padrões de distribuição, centros de riqueza e endemismo de

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64º Congresso Nacional de Botânica
Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013
PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO, CENTROS DE RIQUEZA E ENDEMISMO
DE MIKANIA WILLD. (ASTRERACEAE) NA REGIÃO NEOTROPICAL
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Caetano Troncoso Oliveira * & José Rubens Pirani
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Universidade de São Paulo, Instituto de Biociência *[email protected]
Introdução
Mikania é o maior gênero da tribo Eupatorieae e
um dos maiores de família Asteraceae, com mais de 430
espécies. A maioria de suas espécies são
consistentemente identificadas pelos pequenos capítulos
com quatro brácteas involucrais, quatro flores e cipselas
5(-10)-costadas [1]. São plantas perenes, normalmente
volúveis ou decumbentes e raramente eretas, hábitos que
tornam possível a presença do grupo em ambientes
florestais, em franco contraste com o padrão geral da
família, representada mais frequentemente em formações
abertas. Mikania possui distribuição pantropical, porém
somente nove espécies são encontradas no Velho Mundo
[2]. A grande riqueza do gênero é encontrada na América
do Sul em dois centros de riqueza: a região sul e sudeste
do Brasil e as florestas das encostas orientais da
Cordilheira dos Andes que se estende da Bolívia a
Colômbia. Para o Brasil são listadas 140 espécies
endêmicas [3] e 122 espécies ocorrem na Mata Atlântica
[4].
Metodologia
Foi gerada uma base de dados retirada da
literatura, de exsicatas depositadas em herbários
nacionais e internacionais, além de informações
coletadas em campo. A distribuição de todas as espécies
foi categorizada de acordo com sua amplitude e com
relação aos ambientes e fitofisionomias que ocorrem.
Posteriormente foram mapeados os países e regiões que
representam os principais centros de riqueza e
endemismo do gênero.
Resultados e Discussão
Foram consideradas 437 espécies de Mikania,
sendo destas apenas cinco endêmicas do continente
africano. Todas as outras espécies ocorrem nas
Américas, principalmente na região tropical. No Brasil
ocorre a maior riqueza de Mikania, são 199 espécies,
quase a metade das espécies do gênero, sendo 140
endêmicas do país (mais de 70% das espécies). A
grande riqueza encontrada no Brasil está presente
principalmente nos biomas Mata Atlântica e Cerrado.
Outros países que se destacam pela grande riqueza de
espécies de Mikania são: Peru com 86 espécies, Equador
com 72, Colômbia e Venezuela com 62 e Bolívia com 41.
Estas espécies ocorrem principalmente na área tropical
da Cordilheira dos Andes em altitudes entre 700 a 3200
metros em florestas úmidas. Já as ilhas caribenhas se
destacam não pelo número de espécies mais sim pela
grande porcentagem de espécies endêmicas, algo
comum em ambientes insulares.
Conclusões
Os principais centros de riqueza e endemismo
do gênero Mikania, são as florestas montanas da região
tropical da América do Sul. Porém, existe um grande
número de espécies endêmicas em áreas campestres
que ocorrem no domínio do Cerrado, principalmente das
espécies arbustivas, e nas florestas das ilhas caribenhas.
Agradecimentos
Agradecemos o Laboratório de Sistemática do
IB-USP pelo apoio à pesquisa. À CAPES, CNPq e
FAPESP pelo financiamento deste trabalho que faz parte
da tese de doutorado do primeiro autor.
Referências Bibliográficas
[1] Ritter M.R. & Miotto S.T.S. 2005. Taxonomia de Mikania
Willd. (Asteraceae) no Rio Grande do Sul, Brasil. Hoehnea
32(3): 309–359.
[2] Holmes, W. 1982. Reviosion of the Old World Mikania
(Compositae). Botanische Jahrbuecher fuer Systematik
103(2): 211-246.
[3] Ritter, M.R.; Liro, R.M.; Roque, N.; Nakajima, J. 2013.
Mikania in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico
do
Rio
de
Janeiro.
(http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB5344)
[4] Teles, A. M.; Loeuille, B.; Hattori, E. K. O.; Heiden, G.;
Bautista, H. P.; Grokoviski, L.; Ritter, M. R.; Saavedra, M. M.;
Roque, N.; Soares, P. N.; Borges, R. A. X.; Liro, R. M. 2009.
Asteraceae. Pp. 150-173. In: Stehmann, J.R.; Forzza, R.C.;
Salino, A.; Sobral, M.; Costa, D.P.; Kamino, L.H.Y. (ed.). Plantas
da Floresta Atlântica. 1 ed. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas
Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
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