo poderá ocupar áreas onde a cultura do milho não apresenta desempenho satisfatório. 9 Em relação às outras regiões, destaca-se o crescimento da produção de sorgo no Centro-Oeste brasileiro. Em função do uso do sistema de plantio direto na região e da importância da segunda safra ou safrinha, onde o sorgo representa menor risco uma vez que é mais resistente ao estresse hídrico do que o milho. Para o Nordeste, o sorgo surge como uma cultura alternativa, que oferece menor risco de frustração de safra e possibilidade de produção de forragem onde as condições de solo e escassez de água limitam a produção da maioria das forrageiras (Mendes, 1986). O cultivo do sorgo é especialmente importante nesta região, onde grandes áreas apresentam precipitação abaixo de 750 mm. Conforme Menelau (1998) existe uma área potencial para exploração com o sorgo no Nordeste de 9.370.000 ha. O sorgo é adaptado a muitos locais, mas é usualmente cultivado em ambientes quentes e semi-áridos, onde a produtividade de outros cereais é anti-econômica. Comparando com o milho, o sorgo tem sistema radicular mais desenvolvido, alcançando maior profundidade e volume do solo. A adubação mesmo em condição de déficit hídrico, estimula mais ainda o desenvolvimento das raízes (Tabosa et al. 1987). O sorgo possui características fisiológicas que permitem paralisar o crescimento ou diminuir as atividades metabólicas durante o estresse hídrico e reiniciar o crescimento quando a água se torna disponível (Masojidek et al., 1991). O sorgo se destaca pela sua produção elevada, bom valor nutritivo, maior tolerância a déficit hídrico ocasional e pela possibilidade de rebrota que pode produzir até 60% da produção de matéria seca do primeiro corte (Zago, 1991). O rápido estabelecimento da cultura e bom valor nutritivo são características desejáveis às plantas forrageiras (Melo Júnior, 1999). 10 2.2.2 Crescimento vegetativo do sorgo A análise de crescimento das plantas é o meio mais acessível e preciso para avaliar a acumulação de biomassa e inferir a contribuição de diferentes processos fisiológicos sobre o comportamento vegetal, em diferentes condições ambientais (Benincasa, 2003). O crescimento e o desenvolvimento influem nas características morfofisiológicas, no rendimento forrageiro, na relação raiz/parte aérea e no valor nutritivo das plantas forrageiras (Cuomo et al. 1996). Fenotipicamente o sorgo é muito parecido com o milho, distinguindo-se deste pela presença das margens dentadas na folha. De cada nó nasce uma folha e as lâminas são ásperas e cerosas na superfície. Das gemas dos nós da parte inferior do caule são originados os perfilhos. O início da floração ocorre de 30 a 40 dias após a germinação. A inflorescência do sorgo é uma panícula ereta situada na parte apical da planta, podendo produzir até duas mil sementes. A germinação das sementes de sorgo ocorre de 4 a 5 dias após a semeadura (Martin et al, 1976). A altura da planta de sorgo é importante para sua classificação relacionada ao seu porte e pode variar desde 40 cm até 4 m. A altura da planta é controlada por quatro pares de gens principais (dw1, dw2, dw3 e dw4), os quais atuam de maneira independente e aditiva sem afetar o número de folhas e a duração do período de crescimento. As plantas com os gens recessivos nos quatro loci resultam em porte mais baixo (60-80 cm), caracterizadas pelo nanismo e são chamadas "anãs-4"; enquanto que as plantas com gens recessivos em três loci e dominante no outro locus são chamadas "anãs-3". Cultivares graníferos normalmente são "anãs-3 e cultivares forrageiras são "anãs-2 ou "anãs-1", com gens recessivos em dois ou um loci respectivamente. A taxa de produção de matéria seca no sorgo é fortemente afetada pela área foliar no primeiro estádio de crescimento (germinação a iniciação da panícula). A área foliar final é determinada pelas taxas de 11 produção e duração da expansão, pelo número de folhas produzidas e a taxa de senescência, os quais são fatores bastante afetados pelo ambiente (EMBRAPA, 1988). A altura do caule até o extremo da panícula varia segundo o número e a distância dos entrenós e também segundo o pedúnculo e a panícula. A quantidade de nós está determinada pelos genes da maturação e por sua reação ao fotoperíodo e a temperatura. A distância dos entrenós varia segundo as combinações de 4 ou mais fatores genéticos e segundo o ambiente. Por outro lado a distância do pedúnculo e da panícula com fregüência são independentes. Existem diferenças consideráveis das taxas diurnas de crescimento das folhas de sorgo, provavelmente como reflexo das diferenças ambientais. Tem-se observado taxas de expansão foliar de aproximadamente 60 cm2 planta-1 dia-1 o qual se traduz em taxa de crescimento relativo de 70% por dia. As folhas mais velhas mostram taxas de fotossíntese e de crescimento mais baixas, devido a mudanças causadas pela senescência. A quantidade e qualidade de luz também são importantes para a expansão foliar. Folhas que crescem em altas intensidade de luz, têm freqüentemente um maior número de células maiores que aquelas que crescem em intensidade de luz mais baixas. O estádio de três folhas completamente desenvolvidas é caracterizado pelo ponto de crescimento ainda abaixo da superfície do solo. Enquanto a taxa de crescimento da planta depende grandemente da temperatura, esse estádio usualmente ocorrerá cerca de 10 dias após a emergência. No estádio de 5 folhas, aproximadamente 3 semanas após a emergência o ponto de crescimento ainda está abaixo da superfície do solo. A perda das folhas igualmente não matará a planta. O crescimento nesse caso será mais vigoroso que no estádio anterior. Nos estádios iniciais da planta de sorgo, ela entra no chamado período de crescimento rápido, acumulando matéria a taxas aproximadamente constantes até a maturação, desde que as condições sejam satisfatórias. 12 Com cerca de 30 dias após a emergência ocorre a diferenciação do ponto de crescimento. O número total de folhas nesse estádio, já foi determinado e o tamanho potencial da panícula será brevemente determinado. Cerca de 1/3 da área total foliar está totalmente desenvolvida. Neste estádio a planta se encontra com 7 a 10 folhas, dependendo do seu ciclo, sendo que 1 a 3 folhas baixeiras já foram perdidas. Crescimento do colmo aumenta rapidamente, absorção de nutrientes também é rápida. O tempo compreendido entre o plantio até a diferenciação do ponto de crescimento geralmente é cerca de 1/3 do tempo compreendido entre semeadura e maturidade fisiológica. O florescimento pode variar de 50 a 65 dias, possuindo elevada capacidade de perfilhamento e de rebrota. Os tipos de raízes encontrados no sorgo são: primárias ou seminais, secundarias e adventícias. As primárias podem ser uma ou várias, são pouco ramificadas e morrem após o desenvolvimento das raízes secundarias. As secundarias desenvolvem-se no primeiro nó, são bastante ramificadas e formam o sistema radicular principal. Já as adventícias podem aparecer nos nós acima do solo. Geralmente aparecem como sinal de falta de adaptação. São ineficientes na absorção de água e nutrientes, sua função é mais de suporte. As principais pragas da cultura são as lagartas, pulgões e formigas. A lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus Zeller) ataca as plantas, logo após a emergência, provocando murcha e morte das folhas centrais. As formigas-cortadeiras atacam as plantas jovens até os 30 dias após a germinação, podendo causar grandes prejuízos ao cultivo. Os pulgões atacam, preferencialmente, as folhas novas, as faces inferiores das folhas velhas e as panículas, podendo transmitir o vírus-do-mosaico da cana (EMBRAPA, 1988). As doenças de maior ocorrência são: antracnose (Colletrotichum graminicola (Cesati) G.W.Wilson), ferrugem (Puccinia purpurea Cooke), cercosporiose (Cercospora sorghi Ellis & Everhart), vírus-do-mosaico-da-cana-de-açúcar (Sugar Cane Mosaic Vírus – 13 SCMV) e helmintosporiose (Exserohilum turcicum (Pass) Leonard & Suggs) (EMBRAPA, 1988). 2.2.3 Importância como forragem Vale salientar que independentemente do potencial adaptativo da cultura do sorgo às regiões semi-áridas, evidencia-se o uso multivariado do produto: forragem, grãos, restolho, consumo “in natura”, feno e silagem (Tabosa et al, 1990). O sorgo contribui com, aproximadamente, 10 a 12% da área total cultivada para silagem no Brasil (Zago, 1991). Para a produção de sorgo para forragem, existem variedades adaptadas para utilização em silagem, pastejo direto, corte verde e feno. Na escolha da cultivar deve-se levar em conta, principalmente, o rendimento de fitomassa, composição químicobromatológica, digestibilidade e características agronômicas como o diâmetro do colmo, altura de planta e adaptabilidade às condições locais. A composição química do sorgo é semelhante a do milho e diversos trabalhos de pesquisa têm comprovado a possibilidade de seu uso na alimentação de ruminantes (EMBRAPA, 1988). O sorgo sudão é uma planta de clima quente, de ampla adaptabilidade aos ambientes semi-áridos, com características de xerofilia e ciclo de produção curto, permitindo boa produção de forragem, com pouca exigência hídrica. Antes da floração tem a seguinte composição: 19,7% de MS, 2,2% de PB, 5,7% de FB e 2,5% de cinzas. Em função das condições edafoclimáticas locais pode-se adotar stand oscilando entre 50 mil a 200 mil plantas por hectare (EMBRAPA, 1988). 14 2.2.4 Exigências hídricas A oferta de forragem é caracterizada por uma grande variação estacional, uma vez que o crescimento das forrageiras tende a acompanhar a disponibilidade hídrica, que na ausência de irrigação é, naturalmente, função direta da ocorrência da chuva (Lira et al., 1990). O déficit hídrico ocorre quando a quantidade de água absorvida pela planta é menor que a quantidade de água transpirada, afetando quase todos os processos fisiológicos. Respostas das culturas à variação de disponibilidades hídricas têm sido propósito de investigação de muitos pesquisadores que buscam o aumento de eficiência de uso de água pelas plantas com vista a obtenção de melhores práticas de manejo do sistema solo-águaplanta-atmosfera e um melhor entendimento dos efeitos do estresse hídrico no crescimento, desenvolvimento e produção das culturas. O sorgo é uma planta de dia curto, com altas taxas fotossintéticas e em relação à eficiência de uso de água evidencia-se que requer menos água para produzir a mesma quantidade de matéria seca do que o milho, por exemplo (332 versus 368 kg de água.kg-1 de matéria seca). Além disso, convém frisar que a maior vantagem do sorgo em relação ao milho consiste na habilidade de se tornar dormente, controlando a transpiração, durante o período seco, reiniciando o seu crescimento quando as condições apresentarem-se favoráveis (Tabosa et al. 1987). Ambas as espécies apresentam basicamente a mesma quantidade de massa radicular, porém as raízes secundárias do sorgo são no mínimo o dobro daquelas encontradas no milho. Além do mais o sistema radicular do sorgo é mais extenso, fibroso e com maior número de pêlos absorventes. A temperatura, o déficit de água e as deficiências pelos nutrientes, afetam as taxas de expansão das folhas, altura da planta e área foliar, sobretudo nos genótipos sensíveis ao 15 fotoperíodo. A insuficiência de água é uma das causas mais comuns de redução de área foliar estando relacionada com a expansão das células (Taiz e Zeiger, 2004). A magnitude dos efeitos de um déficit hídrico depende muito de sua intensidade, duração e principalmente do momento de sua indução com relação ao ciclo fenológico das culturas. Portanto, o volume de solo explorado e o contato íntimo entre a superfície das raízes e o solo são essenciais para a absorção efetiva da água pelas plantas. O contato é maximizado pela emissão dos pelos radiculares, com conseqüente aumento na área superficial e na capacidade de absorção de água. Além disso, o déficit hídrico estimula a expansão do sistema radicular para zonas mais profundas e úmidas do perfil do solo. De acordo com Hoogenbomm et al. (1987) em condições de déficit hídrico há maior expansão das raízes, devido ao secamento da superfície do solo. Durante o desenvolvimento das plantas, a densidade e o comprimento de raízes aumentam até o início da floração das plantas, decrescendo posteriormente, com diminuição na eficiência de absorção de água. O crescimento das raízes de sorgo, também, está relacionado com a temperatura do ar e é limitado pela falta de umidade no solo e disponibilidade de fotoassimilados oriundos das folhas. Um dos fatores mais importantes que afetam o uso de água e a tolerância a seca é um sistema radicular eficiente. Singh & Singh (1995) verificaram não haver diferença entre os rendimentos de matéria seca entre o milho (Zea mays L.), o sorgo e o milheto (Pennisetum typhoides (Burm. f.) Stapf & C. E. Hubb.) e (Pennisetum glaucum (L.) R. Br.), quando cultivados sem déficit hídrico. Contudo o sorgo foi superior ao milho em três condições de estresse hídrico e superior ao milheto sob estresses hídricos moderados, mas não houve diferença entre ambos sob estresse severo. 16 O estresse hídrico do sorgo na fase de plântula provocou, em média, uma redução de 50% na produção de MS, quando comparado com os estresses nas fases de pré e pós-floração (Tabosa, et al., 1990). O sorgo sudão, apesar de ser uma planta do grupo C4, tem uma elevada eficiência de uso de água, precisando de 150-200 kg de água para produzir 1,0 kg de matéria seca (Lima, 1998). Apresenta características marcantes de tolerância à seca e à salinidade, podendo ser cultivado em áreas onde a condutividade elétrica do solo é de 8,0 dS.m-1. O potencial de produção de matéria seca é de 8,0 a 12,0 t/ha. O teor de ácido cianídrico (HCN) na forragem é baixo e não compromete a saúde dos animais (Tabosa, 1993). Devido a sua rusticidade, apresenta-se como uma das opções de maior viabilidade para o Semi-Árido brasileiro (Lima, 1998). 2.3. Água 2.3.1 Água e as células vegetais A água desempenha um papel fundamental na planta, participando da maioria dos processos bioquímicos essenciais à vida e constituindo de 80 a 95% a massa dos tecidos vegetais. Nas plantas a água é continuamente perdida para a atmosfera e absorvida do solo. Para cada grama de matéria orgânica produzida pela planta, aproximadamente 500 g de água são absorvidos pelas raízes, transportados através do corpo da planta e perdidos para a atmosfera (Taiz e Zeiger, 2004). A absorção e perda da água pelos vegetais são processos cruciais. Devido à perda de água transpiratória para a atmosfera as plantas raramente estão com plena hidratação. Algumas das mudanças fisiológicas provocadas pelo déficit hídrico 17 são: acúmulo de ácido abscísico e de solutos, inibição da fotossíntese, da condutância estomática, da síntese de proteínas, da síntese de parede e da expansão celular (Taiz e Zeiger, 2004). Como se sabe, as células vegetais atingem equilíbrio de potencial hídrico (Ψw), cujos componentes são Ψs (potencial osmótico) e Ψp (presão hidrostática), com o ambiente, absorvendo ou perdendo água. É a parede celular nas células vegetais que lhes permite desenvolver grandes pressões hidrostáticas internas. Essa pressão de turgor é essencial para muitos processos fisiológicos, incluindo expansão celular, trocas gasosas nas folhas, transporte no floema e vários processos de transporte pelas membranas, além de contribuir para a rigidez e estabilidade mecânica de tecidos não-lignificados. Como se conhece, os três processos principais no transporte de água são difusão molecular, fluxo de massa e osmose. Devido a esse transporte ser um processo passivo, as plantas absorvem água somente quando o potencial hídrico (Ψw) das plantas for menor que o Ψw do solo. À medida que o solo torna-se mais seco a planta torna-se menos hidratada, atingindo um menor Ψw. A água se move através dos solos predominantemente por fluxo de massa, governado por um gradiente de pressão. À medida que as plantas absorvem água do solo, elas esgotam o solo de água junto a superfície das raízes, reduzindo o Ψp (pressão hidrostática) nesta região (Taiz e Zeiger, 2004). A água penetra na raiz, na porção apical radicular, que inclui a zona de pelos radiculares. Da epiderme até a endoderme da raiz existem três rotas pelas quais a água pode fluir: a apoplástica, a transmembrana e a simplástica. A região apical da raiz é a mais permeável à água. A absorção de água decresce quando as raízes são submetidas a condições anaeróbicas (Taiz e Zeiger, 2004). 18 O crescimento das forrageiras tende a acompanhar a disponibilidade hídrica, que na ausência de irrigação é, naturalmente, função direta da ocorrência das chuvas (Lira et al., 1990). 2.3.2 Relação água-solo-planta A atmosfera terrestre representa um desafio para as plantas, pois se é a fonte de CO2, necessário para a fotossíntese, é relativamente seca e pode desidratar as plantas. Para satisfazer essas demandas contraditórias as plantas desenvolveram adaptações para controlar a perda de água: um sistema radicular extenso para extrair água do solo, uma cutícula hidrofóbica para reduzir a evaporação, estômatos na superfície foliar para permitir as trocas gasosas, células-guarda para regular a abertura estomática e uma rota de baixa resistência por meio de traqueídes e vasos para trazer água até as folhas. Uma das funções da água no sistema solo/planta é servir de meio de transporte de nutrientes do solo para a planta através da absorção do soluto pelas raízes. Se há déficit de água no solo, a absorção do soluto é reduzida; conseqüentemente, a planta poderá sofrer uma deficiência nutricional, mesmo que os elementos essenciais estejam no solo. Os sistemas radiculares das plantas cultivadas são mais sensíveis e se alteram freqüentemente por mudanças nos conteúdos de água no solo, em relação a qualquer outro fator relevante (Das & Jat, 1977). A resposta mais comum das plantas a baixa disponibilidade de água, segundo Taiz & Zeiger (2004) consiste no decréscimo da produção da área foliar, fechamento dos estômatos, aceleração da senescência e abscisão das folhas. O conteúdo de água e a sua taxa de movimento no solo dependem em grande parte do tipo e da estrutura do solo. A água move-se em direção a regiões de baixo potencial hídrico, que decresce do solo até as folhas. É um movimento passivo, pois a energia livre 19 da água diminui à medida que ela se move, contudo é regulado pela planta para minimizar a desidratação, principalmente pela regulação da transpiração. A transpiração é regulada principalmente pelas células-guarda, as quais regulam o tamanho do poro estomático para atender a demanda fotossintética de CO2, enquanto minimizam a perda de água para a atmosfera. A transpiração foliar, controlada por um gradiente de concentração de vapor dágua, gera uma pressão hidrostática negativa, transportando a água através do xilema. A transpiração depende de dois fatores principais: a resistência à difusão e a diferença de concentração de vapor dágua entre os espaços intercelulares das folhas e a atmosfera externa. O ar que circunda a folha encontrando-se muito parado torna-se a principal barreira à perda de vapor de água pela folha (Taiz e Zeiger, 2004). Na maior parte das áreas tropicais o déficit hídrico é o fator mais importante na determinação do crescimento e produtividade das forrageiras. O estresse é causado quando algum fator ambiental não é ideal para o crescimento e desenvolvimento da planta (Buxton & Fales, 1994). Fatores ambientais como intensidade e qualidade de luz, temperatura, umidade relativa e concentração intracelular de CO2 são percebidos pelas células-guarda e esses sinais são integrados em respostas estomáticas bem definidas. Quando a planta é submetida a um déficit de água, ocorre no seu interior uma série de reações bioquímicas tentando contornar esta situação. Davies & Zhang (1991) sugerem que há evidências de sinais químicos das raízes que agem diretamente no comportamento dinâmico dos estômatos em condições de déficit hídrico no solo. Uma das primeiras conseqüências do déficit hídrico é o fechamento dos estômatos. Com o fechamento dos estômatos, a planta perde menos água, porém diminui a taxa fotossintética, em razão da menor absorção do CO2 do meio. 20 Pimentel & Rossielo (1995) afirmaram que um ligeiro ressecamento do solo, mesmo que não afete as relações hídricas da parte aérea, causa um aumento na concentração de ácido abscísico (ABA) no xilema, provavelmente produzido na coifa das raízes, levando ao fechamento estomático e à diminuição da expansão celular. O ABA pode desempenhar importante papel através de sinais químicos para comunicação das raízes com o dossel vegetativo, em resposta ao secamento do solo (Davies & Zhang, 1991). Segundo Zeevaart & Creelman (1988) o déficit hídrico promove uma rápida redistribuição e acumulação do ABA no apoplasto das células-guarda, reduzindo a condutância estomatal. O ABA pode influenciar as respostas da planta ao déficit hídrico por regular as características morfofisiológicas das plantas (Tuberosa et al., 1994). Os experimentos de Lea et al. (1995) em plantas de milho cultivadas em campo e em laboratório, demonstraram que a acumulação de ABA originados nas raízes foi responsável pela restrição do desenvolvimento das folhas e pela manutenção do desenvolvimento do sistema radicular. A água na planta pode ser considerada como um sistema hidráulico contínuo, conectando a água no solo e ao vapor de água na atmosfera. 2.3.3 Disponibilidade de água A água que se infiltra no solo é por ele armazenada em seus poros, devido a fenômenos de capilaridade e adsorção, ficando parte dela disponível para as plantas (Reichardt, 1990). Água disponível é a fração de água presente no solo que se encontra em condições de ser absorvida pelas raízes da planta. Em geral, é considerada como o teor de água retida entre a capacidade de campo in situ e o ponto de murcha permanente. A quantidade de 21 água disponível varia em função de diferentes atributos do solo, da planta e das condições meteorológicas. Em relação aos fatores do solo que afetam a retenção da água, a textura é um dos mais importantes, pois determina a área de contato entre as partículas sólidas e a água além das proporções dos distintos tamanhos de poros. O tipo de argila, devido às suas características cristalográficas, e a matéria orgânica apresentam boas propriedades de retenção de água. A estrutura, por sua vez, determina o arranjo das partículas, consequentemente, a distribuição dos poros (Reichardt, 1990). 2.4. O Fósforo e suas relações no sistema solo-planta 2.4.1 Solo Considerando-se o meio ambiente e a sustentabilidade dos sistemas agropecuários é necessário manter uma adequada fertilidade da terra, sem degradação da água e do solo (Lal, 1989). O crescimento das plantas forrageiras e, conseqüentemente a sua produção, depende de fatores relacionados às plantas, ao solo e ao clima. Em relação ao solo, a disponibilidade de nutrientes tem grande importância para o crescimento das plantas. As plantas necessitam de 17 elementos considerados essenciais, água e diferentes compostos orgânicos para a sua sobrevivência. Nesses compostos, encontram-se o hidrogênio, carbono e o oxigênio, que são incorporados aos tecidos vegetais a partir da absorção da água (H2O) pelas raízes e da incorporação do dióxido de carbono (CO2) através dos processos fotossintéticos. Além desses três elementos, outros seis macronutrientes, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre são absorvidos 22 em quantidades percentuais elevadas e os oito micronutrientes, boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, níquel e zinco, exigidos em menores quantidades. Além de melhorar as propriedades físicas do solo os resíduos culturais do sorgo reciclam quantidades apreciáveis de nutrientes: 0,15% de fósforo, 1,08% de nitrogênio e 1,32% de potássio (Larson et al, 1972). O pH é frequentemente citado como a mais importante propriedade química do solo e pode ser utilizada como base inicial para a previsão do seu comportamento químico, em especial quanto à disponibilidade de nutrientes e à presença de elementos tóxicos. A faixa de pH crítico para o sorgo está entre 5,5-6,0 e sua classificação em relação à acidez do solo é moderadamente tolerante. No caso dos LUVISSOLOS o clima direciona a diversificação das suas ocorrências no Brasil. No semi-árido não há água suficiente para provocar lixiviação dos compostos químicos, resultando em solos pouco intemperizados, mas quimicamente ricos, com minerais de argila com elevada atividade coloídal. A deficiência orgânica se dá pela condição de baixo fornecimento de matéria orgânica nesta região. Os LUVISSOLOS compreendem solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B textural ou B nítico, com argila de atividade alta e saturação por bases alta, imediatamente abaixo de horizonte A fraco moderado. Estes solos variam de bem a imperfeitamente drenados, sendo normalmente pouco profundos (60 a 120 cm), com seqüência de horizontes A, Bt e C, e nítida diferenciação entre os horizontes A e Bt, devido ao contraste de textura, cor e/ou estrutura entre os mesmos. A transição para o horizonte B textural é clara ou abrupta. Em todos os casos, podem apresentar pedregosidade na parte superficial e o caráter solódico ou sódico, na parte subsuperficial (Oliveira, 2005). 23 O horizonte Bt é de coloração avermelhada, amarelada e menos freqüentemente, brunada ou acinzentada. A estrutura é usualmente em blocos, moderada ou fortemente desenvolvida, ou prismática, composta de blocos angulares e subangulares. São moderadamente ácidos a ligeiramente alcalinos, com teores de alumínio extraível baixos ou nulos, e com valores elevados para a relação molecular Ki no horizonte Bt, normalmente entre 2,4 e 4,0, denotando presença, em quantidade variável, mas expressiva, de argilominerais do tipo 2:1 (EMBRAPA, 1999). Nesta classe estão incluídos os solos que foram classificados pela Embrapa Solos como BRUNO NÃO CÁLCICO, PODZÓLICO VERMELHO AMARELO Eutrófico argila de atividade alta e PODZÓLICO BRUNO ACINZENTADO Eutrófico e alguns PODZÓLICOS VERMELHO ESCURO Eutróficos com argila de atividade alta. A translocação de argila é o processo de mais importância e significado no desenvolvimento dos LUVISSOLOS. Além da argila coloidal, com freqüência a matéria orgânica é também translocada da parte superior do perfil para se depositar no horizonte B. Esta matéria orgânica é translocada na forma de húmus coloidal e de compostos húmusferro, nos quais o Fe se encontra no estado ferroso. A precipitação no horizonte B se explica como resultado da mudança de pH favorecida pela iluviação de bases neste horizonte, bem como do secamento periódico do solo. No semi-árido como não há intensa precipitação, os LUVISSOLOS tem formação mineral. A formação geológica data do período pré- cambriano, isto indica que as rochas que estão abaixo desse perfil foram formadas há mais de 600 milhões de anos. O gnaisse, uma rocha composta de quartzo, feldspato e mica (biotita), forma o substrato rochoso dos LUVISSOLOS. Saprolitos de gnaisse e material pseudo-autóctone são considerados como material de origem desse solo, e inclui todos os materiais, orgânicos ou minerais 24 intemperizados ou não, dos quais os solos são formados. O material de origem também pode ser definido como estágio de formação do solo no tempo zero (Buol et al, 1977). As propriedades mais importantes dos materiais de origem são as propriedades químicas e mineralógicas, que são responsáveis, em grande parte, pelo rumo da formação e o resultado da composição química, física e mineralógica do solo resultante. Os fragmentos minerais da rocha que não foram decompostos totalmente se constituem reserva nutricional do solo. Os LUVISSOLOS CRÔMICOS ÓRTICOS apresentam teores de minerais primários facilmente intemperizáveis, notadamente Feldspatos potássicos. Os LUVISSOLOS são classificados como solos maduro (velhos) onde os minerais que são facilmente decompostos já estão intemperizados. Os Luvissolos Crômicos Órticos tem ocorrência em grande parte da região semiárida nordestina e na Paraíba é a segunda classe mais representativa com 23,2% de ocorrência. Está presente nas seguintes unidades geomorfológicas do estado da Paraíba: Depressão Sublitorânea, Superfície Aplainada da Borborema e Depressão Sertaneja (BRASIL, 1978). Os solos da região semi-árida brasileira são caracterizados pela sua deficiência em fósforo (P) disponível (Tissen,1989). 2.4.2 A importância do fósforo (P) O fósforo (P) desempenha função-chave na fotossíntese, no metabolismo de açúcares, no armazenamento e transferência de energia, na divisão e expansão celular e na transferência da informação genética. É importante na formação do ATP (trifosfato de adenosina) que será a principal fonte energética da planta 25 O P promove a formação inicial e o desenvolvimento da raiz, o crescimento da planta; afeta a qualidade dos grãos, e é vital para a formação da semente. A sua deficiência reduz a taxa de crescimento inicial e o estabelecimento das plantas forrageiras, limitando a capacidade produtiva das pastagens (Cecato et al, 2004). Na sua ausência, algumas plantas podem desenvolver uma coloração púrpura ou avermelhada nas folhas inferiores e no caule. Esta condição está associada à acumulação de açúcares em plantas deficientes em P, especialmente durante os períodos de baixa temperatura. O uso adequado de P aumenta a eficiência da utilização de água pela planta, bem como a absorção e a utilização de todos os outros nutrientes. Os mecanismos que podem atuar na eficiência de uso de nutrientes podem ser agrupados em duas categorias: eficiência de absorção e eficiência de utilização. A eficiência de absorção de P é geralmente relacionada à capacidade de aquisição de maiores quantidades de P com um mínimo crescimento radicular; e a eficiência de utilização é a habilidade relativa de produção de biomassa para cada unidade de P acumulado (Elliott e Lauchli, 1985). Maior eficiência na aquisição de P é condicionada por um sistema radicular extenso, com grande proporção de raízes finas e pelos radiculares longos; além de mecanismos fisiológicos de absorção mais eficientes, estabelecimento de associações micorrízicas eficientes e a capacidade de disponibilizar formas orgânicas ou inorgânicas de p menos lábeis (Cantarutti, 2004). A adaptação à baixa disponibilidade de P de inúmeras forrageiras é o marco que tem possibilitado tanto a expansão como a intensificação da pecuária no Brasil e fundamenta-se na maior eficiência de aquisição e utilização, na menor demanda e na remobilização de P (RAO, 2001). 26 O conjunto das atuais práticas agrícolas praticadas na caatinga esgota o solo, leva à erosão, à compactação, ao empobrecimento da vida no solo e redução da fertilidade. A reposição natural de certos elementos como o P, levaria mais de 100 anos (Maia, 2004). A prática da adubação com fertilizantes fosfatados vem a algum tempo se destacando como uma das alternativas para incrementar a produção de volumosos, com efeitos marcantes sobre o crescimento e produtividade das plantas forrageiras, pois o P nos solos tropicais se encontra em níveis abaixo do mínimo necessário ao desenvolvimento das mesmas. O P aparece nas plantas na forma inorgânica como ortofosfato e em menor escala como pirofosfato. O ATP é o composto mais importante em que os fosfatos estão ligados. A energia absorvida na fotossíntese ou liberada na respiração é utilizada para síntese de ATP. Tanto o ATP como outros trifosfatos como UTP, GTP e CTP estão envolvidos na síntese de DNA e RNA. As deficiências no suprimento de P causam inúmeros distúrbios relacionados principalmente à reciclagem de energia e à síntese de proteínas (Mengel e Kirkby, 1979). Segundo Kill (2005) a aplicação de P proporcionou aumento na produção de sorgo de 24%. 2.4.3 Formas de fósforo no solo O P é um elemento de baixa mobilidade no solo e é encontrado sob a forma de ortofosfato, derivado do ácido fosfórico. No solo, encontra-se combinado a ferro, alumínio, - cálcio e matéria orgânica. O P apresenta-se nas formas aniônicas: PO43-, HPO42-, H2PO4 , H3PO4. A importância de cada uma dessas formas está intimamente ligada ao pH. Enquanto que em solos ácidos, os compostos de ferro e alumínio são mais importantes, 27 - predominando a forma de ortofosfato primário (H2PO4 ), em solos neutros e alcalinos, fosfatos de cálcio de baixa solubilidade são encontrados, predominando o íon ortofosfato -- secundário (HPO4 ). Em geral o pH que proporciona maior disponibilidade de P está entre 6,0 e 6,5, pois nesta faixa de pH é mínima a reação ou fixação do P. O valor de pH igual a 6,3 é considerado o ideal para disponibilidade de P para as plantas (Raij, 1981). No ecossistema cerrado, por exemplo, cerca de 92% dos solos tem teores de P disponível, estimado por extrator ácido, menor que 2 mg.dm-3. Tal situação decorre da pobreza do material de origem mas, sobretudo, da elevada capacidade de adsorção de P. São freqüentes solos com capacidade de adsorção superior a 4.000 kg.ha-1 deste elemento, considerando-se os 20 cm superficiais, agindo como verdadeiros drenos para as formas lábeis de P (Novais & Smithy, 1999). As frações orgânicas de P (Po), como os fosfolipídios, variam consideravelmente, mas constituem de 20 a 80% do conteúdo do P total nos solos (Haynes, 1984). Em solos tropicais o Po pode representar de 60 a 74% do P lábil. O Po é hidrolisado por enzimas fosfohidrolases denominadas fosfatases, produzidas por microrganismos e pelas raízes das plantas, dentre as quais as fitases são de grande importância. Todavia os atuais extratores químicos não são sensíveis ao Po (Cantarutti, 2004) 2.4.4 Fixação de fósforo nos solos tropicais As espécies forrageiras, de forma similar, a outras espécies vegetais, variam suas características morfológicas, fisiológicas, bioquímicas, nutricionais e qualitativas. A concentração média de P no tecido vegetal de gramíneas forrageiras, variaram de 1,64 g/kg em Paspalum notatum a 2,62 g/kg em Brachiaria decumbens (Gallo et al.,1974), e de 1,3 g/kg em Digitaria decumbens a 1,9 g/kg em Panicum maximum (Bufarah et al., 1982). 28 A influência de épocas do ano na concentração de P na parte aérea de gramíneas foi estudada por Costa (1999), que constatou no período chuvoso 3,44 g/kg de P em Panicum maximum e 2,38 g/kg de P em Brachiaria himidicola e no período seco 2,87 g/kg de P maximum e 1,73 g/kg de P em B. humidicola. A disponibilidade de P para as plantas depende das formas em que este elemento ocorre no solo: P-solução, P-lábil e P-não lábil. O P-solução representa o elemento na solução do solo, que pode ser absorvido pelas plantas, enquanto o P-lábil é o P adsorvido por sítios de troca dos colóides argilo-orgânicos e o P-não lábil é o P precipitado em compostos insolúveis, normalmente com cálcio, ferro e alumínio ou adsorvido por sítios de troca de elevada energia de ligação, situados na superfície das partículas de argila, óxidos de ferro e alumínio (Raij, 1991). O que se denomina comumente fixação envolve dois processos: o de absorção e o de imobilização. O primeiro se dá quando fosfatos solúveis são adicionados ao solo e passam a constituir parte do P lábil. Alguns dos solos do Semi-árido podem conter um teor elevado de P ligado a ferro (P-Fe), que não é disponível para a maioria das plantas. Nestes solos, sorgo (Sorghum bicolor L. Moench) reduz a sua produtividade (Tabosa et al., 1993), Pesquisas relevantes sobre o consórcio de sorgo e guandu são os trabalhos de Ae et al. (1990) e Guedes (1993), onde relatam que o sorgo não é muito eficiente em absorver o P de compostos de P-Fe, muito frequentes em solos altamente intemperizados do semi-árido, e que o guandu absorve melhor este nutriente, devido à sua habilidade em exsudar de suas raízes um ácido orgânico particularmente denominado ácido piscídico, que solubiliza o P-Fe. 29 2.4.5 Absorção e metabolismo do fósforo pelos vegetais Os fatores que afetam a disponibilidade de P para as plantas incluem: tipo e quantidade de minerais de argila, níveis de P no solo, aeração, compactação, teor de umidade, temperatura, pH e disponibilidade de outros nutrientes essenciais às plantas. O P pode ser absorvido pelos vegetais como íon ortofosfato, H2PO4 ou HPO −42 , dependendo do pH. Em solos neutros ambos são absorvidos e em solos ácidos predomina H2PO4. À medida que o pH aumenta, há redução da taxa de suprimento de H2PO4 e um aumento de HPO4 - . A forma H2PO4 é absorvida pelas raízes cerca de dez vezes mais -- rápida que a forma HPO4 (Chen & Barber, 1990). Como se sabe, os processos responsáveis pela transferência de um nutriente do solo para a planta são difusão, fluxo de massa e interceptação radicular. O transporte de P no solo até a plasmalema de uma célula da raiz ocorre, na sua quase totalidade, por difusão. A velocidade de difusão na solução do solo é menor que a velocidade de absorção, gerando o que se denomina de zona de depleção da raiz. A taxa de difusão pode limitar a absorção de P independente da eficiência da planta em absorvê-lo, destacando a importância do vegetal em explorar um volume maior de solo, de maneira a superar esta barreira de difusão. À medida que a espessura do filme de água em torno dos colóides diminui, o íon fosfato terá que se difundir cada vez mais próximo das superfícies, que passam a fixá-lo de maneira mais intensa (Novais et al., 1990). Segundo Haynes (1984) as necessidades das plantas por P são conseqüência de diferenças metabólicas; distintas taxas de crescimento e variação na relação raiz/ parte aérea. O lento crescimento vegetativo pode ser uma adaptação ao baixo suprimento de P 30 pelo solo. O P desempenha papel importante no desenvolvimento do sistema radicular das gramíneas (Cecato et al, 2004). Oliveira et. al (2004), trabalhando com capim-de-raiz (Chloris orthonoton Doell), observaram que plantas que não receberam adubação fosfatada apresentaram menor produção, quando comparadas às que receberam doses de 100 e 200 kg de P2O5. As respostas das culturas a adubação fosfatada tem sido variável em função do teor inicial no solo, ou seja, quanto menor o teor deste nutriente no solo maior será a resposta obtida com a adubação. Apesar de ser requerido durante todo o ciclo da cultura, os teores de P acumulados na raiz, no colmo e na folha, no estádio inicial, foram muito reduzidos, observando-se, nesta fase, o aparecimento dos sintomas característicos da deficiência do nutriente (Coelho e França, 1995). A fase inicial de crescimento é a mais crítica para o P, uma vez que a capacidade do sistema radicular em absorver o nutriente do solo ainda é baixa (Muzilli et al., 1989). 2.4.6 Fosfatos A eficiência da adubação fosfatada está intimamente associada com o grau da solubilidade da fonte visando à minimização da fixação do íon fosfato. As fontes de P reagem diferentemente em função das características do solo, como: acidez, teor de alumínio trocável, nível de P no solo, capacidade de adsorção de P, poder tampão do solo; bem como características da planta (sistema radicular, CTC das raízes, exsudação de compostos ácidos ou básicos, dentre outros) (Fageria et al., 1999). O modo de aplicação dos adubos fosfatados no solo, bem como a sua granulometria e solubilidade em água são os principais fatores que influenciam na facilidade da fixação do fosfato bem como a sua disponibilidade para as plantas. A possibilidade do emprego dos 31 fosfatos naturais a custo de produção mais baixo é há muito enfatizado como alternativa viável para o suprimento da necessidade de P dos solos brasileiros. Solos de textura média ou arenosa, com dreno menos intenso para P, pouco tamponados, reúne condições favoráveis à eficiência dos fosfatos naturais (Novais & Smyth, 1999). Na cultura do milho foi observado que a adubação fosfatada promoveu aumentos significativos na produção de grãos e nos teores de P no solo e nas folhas; a eficiência do fosfato de Gafsa granulado melhorou, acentuadamente, quando se considerou o efeito residual no segundo ano e o fosfato natural de Patos de Minas foi ineficiente no fornecimento de P às plantas de milho (Raij, 1991). Novais et al. (1988) verificaram um decréscimo na eficiência do fosfato de Araxá com o aumento do tempo de incubação em latossolos. Plantas de sorgo produziram menos MS e acumularam menos P, conforme se aumentou o tempo de incubação. 32 3. MATERIAL E MÉTODOS Esta pesquisa foi desenvolvida no período de 20 de abril a 10 de julho de 2005, em experimento conduzido em ambiente protegido, localizado no Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), município de Areia-PB, na Microrregião do Brejo Paraibano, nas seguintes coordenadas geográficas: 6° 58' 12'' de Latitude Sul e 35° 42' 15'' de Longitude Oeste de Greenwinch, com altitude de aproximadamente 575 m (Gondim & Fernandez, 1980). O solo utilizado no experimento foi coletado na Estação Experimental de São João do Cariri pertencente ao CCA da UFPB, em São João do Cariri, PB, microrregião do Cariri Ocidental, Semi-Árido paraibano. O solo da área apresentava textura franco-arenosa, sendo classificado como LUVISSOLO (EMBRAPA, 1999), pouco profundo e moderadamente drenado. O solo foi destorroado, passado em peneira com malhas de 2,0 mm e submetido ao revolvimento, para secagem ao ar, durante 10 dias. Em seguida o material foi homogeneizado e acondicionado em vasos plásticos. As análises das amostras do solo foram realizadas no Laboratório de Química e Fertilidade do Solo e no de Física do Solo do Departamento de Solos e Engenharia Rural do CCA/UFPB, segundo metodologia descrita em EMBRAPA (1997), tendo suas características químicas apresentadas na Tabela 1 e as físicas na Tabela 2. O fósforo foi extraído com o extrator Mehlich I. O cálcio e o magnésio foram determinados por espectrofotometria de absorção atômica e o sódio e potássio por fotometria de chama. A análise granulométrica foi determinada segundo Camargo et al. (1986). 33 Tabela 1. Características químicas do solo de São João do Cariri, PB, 2005 Prof. pH K+ P 3 ......mg/dm .... Na+ H++Al+3 Al+3 Ca+2 Mg+2 SB CTC M.O 3 (cm) H2O (1:2.5) ...................................cmol/dm ................................... g/kg 0-20 6,1 1,74 116,00 0,12 1,16 0,00 3,90 4,05 8,37 9,53 9,63 20-40 6,7 0,30 79,58 0,13 1,00 0,00 3,70 2,85 6,88 7,88 6,19 Tabela 2. Características físicas do solo de São João do Cariri, PB, 2005 Areia Prof. (cm) Grossa Fina 2-0,2 0,2-0,05 Silte Arg. 0,05-0,002 <0,002 ................................g/kg............................. U Arg. disp. GF g/kg kg/dm3 ρs ρp ......g/cm3...... φ MPa AD m3/m3 0,01 1,5 g/kg g/kg 0-20 201 469 228 102 76 255 1,45 2,71 0,46 140 55 85 20-40 186 434 254 126 101 198 1,49 2,64 0,44 131 48 83 GF – Grau de floculação; ρ s – Densidade do Solo; ρ p – Densidade das Partículas; φ - Porosidade Total; U- Umidade do solo; AD – Água Disponível. A variedade de sorgo sudão utilizada neste experimento foi a IPA 4202, selecionada em Pernambuco, de uma coleção introduzida através da EMBRAPA Milho e Sorgo, originária da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, a partir de gerações sucessivas de autofecundação e de seleção visando adaptação ao Semi-Árido. As sementes de sorgo sudão, foram semeadas em vasos com capacidade de 14,86 dm3 (28 cm de altura e 26 cm de diâmetro) contendo amostras retiradas às profundidades de 0-20 e 20-40 cm. Em cada vaso, disposto aleatoriamente sobre bancadas de cimento, colocou-se 10,0 kg de solo. Na amostra de solo coletada a 0-20 cm de profundidade, transferida para a parte superior dos vasos, foram aplicados 34,8 mg/dm3 de sulfato de amônio e 8,0 mg/dm3 de cloreto de potássio, equivalentes a 30 kg ha-1 de N e 20 kg ha-1 de K2O. Para os cálculos de adubação foi considerada a densidade do solo de 1,45 g/cm3. 34 As fontes de fósforo utilizadas foram o fosfato de Gafsa com 10% de P2O5 solúvel em água e o superfosfato simples com 18% de P2O5 solúvel em água. Utilizou-se uma dose de fósforo equivalente a 60 kg ha-1 de P2O5, sendo 77,3 mg/dm3 de superfosfato simples e 138,6 mg/dm3 de fosfato de Gafsa, com base na análise de solo. Foram semeadas três a quatro sementes de sorgo sudão por vaso. O fósforo, o potássio e um terço do nitrogênio foram aplicados na semeadura. O restante do nitrogênio foi aplicado em cobertura, aos 15 e 45 dias após a emergência. O desbaste ocorreu aos 15 dias após a emergência (DAE), sendo o corte do colmo feito a 5,0 cm acima do solo. Três dias antes do semeio, foram adicionados 1.210 mililitros de água em cada vaso, de modo a elevar a umidade do solo até à capacidade de campo, estimada em 140 g/kg, condição de umidade do solo equivalente a -0,01 MPa, mantida até o início do período de déficit hídrico. Para evitar condição de estresse hídrico, nos primeiros dez dias após implantação do experimento todas as plantas foram mantidas em condições de capacidade de campo até indução dos tratamentos. A irrigação dos vasos submetidos ao potencial hídrico de 20% de AD (água disponível) foi suspensa até que a respectiva umidade do solo fosse alcançada. Os vasos correspondentes aos outros tratamentos com 40, 60 e 80% de AD foram irrigados durante o período de estresse, até estabilizar na umidade preconizada. Após a indução do estresse hídrico, o conteúdo de água no vaso foi controlado diariamente, pelo peso do conjunto vaso + solo + água, repondo-se o volume de água consumido (evapotranspiração) pelo sistema solo planta, conforme tratamentos préestabelecidos. O déficit hídrico foi monitorado, com base no método gravimétrico, mediante pesagem diária de todos os vasos, ao final da tarde, de maneira a corrigir eventuais 35 variações no peso dos vasos de um mesmo tratamento, utilizando-se balança com precisão de 20,0 g, realizando-se, nessas ocasiões, a complementação da água, de modo a manter a umidade no nível concernente a cada tratamento. A água utilizada foi procedente de poço Amazonas, cujos níveis de elementos químicos foram previamente analisados e encontram-se na Tabela 3. Tabela 3. Características químicas da água utilizada no experimento. pH Ca++ Mg++ Na+ K+ CO32mmolc L 6,3 1,50 0,70 1,66 0,14 HCO3- Cl- SO4-2 -1 0,00 C.E. RAS PTS Classif. -1 mS cm 4,80 1,50 0,05 0,38 1,58 1,06 C 1 S1 Para monitorar a umidade relativa e a temperatura dentro do ambiente protegido, foi instalado um termohigrômetro a uma altura de 1,5 m do chão, sendo as anotações feitas a cada 24 horas, sempre no mesmo horário, ao longo do período experimental. Durante todo o ciclo da cultura os vasos foram mantidos livres de plantas invasoras. Nos tratos fitossanitários aplicou-se repelente a base de nim para controlar tripes (Frankliniella schultzei Trybom). As características morfogênicas avaliadas a intervalos de dez dias, realizadas no período matutino, entre 08h e 09h, foram comprimento de colmo, número de folhas por planta e diâmetro de colmo, conforme metodologia de Benincasa (2003). Foram realizadas seis observações, compreendendo 70 dias do experimento. As outras características avaliadas como comprimento e largura de folha, altura de plantas e número de nós por planta foram mensuradas no dia da colheita. O comprimento de colmo foi medido com trena milimetrada, considerando-se a distância vertical entre a base de colmo e o ápice do mesmo. Foi considerada a superfície do solo como limite inferior do comprimento, pois o colo se apresentava abaixo desta. A altura de plantas foi obtida através da medição a partir do nível do solo até a curvatura 36 média da última folha completamente expandida. O número de folhas e número de nós por planta foram determinados por contagem de todas as folhas verdes e todos os nós, respectivamente. O diâmetro do colmo foi medido a 5,0 cm do nível do solo, utilizando-se o paquímetro. Aos 71 dias após a emergência (DAE) o sorgo foi colhido para determinação das produções de matéria verde e seca da parte aérea e das raízes. As plantas foram retiradas com o solo aderido às suas raízes, manualmente, de modo a não danificá-las e evitar perda da parte do sistema radicular. As raízes foram lavadas em água corrente, cuidadosamente, com peneiras, até a retirada do solo aderido às mesmas. O excesso de água das raízes foi retirado com o auxílio de papel toalha e em seguida o material foi pesado. A determinação da matéria seca da parte aérea e das raízes foi feita por meio da secagem dos materiais coletados em estufa de circulação forçada de ar a 65°C até peso constante com posterior pesagem. Determinou-se a área foliar do sorgo sudão, aos 71 DAE, de 3 folhas por planta (1 do terço superior, 1 do terço médio e 1 do terço inferior), bem como o número total de folhas, de cada planta, calculando-se a área foliar/folha, utilizando-se à metodologia não destrutiva recomendada por Payne et al. (1991), que utiliza a equação abaixo, correlacionando o comprimento e a largura da folha : AFF = 0,68 x (CF x LF) – 0,114 Onde: AFF: área foliar/folha; CF: comprimento da folha; LF: máxima largura da folha (1) 37 De posse da área média das folhas calculadas pela já referida equação, multiplicou-se AFF pelo número total de folhas por planta para determinar a área foliar de cada planta. O conteúdo relativo de água (CRA) na folha foi mensurado para indicar o status hídrico da planta ao término do experimento. Foram retirados cinco pedaços com aproximadamente 1,0 cm2 cada, de três folhas de todas as plantas. Imediatamente foram pesados, evitando perdas de umidade, gerando os valores de massa fresca (Mf). Logo após, as amostras foram colocadas em placas de Petri e embebidas em água destilada durante 12 horas. Os pedaços de folhas foram secos em papel toalha para retirar o excesso de umidade e novamente pesados, obtendo a massa túrgida (Mt). Finalizando o processo as amostras foram colocadas em estufa a 65oC, por 24 horas. Após esse período, foram colocadas para esfriar em um dessecador, por 30 minutos, para reduzir a variação no peso da amostra. Em seguida foram pesadas, obtendo-se a massa seca (Ms). Os valores de CRA foram obtidos através da equação, segundo BARR & WEATHERLEY (1962) e SLAVIK (1974): CRA = ( Mf − Ms ) x100 ( Mt − Ms ) sendo; Mf: massa fresca; Ms: massa seca; Mt: massa túrgida (2) 38 Para o cálculo de graus-dias acumulados (GDA) foram utilizadas a temperatura mínima (Tm) e temperatura máxima (TM), registradas durante os estádios de desenvolvimento da cultura. Utilizou-se o método de Ometto (1981) pela seguinte equação: GDA = (TM − Tm ) + (Tm + Tb ) ) 2 (3) sendo Tb a temperatura basal mínima de crescimento. Utilizou-se como temperatura basal mínima 10°C (Goto & Tivelli, 1998). Antes das análises estatísticas foi utilizada a transformação logarítmica para os dados de comprimento de folha, de modo a homogeneizar as variâncias (Steel & Torrie, 1960), entretanto os dados expostos nas Figuras estão na unidade original. As parcelas foram dispostas num delineamento em blocos casualizados, em esquema fatorial (4x3), correspondendo a quatro disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80% de água disponível) e três tratamentos de adubação fosfatada (testemunha, com fosfato de Gafsa e com super fosfato simples), com quatro repetições, totalizando 48 unidades experimentais. O modelo estatístico utilizado foi: Yijk = µ + Bi + Dj + Tk + DTjk + eijk (4) sendo Yijk o valor observado referente à parcela do bloco i, com a disponibilidade j e com o tratamento k; µ a média geral; Bi o efeito do bloco i (i = 1, 2, 3 e 4); Dj o efeito da disponibilidade de água j (j = 1, 2, 3 e 4); Tk o efeito da adubação fosfatada k (k = 1, 2 e 3); 39 DTjk o efeito da interação disponibilidade de água versus adubação fosfatada; e eijk a variação aleatória (erro experimental). Inicialmente foi realizada análise de variância para verificação da significância dos tratamentos por meio do Teste F, até 5% de probabilidade. Para comparar a adubação fosfatada foi utilizado o teste de contrastes e para comparar disponibilidade de água ao longo do tempo, foi utilizada regressão polinomial, procurando-se evidenciar efeitos linear e quadrático. As análises estatísticas foram realizadas com auxílio do programa de Análises Estatística e Genética (UFV, 1999). 40 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Temperatura, umidade relativa do ar e evapotranspiração (ET) no interior do ambiente protegido Por ser de origem tropical o sorgo sudão para produzir satisfatoriamente e apresentar forragem de qualidade, requer condições climáticas que favoreçam o seu crescimento. Entre os fatores ambientais que mais interferem no crescimento da cultura destaca-se a temperatura do ar. A temperatura exerce grande influência no crescimento das plantas, pois pode afetar todas as fases dos processos fisiológicos, principalmente os relacionados com a fotossíntese, respiração, transpiração, atividades enzimáticas, permeabilidade da membrana celular, absorção de água e de nutrientes e a própria velocidade das reações químicas, podendo induzir precocidade ou retardar a produção final (Lucchesi, 1987). Os valores de temperatura e umidade relativa do ar encontram-se na Figura 1, medidos no local de implantação do experimento com a finalidade de se avaliar possíveis correlações entre variações microclimáticas e o comportamento fisiológico do sorgo sudão em resposta ao estresse hídrico. A temperatura máxima do ar durante o período experimental variou de 23,4°C a 33,8°C e a mínima de 19,2°C a 24,3°C. A amplitude diária de variação térmica ao longo do período avaliado apresentou oscilação entre 2,4°C a 11,2°C. A temperatura média do ar no período avaliado foi 24,6°C. Conforme Eastin (1972) temperaturas superiores a 38°C e inferiores a 18°C reduzem o crescimento do sorgo, que requer para um eficiente crescimento temperaturas ótimas em torno de 33°C a 34°C. Houve tendência a uma gradual diminuição da temperatura do ar à medida que transcorria o tempo, sendo um dos fatores que contribuíram para o lento crescimento do sorgo, verificado durante o experimento. Umidade Relativa (%) Temperatura do ar (°C) 41 36 34 32 30 28 26 24 22 20 18 16 MAX MED MIN 100 90 80 70 60 50 40 30 1 11 21 31 41 51 61 71 Tempo (DAE) Figura 1. Evolução da temperatura e da umidade relativa do ar, dentro do ambiente protegido, expressa em valores máximos, médios e mínimos, medidas no período de 01/05/2005 a 10/07/2005. DAE – dias após emergência. A umidade relativa do ar máxima teve uma oscilação entre 80% e 95% e a mínima entre 37% e 89%. A amplitude de variação da umidade ao longo do período avaliado oscilou entre 4% e 47%. Houve uma elevação gradativa da umidade relativa do ar à medida que a temperatura diminuía, coincidindo com a chegada do período da estação chuvosa da região. Pode-se observar na Figura 2 a evolução da evapotranspiração média diária de plantas de sorgo sudão, a partir de onze dias após a emergência (DAE), momento que foi 42 20% 40% 60% 80% Evapotranspiração(mm.dia -1) 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 Tempo (DAE) Figura 2. Evolução da evapotranspiração média diária de plantas de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf) em função de disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80%), medidas no período de 11/05/2005 a 10/07/2005. DAE – dias após emergência. iniciado o déficit hídrico, segundo os tratamentos pré-estabelecidos. Verifica-se que a taxa de ET aumentou com o incremento da disponibilidade de água no solo, sendo a menor taxa observada no tratamento com 20% de água disponível (AD), ou seja, a redução da taxa de ET implicou num menor consumo de água. Cunha (2003) constatou em jureminha (Desmanthus virgatus L. Willd.) o menor uso de água pelas plantas com 25% de AD e Pinto (2004) em maniçoba (Manihot pseudoglaziovii Pax & Hoffman e Manihot piauhyensis Ule) com 20% de AD. 43 4.2. Efeito da disponibilidade de água no solo e de fontes de fósforo sobre o crescimento Observa-se que o teor de argila das amostras de solo analisadas ficou abaixo do limite de 15% (Tabela 2) assim como o fósforo situou-se abaixo de 2,0 mg/dm3 (Tabela 1), interpretando-se como muito baixa a classificação da disponibilidade de P do solo estudado, conforme Alvarez et al. (1999). 4.2.1 Comprimento de colmo (CC) A evolução do comprimento de colmo das plantas de sorgo sudão, em função da disponibilidade de água no solo e de fontes de fósforo encontra-se na Figura 3. Percebe-se que o crescimento ocorreu de forma lenta durante todo o período avaliado. O comportamento do CC na ausência de fósforo foi linear (Figura 3A). O comprimento de colmo foi maior nos tratamentos que receberam super fosfato simples (P <0,05). O efeito da adubação fosfatada no comprimento de colmo de plantas de sorgo sudão se manifesta mais fortemente quando a disponibilidade de água no solo aumenta. O efeito da menor disponibilidade de água no solo acentua-se com o aumento do crescimento, sendo a diferença mínima nos primeiros dias após a emergência das plantas de sorgo sudão. Analisando-se as Figura 3B e 3C, observa-se que o comportamento do CC das plantas de sorgo sudão foi quadrático. A planta de sorgo sudão é considerada termosensível, ou seja, para completar cada fase do seu ciclo, necessita de determinada quantidade de calor. Nas condições em que foi desenvolvido o experimento, o sorgo apresentou uma acumulação térmica de 2.084,10 graus-dias (GDA), para o período da emergência até os 60 DAE (Figuras D, E e F) e de 2.453,6 GDA até a colheita (71 DAE). 44 20% 50 40% 60% 80% 40 40 ŷ =1,406 + 0,018a + 0,186t + 0,002at 2 R = 0,93 30 Comprimento de colmo (cm) 20% 50 A 20 10 10 0 0 30 E 30 20 20 10 10 0 0 50 2 ŷ = 14,047 - 0,093a - 0,335t + 0,009t + 0,0058at 2 R = 0,90 40 D 40 B 50 80% 50 2 ŷ = 13,708 - 0,086a - 0,522t+ 0,009t + 0,006at 2 R = 0,89 40 60% 30 20 50 40% F 40 30 C 30 20 20 10 10 0 0 0 10 20 30 40 Tempo (DAE) 50 60 70 0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 2250 GDA (oC) Figura 3. Evolução do comprimento de colmo de plantas de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), em função de disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80% de AD), sem adubação fosfatada (A, D), com fosfato de Gafsa (B, E) e com super fosfato simples (C, F). Em relação a DAE – dias após emergência (A, B e C) e a GDA – grau dias acumulados (D, E e F). Como se sabe a planta desenvolve-se adequadamente dentro de um limite definido de temperatura, abaixo e acima do qual ela praticamente cessa o seu crescimento. Em regiões com altas temperaturas, a cultura do sorgo sudão necessita de um menor número de dias para completar o desenvolvimento, com isso reduzindo o seu ciclo fenológico. O efeito da disponibilidade de água no solo sobre o comprimento de colmo de plantas de sorgo sudão, em relação a fonte de fósforo, aos 50 e 60 DAE, pode ser observado na Figura 4. 45 50 DAE 60 50 40 30 20 20 10 10 0 0 B 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 C 60 ŷ= 19,955 + 0,1977x R2 = 0,90 50 E 60 ŷ =11,532 + 0,2147x R2 = 0,89 50 ŷ= 12,61 + 0,1246x R2 = 0,93 50 30 60 D 60 ŷ=10,742 + 0,107x R2 = 0,93 40 Comprimento de colmo (cm) 60 DAE A F 60 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 ŷ = 16,842 + 0,2749x R2 = 0,89 ŷ =26,582 + 0,256x R2 = 0,90 0 0 20 40 60 80 0 20 40 60 80 Disponibilidade de água (%) Figura 4. Efeito da disponibilidade de água (20, 40, 60 e 80% de AD) sobre a evolução do comprimento de colmo de plantas de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), sem adubação fosfatada (A, D), com fosfato de Gafsa (B, E) e com super fosfato simples (C, F). Em relação a 50 DAE – dias após emergência (A, B e C) e a 60 DAE (D, E e F). As barras verticais indicam o desvio padrão da média. Verifica-se que as plantas cresceram linearmente com a AD no solo, tendo o coeficiente de determinação, na omissão de fósforo (R2 = 93%) mostrando que apenas 7% do CC, responde a outros fatores que não disponibilidade de água. O menor crescimento vegetativo ocorreu com 20% de AD (Figura 4A). Observa-se que o coeficiente angular da equação da reta para os tratamentos com e sem adubação fosfatada é maior aos 60 DAE, quando comparado aos 50 DAE, indicando que o crescimento do colmo é mais proeminente à medida que aumenta. Chama-se atenção que o coeficiente angular é bem abaixo de um, indicando que as diferenças são pequenas. 46 4.2.2 Diâmetro de colmo (DC) A evolução do diâmetro do colmo de plantas de sorgo sudão em função da disponibilidade de água no solo e das fontes de fósforo pode ser observado na Figura 5. Evidencia-se o vagaroso incremento do diâmetro do colmo em todo o período experimental. O modelo que se ajusta ao crescimento do DC foi do tipo quadrático para os tratamentos com e sem fósforo (Figura 5). Em relação à disponibilidade de água houve efeito linear no tratamento que não recebeu adubação fosfatada (Figura 5A) e no que recebeu fosfato de Gafsa (Figura 5B) e efeito quadrático com o tratamento que recebeu super fosfato simples (Figura 5C). O diâmetro do colmo decresce com a disponibilidade de água (AD), verificando-se os menores valores nos tratamentos com 20% de AD. O maior diâmetro de colmo, aos 30 DAE (1.079,5 GDA), foi verificado com 60% de AD e aos 40 DAE (1.411,0 GDA) com 80% de AD, evidenciando que o efeito da menor disponibilidade de água acentua-se com o tempo. Esta tendência do menor diâmetro do colmo das plantas de sorgo sudão verificada nos tratamentos com menor disponibilidade de água (20% de AD), é encontrada em outras culturas, como observado por Cunha (2003), que constatou menores diâmetros de colmo de plantas de jureminha com 25% de AD e Pinto (2004) em plantas de maniçoba com 20% de AD. 47 12 20% 10 40% 60% 80% 12 2 10 ŷ = 3,014 - 0,018a - 0,078t + 0,001t + 0,001at R2 = 0,90 8 6 Diâmetro de colmo (cm) 60% 80% D 6 4 4 2 2 0 0 12 ŷ = 2,760 - 0,0105a - 0,065t + 0,001t2+ 0,0009at R2 = 0,96 10 40% 8 A 12 20% E 10 8 8 6 B 6 4 4 2 2 0 0 12 12 ŷ = 0,198 + 0,126a - 0,0015a 2 - 0,036t + 0,0008t2+ 0,0019at R2 = 0,95 10 F 10 8 8 6 6 C 4 4 2 2 0 0 0 10 20 30 40 Tempo (DAE) 50 60 70 0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 2250 GDA (oC) Figura 5. Evolução do diâmetro de caule de plantas de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), em função de disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80% de AD), sem adubação fosfatada (A, D), com fosfato de gafsa (B, E) e com super fosfato simples (C, F) em relação a DAE – dias após emergência (A, B e C) e GDA – grau dias acumulados (D, E e F). O efeito da disponibilidade de água no solo sobre o diâmetro de colmo de plantas de sorgo sudão, em relação a fonte de fósforo, aos 50 e 60 DAE, pode ser observado na Figura 6. Na equação encontrada na relação entre tempo e diâmetro de caule para as diferentes AD no solo indica-se que as diferenças entre tratamentos aumentam com o tempo. O efeito é mais evidente quando a fonte de fósforo foi o super fosfato simples. 48 50 DAE A 12 Diâmetro de colmo (cm) 10 60 DAE ŷ = 2,1865 + 0,034x R2 = 0,90 8 6 6 4 4 2 2 0 0 B E 12 ŷ = 2,972 + 0,0363x R2 = 0,96 10 8 6 6 4 4 2 2 0 0 C ŷ = 3,852 + 0,0457x R2 = 0,96 10 8 12 ŷ = 2,7641 + 0,0444x R2 = 0,90 10 8 12 D 12 F 12 10 10 8 8 6 6 4 ŷ = 0,376 + 0,224x - 0,0016x 2 R2 = 0,90 2 0 ŷ = 0,895 + 0,243x - 0,0016x 2 R2 = 0,90 4 2 0 0 20 40 60 80 0 20 40 60 80 Disponibilidade de água (%) Figura 6. Efeito da disponibilidade de água (20, 40, 60 e 80% de AD) sobre a evolução do diâmetro de colmo de plantas de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), sem adubação fosfatada (A, D), com fosfato de Gafsa (B, E) e com super fosfato simples (C, F). Em relação a 50 DAE – dias após emergência (A, B e C) e a 60 DAE (D, E e F). As barras verticais indicam o desvio padrão da média. 4.2.3 Número de folhas (NF) A evolução do número de folhas por planta de sorgo sudão, em função da disponibilidade de água no solo e do fósforo encontra-se na Figura 7. O efeito do tempo sobre o número de folhas por planta foi do tipo linear em todos os tratamentos. Quanto à disponibilidade de água houve efeito linear nos tratamentos sem fósforo e fosfato de Gafsa, sendo verificado efeito quadrático apenas na fonte de fósforo super fosfato simples. 49 14 20% 40% 60% 80% ŷ = 3,812 - 0,014a + 0,0046t + 0,0008at 12 14 R = 0,93 10 10 8 A 6 8 6 4 4 2 2 0 0 14 B 8 60% 80% 8 6 4 4 2 2 0 0 12 10 R = 0,77 F 14 2 ŷ = 0,371 + 0,173a - 0,0019a + 0,025t + 0,0014at D 10 6 14 40% 12 2 R = 0,92 10 20% 14 ŷ = 3,766 - 0,011a + 0,0204t + 0,0007at 12 Número de folhas E 12 2 12 2 10 8 C 8 6 6 4 4 2 2 0 0 0 10 20 30 40 Tempo (DAE) 50 60 70 0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 2250 GDA (oC) Figura 7. Evolução do número de folhas por planta de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), em função de disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80% de AD), sem adubação fosfatada (A, D), com fosfato de gafsa (B, E) e com super fosfato simples (C, F) em relação a DAE – dias após emergência (A, B e C) e GDA – grau dias acumulados (D, E e F). À medida que a disponibilidade de água diminui o número de folhas decresce, devendo estar associada às conseqüências do estresse hídrico sobre a expansão foliar. De acordo com Ritchie (1972) a resposta fisiológica das plantas ao déficit hídrico é em função da água disponível no solo. 50 O efeito da menor disponibilidade de água no solo acentuou-se com o tempo, pois aos 40 DAE (1.411,0 GDA) o maior número de folhas foi estimado com 60% de AD e aos 60 DAE (2084,1 GDA) com 67% de AD. O efeito da disponibilidade de água sobre o número de folhas acontece em culturas distintas do sorgo como observado por Pinto (2004) estudando maniçoba, com diferentes disponibilidades de água no solo, constatou que o menor número de folhas foi observado no tratamento com 20% de AD. Como se tem conhecimento, a água além de ser necessária ao crescimento das células, é um elemento essencial para a manutenção da turgescência. Experimentos de Dale (1988) e Paez et al (1995) demonstraram que o déficit hídrico afeta a divisão e a expansão celular. Em plantas de milho, Carlesso (1993) demonstrou a influência do déficit hídrico na redução da elongação e no enrolamento das folhas e Lea et al (1995) demonstraram que um aumento na concentração de ácido abscísico (ABA) no xilema, provavelmente produzido na coifa das raízes, foi responsável pela restrição do desenvolvimento das folhas. Avaliando o efeito da adubação fosfatada no comportamento do capim Braquiaria, Alexandrino et al. (2004) confirmaram respostas dessa gramínea à aplicação de P e o efeito desse elemento no aumento do número de folhas. Observa-se na Figura 8 o efeito da disponibilidade de água no solo sobre o número de folhas por planta de sorgo sudão, em relação a fonte de fósforo, aos 50 e 60 DAE. O número de folhas se comportou semelhante ao diâmetro de colmo, ocorrendo crescimento linear (Figura 8A e 8B) e quadrático (Figura 8C) com a disponibilidade de água no solo. 51 50 DAE 20 D 20 ŷ =4,049 + 0,026x R2 = 0,93 16 Folhas / planta 60 DAE A 16 12 12 8 8 4 4 0 0 B 20 16 12 8 4 4 0 0 C 12 16 8 4 4 0 20 40 ŷ = 1,914 + 0,257x - 0,0019x 2 R2 = 0,77 12 8 0 F 20 ŷ= 1,2941 + 0,243x - 0,002x 2 R2 = 0,77 16 ŷ= 4,988 + 0,0304x R2 = 0,92 16 8 20 E 20 ŷ= 4,784+0,023x R2 = 0,92 12 ŷ = 4,094 + 0,0346x R2 = 0,93 60 80 0 0 20 40 60 80 Disponibilidade de água (%) Figura 8. Efeito da disponibilidade de água (20, 40, 60 e 80% de AD) sobre a evolução do número de folhas por planta de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), sem adubação fosfatada (A, D), com fosfato de Gafsa (B, E) e com super fosfato simples (C, F). Em relação a 50 DAE – dias após emergência (A, B e C) e a 60 DAE (D, E e F). As barras verticais indicam o desvio padrão da média 4.2.4 Altura de plantas (AP) O efeito da disponibilidade de água e das fontes de fósforo sobre a altura das plantas de sorgo Sudão, aos 71 DAE encontra-se na Figura 9. A altura das plantas de sorgo sudão aumentou com a disponibilidade de água, tanto na ausência como na presença de fósforo. A altura da planta é importante por ser uma característica normalmente correlacionada com as características de produção. 52 ŷ = 35,738 + 0,6784x A R2 = 0,89 140 120 100 . 80 60 40 20 0 ŷ= 49,2 + 0,6199x R2 = 0,83 Altura de planta (cm) 140 120 B 100 80 60 40 20 0 C ŷ= 13,794 + 3,2076x - 0,0243x 2 R2 = 0,99 140 120 100 . 80 60 40 20 0 0 20 40 60 80 Disponibilidade de água (%) Figura 9. Altura de planta de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), aos 71 DAE, em função de disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80% de AD), sem adubação fosfatada (A), com fosfato de Gafsa (B) e com super fosfato simples (C). As barras verticais indicam o desvio padrão da média. Cada ponto representa a media de quatro repetições. 53 O efeito da disponibilidade de água sobre AP foi do tipo linear na ausência de fósforo (Figura 9A) e com fosfato de Gafsa (Figura 9B) e do tipo quadrático com super fosfato simples (Figura 9C). As menores AP de sorgo sudão foram verificadas com disponibilidade de água de 20% e 40% e as maiores AP com o super fosfato simples. Como AP é definida pela espécie, pode-se inferir que as plantas recebendo P irão atingir seu número máximo de folhas mais precocemente, em relação às não adubadas, promovendo, com isso, a possibilidade de cortes no sorgo em menor tempo e mais freqüentes. A altura de planta é um parâmetro de grande importância morfofisiológica, pois além de se correlacionar diretamente ao diâmetro, reflete de modo prático o crescimento e a diferenciação do vegetal, favorecendo todo o processo relacionado no sistema solo-planta (Ferri, 1985). Amaral et al. (2003) avaliando 11 linhagens de sorgo, em casa de vegetação, evidenciaram que a redução de crescimento ocorreu, em média aos 36 dias de experimento e aos 64 dias após plantio, as plantas apresentavam altura média entre 23,4 cm a 34,3 cm, valores inferiores aos observados neste trabalho. Contrariando esta proposição encontramse os resultados obtidos por Flaresso et al. (2000). Eles observaram, por exemplo, cultivares de sorgo com maiores AP de 281cm e 278cm. Tomich et al. (2004) avaliaram 23 genótipos de sorgo sudão em regime de corte, colhidos aos 57 DAS e obtiveram AP variando de 1,48 a 1,70m. Como se sabe o maior conteúdo de água no solo eleva o fluxo difusivo, aumentando a absorção de nutrientes, especialmente daqueles que chegam às raízes por esse mecanismo 54 de transporte, como acontece com o fósforo. Vargas (1982) verificou, em diferentes solos, que a difusão contribui com 72 a 92% do suprimento de nutrientes para a cultura de milho. Na ausência de fósforo foram obtidos menores CC, DP, NF e AP, variáveis relacionadas ao adequado crescimento da planta, como já foi evidenciado, indicando que o sorgo responde positivamente a maiores teores deste nutriente no solo. 4.2.5 Número de nós (NN) O efeito da disponibilidade de água e do fósforo sobre o número de nós por planta de sorgo Sudão, aos 71 DAE encontram-se na Figura 10. O NN aumentou com a disponibilidade de água na ausência de fósforo e com o fosfato de Gafsa. A AD não teve efeito quando se usou o super fosfato simples. O efeito da disponibilidade de água sobre NN foi do tipo quadrático na ausência de fósforo (Figura 10A) e linear com fosfato de Gafsa (Figura 10B). Os menores NN de sorgo sudão foram verificados com disponibilidade de água de 20% e 40% . Observa-se que o coeficiente angular da equação da reta é muito baixo, evidenciando que o efeito da AD sobre o NN, aos 71 DAE, é mínimo. O efeito da água foi mais pronunciado na distância entre nós, ao longo do colmo, como já foi evidenciado em CC e AP do que no NN. 55 A 10 ŷ= 1,6875 + 0,1381x - 0,0011x 2 R2 = 0,99 8 . 6 4 2 0 B Número de nós por planta 10 ŷ= 4,5 + 0,0275x R2 = 0,89 8 6 4 2 0 C 10 ŷ=7 8 . 6 4 2 0 0 20 40 60 80 Disponibilidade de água (%) Figura 10. Número de nós por planta de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), aos 71 DAE, em função de disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80% de AD), sem adubação fosfatada (A), com fosfato de Gafsa (B) e com super fosfato simples (C). As barras verticais indicam o desvio padrão da média. Cada ponto representa a media de quatro repetições. 56 4.3. Relação entre evapotranspiração acumulada (ETac), comprimento de folha (CF) e área foliar (AF) Pode-se observar na Figura 11 a relação entre evapotranspiração acumulada (ETac) e o comprimento de folha (CF) de plantas de sorgo sudão, para diferentes disponibilidades de água no solo e de fontes de fósforo, aos 71 DAE. Independente da disponibilidade de água houve efeito linear crescente, exceto quando se usou o fosfato de Gafsa. Na ausência de fósforo e com superfosfato simples o CF aumentou linearmente à medida que aumentou a ETac. As folhas de sorgo sudão tiveram uma ampla variação de tamanho, com o CF variando de 21,2 até 79,0 cm (média de 50,05 cm). Nos tratamentos sem adubação fosfatada a média do CF foi de 44,57 cm, enquanto nos tratamentos que receberam fósforo a média foi de 52,79 cm, sendo 46,88 cm quando se utilizou como fonte de fósforo o fosfato de Gafsa e 58,71 cm com o superfosfato simples. Segundo Carlesso (1995) o suprimento de água às plantas é determinado pela eficiência da cultura em utilizar a água armazenada no solo. À medida que a disponibilidade de água no solo diminui torna-se mais difícil às plantas absorverem água, porque aumenta a força de retenção da água no solo. A resposta mais proeminente das plantas ao déficit hídrico consiste no decréscimo da produção da área foliar (Taiz e Zeiger, 2004). Chama-se atenção para o fato de que a folha é uma das estruturas morfológicas da planta mais utilizadas para se avaliar crescimento, pois permite o monitoramento da eficiência fotossintética, uma vez que mais de 95% da matéria seca acumulada pelos vegetais provém da fotossíntese (Causton e Venus, 1981). 57 20% 90 40% ŷ 16,75 + 0,2144x R2 = 0,94 80% A . 60 60% 30 0 30 60 90 120 150 180 210 120 150 180 210 120 150 180 210 90 B ŷ = 46,8 60 . Comprimento de folha (cm) 0 30 0 0 30 60 90 ŷ=37,222 + 0,1656x R2=0,51 90 60 30 0 0 30 60 90 Evapotranspiração acumulada (mm) Figura 11. Relação entre ETac e comprimento de folha (CF) de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), aos 71 DAE, em função de disponibilidades de água, sem adubação fosfatada (A), com fosfato de Gafsa (B) e com super fosfato simples (C). As barras verticais (CF) e horizontais (ETac) indicam o desvio padrão da média. Cada ponto representa a media de quatro repetições 58 Verifica-se uma relação positiva entre ETac e AF de plantas de sorgo sudão, em função de disponibilidades de água no solo e do fósforo (Figura 12). O efeito da ETac sobre a AF foi do tipo linear na ausência de fósforo e quadrático na presença de fósforo. A importância da AF de uma cultura é amplamente conhecida, uma vez que o processo fotossintético depende da interceptação da energia luminosa. A AF de plantas de milho, submetidas a déficit hídrico, foi significativamente menor (Cirilo e Andrade, 1996). O estresse hídrico pode causar severa inibição da fotossíntese, mesmo em plantas C4, notadamente em razão de uma maior resistência difusiva à entrada do CO2 e redução da turgescência das células-guarda do estômato, seguida do fechamento do poro estomático (Kaiser, 1987; Silva et al., 2001). De acordo com Porto (1986) as condições ambientais que o vegetal cresce contribuem para mudanças morfológicas, metabólicas e fisiológicas. A quantidade potencial de energia que pode alcançar a superfície foliar é determinada pela sua localização e época do ano. Apesar da baixa latitude (6° 58' 12'' Sul) do local onde foi conduzido o experimento, a incidência luminosa durante o período avaliado foi muito baixa, ocasionada pela alta nebulosidade e pela cobertura do ambiente protegido, com telha de fibra de vidro, associada à tendência de diminuição da temperatura do ar e aumento da umidade relativa, como já foi discutido anteriormente. O efeito combinado desses fatores climáticos foi determinante na redução da evapotranspiração, consequentemente do crescimento vegetativo das plantas de sorgo sudão. 59 20% 200 40% 160 A 120 ŷ= - 10,356+ 0,6595x R2 = 0,96 60% 80% 80 40 Área foliar da planta (cm2) 0 200 B 160 ŷ=-106,69+2,973x-0,001x 2 R2 = 0,74 120 80 40 0 C 200 ŷ=-129,92+3,7039x-0,0117x 2 R2 = 0,99 160 120 80 40 0 0 30 60 90 120 150 180 210 Evapotranspiração acumulada (mm) Figura 12. Relação entre ETac e área foliar da planta de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), aos 71 DAE, em função de disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80% de AD), sem adubação fosfatada (A), com fosfato de Gafsa (B) e com super fosfato simples (C). Cada ponto representa a media de quatro repetições. 60 4.4. Conteúdo relativo de água (CRA) Pode-se observar na Figura 13 o efeito da disponibilidade de água no solo sobre o conteúdo relativo de água (CRA) de folhas de sorgo sudão, em função do fósforo, aos 71 DAE. O CRA aumentou linearmente com a disponibilidade de água no solo, independente da presença ou não de fósforo. Os menores CRA foram verificados com disponibilidade de água de 20%, evidenciando que as folhas das plantas neste tratamento de menor disponibilidade de água estavam menos túrgidas e com menores potenciais hídricos, caracterizando uma situação de estresse. Observa-se que o coeficiente angular da equação da reta é maior quando se utiliza uma fonte de fósforo, em comparação à testemunha, evidenciando que o efeito da AD sobre o CRA, aos 71 DAE, é mais intenso na presença desse nutriente. Quando se relaciona o CRA com disponibilidade de água no solo, constata-se que as plantas de sorgo tiveram o seu crescimento estritamente relacionado com o potencial hídrico da folha, ou seja, à medida que reduziu o CRA menor foi a expansão foliar. 61 A 100 80 . 60 ŷ= 58,285 + 0,3678x R2 = 0,87 40 20 0 B Conteúdo relativo de água (%) 100 80 60 ŷ=52,791+ 0,4909x R2 = 0,90 40 20 0 C 100 80 60 . ŷ=51,621 + 0,4789x R2 = 0,80 40 20 0 0 20 40 60 80 Disponibilidade de água (%) Figura 13. Conteúdo relativo de água de folhas de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf) aos 71 DAE, em função de disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80% de AD), sem adubação fosfatada (A), com fosfato de Gafsa (B) e com super fosfato simples (C). As barras verticais indicam o desvio padrão da média. Cada ponto representa a media de quatro repetições. 62 4.5. Acumulação de fitomassa 4.5.1 Matéria verde (MV) Na Figura 14 observa-se o efeito da disponibilidade de água no solo sobre massa da matéria verde da parte aérea e da raiz, de plantas de sorgo sudão, em função das fontes de fósforo, aos 71 DAE. A MV tanto da parte aérea como da raiz das plantas de sorgo sudão aumentou com a disponibilidade de água, com e sem fósforo. O efeito da disponibilidade de água sobre a MV foi do tipo linear na ausência de fósforo (Figura 14 A e D) e do tipo quadrático com fosfato de Gafsa (Figura 14 B e E) e super fosfato simples (Figura 14 C e F). As menores MV de sorgo sudão foram verificadas com 20% de AD e as maiores MV com 60% de AD. O uso de superfosfato simples resultou em maior massa de matéria verde da parte aérea e da raíz do sorgo. Nesta situação o maior teor de fósforo disponível no solo pode estar associado ao alto teor de P solúvel em água deste fertilizante (18%). Na ausência de fósforo, observou-se significativa redução na massa da matéria verde da parte aérea e das raízes, evidenciando a elevada exigência do sorgo em fósforo, apesar da baixa mobilidade desse nutriente no solo e ao pouco tempo de disponibilidade para a planta, além da alta capacidade de adsorção às partículas do solo, tornando-o pouco disponível a planta após sua aplicação (Guss et al, 1990). Braga et al. (1991) testaram em Latossolo Vermelho-Escuro (Typic Acrustox), textura média, 9 fontes de fósforo em 4 cultivos de soja (Glycine max (L.) Merrill), 63 A 60 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 B 60 E 50 ŷ = - 9,8894+ 0,7695x - 0,0062x 2 R2 = 0,87 40 40 Raiz (g) Parte aérea (g) ŷ = 0,545 + 0,171x R2 = 0,87 60 ŷ = -23,22 + 1,489x - 0,012x 2 R2 = 0,76 50 30 30 20 20 10 10 0 0 C 60 F 60 ŷ = - 29,797 + 2,178x - 0,017x 2 R2 = 0,99 50 50 40 40 30 30 . . 50 . . 50 D 60 ŷ = - 2,922 + 0,234x R2 = 0,99 20 20 10 10 ŷ= - 19,403 + 1,399x - 0,011x 2 R2 = 0,97 0 0 0 20 40 60 Disponibilidade de água (%) 80 0 20 40 60 Disponibilidade de água (%) Figura 14. Massa da matéria verde da parte aérea (A, B e C) e da raiz (D, E e F) de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), aos 71 DAE, em função de disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80% de AD), sem adubação fosfatada (A e D), com fosfato de Gafsa (B e E) e com super fosfato simples (C e F). As barras verticais indicam o desvio padrão da média. Cada ponto representa a media de quatro repetições. empregando doses de 0, 100, 200 e 400 kg P2O5 ha-1. Dentre os fosfatos utilizados, o fosfato de Gafsa proporcionou eficiência similar ao adubo fosfatado solúvel, apresentando 111% de índice de eficiência agronômica, em relação ao fosfato supertriplo, com nível de adubação fosfatada de 400 kg P2O5 ha-1. Hanafi e Syers (1994) estudaram o efeito do fosfato de Christmas Island e o fosfato de Gafsa, na produção de Setaria splendida em solos da Malásia. Cinco solos foram 80 64 incubados por duas semanas, após atingirem pH 5,5. O índice de eficiência agronômica do fosfato de Gafsa e do fosfato de Christmas Island foi de 90 e 72%, respectivamente, em relação ao superfosfato triplo, na dose de 300 kg P ha-1. Kaminski e Peruzzo (1997) indicaram que os mais altos rendimentos de grãos de milho foram alcançados nos tratamentos adubados com fosfato solúvel aplicado no plantio. Isto indica que os fosfatos solúveis são fontes mais adequadas de fósforo. Contudo os fosfatos solúveis em água tornam-se indisponíveis para a planta, com o passar do tempo, devido à adsorção pelo solo (não-lábil). Por isso, em períodos mais longos, há um efeito compensatório do fosfato natural reativo, como destacado por Rein et al. (1994). De acordo com estes autores, isto ocorreu, pois o superfosfato usado nas mesmas doses do Arad proporcionou incrementos maiores no fósforo lábil do solo do que o fosfato natural, elevando a classe de disponibilidade em nível médio ou próximo do suficiente. Tais resultados confirmam não só a eficiência do fosfato solúvel como fonte de fósforo, mas também, sua maior eficácia na construção de fertilidade de solos com baixo teor inicial deste nutriente. 4.5.2 Matéria seca (MS) Observa-se na Figura 15 o efeito da disponibilidade de água no solo, aos 71 DAE, sobre a matéria seca da parte aérea de plantas de sorgo sudão, em função das fontes de fósforo. Em conformidade com o comportamento da MV, a MS da parte aérea das plantas de sorgo sudão aumentou com a disponibilidade de água, com e sem fósforo. O efeito da disponibilidade de água sobre a MS foi do tipo linear na ausência de fósforo (Figura 15 A) e do tipo quadrático com fosfato de Gafsa (Figura 15 B) e super fosfato simples (Figura 15 C). As menores MS foram verificadas com 20% de AD e as maiores MS com 60% de AD . 8 7 6 5 4 3 2 1 0 . 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Mat. seca PA (g/planta) 65 A ŷ = - 0,4087 + 0,0321x R2 = 0,91 B ŷ= - 2,4844+ 0,1797x - 0,0015x 2 R2 = 0,89 C 8 7 6 5 4 3 2 1 0 ŷ= - 3,6012 + 0,3192x -0,0026x2 R2 = 0,99 0 20 40 60 80 Disponibilidade de água (%) Figura 15. Matéria seca da parte aérea de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), aos 71 DAE, em função de disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80% de AD), sem adubação fosfatada (A), com fosfato de Gafsa (B) e com super fosfato simples (C). As barras verticais indicam o desvio padrão da média. Cada ponto representa a media de quatro repetições 66 e com super fosfato simples, evidenciando mais uma vez a eficiência do sorgo sudão ao déficit hídrico e a importância do fósforo para a nutrição das plantas. De maneira geral, a acumulação de MV e MS das plantas de sorgo sudão foi muito baixa, independente dos tratamentos. Isto ocorreu, certamente, em função das condições ambientais (Figura 1) não serem favoráveis para o crescimento vegetativo, principalmente a baixa luminosidade no interior do ambiente protegido, além da alta umidade relativa e baixas temperaturas do ar durante a quase totalidade do período experimental, como já foi justificado nos itens anteriores. Fatores climáticos favoráveis têm efeitos marcantes sobre a fotossíntese e crescimento celular, possibilitando condição fisiológica adequada para o metabolismo e transporte de substâncias de reserva e fotoassimilados importantes (Langer, 1979). Isto evidencia a importância de uma condição ambiental propícia para um adequado crescimento do vegetal. Os resultados sugerem que a acumulação de matéria verde (forragem in natura) e seca depende do consumo de água pelas plantas (ETac). O capim braquiária (Brachiaria decumbens Stapf) apresentou incremento na produção de MS com adubação de P (Hoffmann et al., 1995). Outros pesquisadores como Cecato et al. (2004) constataram que no período de verão, com maior luminosidade, a produção de massa seca de capim Marandu (Brachiaria brizantha (Hochst) Stapf) com adubação fosfatada, aumentou de forma quadrática e no inverno de forma linear. Comportamentos semelhantes em gramíneas forrageiras tropicais foram relatados em outros estudos (Gomide e Zago, 1980; Santana e Santos, 1983). 67 4.5.3 Relação raiz/ parte aérea (RRPA) Observa-se na Figura 16 a relação da matéria seca da raiz pela parte aérea de plantas de sorgo sudão, aos 71 DAE , em função da disponibilidade de água no solo e do fósforo, A RRPA diminuiu com o aumento da disponibilidade de água, com e sem fósforo. O efeito da disponibilidade de água sobre a RRPA foi do tipo linear decrescente na ausência de fósforo (Figura 16 A) e do tipo polinomial com fosfato de Gafsa (Figura 16 B) e super fosfato simples (Figura 16 C), evidenciando uma maior massa do sistema radicular das plantas de sorgo sudão nas menores disponibilidades de água . É importante frisar que o coeficiente angular da equação da reta, também é muito baixo, evidenciando que o efeito da AD sobre a RRPA, aos 71 DAE, foi pequeno, como já foi comentado em outras características do crescimento vegetativo. A umidade do solo afeta o desenvolvimento radicular e com isto a interceptação radicular dos nutrientes. Camacho et al. (2002) avaliaram o efeito do P no crescimento vegetativo de oito genótipos de sorgo e constataram que a relação raiz/parte aérea foi alta no tratamento deficiente em P e diminuiu próximo de duas vezes nos tratamentos que receberam o nutriente. Como se sabe, uma maior relação entre biomassa de raiz e parte aérea e altos teores de P na raiz são características de plantas adaptadas à deficiência de P (Rao et al., 1999). Era de se esperar que mesmo com o uso de uma fonte de fósforo a RRPA fosse linear, entretanto foi do tipo quadrático, sugerindo que a AD em torno de 80% foi excessiva para as exigências hídricas da cultura, implicando numa redução da aeração do solo, e consequentemente do oxigênio para o sistema radicular. 68 A 2,5 ŷ =1,8018 - 0,0112x R2 = 0,979 2 . 1,5 1 0,5 0 B Raiz / parte aérea 2,5 ŷ =2,2288 - 0,0562x+ 0,0005x 2 R2 = 0,985 2 1,5 1 0,5 0 0 20 40 60 80 C 2,5 2 ŷ = 1,0934 - 0,0152x + 0,0001x 2 R2 = 0,6815 . 1,5 1 0,5 0 0 20 40 60 80 Disponibilidade de água (%) Figura 15. Relação matéria seca da raiz / parte aérea de sorgo sudão (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), aos 71 DAE, em função de disponibilidades de água (20, 40, 60 e 80% de AD), sem adubação fosfatada (A), com fosfato de Gafsa (B) e com super fosfato simples (C). As barras verticais indicam o desvio padrão da média. Cada ponto representa a media de quatro repetições. 69 5. CONCLUSÕES Nas condições edafoclimáticas em que foi conduzido o experimento, permite-se concluir que: • as variáveis indicadoras do crescimento vegetativo do sorgo sudão (comprimento de colmo, diâmetro de colmo, número de folhas, altura de planta, área foliar) aumentam com a disponibilidade de água no solo; • não se constata relação entre disponibilidade de água no solo e número de nós; • a relação raiz parte aérea diminui com o aumento da disponibilidade de água no solo, independente da fonte de fósforo utilizada; • o conteúdo relativo de água na folha e concomitantemente o crescimento vegetativo aumenta com a água disponível no solo; • a disponibilidade de água no solo em torno de 60% é a que proporciona maior crescimento vegetativo do sorgo sudão; • a partir de 80% de água disponível no solo o crescimento vegetativo do sorgo sudão é reduzido; • independente da fonte de fósforo utilizada, a adubação fosfatada promove incremento nas características morfogênicas do sorgo; • o uso da fonte de fósforo de maior solubilidade (super fosfato simples) promove aumento do crescimento, desde que as plantas não sofram estresse. 70 6. 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(b) 180 21,3827 ** DA (L) em P1 1 310,8910 ns DA (Q) em P1 1 13,1276 ns DA (L) em P2 1 742,2700 * DA (Q) em P2 1 144,7959 ns DA (L) em P3 1 584,9875* DA (Q) em P3 1 404,6709 ns I (L) em P1 1 2117,7750 ** I (Q) em P1 1 59,1696 ns I (L) em P2 1 5647,0732** I (Q) em P2 1 547,8687** I (L) em P3 1 9773,3680** I (Q) em P3 1 492,1554** Total 287 ** = (P<0,01); * = (P<0,05) e ns = não significativo 79 Anexo 2: Análise de variância para a variável dependente diâmetro de colmo (DC) Fontes de variação Grau de Liberdade Quadrado Médio Blocos 3 1,1157 ns Água (DA) 3 37,0231** Fósforo (P) 2 103,6493** DA x P 6 5,0057** Res. (a) 33 5,3101** Idade (I) 5 129,9388** DA x I 15 5,9481** PxI 10 4,8576** DA x P x I 30 1,0474 ns Res. (b) 180 0,9412** DA (L) em P1 1 16,1333 ns DA (Q) em P1 1 1,0416 ns DA (L) em P2 1 23,8520 * DA (Q) em P2 1 0,0104 ns DA (L) em P3 1 60,9187* DA (Q) em P3 1 38,7604* I (L) em P1 1 102,0036** I (Q) em P1 1 9,1674** I (L) em P2 1 175,2223** I (Q) em P2 1 11,6257** I (L) em P3 1 383,0580** I (Q) em P3 1 3,8571* Total 287 ** = (P<0,01); * = (P<0,05) e ns = não significativo 80 Anexo 3: Análise de variância para a variável dependente número de folhas (NF) Fontes de variação Grau de Liberdade Quadrado Médio Blocos 3 6,1145** Água (DA) 3 31,7442** Fósforo (P) 2 93,8229** DA x P 6 9,6608** Res. (a) 33 6,5868** Idade (I) 5 72,6895** DA x I 15 5,3414** PxI 10 4,3312** DA x P x I 30 1,4914** Res. (b) 180 0,9418** DA (L) em P1 1 9,9187 ns DA (Q) em P1 1 0,5104 ns DA (L) em P2 1 8,0083 ns DA (Q) em P2 1 1,5000 ns DA (L) em P3 1 40,8333* DA (Q) em P3 1 57,0416* I (L) em P1 1 57,1508* I (Q) em P1 1 0,0119 ns I (L) em P2 1 85,8035* I (Q) em P2 1 0,8102 ns I (L) em P3 1 256,5142* I (Q) em P3 1 0,2976 ns Total 287 ** = (P<0,01); * = (P<0,05) e ns = não significativo 81 Anexo 4: Análise de variância para a variável dependente altura de plantas Fontes de variação Graus de Liberdade Quadrado médio Blocos 3 0,00318888 ns Água (DA) 3 0,09276198 ** Fósforo (P) 2 0,18964546 ** DA x P 6 0,00113377 Ns ** = (P<0,01); * = (P<0,05) e ns = não significativo Anexo 5: Análise de variância para a variável dependente comprimento de folha Fontes de variação Graus de Liberdade Quadrado médio Blocos 3 0,00212716 ns Água (DA) 3 0,11815343 ** Fósforo (P) 2 0,06827968 ** DA x P 6 0,01376930 ns ** = (P<0,01); * = (P<0,05) e ns = não significativo Anexo 6: Análise de variância para a variável dependente largura de folha Fontes de variação Graus de Liberdade Quadrado médio Blocos 3 0,00120936 ns Água (DA) 3 0,19097924 ** Fósforo (P) 2 0,06200202 ** DA x P 6 0,00526603 ns ** = (P<0,01); * = (P<0,05) e ns = não significativo 82 Anexo 7: Quadro dos contrastes Quadro 1: Estimativa dos contraste para a variável dependente comprimento de folha (CF) Contrastes CF (cm) com P VS sem P 8,25 * SFS vs FG 11,83 * ** = (P<0,01); * = (P<0,05) e ns = não significativo Quadro 2: Estimativa dos contraste para a variável dependente largura de folha (LF) Contrastes LF (cm) com P VS sem P 0,56 ** SFS vs FG 0,38 ns ** = (P<0,01); * = (P<0,05) e ns = não significativo Quadro 3: Estimativa dos contraste para a variável dependente altura de plantas (AP) Contrastes AP (cm) com P VS sem P 19,83 ** SFS vs FG 21,85 ** ** = (P<0,01); * = (P<0,05) e ns = não significativo