RELATO DE VIVÊNCIA DATA 18/02/2016 Uma das primeiras atividades teve como objetivo apresentar gestores de Aparecida de Goiânia e Goiânia aos viventes no intuito relatar como funcionam as redes de atendimento das localidades. O objetivo foi apresentar algumas questões de maior importância para que quando os viventes visitarem os locais já ter uma perspectiva de funcionamento. Em seguida ocorreu uma atividade onde o grupo foi reunido no intuito de da inicio a separação dos pequenos grupos nos quais iremos trabalhar durante os 10 dias de vivência. Acredito que a separação foi feita de forma satisfatória. O grupo foi solicitado a ficar com os olhos fechados a partir da aí alguém da comissão ia a cada um dos viventes e colocava uma inicial de uma letra, enquanto alguém lia algumas informações relevantes sobre uma determinada pessoa que teve um papel histórico e social dentro da sociedade brasileira. Após esse momento os pequenos grupos foram separados, cada grupo contando com 10 participantes. Um facilitador explicou algumas coisas de forma simplificada, dando ênfase o porquê da escolha do nome do grupo. 3 ° atividade A terceira atividade foi marcada para as 20h00min horas e teve como intuito a apresentação e discussão sobre as tarefas diárias e como cada grupo irá realizar sua parte. Consistiu da apresentação dos horários de funcionamento do local e como seria a organização durante a vivência Por ultimo foi sorteado o amigo anjo, essa brincadeira consiste em ser um amigo que cuida do outro durante a semana da vivência através de pequenos gestos. Dia 19/02/2016 A primeira atividade do dia foi a visita ao Sindicato dos Trabalhadores do sistema único de saúde do estado de Goiás SINDSAÚDE-GO. Chegamos ao local e quem nos recebeu foi a secretária geral, que nos convidou a participar de uma caminhada como uma forma de conhecer o local. A estrutura física do local e composta por área de lazer, área de campi, parte administrativa alem do local onde aconteceu a reunião. No inicio foi nos apresentado alguns integrantes do movimento sindical como, por exemplo, o secretário geral do Sintégo, o presidente do sindicato de nutricionistas de Goiás, integrante do conselho regional de serviço social e da previdência social. Os integrantes falaram sobre a importância da participação dos militantes contra a privatização da saúde, da luta pela reforma agrária, da importância de manter os espaços de políticas e lutas sociais. Acredito que algumas falas deixaram a desejar, poderia ter sido bem mais sólidas e de cunha mais explicativo sobre todos os aspectos do movimento sindical. Após a atividade da manhã o grupo se reuniu para o almoço e após 2 horas seguimos para a próxima atividade que foi realizada no campo de futebol do local. Após forma-se um círculo o grupo foi divido em dois, entre viventes e facilitadores após, esse momento deu se inicio o jogo. O jogo foi divido em três etapas: jogar de forma tradicional, em trio e em grupo quem se organizou dessa forma foi os viventes. Ao final do jogo os facilitadores explicaram o porquê da atividade ser realizada com aquela estrutura. O principal objetivo foi para falar de como toda uma estrutura opressora acarreta diretamente no funcionamento do SUS. De forma geral a atividade foi produtiva e possibilitou um olhar mais atento sobre a importância de se unir para alcançar uma determinada causa. Com base na vivência do dia o grupo se reuniu para fazer o relatório diário. Em geral um grupo são indivíduos reunidos que compartilham de objetivos em comum. A roda de conversa em pequenos grupos é o momento de compartilha um olhar voltado para um problema comum de todos a partir de uma consciência social. O relatório diário é produzido através de falas coletivas sobre e experiência de vivenciar o local visitado. Considero como um dos momentos de maior importância do dia, pois, foi possível ouvir sobre o que cada vivente sentiu sobre a atividade. No geral a discussão ocorreu de forma organizada e positiva. E por fim, a ultima atividade da noite trouxe a participação de uma das integrantes da Frente Goiana contra a privatização que expôs todo o processo de como esta acontecendo e como as OSs ( Organizações sociais) estão privatizando os serviços de saúde publica. Acredito que conhecimento é transformador e, cada nova experiência s participando desses momentos de vivência me faz querer cada dia mais está dentro da saúde publica. Pontuo que as falas que causam desmotivação me fazem a cada momento sentir mais anseio em busca de mudança. Uma das frases do dia que me mais me marcou foi “Na luta é que a gente consegue se fortalecer.” Relato dia 20/02/2016 Hoje uma das primeiras atividades realizadas foi o teatro do oprimido. Começou pelo aquecimento e logo após teve início. O teatro do oprimido consistiu na vivência de uma experiência que um companheiro de grupo de sentiu na pele. Retratamos uma cena em que dois colegas vivenciavam os padrões eurocêntricos imposto pela sociedade. A cena proposta teve espaço a retratação de um salão onde cabeleireiros submeteram os clientes a passar por um processo de alisamento. Cada grupo realizou uma apresentação que retratava uma situação de opressão que algum dos participantes tinha vivenciado. Após a apresentação foi montada a roda de conversa onde houve as discussões e reflexões sobre cada cena. De forma geral avalio a experiência como positiva, foi um momento onde os vínculos foram fortalecidos e discussões de cunho relevantes foram feitas. É de grande importância discussões de temas que o profissional de saúde vai vivenciar na sua prática diária. Neste sentido, o contato com o outro é uma forma de contribuição para a prática cotidiana que o profissional vai encontrar na área da saúde. Ao final do dia o grupo se reuniu para fazer o relatório diário. Esse momento é onde as impressões de cada vivente são posta no grupo, assim ocorrendo uma reflexão individual e coletiva. De forma geral as discussões ocorreram de forma positiva, mas é sempre importante está atento a fala do outro, pois as experiências de cada sujeito são vividas de forma subjetiva e isso pode causar certos desconfortos dentro de um grupo com identidades tão diferentes. O cine SUS foi a ultima atividade da noite, os filmes apresentados estavam voltados para a saúde mental, foi apresentado Estamira um filme produzido no Brasil e que conta as vivencias de uma senhora que trabalha em um aterro sanitário e que possui alguns distúrbios mentais. 21/02/2016 Hoje, vivenciamos a realidade do MST (Movimento dos Trabalhadores) sem Terra). O local fica localizado em Corumbá- GO. Antes de chegamos recebemos algumas orientações para realizarmos a visita de forma tranquila para todos. Quando chegamos fomos encaminhados para a plenária que é o local onde todos do movimento se reúnem para reuniões que ocorrem. Nesse espaço houve a apresentação de cada um dos presentes nos locais. Cada membro que esta a frente de um grupo dentro do assentamento se apresentou relatando o nome do grupo do qual faz parte e contando um pouco o porquê está no movimento e seus objetivos enquanto assentados. Ficou definido que na parte da tarde os grupos de viventes composto por 10 pessoas iriam acompanhar um grupo dentro do acampamento. A saúde é um direito garantindo pela lei, é de grande importância que o profissional de saúde saiba atuar com qualquer sujeito, que ele tenha um olhar ampliado para o processo do acesso a saúde da população. Seria de extrema importância que uma equipe multiprofissional realizasse um trabalho no acampamento, pois, não há um trabalho no âmbito da saúde que assista essa população. Sinto que há um descaso com essa população, as condições sanitárias são precárias e não há saneamento básico. 22/02/16 UBS JARDINS DOS YPÊS Hoje, a vivência foi na UBS localizada em Aparecida de Goiânia. A unidade básica é localizada em uma área afastada e estruturalmente falando é pequena e aparentemente, não tem acessibilidade para atender pacientes com algum tipo de deficiência. Na entrada da unidade estão colados três cartazes referentes a programas de saúde como, a saúde da mulher, saúde não tem preço e saúde mais perto de você. No horário que estávamos presente poucos usuários estavam no local. Quem nos recebeu foi a enfermeira do local que exerce também o papel da gestão. A equipe é formada por um médico que este associado ao programa mais médico, quatro agente, um profissional do serviço geral e um técnico. Atualmente atende cerca de 500 famílias cadastradas. Não tem o apoio do NASF (Núcleo de Atendimento a Saúde da Família), mas consta com o serviço de uma farmacêutica. São realizadas cerca de 10 consultas pela manha e 8 a tarde, a unidade faz trabalhos com grupos, mas a adesão não é grande. A gestora nos apresentou a foto do território que a unidade abrange, nos falou sobre o E-SUS que está relacionado ao preenchimento do prontuário eletrônico. A equipe trabalha realizando visitas domiciliares ás sextas feiras. De forma geral, a unidade deixa muito a deseja, pois é uma área mal localizada, não tem medico todos os dias, não têm internet que é uma condição de trabalho totalmente inviável, pois todos os serviços que necessitam de internet são realizados na secretaria. E com relação ao básico do serviço falta muita coisa, por exemplo o calendário da farmácia estava atrasado os medicamentos estão quase acabando, não um programa voltado para a saúde do homem a não ser o novembro azul. É necessário que o serviço de saúde proposto alcance as pessoas de forma plena e com qualidade e principalmente que o essencial para a saúde não falte e que alcance a todos. COLINA AZUL (CENTRO DE ATENDIMENTO A SAÚDE). Através desses dias ouvindo e vendo a realidade do SUS eu sinto medo, mas me sinto determinada, eu vejo uma serie de pessoas desamparadas, mas vejo nessas pessoas vontade e é isso que me motiva a seguir em frente. Chegar a um local que deveria ser um ambiente acolhedor e encontra pessoas em uma imensa fila, debaixo de um sol escaldante e esperando para receber um atendimento é desaminador. Essa foi á realidade que encontramos hoje na segunda visita desse dia. Chegamos ao local e formos recebidos por uma técnica que propôs nos apresentar o CAIS COLINA AZUL (CENTRO DE ATENDIMENTO A SAÚDE). O local faz o serviço ambulatorial e de urgência e emergência. O ambiente é sufocante não consta com recepção adequada para receber os pacientes, a infra-estrutura do local sendo péssima. Pela fala da gestora percebe-se que ela não tem o menor preparo ou conhecimentos que realmente é necessário para exercer a função dentro da área da saúde. Ao longo da visita a conversa com alguns dos funcionários foi acontecendo e em algumas falas a gente percebe que é um processo de degradação do interesse pelo serviço, isso devido ás falhas tão gritantes que o sistema de saúde sofre diariamente. 23/02/16 Objetivos Conhecer o serviço da UBS DEL FIORI localizada em Aparecida de Goiânia. A unidade é bem estruturada e organizada havendo consultório de enfermagem, sala de vacina, curativo. Quem nos recebeu foi a enfermeira responsável que nos apresentou o ambiente e depois nos reunimos para discutir questões relacionadas ao funcionamento da unidade. A equipe da unidade é formada por três equipes que atende setores na proximidade essas equipes sendo do PSF (Programa Saúde da Família). Todos os profissionais utilizam a ficha do ESUS (REFERENCIA) e cada equipe é responsável as consultas são agendadas por tele consulta e agendamento. A unidade tem a cobertura do NASF ( NÚCLEO DE ATENÇÃO A SAÚDE DA FAMÍLIA) a equipe realizando um trabalho de parceria com a unidade funcionado no sistema de agendamento. Um dos grandes problemas encontrado durante todos os dias de vivencias é que há uma grande deficiência na equipe de saúde bucal, ou seja, as unidades de saúde não contam com o serviço odontológico, na UBS visitada todas as emergências odontológicos sendo encaminhadas para os CAIS da região de Aparecida de Goiânia (Centro de Atenção a Saúde) Outro fator, é a saúde do homem, apesar de ser uma questão histórica e construída socialmente através de uma cultura patriarcal parece não haver uma busca por mais mobilização para levar essa população a ter acesso a prevenção e promoção de saúde. A unidade faz educação continuada dentro dos grupos que são realizados na unidade. A segunda visita teve como objetivo conhecer o serviço prestado pelo CAPS BEM ME QUE (Centro de Atendimento Psicossocial) O local de vivencia foi o CAPS Bem Que. É um CAPS voltado para os transtornos graves. A demanda do local é aberta, ou seja, recebe qualquer demanda, mas isso não que dizer que o paciente será tratado na unidade, pois é um CAPS voltado para transtornos mentais graves. Todos os trabalhos realizados envolvem a busca pela reiteração social, trabalha autonomia e trabalho com o cuidado diário do dia a dia. O serviço oferece três formas de tratamento, semi intensivo, intensivo e noturno, no turno noturno o paciente pode ficar até 14 dias evitando assim o sistema de institucionalização. A equipe consta com psicólogos, farmacêuticos, educador físico, fonodiólogo, musicoteraupa. Trabalha com a família, pois a família é a estrutura básica de vida do usuário, assim trabalhando toda a rede do paciente. É um CAPS para uma grande quantidade de pessoas. O ambulatório é feito fora do local. Seria essencial o investimento na saúde mental, só assim, o serviço pode ser ampliado atendendo a todos que precisam do serviço de forma abrangente. O serviço do CAPS é um modelo substitutivo das praticas de institucionalização. Através das falas das profissionais percebe-se a busca por conseguir manter um serviço que compreenda o sujeito em toda sua singularidade e subjetividade. 24/02/16 Objetivos Conhecer o serviço oferecido pelo CAPS i A gestora explicou que na unidade atende 0 a 18 anos e faz atendimento de transtorno graves. É atendido o paciente que teve o primeiro surto psicótico, autista, depressões. O objetivo do CAPS infantil é fazer a socialização dessas crianças atendida, ou seja, que esteja na escola e fazendo alguma outra atividade, assim não mantendo a criança por muito tempo na unidade e realizando um trabalho que visa integrá-la no meio social. A equipe é composta por fonodiólogos, psicólogos, arte terapeuta, educador musical, pedagoga, assistente social. O CAPS é um serviço substitutivo do hospital psiquiátrico. A unidade é porta aberta dentro do publico alvo. Os serviços oferecidos são essenciais para inserção da criança no meio social, para que o seu desenvolvimento ocorra envolvendo aspectos de toda uma sociedade. É de extrema importância que esse serviço tenha uma equipe preparada para lidar com a saúde mental, pois, é uma área que exige muito mais que técnica, mas sim uma forma humanizadora de cuidado. UNIDADE DE ACOLHIMENTO INFANTIL CAPS AD I 3 Chegamos ao local e fomos recebidos por uma enfermeira que nos encaminhou a área de lazer para que pudéssemos conversar sobre o serviço oferecido. O local é uma chácara e apresenta um espaço amplo e bem arejado. A equipe é composta por assistente social, farmacêutico, enfermeiros técnicos. No momento que chegamos estava acontecendo um trabalho de grupos que trabalha com redução de danos. A porta da unidade é aberta durante 24 horas. Com relação a necessidades de profissionais, a enfermeiro relatou que seria necessário para trabalhar com os adolescentes um educador físico, pois são jovens que estão em fase de desenvolvimento e precisam gastar energia. O terapeuta ocupacional também foi citado com sendo essencial para realização do trabalho com os jovens. Os adolescentes em abstinência fazem o uso de medicação, realizam trabalham em grupos, os adolescentes do intensivo ficam por 14 dias. Com relação a forma como os adolescente são tratados, não é o ideal, pois para se fazer um trabalho abrangente é necessário da voz ao sujeito, e pelo que foi colocada esse adolescente não pode se expressar, ou sobre sua vida, ou sobre as drogas, ou sobre os crimes, ou sobre a rua, sobre as perdas e sofrimentos Acredito que um trabalho com bons resultados precisa ter como ator principal o sujeito, a voz desse sujeito, os sentimentos, os medos e afins, não se pode simplesmente não falar sobre o “passado”. Evitar o passado, os erros não é solução, pois esses adolescentes em algum momento vão estar no meio social e é preciso orientação, prevenção e só é possível se de espaço, se conversar, se houver espaço para ser ouvindo, a orientação acontece a partir da escuta. Pontuo esse momento, pois em uma das falas da enfermeira ela relatou que os profissionais evitam falar sobre a vida deles lá fora, sobre o que aconteceu e todo o contexto que esse individuo vivenciou antes de esta nessa unidade. Acredito que é de grande importância a realização desse trabalho, pois atende um publico especifico que realiza um trabalho voltado para as necessidades do adolescente, mas algumas modificações poderiam ser realizadas, principalmente não área na forma que as regras são imposta e no âmbito do trabalho de escuta, alem de alguns outros fatores. “Vivemos esperando o dia em que seremos melhores Melhores no amor Melhores na dor Melhores em tudo” CONSULTORIO DE RUA Um dos trabalhos mais incríveis que já presencie na área da saúde. É muito humano, muito acolhedor é transformador. Nessa visita acompanhamos a enfermeira e alguns agentes sociais que estavam escalados para realizar do trabalha na rota diária. O trabalho da equipe perpassa por, tirar documento, encaminhar o paciente a unidade de saúde, encaminhar para a casa de acolhida dentre outros. A equipe percorreu espaços de vulnerabilidade onde a população de rua esta localizada, onde deixou água, preservativos, fizeram curativos e orientações quanto a necessidade de outros serviços. É de grande importância que esse serviço seja realizado atendo as pessoas em estado de vulnerabilidade social, fazendo desde pequenos curativos a orientações que visam o bem esta deles. A estrutura de trabalho é ruim, não condiz com as necessidades que a equipe vivencia o transporte não comporta a equipe de maneira confortável para que estes consigam levar todos os materiais a serem distribuídos. Sair em um cobi em um sol escaldante e percorrer distâncias enormes não é pra qualquer um é para quem realmente tem amor pelo que faz. Observei durante todos os momentos que ficamos com essas pessoas o quantos elas são marginalizadas, são olhares que não entendem o que essas pessoas estão passando em situação de rua. Senti-me perdida, extasiada e triste por me deparar com uma realidade tão cruel que a população de rua vivencia, mas me senti motivada por ver tanta dedicação que alguns profissionais têm, no intuito de levar um pouco de cuidado a essas pessoas e realizando um atendimento feito de forma tão acolhedor. . O serviço de consultório de rua me mostrou muito mais do que eu esperava, me mostrou a garra, a vontade de levar saúde, atenção, orientação a quem precisa de uma forma gritante não somente de saúde, mas de tudo que é necessário para viver dignamente. O contexto da população de rua é muito maior do que esses indivíduos estarem na rua, mas perpassa por uma causa social, familiar e subjetiva de cada sujeito. SAÚDE, UM DIREITO DE TODOS. 25/02/2016 Local: Hospital Psiquiátrico Wassily Chuck Objetivos: Conhecer o modo de funcionamento do local. A estrutura do local é grande, mas é totalmente opressora, não há um espaço de acolhida que receba a família e usuários de forma humanizada. Os funcionários ficam atrás de grandes, o que remete o aspecto do ambiente a um sistema prisional, há muitas salas abarrotadas de papeis, os leitos são pequenos o pátio do local é um espaço grande e mal estruturado, há um espaço que lembra uma quadra, onde alguns usuários estavam deitados em cima de colchonetes, nesse espaço havia algumas pessoas sentadas em pequenos grupos, mas não chegamos, a saber, que tipo de atividade estava sendo realizada. Tive o contato bem rápido com alguns usuários do local que estavam fortemente contidos e dopados pela quantidade de remédios, foi o momento mais doloroso de presenciar, me sentir vivenciado uma realidade hospitalocentrica . Foi o momento de pensar em como a rede de saúde mental está trabalhando, em como toda uma luta está sendo jogada no lixo, é um processo desumanizador de tratamento. Vi um homem preso em uma sala gritando por uma enfermeira e ninguém apareceu. Sobre essa visita só ficou o sentimento de indignação, revolta, medo e dor. É desumano é sufocante ver um sistema tão abusivo, um lugar onde o sujeito não tem voz, a subjetividade não tem espaço onde só o sintoma é visto não havendo espaço para um individuo singular. É um local onde o modelo asilar de tratamento permanece. É necessário que os equipamentos criados para atender pessoas que possuem alguns transtornos psíquicos funcionem de forma ampla e que as demandas sejam atendidas e principalmente que o investimento financeiro seja feito. É nesse sentido que o planejamento em saúde deve ser feito de forma articulada para abranger a todos e que os princípios da reforma psiquiátrica não fiquem apenas no papel. É uma pena que o serviço de saúde mental é tão negligenciado MATERNIDADE MARLENE TEIXEIRA Objetivos: conhecer o funcionamento do local e como os serviços é oferecido á população. A local esta sendo reestruturado e atualmente apresenta um espaço demasiadamente pequeno. A primeira vez que o paciente é atendido é através do agendamento por telefone e após é através da demanda espontânea. A maior parte dos funcionários são concursados, mas havendo cargos comissionados. Possui atendimento porta aberta para o teste do pezinho, olhinho e da mamãe. Faz apenas o serviço ambulatorial e por semana são feito cerca de 500 atendimentos. É de extrema importância que a unidade seja ampliada, mas, ainda não será o suficiente, pois, a estrutura não é ampla que vai refletir em numero de leitos na unidade, e com certeza não será o suficiente para o atendimento da população. É necessário pensar uma logística que acolha a quantidade de demandas que a unidade recebe, não é possível fazer um atendimento de qualidade se nem ao menos é pensado uma estrutura de espaço que consiga abranger a população. ESCOLA MUNICIPAL DE SAÚDE PUBLICA Quem nos recebeu no local foi uma profissional da área da enfermagem e funcionários da ouvidoria do serviço de saúde da região. O principal serviço oferecido pela escola é a educação continuada em AD. É um serviço que vai capacitar o profissional, ou seja, ele vai ter a possibilidade de continuar se aperfeiçoando na área. Os profissionais convocados são os que estão dentro da secretaria de saúde e todo o curso é realizado no horário de serviço. É de grande importância que haja um serviço nesse âmbito, pois capacita o profissional levar informações a população. Um dos serviços que nos foi exemplificado é a orientação que agentes sanitários levam aos profissionais de açougues e salões de cabeleireiro. Mas, a escola poderia ter um serviço mais acessível á população havendo um serviço que não atendesse somente a profissionais ligados a secretaria de saúde. DIA 26/03/2016 Local: HOSPITAL DE MEDICINA ALTERNATIVA Chegamos ao local e fomos recebidos pela enfermeira que estava no local e foi a encarregada de nos apresentar o local. O local foi construído há 25 anos por iniciativa de um grupo de indianos que focavam mais no tratamento natural. Trabalham somente com técnicas alternativas como acupuntura e a equipe de profissionais é formada por psicólogos, fisioterapeuta, ventose terapia. Todos os profissionais da unidade já tiveram contato com a comunidade, ou seja, como o conhecimento popular. O primeiro local que conhecemos foi o local onde se localiza a unidade de atendimento. Quem nos apresentou como funciona a instituição foi uma das enfermeiras que trabalha no local. Um dos primeiros espaços que foi nos apresentados foi a fototerapia que é o local onde há a plantação de ervas medicinais como babosa, hortelã, cavalinha, dente de leão entre outras. O local tem farmácia homeopática e o trabalho da equipe não visa em torno da cura, mas de preservar a saúde. Para ser atendido na unidade tem que ser encaminhado e as demandas espontâneas são feita somente se um do paciente da lista tiver faltado a consulta, mas o paciente pode requisitar Ao longo de toda a fala da coordenadora a discussão girou em torno do tratamento e como ocorre todo o processo, faltou mais informações relacionada a gestão do local, explicações mais consistentes e informativas. O auxilio ao paciente que esta enfrentando algum processo de adoecimento é importante em diversos fatores, se isso tem impacto para ele, se de alguma forma auxilia no tratamento é necessário respeitar esse espaço do sujeito. Seria de grande relevância olhar para esse espaço como uma forma de tratamento do sujeito, mas não de forma superficial e sim fazendo investimento na área, pois é um local que funciona que atende a população que traz suas demandas. É que bom que o SUS proporciona o atendimento em um hospital especializado em saúde com praticas alternativa. III SEMINÁRIOS POVOS DE RUA: POLÍTICAS PÚBLICAS POPULAÇÃO DE RUA EM UMA PESPECTIVA INTERSETORIAL PARA O local onde foi realizado o seminário foi na Câmera Municipal de Goiânia. Estavam presentes pessoas que estão de alguma forma associadas a movimentos da população de rua. O primeiro levantamento feito foi sobre as equipes de consultórios de ruas há cerca de cento e vinte e uma equipes de rua, o que mais atende são os problemas de álcool e outras drogas, problemas psíquicos e hipertensão arterial. Houve momentos incríveis durante esse seminário, e um dos mais marcantes é sobre ouvir essa população, da voz a ela, e parar de apenas fazerem grandes discussões que não levam a lugar algum. Por exemplo, a necessidade das discussões entre as áreas, ou seja, saúde e trabalho e assistência. Ouvir as demandas da população de rua, sentar e escutar o que as pessoas têm a dizer, do que elas precisam, de escutar suas dores e perdas. Pontuo de forma extremante relevante a questão do plano de ação com a própria população e da importância de realizar um trabalho que atenda a necessidade de cada um, pois cada sujeito é único e precisa ser diferenciado. É necessário políticas publicas que vão abranger essa população, e que suas vozes sejam ouvidas e que se construa através da troca , pois ninguém deve ser privado do direito de viver dignamente. Durante o evento foi apresentados dados que não coube no momento, pois não faz sentido falar em consultório na rua e não falar da realidade do estado de Goiás, mas sim foram dados gerais. O seminário de forma geral é relevante, mas faltou ouvi a POPULAÇÃO QUE ESTÁ NA RUA. Foi colocado pessoas para falar sobre o que acham que essas pessoas precisam, mas é necessário ter o contato direto com o principal ator da causa, ouvir sobre o que eles precisam e tentar construir juntos. No entanto é fundamental que movimentos em prol de pessoas que estão em situação de vulnerabilidade continuem na luta, empenhados por mudanças e que através desse processo possam-se alcançar políticas que de assistência a todos. DIA 27/02/2016 Início da avaliação de vivência Pela manha a proposto resumiu-se a construção do relatório final, que abrangeu as informações de todos os dias das visitas através da perspectiva de cada grupo. E deu-se inicio a avaliação, a primeira parte referiu-se a estrutura física do espaço. Com relação a estrutura dos quartos alguns comentários foram feito em âmbito de limpeza, má qualidade dos colchões e a falta de ventilação e os banheiros eram poucos para a quantidades de pessoas. A continuação da avaliação do dias de vivencias abrangeu o convívio a discussões e as visitas as instituições. Avalio de forma extremante significativa minha experiência no VER-SUS GO 2016. Entrei no projeto com um monte de expectativas, e essas aos longos dos dias foram todas alcançadas, tanto no âmbito de viver com 60 pessoas de diferentes ideologias, de diferentes identidades como o conhecer as redes de saúde de Aparecida de Goiânia e Goiânia. Na parte da tarde a roda de discussão girou em torno do tema Educação Popular e Práticas Integrativas. Não existe saber mais, não existe saber menos. O conhecimento popular é grandioso e é preciso a pratica da medicina tradicional trabalhar em conjunto com o conhecimento popular. A conversa da tarde girou em volta da pratica de saúde popular, e como os usuários utilizam de conhecimentos que aprenderam da natureza para utilizar DIA 28/02/16 Fechamento Acreditar, buscar, criar, gostar, aceitar, humanizar, cuidar e lutar são essas algumas palavras que mais me fazem refletir sobre os 11 dias de vivência do VERSUS 2016. Ao longo dos dias oi processo de conhecer o SUS na integra me modificou, me fez acreditar mais e mais na saúde, me fez refletir sobre como nossas relações são construídas, de como perpassa nosso olhar sobre o outro. De forma geral, avalio essa experiência como um divisor de águas na minha vida. Faz-me questionar que profissionais são esses que estão sendo formado na universidade, que agente trabalhador da saúde é esse que esta e vai trabalhar para a população, quem é essa população, essa comunidade que utiliza o serviço, e como levar saúde de qualidade as pessoas? São perguntas que não encontramos repostas taxativas, mas são perguntas que requerem reflexão e muito alem da reflexão, são perguntas que precisam ser respondidas mesmo que, as respostas não sejam exatas, mas há a necessidade de tentar chegar a algum lugar. É preciso vontade, é preciso luta é preciso disposição e principalmente é preciso amor para ir à busca do que gosta, do que respeita e principalmente do acredita. O SUS é um projeto incrível, é um projeto transformador e que precisa ser defendido e mantido para atender a todos. CONHECIMENTO É TRANSFORMADOR.