DETERMINAÇAO DA DENSIDADE POPULACIONAL DE MOSCA BRANCA Bemisia tabaci (Genn.) NA CULTURA DE FEIJÃO EM DUAS ÉPOCAS DE CULTIVO. Barbara Barreto Fernandes (PIBIC/CNPq-UENP), Marcio Guirro Terra, José Celso Martins (Orientador), e-mail: [email protected] Universidade Estadual do Norte do Paraná Campus Luiz Meneghel, Departamento de Produção Vegetal/Bandeirantes, PR. Área: Agronomia, sub-área: Entomologia Agrícola Palavras-chave: mosca branca, densidade populacional, época de cultivo. Resumo O estudo foi conduzido em área experimental da UENP/Campus Luiz Meneghel no município de Bandeirantes – Paraná, durante o cultivo das águas de 2009/10. O trabalho teve como objetivo avaliar a densidade populacional de mosca branca Bemisia tabaci em diferentes épocas de semeadura , em sementes do cultivar Carioca IAPAR 81,espaçamento 0,45 m entre linhas, no cultivo das águas e das secas. As parcelas tiveram área de 50 m² e densidade 15 plantas/m após emergência. Foi adotado delineamento experimental em blocos ao acaso, contendo sete tratamentos e três repetições. Foram realizadas sete amostragens semanais, tendo início sete dias após emergência das plantas e finalizadas no florescimento. Em cada avaliação foram retiradas dez folhas/ parcela, do terço médio das plantas e contado o número de ninfas imóveis com o auxílio de um microscópio estereoscópico com aumento de 10 vezes. Com base nos dados obtidos foi calculado o índice de Morisita para determinar a densidade populacional do inseto na área. No cultivo das águas, a primeira avaliação feita não foi significativa, a segunda avaliação teve distribuição regular (bionomial) e as demais avaliações foi detectada distribuição contagiante (Binomial negativa), caracterizando a agregação. Os resultados podem ter ocorrido, devido às condições climáticas adversas. No cultivo da secas, houve grande precipitação pluviométrica, ocorreu diminuição acentuada da população do inseto, sendo assim, não foi possível calcular o índice de Morisita. Introdução A mosca-branca é um dos insetos mais prejudiciais à cultura do feijoeiro, devido principalmente à intensa sucção de seiva elaborada e à transmissão do vírus do mosaico dourado, as perdas na produção são consideráveis e limitantes à produção de feijão (Stone et al.,1994; Yokoyama., 1996). O Brasil é considerado um dos maiores produtores mundiais de feijão, Phaseolus vulgaris L., que é uma das principais fontes protéicas da dieta do brasileiro. A mosca branca, Bemisia tabaci (Genn.) é um dos Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR. insetos mais prejudiciais a essa cultura. Os danos causados estão principalmente relacionados à grande extração de seiva elaborada e à transmissão do vírus do mosaico dourado do feijoeiro. Esse vírus vem ocasionando danos em porcentagens variáveis às lavouras de feijão, com perdas variando de 40% a 100%. da produção (Faria et al., 1987; Faria et al,.1994). Relataram que a mosca branca alimenta-se do floema, extraindo seiva rica em açúcares e pobres em aminoácidos, sais essências e vitaminas. Como conseqüência, para conseguir um complemento de aminoácidos, suga muito maior quantidade de seiva do que precisa. O excesso excretado em forma de gotas adocicadas, propicia o desenvolvimento de fungos. Por esses danos, as perdas na produção são consideráveis (Brown et al., 1992). Pertencentes a ordem Hemiptera, subordem Sternorrhyncha e família aleyrodidae, a mosca branca Bemisia tabaci (Genn.) e a B argentifolli (Perring et al., 1993) apresentam ninfas recobertas por cera como uma massa gelatinosa, plumas, colunas ou projeções semelhantes a setas, podendo ser incolor ou branco brilhante. Todos os estádios imaturos vivem na face inferior das folhas, permanecendo sempre em uma mesma planta. Os adultos da mosca branca se caracterizam por possuírem dois pares de asas membranosas recobertas por uma substância pulvurulenta de cor branca. O corpo apresenta cor amarelo-pálido e é recoberto por uma cera extra cuticular (Mizuno et al.,1997) O ciclo completo tem cerca de 15 dias, sendo a longevidade das fêmeas de aproximadamente 18 dias. A capacidade de postura da fêmea é em média de 300 ovos. (Gallo et al., 2002). Materiais e Métodos O trabalho foi realizado em área experimental da UENP/Campus Luiz Meneghel, no município de Bandeirantes-PR, com latitude 23º06'36 S; longitude 50º22'03 W e altitude de 420 m. Foi empregado sementes do cultivar Carioca IAPAR 81. A semeadura ocorreu no dia 08 de dezembro de 2009, utilizando-se semeadura mecanizada e espaçamento entre linhas de 0,45 metros. A área utilizada para o experimento foi dividida em 21 parcelas, cada uma contendo 50 m² (5 x 10 m). A emergência aconteceu em 15 de novembro de 2009, consequentemente a primeira avaliação aconteceu 7 dias após a emergência, contudo, elas aconteceram semanalmente até o início do florescimento do feijão, ou seja, foram 7 avaliações nos seguintes dias: 22/12/2009, 29/12/2009, 05/01/2010, 12/01/2010, 19/01/2010,26/01/2010 e 02/02/2010. Nas avaliações aos 7,14,21,28,35,42 e 49 dias após emergência das plantas (DAE) foram tomadas ao acaso 10 folhas/parcelas, retiradas do terço médio das plantas, colocadas em sacos plásticos e levadas ao laboratório para contagem das ninfas imóveis, com auxílio de um microscópico com aumento de 10 vezes. Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR. Para o estabelecimento da distribuição espacial da mosca branca foi empregado o índice de Morisita. Resultados e Discussão Tabela 1. Número de ninfas imóveis vivas/tratamento em sete Avaliações de B. tabaci na cultura de feijão.Bandeirantes- PR, 2010. Média de ninfas vivas por Tratamento Avaliação 1ª Avaliação 2ª Avaliação 3ª Avaliação 4º Avaliação 5ª Avaliação 6º Avaliação 7 ª Avaliação I 0 2 5 21 8 18 10 Média II 0 4 11 23 7 28 7 III 0 2 6 14 14 13 8 0 c 2,6 c 7,3 b 19,3 a 9,6 b 19,6 a 8,3 b CV% 40,27 Média dos dados sem transformção. Médias seguidas de mesmas letras nas colunas não diferem entre si pelo teste de Scoft-Knott em nível de 5% de probabilidade. A densidade das ninfas de B. Tabaci nas parcelas apresenta um padrão mais definido depois da terceira avaliação até a sétima. Verificou-se que as ninfas tiveram maior densidade populacional na sexta avaliação feita aos 49 DAE e a menor densidade populacional na primeira avaliação aos 7 DAE. De acordo com o número total de ninfas encontrado nas sete avaliações de campo, verificou-se que o número aumentou progressivamente até a quarta avaliação teve uma queda na quinta avaliação, aumentou novamente sendo a sexta avaliação de maior densidade populacional e reduziu-se consideravelmente na sétima avaliação até o início do florescimento. Sendo assim as maiores densidades populacionais do inseto apareceram aos 28 e 42 DAE. Figura 1. Índice de Morisita por Avaliação de B. tabaci na cultura de feijão Bandeirantes,-PR, 2010. Índice de Morisita 2 1,5 1 0,5 0 Índice de Morisita 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6º 7ª Avalia. Avalia. Avalia. Avalia. Avalia. Avalia. Avalia. Com relação ao Índice de Morisita (Figura 1), observou-se que na segunda avaliação, 14 DAE, o valor calculado foi de 0,75, portanto a distribuição é Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR. regular (bionomial). A partir da terceira avaliação tivemos os seguintes valores 1,45; 1,44; 1,70; 1,09 e 1,26 todos os resultados foram maiores que um, portanto de distribuição contagiante (Binomial negativa). Conclusões De acordo com as observações realizadas neste trabalho, afirma- se que a maior densidade populacional de mosca branca em feijoeiro no cultivo das águas foi aos 42 DAE, distribuídas em sua maioria em distribuição contagiante (Binomial negativa) caracterizando a agregação. Referências BROWN, J.K; BIRD, J. Whitefly transmitted giminivirus and associated disorder in the Americas and the Caribbean Basin. St. Paul. Plant disease, v.6, n.3, p.220-5, 1992. FARIA, J.C. & M.J.O. ZIMMERMANN. Controle do mosaico dourado do feijoeiro (Phaseolus vulgaris) pela resistência varietal e inseticidas. Fitopatol. Bras. 1987, p. 32-35. FARIA, J.C.; OLIVEIRA, M.N.; YOKOYAMA, M. 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