universidade ceuma pró-reitoria de pós

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UNIVERSIDADE CEUMA
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA PARASITÁRIA
PATRICIA CRISTINA SALDANHA RIBEIRO
CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DO GENE blaKPC EM
BACTÉRIAS GRAM NEGATIVAS DE HOSPITAIS DE SÃO LUIS-MA
São Luís
2014
1
PATRICIA CRISTINA SALDANHA RIBEIRO
CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DO GENE blaKPC EM
BACTÉRIAS GRAM NEGATIVAS DE HOSPITAIS DE SÃO LUIS-MA
Dissertação apresentada ao Programa de Pósgraduação
em
Biologia
Parasitária
da
Universidade CEUMA, como requisito para a
obtenção do título de Mestre em Biologia
Parasitária.
Orientadora: Profª. Drª. Maria Rosa Quaresma
Bomfim
Co-orientadora: Profª. Drª. Sirlei Garcia Marques
São Luís
2014
2
R484d Ribeiro, Patrícia Cristina Saldanha.
Caracterização fenotípica e molecular do gene blaKPC em
bactérias Gram negativas de hospitais de São Luis-MA. / Patrícia
Cristina Saldanha Ribeiro. - São Luís: UNICEUMA, 2014.
109 p.:il.
Monografia (Mestrado) – Mestrado em Biologia Parasitária.
Universidade CEUMA, 2014.
1. Bactérias Gram negativas. 2. Gene blaKPC. 3. Variantes KPC. I.
Bomfim, Maria Rosa Quaresma (Orientadora). II. Grisotto, Marcos
Augusto Grigolin (Coordenador). III. Marques, Sirlei Garcia (Coorientadora). IV. Título.
CDU: 616.98:616-022.36
2
PATRICIA CRISTINA SALDANHA RIBEIRO
CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DO GENE blaKPC EM
BACTÉRIAS GRAM NEGATIVAS DE HOSPITAIS DE SÃO LUIS-MA
Dissertação apresentada ao Programa de Pósgraduação
em
Biologia
Parasitária
da
Universidade CEUMA, como requisito para a
obtenção do título de Mestre em Biologia
Parasitária.
Aprovada: ____/____/_____
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Profª. Drª. Maria Rosa Quaresma Bomfim (Orientadora)
Doutora em Ciências Biológicas
Universidade CEUMA
____________________________________________________
1º Examinador
Universidade CEUMA
____________________________________________________
2º Examinador
Universidade CEUMA
____________________________________________________
3º Examinador
Universidade CEUMA
3
Aos meus pais, Pedro Batista e Edma “in
memoriam”, pelos ensinamentos com
grande sabedoria e pela presença
constante na minha vida.
Ao meu marido Washington e nossos
filhos Lucas e Victor, pelo amor
incondicional, incentivo, compreensão e
por tornarem a minha vida cada dia mais
feliz.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela vida abençoada que tenho, pelas oportunidades
concedidas e por colocar no meu caminho pessoas tão especiais.
À minha família amada que é meu alicerce. Agradeço a cada momento
precioso que passamos juntos.
Agradeço imensamente à minha orientadora Profa. Dra. Maria Rosa
Quaresma Bomfim pela oportunidade, competência e ensinamentos. Obrigada pelo
carinho e pela convivência tão agradável. Você é exemplar!
À minha co-orientadora, Dra. Sirlei Garcia Marques pela confiança e
incentivos que tanto contribuíram para o meu crescimento profissional. A você toda a
minha admiração e amizade.
Agradeço especialmente à Martina Márcia Melo Coqueiro, grande amiga,
parceira e sempre disposta a ajudar. Você foi indispensável para a realização deste
trabalho. Obrigada pela sua amizade.
Aos meus amigos do setor da microbiologia do Hospital Universitário
(Alícia, Tânia, Wanda, José Ferreira, Elissandre, Kelly, Rosália, Jossilene e
Joaquim), pelo companheirismo. Sem a ajuda de vocês certamente a realização
deste trabalho não seria possível. A vocês todo o meu carinho e gratidão.
À Dra. Ana Luiza Bezelga e Dra. Hilma Alencar de Souto. O meu eterno
agradecimento por possibilitar a minha liberação para a realização deste trabalho.
À minha equipe do setor da microbiologia do Laboratório Cedro (Luciane
Melônio, Yankee, Lécia, Cristianne, Thalita, Luciana, Mônica, Rosely, João, Jorge,
Hudson e Carlos), pela convivência maravilhosa, pela participação na coleção das
amostras e por estarem sempre disponíveis para colaborar nesta pesquisa.
À família Hachem proprietários do Laboratório Cedro, local onde foi
realizada parte desta pesquisa.
À Profa. Andréia, pela participação e dedicação a este trabalho.
Ao Prof. Sílvio Monteiro, pelo empenho e colaboração na realização da
análise estatística deste trabalho.
A todos os professores do Mestrado em Biologia Parasitária pelos
conhecimentos adquiridos.
Aos colegas, alunos do mestrado, pelos momentos de diversão e
descontração durante todo o período letivo. Foi muito bom conhecer todos vocês.
5
Às minhas queridas cunhadas, Cláudia e Cristiane pelo empenho e
dedicação na normatização deste trabalho.
À FAPEMA, pelo auxílio financeiro.
Por fim, agradeço àquelas pessoas que contribuíram direta ou
indiretamente na realização desta pesquisa.
6
“Talvez não tenha conseguido fazer o
melhor, mas lutei para que o melhor fosse
feito. Não sou o que deveria ser, mas
graças a Deus, não sou o que era antes”.
(Marthin Luther King)
7
RESUMO
A rápida disseminação de bactérias produtoras de KPC representa um sério
problema de saúde pública, uma vez que a infecção é difícil de ser tratada devida à
escassa opção terapêutica associada ao aumento da mortalidade, duração do
período de internação e custos elevados para os cofres públicos. Neste contexto, o
foco do presente estudo foi pesquisar a prevalência, a detecção e identificação das
variantes genéticas, por métodos moleculares, de bactérias produtoras de
carbapenemases tipo KPC, em 297 isolados clínicos oriundos de pacientes de
hospitais públicos e particulares de São Luis-MA que foram coletados no período de
junho de 2012 a julho de 2013. Os resultados da identificação fenotípica pelo
método
automatizado
Vitek2®
(Biomérieux,
França)
detectou
10
gêneros
bacterianos: Acinetobacter spp., Klebsiella spp., Enterobacter spp., Pseudomonas
spp., Serratia spp., Pantoea spp., Proteus spp., Escherichia spp., Raoultella spp e
Aeromonas spp. Destes, os mais frequentes foram Acinetobacter baumannii 128
(43,4%), Klebsiella pneumoniae 75 (25,2%) e Pseudomonas aeruginosa 42 (14,1%).
Dentre os hospitais participantes do estudo, 14 pertenciam à rede pública
apresentando um maior número de isolados 260 (87,20%) enquanto nos 02
hospitais particulares o quantitativo foi de 37 (12,5%) isolados. Obteve-se um perfil
de multidroga resistência (MDR) aos diferentes antimicrobianos testados nos
isolados dos 16 hospitais participantes. A droga que apresentou melhor atividade
para todos os isolados foi a polimixina B, tanto para espécies bacterianas
fermentadoras quanto para não fermentadoras. Os isolados de Acinetobacter spp e
de Klebsiella pneumoniae foram sensíveis a amicacina e tigeciclina e os de
Pseudomonas spp foram sensíveis a amicacina e a gentamicina. Os valores da
Concentração Inibitória Mínima (CIM50 e CIM90) para polimixina B foram iguais para
estas três espécies de micro-organismos, demonstrando que tal fármaco foi o mais
efetivo sobre esses isolados. Com relação à detecção do gene blaKPC entre os 297
isolados avaliados obteve-se 99 (33,3%) de positividade, incluindo bactérias não
fermentadoras (Acinetobacter baumannii) e fermentadoras. Dentre os KPC positivos
avaliados pela Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) os micro-organismos com
maior percentual foram Klebsiella pneumoniae com 78,7% e Enterobacter aerogenes
com 66,7%. Das bactérias não fermentadoras de glicose incluídas neste estudo,
somente a espécie A.baumannii foi portadora do gene blaKPC. A maior frequência da
8
presença do gene blaKPC entre os espécimes clínicos foi encontrada na secreção
traqueal 37,7% e na urina 21,5%. Além disso, observou-se uma correlação entre a
presença do gene blaKPC e o setor de internação do paciente. Na qual, encontrou-se
uma taxa de 44,4% de positividade para KPC em isolados detectados de pacientes
da Unidade Intermediária e 34% de isolados recuperados de pacientes das
Unidades de Terapia Intensiva dos diferentes hospitais avaliados. A taxa de
similaridade genética variou entre 96 e 100% entre as sequencias obtidas para os 99
isolados positivos para o gene blaKPC e sequencias existentes no Genbank. As
variantes do gene blaKPC detectadas foram KCP-2 em todos isolados pertencentes às
espécies fermentadoras e KPC-10 para todos os isolados da espécie A. baumannii.
É importante ressaltar que não foram encontradas no Genbank depósito de
sequencias para as espécies Raoultella planticola, Raoultella ornithinolytica e
Pantoea spp., este achado representa a primeira descrição dessas espécies como
portadoras do gene blaKPC. Os resultados da presente pesquisa apontam para uma
necessidade urgente de adoção de medidas preventivas e de controle das Infecções
relacionadas à assistência a saúde, não somente pelos profissionais da área de
saúde, mas também pelos órgãos governamentais, seja no âmbito municipal,
estadual e federal, porque a produção da enzima carbapenemase/KPC é um
mecanismo emergente e de rápida disseminação, o que justifica a vigilância
epidemiológica eficaz pelo constante rastreamento dos casos novos.
Palavras-chave: Bactérias Gram negativas. Gene blaKPC. Variantes KPC.
9
ABSTRACT
The quick dissemination of bacteria which produce KPC represent a serious public
health’s problem, just because it is difficult to treat of the infection. It is due to the
scarce therapeutic option associated to the increase of the mortality, duration of
internation and high costs to the public treasures. In this context the phocus of the
present study was to research the prevalence, the detection and identification of the
genetic variants by molecular methods, of bacteria which produce carbapenemases
type KPC, in 297 cliical isolated which came from patients at public and private
hospitals in São Luís/Ma (Brazil). They were collected in the period from June 2012
to July 2013. The results of the phenotypical identification by the authomatized
method Vitek 2® (Biomérieux, France) detected 10 bacterian genders: Acinetobacter
spp., Klebsiella spp., Enterobacter spp., Pseudomonas spp., Serratia spp., Pantoea
spp., Proteus spp., Escherichia spp., Raoultella spp and Aeromonas spp. From these
the most frequent were
Acinetobacter baumannii
128 (43,4%), Klebsiella
pneumoniae 75 (25,2%) and Pseudomonas aeruginosa 42 (14,1%). Among the study
participant hospitals 14 belonged to the public net presenting a major number of
isolated 260 (87,20%), while at the 02 private hospitals the percentual was isolated
37 (12,5%). It was obtained a profile of multidrug resistant (MDR) to the different
antimicrobian tested in the isolated of the 16 participant hospitals. The drug which
presented a better performance for all the isolated a better performance for all the
isolated was the polimixin B, both for bacterian fermentative species and for those
mon-fermentative. The isolated Acinetobacter spp. and Klebsiella pneumoniae were
sensible to amicacineand tigecycline and those of Pseudomonas spp. were sensible
to the amicacine and the gentamicine. The values of the Minimal Inhibitive
Concentration (CIM50 and CIM90) for polimixine B were equal to the these three
species of microorganisms, so demonstrating that such a pharmacon was the most
effective upon those isolated. As to the detection of the gene blaKPC among the 297
isolated avaliated it was obtained 99 (33,3%) of positiveness including bacteria non
fermentative (Acinetobacter baumannii) and fermentative. Among the positive KPC
avaliated by the reaction in chain of the Polimerase (PCR) the microorganisms with a
major percentual were Klebsiella pneumoniae with 78,7% and Enterobacter
aerogenes with 66,7%. From the nonfermentative of glucose include in this study
only the species A.baumannii was a bearer of the gene blaKPC. The major frequence
10
of the presence of the gene blaKPC among the clinical specimens was found in the
tracheal secretion 37,7% and in the urine 21,5%. Besides it was observed a
correlation between the presence of gene blaKPC and the sector of internation of the
patient. In it was found a rate of 44,4% of positiveness for KPC in isolated detected of
patients at the intermediate Unity and 34% of recovered among the patients at the
Unities of Intensive Therapy at from the different avaliated hospitals. The genetic
similanty rate varied between 96 e 100% among the obtained sequences for the 99
positive isolated for the gene blaKPC and existent sequences in the Genbank. A
variants of the gene blaKPC detected were KCP-2 in all isolated belonging to the
fermentative species and KPC-10 for all the isolated of the species A. baumannii. It’s
important to emphasize that it wasn’t found in the Genback a deposit of sequences
for the species Raoultella planticola, Raoultella ornithinolytica e Pantoea spp., this
discovery represents the first description of those species like bearers of the gene
blaKPC. The results of the research point to and urgent need of adoption of preventive
measures and of control of the infections related tod assistance to health, not only by
professionals from the health area but also from the government organs be in the
municipal, state and federal sphere, because the production of the enzyme
carbapenemase/KPC is an emergent mechanism and of quick dissemination, what
justifies the effective epidemiological watchfulness by the constant tract of the new
cases.
Key-Words: Gram negative bacteria. Gene blaKPC. Variants KPC.
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Distribuição de frequência dos bacilos gram-negativos em
diferentes hospitais de São Luis-MA, no período de Junho/12 a
Julho/13............................................................................................ 59
Tabela 2
Perfil de resistência aos antibióticos e a concentração mínima
inibitória em relação às espécies bacterianas não fermentadoras
isoladas em hospitais de São Luis-MA, no período de Jun/12 a
Jul/13................................................................................................ 61
Tabela 3
Perfil de resistência aos antibióticos e a concentração mínima
inibitória em relação às espécies bacterianas fermentadoras
isoladas em hospitais de São Luis-MA, no período de Jun/12 a
Jul/13................................................................................................ 62
Tabela 4
Concentração inibitória mínima (µg/mL) (CIM50) e (CIM90) das
linhagens frequentemente isoladas, de hospitais públicos e
privados de São Luis, Maranhão, Brasil ........................................... 63
Tabela 5
Associação de Teste Hodge modificado em relação à espécie
bacteriana ........................................................................................ 64
Tabela 6
Associação entre Gene blaKPC e Teste de Hodge Modificado
(THM) ............................................................................................... 64
Tabela 7
Associação do gene blaKPC em relação à espécie bacteriana .......... 65
Tabela 8
Distribuição de frequência dos materiais biológicos de onde foram
encontradas as bactérias com positividade para o gene blaKPC ....... 67
Tabela 9
Distribuição dos micro-organismos produtores de KPC isolados
de hospitais de São Luis-MA, em relação aos espécimes clínicos,
no período de Junho/12 a Julho/13 .................................................. 68
Tabela 10
Distribuição de frequência das acomodações onde foram
encontradas as bactérias e gene blaKPC........................................... 69
Tabela 11
Relação
entre
a
procedência,
espécie
bacteriana
não
fermentadora e presença do gene blaKPC ........................................ ..71
71
Tabela 12
Relação entre a procedência, espécies de bacilos gram-negativos
fermentadores e presença do gene blaKPC ........................................ 72
12
Tabela 13
Porcentagem
dos
micro-organismos
resistentes
aos 74
antimicrobianos portadores do gene blaKPC ......................................
Tabela 14
Análise de similaridade genética das sequências do gene blaKPC
dos isolados em relação às sequências do Genbank ....................... 76
13
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AMI
 Amicacina
AMP
 Ampicilina
AmpC
 Enzima cefalosporinase cromossomal β-lactamase de classe C
ARG
 Arginina
ARI-1
 Acinetobacter resistente ao imipenem (do inglês, Acinetobacter
resistant imipenem)
ASB
 Ampicilina/sulbactam
AST-N239
 Antimicrobial Susceptibility Test Gram negative
ATCC
 American Type Culture Collection
BHI
 Brain Heart Infusion
BLA
 Beta lactamase
BLAST
 Basic Alignment Search Tool
CAZ
 Ceftazidima
CFO
 Cefoxitina
CIP
 Ciprofloxacina
CLSI
 Clinical Laboratory Standards Institute
CPM
 Cefepime
dATP
 Desoxiadenosina trifosfatado
dCTP
 Desoxicitidina trifosfatado
dGTP
 Desoxiguanosina trifosfatado
DNA
 Ácido desoxiribonucléico (do inglês, DeoxyriboNucleic Acid)
dNTP
 Desoxiribonuleotídeo trifosfatado
dTTP
 Desoxitimidina trifosfatado
EDTA
 Ácido
etilenodiamino
tetra-acético
(do
inglês,
Ethylenediaminetetraacetic acid)
ERT
 Ertapenem
ESBL
 Beta lactamase de amplo espectro (do inglês, Extended-Spectrum
β-lactamase)
EUA
 Estados Unidos das Américas
GEN
 Gentamicina
14
GES
 Guiana- Extended Spectrum
GIM
 German imipenemase
GLY
 Glicina
GN
 Gram negativo
ICARE
 Intensive Care Antimicrobial Resistance Epidemiology
IMI
 Imipenem
IMP
 Imipenemase
IND
 Chryseobacterium indologenes metaloenzyme
IRAS
 Infecções relacionadas à assistência à saúde
Kb
 Kilobase
Kcat
 Constante cinética que representa catálise
KPC
 Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase
LACEN-MA
 Laboratório Central do Maranhão
LPS
 Lipopolissacarídeo
MBLs
 Metalo-beta-lactamases
MDR
 Multidrogas- resistentes
MER
 Meropenem
MIC
 Concentração inibitória mínima (do inglês, minimum inhibitory
concentration)
NDM
 New Delly Metalo beta-lactamase
NMCA/IMI
 Imipenem-hydrolyzing
beta-lactamase/
not
metalloenzyme
carbapenemase ‘A’
NRCST
 National Reference Center for Susceptibility Testing
OMP
 Proteína de membrana externa (do inglês, outer membrane protein)
OXA
 Oxacilinase
PBP
 Proteína ligadora de penicilina (do inglês, penicillin binding protein)
PBS
 Solução salina tamponada com fosfato (do inglês, phosphatebuffered saline)
PCR
 Reação em cadeia pela polimerase (do inglês, Polymerase Chain
Reaction)
POL
 Polimixina B
PRO
 Prolina
15
PTZ
 Piperacilina/Tazobactam
REIPI
 Spanish Network Research of Infectious Disease
rpm
 Rotação por minuto
SHV
 Sulfhydryl Reagent Variable
SIM
 Seoul imipenemase
SME
 Serratia marcescens enzyme
SNP
 Polimorfismo de nucleotídeo único (do inglês, Single Nucleotide
Polymorphism)
SPM
 São Paulo metalo β-lactamase
ST
 Tipo de sequência (do inglês, Sequency Type)
TBE
 Tris-Borato-EDTA
TE
 Tris-EDTA
TEM
 Temoriana enzyme
TGC
 Tigeciclina
THM
 Teste de Hodge Modificado
TIG
 Tigeciclina
Tn
 Transposon
TSA
 Teste de sensibilidade aos antibióticos
UTI
 Unidade de terapia intensiva
VAL
 Valina
VIM
 Verona imipenemase
16
LISTA DE SÍMBOLOS
µg
 Micrograma
µL
 Microlitro
µM
 Micromolar
HCl
 Ácido Clorídrico
mg
 Miligrama
MgCl2  Cloreto de magnésio
mL
 Mililitros
mM
 Milimolar
mV
 Milivolt
ng
 Nanograma
ºC
 Grau Celsius
pH
 Potencial hidrogeniônico
pmol
 Picomol
V
 Volts
17
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ........................................................................................... 20
2
REVISÃO DE LITERATURA...................................................................... 25
2.1
Principais membros da família Enterobacteriaceae com perfil de
resistência aos carbapenêmicos ............................................................ 28
2.1.1
Gênero Escherichia .................................................................................... 29
2.1.2
Gênero Klebsiella ....................................................................................... 31
2.1.3
Gênero Enterobacter .................................................................................. 32
2.1.4
Gênero Proteus .......................................................................................... 33
2.1.5
Gênero Serratia .......................................................................................... 35
2.2
Gêneros bacterianos não fermentadores da glicose com perfil de
resistência aos carbapenêmicos ............................................................ 36
2.2.1
Pseudomonas aeruginosa .......................................................................... 36
2.2.2
Acinetobacter spp ....................................................................................... 38
2.2.3
Epidemiologia das bactérias produtoras de KPC ....................................... 40
2.2.4
KPC no Brasil ............................................................................................. 43
2.2.5
Métodos para a detecção da produção de KPC’s ...................................... 46
3
JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 48
4
OBJETIVOS DA PESQUISA .................................................................... 50
4.1
Objetivo Geral ........................................................................................... 50
4.2
Objetivos Específicos ............................................................................. 50
5
MATERIAL E MÉTODOS........................................................................... 51
5.1
Aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa ......................................... 51
5.2
Tipo do estudo .......................................................................................... 51
5.3
Local do estudo e amostragem ............................................................... 51
5.4
Crítérios de inclusão ................................................................................ 51
5.5
Critérios de não inclusão ......................................................................... 52
5.6
Isolamento e identificação bacteriana .................................................... 52
5.7
Teste automatizado de susceptibilidade aos antimicrobianos ............ 52
5.8
Teste de susceptibilidade pelo método de disco-difusão .................... 53
5.9
Drogas antibacterianas testadas ............................................................ 53
18
5.10
Determinação
da
concentração
inibitória
mínima
(CIM)
de
carbapenêmicos pelo método epsilométrico- E-test® .......................... 54
5.11
Teste de Hodge modificado (Detecção fenotípica da produção de
carbapenemase) ....................................................................................... 54
5.12
Controle
de
qualidade
dos
meios,
reagentes
e
teste
de
susceptibilidade aos antimicrobianos .................................................... 55
5.13
Identificação
molecular
das
linhagens
bacterianas
isoladas
resistentes aos antimicrobianos carbapenêmicos ................................ 55
5.13.1
Extração do DNA das amostras microbianas ............................................. 55
5.13.2
Ensaios de PCR para a detecção do gene blaKPC ..................................... . 55
5.13.3
Análise dos produtos amplificados na PCR ................................................ 56
5.13.4
Purificação e sequenciamento dos produtos da PCR ................................ 56
5.13.5
Análise computacional das sequências ...................................................... 57
5.13.6
Análises estatísticas dos dados.................................................................. 57
6
RESULTADOS ........................................................................................... 58
6.1
Identificação das espécies bacterianas e sua distribuição em
relação à procedência .............................................................................. 58
6.2
Perfil de resistência aos antimicrobianos e determinação da
concentração inibitória mínima (CIM), pelo método automatizado
(Vitek) e E-test........................................................................................... 60
6.3
Avaliação entre o teste de Hodge modificado (THM) e espécie
bacteriana.................................................................................................. 63
6.4
Detecção
do
gene
blaKPC
nos
isolados
bacterianos
com
sensibilidade diminuída aos carbapenêmicos ....................................... 65
6.5
Distribuição de frequência dos espécimes clínicos de onde foram
recuperadas as bactérias que apresentaram positividade para o
gene blaKPC. ............................................................................................... 66
6.6
Distribuição da frequência das acomodações hospitalares de onde
foram isoladas as bactérias multirresistentes e que apresentaram
positividade para o gene blaKPC .............................................................. 69
6.7
O quantitativo de espécies de bactérias carreadoras do gene blaKPC
em relação à sua procedência (hospitais de São Luís) ........................ 70
19
6.8
Sequenciamento do produto de PCR de isolados positivos para o
gene blaKPC ................................................................................................ 75
7
DISCUSSÃO .............................................................................................. 78
8
CONCLUSÃO ............................................................................................ 87
REFERÊNCIAS ......................................................................................... 88
20
1 INTRODUÇÃO
As bactérias são os organismos mais bem sucedidos do planeta em
relação ao número de indivíduos. Elas são parte integral e inseparável da vida na
terra e estão amplamente distribuídas na natureza. Muitas espécies bacterianas são
inofensivas, outras são benéficas para o seu hospedeiro (homem, plantas e
animais), proporcionando nutrição e proteção contra a instalação de espécies
patogênicas ao indivíduo (KONEMAN, 2008).
As bactérias, como os demais seres, garantem a sobrevivência de sua
espécie através de algum tipo de reprodução (KONEMAN, 2008). A maioria das
bactérias tem um período curto de geração, minutos ou horas, dependendo da
espécie. Essa propriedade confere-lhes a capacidade de responder rapidamente às
mudanças do ambiente (KONEMAN, 2008). No processo de adaptação a estas
mudanças as bactérias empregam elaborados sistemas para evitar o acúmulo de
mutações em seu DNA, o qual pode ser prejudicial ou letal à sua sobrevivência
(KUNKEL; ERIE, 2005).
Apesar da maioria das bactérias não causar doenças aos seres humanos,
ao longo dos séculos, tem havido uma constante batalha entre o homem e a
multidão de micro-organismos que causam infecções e doenças, e que vitimaram
milhares de pessoas em todo o mundo (TENOVER, 2006). Dados sobre a
resistência natural nos micro-organismos datam antes da era antibiótica onde se
destacam os reservatórios ambientais e animais, tais como: solo e animais
selvagens, respectivamente, os quais albergam genes de resistência aos
antimicrobianos independentemente da manipulação humana. Esses reservatórios
ecológicos são potencialmente impactantes nas bactérias clinicamente importantes
(ALLEN et al., 2010).
Informações estatísticas divulgadas mostraram que nas duas últimas
décadas, aproximadamente 75% de todas as doenças humanas emergentes têm
sido causada por agentes infecciosos, cujos hospedeiros naturais são animais
selvagens, possivelmente devido ao aumento do contato humano com esses
animais (ALLEN et al., 2010). Este fato tem ocasionado a translocação de microorganismos, a tranferência horizontal de genes de resistência aos antibióticos à
manutenção desses genes mesmo na ausência de pressão seletiva (ALLEN et al.,
2010). Ou ainda, pela contaminação de ambientes aquáticos com relevantes
21
produtores de enzimas carbapenemases, os quais podem favorecer e acelerar a
disseminação para outros ambientes (MIRIAGOU et al., 2010).
Ressalta-se que quando a penicilina foi introduzida na prática clínica, em
1941, parecia representar a decisiva vitória do homem sobre as bactérias. Os
antibióticos passaram então a ser chamados de “drogas milagrosas” ou “balas
mágicas” (BAQUERO, 2004; TENOVER, 2006). Entretanto, a difusão do uso clínico
da penicilina trouxe ao conhecimento o fato de que entre micro-organismos
sensíveis ao antibiótico poderiam surgir exemplares resistentes (TENOVER, 2006).
A
constatação
de
que
a
resistência
bacteriana
aos
agentes
antimicrobianos podia ser uma característica natural das espécies ou ser adquirida
por estirpes individuais dentro de uma população sensível foi postulado por Fleming
em 1929, ao descobrir a penicilina (TAVARES, 2000). Alguns anos mais tarde, a
causa desta resistência natural foi descoberta por Abraham e Chain, que, em 1940,
um ano antes da primeira publicação sobre o uso clínico da penicilina,
demonstraram em extratos de E. coli uma enzima capaz de destruir a ação da
penicilina, a qual denominaram penicilinase. Exemplo clássico de resistência
antimicrobiana clinicamente observada foi descrito por Kirby em 1944, em isolados
de Staphylococcus aureus resistentes à Penicilina (BAUER; PERRY; KIRBY, 1960;
TAVARES, 2000; GUIMARÃES; MOMESSO; PUPO, 2010). Desde então, o
fenômeno da resistência tornou-se um sério problema de saúde pública em todo o
mundo, aumentando a cada ano tanto na comunidade quanto no ambiente hospitalar
(GUIMARÃES; MOMESSO; PUPO, 2010).
Desde as primeiras descrições de resistência bacteriana à penicilina, no
início dos anos 40 (ABRAHAM; CHAIN, 1940; BAUER; PERRY; KIRBY, 1960), até
os dias de hoje, tem crescido assustadoramente o número de espécies bacterianas
com perfil de resistência a diferentes classes de antimicrobianos. A penicilinase,
descoberta por Fleming em 1929, e clinicamente envolvida nos casos de resistência
à penicilina, descritos por Abraham e Chain (1940); Bauer, Perry e Kirby (1960), é
uma beta-lactamase, enzima que hidrolisa o anel beta-lactâmico do antibiótico pela
quebra da ligação amida, perdendo assim, a capacidade de inibir a síntese da
parede celular bacteriana. Um número elevado de espécies bacterianas Grampositivas e Gram-negativas apresenta a habilidade de desenvolver mecanismos
enzimáticos de resistências pela produção de beta-lactamases capazes de inativar
22
as penicilinas, cefalosporinas e por vezes, monobactam (SOUSA-JUNIOR;
FERREIRA; CONCEIÇÃO, 2004).
As bactérias Gram negativas apresentam um número extraordinário de
beta-lactamases
tanto
cromossômicas
quanto
plasmidiais
(SOUSA-JUNIOR;
FERREIRA; CONCEIÇÃO, 2004). A produção de beta lactamases é o mecanismo
de resistência mais comum e de maior importância em bactérias Gram-negativas,
outros mecanismos são modificações nas proteínas de ligação à penicilina (PBPs),
alterações da permeabilidade da membrana externa, por meio da perda de porinas e
hiper-expressão de bomba de efluxo (SOUSA-JUNIOR; FERREIRA; CONCEIÇÃO,
2004; LIVERMORE, 2006). Nas bactérias Gram-positivas essas enzimas são
secretadas para o meio extracelular, apresentando, pois uma atividade menor
quando comparadas às beta-lactamases produzidas pelas bactérias Gram-negativas
que se situam no meio periplasmático (QUEENAN; BUSH, 2007).
Os carbapenêmicos são antimicrobianos que têm sido muito utilizados
como drogas de escolha, para o tratamento de infecções causadas por bactérias
produtoras de beta lactamase de espectro ampliado (ESBLs), por resistirem à
atividade hidrolítica dessas enzimas. Porém, o uso intensivo desses antimicrobianos
tem resultado na emergência de isolados resistentes aos carbapenêmicos,
principalmente pela expressão de diferentes enzimas carbapenemases com
capacidade de hidrolizar esses antibióticos. Dentre essas enzimas, as mais
prevalentes são as metalo-beta-lactamases (MBLs) (classe B Ambler, grupo 3 Bush)
e KPC (classe A Ambler, grupo 2f Bush), uma serina-carbapenemase inicialmente
encontrada em isolados de K. pneumoniae, dando origem a sigla KPC (GUPTA et
al., 2004; KONTOPOULOU et al., 2010). A maior utilização de carbapenêmicos no
ambiente hospitalar tem ocasionado pressão seletiva sobre a microbiota nosocomial,
o que favorece a seleção de subpopulações de micro-organismos com sensibilidade
diminuída ou resistente a esses antimicrobianos (MENDES et al., 2006). A
resistência de K. pneumoniae aos carbapenêmicos (KPC) está principalmente
associada à aquisição das carbapenemases mediada por plasmídeo e transposon
(Tn
4401)
que
transfere
o
gene
blaKPC
entre
as
espécies
da
família
Enterobacteriaceae (MARSCHALL et al., 2009).
Inicialmente, a expansão do gene blaKPC, era de forma lenta. Até 2005, o
problema era limitado quase que exclusivamente ao nordeste dos Estados Unidos.
Desde então, essa enzima tem sido difundida mundialmente, devido à emergência e
23
disseminação de um clone hiperepidêmico de K. pneumoniae pan-resistente,
denominada tipo de sequência multilocus 258 (ST 258) (LOLANS et al., 2010).
Recentemente, no norte da Grécia foram evidenciadas variantes de Klebsiella
pneumoniae KPC-2 (ST258) resistentes aos carbapenens e colistina (polimixina E)
(ST258) (KONTOPOULOU et al., 2010). Pacientes colonizados com bactérias
produtoras de KPC resistentes à colistina (polimixina E) podem ser importantes
fontes de propagação desses patógenos.
Diante do exposto, é possível inferir que o uso indiscriminado de
antimicrobianos na prática clínica de rotina nos hospitais, bem como a sua utilização
em larga escala em produtos não terapêuticos para consumo humano e animal tem
exercido uma forte pressão seletiva sobre os micro-organismos, de modo geral,
gerando adaptação e consequentemente, o surgimento de estirpes resistentes e até
mesmo multirresistentes (KUNKEL; ERIE, 2005; UNGEMACH; MÜLLER-BAHRDT;
ABRAHAM, 2006). Segundo Tenover (2006) a pressão seletiva exercida pelas
drogas antimicrobianas sobre os micro-organismos é talvez o mais importante
desencadeador da seleção de multi-resistência. O fenômeno do aparecimento e
disseminação de micro-organismos com múltiplos perfis de resistência às drogas
está ocorrendo tanto nos hospitais quanto nas comunidades em todo o mundo
(TENOVER, 2006).
A resistência bacteriana adquirida tem sido descrita em praticamente
todas as espécies de bactérias, Gram-positivas e Gram-negativas, conhecendo-se
detalhes dos mecanismos de aquisição de resistência e os mecanismos moleculares
da manifestação da resistência (GULAY et al., 2002; VON BAUM; MARRE, 2005;
JOHNSON et al., 2006).
Nos últimos anos, tem aumentado mundialmente a preocupação com a
identificação dos micro-organismos que apresentam perfil de resistência a múltiplas
drogas empregadas na clínica médica em geral. A identificação das espécies
patogênicas, bem como da origem de clones resistentes e causadores das infecções
humanas são de extrema importância, uma vez que a maioria dos micro-organismos
envolvidos em infecções de indivíduos hospitalizados, principalmente por longos
períodos, possui a habilidade de sobreviver em UTIs, na superfície de dispositivos
médico-hospitalares e equipamentos médicos durante semanas ou mesmo meses
(NEELY; MALEY, 2000; GUPTA et al., 2011).
24
A identificação em laboratório de microbiologia clínica das diferentes
espécies de micro-organismos patogênicos tem sido feita, geralmente, por métodos
fenotípicos, os quais incluem o estudo do perfil de susceptibilidade (antibiograma), a
biotipagem (bioquímico), a tipagem sorológica e a fagotipagem (LA SCOLA et al.,
2006). Estes métodos consistem na avaliação das características expressas pelos
micro-organismos, ou seja, que resultam da expressão de genes e que podem sofrer
variações decorrentes de mudanças nas condições de crescimento, fase de
crescimento e mutação espontânea (BERTONCHELI; HÖRNER, 2008). Entretanto,
estes métodos são complexos de executar, demorados e muitas vezes imprecisos
(ESPINAL; ROCA; VILA, 2011).
A necessidade de técnicas mais sensíveis, específicas, seguras e rápidas
fez com que alguns métodos moleculares fossem desenvolvidos ao longo dos
últimos anos. A Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR) foi o primeiro grande
avanço da era molecular. Ela tem sido utilizada no diagnóstico de algumas doenças
causadas por vírus, fungos, bactérias e outros parasitas, tendo se mostrado
altamente sensível, específica, rápida e de fácil execução (ELNIFRO et al., 2000).
Considerando-se o exposto, este estudo visa contribuir para o
conhecimento epidemiológico molecular de linhagens bacterianas, portadoras do
gene de resistência aos carbapenêmicos, o blaKPC, em isolados recuperados a partir
de amostras clínicas de pacientes internados em diferentes hospitais públicos e da
rede privada, situados em São Luís, Maranhão, Brasil.
25
2 REVISÃO DA LITERATURA
A resistência bacteriana pode ser definida como um conjunto de
mecanismos de adaptação destes micro-organismos contra os efeitos nocivos ou
letais aos quais estão sendo expostas (GUIMARÃES; MOMESSO; PUPO, 2010).
Pesquisas têm demonstrado que as bactérias podem desenvolver mecanismos de
resistências aos antimicrobianos por meio de uma variedade de mecanismos
enzimáticos, sendo que algumas espécies são naturalmente resistentes a mais de
um agente antimicrobiano (TENOVER, 2006). A resistência a um antimicrobiano
pode ser inerente à bactéria (resistência intrínseca), ou seja, está relacionada à
existência de genes contidos no micro-organismo, que codificam diferentes
mecanismos bioquímicos, os quais atuam impedindo a ação da droga (TENOVER,
2006); ou pode ser adquirida através de mutações genéticas que ocorrem no microorganismo durante seu processo reprodutivo resultante de erros de cópia na
sequência de bases que formam o DNA cromossômico; ou transferência por
mecanismos de transdução, transformação e conjugação que, frequentemente, são
adquiridos e envolvem genes situados em plasmídeos e transposons (TENOVER,
2006; JOHNSON et al., 2006; QUEENAN; BUSH, 2007).
As beta-lactamases de espectro ampliado (ESBL) são enzimas mediadas
por genes plasmidiais não induzíveis, capazes de hidrolisar a cadeia oximino- βlactâmica presente na estrutura química da droga, o que faz com que seu espectro
de ação estenda-se aos antimicrobianos beta-lactâmicos de amplo espectro, como
as cefalosporinas de terceira geração e monobactam (QUEENAN; BUSH, 2007). As
ESBLs resultam de mutações em genes codificadores de enzimas clássicas blaTEM
(TEM-1), blaSHV e (SHV-1) e, são provenientes de pressão seletiva em ambientes
onde há utilização abusiva de antimicrobianos de amplo espectro, como
cefalosporinas de terceira e quarta gerações (ABREU et al., 2001). Devido ao fato da
maioria das ESBLs serem codificadas por genes localizados em plasmídeos, que,
em geral, carreiam genes de resistência a outros antimicrobianos, tais como
aminoglicosídeos e outras classes de drogas, as estirpes produtoras dessas
enzimas são na maioria dos casos multirresistentes (HONÓRIO, 2001). As enzimas
ESBL são capazes de hidrolisar todas as cefalosporinas de amplo espectro, como a
cefotaxima e ceftazidima, além do monobactam (aztreonam) (LAGO; FUENTEFRIA;
FUENTEFRIA, 2010). Assim, pacientes com infecções causadas por Enterobactérias
26
produtoras de ESBL, não devem receber terapia com antibióticos dessa classe o que
acarretaria em falha terapêutica e agravamento do quadro infeccioso (LAGO;
FUENTEFRIA; FUENTEFRIA, 2010).
As beta-lactamases podem ainda ser definidas de acordo com duas
propriedades: funcional e molecular. Com relação as propriedades funcionais dessas
enzimas, Bush e Jacoby (2010) classificaram-nas em quatro grupos (1, 2, 3 e 4), de
acordo com a especificidade pelo substrato e propriedade de inativação dos
inibidores de beta lactamases: ácido clavulânico, sulbactam e tazobactam. A
classificação molecular é baseada na sequência proteica e foi proposta por Ambler
em 1980, em quatro classes moleculares (A, B, C e D) (QUEENAN; BUSH, 2007;
BUSH; JACOBY, 2010). As classes A, C e D incluem as beta-lactamases que
possuem uma porção serina no seu sítio ativo (serino-carbapenemases). As betalactamases das classes A, B e D são denominadas carbapenemases, pela eficiente
atividade hidrolítica exercida nos antimicrobianos carbapenêmicos (QUEENAN;
BUSH, 2007). As enzimas das classes A, B e D são capazes de hidrolizar o anel
beta-lactâmico de penicilinas, cefalosporinas,
monobactam e carbapenêmicos,
representando um ponto crítico na seleção da terapia apropriada (BUSH; JACOBY,
2010). Apenas as beta-lactamases membros da classe C não possui atividade
hidrolítica sobre os carbapenêmicos, embora algumas variantes expressando altos
níveis de AmpC possam conferir tal resistência. Mas, outro mecanismo de
resistência deve estar associado, como alteração ou perda de porinas, aumento na
expressão de bombas de efluxo e expressão concomitante de beta lactamases de
amplo espectro (ESBLs) (LIVERMORE, 2012).
A classe molecular B é conhecida como metalo-beta-lactamase (MBL) ou
metaloenzima, por possuir o metal zinco no seu sítio ativo, como cofator para a
atividade enzimática. As metalo-beta-lactamases (MBLs) diferem estruturalmente
das outras beta-lactamases pela presença de íons divalentes, comumente o zinco,
como cofator para sua atividade catalítica, rompendo o anel beta-lactâmico e
inativando o antibiótico (TENOVER, 2006; BUSH; JACOBY, 2010). As enzimas
metalo-beta-lactamases têm emergido como um dos mais temidos mecanismos de
resistência devido à sua capacidade de hidrolisar praticamente todos os betalactâmicos, incluindo os carbapenêmicos, e porque os seus genes são transportados
em elementos móveis, plasmídeos e integrons (ARAKAWA et al., 2000). Atualmente,
são conhecidas sete subclasses de MBL adquiridas: IMP (imipenemase) (OSANO et
27
al., 1994), VIM (Verona imipenemase) (LAURETTI et al., 1999), SPM (São Paulo
metalo-beta-lactamase) (TOLEMAN et al., 2002), GIM (German imipenemase)
(CASTANHEIRA et al., 2009), IND (Chryseobacterium indologenes metaloenzyme),
SIM-1(Seoul imipenemase) que é codificada pelo gene blaSIM-1 detectado em sete A.
baumannii isolados de um hospital terciário em Seul, Coréia (LEE et al., 2005) e
mais recentemente, NDM-1(New-Delly Metalo beta lactamase).
Três classes distintas de beta-lactamases têm a habilidade de hidrolisar
as drogas carbapenêmicas: classe A, penicilinases (serina sítio ativo), classe B,
metaloenzimas (metais sítio ativo) e classe D, oxacilinases (serina sitio ativo)
(NORDMANN; CUZON; NAAS, 2009). A classificação molecular Ambler descreve as
enzimas de cada classe: A (KPC, GES, SME-1,2 e 3 e NMC/IMI), classe B as
metalo-enzimas do tipo (IMP, VIM, NDM-1, IND, SIM, SPM e GIM) e classe D as
oxacillinases do tipo OXA (OXA 23-27, 40 e 48) (QUEENAN; BUSH, 2007;
NORDMANN; CUZON; NAAS, 2009; MARSIK; NAMBIAR, 2011). A classe C (AmpC
beta-lactamase) pode hidrolisar somente um espectro amplo de cefalosporinas, mas
não hidrolisa carbapenêmicos (STEINMANN et al., 2011). É importante notar que a
resistência aos carbapenêmicos pode ser mediada por outros mecanismos que não
KPC, como por exemplo, a combinação de uma beta-lactamase tipo AmpC e a perda
da porina ou produtoras de ESBL (LEAVITT et al., 2007). Entre os membros da
classe A, a enzima KPC é predominantemente emergente nas enterobactérias, com
relevância na espécie K. pneumoniae (QUEENAN; BUSH, 2007; LIVERMORE,
2012). Estas enzimas conferem resistência a todos os tipos de penicilinas, diversas
cefalosporinas, monobactam e carbapenêmicos (DISPERSIO et al.,
2005;
NORDMANN; CUZON; NAAS, 2009). Nicoletti et al. (2013) descreveram uma nova
carbapenemase da classe A, blaBKC (Brazilian Klebsiella Carbapenemase),
responsável também por conferir resistência aos carbapenêmicos em Klebsiella
pneumoniae de isolados clínicos. Esta nova enzima possui 39,5% de similaridade
com a KPC-2 e também é mediada por plasmídeo.
Desde o relato inicial, na Carolina do Norte (EUA) em 1996, de uma betalactamase tipo serina-carbapenemase (KPC-1), encontrada numa linhagem de
Klebsiella pneumoniae resistente aos fármacos carbapenêmicos, o gene blaKPC tem
sido detectado, principalmente em outras espécies da família Enterobacteriaceae:
Serratia marcescens, Escherichia coli, Enterobacter cloacae, Proteus mirabilis,
Citrobacter freundii, Salmonella spp (CAI et al., 2008; MARSCHALL et al., 2009;
28
SHENG et al., 2010) e em Raoultella spp. (R. planticola e R.ornithinolytica)
(CASTANHEIRA et al., 2009). O gene blaKPC, que codifica a enzima KPC, está
localizado em elementos genéticos móveis: plasmídeos e transposons (Tn 4401), os
quais são responsáveis pela disseminação dessa enzima entre bactérias da família
Enterobacteriaceae (MARSCHALL et al., 2009; CASTANHEIRA et al., 2009;
KITCHEL et al., 2010). Contudo, nos últimos dez anos a disseminação do gene
blaKPC tem aumentado a prevalência de resistência aos fármacos carbapenêmicos,
não somente entre as enterobactérias, mas também entre outras espécies
bacterianas (GUPTA et al., 2004). Os mecanismos de resistência bacteriana aos
antimicrobianos carbapenêmicos ocorrem pela produção de vários tipos de enzimas,
tendo três principais mecanismos envolvidos: (1) combinação de altos níveis de
AmpC e perda de porinas da membrana externa ou hiperprodução de bombas de
efluxo; (2) mudança na afinidade nas proteínas ligadoras de penicilina (PBP’s) e (3)
produção de carbapenemases (BRADFORD et al., 2004; QUEENAN; BUSH, 2007).
2.1 Principais membros da família Enterobacteriaceae com perfil de resistência
aos carbapenêmicos
A família Enterobacteriaceae inclui uma grande variedade de espécies de
bactérias Gram negativas, anaeróbias facultativas, em forma de bastonetes, não
formadoras de esporo, a maioria móvel por meio de flagelos peritriquios. Nesta
família estão incluídos os gêneros Escherichia, Klebsiella, Enterobacter, Morganella,
Proteus, Providencia, Salmonella, Serratia, Shigella e Yersinia (MIRIAGOU et al.,
2003; FARMER; BOATWRIGHT; JANDA, 2007; PETRELLA et al., 2008). Algumas
delas são componentes da microbiota normal do trato gastrointestinal de seres
humanos e de outros animais, outras são habitantes do solo ou da água e outras
ainda,
podem
estar
implicadas
em
vários
processos
patogênicos
(FARMER;BOATWRIGHT; JANDA, 2007; KONEMAN, 2008).
As enterobactérias podem causar uma grande variedade de infecções na
comunidade
e
no
ambiente
hospitalar,
afetando
hospedeiros
normais
e
imunocomprometidos. Cerca de 80% das infecções, clinicamente significativas, são
causadas
por
bacilos
Gram-negativos
da
família
Enterobacteriaceae,
que
geralmente, estão associados a altas taxas de morbidade e mortalidade, devido à
resistência contra a maioria dos agentes antimicrobianos disponíveis no mercado
29
(SOUSA-JUNIOR; FERREIRA; CONCEIÇÃO, 2004; FARMER; BOATWRIGHT;
JANDA, 2007). O trato gastrointestinal serve como reservatório para bactérias multiresistentes, logo a análise das fezes ou swab retal tem sido recomendado para
cultura de vigilância como um componente de programas de prevenção de infecções
(LOLANS et al., 2010; NORDMANN et al., 2012).
Os bacilos gram-negativos como Escherichia, Klebsiella, Enterobacter,
Proteus e Serratia, produtores de ESBL, têm sido os mais frequentemente isolados
em amostras procedentes de pacientes hospitalizados, porém também podem ser
encontrados em amostras de origem comunitária. Estes isolamentos podem
aparecer de forma esporádica, sem relação epidemiológica, ou dar lugar a surtos
nosocomiais. A maioria dessas epidemias afeta poucos pacientes em um período
curto de tempo. Entretanto, cada vez é mais frequente a descrição de surtos
nosocomiais (RICE; BONOMO, 2000; SADER et al., 2001).
O
aumento
da
utilização
dos
antimicrobianos
carbapenêmicos,
considerados uma das poucas opções terapêuticas para infecções graves, causadas
por bactérias Gram negativas multidroga resistentes, tem favorecido a emergência
de Enterobacteriaceae expressando susceptibilidade diminuída aos carbapenêmicos
(ertapenem, meropenem e imipenem), pela produção de serina carbapenemase
KPC, como uma beta-lactamase capaz de hidrolisar os antibióticos carbapenêmicos,
embora, outros mecanismos possam estar envolvidos (CAI et al., 2008,
MARSCHALL et al., 2009).
A emergência e propagação de isolados multi e pan-resistentes aos
agentes antimicrobianos da classe dos beta-lactâmicos e não beta-lactâmicos,
principalmente entre as bactérias pertencentes à família Enterobacteriaceae, é
importante e preocupante devido à sua expressiva disseminação mundial, trazendo
sérios problemas em relação à terapia e controle de infecção (CAI et al., 2008;
NORDMANN et al., 2012).
2.1.1 Gênero Escherichia
No gênero Escherichia são classificadas cinco espécies E. coli, E. blattae,
E. fergusonii, E. hermannii e E. vulneris, porém a espécie E. coli é considerada a de
maior relevância clínica. Ela é a bactéria mais comumente isolada tanto de animais
quanto do homem, sendo o principal micro-organismo anaeróbio facultativo presente
30
na microbiota normal do trato intestinal do homem e da maioria dos animais de
sangue quente (GYLES; FAIRBROTHER, 2004).
E. coli e outras bactérias
comensais da microbiota intestinal de mamíferos frequentemente formam uma
relação simbiótica com seus hospedeiros, sendo importantes no desenvolvimento e
regulação do sistema imunológico. Algumas estirpes podem divergir dentro de uma
população tendo um caráter mais patogênico e capacidade de causar doenças.
Estas estirpes, denominadas patótipos, compartilham fatores de virulência comuns e
elicitam efeitos patogênicos similares (KONEMAN, 2008). A E. coli possui
lipopolissacarídeo (LPS), como todas as bactérias Gram-negativas, esta molécula
externa, também conhecida como endotoxina, ativa o sistema imunitário de forma
desproporcionada e a vasodilatação excessiva provocada pelas citocinas produzidas
pode
levar
ao
choque
séptico
e
morte
em
casos
de
septicemia
(FARMER;BOATWRIGHT; JANDA, 2007).
A E. coli tem sido comumente isolada em laboratórios clínicos de
pacientes com infecção urinária, sendo considerada o principal agente etiológico
desta patologia no homem. Esta bactéria tem sido associada a doenças infecciosas
envolvendo todos os tecidos e sistemas orgânicos humanos, podendo estar
envolvida com infecções de corrente sanguínea, de feridas, pneumonias em
pacientes imunossuprimidos, enterites e meningites em neonatos (KONEMAN, 2008;
FARMER, 2007). A E.coli é a segunda espécie bacteriana mais prevalente em
infecções hospitalares no mundo, perdendo apenas para o S. aureus. Entretanto,
nos países da América Latina, a E.coli é o micro-organismo que ocupa o primeiro
lugar na lista de patógenos envolvidos nestas infecções (FEDLER; BIEDENBACH;
JONES, 2006).
A resistência a carbapenêmicos em E. coli é usualmente atribuída a
aquisição de beta-lactamases tais como hiperprodução de AmpC combinada com a
diminuição da permeabilidade da membrana externa devido à perda ou alteração de
porinas e/ou a expressão de ESBL, metalo-beta-lactamases e carbapenemases do
tipo KPC (LEAVITT et al., 2007). Estudos recentes têm demonstrado o aumento na
detecção de algumas estirpes de E.coli já produtoras da enzima KPC, sendo
identificados variantes do gene blaKPC-2 e blaKPC-3 em diferentes partes do mundo,
como em Israel, nos Estados Unidos, na China e na India (LEAVITT et al., 2007;
BRATU et al., 2007; CAI et al., 2008; LI et al., 2011).
31
2.1.2 Gênero Klebsiella
Bactérias do gênero Klebsiella normalmente são saprófitas humanos
colonizando a nasofaringe e o trato gastrointestinal. Entretanto, K. pneumoniae
constitui uma importante causa de infecções comunitárias e hospitalares,
frequentemente causando enterites em crianças e infecções do trato respiratório em
adultos (KONEMAN, 2008). Além disso, são frequentemente agentes etiológicos de
infecções urinárias em adultos e crianças (DIPERSIO et al., 2005). A K. pneumoniae
é considerada como um receptor notório de genes de resistência, agregando tais
genes e disseminando-os em novos locais geográficos, aumentando assim a sua
frequência mundial (DAIKOS; MARKOGIANNAKIS, 2011). Tem sido relatado que o
aumento na frequência dos índices de resistência em K. pneumoniae aos agentes
antimicrobianos deve-se principalmente à aquisição de genes localizados em
elementos genéticos móveis, como plasmídeos, transposons, ou integrons
(APISARNTHANARAK; KIRATISIN; MUNDY, 2008).
Com o uso intenso de antimicrobianos, as beta-lactamases clássicas,
denominadas de TEM-1, TEM-2 e SHV-1, passaram a ser observadas em diferentes
espécies da família Enterobacteriaceae, incluindo o gênero Klebsiella (BRADFORD,
2001). A progressão da resistência de K. pneumoniae à diferentes antibióticos tem
causado grande preocupação desde a década de 1980, com o aparecimento de K.
pneumoniae produtora de ESBL, ocasionando surtos em unidades neonatais de
terapia intensiva (GUPTA et al., 2004). A situação mostrou-se mais alarmante no
Brasil após a identificação de K. pneumoniae com concomitante expressão de
metalo-beta-lactamase IMP-1 e de ESBL CTX-M6, pois a produção conjunta dessas
enzimas resultou em resistência da bactéria a todos os antimicrobianos disponíveis
para tratamento, inclusive aos carbapenêmicos (CASSETTARI et al., 2006).
Estudos realizados a partir de surtos causados por Klebsiella ESBL(+)
demonstraram que seu surgimento está frequentemente associado ao uso de
cefalosporinas de terceira geração e que o profissional de saúde atua como veículo
de transmissão da bactéria entre pacientes (RAHAL et al., 1998; GUPTA et al., 2004;
GIANI et al., 2012). Contudo, verificou-se que o trato intestinal de indivíduos
colonizados era seu principal reservatório. A restrição do uso clínico de
cefalosporinas de terceira geração e o fortalecimento das normas básicas de
32
prevenção das infecções hospitalares é considerada as principais medidas para
controle de surtos causados por Klebsiella ESBL (+) (CASSETARI et al., 2006).
Atualmente, quinze variantes do gene blaKPC (KPC-2 a KPC-15) já foram
detectadas em diferentes espécies bacterianas, em K. pneumoniae (KPC-1, 2, 3, 6,
7, 8 e 11) (PEIRANO et al., 2009; ENDIMIANI, et al., 2010a; CHEN et al., 2011;
LAHEY CLINIC, 2013; WANG et al., 2014). Variantes de KPC (KPC-2 e KPC-3)
foram detectadas em outras bactérias Gram negativas, incluindo Enterobacter spp.,
E. coli e S. marcescens (LEAVITT et al., 2007). A KPC-5 foi descrita em isolados de
P. aeruginosa (WOLTER et al., 2009a). Os genes variantes KPC-4 e KCP-9 foram
detectados em Enterobacter cancerogenus e E. coli, respectivamente (PALEPOU et
al., 2005; HIDALGO-GRASS et al., 2009). Ainda em 2009, foi descrito a KPC-10 em
A. baumannii (CHEN et al., 2011), em 2011 foram descritas as variantes blaKPC-12 e
blaKPC-13, em isolados de E. cloacae (NETIKUL; KIRATISIN, 2011) e em 2014, um
novo gene blaKPC-15 em K. pneumoniae (WANG et al., 2014).
2.1.3 Gênero Enterobacter
O gênero Enterobacter contém na atualidade 14 espécies, isto porque o
Enterobacter agglomerans foi transferido para o gênero Pantoea (Pantoea
agglomerans) e o Enterobacter intermedius foi transferido para o gênero Kluyvera
(Kluyvera intermedius) (KONEMAN, 2008). E. aerogenes e E. cloacae são espécies
de bactérias comumente isoladas em materiais biológicos e frequentemente são
isoladas em infecções humanas. Contudo, encontram-se distribuídos amplamente na
água, vegetais, solo e esgoto. Muitas vezes, estes são encontrados como
organismos oportunistas em infecções urinárias, trato respiratório, feridas cutâneas
e, em certas ocasiões, causam septicemia e meningite (KONEMAN, 2008).
Nos últimos anos, Enterobacter spp. tem surgido como um importante
patógeno nosocomial participando de vários processos infecciosos principalmente
em paciente hospitalizados e imunodeprimidos (SADER et al., 2001). Nos Estados
Unidos (EUA), este micro-organismo é o terceiro patógeno clinicamente envolvido
em pneumonias e o quinto em infecções de corrente sanguínea e sítios cirúrgicos,
entre pacientes de unidade de terapia intensiva (UTI) (BRATU et al., 2005b). E.
aerogenes tem sido frequentemente isolada do trato respiratório, urinário,
gastrintestinal e, com menos frequência, em pele e feridas cirúrgicas (SADER et al.,
33
2004). Esta espécie é normalmente caracterizada por seus altos níveis de
resistência à ampicilina, amoxicilina/ácido clavulanico e cefalosporinas (SADER et
al., 2004). A produção de beta-lactamases AmpC cromossomal é a maior causa de
resistência aos beta-lactâmicos nas espécies de Enterobacter, outras betalactamases também podem ser produzidas por algumas espécies deste gênero.
Recentemente, tem sido demonstrado que algumas estirpes podem adquirir e
expressar genes que codificam a produção de ESBLs pertencentes ao grupo 2be de
Bush (BUSH; JACOBY; MEDEIROS, 1995) e à classe molecular A de Ambler. A
produção de ESBL mediada por plasmídeos limita diretamente as opções da
terapêutica antimicrobiana, aumentando as taxas de morbidade e mortalidade
(RICE; BONOMO, 2000).
Mecanismos de resistência aos carbapenêmicos em algumas espécies de
Enterobacter são raros, mas já foram descritos casos nos EUA, constatando-se que
em E. aerogenes a resistência a esta classe de antimicrobianos é atribuída à
superprodução de cefalosporinase codificada por gene cromossomal e a perda da
porina (YIGIT et al., 2002). Mas em 2005, Bratu e colaboradores, descreveram um
isolado clínico de E. cloacae produzindo KPC-3. Após esta evidência, foi realizado
estudo retrospectivo da prevalência de KPC em espécies de Enterobacter no
Brooklyn, Nova York, durante os anos de 2001 a 2003 e apenas dois dos 111
isolados foram portadores do gene KPC, incluindo um isolado de E. cloacae em
2001 e um outro de E. aerogenes em 2003 (BRATU et al., 2005a).
2.1.4 Gênero Proteus
As
bactérias
do
gênero
Proteus
são
consideradas
patógenos
oportunistas, principalmente para indivíduos imunodeprimidos. Este gênero inclui
bacilos Gram-negativos fermentadores de glicose que geralmente estão envolvidos
na maioria das infecções adquiridas em UTI, particularmente em infecções
respiratórias e/ou urinárias (KONEMAN, 2008). Como em muitos membros da família
Enterobacteriaceae, espécies de Proteus podem abrigar, inúmeros plasmídeos e
integrons mediadores de determinantes de resistência antimicrobiana (TIBBETTS et
al., 2008).
A introdução de fluoroquinolonas, grupo ao qual pertencem a norfloxacina
e ciprofloxacina, na década de 80, significou sem dúvida, um avanço no tratamento
34
de infecções por bactérias multirresistentes, particularmente em infecções do trato
urinário (LOPES et al., 1998). Nas últimas décadas, o envolvimento de Proteus spp.
em infecções nosocomiais, com taxas de resistência elevada às quinolonas, betalactâmicos e aminoglicosídeos, em geral, tem sido relatadas (LOPES et al.,1998).
Por outro lado, P. mirabilis são isolados clínicos que raramente apresentam atividade
de beta-lactamase sob condições usuais de crescimento (SHENG et al., 2010; ZI-KE
et al., 2010).
Tibbetts
et
al.
(2008)
no
EUA,
constataram
resistência
aos
carbapenêmicos em P. mirabilis sendo causada por uma beta-lactamase classe A
(KPC-2). Esses autores verificaram também, resistência em Proteus spp., mediada
pela OXA-23 (beta-lactamase de classe D) e VIM-1 (metalo-beta-lactamase)
associadas às alterações nas proteínas ligadoras de penicilinas ou proteínas de
membrana externa, estas observadas por Bonnet et al. (2002). Recentemente, o
gene blaKPC que codifica resistência para KPC-2 foi também detectado em isolados
de P. mirabilis na China (SHENG et al., 2010).
A detecção de enzimas carbapanemases em isolados de P. mirabilis é
extremamente preocupante, uma vez que este micro-organismo é intrinsecamente
resistente ao antibiótico de escolha (Polimixina) para tratamento de infecções
ocasionadas por cepas resistentes aos carbapenêmicos (LANDMAN et al., 2008).
As polimixinas são agentes catiônicos com alta afinidade pela porção
lipídica dos lipopolissacarídeos da membrana externa aniônica bacteriana, levando a
um efeito detergente, rompendo a integridade da membrana, com consequente
extravasamento citoplasmático e ao efeito neutralizante nas propriedades biológicas
da endotoxinas (LANDMAN et al., 2008). Há hipótese de que a resistência adquirida
às polimixinas seja inerente ao uso excessivo ou inadequado dessas drogas quando
utilizadas para tratamento de infecções causadas por linhagens multiresistentes,
desencadeando uma pressão seletiva (ANTONIADOU et al., 2007). Esta resistência,
embora ainda incomum entre os produtores de KPC, tem sido atribuída às
modificações no radical fosfato dos lipídios A nos lipopolissacarídeos da membrana
externa e a presença de bomba de efluxo (KONTOPOULOU et al., 2010).
É importante ressaltar que as polimixinas são frequentemente o último
recurso para o tratamento de infecções causadas por bactérias Gram-negativas
multidrogas-resistentes (MDR) (KONTOPOULOU et al., 2010), as quais são
antibióticos re-emergentes para o tratamento de pacientes infectados por esses
35
micro-organismos (ANTONIADOU et al., 2007; TOTH et al., 2010). Apesar dos seus
efeitos nefrotóxicos e neurotóxicos, o interesse sobre esta droga tem sido renovado
para o tratamento de micro-organismos multi-resistentes, até que novos e efetivos
agentes terapêuticos sejam desenvolvidos (LANDMAN et al., 2008).
2.1.5 Gênero Serratia
A bactéria Serratia spp. é um bacilo Gram-negativo, anaeróbio facultativo
que pertence a família Enterobacteriaceae cuja espécie mais comum é a S.
marcescens. Distribuídos amplamente na natureza, esses micro-organismos são
encontrados no solo, água, plantas e no trato intestinal de seres humanos e animais
(KONEMAN, 2008). Membros deste gênero produzem pigmento vermelho
característicos, conhecidos como prodigiosinas, e podem ser distinguidos de outros
gêneros da mesma família pela produção de três enzimas: DNase, lipase e
gelatinase. Estas enzimas são importantes fatores de patogenicidade (KONEMAN,
2008).
Casos de infecções oportunistas por S. marcescens em indivíduos
hospitalizados com pneumonia e septicemia, em pacientes com câncer reticulo
endotelial que recebem quimioterapia têm sido cada vez mais comuns. Outras
espécies que podem causar doença são: S. plymuthica, S. liquefaciens, S. rubidaea
e S. odoriferae (KONEMAN, 2008). Infecções por Serratia spp. são responsáveis por
aproximadamente 2% das infecções nosocomiais no trato respiratório inferior, do
trato urinário, da corrente sanguínea, de feridas cirúrgicas, de pele e das mucosas
em pacientes adultos (SU et al., 2003; SUNENSHINE et al., 2007; CHIANG et al.,
2013). Ademais, as espécies de Serratia são reconhecidas como patógenos
importantes com propriedades invasivas e alta resistência a muitos antimicrobianos
utilizados na prática clínica (CHIANG et al., 2013).
A presença de resistência às drogas antimicrobianas no gênero Serratia
tem sido documentada devido a produção de beta-lactamase indutível tipo AmpC e
ESBL. Neste contexto, os carbapenêmicos são considerados os fármacos de
escolha para o tratamento de infecções causadas por estirpes multirresistentes com
altos níveis de produção de cefalosporinases (AmpC) e ESBL (ZHANG et al., 2007).
Entretanto, relatos de infecções oportunistas, causadas por Serratia spp., resistente
aos carbapenêmicos, têm se tornado cada dia mais comum, devido à produção de
36
carbapenemases tipo KPC classe A, IMP-1, IMP-6, VIM-2 e SME-1,2 e 3
(carbapenemases específicas de S. marcescens) (QUEENAN et al., 2000; ZHANG
et al., 2007). Em 2010, foram reportados três isolados de S. marcescens portadoras
do gene blaKPC-2 em unidade de terapia intensiva em hospital na Grécia (TSAKRIS et
al., 2010b). Como no Brasil já temos descritos casos de isolados de K. pneumoniae,
E. coli e S. marcescens carreando gene blaKPC, fica evidente a emergência desse
tipo de carbapenemase e sua disseminação em espécies diferentes de
Enterobacteriaceae em nosso país (DEL-PELOSO; BARROS; SANTOS, 2010;
TSAKRIS et al., 2010a).
2.2 Gêneros bacterianos não fermentadores da glicose com perfil de
resistência aos carbapenêmicos
2.2.1 Pseudomonas aeruginosa
O gênero Pseudomonas é um bacilo Gram-negativo, aeróbio obrigatório
pertencente à família Pseudomonadaceae. É habitante comum do solo e da água,
ocorrendo regularmente nas superfícies das plantas e ocasionalmente nas
superfícies dos animais. São potencialmente oportunistas podendo causar doenças
infecciosas dos tratos urinário e respiratório, dermatites, infecções dos tecidos
moles, bacteremia, infecções ósseas e conjuntiva, infecções gastrointestinais, e uma
variedade de infecções sistêmicas, especialmente em doentes com queimaduras
graves e em imunodeprimidos (GALES et al., 2003).
Por mais de quatro décadas P. aeruginosa tem mantido lugar de destaque
entre os patógenos responsáveis por infecções nosocomiais em todo o mundo, com
índices que variam de 10 a 15%, sendo o micro-organismo mais envolvido em
infecções pulmonares, do trato urinário e de corrente sanguínea em pacientes de
Unidade de Terapia Intensiva em todo o mundo (STRATEVA; YORDANOV, 2009).
Infecções por P. aeruginosa estão normalmente associadas com elevada taxa de
mortalidade, independentemente da terapia antimicrobiana empregada. As opções
terapêuticas para estas infecções são geralmente escassas devido a uma
combinação de resistência intrínseca a muitos fármacos e a capacidade de adquirir
determinantes de resistência por este micro-organismo (SADER et al., 2001).
37
As espécies de Pseudomonas, além da resistência intrínseca à alguns
antimicrobianos, tem habilidade em adquirir genes de resistência que conferem
produção de beta-lactamase e enzimas modificadoras de aminoglicosídeos, pela
diminuição da expressão de proteínas de membrana (porinas), mutações na enzima
topoisomerase (DNAgirase), super-regulação da bomba de efluxo e produção de
beta-lactamase indutível tipo AmpC (GALES et al., 2003; BONOMO; SZABO, 2006).
A resistência às cefalosporinas pode ser mediada pelas OXA beta-lactamases,
enzimas que hidrolisam oxacilina e cloxacilina ocorrem de forma predominante em
P. aeruginosa (BONOMO; SZABO, 2006). Entretanto, beta-lactamases do tipo TEM,
encontradas com maior frequência em E. coli e K. pneumoniae, foram descritas
também em P. aeruginosa (PAGANI et al., 2004). Atualmente, tem sido comumente
descrito em P. aeruginosa e mais raramente em P. fluorescens, genes que codificam
MBLs variante blaIMP ou blaVIM (GIRLICH et al., 2010).
Outro grupo de beta-lactamase também descrito para P. aeruginosa são
MBLs
(metalo-beta-lactamase),
conhecidas
como
enzimas
que
hidrolizam
carbapenêmicos devido à presença de íons zinco em seu centro ativo agindo como
co-fator na atividade hidrolítica (STRATEVA; YORDANOV, 2009). Algumas betalactamases do tipo GES são carbapenemases e podem representar o passo
intermediário entre ESBL e carbapenemases da classe A, como KPC (POIREL;
NAAS; NORDMANN, 2008). A produção de carbapenemases classe A tais como:
GES-2, GES-5 e KPC-2 foi descrita em P. aeruginosa, mas não em outras espécies
(STRATEVA; YORDANOV, 2009). ESBL do tipo GES (Guiana Extended Spectrum),
também denominadas IBC, foram detectadas em P. aeruginosa na França e em
Portugal (DUBOIS et al., 2002; DUARTE et al., 2003). Entre 2005 e 2006, novos
genes variantes para as beta-lactamases GES, GES-5 e GES-9 foram descritos em
linhagens clinicas de P. aeruginosa isoladas na China e França, respectivamente.
Assim como GES-2, GES-4, GES-5 e GES-6, estas enzimas apresentam atividade
hidrolítica sobre os carbapenêmicos.
O primeiro relato mundial de P. aeruginosa produzindo KPC foi
identificado na Colômbia (KPC-2) em 2007 (VILLEGAS et al., 2007). Seguido por
relatos em Porto Rico de P. aeruginosa com duas variantes, KPC-2 e KPC-5
(WOLTER et al., 2009b), em Trinidad e Tobago foi descrito em 2009 o primeiro
isolado de P. aeruginosa (KPC-2) (AKPAKA et al., 2009), nos EUA (KPC-2) em 2010
(POIREL et al., 2010), na China (KPC-2) em 2011(GE et al., 2011) e no Brasil,
38
Jácome et al. (2012) descreveram o primeiro caso de cepas de P. aeruginosa (KPC2) recuperadas de secreção traqueal de pacientes em unidade de terapia intensiva
em hospital do Recife, Pernambuco, Brasil. E ainda neste mesmo ano, em Porto
Rico, foi detectado o primeiro caso de P. aeruginosa co-produzindo as
carbapenemases KPC e IMP, isolada da secreção abdominal de uma paciente que
fora a óbito 37 dias após a internação. A associação entre estas potentes enzimas,
aumenta consideravelmente a taxa de mortalidade (MARTINEZ et al., 2012).
2.2.2 Acinetobacter spp.
O micro-organismo Acinetobacter spp. é um cocobacilo Gram-negativo,
aeróbio estrito, não-móvel, oxidase-negativo que pertence à família Moraxellaceae.
As espécies do gênero Acinetobacter são amplamente distribuídas na natureza e
geralmente são consideradas não patogênicas para indivíduos saudáveis. No
entanto, devido a sua capacidade de sobreviver em diversas superfícies (úmidas e
secas) e em condições ambientais adversas,
tornam-se importantes fontes de
infecção no ambiente hospitalar para pacientes debilitados, por ser um patógeno
oportunista associado ao risco iminente de morte nosocomial e surtos hospitalares
(KONEMAN, 2008). Algumas linhagens são isoladas de alimentos e outras são
capazes de sobreviver em diversos equipamentos médicos e até mesmo na pele
humana saudável (ROBLEDO et al., 2010).
Acinetobacter spp. é um patógeno predominante no ambiente hospitalar,
sendo isolado principalmente de pacientes de UTI, provavelmente relacionados aos
procedimentos invasivos utilizados nestas unidades (BERGOGNE-BÉRÉZIN;
TOWNER, 1996; TOWNER, 1997; MARTINS et al., 2014). Alguns casos, são
decorrentes de infecções não diagnosticadas ocasionadas por cateter intravascular
ou por translocação de bactérias intestinais (MARTINS et al., 2014). Espécies de
Acinetobacter
têm
emergido
como
importantes
patógenos
hospitalares
e
A. baumannii tem se mostrado um dos patógenos gram-negativos mais refratários à
antibioticoterapia, cujas infecções são difíceis de serem tratadas, frequentemente
são multirresistentes e acometendo principalmente pacientes críticos associados ao
alto risco de morte (YABUMOTO; OLIVEIRA, 2011; ROBLEDO et al., 2010). Nos
últimos anos,
A. baumannii tem sido isolado de diferentes tipos de infecções
oportunistas, incluindo septicemia, pneumonia, endocardite, meningite, peritonite em
39
pacientes submetidos à diálise peritoneal, infecção de pele e tecidos, e infecção do
trato urinário (YABUMOTO; OLIVEIRA, 2011).
A. baumannii apresenta uma habilidade espetacular de desenvolver
resistência
a
múltiplos
agentes
antimicrobianos,
como
beta-lactâmicos,
aminoglicosídeos e fluoroquinolonas, além de apresentar altas proporções de
resistência-cruzada a estas drogas (BONOMO; SZABO, 2006; YABUMOTO;
OLIVEIRA, 2011). Diferentes mecanismos de resistência em Acinetobacter spp. tem
sido descritos em algumas estirpes, por apresentar múltiplos mecanismos tornandose pan-resistentes. Dentre estes, destacam-se a produção de beta-lactamases,
enzimas modificadoras de aminoglicosídeo, alterações quantitativas e qualitativas
das porinas de membrana externa, alterações das PBP’s, mutações nas
topoisomerases e bombas de efluxo, aumento no nível de expressão de
cefalosporinase cromossômica (AmpC) e presença natural de beta-lactamase
blaOXA-51 (BRATU et al., 2005a; BONOMO; SZABO 2006; BRATU et al., 2008;
ROBLEDO et al., 2010; PASANEN et al., 2014).
Os carbapenêmicos têm se tornado as drogas de escolha contra as
infecções causadas por Acinetobacter spp., em várias partes do mundo, mas o seu
uso
está
comprometido
pela
emergência
de
estirpes
produtoras
de
carbapenemases. Em muitos isolados da Europa, Ásia e Sul da América, a
resistência aos carbapenêmicos em A. baumannii tem sido mediada pela aquisição
de enzimas hidrolíticas das classes B e D (classificação de Ambler) associadas à
hiperexpressão de bomba de efluxo e/ou perda de porinas da membrana externa
(BRATU et al., 2005a; BRATU et al., 2008). O primeiro relato de resistência a esta
classe de antibióticos em A. baumannii foi descrito por Donald et al. (2000). Os
autores isolaram uma estirpe a partir do sangue de um paciente atendido em um
Hospital Escocês em 1985, onde foi encontrada uma nova OXA beta-lactamase, a
qual foi denominada de ARI-1 ou OXA-23, ao apresentar perfil de resistência ao
imipenem. Desde então, numerosas enzimas tipo OXA, com perfil de resistência aos
carbapenêmicos, têm sido encontradas em A. baumannii, bem como, a presença de
duas importantes MBL’s, IMP e VIM (BONOMO; SZABO 2006). A. baumannii
resistentes aos carbapenêmicos têm sido isolados em países da América Latina;
Argentina, Colômbia e no Brasil, onde o tipo OXA23-like foi descrito no Paraná
(DALLA-COSTA et al., 2003).
40
A primeira linha de tratamento a infecções causadas por bactérias
multirresistentes, especialmente as produtoras de ESBL é o uso de fármacos
carbapenêmicos. Entretanto, o uso frequente destes, combinado com a transmissão
de determinantes de resistência mediada por plasmídeos, transposons e genes
cassettes têm contribuído para o aumento da resistência bacteriana aos
carbapenêmicos (Ertapenem, Meropenem e Imipenem) entre as Enterobacteriaceae
e outras famílias bacterianas (PEREZ et al., 2007). A produção de KPC confere
resistência a todas as classes de antibióticos beta-lactâmicos, inclusive aqueles
combinados com os inibidores padrão das beta-lactamases. Além disso, os isolados
produtores de KPC são freqüentemente resistentes também às quinolonas,
aminoglicosídeos e ocasionalmente à colistina e fosfomicina (BONNET, 2004).
Robledo et al. (2010), ao realizarem estudo de vigilância usando bactérias
multirresistentes, descreveram pela primeira vez a presença do gene KPC em
isolados clínicos de Acinetobacter spp. em Porto Rico e também uma nova variante,
KPC-10 em um dos isolados. Este fato acrescenta importante elemento para um
organismo que já alberga múltiplos mecanismos inatos e adquiridos de resistência,
com possibilidade real de transferência horizontal desta potente carbapenemase.
2.2.3 Epidemiologia das bactérias produtoras de KPC
A carbapenemase do tipo KPC tem se tornado de grande interesse em
saúde pública, pela sua detecção em organismos de várias espécies, em vários
locais do mundo e em níveis alarmantes (COLE et al., 2009; WOLTER et al., 2009b;
CALISTO et al., 2012). Sendo que, o primeiro relato de KPC-1 ocorreu em 2001,
após uma pesquisa desenvolvida pelo projeto ICARE (Intensive Care Antimicrobial
Resistance Epidemiology) na qual utilizaram amostras isoladas e identificadas no
ano de 1996, de um Hospital na Carolina do Norte (EUA), onde os pesquisadores
caracterizaram uma nova classe de carbapenemase-A em K. pneumoniae,
designando KPC-1 como sendo a enzima responsável pela resistência aos
carbapenêmicos (YIGIT et al., 2001).
Desde então, micro-organismos (carreadores do gene blaKPC) tem
continuamente se disseminado, e casos reportados em 27 estados dos Estados
Unidos, além dos relatos ocorridos de surtos de KPC em todo o mundo, tem se
tornando endêmico em Hospitais do Nordeste do USA, Canada, Brasil, China,
41
Colômbia, Israel e Grécia, onde as infecções foram causadas principalmente pelo
clone hiperepidêmico de KPC ST258 (FONTANA et al., 2010; ZHANG et al., 2011;
ZAGARIANOU et al., 2012). A sua prevalência nos países europeus tem variado
significativamente com alta prevalência na Grécia, Itália, Turquia e Israel, e uma
baixa prevalência nos Países nórdicos (Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e
Suécia). Ainda, observa-se uma variação, em relação aos tipos de carbapenemases
detectáveis nestes isolados bacterianos (GIAKKOUPI et al., 2011; CANTÓN et al.,
2012; MUNOZ-PRICE et al., 2013).
Na Europa (França, Alemanha, Finlândia, Noruega, Suécia e Reino
Unido) casos de KPC têm sido descritos desde 2005. A recente emergência nesses
países tem sido associada às pessoas que viajam em áreas endêmicas
(DISPERSIO et al., 2005; NORDMANN; CUZON; NAAS, 2009).
O primeiro caso de bactérias portadoras de KPC na Itália data do final de
2008, tendo como provável fonte Israel, que teve rápida e extensiva disseminação,
com vários relatos de surtos em hospitais do país, revelando a presença do gene bla
KPC-3. (
GAIBANI et al., 2011). Já na Suíça, os casos detectados foram transferidos da
Itália com isolados portando KPC-2 e KPC-3. (CANTÓN et al., 2012; MUNOZ-PRICE
et al., 2013).
A presença de KPC em Israel foi reportada pela primeira vez em 2005 e
na Grécia em 2007 (ZAGORIANOU et al., 2012). Em Israel, em 2006 ocorreram
surtos hospitalares de K. pneumoniae produtora de KPC-2, a qual foi identificada
como pertencente ao clone pandêmico ST258, oriunda dos Estados Unidos
(CANTÓN et al., 2012). Contudo, a variante de KPC predominante na Grécia é a tipo
2 (KPC-2), com emergência multifocal de isolados resistentes à polimixina B
(GIAKKOUPI et al., 2011). Também na Bélgica, em 2009, emergiu KPC-2 em K.
pneumoniae oriunda do clone pandêmico ST258 da Grécia (CANTÓN et al., 2012;
MUNOZ-PRICE et al., 2013). Já na China, uma linhagem de K. pneumoniae
produzindo KPC-2, foi primeiramente reportada em 2007 e posteriormente,
identificada em isolados de S. marcescens, C. freundii, E. coli e E. cloacae (ZHANG
et al., 2011).
Em 2009, a Spanish Network Research of Infectious Disease (REIPI),
após realizar estudo de vigilância em hospitais da Espanha, detectou além de
bactérias produtoras de outras carbapenemases, a presença de K. pneumoniae e C.
freundii produtoras de KPC-3 e KPC-2, respectivamente. Já em Portugal, não tem
42
sido descrito casos de enzima KPC em isolados clínicos de Enterobacteriaceae,
apenas em isolados de Escherichia coli recuperados de ambiente aquático
(CANTÓN et al., 2012; MUNOZ-PRICE et al., 2013).
Uma nova variante de KPC em
P. aeruginosa resistente aos
carbapenêmicos foi isolada em Porto Rico e denominada de blaKPC-5 (WOLTER et
al., 2009a). Neste mesmo ano, foi publicado outra variante de KPC, a blaKPC-6. A
enzima KPC-5 revelou-se intermediária entre as KPC-2 e KPC-4, diferindo da KPC-2
pela substituição de um único aminoácido (Pro103Arg), enquanto que a KPC-4
contém (Pro103Arg) mais uma troca de aminoácido adicional (Val239Gly). As
variantes KPC-3, KPC-5 e KPC-6 diferem da KPC-2 pela troca de um único
aminoácido. Já os genes blaKPC-3 e blaKPC-4 entre si, tem o mais alto número de
trocas de nucleotídeos entre as variantes, totalizando 3 polimorfismos de
nucleotídeo-único (SNPs). O gene blaKPC-2, por ter sido primeiramente descoberto, é
considerado como protótipo para as demais variantes (SACHA et al., 2009; ROTH;
HANSON, 2013).
Dados do National Reference Center for Susceptibility Testing (NRCST)
em Warsaw, sobre as estirpes isoladas em 2008-2011 na Polônia, detectaram
linhagens produtoras de KPC-2 e pertencentes ao clone ST258 (CANTÓN et al.
(2012). Na Hungria, houve também surto local de KPC-2 oriunda da Grécia. Mas, no
Reino Unido, houve um caso isolado de Enterobacter spp. produzindo KPC-4 e
outras cepas bacterianas, principalmente K. pneumoniae codificando KPC-2. Na
Irlanda, o primeiro caso de Enterobacteriaceae produtora de carbapenemase foi pela
enzima KPC em K. pneumoniae recuperada em 2009 de uma cultura de escarro de
um paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica. A mais prevalente classe de
carbapenemase observada nos países nórdicos tem sido a KPC-2 e quase
exclusivamente em K. pneumoniae, entretanto, casos de KPC-3 também têm sido
demonstrados (CANTÓN et al. (2012). Além disso, Brink et al. (2012), reportaram
pela primeira vez, a emergência de NDM e KPC-2 entre isolados clínicos de K.
pneumoniae e E. cloacae na África do Sul.
Os
casos
de
Enterobacteriaceae
produtoras
de
carbapenemase
codificadas por plasmídeos, têm sido principalmente associados às linhagens
importadas da Grécia, Israel, EUA e Itália. Áreas com elevada prevalência,
associadas a uma relação histórica, cultural e intercambial entre populações de
43
outros países, além da transferência cruzada de pacientes, viagens, turismo médico
e refugiados (CANTÓN et al., 2012).
2.2.4 KPC no Brasil
No Brasil, o primeiro relato de K. pneumoniae expressando KPC ocorreu
em janeiro de 2009, em quatro isolados que haviam sido coletados em Recife no
ano de 2006. E os genes blaKPC-2 e blaCTX-M-2 (gene codificador de ESBL) foram
detectados em todas as linhagens analisadas (MONTEIRO et al., 2009). Um
segundo relato de KPC-2 ocorreu também em 2009, no Rio de Janeiro, onde 06
linhagens estudadas eram de 2007 e 2008 (PEIRANO et al., 2009). Pavez,
Mamizuka e Lincopan (2009) fizeram um estudo retrospectivo regional de vigilância
de isolados resistentes aos carbapenêmicos, entre os anos 2003 a 2008 e
identificaram a ocorrência de K. pneumoniae (KPC-2) isolada de um paciente em um
centro médico de São Paulo em 2005, evidenciando o aparecimento de isolados
portadores de KPC no Brasil antes de 2006. O aparecimento de linhagens KPC foi
também evidenciado por Zavascki et al. (2010), ao recuperar um isolado de K.
pneumoniae produtor de KPC-2, a partir da urina de um paciente internado, oriundo
da UTI de um hospital de Florianópolis. Considerando-se assim este isolado como
sendo o primeiro caso do estado do Rio Grande do Sul. Desde então, relatos
envolvendo micro-organismos produtores de KPC têm sido descritos em diferentes
localidades brasileiras (ROSSI, 2011).
Segundo dados do Jornal Folha de São Paulo, em 2009, no Distrito
Federal (DF) surtos envolvendo K. pneumoniae ocorreram em 17 hospitais, públicos
ou privados do DF, com pelo menos 183 casos suspeitos, sendo 107 casos como
KPC, com 18 mortes (GLOBO, 2011). Segundo matéria jornalística veiculada em
outubro de 2010 pelo Jornal o Estado de São Paulo, casos de KPC ocorreram em
São Paulo (70 casos e 24 óbitos). Paraná (22 casos e 1 óbito), Espírito Santo, (4
casos e 2 óbitos) e na Paraíba foram registrados 18 casos e um óbito. Em relação a
outras espécies produtoras de KPC no Brasil, observou-se que já em 2009, havia em
circulação duas cepas de E. cloacae produtoras de KPC-2 no Rio Grande do Sul
(ZAVASCKI et al., 2009). Indicando possivelmente uma maior disseminação futura
dos genes KPC entre as espécies de bactérias da família Enterobacteriaceae em
hospitais brasileiros.
44
Durante o período de 2006 a 2009, foi realizado um estudo
epidemiológico molecular de 57 isolados clínicos de Klebsiella pneumoniae
produtora de KPC, oriundas de 11 hospitais localizados nos estados do Rio de
Janeiro, Espírito Santos, Minas Gerais, Goiás e Pernambuco. Nos quais
evidenciaram, 10 diferentes clones, com predominância do ST437 (variante do
ST258) nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (SEKI et al., 2011).
Pereira et al. (2011) relataram 22 casos de infecções devido à K.
pneumoniae resistentes aos carbapenêmicos, apresentando três diferentes perfis
genotípicos (A-C) isolados entre 2008 e 2010, em um hospital público em São Paulo,
Brasil. Do total dos isolados analisados, seis apresentaram resistência à polimixina
B, ocasionando o aumento da mortalidade entre esses pacientes.
Em estudos realizados nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro foram
detectadas a disseminação do gene blakpc-2, facilitado pela dispersão do complexo
clonal 258, concomitantemente com a diversidade plasmidial envolvida (IncFII, IncN,
IncL/M) albergando o transposon Tn4401a, bem sucedidamente disseminado, entre
espécies da família Enterobacteriaceae. Isto também constitue a primeira descrição
do clone ST258 no Brasil associado a um surto nosocomial em um hospital
universitário da cidade de Ribeirão Preto (SP) (ANDRADE et al., 2011).
Considerando o aumento do número de isolados multirresistentes no
Brasil, em 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) padronizou
através da Nota Técnica nº 1/2010, medidas para identificação, prevenção e controle
de
infecções
relacionadas
à
assistência
à
saúde
por
micro-organismos
multirresistentes. Bem como, diretrizes para a detecção de enterobactérias
resistentes aos carbapenêmicos (BRASIL, 2010).
E mais recentemente foi noticiado pela mídia, casos de óbitos de
pacientes infectados por linhagens de bactérias produtoras de carbapenemases do
tipo KPC. Como foi observado no jornal O Diário do Nordeste, em janeiro de 2012,
que noticiou um surto de KPC em Florianópolis (SC) com três mortes; e em
Fortaleza (CE) 27 casos confirmados e dois óbitos. Ainda segundo este jornal, foi
registrado no Maranhão, 27 casos suspeitos de KPC e morte de dois pacientes.
Posteriormente, foram relatados 02 casos confirmados em duas linhagens de
Enterobacteriaceae, a presença do gene blakpc, em pacientes hospitalizados em São
Luis (MA) (RIBEIRO et al., 2012). Foi também evidenciado em 2012, a emergência
de sete cepas de K. pneumoniae produzindo KPC-2, recuperadas de pacientes
45
hospitalizados em UTI, localizados em João Pessoa, Paraíba, Brasil (FEHLBERG et
al., 2012).
Estudos epidemiológicos realizados por Pereira et al. (2013) com 113
isolados de K. pneumoniae produtoras de KPC, recuperadas de 32 hospitais
localizados em cinco regiões geográficas diferentes do Brasil em 2010, constataram
que todos os isolados possuíam o alelo variante KPC-2, e em relação à diversidade
clonal, detectaram vinte e dois clones diferentes com dispersão do complexo clonal
11 (ST11, ST437 e ST 340), que são variantes do clone ST 258. Essa disseminação
foi facilitada possivelmente pelo elemento genético transposon (Tn4401 “b”) portador
de gene blaKPC-2.
Apesar da grande quantidade de isolados produtores de KPC, serem
detectadas em K. pneumoniae, a presença do gene blaKPC-2 já foi descrita em outras
espécies: S. marcescens, P. aeruginosa, P. putida, E. coli, P. mirabilis, A.
baumannii, Raoultella spp, C. freundii e Enterobacter spp (D′ALINCOURT
CARVALHO-ASSEF et al., 2010; DEL PELOSO; BARROS; SANTOS, 2010;
ALMEIDA et al., 2012; JÁCOME et al., 2012).
Considerando a dimensão continental deste país, é uma ameaça
constante o isolamento de micro-organismos multidroga-resistentes, somado às
dificuldades no controle da resistência bacteriana e dos laboratórios de microbiologia
na
confirmação
desses
isolados.
As
variantes
de
KPC
têm
diferentes
susceptibilidades e propriedades hidrolíticas. Isto deve contribuir para a dificuldade
que os laboratórios clínicos têm em detectar os micro-organismos produtores de
KPC (ARNOLD et al., 2011). A detecção dessas enzimas em isolados clínicos é
imperativa, independentemente do padrão de susceptibilidade, devido ao potencial
de disseminação promíscua e evolução dessas enzimas em resposta às pressões
seletivas (WOLTER et al., 2009a).
Nesse contexto, esta é uma situação preocupante, porém ações locais
multidisciplinares devem ser tomadas sem perder a visão global. Pois, para este
problema não há fronteiras (ROSSI, 2011). A crescente detecção de casos no Brasil
aponta a necessidade de contenção da disseminação desse mecanismo de
resistência solicitando esforços multidisciplinares. E foi nesse contexto, que a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) determinou que todos os serviços
de saúde e laboratórios no Brasil, adotassem as orientações dos procedimentos
padronizados para avaliação dos testes de sensibilidade das enterobactérias,
46
segundo os critérios interpretativos preconizados na nota técnica brasileira nº
01/2013 (BRASIL, 2013).
Diante do exposto, vale ressaltar que, além da resistência microbiana
observada sobre diversos aspectos, os avanços tecnológicos nas áreas de
assistência à saúde resultaram num aumento da complexidade assistencial, o que
tornou os procedimentos cada vez mais invasivos, rompendo as barreiras naturais
do paciente, expondo-o a um maior risco em adquirir infecções diversas, e,
conseqüentemente, tornando o tratamento dessas infecções delicado e caro
(TENOVER, 2006). Com isso, a rápida identificação de isolados bacterianos
carreadores de genes blaKPC representa um grande desafio para os microbiologistas
(ENDIMIANI et al., 2010a).
2.2.5 Métodos para a detecção da produção de KPC’s
Na ausência de sistemas automatizados com alta sensibilidade para
detectar micro-organismos com perfil de resistência aos carbapenêmicos mediada
pelas enzimas KPC’s faz-se necessário a utilização de testes fenotípicos e métodos
moleculares. As metodologias mais utilizadas para rastreamento de bactérias
produtoras de KPC’s são: detecção de colônias típicas em meio de cultura
CHROMAGAR KPC, análise por disco-difusão, E-test, bloqueadores enzimáticos
(ácido fenilborônico e cloxacilina) e teste de Hodge modificado, sendo que este teste
pode confirmar a presença de carbapenemase, mas não especifica a classe da
enzima (ARNOLD et al., 2011).
Como screening da atividade de carbapenemases, o Teste de Hodge
Modificado (THM) pode ser aplicado na rotina de laboratórios de microbiologia, pois
é um método simples para o rastreamento de bactérias produtoras de
carbapenemase,
mas,
isolados
ocasionais
mostram
resultados
falso-
negativos. Inicialmente esse teste foi recomendado pelo CLSI para confirmação da
suspeita de bactérias produtoras de enzimas carbapenemase em espécie de
Enterobacteaceae (ARNOLD et al., 2011).
Como as variantes de KPC podem apresentar diferenças no perfil de
susceptibilidade e propriedades hidrolíticas isto dificulta a detecção de microorganismos produtores de KPC pelos laboratórios clínicos (ARNOLD et al., 2011). A
detecção por biologia molecular é sem dúvida o método mais adequado para
47
confirmação de linhagens produtoras de KPC ao se investigar a presença do gene
blaKPC pela utilização da reação em cadeia pela polimerase (PCR) (COLE et al.,
2009; DIENSTMANN et al., 2010).
Até o momento, 15 variantes do gene blaKPC foram descritas na literatura
e foram classificadas em ordem numérica sequencial (KPC-2 a KPC-15) (CHEN et
al., 2011; NETIKUL; KIRATISIN, 2011; WANG et al., 2014). Estas variantes foram
caracterizadas pela amplificação por PCR seguida do sequenciamento do gene
blaKPC. Esta estratégia é utilizada devido à presença de substituições pontuais de
nucleotídeos, geralmente dentro de quatro códons, nas posições 147, 308, 716 e
814 (CHEN et al., 2011).
48
3 JUSTIFICATIVA
A produção da enzima carbapenemase, conhecida como KPC, é um
mecanismo emergente, o que justifica a vigilância epidemiológica pelo constante
rastreamento dos casos. A rápida disseminação de bactérias produtoras desta
enzima representa um sério problema de saúde pública uma vez que a infecção é
difícil de ser tratada devida a escassa opção terapêutica associada ao aumento da
mortalidade, duração do período de internação e custos elevados para os cofres
públicos.
Por outro lado, até recentemente a enzima KPC tinha sido detectada
somente em K. pneumoniae, entretanto, já foi descrita a ocorrência desta enzima em
outras espécies da família Enterobacteriaceae, tais como: E. coli, Serratia spp., C.
freundii, E. cloacae, P. mirabilis e Salmonella spp. Além disso, a produção de KPC já
foi detectada em P. aeruginosa, em várias estirpes de Acinetobacter spp e mais
recentemente em Raoultella spp.
No Brasil, poucos trabalhos científicos têm descrito os gêneros, as
espécies e o tipo KPC’s bacterianas que estão circulando e colocando em risco a
vida de inúmeros pacientes hospitalizados. No entanto, órgãos de imprensa das
grandes cidades têm veiculado e informado à população sobre os surtos e mortes
que têm ocorrido em diferentes estados da federação.
Neste contexto, faz-se necessário o monitoramento da disseminação de
bactérias carreadoras de variantes do gene de resistência aos carbapenêmicos
(blaKPC 2-15).
Por outro lado, vale ressaltar que no Estado do Maranhão não existe
nenhum estudo sobre a identificação das bactérias portadoras do gene blaKPC. Além
disso, quando há um caso suspeito os laboratórios encaminham as amostras para o
Laboratório Central do Maranhão (LACEN-MA), e este por sua vez, re-encaminha
para a Fundação Osvaldo Cruz no Rio de Janeiro. Porém, o retorno dos resultados é
demorado.
Finalmente, a identificação por métodos fenotípicos e genotípicos das
espécies bacterianas, portadoras de genes de resistência que expressam a
produção de KPC’s, poderá contribuir para o conhecimento da prevalência desses
micro-organismos em hospitais públicos e privados da cidade de São Luis-MA.
49
Assim, a determinação fenotípica da susceptibilidade às drogas
antimicrobianas, aliadas à avaliação genotípica poderá delinear a distribuição destas
linhagens bacterianas, inter e extra-hospitalares além da análise da semelhança
clonal
cuja
informação
poderá
apoiar
e
contribuir
para
o
sucesso
do
desenvolvimento de normas e estratégicas para um projeto de vigilância de
Monitoramento da Resistência Microbiana em Serviços de Saúde.
50
4 OBJETIVOS DA PESQUISA
4.1 Objetivo Geral
Estudar a frequência, o perfil de resistência aos antimicrobianos
carbapenêmicos, detecção do gene blaKPC e suas variantes em bactérias gram
negativas isoladas de amostras clínicas de pacientes procedentes de hospitais da
rede pública e privada de São Luis-Maranhão.
4.2 Objetivos Específicos
a) Determinar a frequência de micro-organismos multirresistentes das
amostras clínicas de pacientes procedentes de hospitais da rede
pública e privada de São Luis-Maranhão relacionando a prevalência
destes isolados entre os hospitais estudados, bem como o setor de
internação;
b) Determinar a concentração inibitória mínima dos antimicrobianos em
isolados bacterianos que apresentaram perfil de resistência ou
susceptibilidade diminuída aos carbapenêmicos;
c) Detectar por métodos moleculares específicos a presença do gene
blaKPC nas linhagens multidroga resistentes isoladas dos diferentes
hospitais participantes;
d) Estudar a diversidade genética definindo pelo sequenciamento, as
variantes do gene blaKPC que estão circulando nos hospitais de São
Luis-Ma.
51
5 MATERIAL E MÉTODOS
5.1 Aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa
Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
com seres humanos da Universidade CEUMA – UniCEUMA, em 2012, com parecer
consubstanciado nº 65389. Os pacientes não foram identificados, nem foram
utilizados dados clínicos referentes aos mesmos, apenas os setores de internação
foram utilizados.
5.2 Tipo do estudo
Estudo prospectivo e transversal.
5.3 Local do estudo e amostragem
O estudo fenotípico e o teste de susceptibilidade aos antimicrobianos
foram realizados no setor de microbiologia do Laboratório Cedro, São Luís-MA e os
testes genotípicos foram realizados no Laboratório de biologia molecular de microorganismos patogênicos de interesse em saúde pública (UniCEUMA).
Nos ensaios foram avaliados 297 isolados bacterianos resistentes ou com
susceptibilidade diminuída aos antimicrobianos carbapenêmicos de amostras
clínicas de pacientes oriundos de 14 hospitais da rede pública e 02 da rede privada
de São Luis-MA, no período de junho de 2012 a julho de 2013. Estas amostras
foram cedidas pelo Laboratório Cedro, São Luis-Maranhão.
5.4 Critérios de inclusão
Foram incluídas no estudo todas as linhagens isoladas dos diversos
materiais clínicos que apresentaram perfil de resistência ou sensibilidade diminuída
a um dos antimicrobianos carbapenêmicos (Imipenem, Meropenem, Ertapenem). De
acordo com as normas preconizadas pelo Clinical and Laboratory Standards Institute
(CLSI, 2014).
52
5.5 Critérios de não inclusão
Não foram incluídas no estudo as linhagens bacterianas isoladas de
amostras clínicas de pacientes que apresentaram sensibilidade a todos os
antimicrobianos carbapenêmicos.
5.6 Isolamento e identificação bacteriana
As linhagens bacterianas foram isoladas a partir de amostras clínicas
semeadas por esgotamento nos meios de cultura Ágar Mac Conkey (Difco, EUA),
Ágar Sangue (bio Mérieux), BHI (Brain Heart Infusion – Difco, EUA) e Ágar CPS
(meio cromogênico – Marcy l'Etoile, FRANCE), incubadas a 35,5º ±2ºC em estufa
bacteriológica, por um período de 24-48h. Todos os micro-organismos foram
codificados e estocados em caldo BHI (Difco, EUA) acrescido de 20% de glicerol
para crioproteção e mantidos congelados à -70ºC.
Para a identificação dos isolados bacterianos utilizou-se o método
automatizado Vitek®2 Compact (bioMèrieux, Marcy l'Etoile, FRANCE).
Para o
preparo do inóculo bacteriano foi empregado a escala 0,5 de McFarland, por meio
do densichek Vitek-bioMérieux® (bioMèrieux, Marcy l'Etoile, FRANCE), em que as
colônias foram diluídas em 3 mL de soro fisiológico 0,45%. Esta suspensão
bacteriana padronizada foi aspirada para dentro dos cartões de identificação por
meio do módulo aspirador à vácuo. Posteriormente os cartões foram selados e
submetidos à leitura das provas bioquímicas por meio de um sensor óptico. Para
determinação do gênero e espécies bacterianas foram utilizados os cartões GN
(Gram-negativo).
5.7 Teste automatizado de susceptibilidade aos antimicrobianos
Para a execução do teste de susceptibilidade aos antimicrobianos foi
utilizado o método automatizado Vitek® 2 Compact (bioMèrieux Marcy I'Etoile,
FRANCE). Após a preparação do inóculo bacteriano padronizado, com turvação
correspondente à escala 0,5 de McFarland, descrito no item 5.6, foi retirado deste
inóculo uma alíquota de 145 µl e adicionado em 3 mL de soro fisiológico 0,45%. Esta
suspensão
foi
homogeneizada
e
aspirada
para
dentro
dos
cartões
de
53
susceptibilidade por meio do módulo aspirador a vácuo. Posteriormente, os cartões
foram selados e submetidos à leitura cinética por meio de um sensor óptico. Foram
utilizados os cartões AST – N239 (Antimicrobial Susceptibility Test Gram negative)
para determinação do perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos.
5.8 Teste de susceptibilidade pelo método de disco-difusão
No teste de susceptibilidade manual aos antimicrobianos foi utilizado o
método de disco difusão (Kirby-Bauer) e a interpretação dos resultados foi de acordo
com os critérios do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI, 2014),
documento M100-S24.
Para a realização do teste de susceptibilidade manual, preparou-se um
inóculo bacteriano, fazendo-se uma suspensão direta de 4 a 5 colônias isoladas, em
1,8 ml de solução fisiológica 0,85% estéril e padronizada de acordo com a escala 0,5
de McFarland. Em seguida, um swab estéril foi embebido com a suspensão
bacteriana e semeado em toda a superfície do Ágar Mueller-Hinton. Este
procedimento fora repetido, girando-se a placa, a fim de assegurar a distribuição
uniforme do inóculo em toda a superfície do Ágar. Após 15 minutos, os discos dos
antimicrobianos foram adicionados com auxílio de uma pinça estéril e em seguida,
as placas foram incubadas a 35,5ºC ± 2ºC em estufa bacteriológica.
5.9 Drogas antibacterianas testadas
Nos testes de susceptibilidade pelo método Kirby-Bauer, foram utilizados
os seguintes discos de antimicrobianos adquiridos da Oxoid®: Amicacina (30µg),
Ampicilina (10µg), Ampicilina/Sulbactam (10/10µg), Aztreonam (30µg), Cefepime
(30µg), Cefotaxime (30µg), Cefoxitina (30µg), Ceftazidime (30µg), Ciprofloxacina
(5µg), Ertapenem (10µg), Gentamicina (10µg), Imipenem (10µg), Meropenem
(10µg), Piperacilina/Tazobactam (100/10µg). As drogas utilizadas neste estudo
seguiram a padronização do CLSI (2014), documento M100-S24, de acordo com
cada categoria de micro-organismo isolado.
54
5.10 Determinação da concentração inibitória mínima (CIM) de carbapenêmicos
pelo método epsilométrico- E-test®
Para a determinação da CIM pelo E-test® AB Biodisk foi utilizado o
inóculo bacteriano correspondente a 0,5 da escala de McFarland. Em seguida, um
swab estéril foi embebido com este inóculo e semeado em toda a superfície do Ágar
Mueller-Hinton. Este procedimento fora repetido, girando-se a placa, a fim de
assegurar a distribuição uniforme do inóculo em toda a superfície do Ágar. Após 15
minutos, foram colocadas as tiras plásticas impregnadas com gradientes de
concentrações crescentes dos antimicrobianos carbapenêmicos com auxílio de uma
pinça estéril. A placa foi incubada por um período de 16-18h a temperatura de
35,5º±2ºC em estufa bacteriológica. A classificação do micro-organismo em sensível,
intermediário ou resistente ao antimicrobiano testado, obedeceu aos critérios
preconizados pelo documento M100-S24 (CLSI, 2014).
5.11 Teste de Hodge modificado (Detecção fenotípica da produção de
carbapenemase)
Para a realização do teste de Hodge modificado, foi preparado um inóculo
com suspensão direta da linhagem de Escherichia coli ATCC 25922, em 1,8 ml de
solução fisiológica 0,85% estéril, correspondente a 0,5 da escala de McFarland que
foi diluído na proporção de 1:10. Após esse procedimento, um swab estéril foi
embebido nessa diluição e semeado em uma placa de Ágar Mueller-Hinton em
vários sentidos até que toda a superfície do Ágar estivesse uniformemente semeada.
Foi colocado sobre a superfície do Ágar Mueller-Hinton, no centro de cada
placa, um disco de imipenem, ertapenem e meropenem de 10 µg. Com o auxílio de
alças descartáveis foi estriada a estirpe teste, a estirpe de K. pneumoniae ATCC ®
BAA-1706 como controle negativo e K. pneumoniae ATCC ® BAA-1705 como
controle positivo, sempre no sentido do centro do disco de β-lactâmico até a periferia
da placa de Petri, com cuidado para não tocar no disco de β-lactâmico. Estas placas
foram submetidas à temperatura de 35,5º ± 2ºC em estufa bacteriológica, por um
período de 16 a 20h. O critério interpretativo seguiu as determinações do documento
M100-S24 (CLSI, 2014).
55
5.12 Controle de qualidade dos meios, reagentes e teste de susceptibilidade
aos antimicrobianos
Para controle de qualidade dos meios de cultura foram utilizadas as
seguintes linhagens de referência ATCC (American Type Culture Colletion) para o
controle de qualidade dos meios de cultivos, reagentes e discos de antimicrobianos:
Escherichia coli ATCC 25922; Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853; Klebsiella
pneumoniae ATCC ® BAA-1706; Klebsiella pneumoniae ATCC ® BAA-1705;
Proteus mirabilis ATCC 7002.
5.13 Identificação molecular das linhagens bacterianas isoladas resistentes
aos antimicrobianos carbapenêmicos
5.13.1 Extração do DNA das amostras microbianas
Para a extração do DNA genômico, dos isolados clínicos, foi utilizado o
“Wizard® Genomic DNA Purification Kit” (Promega) seguindo-se o protocolo original
do fabricante. A concentração e a pureza do DNA extraído foram verificadas em gel
de agarose 1,2%, contendo um marcador de massa molecular.
5.13.2 Ensaios de PCR para a detecção do gene blaKPC
Neste estudo foram utilizados iniciadores, considerados universais para a
detecção das variantes de KPC, em diferentes gêneros bacterianos, previamente
descritos
na
literatura
por
Yigit
et
al.
(2001).
Iniciadores
senso:
(5′-
ATGTCACTGTATCGCCGTCT-3′) e anti-senso (5′-TTACTGCCCGTTGACGCCC-3′).
Este par de iniciadores amplificam a sequência completa do gene blaKPC (882
nucleotídeos). As Reações de PCR específica foram feitas em termociclador
Mastercycler (Eppendorf) num volume final de 25 µL contendo 20 pmol de cada
iniciador específico MgCl2 (1,5 mM), Taq DNA polimerase (1 U), 2,5 µL do tampão
de PCR 10 X [100 mM Tris-HCl (pH 9,0) e 2 µL do DNA. A reação de amplificação
foi sob as seguintes condições: 94ºC por 3 minutos (desnaturação inicial) seguidos
de 30 ciclos de 94ºC por 1 minuto, 52ºC por 1 minuto e 72ºC por 1 minuto e um
passo de extensão final a 72ºC por 5 minutos.
56
5.13.3 Análise dos produtos amplificados na PCR
Para verificar a eficiência da PCR e determinar o tamanho do fragmento
de DNA amplificado foram aplicados em gel de agarose 1,2%, em torno de 8 µL do
produto da PCR acrescido de 2 µL de tampão de amostra (Blue/Orange 6X Loading
Dye (Promega, EUA). O gel foi submetido à eletroforese em tampão TBE 0,5X (Trisborato-EDTA) [100mM Tris-base; 2,0 mM de solução 0,5 EDTA (pH 8,0) e 50 mM
ácido bórico] a 100 V durante 1 hora (SAMBROOK; FRITSCH; MANIATIS, 1989).
Após a eletroforese, os géis foram corados com Gel Red da Biotium (1:1000),
durante 20 minutos e observados em transiluminador ultravioleta. Para a
determinação do tamanho dos produtos da PCR foi incluído em cada corrida um
marcador de tamanho molecular 1Kb DNA ladder (INVITROGEN, Life Technologies,
EUA).
5.13.4 Purificação e sequenciamento dos produtos da PCR
A purificação do fragmento específico de 882 pb, do gene blaKPC, obtido
por PCR, foi feita usando-se o kit Wizard® SV Gel and PCR Clean-Up System
(PROMEGA) segundo as orientações do fabricante. Para verificar a pureza, a
integridade e a concentração do produto purificado foi feito em gel de agarose 1,2%,
utilizando como padrão de massa e tamanho molecular o Massruler DNA ladder mix
(Fermentas).
Com o objetivo de identificar quais espécies bacterianas que carreiam as
variantes do gene blaKPC que estão circulando nos hospitais de São Luis-MA foi feito
o sequenciamento do produto da PCR purificado no passo anterior.
O
sequenciamento de cada produto purificado foi feito pelo método da terminação da
cadeia por dideoxinucleotídeos (SANGER; NICKELEN; COULSON, 1977), em
ambas as direções da dupla fita (senso positivo e senso negativo) com o “Kit ABI
Prism BigDye” no sequenciador automático ABI 3130 Genétic Analyser (Applied
Biosystems). As amostras foram sequenciadas pelo menos três vezes em cada
sentido da fita perfazendo um total de seis sequências da mesma amostra. Todos os
sequenciamentos foram feitos pela empresa Myleus Biotecnologia Ltda, sediada em
Belo Horizonte-MG.
57
5.13.5 Análise Computacional das sequências
Para verificar a qualidade das sequências os eletroferogramas obtidos
durante o processo de seqüenciamento foram analisados no programa de dados
ChromasPro (http://www.technelysium.com.au/chromas.html). A similaridade entre
as seqüências nucleotídicas obtidas foi verificada com o auxílio do programa
BLASTn
do
pacote
BLAST
2.0
(Basic
Alignment
Search
Tool
–
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/BLAST/) (ALTSCHUL et al., 1997), de onde também
foram selecionadas as seqüências de KPC’s de referência para as análises
comparativas. Foram escolhidas pelo menos duas sequencias de cada tipo de KCP’s
do banco de dados para serem alinhadas pelo programa MEGA versão 4.0
(TAMURA et al., 2007).
As substituições de nucleotídeos dentro dos quatro códons (147, 308, 716
e 814) já conhecidos (CHEN et al., 2011), bem como aqueles ainda não descritos
foram avaliadas e anotadas para a determinação dos tipos de KPC’s encontradas
nas amostras estudadas.
5.13.6 Análises estatísticas dos dados
Os dados foram analisados pelo programa estatístico IBM SPSS Statistics
20 (2011). Inicialmente, foi feito a estatística descritiva, ou seja, tabela de frequência
das variáveis analisadas. Posteriormente, para se avaliar a associação entre as
variáveis espécies bacterianas gene blaKPC, Teste de Hodge Modificado foi feito o
teste não paramétrico de qui-quadrado de independência. E para verificar se a
frequência de casos em relação à procedência, à acomodação e ao material foi a
mesma foi feito o teste de qui-quadrado de aderência. O nível de significância (α) foi
de 5%, ou seja, foi considerado significativo quando p < 0,05.
58
6 RESULTADOS
6.1 Identificação das espécies bacterianas e sua distribuição em relação à
procedência
No presente estudo foram avaliados 297 micro-organismos, entre os quais
foram identificados 10 gêneros bacterianos: Acinetobacter spp., Klebsiella spp.,
Enterobacter spp., Pseudomonas spp., Serratia spp., Pantoea spp., Proteus spp.,
Escherichia spp., Raoultella spp e Aeromonas spp.
O resultado quantitativo das diversas espécies bacterianas colecionadas
no período do presente estudo (junho/2012 a julho/2013) foi A. baumannii 128
(43,1%), K. pneumoniae 75 (25,2%) e P. aeruginosa 42 (14,1%), frequentemente
isoladas nos hospitais A e J (Tabela 1).
Dentre os hospitais participantes do estudo, observou-se que os 14
hospitais da rede pública apresentaram maior quantitativo de isolados bacterianos,
259 (87,30%), sendo o HA (26,5%) e o HJ (31,2%), em relação aos 02 hospitais da
rede privada 38 (12,7%), onde somente o HL (11,7%) foi prevalente (Tabela 1).
59
Tabela 1 - Distribuição de frequência dos bacilos gram-negativos em diferentes hospitais de São Luis-MA, no período de Junho/12 a Julho/13.
Espécies
Pseudomonas
Enterobacter
Enterobacter
Pantoea
Proteus
Escherichia
Serratia
Klebsiella
Aeromonas
Raoultella
Total
Procedên-
%
fluorescens
aerogenes
cloacae
spp.
mirabilis
coli
marcescens
pneumoniae
salmonicida
planticola
2
0
0
6
0
0
0
0
24
0
1
0
78
26,3
1
0
1
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
18
6,1
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
7
2,4
3
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
4
1,3
Hosp. E
10
0
1
0
0
3
1
0
2
0
3
6
0
0
0
26
8,8
Hosp. F
3
1
8
1
0
1
0
0
0
0
1
0
0
0
0
15
5,1
Hosp. G
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0,3
Hosp. H
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
1
0,3
Hosp. I
0
0
0
0
0
2
1
0
0
1
0
5
0
0
0
9
3
Hosp. J
44
0
16
1
0
1
3
0
0
1
0
25
0
1
1
93
31,3
Hosp. K
1
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
1
0
0
3
1
Hosp. L
5
0
5
1
0
2
4
2
1
0
1
14
0
0
0
35
11,8
Hosp. M
2
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
3
1
Hosp. N
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0,3
Hosp. O
1
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
2
0,7
Hosp. P
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0,3
Total
128
1
42
5
1
9
19
3
3
2
5
75
1
2
1
297
100
Acinetobacter
Acinetobacter
Pseudomonas
baumannii
ursingii
aeruginosa
Hosp. A
37
0
8
Hosp. B
15
0
Hosp. C
6
Hosp. D
cia
Pseudomonas
putida
Legenda: Hospitais públicos (A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, M, N, O e P); Hospitais privados (K e L).
Raoultella
ornithinolytica
60
6.2 Perfil de resistência aos antimicrobianos e determinação da concentração
inibitória mínima (CIM), pelo método automatizado (Vitek) e E-test
Neste estudo analisou-se o perfil de resistência aos antimicrobianos dos
isolados obtidos de amostras clinicas de diferentes hospitais. Para as espécies não
fermentadoras multidroga resistentes (MDR) obtidas de 16 hospitais participantes a
droga que apresentou melhor atividade foi a polimixina B. Seguidos da amicacina e
tigeciclina para isolados de Acinetobacter spp., e amicacina e gentamicina para
isolados de Pseudomonas spp. Já os demais antibióticos apresentaram percentual
de resistência acima de 50% (Tabela 2).
Entre as bactérias gram-negativas fermentadoras foi observado que os
isolados apresentaram valores elevados de CIMs para a maioria dos agentes
antimicrobianos testados, com exceção à polimixina B. Percentuais baixos de
resistência a amicacina foram observados para a maioria dos isolados bacterianos
analisados. Os isolados de K. pneumoniae mostraram-se sensíveis à amicacina e
tigeciclina; enquanto que os isolados de R. planticola apresentaram sensibilidade
somente à amicacina e a R. ornithinolytica mostrou sensibilidade à amicacina,
gentamicina e tigeciclina. Já as linhagens de Serratia marcescens, que são
intrinsecamente resistentes à polimixina B, apresentaram alta sensibilidade à
fluoroquinolona (ciprofloxacina) (Tabela 3).
Com relação à CIM aos antimicrobianos amicacina, polimixina B,
tigeciclina, ciprofloxacina e gentamicina os valores de CIM50 e CIM90 foram
calculados para diferentes agentes antimicrobianos em relação aos isolados de A.
baumannii, K. pneumoniae e P. aeruginosa (Tabela 4). Os valores de CIM50 e CIM90
para polimixina B foram iguais para os três micro-organismos analisados,
demonstrando que tal fármaco foi o mais efetivo sobre esses isolados. Observou-se
também que a tigeciclina apresentou menor valor de CIM50 e CIM90 para isolados de
A. baumannii mostrando a tendência de susceptibilidade para isolados desta
espécie. Todas as linhagens de bactérias foram sensíveis frente à amicacina.
Enquanto que para os antimicrobianos ciprofloxacina e gentamicina, os isolados de
P. aeruginosa, apresentaram uma alta sensibilidade, com baixas concentrações de
CIM50 e CIM90, demonstrando uma tendência de susceptibilidade a esses
61
antimicrobianos. Os demais isolados pertencentes ao presente estudo não puderam
ter as CIM50 e CIM90 determinadas devido ao número insuficiente de isolados.
Tabela 2 - Perfil de resistência aos antibióticos e a concentração mínima inibitória em relação às
espécies bacterianas não fermentadoras isoladas em hospitais de São Luis-MA, no
período de Jun/12 a Jul/13
Espécies não fermentadoras
Acinetobacter
baumannii
Acinetobacter
ursingii
Pseudomonas
aeruginosa
Pseudomonas
fluorescens
Pseudomonas
putida
Antibiótico
%
resistência
CIM
%
resistência
CIM
%
resistência
CIM
%
resistência
CIM
%
resistência
Amicacina
22,7
≥64
0
4
28,6
≥ 64
0
≤2
0
Ampicilina
100
≥32
100
≥ 32
100
≥ 32
100
≥ 32
100
≥ 32
Amp/sulbac
72,7
≥32
100
≥ 32
100
≥ 32
100
≥ 32
100
≥ 32
Aztreonam
100
≥64
100
≥ 64
NR
NR
NR
NR
NR
NR
Cefalotina
100
≥64
100
≥ 64
NR
NR
100
≥ 64
100
≥ 64
Cefepime
97,7
≥64
100
≥ 64
64,3
≥ 64
100
≥ 64
60
≥ 64
Cefotaxima
100
≥64
100
≥ 64
100
≥ 64
NR
NR
100
≥ 64
Cefoxitina
100
≥64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
Ceftazidima
99,2
≥64
100
≥ 64
71,4
≥ 64
100
≥ 64
80
≥ 64
Ciprofloxacina
96,9
≥4
0
≤ 0,5
69
≥4
100
≥4
40
≥4
Polimixina B
0
≤0,5
0
≤ 0,5
0
≤ 0,5
0
≤ 0,5
0
≤ 0,5
Gentamicina
53,1
≥16
100
≥ 16
59,5
≥ 16
0
≤ 1
20
≥ 16
Imipenem
100
≥16
100
≥ 16
100
≥ 16
100
≥ 16
100
≥ 16
Meropenem
100
≥16
100
≥ 16
100
≥ 16
100
≥ 16
100
≥ 16
Ertapenem
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
NR
Piper/tazob
100
≥128
100
≥128
78,6
≥ 128
0
16
60
≥ 128
Tigeciclina
0,8
4
NR
NR
100
≥8
100
≥8
100
≥8
Total
NR= Não realizado
128
1
42
1
CIM
16
5
62
Tabela 3 - Perfil de resistência aos antibióticos e a concentração mínima inibitória em relação às espécies bacterianas fermentadoras isoladas em hospitais de
São Luis-MA, no período de Jun/12 a Jul/13.
Klebsiella
pneumoniae
Antibiótico
Enterobacter
cloacae
Enterobacter
aerogenes
Serratia
marcescens
Espécies fermentadoras
Proteus
Pantoea spp.
mirabilis
Raoultella
planticola
Raoultella
ornithinolytica
Escherichia coli
Aeromonas
salmonicida
% resist.
CIM
% resist.
CIM
% resist.
CIM
% resist.
CIM
% resist.
CIM
% resist.
CIM
% resist.
CIM
% resist.
CIM
% resist.
CIM
% resist.
CIM
Amicacina
12
≥ 64
5,3
≥ 64
33,3
≥ 64
80
≥ 64
0
16
33,3
≥ 64
0
16
0
4
0,0
≤2
0
4
Ampicilina
100
≥ 32
100
≥ 32
100
≥ 32
100
≥ 32
100
≥ 32
100
≥ 32
100
≥ 32
100
≥ 32
100,0
≥ 32
100
≥ 32
Amp/sulbac
100
≥ 32
100
≥ 32
100
≥ 32
100
≥ 32
100
≥ 32
100
≥ 32
100
≥ 32
100
≥ 32
100,0
≥ 32
100
≥ 32
Aztreonam
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100,0
≥ 64
100
≥ 64
Cefalotina
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100,0
≥ 64
100
≥ 64
Cefepime
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100,0
≥ 64
100
≥ 64
Cefotaxima
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100,0
≥ 64
100
≥ 64
Cefoxitina
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100,0
≥ 64
100
≥ 64
Ceftazidima
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100
≥ 64
100,0
≥ 64
100
≥ 64
Ciprofloxacina
93,3
≥4
89,5
≥4
55,6
≥4
0
≤ 0,25
66,7
≥4
66,7
≥4
100
≥4
100
≥4
50,0
≥4
0
≤ 0,5
Polimixina B
10,7
64
0
≤ 0,5
0
≤ 0,5
100
≥ 16
0
≤ 0,5
100
≥ 16
100
≥16
100
≥ 16
0,0
≤ 0,5
NR
NR
Gentamicina
52
≥ 16
68,4
≥ 16
11,1
≥ 16
40
≥ 16
33,3
≥ 16
66,7
≥ 16
100
≥16
0
≤1
50,0
≥ 16
0
≤1
85,3
≥ 32
42,1
≥ 32
88,9
≥ 32
80
≥ 16
33,3
≥ 16
100
≥ 32
100
≥16
100
≥ 16
0,0
≤1
100
≥ 16
Meropenem
84
≥ 32
42,1
≥ 32
88,9
≥ 32
80
≥ 16
33,3
≥ 16
66,7
≥ 32
50
≥16
100
≥ 16
0,0
≤
0,25
100
≥ 16
Ertapenem
100
≥ 32
100
≥ 32
88,9
≥ 32
100
≥8
100
≥8
100
≥ 32
100
≥8
100
≥8
100,0
≥8
100
≥8
Piper/tazob
100
≥ 128
94,7
≥ 128
88,9
≥ 128
100
≥ 128
100
≥ 128
66,7
≥ 128
100
≥ 128
100
≥ 128
100,0
≥ 128
0
16
Tigeciclina
21,3
≥8
52,6
≥8
22,2
≥8
40
≥8
NR
NR
100
≥8
100
4
0
2
0,0
≤ 0,5
NR
NR
Imipenem
75
19
9
5
3
3
2
1
2
1
63
Tabela 4 - Concentração inibitória mínima (µg/mL) (CIM50) e (CIM90) das linhagens frequentemente
isoladas, de hospitais públicos e privados de São Luis, Maranhão, Brasil.
Isolado bacteriano (N.)
CIM50 (µg/mL)
CIM 90 (µg/mL)
16
32
Polimixina B (POLB)
≤ 0,5
≤ 0,5
Tigeciclina (TIG)
≤ 0,5
≤ 0,5
16
16
≤ 0,5
≤ 0,5
2
2
Amicacina (AMI)
≤ 2
4
Polimixina B (POL B)
≤ 0,5
≤ 0,5
Ciprofloxacina (CIP)
≤ 0,25
≤ 0,25
Gentamicina (GEN)
≤ 1
2
Acinetobacter baumannii (128)
Amicacina (AMI)
Klebsiella pneumoniae (75)
Amicacina (AMI)
Polimixina B (POL B)
Tigeciclina (TIG)
Pseudomonas aeruginosa (42)
Valores de CIMs considerados sensíveis segundo CLSI, 2014 (M100-S24) e NOTA TÉCNICA (ANVISA Nº
1/2013): AMICACINA (AMI) ≤ 16µg/mL; POLIMIXINA B (POLB) ≤ 2µg/mL; TIGECICLINA (TIG) ≤ 1µg/mL;
CIPROFLOXACINA (CIP) ≤ 1 µg/mL e GENTAMICINA (GEN) ≤ 4 µg/mL
Fonte: Elaborado pela autora.
6.3 Avaliação entre o teste de Hodge modificado (THM) e espécie bacteriana
A Tabela 6 mostra o número total de isolados e o resultado do teste de
Hodge modificado (THM), na qual foi constatada uma associação estatisticamente
significante (p= 0,017) em relação às espécies bacterianas avaliadas. Observou-se
que o micro-organismo que apresentou maior positividade foi a K. pneumoniae com
59 (78,7%) casos do total de 75 isolados, seguindo-se por E. cloacae 7 (36,8%).
Para as bactérias não fermentadoras (Acinetobacter spp. e Pseudomonas spp.) não
há padronização deste teste no documento M100-S24 (CLSI, 2014). Logo, para
estes micro-organismos o THM não foi realizado.
64
Tabela 5 - Associação de Teste Hodge Modificado em relação à espécie bacteriana.
T. Hodge Modificado (THM)
Espécie
Total
p**
128
128
0,017
0
1
1
0
0
42
42
Pseudomonas putida
0
0
5
5
Pseudomonas fluorescens
0
0
1
1
Enterobacter aerogenes
1
7
1
9
Enterobacter cloacae
6
7
6
19
Pantoea spp.
2
1
0
3
Proteus mirabilis
1
1
1
3
Escherichia coli
0
0
2
2
Serratia marcescens
2
3
0
5
Klebsiella pneumoniae
6
59
10
75
Aeromonas salmonicida
1
0
0
1
Raoultella planticola
0
2
0
2
Raoultella ornithinolytica
0
1
0
1
Negativo
Positivo
NR*
Acinetobacter baumannii
0
0
Acinetobacter ursingii
0
Pseudomonas aeruginosa
Total
19
81
197
297
NR*= Não Realizado; p**<0,05. Teste não paramétrico de qui-quadrado de independência
Com relação à associação entre o teste de Hodge modificado e a
presença da carbapenemase KPC (gene blaKPC) foi observado uma positividade para
os dois testes em 64 (98,47%) isolados (Tabela 6). Dos micro-organismos
analisados, apenas 17 (48,57%) dos isolados bacterianos apresentaram positividade
para o THM, mas não tiveram a detecção do gene blaKPC confirmada e apenas um
isolado apresentou positividade para o gene blaKPC mas teve o THM negativo.
Tabela 6 - Associação entre Gene blaKPC e Teste de Hodge Modificado (THM)
THM
Gene blaKPC
Negativo
%
Positivo
%
Total
%
Positivo
17
48,57
64
98,47
81
81
Negativo
18
51,43
1
1,53
19
19
Total
35
65
100
100
p*< 0,05; Teste não paramétrico de qui-quadrado de independência.
100
100
p*
< 0,0001
65
6.4 Detecção do gene blaKPC nos isolados bacterianos com sensibilidade
diminuída aos carbapenêmicos
Analisando a associação do gene blaKPC em relação à espécie bacteriana,
verificou-se que esta correlação é estatisticamente significante. Pois, a detecção da
presença do gene blaKPC entre os 297 isolados avaliados obteve-se 99 (33,4%) de
positividade, incluindo bactérias não fermentadoras (A. baumannii) e fermentadoras
(Tabela 7).
Quanto à detecção do gene blaKPC, houve positividade em R. planticola
(100%), R. ornithinolytica (100%), K. pneumoniae 59 (78,7%), E. aerogenes
6(66,7%) seguidos pelas demais espécies, E. coli 1 (50%), S. marcescens (40%),
Pantoea spp. 1 (33,3%), E. cloacae 6 (31,6%) e A. baumannii 21 (16,4%) (Tabela 7).
Tabela 7 - Associação do gene blaKPC em relação à espécie bacteriana
gene blaKPC
Espécie
Negativo
Positivo
Total
p*
< 0,0001
n
%
n
%
107
83,6
21
16,4
128
Acinetobacter ursingii
1
100
0
0
1
Pseudomonas aeruginosa
42
100
0
0
42
Pseudomonas putida
5
100
0
0
5
Pseudomonas fluorescens
1
100
0
0
1
Enterobacter aerogenes
3
33,3
6
66,7
9
Enterobacter cloacae
13
68,4
6
31,6
19
Pantoea spp.
2
66,7
1
33,3
3
Proteus mirabilis
3
100
0
0
3
Escherichia coli
1
50
1
50
2
Serratia marcescens
3
60
2
40
5
Klebsiella pneumoniae
16
21,3
59
78,7
75
Aeromonas salmonicida
1
100
0
0
1
Raoultella planticola
0
0
2
100
2
Raoultella ornithinolytica
0
0
1
100
1
198
66,6
99
33,4
297
Acinetobacter baumannii
Total
p*< 0,05; Teste não paramétrico de qui-quadrado de independência
66
6.5 Distribuição de frequência dos espécimes clínicos de onde foram
recuperadas as bactérias que apresentaram positividade para o gene
blaKPC
A Tabela 8 mostra a frequência das amostras clínicas em relação à
detecção do gene blaKPC. Esta disposição de dados permite visualizar a diversidade
de amostras biológicas analisadas, bem como a presença do gene blaKPC e esta
distribuição possui correlação estatisticamente significante com valor de p < 0,0001.
A maior frequência observada para o gene blaKPC entre os espécimes
clínicos analisados, no período do estudo, foi na secreção traqueal 37,7% (24/112),
urina 21,5% (30/64), sangue 14,5% (17/43), swab nasal 10,8% (11/32) e swab anal
(retal) com 15 (5,1%) das amostras estudadas, destas 5 (33,3%) apresentaram
positividade para o gene blaKPC (Tabela 8). Os espécimes dos demais sítios
anatômicos avaliados apresentaram baixa frequência, provavelmente devido a não
uniformidade quantitativa entre os materiais colecionados no período do estudo
(Tabela 8).
Através da distribuição dos micro-organismos produtores de KPC em
relação aos espécimes clínicos de onde os mesmos fornam recuperados, observouse que os mais frequentes foram: K. pneumoniae com 59 casos, oriundas de
diferentes tipos de espécimes clínicos, sendo o maior número da urina, seguindo de
12 isolados de A. baumannii da secreção traqueal (Tabela 9)
67
Tabela 8 - Distribuição de frequência dos materiais biológicos de onde foram encontradas as
bactérias com positividade para o gene blaKPC
Material
Total
%
blakpc +
% positividade
Secreção traqueal
112
37,7
24
21,4
Urina
64
21,5
30
46,8
Sangue
43
14,5
17
39,5
Swab nasal
32
10,8
11
34,4
Swab anal
15
5,0
5
33,3
Fragmento ferida
7
2,4
2
28,6
Fragmento ósseo
3
1,0
1
33,3
Fezes
2
0,7
2
100
Lavado brônquico
2
0,7
0
0
Ponta cateter
2
0,7
2
100
Escara
1
0,3
0
0
Frag necrose calcaneo
1
0,3
1
100
Fragmento tecido
1
0,3
0
0
Líq.peritonial
1
0,3
0
0
Liquido pleural
1
0,3
0
0
Sec abdominal
1
0,3
0
0
Sec óstio gastro
1
0,3
1
100
Sec. abscesso
1
0,3
1
100
Sec. retrocavidade gástrica
1
0,3
1
100
Sec. ferida operatória
1
0,3
0
0
Secreção de dreno
1
0,3
1
100
Secreção ocular
1
0,3
0
0
Secreção purulenta
1
0,3
0
0
Tendão
1
0,3
0
0
Úlcera de pressão
1
0,3
0
0
297
100,0
99
33,3
Total
2 = 1371,6 p < 0,0001; Teste de qui-quadrado de aderência
68
Tabela 9 - Distribuição dos micro-organismos produtores de KPC isolados de hospitais de São Luis-MA, em relação aos espécimes clínicos, no período de Junho/12 a
Julho/13
Acinetobacter
baumannii
Klebsiella
pneumoniae
Serratia
marcescens
Pantoeae
spp
Enterobacter
cloacae
12
8
-
1
1
-
-
1
1
Total
KPC+
24
Urina
-
24
-
-
2
3
1
-
-
30
Sangue
4
11
1
-
-
1
-
-
-
17
Swab nasal
Swab anal
3
1
4
3
1
-
-
2
-
1
1
-
-
-
11
5
Sec óstio gastro
-
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Ponta cateter
-
1
-
-
-
-
-
-
1
2
Fezes
-
2
-
-
-
-
-
-
-
2
Fragmento ósseo
-
-
-
-
1
-
-
-
-
1
Secreçao de dreno
-
1
-
-
-
-
-
-
-
1
-
2
-
-
-
-
-
-
-
2
1
-
-
-
-
-
-
-
-
1
Secreção de abscesso
-
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Secreção
retrocavidade
-
1
-
-
-
-
-
-
-
1
21
59
2
1
6
6
1
1
2
99
Material
clínico
Secreção traqueal
Fragmento de Ferida
operatória
Fragmento Necrose
calcâneo
Total
.
Enterobacter
aerogenes
Escherichia
coli
Raoultella
ornithinolytica
Raoultella
planticola
69
6.6 Distribuição da frequência das acomodações hospitalares de onde foram
isoladas as bactérias multirresistentes e que apresentaram positividade
para o gene blaKPC
Neste estudo foi observada a existência de uma correlação entre a
frequência das acomodações hospitalares e a presença do gene blaKPC (p < 0,0001)
(Tabela 10). A distribuição de micro-organismos KPC positivos detectados por setor
hospitalar revelou que 58 (34%) dos isolados foram positivos para o gene blaKPC dos
171 casos recuperados de amostras oriundas da UTI. Por outro lado, várias
acomodações pontuaram a presença de bactérias produtoras de KPC, com exceção,
a UTI pediátrica, posto, enfermaria e sala de pré-parto.
Neste contexto, um dado despertou atenção quanto à detecção do gene
blaKPC em isolados de pacientes de setores como Unidade Intermediária, com 8
(44,4%) do total de 18 casos e 4 (30,8%) dos 13 casos registrados na emergência
(Tabela 10).
Tabela 10 - Distribuição de frequência das acomodações onde foram encontradas as bactérias e
gene blaKPC
Acomodação
N° de casos
%
UTI
171
57,6
58
34,0
Clínica médica
40
13,5
13
32,5
Emergência
13
4,4
4
30,8
Unid Intermediária
18
6,1
8
44,4
UTI neo
13
4,4
2
15,4
Oncologia
9
3,0
3
33,3
Centro cirúrgico
8
2,7
3
37,5
Semi-intensiva
9
3,0
3
33,3
UTI Pediátrica
5
1,7
0
0
Posto
2
0,7
0
0
Enfermaria
3
1,0
0
0
Clínica Cirúrgica
2
0,7
2
100
Pediatria
1
0,3
1
100
Pré-parto
1
0,3
0
0
SPA Oncologia
1
0,3
1
100
Unidade Renal
1
0,3
1
100
Total
297
100
= 1414,8 p < 0,0001; Teste de qui-quadrado de aderência
99
33,3
2
blaKPC +
% positividade
70
6.7 O quantitativo de espécies de bactérias carreadoras do gene blaKPC em
relação à sua procedência (hospitais de São Luís)
Em relação ao total de bactérias não fermentadoras de glicose incluídas
neste estudo, somente a espécie A.baumannii foi portadora do gene blaKPC (Tabela
12). Sendo que, o maior número dos isolados desta espécie foi recuperado do HA
(37/10 (27%)), seguida do HB (15/5 (33,3%)), HC (6/1 (16,7%)), HD (3/1 (33,3%)) e
HJ (44/4 (9,1%)), todos estes hospitais são públicos.
Os resultados dos testes de detecção do gene blaKPC entre as bactérias
fermentadoras de glicose mostraram que todos os isolados das espécies P. mirabilis
e A. salmonicida não eram portadores do gene em questão. Já os isolados da
espécie K. pneumoniae foram encontrados altos percentuais de positividade em
todos os hospitais participantes onde foram isolados este micro-organismo. As
demais espécies apesar de terem sido isoladas em uma frequência inferior à K.
pneumoniae tiveram elevada positividade em relação à presença do gene blaKPC
(Tabela 12).
71
Tabela 11 - Relação entre a procedência, espécie bacteriana não fermentadora e presença do gene
blaKPC
Espécie
Procedência
Acinetobacter
baumannii
Pseudomonas
aeruginosa
Pseudomonas
putida
Acinetobacter
ursingii
Pseudomonas
fluorescens
Hosp. A
37/10 (27)
8
2
0
0
Hosp. B
15/5 (33,3)
1
0
0
1
Hosp. C
6/1 (16,7)
1
0
0
0
Hosp. D
3/1 (33,3)
1
0
0
0
Hosp. E
10
1
0
0
0
Hosp. F
3
8
1
1
0
Hosp. G
1
0
0
0
0
Hosp. H
0
0
0
0
0
Hosp. I
0
0
0
0
0
Hosp. J
44/4 (9,1)
16
1
0
0
Hosp. K
1
0
0
0
0
Hosp. L
5
5
1
0
0
Hosp. M
2
1
0
0
0
Hosp. N
0
0
0
0
0
Hosp. O
1
0
0
0
0
Hosp. P
0
0
0
0
0
Total
128
42
5
1
1
72
Tabela 12 - Relação entre a procedência, espécies de bacilos gram-negativos fermentadores e presença do gene blaKPC
Espécie
Procedência
Klebsiella
pneumoniae
Enterobacter
cloacae
Enterobacter
aerogenes
Serratia
marcescens
Pantoea
spp.
Proteus
mirabilis
Escherichia
coli
Raoultella
planticola
Aeromonas
salmonicida
Raoultella
ornithinolytica
Total
%
Hosp. A
24/18 (75,0)
6/1 (16,7)
0
0
0
0
0
1/1 (100)
0
0
78
26,3
Hosp. B
0
1/1(100)
0
0
0
0
0
0
0
0
18
6,1
Hosp. C
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
7
2,4
Hosp. D
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
4
1,3
Hosp. E
6/6 (100)
1
3/3 (100)
3/2 (66,7)
0
2
0
0
0
0
26
8,8
Hosp. F
0
0
1/1 (100)
1
0
0
0
0
0
0
15
5,1
Hosp. G
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0,3
Hosp. H
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0,3
Hosp. I
5/5 (100)
1/1 (100)
2/1 (50)
0
0
0
1/1 (100)
0
0
0
9
3
Hosp. J
25/20 (80)
3
1
0
0
0
1
1/1 (100)
0
1/1 (100)
93
31,3
Hosp. K
0
1/1 (100)
0
0
0
0
0
0
1
0
3
1
Hosp. L
14/10 (71,4)
4/2 (50)
2/1 (50)
1
2
1
0
0
0
0
35
11,8
Hosp. M
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
3
1
Hosp. N
0
1
0
0
0
0
0
0
0
1
0,3
Hosp. O
0
0
0
0
0
0
0
0
0
2
0,7
Hosp. P
Total
0
1
0
0
0
1/1
(100)
0
0
0
0
0
0
1
0,3
75
19
9
5
1
3
1
2
1
1
297
100
73
A Tabela 13 mostra a porcentagem dos isolados resistentes aos
antimicrobianos carbapenêmicos e portadores do gene blaKPC. Ressalta-se que neste
estudo não foi detectado o gene blaKPC nos isolados de A. ursingii, A. salmonicida, P.
mirabilis, P. aeruginosa, P. fluorescens e P. putida. Muito embora, esses microorganismos tenham apresentado fenotipicamente resistência ou susceptibilidade
diminuída aos carbapenêmicos.
74
Tabela 13 - Porcentagem dos micro-organismos resistentes aos antimicrobianos e portadores do gene blaKPC
Espécie
% resistentes com o gene blaKPC
Número
AMI
AMP
ASB
ATM
CFL
CEF
CTX
CFO
CAZ
CIP
POLB
GEN
IMP
MER
ERT
PTZ
TIG
blaKPC +
Acinetobacter baumannii
23,8
100
100
100
100
100
100
100
100
100
0
47,6
100
100
NR*
100
0
21
Acinetobacter ursingii
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
0
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
0
---
Aeromonas salmonicida
Enterobacter aerogenes
50,0
100
100
100
100
100
100
100
100
33,3
0
16,7
83,3
83,3
83,3
83,3
33,3
6
Enterobacter cloacae
20,0
100
100
100
100
100
100
100
100
100
0
60
100
100
100
100
40
6
0
100
100
100
100
100
100
100
100
100
0
100
0
0
100
100
NR*
1
13,6
100
100
100
100
100
100
100
100
83,1
11,9
52,5
94,9
88,1
100
100
20,3
59
Pantoea spp.
0
100
100
100
100
100
100
100
100
100
0
100
100
100
100
100
NR*
1
Proteus mirabilis
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
0
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
0
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
0
Pseudomonas putida
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
---
0
Raoultella planticola
0
100
100
100
100
100
100
100
100
100
100
100
100
50
100
100
100
2
Raoultella ornithinolytica
0
100
100
100
100
100
100
100
100
100
100
0
100
100
100
100
0
1
100
100
100
100
100
100
100
100
100
0
100
50
100
100
100
100
50
2
Escherichia coli
Klebsiella pneumoniae
Pseudomonas
aeruginosa
Pseudomonas
fluorescens
Serratia marcescens
Legenda: NR=Não realizado
75
6.8 Sequenciamento do produto de PCR de isolados positivos para o gene
blaKPC
Identificação do gene blaKPC e de suas variantes foi obtida pelo
sequenciamento do fragmento específico de 882pb que foi amplificado por PCR com
os iniciadores senso e anti-senso e o DNA dos isolados, analisados nesta pesquisa.
A similaridade entre as sequencias obtidas, foi realizada por meio do alinhamento
destas, com as sequências nucleotídicas de diferentes espécies bacterianas
portadoras do gene blaKPC constantes no Genbank.
Os resultados dos alinhamentos que revelaram índices de similaridade
nucleotídicas variaram entre 96 e 100%, entre as amostras analisadas e as
sequências do Genbank, demonstrando que a região sequenciada é altamente
conservada e que a variante predominante entre as bactérias fermentadoras foi do
tipo 2 (KPC-2). Enquanto que, entre a linhagem de A. baumannii a variante
predominante foi a tipo 10 (KPC-10) (Tabela 14).
É importante ressaltar que não foram encontradas no Genbank depósito
de sequencias para as espécies R. planticola, R. ornithinolytica e Pantoea spp., por
isso, na Tabela 14 não foi colocado o grau de similaridade. Entretanto, este achado
representa a primeira descrição dessas espécies como portadoras do gene blaKPC no
Brasil. Todas as sequências obtidas foram depositadas no Genbank para a geração
do número de acesso público.
76
Tabela 14 - Análise de similaridade genética das sequências do gene blaKPC dos isolados em relação
às sequências do Genbank
Isolado
nº.
Hospital/Setor
Espécime clínico
Tipo do
gene
blaKPC
Tamanho
sequenciado
03
04
06
19
20
21
23
24
25
30
32
33
35
36
59
60
61
62
Hosp.A/UI/ST
Hosp. E/UTI/SN
Hosp.L/UTI/U
Hosp.L /UTI/U
Hosp.A/CM/SN
Hosp.J/CC/S
Hosp.J /UI/S
Hosp.J /UTI/U
Hosp.J /CC/S
Hosp.J /SPA/U
Hosp.J /CM/SOG
Hosp.A/UTI/ST
Hosp.J /UI/U
Hosp.J /CC/PC
Hosp.A/UTI/ SN
Hosp.A/UTI/S
Hosp.L /CM/F
Hosp.J /ONCO/U
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
882
882
882
882
882
882
865
882
882
882
882
882
882
882
882
882
882
882
63
Hosp.F/UTINEO/SN
KPC-2
882
65
67
69
73
74
75
77
Hosp.L/UTI/S
Hosp.L/EM/U
Hosp.J /UTI/ ST
Hosp.A/SI/U
Hosp.L/CM/U
Hosp.L /UTI/Osso
Hosp.A/UTI/ST
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-10
865
882
882
872
882
882
882
78
Hosp.I/CM/U
KPC-2
882
79
Hosp.J /UTI/ST
KPC-2
882
110
Hosp.J /UI/ST
KPC-2
882
111
112
113
114
121
125
126
134
136
137
141
145
146
152
154
156
163
178
189
192
194
196
200
Hosp.E/UTI/S
Hosp.J /CC/U
Hosp.J /UI/ST
Hosp.J /UTI/U
Hosp.E/UTI/S
Hosp.A/CM/SA
Hosp.B/UTI/SN
Hosp.J /UI/ST
Hosp.J /UI/SD
Hosp.A/UTI/S
Hosp.I/UN/U
Hosp.A/UTI/S
Hosp.A/CM/U
Hosp.L/UTI/U
Hosp.J /ONCO/U
Hosp.A/UTI/U
Hosp.J /CC/FNC
Hosp.A/UTI/S
Hosp.L/UTI/SN
Hosp.J /UTI/S
Hosp.A/UTI/ST
Hosp.A/UTI/ST
Hosp.J /UI/ST
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-10
KPC-10
KPC-10
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-10
KPC-10
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
KPC-2
882
882
882
882
882
882
882
882
862
862
562
882
882
882
882
882
882
882
882
882
860
853
882
Identidade
K.pneumoniae
Serratia marcescens
K.pneumoniae
K.pneumoniae
K.pneumoniae
K.pneumoniae
K.pneumoniae
K.pneumoniae
K.pneumoniae
K.pneumoniae
K.pneumoniae
K.pneumoniae
K.pneumoniae
Raoultella planticola
Enterobacter cloacae
K.pneumoniae
K.pneumoniae
K.pneumoniae
Enterobacter
aerogenes
K.pneumoniae
Enterobacter cloacae
K.pneumoniae
K.pneumoniae
K.pneumoniae
Enterobacter cloacae
A. baumannii
Enterobacter
aerogenes
K.pneumoniae
Raoultella
ornithinolytica
Serratia marcescens
K.pneumoniae
K.pneumoniae
K.pneumoniae
K.pneumoniae
A. baumannii
A. baumannii
A. baumannii
K.pneumoniae
K.pneumoniae
Escherichia coli
K.pneumoniae
K.pneumoniae
K.pneumoniae
K.pneumoniae
K.pneumoniae
A. baumannii
A. baumannii
K.pneumoniae
K.pneumoniae
K.pneumoniae
Raoultella planticola
K.pneumoniae
Similaridade
%
99
99
99
99
99
98
99
99
99
99
99
99
99
#
99
99
99
99
100
100
99
99
99
99
99
99
100
99
#
100
99
99
99
99
99
99
99
99
100
99
99
99
99
99
99
99
99
99
99
100
#
99
77
K.pneumoniae
100
K.pneumoniae
100
K.pneumoniae
100
Enterobacter
204
Hosp.E/EM/U
KPC-2
873
99
aerogenes
Enterobacter
205
Hosp.E/EM/U
KPC-2
882
99
aerogenes
Pantoea spp
207
Hosp.O/UTI/ST
KPC-2
882
#
K.pneumoniae
208
Hosp.A/CM/U
KPC-2
882
99
Enterobacter
211
Hosp.E/UTI/S
KPC-2
882
99
aerogenes
K.pneumoniae
212
Hosp.E/UTI/S
KPC-2
858
99
A. baumannii
226
Hosp.A/UTI/SN
KPC-10
882
99
A. baumannii
227
Hosp.B/UTI/ST
KPC-10
882
99
A. baumannii
229
Hosp.A/UTI/ST
KPC-10
857
97
A. baumannii
230
Hosp.J /UTI/ST
KPC-10
853
96
A. baumannii
231
Hosp.B/ UTI/ST
KPC-10
882
100
A. baumannii
232
Hosp.A/SI/ST
KPC-10
853
96
A. baumannii
233
Hosp.B/UTI/S
KPC-10
882
99
A. baumannii
235
Hosp.B/UTI/ST
KPC-10
853
96
A. baumannii
236
Hosp.A/UTI/SN
KPC-10
882
99
A. baumannii
240
Hosp.D/UTI/ST
KPC-10
853
96
A. baumannii
241
Hosp.A/UTI/ST
KPC-10
882
100
A. baumannii
246
Hosp.C/UTINEO/S
KPC-10
882
99
A. baumannii
247
Hosp.A/UTI/ST
KPC-10
882
100
A. baumannii
250
Hosp.J /UTI/ S
KPC-10
882
99
K.pneumoniae
260
Hosp.J /ONCO/U
KPC-2
882
100
Enterobacter cloacae
261
Hosp.B/CM/SN
KPC-2
882
99
K.pneumoniae
264
Hosp.A/UTI/SN
KPC-2
882
100
K.pneumoniae
265
Hosp.E/ UTI/PC
KPC-2
882
99
K.pneumoniae
267
Hosp.A/UTI/ ST
KPC-2
882
99
K.pneumoniae
268
Hosp.E/UTI/U
KPC-2
882
99
K.pneumoniae
269
Hosp.E/UTI/FFO
KPC-2
882
99
K.pneumoniae
270
Hosp.I /PED/U
KPC-2
864
100
Enterobacter cloacae
271
Hosp.I /CM/U
KPC-2
882
99
K.pneumoniae
291
Hosp.A/UTI/SA
KPC-2
882
100
K.pneumoniae
292
Hosp.J /UTI/S
KPC-2
864
99
A. baumannii
298
Hosp.A/SI/ST
KPC-10
866
99
K.pneumoniae
299
Hosp.J /CM/FFO
KPC-2
882
99
Enterobacter cloacae
314
Hosp.K/UTI/ST
KPC-2
863
99
K.pneumoniae
315
Hosp.L/UTI/SN
KPC-2
863
98
K.pneumoniae
316
Hosp.L/UTI/U
KPC-2
882
99
K.pneumoniae
317
Hosp.L/UTI/U
KPC-2
858
99
K.pneumoniae
320
Hosp.A/UTI/F
KPC-2
861
99
K.pneumoniae
321
Hosp.A/UTI/U
KPC-2
882
99
Enterobacter
323
Hosp.L/UTI/SA
KPC-2
882
99
aerogenes
K.pneumoniae
325
Hosp.I /UTI/SA
KPC-2
868
99
K.pneumoniae
326
Hosp.I /UTI/SAb
KPC-2
867
99
K.pneumoniae
327
Hosp.I /UTI/SR
KPC-2
869
99
K.pneumoniae
328
Hosp.I /UTI/SA
KPC-2
882
99
Legenda: UTI=Unidade de terapia intensiva; UI=Unidade Intermediária; CC=Clínica Cirúrgica; CM=
Clínica Médica; ST=Secreção traqueal; EM=Emergência; FO=Ferida operatória; SI=Semi Intensiva,
SN=Swab nasal; S=Sangue, U=Urina; SA=Swab anal; # =Sequência que não consta no Genbank;
FNC=Fragmento de necrose calcaneo; FFO= Fragmento de ferida operatória; Serviço de pronto
atendimento Oncológico; CC=Centro Cirúrgico; PED=Pediatria; SOG =Secreção de óstio gástrico;
PC=Ponta Cateter; F=Fezes, SD=Secreçao de dreno, UN=unidade renal; SAb=Secreção de
abscesso; SR=Secreção de retrocavidade.
201
202
203
Hosp.E/EM/U
Hosp.A/CM/U
Hosp.A/CM/U
KPC-2
KPC-2
KPC-2
882
882
882
78
7 DISCUSSÃO
Desde o primeiro relato da detecção de Klebsiella pneumoniae produtora
da enzima serina-carbapenemase, mundialmente conhecida como KPC, esforços
têm sido feitos na busca de um método fenotípico ideal para rastrear a produção
desta enzima. Mas, ainda não há metodologias que possam ser utilizadas
rotineiramente na condução do diagnóstico clínico-laboratorial. Nesse aspecto, há
necessidade da confirmação da presença do gene blaKPC por técnicas de biologia
molecular para definição da produção de KPC (YIGIT et al., 2001).
Este estudo evidenciou a disseminação de linhagens bacterianas
multirresistentes, isoladas de amostras clínicas de pacientes oriundos de vários
sistemas de saúde (hospitais) públicos e privados de São Luis-MA-Brasil, que
expressaram
fenótipo
de
resistência
ou
susceptibilidade
diminuída
aos
antimicrobianos carbapenêmicos.
Pelo método fenotípico automatizado foi possível identificar as diversas
espécies bacterianas colecionadas no período do presente estudo (junho de 2012 a
julho de 2013), sendo que a maioria pertencia à espécie A. baumannii, as duas
outras espécies mais frequentemente isoladas foram K. pneumoniae e P.
aeruginosa. Estes dados foram concordantes com a prevalência de microorganismos multirresistentes notificados pelos hospitais de São Luis, no período de
janeiro/2012 a dezembro/2012, através do relatório de atividades da Coordenação
Estadual de Controle de Infecção Hospitalar (Cecih-MA). No qual, foi demonstrado a
prevalência de A. baumannii (37,2%), seguido da P. aeruginosa (18,6%) e K.
pneumoniae (8%) (MARANHÃO, 2012).
Considerando a frequência bacteriana, o A. baumannii e K. pneumoniae
foram mais isolados nos hospitais A e J, enquanto que a P. aeruginosa foi mais
encontrada no Hospital J. Estes são hospitais públicos de alta complexidade que
recebem pacientes provenientes de vários municípios do Estado. Geralmente se
tratam de pacientes graves, imunocomprometidos e que necessitam de tempo de
internação prolongado.
Os carbapenêmicos vêm sendo muito utilizados na prática clínica como
último recurso no tratamento de infecções com risco de morte ocasionado por vários
micro-organismos multirresistentes, pela sua estabilidade diante de várias betalactamases, tal como a ESBL. Entretanto, sua eficácia tem sido ameaçada pela
79
emergência
de
enzimas
beta-lactamases
hidrolisando
os
antibióticos
carbapenêmicos (CARVALHO et al., 2009).
A resistência bacteriana tem sido um dos principais problemas de saúde
pública em todo mundo (GUIMARÃES; MOMESSO; PUPO, 2010). A extensiva
resistência às drogas antimicrobianas testadas nas diferentes espécies bacterianas
recuperadas dos espécimes clínicos dos hospitais avaliados neste estudo evidencia
provavelmente, uma resistência cruzada entre os vários antibióticos. Uma explicação
plausível está no fato de que os genes que codificam carbapenemases estão
localizados em elementos genéticos móveis (plasmídeos e transposons) que
geralmente carreiam genes responsáveis por resistência a outros antibióticos
(ZAVASCKI; BULITTA; LANDERSDORFER, 2013).
A emergência de beta-lactamases das classes A, B e D (Ambler) tem
causado várias mudanças de paradigma em relação à terapia contra bacilos Gram
negativos. Isto não teria tanto interesse, se a descoberta e desenvolvimento de
novos antimicrobianos tivessem evoluído tão rápida e efetivamente como a
habilidade desses microrganismos em se tornar resistentes aos antibióticos. E em
decorrência dessa realidade, os médicos têm ressuscitado “velhos” antibióticos, tais
como, as polimixinas, como último recurso na terapêutica contra infecções por tais
micro-organismos (ZAVASCKI; BULITTA; LANDERSDORFER, 2013).
Em relação às espécies de bactérias analisadas foi observado que vários
isolados apresentaram resistência à maioria dos agentes antimicrobianos testados,
exceto à polimixina e a amicacina. Nenhum estudo até então, tem sido categórico
em afirmar que o antimicrobiano amicacina seja uma opção terapêutica de escolha
no tratamento de tais micro-organismos. Mas, esta evidência tem emergido um
interesse importante principalmente para aqueles isolados que possuem resistência
intrínseca à polimixina. Em decorrência da resistência entre vários patógenos
hospitalares, o agente antimicrobiano polimixina, altamente tóxico e muito utilizado
no início dos anos 80 para tratar infecções causadas por bacilos Gram-negativos
resistentes aos carbapenêmicos, voltou a ser utilizado para tratar infecções
causadas por isolados sensíveis apenas a este componente (CARVALHO et al.,
2009).
Hirsch e Tam (2010) concluíram que, tratamentos eficazes para infecções
causadas por isolados produtores de KPC são desconhecidos. Mas, nos casos em
que foram adotados monoterapia com polimixinas (polimixina B e colistina)
80
obtiveram baixas taxas de sucesso clínico, mas essas taxas se elevaram quando
associaram à polimixina, a tigeciclina ou gentamicina. Um estudo subsequente
observou que, a combinação entre tigeciclina e polimixina, apresentou sinergismo
contra A. baumannii com alto nível de resistência aos carbapenêmicos (DI CARLO et
al., 2011). Segundo Bratu et al. (2008), o nível aumentado de expressão do sistema
efluxo em isolados de A. baumannii foi correlacionado ao nível reduzido de
susceptibilidade à tigeciclina. Além disso, um relato muito preocupante foi sinalizado
por Caneiras et al. (2012), que publicaram o primeiro caso de A. baumannii
produzindo KPC-3 em Portugal resistente a todos os antimicrobianos avaliados,
incluindo colistina e tigeciclina.
Evidenciou-se também que os micro-organismos testados apresentaram
percentual de resistência elevado para a maioria dos antimicrobianos analisados e a
amicacina apresentou boa atividade frente a esses isolados. Em relação à
tigeciclina, a qual surgiu recentemente, como opção terapêutica promissora, foram
evidenciados elevados valores CIMs frente à maioria dos isolados analisados nesta
pesquisa. A classe de antibiótico polimixina, conhecida desde 1947, e representada
pela polimixina B e polimixina E (colistina), associada à tigeciclina (representante da
glicilciclina) têm recentemente sido o que há de melhor no tratamento dos patógenos
gram-negativos
MDR
mais
problemáticos
(ESBL
e
linhagens
produzindo
carbapenemase) (DI CARLO et al., 2011).
Ensaios de determinação de CIM90 para antimicrobianos, dentre eles
polimixina B têm demonstrado que esta droga exibe uma atividade de inibição
variável contra linhagens clinicas de P. aeruginosa, com valores que podem ser
superiores à 64 µg/mL ou iguais à 1 µg/mL (VAN DER HEIJDEN et al., 2007; VAARA
et al., 2012). O mesmo foi observado para linhagens de A. baumannii e K.
pneumoniae (VAARA et al., 2012; LAT et al., 2011). Sendo assim os valores de
CIM90 observados neste estudo estão abaixo do esperado, uma vez que existe uma
tendência ao aumento dos valores de CIM para polimixina, como mostram os
trabalhos reportados por outros autores (CANEIRAS et al., 2012). Isto é
preocupante, principalmente em relação ao aumento da frequência de linhagens de
K. pneumoniae resistentes à polimixina B e E (ELEMAM; RAHIMIAN; MANDELL,
2009; LEE et al., 2009a; NEONAKIS et al., 2010; ZARKOTOU et al., 2010).
Em 2010, o CLSI recomendou a utilização do rastreamento da produção
da enzima carbapenemase e sua confirmação, como componente padrão do teste
81
de sensibilidade em todos os membros da família Enterobacteriaceae isolados em
laboratórios de diagnóstico de rotina (CLSI, 2010). E nesta pesquisa, com relação à
produção da enzima carbapenemase tipo KPC triada pelo teste fenotípico de Hodge
modificado, verificou-se uma forte associação entre o mesmo e a presença do gene
blaKPC nos ensaios de PCR, ao ser evidenciado a positividade entre os dois teste.
Entretanto, a positividade do teste de hodge modificado não confirma a presença de
KPC, e sim, o envolvimento de alguma carbapenemase que pode ser KPC ou não,
no fenótipo de resistência dos isolados. Similarmente ao presente estudo,
Shanmugam, Meenakshisundaram e Jayaraman (2013) ao determinarem o padrão
de resistência aos antibióticos e prevalência do gene blaKPC em espécies da família
Enterobacteriaceae isoladas em um hospital na India, obtiveram entre os 46 isolados
resistentes
aos
antimicrobianos
carbapenêmicos,
38
(82,6%)
amostras
apresentando THM positivo e o gene blaKPC foi detectado em apenas 31 (67,4%)
destes isolados.
Nas amostras que não tiveram o gene blaKPC detectável, sugere-se a
presença de outras carbapenemases, com exceção da KPC. Um estudo por
Raghunathan, Samuel e Tibbets (2011) evidenciaram através de ensaios de PCR
em tempo real que, dos 61 isolados que apresentaram THM positivo 82% (50/61),
foram também positivos para o gene blaKPC, e aqueles isolados que tiveram o THM
negativos, a presença do gene blaKPC foi negativa em 87% (13/15). Um outro estudo
feito na Itália, mostrou que 32/38 (84%) das cepas resistentes aos carbapenêmicos
avaliadas pelo THM mostraram a produção de carbapenemase e a detecção do
gene blaKPC por PCR tiveram 38/38 (100%) de positividade. Ou seja, há forte
correlação entre os resultados do THM e PCR para KPC (MOSCA et al., 2013).
Com relação à presença do gene blaKPC, entre as diferentes espécies de
micro-organismos, Arnold et al. (2011), constataram que a bactéria K. pneumoniae
permanece a mais prevalente espécie portadora de KPC. No entanto, em um estudo
descritivo sobre a prevalência de carbapenemases em bactérias da família
Enterobacteriaceae oriundas de quatro hospitais de Porto Alegre, Rio Grande do
Sul, Brasil, mostrou que K. pneumoniae foi também a espécie mais frequente
albergando este gene, apresentando uma taxa de (66%) das amostras (PINTO et
al.., 2014). Este dado corrobora os resultados da presente investigação nos
hospitais de São Luis, Maranhão, Brasil. Na qual, obteve-se 78,7% de positividade
82
em K. pneumoniae para o gene blaKPC, entre os micro-organismos mais
frequentemente recuperados das amostras biológicas avaliadas.
Apesar da enzima KPC ter sido detectada em P. aeruginosa (VILLEGAS
et al., 2007), outros autores têm observado que em linhagens de Pseudomonas spp,
a presença do gene blaKPC é menos frequente em relação a outros bacilos Gramnegativos (MIRIAGOU et al., 2003; WOLTER et al., 2009b). Porém, no presente
estudo, todos os isolados de Pseudomonas submetidos à análise, não portavam o
gene blaKPC.
Em estudo de vigilância de patógenos nosocomiais feito por Zulueta et al.
(2011) no México, além da K. pneumoniae foi detectado também o A. baumannii
como portador do gene blaKPC em 7 dos 31 isolados analisados. Entretanto, AlAgamy et al. (2013), ao reportarem os resultados de um estudo realizado em 2011,
objetivando investigar a presença de várias β-lactamases, em 55 isolados de A.
baumannii com susceptibilidade reduzida aos antimicrobianos carbapenêmicos de
um hospital de Riyadh, Arábia Saudita. Não evidenciaram o gene blaKPC em
nenhuma amostra. Logo, o alto nível de resistência aos carbapenens encontrado foi
consistentemente atribuído aos genes blaOXA-23 ou blaOXA-24. Este estudo sinalizou
que, em espécies de Acinetobacter spp., a classe D de Ambler (oxacilinases) é mais
prevalente em relação às demais classes. Entretanto, no presente estudo foi
evidenciado um quantitativo de 21(16,4%) de cepas de Acinetobacter portando o
gene blaKPC entre 128 amostras analisadas.
Nesta pesquisa ao se correlacionar o tipo de espécime clínico, de onde os
isolados bacterianos foram recuperados, com a presença do gene blaKPC observouse que apesar do baixo número de amostras de swab retal colecionados para
análise, a detecção deste gene foi de 33,3%. Este achado corrobora os resultados
encontrados por Pinto et al. (2014) que obtiveram maior parcela de positividade para
o gene blaKPC nos isolados oriundos de swab retal, sendo o mesmo considerado
importante marcador para cultura de vigilância. Esta observação é importante, pois
sugere deficiência no rastreamento de bactérias multirresistentes, pelas comissões
responsáveis, considerando que o grande reservatório de resistência bacteriana
transmissível por elementos genéticos móveis são os pacientes colonizados.
Logo, no intuito de mapear os pacientes internados, devem ser realizadas
culturas a partir de swab retal e perianal nas unidades para controle de novos casos
(GIJÓN et al., 2012). Esta conduta reforça a conscientização da importância
83
epidemiológica para detecção de micro-organismos produtores de carbapenemases
e melhorias dos programas de medidas para controle de infecções relacionadas à
assistência à saúde – IRAS (GIJÓN et al., 2012; PAPADIMITRIOU-OLIVGERIS et
al., 2012). Assim, a presença de bactérias multirresistentes em várias regiões do
Brasil e do mundo reflete as dificuldades atuais do controle de infecções. Deste
modo, a prevenção é essencial uma vez que o tratamento é difícil, por conta da alta
resistência aos antibióticos (GIJÓN et al., 2012; PAPADIMITRIOU-OLIVGERIS et al.,
2012).
Os resultados do presente estudo mostraram que a espécie A. baumannii
foi a mais isolada, a partir de espécime clínico oriundo do trato respiratório, quando
comparada aos demais micro-organismos e outros tipos de espécimes clínicos.
Estes dados concordam com os achados de Perez et al. (2010) que ao realizarem
estudos epidemiológicos com A. baumannii e K. pneumoniae, em hospitais do
nordeste de Ohio, descreveram que a fonte mais comum de A. baumannii
multirresistente foi o trato respiratório (paciente com tubo de traqueostomia ou
endotraqueal). Ao contrário de K. pneumoniae resistente aos carbapenêmicos, com
frequentes isolamentos no trato urinário, principalmente de pacientes sondados
(PEREZ et al., 2010). Semelhantemente, Lee et al. (2009b), observaram em estudo
realizado na Coréia do Sul, uma alta frequência de isolados de Acinetobacter spp.,
multirresistentes do trato respiratório (escarro).
Com relação ao setor hospitalar de internação do paciente e a presença
do gene blaKPC, observou-se micro-organismos portadores deste gene em isolados
de pacientes oriundos de quase todas as acomodações hospitalares, destacando-se
a UTI como possuidora do maior quantitativo destes isolados e em concordância
com este resultado, Giakkoupi et al. (2011) mostraram que 150 (47%) de 320
isolados clínicos KPC positivos na Grécia, no período entre 2009 e 2010, foram
oriundos de pacientes lotados em UTI.
Além da UTI, outras unidades apresentaram percentuais de positividade
para o gene blaKPC, principalmente entre aquelas nas quais acomodam pacientes
multi-invadidos, imunocomprometidos e debilitados necessitando período de
permanência hospitalar prolongado.
A presença de 30,8% de casos positivos para o gene blaKPC, isolados de
pacientes da emergência, reforçam a hipótese de veiculação e disseminação de
genes de resistência na comunidade. Estes casos, entretanto, se tratam de
84
pacientes que foram transferidos de outras unidades de saúde ou que
permaneceram internados por mais de 24h em outro hospital.
Os isolados de Acinetobacter ursingii, Aeromonas salmonicida, Proteus
mirabilis, Pseudomonas aeruginosa, Pseudomonas fluorescens e Pseudomonas
putida utilizados neste estudo, não possuíam o gene blaKPC. Entretanto, estes microorganismos apresentaram fenotipicamente resistência ou susceptibilidade diminuída
aos carbapenêmicos testados. Em concordância com várias literaturas (MONTEIRO
et al., 2009; ROBLEDO et al., 2010; MUNOZ-PRICE et al., 2013), comprovaram que
as espécies bacterianas que portam o gene blaKPC realmente não permitem que os
antimicrobianos beta-lactâmicos exerçam seus efeitos antibacterianos. Tais drogas
incluem: penicilinas, cefalosporinas, carbapenêmicos e monobactâmicos, todas elas
agem por inibir a síntese da parede celular (DISPERSIO et al., 2005; NORDMANN;
CUZON; NAAS, 2009).
Quanto ao percentual de resistência entre os micro-organismos
fermentadores portadores do gene blaKPC foi observado um elevado nível de
sensibilidade para polimixina, entretanto, é preocupante a emergência de algumas
linhagens apresentando resistência à este antimicrobiano, inclusive aqueles
patógenos que possuem resistência intrínseca a esta classe de antibiótico. A
literatura tem descrito a presença K. pneumoniae produtora de KPC-3 resistente à
colistina (Polimixina E) em hospitais da Sicília-Itália (MEZZATESTA et al., 2011;
CUZON et al., 2010). Adicionalmente, foram descritas em 3,4% dos isolados clínicos
de A. baumannii MDR, colecionados de janeiro a maio/2009 em 17 hospitais em
Porto Rico, carbapenemases da classe A de Ambler tipo KPC, variantes KPC-2, -3 4 e -10 (ROBLEDO et al., 2010). Um estudo mais recente observou que, apesar da
evidente disseminação da carbapenemase tipo KPC em A. baumannii causando
surtos nosocomiais, há o envolvimento de vários tipos de carbapenemases nessa
espécie bacteriana, associadas ou não a outros mecanismos ditos não enzimáticos,
incluindo mudanças nas proteínas de membrana externa (OMPs), bomba de efluxo e
alterações nas proteínas ligadoras de penicilinas (PBP) (ZARRILLI et al., 2013).
Em relação às demais espécies analisadas, todas foram sensíveis frente
à polimixina, ou seja, este antibiótico ainda pode ser utilizado como boa opção de
tratamento de infecções causadas por A. baumannii, E. aerogenes, E. cloacae, E.
coli e Pantoea spp. Seguida da amicacina, mesmo apresentando percentuais
variáveis de resistência. Essas observações são motivos de grandes preocupações
85
em relação às opções terapêuticas para tratar infecções ocasionadas por esses
micro-organismos, uma vez que a colistina está entre as poucas drogas ativas contra
bactérias
gram-negativas
multidroga-resistente
(MDR)
produtoras
de
KPC,
principalmente se associada à tigeciclina e aminoglicosídeos (HIRSCH; TAM, 2010).
É postulado que as polimixinas exercem seus efeitos inibitórios por aumentar a
permeabilidade da membrana citoplasmática bacteriana, causando extravasamento
do conteúdo celular bacteriano. Seu mecanismo de ação é importante porque não
depende do envolvimento de enzimas (TENOVER, 2006).
A serina-carbapenemase tipo KPC é codificada pelo gene bla KPC e
mediada por elementos genéticos móveis – plasmídeos e transposons Tn4401
contribuindo para sua rápida disseminação (KITCHEL et al., 2009), é a enzima mais
frequentemente encontrada entre as bactérias fermentadoras, principalmente na K.
pneumoniae, na qual foi identificada pela primeira vez e por esse motivo recebeu
esta nomenclatura – KPC (YIGIT et al., 2001). Mas, esta carbapenemase pode ser
encontrada em outras espécies bacterianas conforme detectada neste estudo. Além
de conferir resistência a todos os antibióticos beta-lactâmicos, as opções
terapêuticas para tratamento são quinolonas, aminoglicosídeos e polimixina B ou
combinações de agentes antimicrobianos dos quais existem poucos dados sobre a
eficácia (ENDIMIANI et al, 2008).
A positividade para o gene blaKPC normalmente envolve a presença
concomitante de outras enzimas que podem agir sinergicamente, além dos
mecanismos, dito não-enzimáticos associados, atribuindo fenótipo de resistência aos
carbapenêmicos (YIGIT et al., 2001; KITCHEL et al., 2009). Então, em decorrência
desses fatores, observou-se que os isolados manifestavam também resistência a
outras
classes
de
antibióticos,
entretanto,
não
albergavam
o
gene
da
carbapenemase KPC.
No presente estudo todos os isolados que apresentaram o gene blaKPC
foram sequenciados e suas variantes identificadas. Para os isolados pertencentes às
espécies fermentadoras a variante identificada foi a KPC-2 e para a espécie A.
baumannii a variante identificada foi a KPC-10. Esses dados corroboram os achados
de Marchaim et al. (2008) ao descreverem a presença do gene blaKPC variante 2
(KPC-2) nos isolados de E. coli, K. pneumoniae e Enterobacter spp. A KPC-2 foi
também encontrada em Enterobacter spp. e em Klebsiella oxytoca in New York City
(BRATU et al., 2005a). Kitchel et al. (2009) e Zacharczuk et al. (2011) afirmaram
86
que, a KPC tem se tornado o maior desafio terapêutico com as variantes KPC-2 e
KPC-3. As quais, são predominantes nos Estados Unidos e Europa.
No Brasil, Peirano et al. (2009) descreveram que, dos 6 isolados clínicos
avaliados no Rio de Janeiro, todos foram descritos como KPC-2. Além disso,
Fehlberg et al. (2012) detectaram 07 cepas de K. pneumoniae produzindo KPC-2 na
Paraíba. Outros estados do Brasil já evidenciaram a emergência de isolados
produdores de KPC-2, são eles: São Paulo, Recife e Porto Alegre (ZAVASCKI et al.,
2009; MONTEIRO et al., 2009; CABRAL et al., 2012).
Este estudo é pioneiro no Estado do Maranhão, por analisar um número
significante de isolados bacterianos multirresistentes oriundos de diferentes hospitais
públicos e privados de São Luis, com a expressiva detecção do gene blaKPC variante
2, sendo a mais alta até então evidenciada no Brasil. Além disso, detectou-se pela
primeira vez na literatura nacional a presença deste gene em dois isolados de
Raoultella planticola, um em Raoultella ornithinolytica e um em Pantoea spp.
87
8 CONCLUSÃO
As linhagens bacterianas que apresentaram maior frequência no período
do estudo foram: Acinetobacter baumannii, Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas
aeruginosa, com predominância em amostras oriundas da UTI e principalmente em
isolados da rede pública hospitalar;
Para as espécies fermentadoras e não fermentadoras multidroga
resistentes (MDR), as drogas que exibiram melhores atividades de inibição
bacteriana foram polimixina B e amicacina. Exceto àquelas linhagens que são
intrinsecamente resistente à polimixina B;
A detecção do gene blaKPC foi de 99 (33,4%) entre os isolados avaliados
com predominância em Klebsiella pneumoniae e Acinetobacter baumannii;
Através do alinhamento das amostras sequenciadas e as sequências do
Genbank, os índices de similaridades nucleotídicas variaram entre 96 a 100% com
predominância da variante tipo 2 (KPC-2) entre as bactérias fermentadoras.
Enquanto que, entre a linhagem de Acinetobacter baumannii a variante
predominante foi a do tipo 10 (KPC-10).
88
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