CINOMOSE CANINA: REVISÃO DE LITERATURA E NÚMEROS DE CASOS ATENDIDOS PELA UNIVERSIDADE DE CRUZ ALTA DE 2006 A 2013 JANDREY, Kiara Nicole1; MARTINS, Danieli Brolo²;TEICHMANN, Cristiane³. Palavras-chave: Morbilivírus. Cão. Morbidade. Vacinação. Introdução A cinomose canina é uma enfermidade multissistêmica, não transmissível ao homem, causada por um vírus (caninedistempervirusou CDV) (HARTMANN et al., 2007) pertencente ao gênero Morbilivirus, da família Paramyxoviridae. (MARTINS,et al., 2009). O cão doméstico é o principal hospedeiro do vírus da cinomose que acomete outros carnívoros. Cães de qualquer idade, raça e sexo, com maior predileção por filhotes e cães com imunodeficiência ou não vacinados são acometidos. (CURTIS, 2013). O presente trabalho tem por finalidade relatar as principais características como sinais clínicos, diagnóstico e tratamento da cinomose e junto com isso demonstrar o número de casos confirmados que foram atendidos pelo Hospital Veterinário da Universidade de Cruz Alta. A cinomose, por ser uma doença altamente transmissível entre os cães de todas as idades, pode levar a morte do animal se não for diagnosticada nos primeiros dias de transmissão, por isso a necessidade de os médicos veterinários tomarem conhecimento da disseminação da doença. Epidemiologia O vírus da cinomose canina (VCC) tem uma distribuição enzoótica mundial. A infecção dissemina-se rápido entre os cães, sendo os não imunizados de qualquer idade, sexo ou raça os mais susceptíveis, porém a doença é mais comum em filhotes entre 3 e 6 meses já que provavelmente não possuem mais a imunidade passiva derivada da mãe. 1 Acadêmica do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ. E-mail: [email protected] ² Docente do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ. E-mail: [email protected] ³ Docente do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ. E-mail: [email protected] O VCC acomete uma ampla variedade de hospedeiros além de cães domésticos, como raposa, dingo, coiote, lobo e chacal (família Canidae), da família Mustalidae tais como furão, vison, doninha, marta, cangambá, texugo e lontra, da família Procyonidae como guaxinim, panda, jupara e quati, também da família Felidae exóticos, mas não os gatos domésticos. O cão representa o principal reservatório para o vírus da cinomose, servindo até (NASCIMENTO, 2009). Sinais Clínicos A cinomose é uma doença que atinge os cães, altamente contagiosa. Animais de todas as idades podem ser acometidos. O período de incubação da cinomose pode chegar a 10 dias. (BARBOSA & PASSOS, 2008) O VCC replica-se inicialmente nos macrófagos do trato respiratório, ocasionando primeiro pico febril de 3 a 6 dias pós-infecção, dissemina- se para as tonsilas e os linfonodos bronquiais e daí uma viremia associada à célula segue-se, com disseminação a outros tecidos linforreticulares e por via hematógena, o vírus caminha para o trato gastrintestinal, respiratório, urogenital e ocasionalmente para o sistema nervoso central (SNC) (NASCIMENTO, 2009). Os sinais sistêmicos podem incluir diarreia, febre, emese, hiporexia, anorexia, tenesmo, secreção nasal, tosse, dispneia, apatia e ceratoconjuntivite seca. Dentre os sinais neurológicos, incluem-se mioclonia, convulsão, rigidez cervical, hiperestesia, tremores musculares, paresia, paralisia, ataxia, mudanças comportamentais, depressão e desorientação (MARTINS, et al., 2009). Dos 40 casos de cinomose atendidos e confirmados por necropsia no Hospital Veterinário da Universidade de Cruz Alta (Tabela 01) os sinais clínicos mais frequentes foram ataxia, apatia, vômito, convulsões, mucosa pálida, diarreia, desidratação e secreção ocular purulenta. Tabela 1-Números de casos de cinomose atendidos pelo Hospital Veterinário da Universidade de Cruz Alta no período de fevereiro de 2006 a julho de 2013. Idade 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Até 2 anos 3 1 2 3 1 2 3 1 De 2 a 4 anos - - - - 1 - 1 1 De 4 a 6 anos 2 3 - - - - 1 - De 6 a 8 anos 1 - - - - 2 1 1 De 8 a 10 anos - 1 - - - - 1 - Acima de 10 anos - - - 1 - 1 - 1 Não informado - - - - - 2 3 - Total 6 5 2 4 2 7 10 4 Diagnóstico A cinomose tem um suporte de diagnóstico laboratorialmente através da visualização de corpúsculos de inclusão de Lenz em esfregaços sanguíneos, no líquor e em impressões das mucosas nasal, prepucial, vaginal e, principalmente, conjuntival (NOGUEIRA,et al). O líquor pode indicar alterações na fase crônica com aumento de proteínas. O isolamento viral em cultivo celular é específico, mas demorada, podendo resultar em falso-negativo, exceto na fase aguda. A técnica de reação em cadeia de polimerase (PCR) precedida de transcrição reversa vem sendo usada com sucesso na detecção viral. A técnica de imunoflorescência pode confirmar o diagnóstico para cinomose por seu método ser de forma direta em fluídos corporais, sendo importante sua realização nos primeiros dias dos sinais agudos da cinomose (NASCIMENTO, 2009). Profilaxia As vacinas de vírus vivo modificado induzem imunidade efetiva contra a cinomose, no entanto, há de se considerar a interferência da imunidade derivada da mãe, a idade na qual os filhotes tornam-se susceptíveis a cinomose é proporcional ao título de anticorpos maternos, cerca de 50% já são passíveis de vacinação às 6 semanas de idade. Devem ser revacinados a cada 3semanas até completarem 14 semanas de idade, este é um dos esquemas mais utilizados, é pratico e resulta na imunização de 95% ou de mais dos cães (SANTOS, 2006). Considerações Finais Conclui-se que a cinomose é uma enfermidade multissistêmica que está mundialmente distribuída sendo que os cães jovens são os mais suscetíveis por não possuírem imunidade passiva derivada da mãe ou ainda ausência ou falha vacinal. Contudo salienta-se a importância da vacinação preventiva a fim de se evitar novos casos da doença. Referencias Bibliográficas HARTMANN, T. L. S.; BATISTA, H.B.C.R.; DEZEN, D.; SPILKI, F. R.; FRANCO, A. C.; ROEHE, P. M. Anticorpos neutralizantes contra os vírus da cinomose e da parainfluenza em cães de canis dos municípios de Novo Hamburgo e Porto Alegre, RS, Brasil. Cienc. Rural, Santa Maria, v.37, n.4, p. 1178-1181, jul-ago, 2007. MARTINS, D.B.; LOPES, S. T. A.; FRANÇA, R. T.; Cinomose Canina – Revisão de Literatura. 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Aspecto clínicos e tratamentos da cinomose canina no Hospital Veterinário das FIO.(online) Disponível em: <http://fio.edu.br/cic/anais/2009_viii_cic/Artigos/09/09.04.pdf> Acesso em 04 de outubro de 2013 MANGIA, S. H.; PAES, A. C.; Neuropatologia da cinomose. Veterinária e Zootecnia, v. 15, n. 3, dez., p. 427- 427, 2008. SANTOS, B. M.; Cinomose Canina – Revisão de Literatura. (online) Disponível em: <http://www.qualittas.com.br/principal/uploads/documentos/Cinomose%20Canina%20%20Revisao%20de%20Literatura%20-%20Brunno%20Medeiros%20dos%20Santos.PDF> Universidade Castelo Branco. Acesso em 29 de setembro de 2013