INSTITUTO LUTERANO DE ENSINO SUPERIOR DE ITUMBIARA CURSO DE AGRONOMIA EDIMUNDO ALVES SILVA AVALIAÇÃO DO BIOFERTILIZANTE MICROGEO®, EM PULVERIZAÇÃO VIA SOLO E VIA FOLIAR NA EFICIÊNCIA DO CONTROLE QUÍMICO DA MOSCA BRANCA (Bemisia tabaci) NA CULTURA DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.) Itumbiara, abril de 2009. INSTITUTO LUTERANO DE ENSINO SUPERIOR DE ITUMBIARA CURSO DE AGRONOMIA EDIMUNDO ALVES SILVA AVALIAÇÃO DO BIOFERTILIZANTE MICROGEO®, EM PULVERIZAÇÃO VIA SOLO E VIA FOLIAR NA EFICIÊNCIA DO CONTROLE QUÍMICO DA MOSCA BRANCA (Bemisia tabaci) NA CULTURA DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.) Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de graduação em Engenharia Agronômica como requisito de avaliação para obtenção do título em Engenharia Agronômica sob orientação do professor MSc. Sandro Ângelo Souza. Itumbiara, abril de 2009. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) S586a Silva, Edimundo Alves Avaliação do biofertilizante microgeo, em pulverização via solo e via foliar na eficiência do controle químico da mosca branca (Bemisia tabaci) na cultura de feijão (Phaseolus vulgaris L.) / Edimundo Alves Silva; orientador e Prof Mestre Sandro Ângelo Souza; Itumbiara, 2009. 20 f. : il. Monografia (Conclusão do Curso de Agronomia) – Instituto Luterano de Ensino Superior de Itumbiara, 2009. Inclui bibliografia. 1 - Feijão - Cultivo 2 - Adubos e fertilizantes orgânicos 3 - Pragas agrícolas - Controle 4 - Pulverização. CDU: 635.652 Bibliotecária Responsável: Rosiane Gonçalves de Lima Santana CRB/1-1684 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus primeiramente, por conceder-me a vida e saúde para estar na minha jornada, estando junto a mim em todas as horas, nas horas felizes e nas tristes. Obrigado senhor Deus por tudo que tens me concedido, principalmente pela vida. Agradeço aos meus pais João Batista da Silva e Francisca Alves Silva, por me terem acompanhado desde os primeiros passos nesse mundo aos mais árduos deveres dessa vida, por estarem sempre do meu lado e me apoiado em minhas escolhas e atitudes, guiando-me, pelos caminhos certos e me tornando uma pessoa digna e ter orgulho de dizer que sou filho de vós. Obrigado por darem essa oportunidade, mesmo sabendo que renunciaram de viver sonhos, para estar realizando os meus. E é com muito orgulho que estou agradecendo a vocês, afinal agora chegou a hora de colher frutos que plantei e retribuir o amor de vocês... Amo Vocês! Agradeço ao professor M. Sc. Sandro Ângelo de Souza por ser não apenas um professor, mais um grande companheiro, que teve paciência e dedicação, sendo sábio e confiando em minha capacidade para rompermos as barreiras e contratempos nesse trabalho e colhendo resultados melhores que os planejados, claro que não poderia deixar de agradecer um grande colaborador para esse trabalho, o amigo Eng.º Agrônomo Luzon Tadeu que forneceu todo o apoio para a implantação do trabalho. SUMÁRIO Lista de Tabelas ................................................................................................ 05 Lista de Figuras ................................................................................................. 06 Resumo ............................................................................................................. 07 Abstract ........... ................................................................................................. 08 Introdução ......................................................................................................... 09 Revisão Bibliográfica ....................................................................................... 11 Material e Métodos ........................................................................................... 15 Resultados e Discussão ..................................................................................... 17 Conclusão ......................................................................................................... 21 Referências Bibliográficas ................................................................................ 22 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Quadrados médios dos blocos e tratamentos, para fator produtividade, biomassa e plantas viróticas. ............................................................................... 18 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Produtividade em kg/ha- ano agrícola 2008/2009 ..............................19 Figura 2: Produção de Biomassa em gramas/planta - ano agrícola 2008/2009 ..20 Figura 3: Percentual de plantas com vírus mosaico comum dourado - ano agrícola 2008/2009. ..............................................................................................20 RESUMO O feijão é uma planta anual herbácea cuja produção vem decrescendo devido à falta de nutrientes no solo por adubações não realizadas e ataques de pragas e doenças. A mosca branca é uma das principais pragas da cultura causando Vírus Mosaico Comum Dourado. Este trabalho teve como objetivo avaliar o biofertilizante Microgeo® em pulverização via solo e via foliar na eficiência do controle químico da mosca branca (Bemisia tabaci) na cultura de feijão (Phaseolus vulgaris L.). O experimento foi conduzido no campus experimental do ILES/Ulbra em Itumbiara-GO, com altitude média de 440m. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com 7 tratamentos e 3 repetições. Os tratamentos constaram de: 0% de biofertilizante Microgeo®, 300L/ha de biofertilizante no solo, 200L/ha de biofertilizante no solo, 300L/ha de biofertilizante no solo + 5% foliar, 200L/ha de biofertilizante no solo + 3% foliar, 5% biofertilizante via foliar e 3% biofertilizante via foliar. Foram avaliados produtividade, quantidade de biomassa e plantas infectadas com VMCD. Os resultados apresentaram diferença significativa entre todos os parâmetros avaliados justificando o uso do biofertilizante via solo acompanhado de aplicações via foliar, podendo elevar um ganho de produtividade de até 40%. Observou-se que o tratamento 200L/ha de biofertilizante no solo + 3% foliar foi o que se destacou. Palavras-chave: Feijão, mosca branca (Bemisia tabaci), biofertilizante. ABSTRACT The bean is an annual herbaceous plant whose production has declined due to lack of nutrients in the soil by fertilization unrealized and attacks of pests and diseases. The whitefly is a major pest of the crop causing Common Golden Mosaic Virus.This study aimed to evaluate the biofertilizer Microgeo® by spraying on foliar and soil on the efficiency of chemical control of whitefly (Bemisia tabaci) in the cultivation of beans (Phaseolus vulgaris L.).The experiment was conducted at the experimental campus ILES/Ulbra in Itumbiara-GO, with average altitude of 440m. The experimental design was a randomized block with 7 treatments and 3 replications. The treatments were: 0% of biofertilizer Microgeo®, 300L/ha of biofertilizer on the ground, 200L/ha of biofertilizer on the ground, the biofertilizer 300L/ha soil + 5% leaf, 200L/ha of biofertilizer on soil + 3% leaves, foliar biofertilizer 5% and 3% foliar biofertilizer. We evaluated productivity, biomass and number of plants infected with VMCD. The results showed significant differences between all measured parameters justifying the use of biofertilizer via soil with foliar applications, and can increase a gain in productivity of up to 40%. It was observed that the treatment of biofertilizer 200L/ha soil + 3% leaf was what stood out. Keywords: Beans, whitefly (Bemisia tabaci), biofertilizer. INTRODUÇÃO O feijão comum é segundo alguns autores, de origem sul-americana; os indígenas cultivavam ao lado do milho e da mandioca, mas alguns autores o considera oriundo da Ásia. O feijão é uma planta anual herbácea, trepadora ou não, pertencente à família Leguminosae, gênero Phaseolus (CANECHIO FILHO, 1987). O feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) é a espécie mais cultivada entre as demais do gênero Phaseolus. Considerando todos os gêneros e espécies de feijão englobado nas estatísticas da FAO, publicadas em 2005, a produção mundial de feijão situou-se em torno de 18,7 milhões de toneladas, ocupando uma área de 26,9 milhões de hectares. Os grãos de feijão representam uma importante fonte protéica na dieta humana dos países em desenvolvimento das regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, o feijão é um dos componentes básicos da dieta alimentar da população e importante fonte de proteína para as classes economicamente menos favorecidas e também aqueles com carência de ingestão de proteína de origem animal (WANDER, 2004). Porém Vieira (1983) cita que apesar da enorme importância da cultura do feijão, seu rendimento médio nacional é baixo e está decrescendo, enquanto no período 1966-1970 atingia cerca de 650 kg/ha, no período 1974-1978 esse valor diminuiu para 500 kg/ha. Alguns países como os Estados Unidos, o Japão e a Turquia, têm rendimento médio superior a 1.400 kg/ha. As principais razões desse baixo rendimento são: (a) falta de nutrientes no solo, em 12 virtude de adubações inadequadas ou não realizadas; (b) predominância de cultivos associados com outras culturas, sobretudo milho, (c) ataque de pragas; e (d) incidência de diversas enfermidades, e dentre outras razões, como variedades e sementes. A mosca branca (Bemisia tabaci) é uma das principais pragas da cultura de feijão. A expansão da área semeada com a cultura de soja, os sucessivos cultivos e ampliação da época de semeadura da cultura de feijão explicam a alta incidência da mosca branca. Os danos ocasionados pelo inseto estão associados à transmissão do vírus do mosaico dourado (DOURADO NETO, 2000). O feijão responde satisfatoriamente as adubações químicas, orgânicas e as correções de pH, quando sugeridas por análises de solos, sendo uma prática equivocada não se adubar o feijoeiro, pois duas toneladas de feijão retiram 78 kg de N, 15 kg de P2O5, 64 kg de K2O, 22 kg de Ca, 13 kg de Mg e 23kg de S (CENTEC, 2002). Devido ao ciclo contínuo de exploração do solo pelo homem surgem alguns problemas como, por exemplo, deterioração dos solos e a grande multiplicação de pragas e doenças agrícolas. Frente a esses problemas surgem às considerações sobre o uso de biofertilizantes líquidos na agricultura, que atuam como mecanismos de proteção para a planta. Os efeitos do biofertilizante no controle de pragas e doenças de plantas têm sido bem evidenciados (MEDEIROS, 2006). O objetivo deste trabalho é avaliar o biofertilizante Microgeo® em pulverização via solo e via foliar na eficiência do controle químico da mosca branca (Bemisia tabaci) na cultura de feijão (Phaseolus vulgaris L.). REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Para equilibrar e manter a fertilidade biológica do solo, possibilitando a sustentabilidade técnica e econômica de sua atividade, o agricultor, além das ações usualmente praticadas, tem que introduzir no manejo das suas culturas à ‘adubação biológica’ dos seus solos e plantas. Para a realização dessa prática, um processo biotecnológico de produção do adubo biológico, foi desenvolvido o método chamado Compostagem Líquida Contínua® – CLC®, baseados numa ecologia microbiana. A CLC® é realizada em tanques abertos, expostos à luz solar, que tem a função de fornecer energia aos organismos fototróficos, como as algas que se estabelecem no sistema. Os raios ultravioletas da irradiação solar eliminam esporos de microrganismos não desejáveis no meio, adaptando os microrganismos a se estabeleceram no meio ambiente luminoso das culturas e solos, quando aplicado nos mesmos. A prática da adubação biológica com Microgeo® já está difundida na agricultura brasileira, com início das ações no Paraguai e Uganda na África. Como essa prática visa à fertilidade biológica do solo, ela atende indistintamente a necessidade de todas as culturas, só variando a concentração da diluição em água de 5% a 50%, em função da freqüência e do tipo do equipamento de aplicação ou pulverização. No processo CLC®, ao se utilizar a atividade biológica dos herbívoros ruminantes na produção do adubo biológico, estamos também utilizando o biofilme dos vegetais como as gramíneas, ampliando a 14 biodiversidade microbiológica, principalmente para o equilíbrio biológico na manutenção da saúde das monoculturas (MEDEIROS & WANDERLEY, 2003). O adubo biológico, por apresentar uma diversidade de microrganismos neutros e inóculos quando pulverizado nas plantas, desencadeia nas mesmas uma ‘resposta de defesa’, a um possível ‘ataque’, pela incapacidade de detectarem se esses organismos são nocivos. E assim o processo de RSI (Resistência Sistêmica Induzida) é ativado, com a produção de substâncias químicas de defesa, pela plantas, chamadas fitoalexinas (D’ANDRÉA et al., 2007). A mosca branca (Bemisia tabaci) é uma cigarrinha de comprimento médio de 1mm com quatro asas membranosas recoberta por uma pulverulência branca. Seus ovos são colocados na face inferior das folhas, e ao eclodir, as ninfas passam a sugar a folha, geralmente na face inferior; elas só se locomovem inicialmente e fixando-se a seguir. O ciclo completo é de cerca de 15 (quinze) dias, sendo a longevidade das fêmeas de aproximadamente 18 (dezoito) dias (GALLO et al., 2002). O manejo da mosca-branca em culturas onde ocorre elevado número de aplicações de produtos químicos, como em particular na cultura do tomateiro, tem sido muito difícil, pois as populações deste inseto facilmente adquirem resistência aos diversos grupos de inseticidas (BUTLER JÚNIOR et al. 1993). Normalmente, 4-5 pulverizações são suficientes. O período que vai da germinação até o florescimento é a fase em que a planta é mais suscetível ao VMCD - vírus mosaico comum dourado e, conseqüentemente, quando são observadas as maiores perdas na produção. Após o florescimento do feijoeiro, não há necessidade de fazer o controle da mosca branca, pois os danos causados pelo VMCD são pouco significativos, não justificando o controle do vetor (QUINTELA, 2001). 15 O produto a ser aplicado conforme o registro no Ministério da Agricultura no controle químico da mosca branca, quando houver necessidade, é o imidacloprid do grupo dos neonicotinóides; nas pulverizações foliares em feijão, aplicar logo após o aparecimento das pragas 0,25kg/ha e com período de carência de 21 dias. Santos e Sampaio (1993) verificaram uma propriedade coloidal do biofertilizante que provoca a aderência do inseto sobre a superfície do tecido vegetal. Os autores destacaram também o efeito repelente e inibidor de alimentação contra pulgões e mosca-das-frutas. Medeiros et al. (2000) verificaram que o biofertilizante a base de conteúdo de rúmen bovino e composto orgânico Microgeo® reduziram a fecundidade, período de oviposição e longevidade de fêmeas do ácaro-da-leprose dos citros, Brevipalpus phoenicis, quando pulverizado em diferentes concentrações. O estudo comprovou que o biofertilizante agiu por contato direto e residual e também funcionou de forma sistêmica na planta. Esses mesmos autores comprovaram que este biofertilizante agiu sinergicamente com Bacillus thuringiensis e o fungo Beauveria bassiana, reduzindo a viabilidade dos ovos e sobrevivência de larvas do bicho-furão-dos-citros (Ecdytolopha aurantiana). Um trabalho realizado no ano agrícola de 2007 que fez uma comparação entre rendimentos alcançados no sistema orgânico e no sistema convencional torna-se útil, pois no segundo o aporte de insumos e agrotóxicos é grande, ficando em torno de 33% do custo de produção de uma saca de feijão, além de todos os malefícios causados para o produtor, para o consumidor e para o meio ambiente. Se no sistema orgânico as produtividades obtidas forem semelhantes às do convencional, pode-se inferir que é mais vantajoso produzir feijão nesse sistema, tanto por evitar os problemas citados, como pelo melhor preço conseguido pelo produtor ao colocar seu produto no mercado (CARVALHO & WANDERLEY, 2007). 16 No Brasil existem poucos trabalhos científicos envolvendo sistema orgânico de produção. Assim, a oferta tecnológica adequada a esse sistema ainda é muito incipiente (CARVALHO, 1999). Atualmente, a maioria das informações de circulação nacional é de caráter especulativo e sem base científica, e grande parte é proveniente de iniciativas práticas dos agricultores ou embasadas em experiências internacionais. Importantes contribuições têm ocorrido com trabalhos específicos por áreas de conhecimento, realizados em cultivos orgânicos isolados (SORAGY et al., 1998) ou estudando temas de interesse da agricultura orgânica, porém em cultivos convencionais, enfocando uso de biofertilizantes, adubação verde e adubações orgânicas, entre outros. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado no campus experimental do Instituto Luterano de Ensino Superior de Itumbiara, ILES/ULBRA, em Itumbiara-GO. A cidade de Itumbiara está localizada na região Centro-Oeste, a uma altitude média de 440m a 18º26’ latitude Sul 49º13’ longitude Oeste. O Município apresenta clima quente e úmido. A precipitação varia de 1400mm a 1800mm com chuvas regulares nos meses de outubro a março e uma estação seca de abril a setembro (INMET, 2005). Efetuou-se o preparo do solo com uma aração seguida de duas gradagens, correções conforme análise do solo sendo 250kg/ha do adubo 08-20-20, e adubação de cobertura 115kg/ha de Nitrogênio ou 250kg/ha de uréia, e a cultivar utilizada foi a Cv. Carioca. O delineamento utilizado foi o delineamento de blocos casualisados ao acaso, com 7 (sete) tratamentos e constou de três repetições. Cada parcela foi constituída de 4 (quatro) linhas espaçadas de 0,5m por 5,0m de comprimento, a área de cada parcela foi 10 m2. Os tratamentos foram: T1= Testemunha, 0% de biofertilizante Microgeo®. T2= 300 L/ha de biofertilizante no Solo. T3= 200 L/ha de biofertilizante no Solo. 18 T4= 300 L/ha de biofertilizante no Solo + 5% foliar (se necessário defensivos). T5= 200 L/ha de biofertilizante no Solo + 3% foliar (se necessário defensivos). T6= 5% biofertilizante via foliar (se necessário defensivos). T7= 3% biofertilizante via foliar (se necessário defensivos). Os períodos de aplicações com o biofertilizante via foliar, foram em pré e pós-florada, brotação e frutificação. Foi aplicado junto com defensivos melhorando com intuito de melhorar a eficiência dos tratamentos, conforme D’ANDRÉA et al (2007). Foi realizado o tratamento de sementes com fungicida de princípio ativo benomyl pertencente do grupo dos benzimidazóis 100gr/100kg sementes e utilizou-se inseticida de princípio ativo tiametoxam grupo químico neonicotinóides 200 gr/100kg de sementes. Realizou-se cinco aplicações com imidacloprid na dose 0,25 kg/ha para o controle da mosca branca aos 04 DAE, 11 DAE, 18 DAE, 25 DAE e aos 31 DAE. Realizou-se o levantamento populacional da mosca branca (Bemisia tabaci, L.) em um caminhamento zigue-zague em toda a área, antes e após a aplicação do inseticida. A tomada de decisão para o controle da mosca branca foi por meio do nível de controle conforme Gallo et al., 2002. O manejo foi de acordo com as necessidades culturais e fisiológicas. No experimento foram realizadas duas capinas manuais aos 13 DAE e 40 DAE, e irrigação por aspersão quando as necessidades fisiológicas das plantas necessitavam. Aos 30 DAE realizou-se um levantamento para determinar o percentual de plantas infectadas com VMCD (vírus mosaico comum dourado) em cada parcela. 19 Aos 30 DAE coletou-se plantas do estande de cada parcela para a avaliação da biomassa em todos os tratamentos, levando um feixe de 04 plantas de cada parcela, realizando a pesagem do mesmo em uma balança de precisão. Aos 80 DAE realizou-se a colheita do experimento desprezando as duas linhas da extremidade e 0,5 metros nas duas linhas centrais como efeito bordadura para a avaliação da produtividade nos diferentes tratamentos. Realizou-se a análise de variância para todas as variáveis e o teste Tukey ao nível de 5% de probabilidade para as variáveis, produtividade em kg/ha e para plantas infectadas com vírus do mosaico comum dourado. Para a variável biomassa utilizou-se o teste de Duncan a 1% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados da análise de variância mostraram diferenças significativas nos tratamentos para produtividade, biomassa e plantas viróticas (Tabela-1). Tabela-1: Quadrados médios dos blocos e tratamentos, para fator produtividade, biomassa e plantas viróticas. Fonte de Variação Quadrados Médios Produtividade BLOCOS TRATAMENTOS C.V. (%) Biomassa Plantas Viróticas 135.376,2004 NS 40,9944 NS 0,8841 NS 1.151.622, 6280 ** 441,1539 * 0,0507 ** 17,82 14,68 12,69 NS: Não significativo *: Existe diferença, nível de 5% significância. **: Existe diferença, nível de 1% de significância. C.V: coeficiente variação. Para os valores da produtividade em kg/ha, os tratamentos que mais se destacaram foram os seguintes: 200 l/ha de biofertilizante no solo + 3% via foliar, seguidos de 5% de biofertilizante via foliar, 3% de biofertilizante via foliar, 300 l/ha de biofertilizante no solo + 5% via foliar, 200 l/ha de biofertilizante no solo, (Figura-1). O tratamento 200 l/ha de biofertilizante no solo + 3% via foliar teve uma superioridade de 45 % em relação à testemunha sem biofertilizante. A testemunha teve uma superioridade de 4 % em relação ao 21 tratamento 300 l/ha de biofertilizante no solo, que indica que uma quantidade excessiva de biofertilizante no solo sem complemento via foliar pode causar um decréscimo na produtividade final. Produtividade em Kg/ha. Peso (Kg/ha) 4.000 A 3.544 3.500 3.000 2.500 2.000 1.500 AB AB B B 1.950 1.878 AB AB 3.057 3.015 2.419 2.366 1.000 500 0 Test emunha, sem 300 L/ ha de 200 L/ ha de 300 L/ ha de Bio no 200 L/ ha de Bio no 5%Biof er t ilizant e 3%Biof er t ilizant e Biof er t ilizant e. Biof er t ilizant e no Biof er t ilizant e no Solo + 5%f oliar. Solo + 3%f oliar . via f oliar. via f oliar . Solo. Solo. Tratamentos Figura-1: Produtividade em kg/ha - ano agrícola 2008/2009. Os valores da produção de biomassa (Figura-2) mostraram que o tratamento 200 l/ha de biofertilizante no solo + 3%, foi o que obteve um maior ganho (60%) em relação à testemunha. Os valores obtidos a partir do tratamento 3% de biofertilizante via foliar em relação ao tratamento 200 l/ha de biofertilizante no solo + 3% foram aproximadamente 30% a menos, verificando que a aplicação do biofertilizante via solo justifica-se para o ganho de biomassa e nota-se que quando utilizado paralelamente com a pulverização via foliar (concentração a 3%) maximiza a produção de biomassa. 22 Produção de biomassa gr/Planta. 120 AB 93,95 Gramas(gr/planta) 100 A 98,1 ABC 87,95 ABC 79,09 C 64,86 80 ABC 76,53 BC 71,36 60 40 20 0 Test emunha, sem B io f ert ilizant e. 30 0 L/ ha d e B iof ert ilizant e no So lo. 2 0 0 L/ ha de B io f ert ilizant e no Solo . 3 0 0 L/ ha de B io no Solo + 5% f o liar. 2 00 L/ ha d e B io no So lo + 3% f o liar. 5%B io f ert ilizant e via f oliar. 3%B iof ert ilizant e via f o liar. Tratamentos Figura-2:- Produção de Biomassa em gramas/planta - ano agrícola 2008/2009. Na Figura-3, observa-se que o percentual de plantas com VMCD variou de 1,99% a 1,34%, sendo que o tratamento 200 l/ha de biofertilizante no solo + 3% foi o que obteve o menor valor (1,34%) de plantas infectadas, destacando-se dos demais. Percentual de plantas com VMCD. (%) Percentual/Parcela 2,50 2,00 AB 1,79 A A A 1,99 1,96 AB 1,87 1,81 AB 1,67 B 1,50 1,34 1,00 0,50 Testemunha, sem Biof ertilizante. 300 L/ha de Biof ertilizante no Solo. 200 L/ha de Biof ertilizante no Solo. 300 L/ha de Bio no Solo + 5% f oliar. 200 L/ha de Bio no Solo + 3% f oliar. 5% Biof ertilizante via f oliar. Tratamentos Figura -3: Percentual de plantas com Vírus Mosaico Comum Dourado - ano agrícola 2008/2009. 3% Biof ertilizante via f oliar. CONCLUSÃO Conclui-se que o tratamento de 200 l/ha de biofertilizante no solo + 3% destacou-se positivamente dos demais com relação à menor número de plantas infectadas com o vírus mosaico comum dourado, maior ganho de biomassa e proporcionou maior produtividade em kg/ha. 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