Dia 19/02/2016 - Rede-Observatório do Programa Mais Médicos

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RELATO DE VIVÊNCIA
DATA 18/02/2016
Uma das primeiras atividades teve como objetivo apresentar gestores de Aparecida de
Goiânia e Goiânia aos viventes no intuito relatar como funcionam as redes de
atendimento das localidades. O objetivo foi apresentar algumas questões de maior
importância para que quando os viventes visitarem os locais já ter uma perspectiva de
funcionamento.
Em seguida ocorreu uma atividade onde o grupo foi reunido no intuito de da
inicio a separação dos pequenos grupos nos quais iremos trabalhar durante os 10 dias de
vivência. Acredito que a separação foi feita de forma satisfatória.
O grupo foi solicitado a ficar com os olhos fechados a partir da aí alguém da
comissão ia a cada um dos viventes e colocava uma inicial de uma letra, enquanto
alguém lia algumas informações relevantes sobre uma determinada pessoa que teve um
papel histórico e social dentro da sociedade brasileira.
Após esse momento os pequenos grupos foram separados, cada grupo contando
com 10 participantes. Um facilitador explicou algumas coisas de forma simplificada,
dando ênfase o porquê da escolha do nome do grupo.
3 ° atividade
A terceira atividade foi marcada para as 20h00min horas e teve como intuito a
apresentação e discussão sobre as tarefas diárias e como cada grupo irá realizar sua
parte. Consistiu da apresentação dos horários de funcionamento do local e como seria a
organização durante a vivência
Por ultimo foi sorteado o amigo anjo, essa brincadeira consiste em ser um amigo
que cuida do outro durante a semana da vivência através de pequenos gestos.
Dia 19/02/2016
A primeira atividade do dia foi a visita ao Sindicato dos Trabalhadores do
sistema único de saúde do estado de Goiás SINDSAÚDE-GO.
Chegamos ao local e quem nos recebeu foi a secretária geral, que nos convidou a
participar de uma caminhada como uma forma de conhecer o local. A estrutura física do
local e composta por área de lazer, área de campi, parte administrativa alem do local
onde aconteceu a reunião.
No inicio foi nos apresentado alguns integrantes do movimento sindical como,
por exemplo, o secretário geral do Sintégo, o presidente do sindicato de nutricionistas
de Goiás, integrante do conselho regional de serviço social e da previdência social. Os
integrantes falaram sobre a importância da participação dos militantes contra a
privatização da saúde, da luta pela reforma agrária, da importância de manter os espaços
de políticas e lutas sociais.
Acredito que algumas falas deixaram a desejar, poderia ter sido bem mais
sólidas e de cunha mais explicativo sobre todos os aspectos do movimento sindical.
Após a atividade da manhã o grupo se reuniu para o almoço e após 2 horas
seguimos para a próxima atividade que foi realizada no campo de futebol do local. Após
forma-se um círculo o grupo foi divido em dois, entre viventes e facilitadores após, esse
momento deu se inicio o jogo. O jogo foi divido em três etapas: jogar de forma
tradicional, em trio e em grupo quem se organizou dessa forma foi os viventes. Ao final
do jogo os facilitadores explicaram o porquê da atividade ser realizada com aquela
estrutura. O principal objetivo foi para falar de como toda uma estrutura opressora
acarreta diretamente no funcionamento do SUS.
De forma geral a atividade foi produtiva e possibilitou um olhar mais atento
sobre a importância de se unir para alcançar uma determinada causa.
Com base na vivência do dia o grupo se reuniu para fazer o relatório diário. Em
geral um grupo são indivíduos reunidos que compartilham de objetivos em comum. A
roda de conversa em pequenos grupos é o momento de compartilha um olhar voltado
para um problema comum de todos a partir de uma consciência social.
O relatório diário é produzido através de falas coletivas sobre e experiência de
vivenciar o local visitado. Considero como um dos momentos de maior importância do
dia, pois, foi possível ouvir sobre o que cada vivente sentiu sobre a atividade. No geral a
discussão ocorreu de forma organizada e positiva.
E por fim, a ultima atividade da noite trouxe a participação de uma das
integrantes da Frente Goiana contra a privatização que expôs todo o processo de como
esta acontecendo e como as OSs ( Organizações sociais) estão privatizando os serviços
de saúde publica.
Acredito que conhecimento é transformador e, cada nova experiência s
participando desses momentos de vivência me faz querer cada dia mais está dentro da
saúde publica. Pontuo que as falas que causam desmotivação me fazem a cada momento
sentir mais anseio em busca de mudança. Uma das frases do dia que me mais me
marcou foi “Na luta é que a gente consegue se fortalecer.”
Relato dia 20/02/2016
Hoje uma das primeiras atividades realizadas foi o teatro do oprimido. Começou
pelo aquecimento e logo após teve início. O teatro do oprimido consistiu na vivência de
uma experiência que um companheiro de grupo de sentiu na pele.
Retratamos uma cena em que dois colegas vivenciavam os padrões eurocêntricos
imposto pela sociedade. A cena proposta teve espaço a retratação de um salão onde
cabeleireiros submeteram os clientes a passar por um processo de alisamento.
Cada grupo realizou uma apresentação que retratava uma situação de opressão
que algum dos participantes tinha vivenciado. Após a apresentação foi montada a roda
de conversa onde houve as discussões e reflexões sobre cada cena.
De forma geral avalio a experiência como positiva, foi um momento onde os
vínculos foram fortalecidos e discussões de cunho relevantes foram feitas. É de grande
importância discussões de temas que o profissional de saúde vai vivenciar na sua prática
diária. Neste sentido, o contato com o outro é uma forma de contribuição para a prática
cotidiana que o profissional vai encontrar na área da saúde.
Ao final do dia o grupo se reuniu para fazer o relatório diário. Esse momento é
onde as impressões de cada vivente são posta no grupo, assim ocorrendo uma reflexão
individual e coletiva.
De forma geral as discussões ocorreram de forma positiva, mas é sempre
importante está atento a fala do outro, pois as experiências de cada sujeito são vividas
de forma subjetiva e isso pode causar certos desconfortos dentro de um grupo com
identidades tão diferentes.
O cine SUS foi a ultima atividade da noite, os filmes apresentados estavam
voltados para a saúde mental, foi apresentado Estamira um filme produzido no Brasil e
que conta as vivencias de uma senhora que trabalha em um aterro sanitário e que possui
alguns distúrbios mentais.
21/02/2016
Hoje, vivenciamos a realidade do MST (Movimento dos Trabalhadores) sem
Terra). O local fica localizado em Corumbá- GO. Antes de chegamos recebemos
algumas orientações para realizarmos a visita de forma tranquila para todos.
Quando chegamos fomos encaminhados para a plenária que é o local onde todos
do movimento se reúnem para reuniões que ocorrem.
Nesse espaço houve a
apresentação de cada um dos presentes nos locais. Cada membro que esta a frente de um
grupo dentro do assentamento se apresentou relatando o nome do grupo do qual faz
parte e contando um pouco o porquê está no movimento e seus objetivos enquanto
assentados.
Ficou definido que na parte da tarde os grupos de viventes composto por 10
pessoas iriam acompanhar um grupo dentro do acampamento.
A saúde é um direito garantindo pela lei, é de grande importância que o
profissional de saúde saiba atuar com qualquer sujeito, que ele tenha um olhar ampliado
para o processo do acesso a saúde da população.
Seria de extrema importância que uma equipe multiprofissional realizasse um
trabalho no acampamento, pois, não há um trabalho no âmbito da saúde que assista essa
população.
Sinto que há um descaso com essa população, as condições sanitárias são
precárias e não há saneamento básico.
22/02/16
UBS JARDINS DOS YPÊS
Hoje, a vivência foi na UBS localizada em Aparecida de Goiânia. A unidade
básica é localizada em uma área afastada e estruturalmente falando é pequena e
aparentemente, não tem acessibilidade para atender pacientes com algum tipo de
deficiência.
Na entrada da unidade estão colados três cartazes referentes a programas de
saúde como, a saúde da mulher, saúde não tem preço e saúde mais perto de você. No
horário que estávamos presente poucos usuários estavam no local. Quem nos recebeu
foi a enfermeira do local que exerce também o papel da gestão.
A equipe é formada por um médico que este associado ao programa mais
médico, quatro agente, um profissional do serviço geral e um técnico. Atualmente
atende cerca de 500 famílias cadastradas. Não tem o apoio do NASF (Núcleo de
Atendimento a Saúde da Família), mas consta com o serviço de uma farmacêutica.
São realizadas cerca de 10 consultas pela manha e 8 a tarde, a unidade faz
trabalhos com grupos, mas a adesão não é grande. A gestora nos apresentou a foto do
território que a unidade abrange, nos falou sobre o E-SUS que está relacionado ao
preenchimento do prontuário eletrônico.
A equipe trabalha realizando visitas
domiciliares ás sextas feiras.
De forma geral, a unidade deixa muito a deseja, pois é uma área mal localizada,
não tem medico todos os dias, não têm internet que é uma condição de trabalho
totalmente inviável, pois todos os serviços que necessitam de internet são realizados na
secretaria.
E com relação ao básico do serviço falta muita coisa, por exemplo o calendário
da farmácia estava atrasado os medicamentos estão quase acabando, não um programa
voltado para a saúde do homem a não ser o novembro azul.
É necessário que o serviço de saúde proposto alcance as pessoas de forma plena e com
qualidade e principalmente que o essencial para a saúde não falte e que alcance a todos.
COLINA AZUL (CENTRO DE ATENDIMENTO A SAÚDE).
Através desses dias ouvindo e vendo a realidade do SUS eu sinto medo, mas me
sinto determinada, eu vejo uma serie de pessoas desamparadas, mas vejo nessas pessoas
vontade e é isso que me motiva a seguir em frente.
Chegar a um local que deveria ser um ambiente acolhedor e encontra pessoas em
uma imensa fila, debaixo de um sol escaldante e esperando para receber um
atendimento é desaminador. Essa foi á realidade que encontramos hoje na segunda
visita desse dia.
Chegamos ao local e formos recebidos por uma técnica que propôs nos
apresentar o CAIS COLINA AZUL (CENTRO DE ATENDIMENTO A SAÚDE). O
local faz o serviço ambulatorial e de urgência e emergência. O ambiente é sufocante não
consta com recepção adequada para receber os pacientes, a infra-estrutura do local
sendo péssima.
Pela fala da gestora percebe-se que ela não tem o menor preparo ou
conhecimentos que realmente é necessário para exercer a função dentro da área da
saúde.
Ao longo da visita a conversa com alguns dos funcionários foi acontecendo e em
algumas falas a gente percebe que é um processo de degradação do interesse pelo
serviço, isso devido ás falhas tão gritantes que o sistema de saúde sofre diariamente.
23/02/16
Objetivos
Conhecer o serviço da UBS DEL FIORI localizada em Aparecida de Goiânia.
A unidade é bem estruturada e organizada havendo consultório de enfermagem,
sala de vacina, curativo. Quem nos recebeu foi a enfermeira responsável que nos
apresentou o ambiente e depois nos reunimos para discutir questões relacionadas ao
funcionamento da unidade.
A equipe da unidade é formada por três equipes que atende setores na
proximidade essas equipes sendo do PSF (Programa Saúde da Família). Todos os
profissionais utilizam a ficha do ESUS (REFERENCIA) e cada equipe é responsável as
consultas são agendadas por tele consulta e agendamento. A unidade tem a cobertura do
NASF ( NÚCLEO DE ATENÇÃO A SAÚDE DA FAMÍLIA) a equipe realizando um
trabalho de parceria com a unidade funcionado no sistema de agendamento.
Um dos grandes problemas encontrado durante todos os dias de vivencias é que
há uma grande deficiência na equipe de saúde bucal, ou seja, as unidades de saúde não
contam com o serviço odontológico, na UBS visitada todas as emergências
odontológicos sendo encaminhadas para os CAIS da região de Aparecida de Goiânia
(Centro de Atenção a Saúde)
Outro fator, é a saúde do homem, apesar de ser uma questão histórica e
construída socialmente através de uma cultura patriarcal parece não haver uma busca
por mais mobilização para levar essa população a ter acesso a prevenção e promoção de
saúde. A unidade faz educação continuada dentro dos grupos que são realizados na
unidade.
A segunda visita teve como objetivo conhecer o serviço prestado pelo CAPS BEM ME
QUE (Centro de Atendimento Psicossocial)
O local de vivencia foi o CAPS Bem Que. É um CAPS voltado para os
transtornos graves. A demanda do local é aberta, ou seja, recebe qualquer demanda, mas
isso não que dizer que o paciente será tratado na unidade, pois é um CAPS voltado para
transtornos mentais graves.
Todos os trabalhos realizados envolvem a busca pela reiteração social, trabalha
autonomia e trabalho com o cuidado diário do dia a dia. O serviço oferece três formas
de tratamento, semi intensivo, intensivo e noturno, no turno noturno o paciente pode
ficar até 14 dias evitando assim o sistema de institucionalização.
A equipe consta com psicólogos, farmacêuticos, educador físico, fonodiólogo,
musicoteraupa. Trabalha com a família, pois a família é a estrutura básica de vida do
usuário, assim trabalhando toda a rede do paciente.
É um CAPS para uma grande quantidade de pessoas. O ambulatório é feito fora
do local.
Seria essencial o investimento na saúde mental, só assim, o serviço pode ser
ampliado atendendo a todos que precisam do serviço de forma abrangente.
O serviço do CAPS é um modelo substitutivo das praticas de institucionalização.
Através das falas das profissionais percebe-se a busca por conseguir manter um serviço
que compreenda o sujeito em toda sua singularidade e subjetividade.
24/02/16
Objetivos
Conhecer o serviço oferecido pelo CAPS i
A gestora explicou que na unidade atende 0 a 18 anos e faz atendimento de
transtorno graves. É atendido o paciente que teve o primeiro surto psicótico, autista,
depressões. O objetivo do CAPS infantil é fazer a socialização dessas crianças atendida,
ou seja, que esteja na escola e fazendo alguma outra atividade, assim não mantendo a
criança por muito tempo na unidade e realizando um trabalho que visa integrá-la no
meio social.
A equipe é composta por fonodiólogos, psicólogos, arte terapeuta, educador musical,
pedagoga, assistente social.
O CAPS é um serviço substitutivo do hospital psiquiátrico. A unidade é porta
aberta dentro do publico alvo. Os serviços oferecidos são essenciais para inserção da
criança no meio social, para que o seu desenvolvimento ocorra envolvendo aspectos de
toda uma sociedade.
É de extrema importância que esse serviço tenha uma equipe preparada para
lidar com a saúde mental, pois, é uma área que exige muito mais que técnica, mas sim
uma forma humanizadora de cuidado.
UNIDADE DE ACOLHIMENTO INFANTIL
CAPS AD I 3
Chegamos ao local e fomos recebidos por uma enfermeira que nos encaminhou a
área de lazer para que pudéssemos conversar sobre o serviço oferecido. O local é uma
chácara e apresenta um espaço amplo e bem arejado.
A equipe é composta por assistente social, farmacêutico, enfermeiros técnicos.
No momento que chegamos estava acontecendo um trabalho de grupos que trabalha
com redução de danos. A porta da unidade é aberta durante 24 horas.
Com relação a necessidades de profissionais, a enfermeiro relatou que seria
necessário para trabalhar com os adolescentes um educador físico, pois são jovens que
estão em fase de desenvolvimento e precisam gastar energia. O terapeuta ocupacional
também foi citado com sendo essencial para realização do trabalho com os jovens.
Os adolescentes em abstinência fazem o uso de medicação, realizam trabalham
em grupos, os adolescentes do intensivo ficam por 14 dias.
Com relação a forma como os adolescente são tratados, não é o ideal, pois para
se fazer um trabalho abrangente é necessário da voz ao sujeito, e pelo que foi colocada
esse adolescente não pode se expressar, ou sobre sua vida, ou sobre as drogas, ou sobre
os crimes, ou sobre a rua, sobre as perdas e sofrimentos
Acredito que um trabalho com bons resultados precisa ter como ator principal o
sujeito, a voz desse sujeito, os sentimentos, os medos e afins, não se pode simplesmente
não falar sobre o “passado”.
Evitar o passado, os erros não é solução, pois esses adolescentes em algum
momento vão estar no meio social e é preciso orientação, prevenção e só é possível se
de espaço, se conversar, se houver espaço para ser ouvindo, a orientação acontece a
partir da escuta. Pontuo esse momento, pois em uma das falas da enfermeira ela relatou
que os profissionais evitam falar sobre a vida deles lá fora, sobre o que aconteceu e todo
o contexto que esse individuo vivenciou antes de esta nessa unidade.
Acredito que é de grande importância a realização desse trabalho, pois atende
um publico especifico que realiza um trabalho voltado para as necessidades do
adolescente, mas algumas modificações poderiam ser realizadas, principalmente não
área na forma que as regras são imposta e no âmbito do trabalho de escuta, alem de
alguns outros fatores.
“Vivemos esperando o dia em que seremos melhores
Melhores no amor
Melhores na dor
Melhores em tudo”
CONSULTORIO DE RUA
Um dos trabalhos mais incríveis que já presencie na área da saúde. É muito
humano, muito acolhedor é transformador.
Nessa visita acompanhamos a enfermeira e alguns agentes sociais que estavam
escalados para realizar do trabalha na rota diária.
O trabalho da equipe perpassa por, tirar documento, encaminhar o paciente a
unidade de saúde, encaminhar para a casa de acolhida dentre outros. A equipe
percorreu espaços de vulnerabilidade onde a população de rua esta localizada, onde
deixou água, preservativos, fizeram curativos e orientações quanto a necessidade de
outros serviços.
É de grande importância que esse serviço seja realizado atendo as pessoas em
estado de vulnerabilidade social, fazendo desde pequenos curativos a orientações que
visam o bem esta deles.
A estrutura de trabalho é ruim, não condiz com as necessidades que a equipe
vivencia o transporte não comporta a equipe de maneira confortável para que estes
consigam levar todos os materiais a serem distribuídos.
Sair em um cobi em um sol escaldante e percorrer distâncias enormes não é pra
qualquer um é para quem realmente tem amor pelo que faz. Observei durante todos os
momentos que ficamos com essas pessoas o quantos elas são marginalizadas, são
olhares que não entendem o que essas pessoas estão passando em situação de rua.
Senti-me perdida, extasiada e triste por me deparar com uma realidade tão cruel
que a população de rua vivencia, mas me senti motivada por ver tanta dedicação que
alguns profissionais têm, no intuito de levar um pouco de cuidado a essas pessoas e
realizando um atendimento feito de forma tão acolhedor. .
O serviço de consultório de rua me mostrou muito mais do que eu esperava, me
mostrou a garra, a vontade de levar saúde, atenção, orientação a quem precisa de uma
forma gritante não somente de saúde, mas de tudo que é necessário para viver
dignamente.
O contexto da população de rua é muito maior do que esses indivíduos estarem
na rua, mas perpassa por uma causa social, familiar e subjetiva de cada sujeito.
SAÚDE, UM DIREITO DE TODOS.
25/02/2016
Local: Hospital Psiquiátrico Wassily Chuck
Objetivos: Conhecer o modo de funcionamento do local.
A estrutura do local é grande, mas é totalmente opressora, não há um espaço de
acolhida que receba a família e usuários de forma humanizada. Os funcionários ficam
atrás de grandes, o que remete o aspecto do ambiente a um sistema prisional, há muitas
salas abarrotadas de papeis, os leitos são pequenos o pátio do local é um espaço grande
e mal estruturado, há um espaço que lembra uma quadra, onde alguns usuários estavam
deitados em cima de colchonetes, nesse espaço havia algumas pessoas sentadas em
pequenos grupos, mas não chegamos, a saber, que tipo de atividade estava sendo
realizada.
Tive o contato bem rápido com alguns usuários do local que estavam fortemente
contidos e dopados pela quantidade de remédios, foi o momento mais doloroso de
presenciar, me sentir vivenciado uma realidade hospitalocentrica . Foi o momento de
pensar em como a rede de saúde mental está trabalhando, em como toda uma luta está
sendo jogada no lixo, é um processo desumanizador de tratamento. Vi um homem preso
em uma sala gritando por uma enfermeira e ninguém apareceu.
Sobre essa visita só ficou o sentimento de indignação, revolta, medo e dor. É
desumano é sufocante ver um sistema tão abusivo, um lugar onde o sujeito não tem voz,
a subjetividade não tem espaço onde só o sintoma é visto não havendo espaço para um
individuo singular.
É um local onde o modelo asilar de tratamento permanece. É necessário que os
equipamentos criados para atender pessoas que possuem alguns transtornos psíquicos
funcionem de forma ampla e que as demandas sejam atendidas e principalmente que o
investimento financeiro seja feito.
É nesse sentido que o planejamento em saúde deve ser feito de forma articulada para
abranger a todos e que os princípios da reforma psiquiátrica não fiquem apenas no
papel.
É uma pena que o serviço de saúde mental é tão negligenciado
MATERNIDADE MARLENE TEIXEIRA
Objetivos: conhecer o funcionamento do local e como os serviços é oferecido á
população.
A local esta sendo reestruturado e atualmente apresenta um espaço
demasiadamente pequeno. A primeira vez que o paciente é atendido é através do
agendamento por telefone e após é através da demanda espontânea.
A maior parte dos funcionários são concursados, mas havendo cargos
comissionados. Possui atendimento porta aberta para o teste do pezinho, olhinho e da
mamãe. Faz apenas o serviço ambulatorial e por semana são feito cerca de 500
atendimentos.
É de extrema importância que a unidade seja ampliada, mas, ainda não será o
suficiente, pois, a estrutura não é ampla que vai refletir em numero de leitos na unidade,
e com certeza não será o suficiente para o atendimento da população.
É necessário pensar uma logística que acolha a quantidade de demandas que a
unidade recebe, não é possível fazer um atendimento de qualidade se nem ao menos é
pensado uma estrutura de espaço que consiga abranger a população.
ESCOLA MUNICIPAL DE SAÚDE PUBLICA
Quem nos recebeu no local foi uma profissional da área da enfermagem e
funcionários da ouvidoria do serviço de saúde da região.
O principal serviço oferecido pela escola é a educação continuada em AD. É um
serviço que vai capacitar o profissional, ou seja, ele vai ter a possibilidade de continuar
se aperfeiçoando na área. Os profissionais convocados são os que estão dentro da
secretaria de saúde e todo o curso é realizado no horário de serviço.
É de grande importância que haja um serviço nesse âmbito, pois capacita o
profissional levar informações a população. Um dos serviços que nos foi exemplificado
é a orientação que agentes sanitários levam aos profissionais de açougues e salões de
cabeleireiro.
Mas, a escola poderia ter um serviço mais acessível á população havendo um
serviço que não atendesse somente a profissionais ligados a secretaria de saúde.
DIA 26/03/2016
Local: HOSPITAL DE MEDICINA ALTERNATIVA
Chegamos ao local e fomos recebidos pela enfermeira que estava no local e foi a
encarregada de nos apresentar o local. O local foi construído há 25 anos por iniciativa
de um grupo de indianos que focavam mais no tratamento natural.
Trabalham somente com técnicas alternativas como acupuntura e a equipe de
profissionais é formada por psicólogos, fisioterapeuta, ventose terapia. Todos os
profissionais da unidade já tiveram contato com a comunidade, ou seja, como o
conhecimento popular.
O primeiro local que conhecemos foi o local onde se localiza a unidade de
atendimento.
Quem nos apresentou como funciona a instituição foi uma das enfermeiras que
trabalha no local. Um dos primeiros espaços que foi nos apresentados foi a fototerapia
que é o local onde há a plantação de ervas medicinais como babosa, hortelã, cavalinha,
dente de leão entre outras. O local tem farmácia homeopática e o trabalho da equipe
não visa em torno da cura, mas de preservar a saúde.
Para ser atendido na unidade tem que ser encaminhado e as demandas
espontâneas são feita somente se um do paciente da lista tiver faltado a consulta, mas o
paciente pode requisitar
Ao longo de toda a fala da coordenadora a discussão girou em torno do
tratamento e como ocorre todo o processo, faltou mais informações relacionada a gestão
do local, explicações mais consistentes e informativas.
O auxilio ao paciente que esta enfrentando algum processo de adoecimento é
importante em diversos fatores, se isso tem impacto para ele, se de alguma forma auxilia
no tratamento é necessário respeitar esse espaço do sujeito.
Seria de grande relevância olhar para esse espaço como uma forma de tratamento do
sujeito, mas não de forma superficial e sim fazendo investimento na área, pois é um
local que funciona que atende a população que traz suas demandas. É que bom que o
SUS proporciona o atendimento em um hospital especializado em saúde com praticas
alternativa.
III SEMINÁRIOS POVOS DE RUA: POLÍTICAS PÚBLICAS
POPULAÇÃO DE RUA EM UMA PESPECTIVA INTERSETORIAL
PARA
O local onde foi realizado o seminário foi na Câmera Municipal de Goiânia.
Estavam presentes pessoas que estão de alguma forma associadas a movimentos da
população de rua.
O primeiro levantamento feito foi sobre as equipes de consultórios de ruas há
cerca de cento e vinte e uma equipes de rua, o que mais atende são os problemas de
álcool e outras drogas, problemas psíquicos e hipertensão arterial.
Houve momentos incríveis durante esse seminário, e um dos mais marcantes é
sobre ouvir essa população, da voz a ela, e parar de apenas fazerem grandes discussões
que não levam a lugar algum. Por exemplo, a necessidade das discussões entre as áreas,
ou seja, saúde e trabalho e assistência.
Ouvir as demandas da população de rua, sentar e escutar o que as pessoas têm a
dizer, do que elas precisam, de escutar suas dores e perdas. Pontuo de forma extremante
relevante a questão do plano de ação com a própria população e da importância de
realizar um trabalho que atenda a necessidade de cada um, pois cada sujeito é único e
precisa ser diferenciado. É necessário políticas publicas que vão abranger essa
população, e que suas vozes sejam ouvidas e que se construa através da troca
, pois ninguém deve ser privado do direito de viver dignamente.
Durante o evento foi apresentados dados que não coube no momento, pois não
faz sentido falar em consultório na rua e não falar da realidade do estado de Goiás, mas
sim foram dados gerais.
O seminário de forma geral é relevante, mas faltou ouvi a POPULAÇÃO QUE
ESTÁ NA RUA. Foi colocado pessoas para falar sobre o que acham que essas pessoas
precisam, mas é necessário ter o contato direto com o principal ator da causa, ouvir
sobre o que eles precisam e tentar construir juntos. No entanto é fundamental que
movimentos em prol de pessoas que estão em situação de vulnerabilidade continuem na
luta, empenhados por mudanças e que através desse processo possam-se alcançar
políticas que de assistência a todos.
DIA 27/02/2016
Início da avaliação de vivência
Pela manha a proposto resumiu-se a construção do relatório final, que abrangeu as
informações de todos os dias das visitas através da perspectiva de cada grupo. E deu-se
inicio a avaliação, a primeira parte referiu-se a estrutura física do espaço.
Com relação a estrutura dos quartos alguns comentários foram feito em âmbito
de limpeza, má qualidade dos colchões e a falta de ventilação e os banheiros eram
poucos para a quantidades de pessoas.
A continuação da avaliação do dias de vivencias abrangeu o convívio a
discussões e as visitas as instituições.
Avalio de forma extremante significativa minha experiência no VER-SUS GO
2016. Entrei no projeto com um monte de expectativas, e essas aos longos dos dias
foram todas alcançadas, tanto no âmbito de viver com 60 pessoas de diferentes
ideologias, de diferentes identidades como o conhecer as redes de saúde de Aparecida
de Goiânia e Goiânia.
Na parte da tarde a roda de discussão girou em torno do tema Educação Popular
e Práticas Integrativas.
Não existe saber mais, não existe saber menos. O conhecimento popular é
grandioso e é preciso a pratica da medicina tradicional trabalhar em conjunto com o
conhecimento popular.
A conversa da tarde girou em volta da pratica de saúde popular, e como os
usuários utilizam de conhecimentos que aprenderam da natureza para utilizar
DIA 28/02/16
Fechamento
Acreditar, buscar, criar, gostar, aceitar, humanizar, cuidar e lutar são essas
algumas palavras que mais me fazem refletir sobre os 11 dias de vivência do VERSUS 2016. Ao longo dos dias oi processo de conhecer o SUS na integra me modificou,
me fez acreditar mais e mais na saúde, me fez refletir sobre como nossas relações são
construídas, de como perpassa nosso olhar sobre o outro.
De forma geral, avalio essa experiência como um divisor de águas na minha
vida. Faz-me questionar que profissionais são esses que estão sendo formado na
universidade, que agente trabalhador da saúde é esse que esta e vai trabalhar para a
população, quem é essa população, essa comunidade que utiliza o serviço, e como levar
saúde de qualidade as pessoas?
São perguntas que não encontramos repostas taxativas, mas são perguntas que
requerem reflexão e muito alem da reflexão, são perguntas que precisam ser
respondidas mesmo que, as respostas não sejam exatas, mas há a necessidade de tentar
chegar a algum lugar.
É preciso vontade, é preciso luta é preciso disposição e principalmente é preciso
amor para ir à busca do que gosta, do que respeita e principalmente do acredita. O SUS
é um projeto incrível, é um projeto transformador e que precisa ser defendido e mantido
para atender a todos.
CONHECIMENTO É TRANSFORMADOR.
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