instituto luterano de ensino superior de itumbiara curso

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INSTITUTO LUTERANO DE ENSINO SUPERIOR DE ITUMBIARA
CURSO DE AGRONOMIA
EDIMUNDO ALVES SILVA
AVALIAÇÃO DO BIOFERTILIZANTE MICROGEO®, EM PULVERIZAÇÃO VIA
SOLO E VIA FOLIAR NA EFICIÊNCIA DO CONTROLE QUÍMICO DA MOSCA
BRANCA (Bemisia tabaci) NA CULTURA DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.)
Itumbiara, abril de 2009.
INSTITUTO LUTERANO DE ENSINO SUPERIOR DE ITUMBIARA
CURSO DE AGRONOMIA
EDIMUNDO ALVES SILVA
AVALIAÇÃO DO BIOFERTILIZANTE MICROGEO®, EM PULVERIZAÇÃO VIA
SOLO E VIA FOLIAR NA EFICIÊNCIA DO CONTROLE QUÍMICO DA MOSCA
BRANCA (Bemisia tabaci) NA CULTURA DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.)
Trabalho de conclusão de curso
apresentado ao curso de graduação em
Engenharia Agronômica como requisito de
avaliação para obtenção do título em
Engenharia Agronômica sob orientação do
professor MSc. Sandro Ângelo Souza.
Itumbiara, abril de 2009.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
S586a
Silva, Edimundo Alves
Avaliação do biofertilizante microgeo, em pulverização via
solo e via foliar na eficiência do controle químico da mosca branca
(Bemisia tabaci) na cultura de feijão (Phaseolus vulgaris L.) /
Edimundo Alves Silva; orientador e Prof Mestre Sandro Ângelo
Souza; Itumbiara, 2009.
20 f. : il.
Monografia (Conclusão do Curso de Agronomia) – Instituto
Luterano de Ensino Superior de Itumbiara, 2009.
Inclui bibliografia.
1 - Feijão - Cultivo 2 - Adubos e fertilizantes orgânicos 3 - Pragas
agrícolas - Controle 4 - Pulverização.
CDU: 635.652
Bibliotecária Responsável: Rosiane Gonçalves de Lima Santana CRB/1-1684
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus primeiramente, por conceder-me a vida e saúde para estar na minha
jornada, estando junto a mim em todas as horas, nas horas felizes e nas tristes. Obrigado
senhor Deus por tudo que tens me concedido, principalmente pela vida.
Agradeço aos meus pais João Batista da Silva e Francisca Alves Silva, por me terem
acompanhado desde os primeiros passos nesse mundo aos mais árduos deveres dessa vida, por
estarem sempre do meu lado e me apoiado em minhas escolhas e atitudes, guiando-me, pelos
caminhos certos e me tornando uma pessoa digna e ter orgulho de dizer que sou filho de vós.
Obrigado por darem essa oportunidade, mesmo sabendo que renunciaram de viver sonhos,
para estar realizando os meus. E é com muito orgulho que estou agradecendo a vocês, afinal
agora chegou a hora de colher frutos que plantei e retribuir o amor de vocês... Amo Vocês!
Agradeço ao professor M. Sc. Sandro Ângelo de Souza por ser não apenas um
professor, mais um grande companheiro, que teve paciência e dedicação, sendo sábio e
confiando em minha capacidade para rompermos as barreiras e contratempos nesse trabalho e
colhendo resultados melhores que os planejados, claro que não poderia deixar de agradecer
um grande colaborador para esse trabalho, o amigo Eng.º Agrônomo Luzon Tadeu que
forneceu todo o apoio para a implantação do trabalho.
SUMÁRIO
Lista de Tabelas ................................................................................................
05
Lista de Figuras ................................................................................................. 06
Resumo .............................................................................................................
07
Abstract ........... ................................................................................................. 08
Introdução .........................................................................................................
09
Revisão Bibliográfica .......................................................................................
11
Material e Métodos ...........................................................................................
15
Resultados e Discussão ..................................................................................... 17
Conclusão .........................................................................................................
21
Referências Bibliográficas ................................................................................ 22
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Quadrados médios dos blocos e tratamentos, para fator produtividade,
biomassa e plantas viróticas. ............................................................................... 18
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Produtividade em kg/ha- ano agrícola 2008/2009 ..............................19
Figura 2: Produção de Biomassa em gramas/planta - ano agrícola 2008/2009 ..20
Figura 3: Percentual de plantas com vírus mosaico comum dourado - ano
agrícola 2008/2009. ..............................................................................................20
RESUMO
O feijão é uma planta anual herbácea cuja produção vem decrescendo devido à falta de
nutrientes no solo por adubações não realizadas e ataques de pragas e doenças. A mosca
branca é uma das principais pragas da cultura causando Vírus Mosaico Comum Dourado. Este
trabalho teve como objetivo avaliar o biofertilizante Microgeo® em pulverização via solo e
via foliar na eficiência do controle químico da mosca branca (Bemisia tabaci) na cultura de
feijão (Phaseolus vulgaris L.). O experimento foi conduzido no campus experimental do
ILES/Ulbra em Itumbiara-GO, com altitude média de 440m. O delineamento experimental foi
o de blocos ao acaso, com 7 tratamentos e 3 repetições. Os tratamentos constaram de: 0% de
biofertilizante Microgeo®, 300L/ha de biofertilizante no solo, 200L/ha de biofertilizante no
solo, 300L/ha de biofertilizante no solo + 5% foliar, 200L/ha de biofertilizante no solo + 3%
foliar, 5% biofertilizante via foliar e 3% biofertilizante via foliar. Foram avaliados
produtividade, quantidade de biomassa e plantas infectadas com VMCD. Os resultados
apresentaram diferença significativa entre todos os parâmetros avaliados justificando o uso do
biofertilizante via solo acompanhado de aplicações via foliar, podendo elevar um ganho de
produtividade de até 40%. Observou-se que o tratamento 200L/ha de biofertilizante no solo +
3% foliar foi o que se destacou.
Palavras-chave: Feijão, mosca branca (Bemisia tabaci), biofertilizante.
ABSTRACT
The bean is an annual herbaceous plant whose production has declined due to lack of
nutrients in the soil by fertilization unrealized and attacks of pests and diseases.
The whitefly is a major pest of the crop causing Common Golden Mosaic Virus.This study
aimed to evaluate the biofertilizer Microgeo® by spraying on foliar and soil on the efficiency
of chemical control of whitefly (Bemisia tabaci) in the cultivation of beans (Phaseolus
vulgaris L.).The experiment was conducted at the experimental campus ILES/Ulbra in
Itumbiara-GO, with average altitude of 440m.
The experimental design was a randomized block with 7 treatments and 3 replications. The
treatments were: 0% of biofertilizer Microgeo®, 300L/ha of biofertilizer on the ground,
200L/ha of biofertilizer on the ground, the biofertilizer 300L/ha soil + 5% leaf, 200L/ha of
biofertilizer on soil + 3% leaves, foliar biofertilizer 5% and 3% foliar biofertilizer. We
evaluated productivity, biomass and number of plants infected with VMCD. The results
showed significant differences between all measured parameters justifying the use of
biofertilizer via soil with foliar applications, and can increase a gain in productivity of up to
40%. It was observed that the treatment of biofertilizer 200L/ha soil + 3% leaf was what stood
out.
Keywords: Beans, whitefly (Bemisia tabaci), biofertilizer.
INTRODUÇÃO
O feijão comum é segundo alguns autores, de origem sul-americana; os indígenas
cultivavam ao lado do milho e da mandioca, mas alguns autores o considera oriundo da Ásia.
O feijão é uma planta anual herbácea, trepadora ou não, pertencente à família Leguminosae,
gênero Phaseolus (CANECHIO FILHO, 1987).
O feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) é a espécie mais cultivada entre as demais
do gênero Phaseolus. Considerando todos os gêneros e espécies de feijão englobado nas
estatísticas da FAO, publicadas em 2005, a produção mundial de feijão situou-se em torno de
18,7 milhões de toneladas, ocupando uma área de 26,9 milhões de hectares.
Os grãos de feijão representam uma importante fonte protéica na dieta humana dos
países em desenvolvimento das regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, o feijão é um dos
componentes básicos da dieta alimentar da população e importante fonte de proteína para as
classes economicamente menos favorecidas e também aqueles com carência de ingestão de
proteína de origem animal (WANDER, 2004).
Porém Vieira (1983) cita que apesar da enorme importância da cultura do feijão, seu
rendimento médio nacional é baixo e está decrescendo, enquanto no período 1966-1970
atingia cerca de 650 kg/ha, no período 1974-1978 esse valor diminuiu para 500 kg/ha. Alguns
países como os Estados Unidos, o Japão e a Turquia, têm rendimento médio superior a 1.400
kg/ha. As principais razões desse baixo rendimento são: (a) falta de nutrientes no solo, em
12
virtude de adubações inadequadas ou não realizadas; (b) predominância de cultivos
associados com outras culturas, sobretudo milho, (c) ataque de pragas; e (d) incidência de
diversas enfermidades, e dentre outras razões, como variedades e sementes.
A mosca branca (Bemisia tabaci) é uma das principais pragas da cultura de feijão. A
expansão da área semeada com a cultura de soja, os sucessivos cultivos e ampliação da época
de semeadura da cultura de feijão explicam a alta incidência da mosca branca. Os danos
ocasionados pelo inseto estão associados à transmissão do vírus do mosaico dourado
(DOURADO NETO, 2000).
O feijão responde satisfatoriamente as adubações químicas, orgânicas e as correções
de pH, quando sugeridas por análises de solos, sendo uma prática equivocada não se adubar o
feijoeiro, pois duas toneladas de feijão retiram 78 kg de N, 15 kg de P2O5, 64 kg de K2O, 22
kg de Ca, 13 kg de Mg e 23kg de S (CENTEC, 2002).
Devido ao ciclo contínuo de exploração do solo pelo homem surgem alguns problemas
como, por exemplo, deterioração dos solos e a grande multiplicação de pragas e doenças
agrícolas. Frente a esses problemas surgem às considerações sobre o uso de biofertilizantes
líquidos na agricultura, que atuam como mecanismos de proteção para a planta. Os efeitos do
biofertilizante no controle de pragas e doenças de plantas têm sido bem evidenciados
(MEDEIROS, 2006).
O objetivo deste trabalho é avaliar o biofertilizante Microgeo® em pulverização via
solo e via foliar na eficiência do controle químico da mosca branca (Bemisia tabaci) na
cultura de feijão (Phaseolus vulgaris L.).
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para equilibrar e manter a fertilidade biológica do solo, possibilitando a
sustentabilidade técnica e econômica de sua atividade, o agricultor, além das ações
usualmente praticadas, tem que introduzir no manejo das suas culturas à ‘adubação biológica’
dos seus solos e plantas. Para a realização dessa prática, um processo biotecnológico de
produção do adubo biológico, foi desenvolvido o método chamado Compostagem Líquida
Contínua® – CLC®, baseados numa ecologia microbiana. A CLC® é realizada em tanques
abertos, expostos à luz solar, que tem a função de fornecer energia aos organismos
fototróficos, como as algas que se estabelecem no sistema. Os raios ultravioletas da irradiação
solar eliminam esporos de microrganismos não desejáveis no meio, adaptando os
microrganismos a se estabeleceram no meio ambiente luminoso das culturas e solos, quando
aplicado nos mesmos. A prática da adubação biológica com Microgeo® já está difundida na
agricultura brasileira, com início das ações no Paraguai e Uganda na África. Como essa
prática visa à fertilidade biológica do solo, ela atende indistintamente a necessidade de todas
as culturas, só variando a concentração da diluição em água de 5% a 50%, em função da
freqüência e do tipo do equipamento de aplicação ou pulverização. No processo CLC®, ao se
utilizar a atividade biológica dos herbívoros ruminantes na produção do adubo biológico,
estamos também utilizando o biofilme dos vegetais como as gramíneas, ampliando a
14
biodiversidade microbiológica, principalmente para o equilíbrio biológico na manutenção da
saúde das monoculturas (MEDEIROS & WANDERLEY, 2003).
O adubo biológico, por apresentar uma diversidade de microrganismos neutros e
inóculos quando pulverizado nas plantas, desencadeia nas mesmas uma ‘resposta de defesa’, a
um possível ‘ataque’, pela incapacidade de detectarem se esses organismos são nocivos. E
assim o processo de RSI (Resistência Sistêmica Induzida) é ativado, com a produção de
substâncias químicas de defesa, pela plantas, chamadas fitoalexinas (D’ANDRÉA et al.,
2007).
A mosca branca (Bemisia tabaci) é uma cigarrinha de comprimento médio de 1mm
com quatro asas membranosas recoberta por uma pulverulência branca. Seus ovos são
colocados na face inferior das folhas, e ao eclodir, as ninfas passam a sugar a folha,
geralmente na face inferior; elas só se locomovem inicialmente e fixando-se a seguir. O ciclo
completo é de cerca de 15 (quinze) dias, sendo a longevidade das fêmeas de aproximadamente
18 (dezoito) dias (GALLO et al., 2002).
O manejo da mosca-branca em culturas onde ocorre elevado número de aplicações de
produtos químicos, como em particular na cultura do tomateiro, tem sido muito difícil, pois as
populações deste inseto facilmente adquirem resistência aos diversos grupos de inseticidas
(BUTLER JÚNIOR et al. 1993).
Normalmente, 4-5 pulverizações são suficientes. O período que vai da germinação até
o florescimento é a fase em que a planta é mais suscetível ao VMCD - vírus mosaico comum
dourado e, conseqüentemente, quando são observadas as maiores perdas na produção. Após o
florescimento do feijoeiro, não há necessidade de fazer o controle da mosca branca, pois os
danos causados pelo VMCD são pouco significativos, não justificando o controle do vetor
(QUINTELA, 2001).
15
O produto a ser aplicado conforme o registro no Ministério da Agricultura no controle
químico da mosca branca, quando houver necessidade, é o imidacloprid do grupo dos
neonicotinóides; nas pulverizações foliares em feijão, aplicar logo após o aparecimento das
pragas 0,25kg/ha e com período de carência de 21 dias.
Santos e Sampaio (1993) verificaram uma propriedade coloidal do biofertilizante que
provoca a aderência do inseto sobre a superfície do tecido vegetal. Os autores destacaram
também o efeito repelente e inibidor de alimentação contra pulgões e mosca-das-frutas.
Medeiros et al. (2000) verificaram que o biofertilizante a base de conteúdo de rúmen bovino e
composto orgânico Microgeo® reduziram a fecundidade, período de oviposição e longevidade
de fêmeas do ácaro-da-leprose dos citros, Brevipalpus phoenicis, quando pulverizado em
diferentes concentrações. O estudo comprovou que o biofertilizante agiu por contato direto e
residual e também funcionou de forma sistêmica na planta. Esses mesmos autores
comprovaram que este biofertilizante agiu sinergicamente com Bacillus thuringiensis e o
fungo Beauveria bassiana, reduzindo a viabilidade dos ovos e sobrevivência de larvas do
bicho-furão-dos-citros (Ecdytolopha aurantiana).
Um trabalho realizado no ano agrícola de 2007 que fez uma comparação entre
rendimentos alcançados no sistema orgânico e no sistema convencional torna-se útil, pois no
segundo o aporte de insumos e agrotóxicos é grande, ficando em torno de 33% do custo de
produção de uma saca de feijão, além de todos os malefícios causados para o produtor, para o
consumidor e para o meio ambiente. Se no sistema orgânico as produtividades obtidas forem
semelhantes às do convencional, pode-se inferir que é mais vantajoso produzir feijão nesse
sistema, tanto por evitar os problemas citados, como pelo melhor preço conseguido pelo
produtor ao colocar seu produto no mercado (CARVALHO & WANDERLEY, 2007).
16
No Brasil existem poucos trabalhos científicos envolvendo sistema orgânico de
produção. Assim, a oferta tecnológica adequada a esse sistema ainda é muito incipiente
(CARVALHO, 1999). Atualmente, a maioria das informações de circulação nacional é de
caráter especulativo e sem base científica, e grande parte é proveniente de iniciativas práticas
dos agricultores ou embasadas em experiências internacionais. Importantes contribuições têm
ocorrido com trabalhos específicos por áreas de conhecimento, realizados em cultivos
orgânicos isolados (SORAGY et al., 1998) ou estudando temas de interesse da agricultura
orgânica, porém em cultivos convencionais, enfocando uso de biofertilizantes, adubação
verde e adubações orgânicas, entre outros.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no campus experimental do Instituto Luterano de Ensino
Superior de Itumbiara, ILES/ULBRA, em Itumbiara-GO.
A cidade de Itumbiara está localizada na região Centro-Oeste, a uma altitude média de
440m a 18º26’ latitude Sul 49º13’ longitude Oeste. O Município apresenta clima quente e
úmido. A precipitação varia de 1400mm a 1800mm com chuvas regulares nos meses de
outubro a março e uma estação seca de abril a setembro (INMET, 2005).
Efetuou-se o preparo do solo com uma aração seguida de duas gradagens, correções
conforme análise do solo sendo 250kg/ha do adubo 08-20-20, e adubação de cobertura
115kg/ha de Nitrogênio ou 250kg/ha de uréia, e a cultivar utilizada foi a Cv. Carioca.
O delineamento utilizado foi o delineamento de blocos casualisados ao acaso, com 7
(sete) tratamentos e constou de três repetições. Cada parcela foi constituída de 4 (quatro)
linhas espaçadas de 0,5m por 5,0m de comprimento, a área de cada parcela foi 10 m2. Os
tratamentos foram:
T1= Testemunha, 0% de biofertilizante Microgeo®.
T2= 300 L/ha de biofertilizante no Solo.
T3= 200 L/ha de biofertilizante no Solo.
18
T4= 300 L/ha de biofertilizante no Solo + 5% foliar (se necessário defensivos).
T5= 200 L/ha de biofertilizante no Solo + 3% foliar (se necessário defensivos).
T6= 5% biofertilizante via foliar (se necessário defensivos).
T7= 3% biofertilizante via foliar (se necessário defensivos).
Os períodos de aplicações com o biofertilizante via foliar, foram em pré e pós-florada,
brotação e frutificação. Foi aplicado junto com defensivos melhorando com intuito de
melhorar a eficiência dos tratamentos, conforme D’ANDRÉA et al (2007).
Foi realizado o tratamento de sementes com fungicida de princípio ativo benomyl
pertencente do grupo dos benzimidazóis 100gr/100kg sementes e utilizou-se inseticida de
princípio ativo tiametoxam grupo químico neonicotinóides 200 gr/100kg de sementes.
Realizou-se cinco aplicações com imidacloprid na dose 0,25 kg/ha para o controle da
mosca branca aos 04 DAE, 11 DAE, 18 DAE, 25 DAE e aos 31 DAE.
Realizou-se o levantamento populacional da mosca branca (Bemisia tabaci, L.) em
um caminhamento zigue-zague em toda a área, antes e após a aplicação do inseticida. A
tomada de decisão para o controle da mosca branca foi por meio do nível de controle
conforme Gallo et al., 2002.
O manejo foi de acordo com as necessidades culturais e fisiológicas. No experimento
foram realizadas duas capinas manuais aos 13 DAE e 40 DAE, e irrigação por aspersão
quando as necessidades fisiológicas das plantas necessitavam.
Aos 30 DAE realizou-se um levantamento para determinar o percentual de plantas
infectadas com VMCD (vírus mosaico comum dourado) em cada parcela.
19
Aos 30 DAE coletou-se plantas do estande de cada parcela para a avaliação da
biomassa em todos os tratamentos, levando um feixe de 04 plantas de cada parcela, realizando
a pesagem do mesmo em uma balança de precisão.
Aos 80 DAE realizou-se a colheita do experimento desprezando as duas linhas da
extremidade e 0,5 metros nas duas linhas centrais como efeito bordadura para a avaliação da
produtividade nos diferentes tratamentos.
Realizou-se a análise de variância para todas as variáveis e o teste Tukey ao nível de
5% de probabilidade para as variáveis, produtividade em kg/ha e para plantas infectadas com
vírus do mosaico comum dourado. Para a variável biomassa utilizou-se o teste de Duncan a
1% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados da análise de variância mostraram diferenças significativas nos
tratamentos para produtividade, biomassa e plantas viróticas (Tabela-1).
Tabela-1: Quadrados médios dos blocos e tratamentos, para fator produtividade,
biomassa e plantas viróticas.
Fonte de Variação
Quadrados Médios
Produtividade
BLOCOS
TRATAMENTOS
C.V. (%)
Biomassa
Plantas Viróticas
135.376,2004 NS
40,9944 NS
0,8841 NS
1.151.622, 6280 **
441,1539 *
0,0507 **
17,82
14,68
12,69
NS: Não significativo *: Existe diferença, nível de 5% significância. **: Existe diferença, nível de 1% de significância.
C.V: coeficiente variação.
Para os valores da produtividade em kg/ha, os tratamentos que mais se destacaram
foram os seguintes: 200 l/ha de biofertilizante no solo + 3% via foliar, seguidos de 5% de
biofertilizante via foliar, 3% de biofertilizante via foliar, 300 l/ha de biofertilizante no solo +
5% via foliar, 200 l/ha de biofertilizante no solo, (Figura-1). O tratamento 200 l/ha de
biofertilizante no solo + 3% via foliar teve uma superioridade de 45 % em relação à
testemunha sem biofertilizante. A testemunha teve uma superioridade de 4 % em relação ao
21
tratamento 300 l/ha de biofertilizante no solo, que indica que uma quantidade excessiva de
biofertilizante no solo sem complemento via foliar pode causar um decréscimo na
produtividade final.
Produtividade em Kg/ha.
Peso (Kg/ha)
4.000
A 3.544
3.500
3.000
2.500
2.000
1.500
AB
AB
B
B
1.950
1.878
AB
AB
3.057
3.015
2.419
2.366
1.000
500
0
Test emunha, sem
300 L/ ha de
200 L/ ha de
300 L/ ha de Bio no
200 L/ ha de Bio no
5%Biof er t ilizant e
3%Biof er t ilizant e
Biof er t ilizant e.
Biof er t ilizant e no
Biof er t ilizant e no
Solo + 5%f oliar.
Solo + 3%f oliar .
via f oliar.
via f oliar .
Solo.
Solo.
Tratamentos
Figura-1: Produtividade em kg/ha - ano agrícola 2008/2009.
Os valores da produção de biomassa (Figura-2) mostraram que o tratamento 200 l/ha
de biofertilizante no solo + 3%, foi o que obteve um maior ganho (60%) em relação à
testemunha. Os valores obtidos a partir do tratamento 3% de biofertilizante via foliar em
relação ao tratamento 200 l/ha de biofertilizante no solo + 3% foram aproximadamente 30% a
menos, verificando que a aplicação do biofertilizante via solo justifica-se para o ganho de
biomassa e nota-se que quando utilizado paralelamente com a pulverização via foliar
(concentração a 3%) maximiza a produção de biomassa.
22
Produção de biomassa gr/Planta.
120
AB
93,95
Gramas(gr/planta)
100
A
98,1
ABC
87,95
ABC
79,09
C
64,86
80
ABC
76,53
BC
71,36
60
40
20
0
Test emunha, sem
B io f ert ilizant e.
30 0 L/ ha d e
B iof ert ilizant e no
So lo.
2 0 0 L/ ha de
B io f ert ilizant e no
Solo .
3 0 0 L/ ha de B io
no Solo + 5%
f o liar.
2 00 L/ ha d e B io
no So lo + 3%
f o liar.
5%B io f ert ilizant e
via f oliar.
3%B iof ert ilizant e
via f o liar.
Tratamentos
Figura-2:- Produção de Biomassa em gramas/planta - ano agrícola 2008/2009.
Na Figura-3, observa-se que o percentual de plantas com VMCD variou de 1,99% a
1,34%, sendo que o tratamento 200 l/ha de biofertilizante no solo + 3% foi o que obteve o
menor valor (1,34%) de plantas infectadas, destacando-se dos demais.
Percentual de plantas com VMCD.
(%) Percentual/Parcela
2,50
2,00
AB
1,79
A
A
A
1,99
1,96
AB
1,87
1,81
AB
1,67
B
1,50
1,34
1,00
0,50
Testemunha,
sem
Biof ertilizante.
300 L/ha de
Biof ertilizante
no Solo.
200 L/ha de
Biof ertilizante
no Solo.
300 L/ha de
Bio no Solo +
5% f oliar.
200 L/ha de
Bio no Solo +
3% f oliar.
5%
Biof ertilizante
via f oliar.
Tratamentos
Figura -3: Percentual de plantas com Vírus Mosaico Comum Dourado - ano agrícola 2008/2009.
3%
Biof ertilizante
via f oliar.
CONCLUSÃO
Conclui-se que o tratamento de 200 l/ha de biofertilizante no solo + 3% destacou-se
positivamente dos demais com relação à menor número de plantas infectadas com o vírus
mosaico comum dourado, maior ganho de biomassa e proporcionou maior produtividade em
kg/ha.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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