INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE – CAMPUS AVANÇADO SOMBRIO THAIANI SILVEIRA SARTOR CENTRO DE APOIO AO TURISTA Um plano de ação para o município de Mampituba (RS) Sombrio (SC) 2016 THAIANI SILVEIRA SARTOR CENTRO DE APOIO AO TURISTA Um plano de ação para o município de Mampituba (RS) Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para a obtenção do título de Tecnólogo em Gestão de Turismo, no Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Turismo, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense – Campus Avançado Sombrio. Orientador: Prof. Me. Carolina BraghirolliStoll Sombrio (SC) 2016 THAIANI SILVEIRA SARTOR CENTRO DE APOIO AO TURISTA Um plano de ação para o município de Mampituba (RS) Esta Produção Técnica-Científica foi julgada adequada para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão de Turismo e aprovada pelo Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Turismo do Instituto Federal Catarinense – Campus Avançado Sombrio. Área de Concentração:Gestão de Turismo Sombrio, 02 de dezembro de 2016. Instituto Federal Catarinense – Campus Avançado Sombrio Prof. Carolina BraghirolliStoll Prof.Kênia Zanella Instituto Federal Catarinense – Campus Avançado Sombrio Membro Prof. Leonardo Lincoln Leite de Lacerda Instituto Federal Catarinense – Campus Avançado Sombrio Membro AGRADECIMENTO Agradeço a minha família, aos meus pais Otavio e Eliana, a minha irmã Thaís, ao meu irmão Caio e ao Cássio, por acreditarem sempre em mim e por me darem apoio, todo carinho e amor que todos os dias recebo. Ao meu namorado Jakson, que esteve do meu lado nos momentos mais difíceis e por não me deixar desistir em momento algum, por estar sempre comigo nas horas em que eu mais preciso sempre me dando todo amor e apoio necessário para eu continuar e chegar até o fim. Por ter emprestado também seu notebook durante o período de elaboração deste trabalho. A minha orientadora Carolina Braghirolli Stoll que acreditou e confiou em meu potencial, durante esses meses de orientação e nesses anos de faculdade, agradeço por toda amizade, paciência de ter me ensinado e por ser uma ótima profissional naquilo que faz. À professora Kênia Zanella que entrou em contato comigo, foi atrás e fez com que eu não desistisse de elaborar um novo Trabalho de Conclusão de Curso. Aos meus amigos em geral, que considero minha segunda família, obrigado por todo afeto e apoio. Ao Secretário de Turismo e Desporto da prefeitura de Mampituba (RS), Sr. Rafael da Silva Lopes, por me oferecer toda a assistência necessária durante o período de estágio realizado. “O turismo é a voz dos caminhos na melodia das viagens: pelo corpo do Mundo.’’ JoniBalt RESUMO A realização do estágio tem como princípios desenvolver técnicas e conhecimentos adquiridos em sala de aula no Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Turismo. O estágio foi desenvolvido na Secretaria Municipal de Turismo e Desporto na Prefeitura Municipal de Mampituba (RS) com um total de 300 horas, permitindo aliar conhecimentos da experiência acadêmica na Gestão de Turismo com as atividades da esfera pública, com participação nas atividades internas administrativas e externas, e em ações de planejamento na Secretaria. O trabalho acadêmico relata as atividades desenvolvidas no estágio, bem como fundamenta conceitos de turismo, hospitalidade, produto turístico e seus componentes e serviços turísticos. A partir da experiência vivida no período de estágio, observaram-se os pontos positivos e negativos, resultando em uma proposta de ação, levando em consideração os conhecimentos teóricos obtidos durante o Curso. A criação de um Centro de Apoio ao turista (CAT) pode assim contribuir para um atendimento com profissionalismo para contribuir no fomento do turismo no município e região, possibilitando uma receptividade que possa agregar às ações da gestão pública e o trade turístico do município. Palavras chaves: Hospitalidade, Centro de Apoio ao Turista, Mampituba (RS). LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Prefeitura Municipal de Mampituba...........................................04 Figura 02 –Secretaria Municipal De Turismo e Desporto.............................06 Figura 03 – Organograma da Prefeitura.......................................................06 Figura 04 – Organograma da Secretaria de Turismo e Desporto................10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................01 1.1 Problema de Pesquisa ......................................................................................01 1.2 Objetivos ............................................................................................................02 1.2.1 Objetivo Geral...................................................................................................02 1.2.2 Objetivos Específicos........................................................................................02 1.2 Organização de Capítulos.................................................................................02 2. ESTÁGIO...............................................................................................................03 2.1 Dados da Empresa ............................................................................................03 2.2 Histórico da Empresa........................................................................................04 2.3 Estrutura física Empresa...................................................................................05 2.4Setores/Departamentos/Organograma.............................................................06 2.5 Setores estagiados na Empresa.......................................................................09 2.5.1 Atividades desenvolvidas no processo de aprendizagem…......................10 2.6 Aspectos positivos, aspectos limitantes e conhecimentos adquiridos.......13 2.6.1 Pontos Positivos.............................................................................................13 2.6.2 Aspectos Limitantes ......................................................................................14 2.6.3 Conhecimentos Adquiridos...........................................................................14 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................16 3.1Turismo:histórico, definições e tipologia.........................................................16 3.1.1 Turismo Receptivo..........................................................................................18 3.1.1.1 Hospitalidade ................................................................................................19 3.2 Produto Turístico...............................................................................................20 3.2.1 Recursos Turísticos.......................................................................................20 3.2.2 Infraestrutura.....................................................................................................21 3.2.3 Serviços............................................................................................................22 3.2.3.1 Serviços de Informações ..............................................................................23 4 METODOLOGIA CIENTÍFICA E TÉCNICAS DE PESQUISA ..............................25 4.1 Metodologia........................................................................................................25 4.2 Métodos de Pesquisa .......................................................................................25 4.3 Tipos e Fonte de Dados ...................................................................................25 4.4 Abordagens da Pesquisa .................................................................................26 4.5 Tipos de Pesquisa..............................................................................................27 4.5.1 Pesquisa Descritiva .......................................................................................27 4.5.2 Pesquisa Ação ..........................................................................................28 5 Proposta de Ação.............................................................................................29 5.1Análise da Proposta de construção de um Centro de Apoio ao Turista..29 5.2 Descrição Física e Operacional do Centro de Apoio ao Turista...............30 5.3 Atividades que serão desenvolvidas no Centro de Apoio ao Turista......33 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................34 REFERÊNCIAS.....................................................................................................36 ANEXOS ..........................................................................................................40 1 1 INTRODUÇÃO O estágio supervisionado é uma das atividades obrigatórias que o acadêmico do Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Turismo deve realizar. É quando os conhecimentos adquiridos em sala de aula e nas atividades práticas são aplicados em situações reais do dia a dia de uma empresa, seja na iniciativa privada ou em órgãos públicos. Este trabalho apresenta um relato sobre o período de estágio realizado entre os meses de julho a setembro na Secretaria de Turismo e Desporto da Prefeitura Municipal do município de Mampituba(RS). Apresenta informações sobre o local de estágio, a descrição das atividades desenvolvidas a análise dos aspectos positivos, limitantes e conhecimentos adquiridos durante o período de estágio. O objetivo geral do trabalho é propor a criação de um local de apoio ao turista no município de Mampituba (RS), analisando a viabilidade da proposta, descrevendo física e operacionalmente o local e elencando as atividades que serão desenvolvidas, de maneira que proporcione resultados positivos para o município de Mampituba (RS) e para o aumento do fluxo turístico. Para o melhor desenvolver do município em relação ao turismo, é de extrema importância que a comunidade, o trade turístico e o poder público andem juntos com o objetivo de proporcionar o bem comum a todos. Com o aumento do turismo, existe a possibilidade de maior movimentação no comércio local, maiores possibilidades de preservação do espaço público, buscando assim, qualidade no atendimento aos visitantes, e consequentemente, maior a satisfação dos mesmos. 1.1 Problema de Pesquisa Após a realização do estágio, percebeu-se a necessidade de criação de um Centro de Apoio ao Turista. Desta forma, identificou-se como problema de pesquisa o seguinte questionamento: de que forma um Centro de Atendimento ao Turista (CAT) pode contribuir para que o turista aproveite melhor os atrativos do município de Mampituba (RS)? 2 1.2 Objetivos Para elaboração deste trabalho elencaram-se objetivos geral e específicos, os quais direcionarão a resposta ao problema identificado. 1.2.1 Objetivo Geral Propor a criação de um Centro de Apoio ao Turista no município de Mampituba (RS). 1.2.2 Objetivos Específicos Analisar a proposta número 1165012015 para ao Ministério do Turismo / Portal dos Convênios / SICONV – Sistema de Gestão de Convênios, que trata da construção de um Centro de Apoio ao Turista em Mampituba (RS); Descrever a proposta do local física e operacionalmente; Elencar as atividades que podem ser desenvolvidas a partir da criação do Centro de Apoio ao Turista. 1.3 Organização dos Capítulos Este trabalho apresentará, primeiramente, o relatório com os dados da empresa, histórico, estrutura física e o setor no qual foi realizado o estágio, seguido da descrição das atividades desenvolvidas e os aspectos positivos, limitantes e os conhecimentos adquiridos. Na sequência tem-se a fundamentação teórica, composta de referenciais necessários para a compreensão do tema em questão. A metodologia e as técnicas de pesquisas compõem a próxima parte do trabalho, com definição dos conceitos utilizados e aplicação dos mesmos no desenvolvimento do trabalho. A proposta de ação é a próxima a ser apresentada, descrevendo as perspectivas para as potencialidades de implantação do projeto do Centro de Apoio ao Turista no município de Mampituba (RS). Por fim, as considerações finais, com a apresentação da avaliação geral do trabalho aqui apresentado, além das referências bibliográficas e dos elementos pós textuais. 3 2 ESTÁGIO Neste capítulo serão apresentadas informações sobre a empresa, as atividades desenvolvidas e aspectos positivos, limitantes e conhecimentos adquiridos durante o período de estágio. O estágio é de grande importância para a formação do acadêmico, pois é através dele que acontece o primeiro contato com a prática profissional na área da gestão de turismo, interagindo com uma equipe e seu futuro mercado de trabalho. Para a efetivação do estágio, o acadêmico deve buscar uma empresa com atuação nas áreas de ênfase do Curso. A realização do estágio aconteceu na Prefeitura Municipal de Mampituba (RS) no período de 11 de Julho a 16 de Setembro de 2016, na Secretaria Municipal de Turismo e Desporto, sendo o Secretário Municipal e também supervisor de estágio, o senhor Rafael da Silva Lopes. A seguir serão citados alguns itens relacionados à empresa na qual foi estagiada. 2.1 Dados da Empresa O seguinte subcapítulo fornece informações sobre o local onde o estágio foi realizado. Razão Social: Prefeitura Municipal de Mampituba-RS Nome Fantasia: Prefeitura Municipal de Mampituba-RS CNPJ: 01.613.501/0001-06 Endereço: Avenida Herculano Lopes, nº 220, Centro, Mampituba/RS CEP: 95572-000 Telefone: (51) 3615.2024 / 3615.2058 E-mail: [email protected] Supervisor de Estágio: Rafael Lopes da Silva Área de atuação: Turismo e Esporte Período de realização do estágio: 11 de julho a 16 de setembro de 2016 Duração (horas): 300 horas 4 2.2 Histórico da Empresa O Município de Mampituba possui uma área de 158 km² e localiza-se no litoral norte gaúcho, fazendo divisa ao norte e ao oeste pelo Rio Mampituba com Santa Catarina (municípios de São João do Sul e Praia Grande). Ao leste com Torres e ao sul com Morrinhos do Sul e Três Forquilhas (MATOS, 2002). A Prefeitura Municipal (Figura 1) fica localizada na Avenida Herculano Lopes, 220, no centro de Mampituba/RS, sendo composta por um prédio, onde estão localizadas as Secretarias Municipais, além das demais dependências que compõem a administração municipal. Figura 1 – Prefeitura Municipal de Mampituba Fonte: A autora, 2016. De acordo com Matos (2002), as primeiras povoações de Mampituba compõem-se de descendentes de açorianos. O município também foi colonizado por imigrantes italianos e alemães. Segundo Prefeitura Municipal de Mampituba (2016), estas terras pertenciam a uma fazendeira que residia em Cambará do Sul e que mandava seus trabalhadores para encosta da serra para produzirem o milho, devido à fartura de rios e nascentes, para alimentação do gado no inverno, quando as pastagens ficavam secas. Sendo assim, a região ficou conhecida entre fazendeiros e trabalhadores como Roça da Estância se tornando anos após, apenas uma das comunidades do município de Mampituba. Esta região também serviu ao longo de muitas décadas de caminho de passagem e parada dos tropeiros que transitavam por esta região, além dos mascates, vendedores que circulavam comprando e vendendo produtos entre a região da serra e as comunidades existentes em Mampituba, Praia Grande e arredores (MATOS, 2002). 5 Após um breve trabalho de conscientização realizado no município através de uma comissão de emancipação, no dia 15 de março de 1995, saiu a credencial através do deputado José Otavio Germano, presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, tendo em vista o parecer favorável da procuradora do poder legislativo, que credencia a comissão Emancipacionista constituída pelo distrito de Rua Nova e Glória no município de Torres, ficando assim constituída pelo presidente Élio de Farias Matos, tendo como vice Santos Bedinot. Com a emancipação do município de Mampituba em 28 de dezembro de 1995, desmembrando-se e deixando de ser distrito de Torres/RS, surgiu a Prefeitura Municipal de Mampituba, responsável pela estruturação de uma área de 158 km². (MATOS, 2002). O primeiro prefeito da cidade foi Élio De Farias Matos, tendo como viceprefeito Valdir Joaquim do Nascimento, no período de 1997-2000. No ano de 2001 a 2004 ambos foram reeleitos (MATOS, 2002). Atualmente (2013-2016) o prefeito do município é Pedro Joarez da Silva e seu vice é Dirceu Gonçalves Selau. 2.3 Estrutura Física da Empresa A Prefeitura Municipal é composta por um prédio de dois andares, com espaços para os seguintes órgãos: Gabinete do Prefeito e Vice, Secretaria de Administração, Fazenda e Planejamento, Secretaria de Educação e Cultura, Departamento de Transporte, Obras e Viação, Setor de Agricultura e Saneamento, Departamento de Saúde, Setor de Assistência Social, Trabalho e Cidadania, Setor de Finanças, Secretaria de Turismo e Desporto, Setor do Meio Ambiente e Habilitação. Além disso, conta com ambientes destinados a cozinha, sala de recepção, sala de arquivos e banheiros. A Secretaria de Turismo e Desporto (Figura 2) conta com um espaço localizado no térreo do prédio da Prefeitura Municipal onde tem como itens e utensílios: dois notebooks, um telefone, duas mesas, duas cadeiras giratórias, um armário, uma impressora colorida e seis cadeiras para recepcionar visitantes. 6 Figura 2– Secretaria Municipal de Turismo e Desporto Fonte: A autora, 2015. A Secretaria possui um espaço de 15 m² onde os dois funcionários desenvolvem suas funções em conjunto, sem repartições ou qualquer tipo de divisórias. 2.4 Setores / Departamentos / Organograma A Prefeitura Municipal de Mampituba é uma estrutura recente, fruto do processo emancipatório na década de 1990. O organograma a seguir (Figura 3) apresenta as Secretarias e demais Departamentos que compõem a estrutura político-administrativa da cidade. Figura 3–Organograma Fonte: Prefeitura Municipal, 2015. No organograma, apresentam-se também as secretarias municipais, as quais serão descritas na sequência, conforme informações da Prefeitura Municipal de Mampituba (2016): 7 Secretaria Municipal de Administração, Fazenda e Planejamento (SMAFP): é o órgão encarregado dos assuntos relativos à administração de pessoal, transporte administrativo, documentação e arquivo. É também órgão de assessoramento do Prefeito, com atuação nas áreas de relacionamento com o Legislativo, Vigilância e de Alistamento Militar. Reúne funções de Secretaria do Prefeito e de controle de tramitação de Decretos do Executivo; examina e prepara o expediente submetido a despacho do Prefeito; prepara reuniões com os titulares de órgãos da administração municipal. Secretaria Municipal de Transportes, Obras e Viação (SMTOV) : é o órgão encarregado dos assuntos relativos à construção, conservação e manutenção de obras viárias, praças e jardins, estradas municipais, rede de iluminação urbana e rural, monumentos e prédios públicos municipais. Dentro das diretrizes do Plano Diretor, controla a expansão, examinando e aprovando projetos de obras particulares e fiscalizando sua execução. Cabe-lhe, também opinar sobre a urbanização de terrenos situados no município e tratar da desapropriação de imóveis que o Plano Diretor exige. Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC): é o órgão responsável para promover a educação e a cultura no município. Cabe-lhe desenvolver as seguintes atividades: realizar supletivamente, o ensino fundamental no Município e prover dentro das possibilidades, o desenvolvimento cultural da população. Executar, orientar, coordenar e controlar o sistema educacional do Município, segundo as normas da legislação vigente. Compete manter, desenvolver e orientar a rede escolar do Município; estudar convênios com o governo do Estado e da União sobre projetos de interesse comum, realizar pesquisas técnicas, incentivar e fiscalizar a frequência às escolas e adotar medidas que impeçam a evasão escolar; executar os programas de seleção, aperfeiçoamento e treinamento dos membros do magistério municipal; Secretaria Municipal de Turismo e Desporto(SMTUDE): é o órgão responsável para promover o turismo e o desporto no município. Cabe-lhe desenvolver as seguintes atividades: responsabiliza-se por todas as atividades desportivas do Município, estimulando e desenvolvendo trabalhos 8 na área, coordenando, orientando e acompanhando a execução de atividade e projetos esportivos de recreação e lazer, permitindo o desenvolvimento de novos talentos nas diversas modalidades esportivas, responsável pelo intercâmbio de esportes com outros municípios da região e demais atividades afins. Organizar o calendário esportivo anual do Município, de acordo com as atividades esportivas planejadas; organizar o cadastro de entidades esportivas do Município. Elencar atividades turísticas no município durante todo o ano, organizando a divulgação dos seus atrativos junto a todo trade turístico. Secretaria Municipal de Saúde(SMS): é o Órgão responsável pelas políticas públicas de saúde. Tem a seu encargo, dentro desse objetivo, planejar e fiscalizar o atendimento médico – social à população, munícipes economicamente incapazes, de acordo com o Plano Nacional de saúde – SUS; estuda a celebração de convênios do município com outras entidades, na área de sua competência. Planejar e orientar a política de saúde da administração municipal, mantendo estudos estatísticos sobre o assunto; encarregar-se pela área de medicina preventiva, convênios estaduais e federais; Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho e Cidadania (SMASTC): é o órgão responsável para promover o bem-estar social das pessoas e fomentar políticas públicas que promovam o emprego e o trabalho e respeitem a cidadania de todos os munícipes. Nas suas atividades deve diagnosticar e acompanhar na solução dos problemas sociais da comunidade, especialmente dos menores e suas famílias carentes; conceder auxílio conforme legislação vigente; prestar assistência ao idoso, pessoas com necessidades especiais; promover campanhas; dar suporte de sustentação as ONGs (Organizações Não Governamentais); ao Conselho Tutelar e Conselhos Diversos. Secretaria Municipal de Agricultura e Saneamento(SMAS): é o órgão responsável por fomentar o setor primário e elaborar políticas públicas de saneamento básico; desempenhar as suas atividades buscando orientar, coordenar e controlar a execução da política de desenvolvimento 9 agropecuário, industrial e comercial na esfera do município; promover a realização de atividades relacionadas com o desenvolvimento agropecuário, industrial e comercial do município; delimitar e implantar áreas destinadas à exploração hortigranjeira, agropecuária, industrial e comercial, sem descaracterizar ou alterar o meio ambiente; coordenar as atividades relativas à orientação da produção primária e ao abastecimento público; Secretaria do Meio Ambiente e Habilitação(SMAH): é o órgão responsável na implementação de políticas públicas voltadas às ações de preservação de meio ambiente e propiciar moradia digna aos munícipes. Neste sentido, concretizar os objetivos e instrumentos da política do meio ambiente do município de Mampituba. Para tanto, buscará executar, direta e indiretamente a política ambiental do Município; coordenar ações e executar planos, programas, projetos e atividades de preservação e recuperação ambiental; identificar, implantar e administrar unidades de conservação e outras áreas protegidas, visando à conservação de mananciais, ecossistemas naturais, flora e fauna. 2.5 Setores estagiados na Empresa O estágio obrigatório extracurricular realizou-se em 51 dias, totalizando 300 horas. A estagiária teve total apoio de funcionários da Prefeitura e de seu supervisor durante a realização das atividades. Conforme Prefeitura Municipal de Mampituba (2016) algumas das atribuições da Secretaria de Turismo e Desporto são: executar tarefas correlatas, que lhe forem cometidas pelo Prefeito; estimular a iniciativa privada no sentido de incremento do esporte e turismo; promover a realização de eventos esportivos e turísticos, dando total suporte; promover e fomentar o aproveitamento de recursos naturais, com fins esportivos; divulgar os eventos, culturais a nível local; incentivar nas escolas o desenvolvimento de atividades relacionadas ao esporte e ao turismo, relatar, analisar e acompanhar todo desenvolvimento turístico local. A Secretaria Municipal de Turismo e Desporto conta com um quadro de funcionários composto por: Secretário de Turismo e Desporto; Estagiário de Turismo; Estagiário de Esporte; 10 Serviços gerais da Secretaria. Todas as atividades desenvolvidas passam pelo aval e acompanhamento do Secretário, respeitando o planejamento semestral realizado conforme as diretrizes da gestão pública. Observa-se que há somente a figura do Secretário como cargo especifico para atuar nas duas pastas, sendo que somente dispõe de dois estagiários para colocar em prática as ações. A Secretaria de Turismo e Desporto conta com um organograma próprio, mesmo com a escassez de funcionários, ele foi elaborado por estagiários de turismo, e da área de administração e planejamento da prefeitura de Mampituba, conforme pode-se constatar na figura 4. Figura 04 – Organograma da Secretaria de Turismo e Desporto. SECRETARIA MUNICIPAL DO TURISMO E DESPORTO DEPARTAMENTO DE TURISMO SETOR DE DESPORTO NÚCLEO DE EVENTOS Fonte: Prefeitura Municipal de Mampituba, 2015. 2.5.1 Atividades desenvolvidas no processo de aprendizagem O período de estágio foi realizado na Secretaria de Turismo e Desporto da Prefeitura de Mampituba (RS), totalizando 300 horas durante 51 dias. Após a apresentação no local de estágio, e depois de conhecer funcionários e suas dependências, umas das primeiras atividades foi buscar compreender o funcionamento da gestão pública, podendo ter acesso às informações importantes que frisam o trabalho em equipe, e suas atribuições.A partir disso, as atividades desenvolvidas foram: 11 Desenvolvimento de materiais de convites para reuniões e afins: de acordo com solicitação do Secretário, foi desenvolvido pela acadêmica em estágio, convites para reuniões do Conselho Municipal de Turismo (COMTUR) para a discussão de novos ideais, tendo como pauta principal o aprimoramento do desenvolvimento turístico local. Participações em Fóruns e Reuniões: O município de Mampituba pertence à uma região turística, onde conta com representação no fórum de turismo desenvolvido pela união deste município. Sendo assim, representantes da Secretaria de Turismo e Desporto tem ativa participação nas reuniões, as quais proporcionaram um momento de aprendizado importante no que se refere à troca de conhecimentos e experiências, bem como lidar com as situações de decisões diretas que definem algum tipo de projeto. A estagiária teve como dever anotar sugestões, e ideias que surgiam a cada reunião, e logo após repassar ao Secretário de Turismo, para que ele pudesse ficar a par de toda situação. Busca e atualização de alguns dados no inventário turístico: uma das atividades que mais foram expostas a estagiária foi a busca breve de novas informações no que se refere ao estudo do potencial turístico de Mampituba, tendo como objetivo escrever e atualizar novos dados e fatos que surgiram ao longo de dois anos. Estas ações foram desencadeadas após a realização do Inventário Municipal de Turismo, que foi entregue no mês de julho de 2014 e desenvolvido pelos acadêmicos do Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Turismo (5ª fase) do Instituto Federal Catarinense - Campus Avançado Sombrio, tendo como orientadora a professora Carolina Braghirolli Stoll. Acompanhamento dos serviços na Secretaria de Turismo e Desporto: Atendimento telefônico, tendo contato direto com trade turístico de Mampituba, repassando recados ao secretário, organização de documentos referentes ao turismo, como por exemplo, o de futuros projetos. Atendimento ao público: Tanto nas dependências da Secretaria, tanto nos eventos e reuniões realizados no período de estágio. Estando em contato direto com os moradores da cidade, funcionários da prefeitura, com donos de 12 propriedades privadas que fazem parte da região, pode-se adquirir novos conhecimentos e abranger cada vez mais o espírito de trabalhar em equipe. Fornecendo informações, pode-se analisar o potencial que Mampituba tem a oferecer ao turista. 13 2.6 Aspectos positivos, aspectos limitantes e conhecimentos adquiridos. No decorrer das atividades, pontos de aprendizagem foram surgindo a cada momento. Destacaram-se: organização e planejamento da Secretaria de Turismo e Desporto, demonstrando a essência de um trabalho administrativo dentro de uma estrutura pública. Analisando essas informações, pode-se verificar alguns pontos necessários de busca pelo conhecimento, para adquirir novas oportunidades no mercado de trabalho. 2.6.1 Pontos Positivos Tendo como seu principal objetivo agregar conhecimento na gestão pública, pode-se destacar alguns pontos positivos, citando-os a seguir: Apoio do Secretário de Turismo nas atividades e ações desenvolvidas, contribuindo assim com um melhor desempenho das atividades do estágio na Secretaria. Participação com o trade turístico para a discussão de trâmites e assuntos do Conselho Municipal de Turismo (COMTUR) Participação em reuniões, eventos turísticos ou Fóruns: destinados a discutir e planejar ações conjuntas em relação a regiões turísticas do Litoral Norte Gaúcho e Aparados da Serra. Breve participação na discussão de processos legais de projetos e trâmites burocráticos. Contato direto com o público, ocasionando um melhor desempenho nas atividades propostas. Sendo assim cada vez que as atividades eram propostas, uma delas era poder ter o contato fácil com todos que fazem parte do trade turístico, como proprietários de pousadas, campings e afins. Constante relação pessoal com os funcionários de todos os setores da Prefeitura Municipal de Mampituba: Tendo assim, ajuda na limpeza, organização da 14 sala da Secretaria, oferecendo a estagiária café, água, e materiais básicos para a realização do estágio, alguns como notebook, canetas, papeis, telefone e etc. 2.6.2 Aspectos Limitantes Mesmo com um número consideravelmente pequeno de habitantes, o município de Mampituba (RS) possui grande custo para manter seus 158 km² de extensão, tendo aproximadamente 250 quilômetros de estradas, destas com apenas 3,5 quilômetros pavimentados. Com isso, as maiores partes dos recursos acabam concentradas na Secretaria Municipal de Transportes, Obras e Viação. Outro fator observado é o grande número de veículos pertencentes à esta Secretaria, tendo alto custo de manutenção mensalmente. Embora a manutenção de estradas seja necessária para a locomoção da população local e de turistas, o orçamento acaba limitando a difusão do turismo que também poderia ser uma atividade geradora de renda para o município. Estes fatores interferem diretamente na divisão de recursos às Secretarias, ocasionando limitações a Secretaria de Turismo como: ausência de um carro exclusivo, falta de um espaço mais amplo na sala da Secretaria, ausência de um (CAT) Centro de Apoio ao turista. Apesar de ser um município pequeno, Mampituba tem muitos recursos naturais que podem ser preparados para atrair o turista a sua cidade. 2.6.3Conhecimentos Adquiridos Realizar o estágio em uma prefeitura municipal contribui com o contato de uma realidade que pouco existe ao longo das disciplinas do curso, que é a gestão pública. A gestão pública e seus princípios são essenciais para obter uma administração considerável com recursos muitas vezes limitados no qual devem prestar contas constantemente. Tendo isso como base, apresentaram-se possibilidades de adquirir novos conhecimentos tanto práticos, como também teóricos. Algumas disciplinas de planejamento do turismo, como a de roteirizarão, ecoturismo e outras, contribuem com a teoria para vivência do estágio. Embora o estágio não tenha coincidido com principais eventos da cidade, vivenciar o cotidiano de um ambiente de trabalho público requer cuidadas, atenção e 15 organização para manter tudo sempre em ordem. Esta gestão na área do turismo é bastante complexa e lida com diferentes contextos, com ações, que nesse sentido precisam ser articuladas com a iniciativa privada, mas ao mesmo não podem se sobrepor ao interesse da comunidade. 16 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Para a realização de um trabalho acadêmico e científico é necessária a fundamentação teórica, que consiste em pesquisar autores que abordaram os conceitos e/ou teorias aceitas pela comunidade científica. Apresenta-se assim a revisão do referencial teórico que foi utilizado para estudo, abordando, desta forma, os principais conceitos que serão utilizados no trabalho. 3.1 Turismo: histórico, definições e tipologia A Organização Mundial do Turismo e a Comissão de Estatísticas das Nações Unidas definem o turismo como: “as atividades de pessoas, viajando para ou permanecendo em lugares fora do seu ambiente usual por não mais do que um ano consecutivo, a lazer, negócios ou outros objetivos”. (LOHMANN; NETTO, apud TRIGO, 2009, p. 16). O turismo é uma atividade social com reflexos culturais, e econômicos, que surgiu no século XIX, no contexto da Revolução Industrial. Mario Beni (2001, p. 37) define o turismo como: [...] um elaborado e complexo processo de decisão sobre o que visitar, onde, como e a que preço. Nesse processo influem inúmeros fatores de realização pessoal e social da natureza motivacional, econômica, cultural, ecológica e cientifica que ditam a escolha dos destinos, a permanência, os meios de transporte e o alojamento, bem como o objetivo da viagem em si para a fruição tanto material como subjetiva dos conteúdos de sonhos, desejos, de imaginação projetiva, de enriquecimento histórico-humanístico, profissional e de expansão de negócios. Para um melhor entendimento do conceito de turismo, faz-se necessário entender a definição de viajante. De acordo com Trigo (2009, p. 17) viajante é “qualquer pessoa que se desloque de um ponto para outro, seja o deslocamento temporário ou permanente, independentemente do motivo para a viagem”. Contudo, deve-se considerar que nem todo viajante é turista, dessa forma, o viajante é classificado em duas categorias: turista e excursionista. Trigo (2009, p. 17) ainda afirma que: Turistas: visitantes que pernoitam no lugar visitado (ou seja, permanecem por, pelo menos, 24 horas). Excursionistas: visitantes que não pernoitam no lugar visitado (por exemplo, passageiros de cruzeiros marítimos, visitantes de um dia em excursões rodoviárias ou ferroviárias rápidas ou, ainda, visitantes que aproveitam escalas aéreas mais prolongadas para fazer city tours). 17 A compreensão desta distinção é importante ao se planejar um roteiro turístico, pois precisa levar em conta o público que busca atender. Atrair o turista ou o excursionista deve ser um item fundamental ao se propor alguma atividade turística, pois isto acarretará as possibilidades de uma experiência positiva para este visitante. A motivação desses visitantes tem inúmeras formas, como lazer, entretenimento, recreação, férias, visitas a amigos ou parentes, questões que envolvam saúde, eventos, negócios, dentre outras atividades. O ser humano realiza deslocamentos desde a pré-história, pois inicialmente eram nômades e necessitavam buscar o alimento em diferentes territórios e após o surgimento da agricultura e os processos de sedentarização decorrentes em inúmeras sociedades, muitos indivíduos continuaram a se deslocar, por serem peregrinos, marinheiros, comerciantes, refugiados, soldados ou burocratas, dentre outros. Os religiosos, por exemplo, no período medieval europeu viajavam em peregrinação para lugares considerados sagrados ou para visitar centros de estudos das ideias religiosas. Segundo Trigo (2009, p.12) […] Os nobres e os religiosos também viajavam, mas por outras razões: a nobreza europeia realizava tours, para aprender novos costumes e culturas, conhecer outras famílias reais e seus aparentados, familiarizavam-se com outras sociedades e modelos econômicos e políticos. Suas viagens duravam de alguns meses a anos, e os jovens nobres eram acompanhados por tutores, encarregados de proteger e ensinar os pupilos as complexas e sutis teias sociais da época [...] Diante disso, o turismo é um processo de decisão sobre estruturas e meios utilizados, assim como lugares e preços a serem pagos. Sendo assim, se resume a uma satisfação pessoal, podendo ser de cunho profissional, religioso, para entretenimento, entre outros. Contudo, o pesquisador brasileiro Panosso Netto (apud Trigo 2009, p.169) afirma: Turismo é o fenômeno originado da saída e retorno do ser humano do seu lugar habitual de residência, por motivos diversos que podem ser revelados ou ocultos, que pressupões hospitalidade, encontro e comunicação com outras pessoas, empresas que oferecem condições e tecnologia para a efetivação do ato de ir e vir, gerando experiências sensoriais e psicológicas e efeitos positivos e negativos no meio ambiente econômico, político, ecológico e sociocultural. Desta forma, o autor define o turismo como a troca de experiências e participação em um processo no qual os envolvidos poderão ter uma experiência 18 positiva ou negativa, dentro de um determinado sistema econômico, político, ecológico e sociocultural. A atividade pode ser classificada de diversas formas. Em relação à sua própria natureza, pode ser emissivo ou receptivo. Barreto (1995) traz o conceito de Oscar La torre que afirma que: o turismo emissivo é praticamente passivo, só que não traz fins lucrativos para o público emissor. Já o turismo receptivo é ativo, por estar em constante movimento com a economia local. 3.1.1 Turismo Receptivo Para Oliveira (2009, p.94) turismo receptivo é aquele que se compreende pelo conjunto de serviços de apoio e assistência destinados a recepção de pessoas, seria uma infraestrutura organizacional para receber o humano. Segundo Pelizzer (2004) o conceito de turismo receptivo resulta de um: Processo empresarial pelo qual se explora uma forma ou pratica de turismo, por ocasião de chegada de pessoas (turistas, visitantes, excursionistas, hóspedes) em um destino ou cidade ou polo turístico. E a forma inversa denominamos turismo emissivo que é origem de pessoa, turista ou visitante. Vaz (1999, p,67) define o turismo receptivo como um produto turístico resultante de um conjunto de benefícios que o consumidor busca em uma determinada localidade, e que são usufruídos tendo como suporte estrutural um complexo de serviços oferecidos por diversas organizações.Para o turismo receptivo ser considerado de qualidade é necessário planejar, orientar, e avaliar todos os meios, buscando sempre dar ênfase no atrativo local, ao recepcionar os turistas, dando prioridade ao bom atendimento. Faz-se necessário o planejamento do produto turístico, por meio dos elementos que o compõem, como a infraestrutura e seus equipamentos, que são as peças fundamentais para conseguir alcançar resultados. 19 3.1.1.1 Hospitalidade A hospitalidade é requisito indispensável para o turismo receptivo, pois a hospitalidade é o ato de acolher pessoas por qualquer motivo e está relacionada ao ato de receber e aquele que é recebido (GOTMAN, 2001). A hospitalidade, de acordo com Guerrier (2000, p.40) é um fenômeno muito mais amplo, que não se restringe a oferta, ao visitante, de abrigo e alimento, mas sim ao ato de acolher, considerando em toda sua amplitude. Envolve um amplo conjunto de estruturas, serviços e atitudes que, estão relacionados e proporcionam bem-estar ao hóspede. Atualmente a discussão está nos seus sentidos e significados para o turismo, pois é uma prática social que requer o deslocamento do sujeito, no caso o turista, até o produto de seu consumo. Envolve também um conjunto de objetos e de ações fundamentais ao bom funcionamento da chamada “indústria do turismo”. A hospitalidade turística, de acordo com as teorias do seu conceito, leva a uma identificação de dimensões denominadas “naturezas da hospitalidade”, sendo assim a hospitalidade é um fenômeno sociocultural, profissional, político e espacial. Como o turismo envolve deslocamento de pessoas e sua permanência temporária em locais que não são o de sua residência habitual, há essa relação fundamental entre turismo e hospitalidade. Um dos aspectos mais importantes para bem receber o visitante é a importância da escolha do destino, e se esse mesmo vai estar preparado para melhor atender aos turistas. Ressalta-se que para manter a expectativa de um turista, deve-se agregar a hospitalidade como item principal neste contexto, pois sem ela fica difícil de obter bons resultados. De acordo com Tanke (2004, p.4), no setor da hospitalidade, todos os gerentes são gerentes de recursos humanos, já que dentre as suas responsabilidades está o direcionamento de pessoas, sejam elas os colaboradores ou hóspedes. Ao prestarmos serviços a nossos hóspedes, nosso recurso principal é representado por nosso pessoal, nossos trabalhadores, nossos empregados. Por ser uma área tão intensiva em mão de obra, você poderia pensar que seria difícil negligenciar esses recursos valiosos, porém muitas vezes é o que ocorre. Ainda que um lugar qualquer ofereça estruturas e serviços necessários (como por exemplo, infraestrutura básica, meios de hospedagem, estruturas de restauração 20 e de lazer), os lugares e suas comunidades precisam estar atentos ao tipo de modificação que o destino precisa para se manter, considerando inclusive o que precisa ser mantido. Para que um local seja considerado um produto turístico é preciso levar em consideração os equipamentos turísticos, a infraestrutura e seus atrativos, elementos necessários e de extrema importância para o desenvolvimento do turismo local. 3.2 Produto Turístico Diversos autores conceituam o produto turístico de formas diferentes, porém a essência de seu significado é comum entre eles. Ignarra (2003) traz um conceito de Josep Francesc Valls, o qual ressalta que produto turístico é uma junção de elementos tangíveis e intangíveis nos quais destacam-se os recursos, a infraestrutura e seus equipamentos. Com base na atividade de um destino, Dias (2011) traz o conceito de Middleton, no qual destaca que Produto Turístico é notado pelo visitante local como uma experiência turística, no qual se dispõe a um preço determinado. Barbosa (2009) destaca o conceito de produto turístico, baseando-se na satisfação e desejos do consumidor, mas sabe-se que suas definições se concentram também nas atividades relacionadas a uma gestão integrada. Já segundo a Organização Mundial do Turismo (2001), trata-se de um conjunto de bens e serviços, que serão utilizados para o consumo turístico, o qual possui três dimensões fundamentais: Recursos Turísticos, Infraestrutura e Serviços (BARBOSA,2009). 3.2.1 Recursos Turísticos Segundo Barbosa (2009), os recursos turísticos compõem-se de naturais, socioculturais expressos no patrimônio do homem. Ignarra (2011) relata que este conceito é complexo, dado que a atratividade de certos elementos varia de forma acentuada de um turista para outro. Dessa forma, o autor afirma que: Os atrativos estão relacionados com as motivações de viagens dos turistas e a avaliação que os mesmos fazem desses elementos. É usual que elementos que compõe o cotidiano das pessoas que residem em uma certa localidade não lhes chame atenção e se mostrem extremamente atrativos para os visitantes que não participam desse cotidiano (IGNARRA, 2011, p.53). 21 O atrativo turístico, levando em conta seu diferencial, receberá maior valor e maior chance de atração do turista, por isso o visitante sempre procura conhecer aquilo que é diferente do seu cotidiano, de seu local de vivência. Assim todo atrativo que se torna único possui um valor especial para o turista. Beni (2008, p.59) afirma que os atrativos turísticos podem ser transformados em recursos turísticos, e aqueles constituem o patrimônio turístico. São elementos passíveis de provocar deslocamentos de pessoas, e que integram o marco geográfico-ecológico-cultural de um lugar, podendo, por sua origem, ser subdivididos em naturais e culturais. (...) São os lugares turísticos mais densamente frequentados os que mais atraem. Isso significa, ao mesmo tempo, que a oferta turística ocasiona a demanda e que gente atrai gente. Apesar da moda recente do turismo de natureza, a disseminação de pequenos grupos na natureza, a concentração turística em lugares limitados e inteiramente transformados mobiliza os maiores batalhões. É essa concentração, essa ‘’ saturação’’ do lugar turístico que garante sua animação e, assim, uma grande parte de sua atratividade. (Knafou,1996, p.67). 3.2.2 Infraestrutura Diversos elementos fazem parte da infraestrutura, sendo elas básicas ou turísticas. Transportes, comunicações e facilidades são alguns dos elementos que podem ser citados (BARBOSA,2009). Ignarra (2003, p.21) identifica a importância da infraestrutura básica como parte do produto turístico, que somados aos atrativos turísticos, serviços turísticos e os serviços urbanos de apoio ao turismo compõem os atrativos que motivam a atividade turística. Segundo o mesmo autor, a infraestrutura geral pode ser definida como: “são elementos essenciais à qualidade de vida das comunidades e que beneficiam completamente os turistas ou os empreendimentos turísticos. Embora não sejam implantados para beneficiar exclusivamente os turistas, podem contribuir para a qualidade do produto turístico. Fazem parte desta infraestrutura básica os seguintes elementos: vias de acesso, saneamento básico, rede de energia elétrica, comunicações, sinalização turística e iluminação pública, entre outros”. A infraestrutura básica de uma destinação turística também é elemento fundamental para a viabilização da atividade. A sua implantação em determinada localidade depende da disponibilidade de alguns insumos básicos, sendo uma condição fundamental para o desenvolvimento turístico. 22 Já a infraestrutura turística propicia as condições mínimas que viabilizam a realização do produto: guias turísticos, pontos ou centros de informações turísticas (FERREIRA; COUTINHO, 2002). A atividade turística, para ter um pleno desenvolvimento, deve proporcionar alguns meios necessários para um ambiente tranquilo e favorável, oferecendo uma infraestrutura capaz de atender as demandas dos visitantes locais, como também, deve ser capaz de dar o suporte necessário para o desenvolvimento da atividade turística, dando capacitação e especialização para todos os profissionais envolvidos. Oliveira (2002, p. 36) elenca os seguintes fatores capazes de proporcionar o desenvolvimento da infraestrutura turística: [...] ingresso de recursos financeiros pelos gastos turísticos; criação de novas empresas de serviços; aumento da oferta de empregos nas empresas públicas e privadas que atendem aos visitantes; implantação da infraestrutura urbana (água, luz, rede de esgoto, saneamento básico, comunicação etc.) capaz de responder às necessidades da própria população e da população flutuante; investimentos em lojas de suvenires, restaurantes, hotéis, parques de diversões; criação de museus, elaboração de um plano diretor de turismo, facilidades para aquisição de material informativo (mapas, folhetos, revistas, filmes etc.); construção ou reforma de aeroportos, rodoviárias e portos; aparecimento de escolas de formação de mãode-obra para o turismo; centros de eventos; aumento do ingresso de impostos nos cofres públicos com melhoria do padrão de vida da comunidade.[...] Segundo Soares, Sobral e Veiga (2016) estes itens são essenciais para que a atividade turística proporcione um desenvolvimento pleno para a região que pretende adotá-la como fonte de desenvolvimento socioeconômico, tal atividade deve estar dotada de estrutura completa, administrativa e física, tornando o deslocamento para o turista menos oneroso e mais fácil. Isso também deverá vir acompanhado da plena capacitação e conscientização do setor público, privado e, principalmente, da comunidade, proporcionando essa integração e utilizando-a como fator positivo para esse desenvolvimento. 3.2.3 Serviços De acordo com Beni (2008, p.38) os serviços turísticos, destinados à satisfação das motivações, necessidades e preferências do turista podem ser classificados como: Receptivos (atividades hoteleiras e extra hoteleiras); 23 Alimentação; Transporte (da residência a destinação turística e no centro receptor); Públicos (administração turística, postos de informações e etc.); Recreação e entretenimento na área receptora. De acordo com Ignarra (2011, p. 63-64) o produto turístico é composto, além dos atrativos, pelos serviços turísticos. Para poder usufruir deste atrativo, o turista necessita consumir uma série de serviços. Alguns destes, por atenderem exclusiva ou preferencialmente turistas, são classificados como turísticos. Assim, um hotel pode ter no seu restaurante ou área de eventos clientes que residam na mesma cidade. Contudo, a maioria dos clientes reside em outras cidades, constituindo-se, portanto, em um serviço turístico, o qual é o mais variado possível. Desta forma define-se que: Um conceito relevante na análise dos serviços turísticos é o da oferta concorrente, que á aquela que disputa o mesmo consumidor, e o da oferta complementar, que é a que contribui para a venda de determinado serviço. (IGNARRA, 2011, p.67) Cada tipo de serviço turístico possui características próprias importantes oferta dos mesmos. Dentre tantos serviços importantes, o serviço de informações é o que se destaca a seguir, pela relevância ao tema do estudo. 3.2.3.1 Serviços de informações Os serviços de Informações podem ser oferecidos de várias formas: por sites de buscas e aplicativos, na recepção do turista no destino, em hotéis, restaurantes, postos de combustíveis, nos centros de atendimento ao turista, que podem ser chamados de centro de informação ao turista, centro de apoio ao turista, casa do turista, portais turísticos e etc. Todos eles com um único objetivo: fornecer toda a informação necessária ao visitante, para que os mesmos possam desfrutar de forma apropriada todos os locais de visitação e apreciar seus atrativos, com o intuito de fazer com que o turista volte mais vezes à cidade. De acordo com De Lucca (2005) a informação tem uma grande importância para o setor turístico. Os turistas precisam de informação mesmo quando já chegaram a seu destino. Essa necessidade de informação está associada a riscos financeiros e emocionais para o consumidor. Apesar do constante aumento do 24 tempo livre, as férias anuais são o principal espaço temporal que pessoas possuem para viajar. Caso ocorram problemas em seus momentos de férias, psicologicamente o visitante fica abalado e possivelmente não retorna àquela localidade. A necessidade de informação para o turista já existia na Europa Moderna, como atesta Burke (2003, p.69-70): Todo Turista sabe que, quanto maior a cidade maior a necessidade de um guia, seja sob a forma de uma pessoa ou de um livro. No início da Europa Moderna, havia uma demanda de ciceroni (... ) e também de livros-guia. (...) No século XVIII, esses livros-guia passaram acrescentar à descrição das igrejas e das obras de arte algumas informações práticas, do tipo como negociar com os condutores de cabriolés ou quais ruas deviam ser evitadas à noite. Existem os Centros de Informações Turísticas (CIT) e os Centros de Atendimento aos turistas, os quais são distintos, porém, com o mesmo objetivo de fornecer toda informação e apoio necessários aos turistas, dando-lhes total suporte, com objetivo de fazer com que eles conheçam o que a cidade tem de melhor a oferecer em atrativos, infraestrutura e serviços. Segundo De Lucca (2005) os Centros de Informações Turísticas (CIT) são unidades de informação e o estudo dos fluxos de informações são fundamentais para otimizar a prestação de serviços pertinentes a seus usuários. Os centros de Informações turísticas (CIT) são responsabilidade do setor público, e se inserem no sistema turístico como parte da infraestrutura de que uma localidade necessita para atender o turista (BENI,2003). A afirmação de que os centros de informações turísticas estabelecem a primeira impressão de uma localidade é verdadeira somente em determinados casos, dependendo da forma como foi buscada a informação virtual ou real e ainda se o primeiro contato já no destino ocorreu no centro de informações. As funções de um CIT variam bastante, dependendo de seu objetivo, localização, porte, estruturação e gestão, destacando-se as seguintes: fornecer informações turísticas; prestar serviços de agências de viagens - reservas de serviços em estabelecimentos turísticos como meios de hospedagem, traslados, guias de turismo, reservas em show e outros eventos; sugestões de atrativos turísticos; e contatos de serviços de alimentação - restaurantes, lanchonetes e lojas de conveniências entre outras (DE LUCCA, 2005). Na literatura, a nomenclatura encontrada é Centro de Atendimento ao Turista ou Centro de Informações ao Turista, porém, no projeto criado pela Prefeitura Municipal de Mampituba (Anexo A), utiliza-se Centro de Apoio ao Turista, o qual 25 desempenhará as mesmas funções que um CIT, diferenciando-se apenas em sua nomenclatura. 4 METODOLOGIA E TÉCNICAS DE PESQUISA Este breve estudo caracteriza-se por ser um plano de ação, no qual se propõe a criação de um local de atendimento ao turista no município de Mampituba (RS). 4.1 Metodologia Para ajudar no processo de metodologia de um trabalho acadêmico cientifico é necessário compreender amplamente os processos da investigação. A metodologia é um pilar fundamental no desenvolvimento e construção da pesquisa, é base necessária para o pesquisador realizar suas escolhas no processo do trabalho científico. 4.2 Métodos de Pesquisa Os métodos de pesquisa podem ser considerados como um esquema e para isso tem etapas que devem ser seguidas para alcançar um objetivo. Segundo Matias (2012, p. 34) O método científico utilizado é o conjunto de procedimentos e técnicas utilizadas de forma regular, passível de ser repetido, para alcançar um objetivo material ou conceitual e compreender o processo de investigação. Ou seja, é o roteiro apoiado em procedimentos lógicos para se alcançar uma verdade científica, ou seja, o conjunto de procedimentos que ordenam o pensamento e esclarecem acerca dos meios adequados para chegar-se ao conhecimento. Sendo assim, os métodos de pesquisa são utilizados para determinar caminhos que serão utilizados pelo pesquisador no desenvolvimento de sua atividade. Sem um método definido, não é possível realizar um trabalho científico claro e objetivo, além de inviabilizar possíveis comprovações dos resultados alcançados. 4.3 Tipos e fontes de dados Dentre os dados secundários, foram realizados dois tipos de pesquisa: bibliográfica e documental, sendo que a pesquisa bibliográfica é a busca de uma 26 problematização de um projeto de pesquisa, a partir de referências publicadas, analisando e discutindo as atribuições culturais e científicas. Ela constitui uma excelente técnica para fornecer ao pesquisador abordagem teórica, de conhecimento e treinamento científico que habilitam a produção de trabalhos originais e pertinentes. A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32). Para Gil (2007, p. 44), os exemplos mais característicos desse tipo de pesquisa são sobre investigações sobre ideologias ou aquelas que se propõem à análise das diversas posições acerca de um problema. Para complementar a pesquisa bibliográfica, realizou-se também pesquisa documental, para que fosse observado como se deu o desenvolvimento turístico no local e ainda como surgiu o interesse em desenvolver um local para oferecer serviços turísticos. Nesse item também se pode incluir o projeto do Centro de Apoio ao Turista (Anexo A) como principal forma de buscas por melhorias no que se refere a infraestrutura e do desenvolvimento turístico local. A pesquisa documental trilha os mesmos caminhos da pesquisa bibliográfica, não sendo fácil por vezes distingui-las. A pesquisa bibliográfica utiliza fontes constituídas por material já elaborado, constituído basicamente por livros e artigos científicos localizados em bibliotecas. A pesquisa documental recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes, fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de programas de televisão, etc. (FONSECA, 2002, p. 32) 4.4 Abordagens da pesquisa Para este estudo, primou-se por compreender a significância da proposta de um local para ofertar informações ao turista. Assim sendo, realizou-se uma análise de cunho qualitativo, que responde a questões particulares, ou seja, “trabalha 27 com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atividades” (Minayo, 2011, p. 21). Esse conjunto de fenômenos humanos é considerado parte de uma realidade social, pois o ser humano age, pensa e analisa suas ações dentro da realidade vivida entre seus semelhantes. Minayo ainda explica que: A diferença entre abordagem quantitativa e qualitativa da realidade social e de natureza é não de escala hierárquica. Enquanto os cientistas sociais que trabalham com estatística visam a criar modelos abstratos ou a descrever e explicar fenômenos que produzem regularidades, são recorrentes e exteriores aos sujeitos, a abordagem qualitativa se aprofunda no mundo dos significados. Esse nível de realidade não é visível, precisa ser exposta e interpretada, em primeira instância, pelos próprios pesquisadores (MINAYO, 2006 p.22). Assim a pesquisa qualitativa explora significados, os quais o pesquisador expõe e interpreta a realidade encontrada e vivenciada no decorrer do processo. 4.5 Tipos de Pesquisa Para este estudo, abordou-se a pesquisa-ação e também a pesquisa descritiva. 4.5.1 Pesquisa descritiva Este estudo caracterizou-se como uma pesquisa descritiva, por descrever a experiência do estágio em um setor público, e também por viabilizar o projeto de construção de um Centro de Apoio ao turista (CAT) com verbas do Ministério do Turismo, destinadas ao desenvolvimento turístico do município de Mampituba-RS. A pesquisa descritiva, de acordo com Lopes (2006), é o estudo de uma determinada população, descrevendo suas características, estabelecendo variáveis entre si, a partir de seus objetivos, servem também para proporcionar uma nova visão do problema. As pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. Para Gil (1999, p.44) as pesquisas descritivas são juntamente com as exploratórias, as que habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados 28 com a atuação prática. São também as mais solicitadas por organizações, como instituições educacionais, empresas comerciais, partidos políticos etc. 4.5.2 Pesquisa Ação O presente estudo é considerado de ação, pois se propõe a uma análise empírica, conforme define Thiollent (1988): A pesquisa ação é um tipo de investigação social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. Por sua vez, Fonseca (2002) também define que a pesquisa ação é uma metodologia de sistemas, que transforma realidades, conhecimento e compromisso com todos os elementos envolvidos na pesquisa. Proporcionando um valor significativo para o processo de mudança social. Para Gil (2007, p. 55), a pesquisa-ação tem sido alvo de controvérsia devido ao envolvimento ativo do pesquisador e à ação por parte das pessoas ou grupos envolvidos no problema. Apesar das críticas, essa modalidade de pesquisa tem sido usada por pesquisadores identificados pelas ideologias reformista e participativa. No contexto deste estudo, considerando o interesse do município em criar local para ofertar serviço de informação ao turista, a pesquisa-ação cumpre com papel esclarecedor, uma vez que permite a participação de todos os atores locais, como fornecedores de informação. 29 5 PROPOSTA DE AÇÃO - CENTRO DE APOIO AO TURISTA A partir das observações e atividades realizadas no período de estágio, observou-se a necessidade de propor a criação de um Centro de Apoio ao turista (CAT), analisando a proposta, descrevendo a sua estrutura física e operacional, bem como elencando as atividades que serão desenvolvidas no local. Entende-se que o CAT pode contribuir para um atendimento com profissionalismo e contribuir no fomento do turismo no município e região, possibilitando uma receptividade que possa agregar às ações da gestão pública e o trade turístico do município. 5.1 Análise da Proposta de Construção de um Centro de Apoio ao Turista No ano de 2015, no dia onze de julho, após conversas entre o setor financeiro, o prefeito de Mampituba, o Secretário de Turismo e Desporto, estagiários e um arquiteto, logo surgiu a ideia de propor um projeto de melhoria da infraestrutura turística local. Com isso, foi solicitado ao Ministério do Turismo o projeto de construção de um Centro de Apoio ao Turista, sob a proposta número 1165012015 (ANEXO A). Aprovado em 2016, com o intuito de agregar valor aos atrativos turísticos, torna-se um importante componente ao produto turístico local e regional, sendo também um substancial incremento para atrair o turista, tornando-se o ponto de referência para a divulgação das potencialidades do município. O valor deste projeto foi estipulado aproximadamente em torno de R$255.000,00 (duzentos e cinquenta e cinco mil reais), de acordo com os possíveis gastos de materiais para sua construção e afins. Este valor é viável, e foi aprovado pelo ministério do turismo, sob a proposta aprovada pelo ministério do turismo no ano de 2016, o investimento será válido para atribuir valores significativos no desenvolvimento turístico local. O Centro de Apoio ao Turista visa possibilitar a melhor recepção, com informações acerca do município e opções turísticas, acolhendo o turista e possibilitando o melhor aproveitamento do município e o que ele oferece, como visitas às cachoeiras, atividades de turismo de aventura, artesanato local, degustação de produtos coloniais, visitas a propriedades rurais, etc. 30 Além de apresentar as melhores opções de atrativos, o Centro pode orientar sobre hospedagens, alimentação e outras informações importantes aos visitantes. Diante da estruturação de um Centro de Apoio é possível a orientação e capacitação de profissionais para oferecer informações com qualidade e maximizar os resultados no turismo receptivo, por meio da hospitalidade. Portanto, analisa-se que a criação de um Centro de Apoio ao turista (CAT) pode contribuir no fomento do turismo no município e região, possibilitando uma receptividade que possa agregar às ações da gestão pública e o trade turístico do município. 5.2 Descrição física e operacional do Centro de Apoio ao Turista O projeto da estrutura física do CAT foi desenvolvido pela prefeitura Municipal e submetido ao projeto de criação de um Centro de Apoio ao Turista, sendo este elaborado com o intuito de agregar valor ao turismo receptivo local, conforme a planta baixa (Anexo A) aprovada pelo Ministério do Turismo. O espaço do Centro de Apoio ocupará uma área de aproximadamente 51,67², com uma varanda de madeira e pedra de arenito, matérias-primas da região. A varanda terá um espaço de 4.00m², coberto, em frente à recepção, tendo em sua lateral janelas com vista panorâmica para a Serra do Faxinal. A recepção terá um espaço de 25 m², contará com balcão para os recepcionistas, quadros de madeira com fotos dos atrativos locais, cadeiras e poltronas para os visitantes descansarem, logo ao lado, terá uma área de lazer ao turista com Internet Wifi, televisão com aparelho de DVD. O depósito contará com aproximadamente 3,82 m², com armários com chaves, para os turistas quando precisarem deixar seus pertences, e levar consigo só a chave. O espaço contará também com banheiros com acessibilidade para cadeirantes, área com chuveiro para que os turistas, quando chegam de alguma trilha, tenham como se higienizar, além de um estacionamento em frente e ao lado da construção. Pretende-se futuramente ampliar o espaço, inserindo área para o funcionamento da Secretaria de Turismo e Desporto, espaço para exposição e venda de souvenir e artesanato, auditório, além de cobrir o estacionamento e cozinha com área de refeição para os funcionários. 31 Para o completo funcionamento do espaço, serão necessários diversos equipamentos, móveis e materiais, conforme elencados a seguir: Balcão embutido, duas mesas, um livro de presença (para assinaturas dos visitantes) dois computadores, uma impressora, um telefone e duas cadeiras giratórias. No espaço da recepção, logo ao lado, contará com três quadros de madeira com fotos dos atrativos locais. Quatro poltronas ao lado do balcão central, madeira. No espaço de lazer ao turista, conexão de internet sem fio, (wifi) um mapa da cidade na parede. Duas televisões e dois aparelhos de CD e DVD. Itens de decoração. O espaço do depósito, dois armários com chaves, para os turistas deixarem seus pertences e objetos, enquanto fazem alguma trilha, ou visitação local. Podendo então levar consigo a chave do armário. A estrutura do banheiro contará com acessibilidade, com área para cadeirantes, com um chuveiro, dois vasos sanitários e um balcão com pia na saída deste espaço. Tabela 1 – Descrição dos móveis e seus valores Materiais Quantidades Valores Valor Total Balcão De Recepção 1 530,00 R$ 530,00 R$ Poltronas 4 370,00 R$ 1480,00 R$ Cadeira Giratória 4 100,00 R$ 400,00 R$ Televisão Led 1 990,00 R$ 990,00 R$ Telefone 1 120,00 R$ 120,00 R$ Quadros de Madeira 4 50,00 R$ 200,00 R$ Vaso Sanitário 2 250,00 R$ 500,00 R$ Armários 2 400,00 R$ 800,00 R$ Computadores 2 799,00 R$ 1598,00 R$ Balcão com Pia 1 250,00 R$ 250,00 R$ Internet (Wifi) 1 50,00 R$ 50,00 R$ Chuveiro 1 89,00 R$ 89,00 R$ Impressora HD 1 159,49 R$ 154,49 R$ 32 ValorTotal: 6.416,49 R$ Fonte: A autora Podem ser considerados recursos materiais tudo aquilo que será utilizado no espaço físico utilizando-se dos equipamentos. Mensalmente serão feitos pedidos de materiais, para recompor o estoque cada vez que falta. Folhas A4. Produtos de limpezas como desinfetantes, detergentes, papéis higiênicos, sabonetes, toalhas, vassouras e etc. Canetas, como as azuis e pretas, marcadores de texto coloridos, grampeadores, caixas de clipes, tesouras, cartucho de tinta preta para a impressora, calculadoras, livros, lápis de escrever, réguas, fita durex, e etc... Folders e players de todo o trade turístico da cidade. Algumas fotos dos atrativos para a divulgação. Essas fotos podem ser de autoria de guias locais para que contribuem para a decoração do ambiente e para que os visitantes possam analisar as possibilidades que são oferecidas na cidade. O Centro de Apoio ao Turista de Mampituba (RS) funcionará de segunda à sexta, das 8 horas às 18 horas e nos finais de semanas e feriados das 7:30 às 19:30, sem fechar ao meio dia. A devida qualificação técnica e profissional dos recursos humanos também é fundamental, pois é parte essencial para a hospitalidade e é o primeiro contato do visitante no local. O conhecimento de outros idiomas, como o inglês e o espanhol, é fundamental nesse aspecto e devem ser exigidos no processo de contratação dos funcionários que irão trabalhar no Centro de Apoio ao Turista. Pretende-se contratar dois profissionais formados na área de Turismo, que sejam comunicativos, prestativos, pontuais e responsáveis, que trabalharão na recepção, auxiliando e fornecendo toda a informação possível diretamente ao turista, além de executar as ações pensadas pela Secretaria de Turismo e Desporto do município e conduzir atividades de desenvolvimento turístico local, incrementando a divulgação do município. 33 5.3 Atividades que serão desenvolvidas no Centro de Apoio ao Turista Dentre as atividades desenvolvidas no Centro de Apoio ao Turista, destacamse o fornecimento de informações aos visitantes e apoio ao turismo do município e da região, assim como de divulgação do turismo local. Esta atividade será desenvolvida por profissionais do Turismo, devidamente capacitados, bilíngues e com total conhecimento da região e seus atrativos. O CAT prestará serviços de recepção aos turistas com a distribuição de material informativo, exibição de vídeos, recepcionistas habilitados a falarem sobre os atrativos e potencialidades de Mampituba, alertando sobre distância das trilhas, vegetação, acesso às cachoeiras, entre outros. O atendimento personalizado terá destaque no local, com a recomendação de programas e atividades adequadas a cada perfil de turista, visando sempre a satisfação, suas expectativas, interesses e necessidades. No centro de Apoio ao Turista, os turistas também poderão encontrar à disposição guias turísticos, mapas da cidade e folhetos de locais para visitação. Além de prestar informações turísticas, o Centro de Apoio servirá para auxiliar a Secretaria de Turismo e Desporto na execução de seu planejamento, por meio dos profissionais previstos para atuar no Centro. 34 CONSIDERAÇÕES FINAIS O estágio é uma ferramenta essencial para formação de um profissional. Com a realização do mesmo, foi possível desenvolver uma visão realista sobre a gestão pública, dando ênfase nas atividades de planejamento, nas quais eram elaboradas. Através do estágio obrigatório foi possível a troca de experiência entre colegas de trabalho, contato direto com um órgão público. Junto disso foi possível conhecer a realidade atual da Secretaria de Turismo, tendo em vista a proposta do projeto já existente, tendo como principal objetivo a busca pelo desenvolvimento da proposta de ação. Deste modo situações como questões no atendimento ao público e ética se fizeram presentes, levando em consideração exemplos a serem seguidos ao longo da vida profissional. A proposta de ação foi gerada através da necessidade de desenvolvimento do turismo proposto, sendo que o centro de informações é porta de entrada, que recebe os turistas. Para que o desenvolvimento da atividade ocorra da melhor forma, será necessária a aplicação de investimentos no setor turístico, possibilitando assim contribuir para as melhorias propostas no desenvolver deste trabalho, auxiliando no crescimento ao município, e preservando a identidade do local, proporcionando então a qualidade no atendimento aos visitantes, que passam constantemente pelo município de Mampituba (RS). Os objetivos ao decorrer do trabalho foram traçados conforme a necessidade do município. O objetivo geral será atingido assim que o projeto sair do papel. Os específicos foram analisar e descrever o espaço fisicamente e operacionalmente elencando as atividades que podem ser desenvolvidas a partir da criação do local de apoio ao turista. Com base nessas afirmações podem ser atingidos os objetivos para a implantação de uma infraestrutura turística de qualidade no município de Mampituba (RS). Desta forma, respondendo ao problema desta pesquisa, o Centro de Atendimento ao Turista (CAT) pode contribuir para que o turista aproveite melhor os atrativos do município de Mampituba (RS), pois torna-se uma ferramenta importante para evolução do turismo local, sendo essencial para o desenvolvimento da atividade turística onde as informações prestadas orientam os turistas em sua estada pelo município, o qual poderá aproveitar melhor o que o município tem a oferecer. 35 Este Centro de Apoio poderá se tornar referência para os demais municípios da região, pois se trata de uma proposta inovadora, no sentido de buscar aliar receptividade, qualidade, modernidade e os atrativos naturais e culturais da cidade e região. A busca por novas atividades a serem desenvolvidas, o interesse de articulação do poder público e privado para colocar em prática essas propostas são um dos modos de chamar a atenção dos moradores para usar o espaço, agregando valor maior para o turismo. Destaca-se com o desenvolvimento deste Trabalho de Conclusão de Curso, o contato com a realidade do turismo no município de Mampituba e os possíveis projetos para a melhoria do desenvolvimento turístico local. Houve algumas limitações durante o período de estágio e no decorrer do trabalho, devido ao período de eleição que impediram o acesso a mais informações na área do turismo local. Houve também uma significativa importância para a autora, pois possibilitou idealizar propostas e ir atrás de informações importantes para o desenvolver do turismo local, tendo total suporte na hora da escolha da cidade, local do estágio, do tema abordado e as conclusões necessárias para então finalizar este mesmo. 36 REFERÊNCIAS ARCHDALE, G. 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