ASTM CODENT GAEDOW 30(1):01-36 ISSN 0101-7772 Volume 30 - Número 1 - Janeiro / Março, 2011 1 Gastroenterologia Endoscopia Digestiva A Revista GED – Gastrenterologia Endoscopia Digestiva é o órgão oficial de circulação trimestral da SOBED (Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva), da FBG (Federação Brasileira de Gastroenterologia), da SBH (Sociedade Brasileira de Hepatologia), do CBCD (Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva) e da SBMD (Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva). Fundada pelo Capítulo de São Paulo da SOBED em 1982, durante a gestão do Prof. Dr. Arnaldo José Ganc. Registrado na Lei de Imprensa em 19/11/1981, sob o no 1.870, Lv. A, no 5o Registro de Títulos e Documentos de São Paulo. Indexada nas seguintes bases de dados LILACS, SCOPUS, EMBASE/EXCERPTA MÉDICA, LATINDEX e ADSAÚDE Editor Chefe Paulo Roberto Arruda Alves (SP) Editores Responsáveis José Murilo Robilotta Zeitune (SP) – Gastroenterologia - [email protected] Nelson Adami Andreollo (SP) – Cirurgia Digestiva - [email protected] Paulo Roberto Arruda Alves (SP) – Endoscopia Digestiva - [email protected] Rimon Sobhi Azzam (SP) – Motilidade Digestiva - [email protected] Aécio Flávio Meirellez Souza (SP) – Hepatologia - [email protected] Editores Associados Arnaldo J. Ganc (SP) Jaime Natan Eisig (SP) Eduardo Luiz Rachid Cançado (SP) Marcelo Averbach (SP) Sânzio S. Amaral (SP) Conselho Editorial – Brasil Admar Borges da Costa Jr. (PE), Ana Maria Pittella (RJ), Antonio Frederico N. Magalhães (SP), Artur Parada (SP), Bruno Zilberstein (SP), Claudio Coy (SP), Deborah Crespo (PA), Decio Chinzon (SP), Edmundo Pessoa Lopes (PE), Edna Strauss (SP), Edson Pedro da Silva (SC), Everson Artifon (SP), Flair Carrilho (SP), Flavio Quilici (SP), Henrique Coelho (RJ), Hugo Cheinquer (RS), Ismael Maguilnik (RS), João Carlos Andreolli (SP), João Galizzi Filho (MG), José Galvão Alves (RJ), Julio Cesar U. Coelho (PR), Lix A.R. Oliveira (SP), Lorete M.S. Kotze (PR), Lúcia Câmara Castro Oliveira (RJ), Luiz Gonzaga Vaz Coelho (MG), Luiz Pimenta Modena (SP), Luiz Roberto Lopes (SP), Márcio M. Tolentino (SP), Marcus Túlio Haddad (RJ), Mario Pessoa (SP), Martha Pedroso (SP), Maurício Fernando de Almeida Barros (SP), Orlando J.M. Torres (MA), Paulo Bittencourt (BA), Paulo R. Ott Fontes (RS), Paulo Roberto Savassi Rocha (MG), Paulo Sakai (SP), Ramiro Mascarenhas (BA), Raymundo Paraná (BA), Ricardo A. Refinetti (RJ), Roberto Dantas (SP), Sérgio Gabriel Barros (RS), Tomas Navarro Rodriguez (SP), Venâncio A.F. Alves (SP), Vera Lúcia Andrade (MG), Walton Albuquerque (MG) Editores Internacionais Daniel Sifrim (Bélgica), Dirk J. Gouma (Holanda), Helena Cortez Pinto (Portugal), Jorge Daruich (Argentina) Secretaria Coordenadora: Fátima Lombardi dos Santos Av. Brigadeiro Faria Lima, 2.391, conj. 102 – 01452-000 São Paulo, SP Tel.: (11) 3813-1610 – Fax: (11) 3032-1460 E-mail: [email protected] Tiragem: 7.000 exemplares Periodicidade: trimestral Circulação: nacional para todos os associados da SOBED, FBG, SBH, CBCD e SBMD Números anteriores e separatas: [email protected] Editoração Eletrônica, Distribuição, Impressão e Publicidade E-mail: [email protected] Tel.: (11) 3186-5600 ÍNDICE ISSN 0101-7772 Índice RELATO DE CASO ARTIGO ORIGINAL 1 Síndrome de Mirizzi: estudo de 11 casos 23 Mirizzi’s syndrome: report of eleven cases Giant colonic diverticulum, a rare disease with atypical localization R ONE A NTÔNIO A LVES DE A BREU , M ARCO A URÉLIO G UIDUGLI DOS S ANTOS , J AUMIR L OURENÇO S ILVA , A LECSANDER R ODRIGUEZ O JEA , F ILINTO A NÍBAL A LAGIA V AZ , M ANLIO B ASÍLIO S PERANZINI 7 Tumores neuroendócrinos do intestino delgado: experiência do Instituto Nacional de Câncer em 12 anos J ANICE M ENDES -S TUART , M ALLIRRA C OLARES , P RISCILLA L AGES B ENTO -F ERNANDES , A NTÔNIO S ÉRGIO B ARCALA -J ORGE 27 Spontaneous abdominal wall hematoma: case report and literature review E DUARDO L INHARES , R OSYANE R ENA DE F REITAS , R INALDO G ONÇALVES , C INTIA R AMOS J OSÉ DO C ARMO J R , R ÍVIA T IRONE DO C ARMO , A LESSANDRO A DAD J AMMAL , R ARISSA Q UEIROZ F ERREIRA , F ELIPE C ROZARA F ERREIRA O LIVEIRA 30 Tumor sólido pseudopapilar do pâncreas Tumor de Frantz estudo retrospectivo e revisão da literatura A NDRÉ R OSSETTI P ORTELA , B RUNO R IGHI R ODRIGUES O LIVEIRA , M ÁRIO G ISSONI DE C ARVALHO , C ÁSSIO A NDRADE C INTRA , S EIJI M IYATA , R ENI C ECÍLIA L OPES M OREIRA , P AULO G UILHERME DE O LIVEIRA S ALLES , B RUNA P OZZI C ÉSAR Challenges on imaging follow-up for rectal neuroendrocrine tumor endoscopic local resection: case report Desafios no acompanhamento de imagens de tumor neuroendócrino retal com ressecção endoscópica local: relato de caso Tumor solid pseudopapilary of the pancreas Frantz tumor: retrospective study and literature review A DRIANA B ORGONOVI C HRISTIANO , A MANDA P IRES B ARBOSA , A LINE M ARIA DE V ITA M ARQUES , M ARIANNA A NGELO P ALMEJANI , C AIO E DUARDO G ULLO , M ARCELO P ANDOLFI B ASSO , J OÃO G OMES N ETINHO DE 19 Hematoma espontâneo de parede abdominal: relato de caso e revisão de literatura Neuroendocrine tumors of the small intestine: experience of the National Cancer Institute in 12 years ARTIGO DE REVISÃO 13 Impactação de prótese dentária em esôfago cervical: diagnóstico e tratamento 32 Tumor de células granulares no esôfago: relato de 2 casos e revisão de literatura Granular cells tumor of the esophagus: report of two cases and review of literature Medicina natural: o que há sobre eficácia e segurança nas doenças hepáticas J ACQUELINE M ARTINS Natural medicine: What`s on eficacy and safety in liver diceases? DE S OUSA , F LÁVIO M ARTINS DE S OUSA IMAGEM EM FOCO H EITOR R OSA 35 Citomegalovírus em válvula ileocecal Cytomegalovirus in ileocecal T HIAGO A LONSO D OMINGOS , C ESAR G IOVANI C ONTE , C ARLOS E DUARDO Z. C ÔNSOLO , F ERNANDO H ENRIQUE N OVAES , Y ARA D ELAMARE E SPÍNDOLA 6 a SII é o mais frequente deles. MÚLTIPLA AÇÃO NA SII EM APENAS UMA CÁPSULA 1,2 Apresentações: 7 200 mg com 20, 30 e 60 unidades. cápsulas de Rapidez no alívio da dor; 3 Ação moduladora na constipação e diarreia; 2,4 Melhora global dos sintomas.5 Posologia: 7 2 a 3 cápsulas ao dia, preferencialmente antes das refeições. Digedrat - maleato de trimebutina cápsula gelatinosa 200mg. Indicações: síndrome do intestino irritável, dispepsia e íleo pós-operatório. Contraindicações: hipersensibilidade conhecida à trimebutina ou a qualquer componente da fórmula. Precauções e Advertências: pode ser prescrito sem restrições, exceto durante os três primeiros meses de gravidez. Só deve ser usado na gravidez sob prescrição médica. Nenhum ajuste de dose é necessário para pacientes idosos. Interações medicamentosas: não existem relatos a respeito de interações medicamentosas de trimebutina na forma oral com alimentos. Nenhuma interferência significativa foi observada quanto aos parâmetros bioquímicos, exceto diminuição da contagem de eritrócitos. Relato de leucopenia também pode ocorrer. Pacientes que estiverem fazendo tratamento com Digedrat devem evitar o uso simultâneo de bebidas alcoólicas. Não existem relatos a respeito de interações medicamentosas com Digedrat. Reações adversas: os efeitos adversos relatados são raros, e incluem vermelhidão cutânea (< 2% dos pacientes), sonolência (0,08%) e, muito raramente, alguns casos de dor de cabeça, boca seca, constipação, diarreia, vômitos, fraqueza e tonturas (menos de 0,01% de incidência para cada efeito colateral). Posologia: deve ser administrado por via oral. Adultos: 1 cápsula, duas a três vezes ao dia, preferencialmente antes das refeições. A duração do tratamento deve ser determinada pelo médico. A dose oral máxima diária recomendada é de 600mg. Crianças: só deve ser administrado a crianças com mais de 12 anos de idade. Registro no MS: 1.0181.0477. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. AO PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. SAC 0800 7717017. Material destinado a profissionais de saúde habilitados a prescrever ou dispensar medicamentos. Referências bibliográficas: 1.DELVAUX M & WINGATE D. Trimebutine: Mecanism of action, effects on gastrointestinal function and clinical results. J Int. Med. Res., 25(5): 225-46; 1997. 2.TANAKA M. Gastric ulcer, motility and trimebutine. J Gastroenterol., 33(6): 916-7; 1998. 3. Micromedex: Drugdex Evaluations Trimebutine. Acesso em 28 Agosto 2006. 4. RAMON JF. et al. Pharmacological Properties of Trimebutine and N-monodesmethyltrimebutine. JPET, 289(3): 1391-97; 1980. 5. POYNARD T. et al. Meta-analysis of smooth muscle relaxants in the treatment of irritable bowel syndrome. Aliment Pharmacol Ther., 15(3): 355-61; 2001. 6. GRUNDMANN O, et al. Irritable bowel syndrome: epidemiology, diagnosis and treatment: an update for health-care practitioners. J Gastroenterol. Hepatol; 25: 691-9.7. Bula do produto Digedrat (maleato de trimebutina). MS - 1.0181.0477. Contraindicações: Hipersensibilidade conhecida à trimebutina ou a qualquer componente da fórmula. Interações Medicamentosas: Não existem relatos a respeito de interações medicamentosas com Digedrat. JIMENEZ Cerca de 50% dos pacientes que procuram atendimento gastroenterológico sofrem de problemas funcionais: Diretoria das Sociedades SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOSCOPIA DIGESTIVA (SOBED) Diretoria Executiva (2010-2012): Presidente: Sérgio Luiz Bizinelli (PR) • Vice-Presidente: Flávio Hayato Ejima (DF) • 1o Secretário: Jimi Izaques Bifi Scarparo (SP) • 2º Secretário: Afonso Celso da Silva Paredes (RJ) • 1o Tesoureiro: Thiago Festa Secchi (SP) • Sede: Rua Peixoto Gomide, 515 – cj. 14 – 01409-001 – São Paulo, SP – Tel./fax: (11) 3148-8200 e 3148-8201 - E-mail: [email protected] – Site: sobed.org.br FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GASTROENTEROLOGIA (FBG) Diretoria (2010-2012): Presidente: José Galvão Alves (RJ) • Vice-Presidente: José Roberto de Almeida (PE) • Secretário Geral: Sender Jankiel Mizsputen (SP) • 1o Secretário: Adávio de Oliveira e Silva (SP) • Diretor Financeiro: Rubens Basile (RJ) • Coordenador do FAPEGE: Maria do Carmo Friche Passos (MG) • Presidente Eleito (2012-2014): José Roberto de Almeida (PE) • Sede: Av. Brig. Faria Lima, 2.391, 10º andar – cj. 102 – 01452-000 – São Paulo, SP – Tel.: (11) 3813-1610 / 3813-1690. Fax: (11) 3032-1460 - E-mail: [email protected] – Site: www.fbg.org.br SOCIEDADE BRASILEIRA DE HEPATOLOGIA (SBH) Diretoria 2009-2011: Presidente: Raymundo Paraná Filho • 1º Vice-Presidente: Mário Guimarães Pessoa • Secretário Geral: Paulo Lisboa Bittencourt • Secretária Adjunta: Celina Maria Lacet • 1º Tesoureiro: Delvone Freire Gil Almeida • Presidente Eleito 2011-2013: Henrique Sérgio M. Coelho • Sede: Av. Brig. Faria Lima, 2.391, 10º andar – cj. 102 – 01452-000 – São Paulo, SP – Tel.: (11) 3812-3253 - E-mail: [email protected] – Site: www. sbhepatologia.org.br COLÉGIO BRASILEIRO DE CIRURGIA DIGESTIVA (CBCD) Diretoria - Gestão 2011-2012: Presidente: Cleber Dario Pinto Kruel • Vice-Presidente: Luis Augusto Carneiro D’Albuquerque • 1o Secretário: Cláudio José Caldas Bresciani • 2o Secretário: Nicolau Gregori Czezcko • 1o Tesoureiro: Bruno Zilberstein • Presidente Eleito (2013-2014) Ivan Cecconello • Sede: Av. Brig. Luiz Antonio, 278 – salas 10 e 11 – 01318-901 – São Paulo, SP – Tels.: (11) 3289-0741 / 3266-6201 / Fone/Fax: (11) 3288-8174 – E-mail: [email protected] – Site: www.cbcd.org.br SOCIEDADE BRASILEIRA DE MOTILIDADE DIGESTIVA (SBMD) Diretoria - Gestão 2010-2011: Presidente: Eponina M. O. Lemme • Vice-Presidente: Sânzio Santos Amaral • Secretário Geral: Rosana Bihari Schechter • 1o Secretário: Luciana Dias Moretzsohn • 1o Tesoureiro: Luiz João Abrahão Junior • Sede: Av. Brigadeiro Faria Lima, 2391, Conj. 102, Jardim Paulistano – 01452-000 – São Paulo, SP – Fone: (11) 3518-9117 – E-mail: [email protected] – Site: www.sbmd.org.br Informações aos Autores Modificado em outubro de 2007 A GED, órgão oficial da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva – SOBED, da Federação Brasileira de Gastroenterologia – FBG, da Sociedade Brasileira de Hepatologia – SBH, do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva – CBCD e da Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva – SBMD, tem por objetivo a divulgação de trabalhos que contribuam para o progresso da Gastroenterologia, da Endoscopia Digestiva, da Hepatologia, da Cirurgia Digestiva e da Motilidade Digestiva. São publicáveis as colaborações que, enviadas à Secretaria da GED (Av. Brig. Faria Lima, 2.391 – 10o andar – cj. 102 –1452000 – São Paulo, SP, email [email protected]), forem aceitas pelo Conselho Editorial e não tenham sido previamente publicadas e nem o venham a ser, simultaneamente, em outros periódicos. Serão aceitos artigos escritos na língua portuguesa. A critério do Conselho Editorial, poderão ser considerados manuscritos em língua inglesa e castelhana. A GED adota as regras da Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals emitidas pelo International Committee for Medical Journal Editors, disponível na Internet (http:// www.icmje.org). CONTEÚDO DA GED Editoriais Destinam-se à apresentação de temas de natureza polêmica, atual e de impacto, nos quais os editores da GED percebam a necessidade de manifestar de forma sintética a visão destes editores, abordando ou não artigos publicados na GED. Serão escritos pelos editores e/ou membros do Conselho Editorial ou, mediante convite, por outros especialistas. Artigos Originais De pesquisa clínica e/ou experimental, devem apresentar a aprovação da pesquisa pelo Conselho de Ética do hospital, serviço ou instituição onde o trabalho foi realizado. Devem ser estruturados com os seguintes itens: Resumo (e Unitermos), Introdução, Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões e Referências Bibliográficas (acompanhado de unitermos). Introdução – Em que se apresenta a justificativa para o estudo, com referências relacionadas ao assunto e o objetivo do artigo. Métodos – Em que se apresentam: a) descrição da amostra utilizada; b) mencionar se há consentimento informado; c) identificação dos métodos, aparelhos e procedimentos utilizados, de modo a permitir a reprodução dos resultados pelos leitores; d) breve descrição e referências de métodos publicados mas não conhecidos amplamente; e) descrição de métodos novos ou modificados; f) se for o caso, referir a análise estatística utilizada, bem como os programas empregados. Resultados – Em que serão apresentados os resultados em sequência lógica, em forma de texto, tabelas e ilustrações; recomenda-se evitar repetição excessiva de dados em tabelas ou ilustrações e no texto. No texto, números menores que 10 serão grafados por extenso; de 10 em diante, serão expressos em algarismos arábicos. Discussão – Em que serão enfatizados: a) os aspectos originais e importantes do artigo, evitando repetir dados já apresentados anteriormente; b) a importância e as limitações dos achados, confrontando com dados da literatura; c) a ligação das conclusões com os objetivos do estudo; d) as conclusões decorrentes do estudo. Referências – As referências bibliográficas devem ser numeradas na ordem em que são citadas primeiramente no texto. Elas devem seguir as regras do Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals – http://www.icmje.org. Alguns exemplos mais comuns são apresentados a seguir. Exemplos: 1. Artigo padrão em periódico (devem ser listados todos os autores; se houver mais de seis, citar os seis primeiros, seguidos por et al.): Alper CA, Kruskal MS, MarcusBagle Y, Craven DE, Katz AJ, Brint SJ, et al.. Genetic prediction of response to hepatitis B vaccine. N Engl J Med. 1989;321:708-12. 2. Autor institucional: NHI Consensus Development Panel on Helicobacter pylori in Peptic Ulcer Disease. Helicobacter pylori in peptic ulcer disease. JAMA. 1994;272:65- 9. 3. Livro com autor(es) responsável(is) por todo o conteúdo: With TK. Bile pigments. New York: Academic Press, 1968. 4. Livro com editor(es) como autor(es): Magrath I, editor. The non-Hodgkin’s limphomas. 2nd ed. London: Arnold, 1997. 5. Capítulo de livro: Warshaw AL, Rattner DW. Residual common duct stones and disorders of duodenal ampullae.`In: Ellis H, editor. Maingot’s abdominal operations. New York: Lange Publishers, 1990:1471-2 Os títulos dos periódicos devem ser abreviados de acordo com o Index Medicus (List of Journals Indexed). Se o periódico não constar dessa lista, grafar o nome por extenso. Tabelas – As tabelas devem possuir um título sucinto, com itens explicativos dispostos em seu pé. Devem ser numerados sequencialmente com algarismos arábicos. Figuras – Serão aceitas figuras em preto e branco. Figuras coloridas poderão ser publicadas quando forem essenciais para o conteúdo científico do trabalho; nesses casos, o ônus de sua publicação caberá aos autores. INFORMAÇÕES AOS AUTORES Artigos de Revisão Direitos autorais Somente serão aceitos quando, a convite dos editores da publicação, fizerem parte da linha de pesquisa do autor, comprovada pela presença de artigos originais na bibliografia e citados no texto. Todas as declarações contidas nos artigos serão da inteira responsabilidade dos autores. Aceito o artigo, a GED passa a deter os direitos autorais do material. Assim, todos os autores dos artigos submetidos à GED devem encaminhar um Termo de Transferência de Direitos Autorais. O autor responsável pela correspondência receberá 20 separatas impressas do artigo e o arquivo correspondente em formato pdf. Relato de Caso Devem ser objetivos e precisos, contendo os seguintes itens: 1) Resumo (e Unitermos) e Summary (e keywords); 2) Introdução; 3) Relato objetivo; 4) Discussão; 5) Conclusões; 6) Referências bibliográficas. Cartas ao Editor Cartas endereçadas ao(s) editor(es) serão consideradas para publicação se promoverem discussão intelectual sobre determinado artigo de publicação recente. Devem conter título informativo e não mais que 500 palavras. Se aceita, uma cópia será enviada ao autor do trabalho que suscitou a discussão, com convite para submeter uma réplica que será publicada junto com a carta. Conflito de interesses Conforme determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (RDC 102/2000) e do Conselho Nacional de Saúde (196/96) o(s) autor(es) deve(rão) tornar explícito, por meio de formulário próprio (Divulgação de potencial conflito de interesses), qualquer potencial conflito de interesse relacionado ao artigo submetido. A presente exigência visa informar sobre relações profissionais e/ou financeiras (como patrocínios e participação societária) com agentes financeiros relacionados aos produtos farmacêuticos ou equipamentos envolvidos no artigo, os quais podem teoricamente influenciar as interpretações deste. A existência ou não de conflito de interesses declarado estará ao final de todos os artigos publicados. Bioética de experimentos com seres humanos Experimentos envolvendo seres humanos devem seguir resolução específica do Conselho Nacional de Saúde (196/96), disponível na Internet (http://conselho.saúde.gov.br//docs/Resoluções/Reso/96de96.doc), incluindo a assinatura de um termo de consentimento informado e a proteção da privacidade dos voluntários. Bioética de experimentos com animais Experimentos envolvendo animais devem seguir resoluções específicas (Lei 6.638, de 8/5/1979, e Decreto 24.645, de 10/7/1934). Ensaios clínicos Artigos que contêm resultados de ensaios clínicos deverão possibilitar todas as informações necessárias à sua adequada avaliação, conforme previamente estabelecido. Os autores deverão refeir-se ao “CONSORT” (www.consort.statement.org). Revisão pelos pares Todos os artigos submetidos serão avaliados por dois revisores, os quais emitirão parecer fundamentado que servirá para o(s) editor(es) decidir(em) sobre sua aceitação. Os critérios de avaliação incluem originalidade, contribuição para corpo de conhecimento da área, adequação metodológica, clareza e atualidade. Os artigos aceitos para publicação poderão sofrer revisões editoriais para facilitar sua clareza e entendimento sem alterar seu conteúdo. COMO ENVIAR O ARTIGO O(s) autor(es) deve(m) encaminhar: • Carta de apresentação assinada por todos os autores ou pelo primeiro autor em nome dos demais, contendo: 1) informação à respeito de submissão prévia ou dupla ou submissão de qualquer parte do artigo atual; 2) uma declaração de relações, financeiras ou não, que possam levar a conflito de interesses; 3) uma declaração de que o artigo foi lido e aprovado por todos os coautores e que os critérios necessários para a declaração de autoria (consultar Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals) foram alcançados por todos os autores e que cada autor afirma que os dados do manuscrito são verdadeiros; 4) nome, endereço, telefone e e-mail do autor para correspondência; ele será o responsável pela comunicação com os outros autores a respeito de revisões e provas gráficas. • Termo de Divulgação de Potencial Conflito de Interesses. • Termo de Transferência de Direitos Autorais. • Três cópias do artigo, digitado em espaço duplo, impressas em papel tamanho carta em somente um dos lados, com margens de 2,5cm e espaço 1,5, numerando as páginas no canto superior direito; as legendas das figuras, as figuras propriamente ditas e as tabelas devem vir ao final, anexadas a cada cópia; assinalar no texto os locais adequados para inserção de figuras e tabelas. • Três conjuntos de figuras em cópia fotográfica brilhante. • Um CD contendo somente um arquivo do texto, correspondente ao artigo, e os arquivos correspondentes a fotos ou figuras. Como preparar o CD • CD formatado compatível com IBM/PC; • Usar editor de texto Microsoft Word para Windows; • O arquivo de texto deve conter somente o texto, da página-título até as referências, e as tabelas; • As figuras não devem ser incluídas no mesmo arquivo do texto; • Colocar no CD a última versão do artigo, idêntica à versão impressa; • Etiquetar o CD informando o programa e a versão utilizados, bem como o nome do arquivo. A submissão do artigo pelo correio eletrônico (e-mail) possibilita maior agilidade no procedimento de revisão. Para isso, será necessário o envio dos arquivos contendo o texto e as figuras para o e-mail da GED ([email protected]). Mensagem aos editores com identificação dos autores deve ser enviada, acompanhada dos endereços convencional e eletrônico e de informações sobre o formato utilizado. O artigo deverá ser enviado em anexo, como attachment, no formato Word para Windows. As figuras deverão estar nos formatos jpg ou tif. Informations to Authors GED is the official journal of the Brazilian Society of Digestive Endoscopy – SOBED, the Brazilian Federation of Gastroenterology – FBG, the Brazilian Society of Hepatology – SBH, the Brazilian College of Digestive Surgery – CBCD, and of the Brazilian Society of Digestive Motility – SBMD, and the purpose of the journal is to publish papers that may contribute towards the progress of Gastroenterology, Digestive Endoscopy, Hepatology, Digestive Surgery and Digestive Motility. Papers sent to the GED Secretariat (Av. Brig. Faria Lima, 2.391 – 10o andar – cj. 102 –1452-000 – São Paulo, SP, Brazil, e-mail [email protected]), which are accepted by the Editorial Board, and which have not been previously or will not be concomitantly published in other journals may be published. Papers drafted in the Portuguese language will be accepted. At the discretion of the Editorial Board, papers in the Spanish and in the English language may also be accepted. GED adopts the Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals of the International Committee for Medical Journal Editors, available in the Internet (http://www.icmje.org). GED C ONTENTS Editorials Intended to present polemic, current, and impacting topics whenever GED editors feel the need to present their view in a synthetic manner, whether or not such topics are presented in GEDpublished papers. Editorials are written by the editors and/or by Editorial Board members, or by invited specialists. Original Articles Clinical and/or experimental research papers should present the approval of the research given by the Ethics Committee of the hospital, clinic, or institution were the study was carried out. The following items must be included: Summary (and keywords), Introduction, Methods, Results, Conclusions, References, and Summary and Keywords. Introduction – Presents the justification for the study, with references related to the topic and the objective of the paper. Methods – Presenting: a) description of the sample used; b) mention whether or not an informed consent has been obtained; c) identification of methods, devices, and procedures used in order to permit reproduction of the results by the readers; d) brief description and references to methods that have been published but that are not broadly know; e) description of new methods or of modified methods; f) mention the statistical analysis or the software used, as the case may be. Results – Presenting results in a logical sequence, in text format with tables and illustrations; authors should avoid excessive information repetition in the tables and illustrations and in the text. In the text, numbers below ten will be written in full, whereas numbers 10 and beyond will be written in Arabic numbers. Discussion – Emphasis will be given to: a) original and major aspects of the paper, without repetition of the aspects previously presented; b) relevance and limitations of the findings, comparing them to information in the literature; c) connection of the conclusions to the objectives of the study; d) conclusions arising out of the study. References – Bibliographic references should appear in the order in which they are first quoted in the text. They should follow the Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals – http://www. icmje.org. Some of the more usual example are presented. Examples: 1. Standard paper in journals (all authors must be listed; if they are more than six, list the first six followed by et al.): Alper CA, Kruskal MS, Marcus-Bagle Y, Craven DE, Katz AJ, Brint SJ, et al.. Genetic prediction of response to hepati tis B vaccine. N Engl J Med. 1989;321:708-12. 2. Autor institucional: NHI Consensus Development Panel on Helicobacter pylori in Peptic Ulcer Disease. Helicobacter pylori in peptic ulcer disease. JAMA. 1994;272:65- 9. 3. Book with author(s) responsible for the full text With TK. Bile pigments: New York: Academic Press, 1968. 4. Book with editor(s) as author(s): Magrath I, editor. The non-Hodgkin’s limphomas. 2nd ed. London: Arnold, 1997. 5. Chapter of a book: Warshaw AL, Rattner DW. Residual common duct stones and disorders of duodenal ampullae. In: Ellis H, editor. Maingot’s abdominal operations. New York: Lange Publishers, 1990:1471-2. The titles of journal should be abbreviated according to the Index Medicus (List of Journals Indexed). If the journal is not included in such list, write the name in full. Tables – Tables should have a summarized title, with explanatory comments at the foot of the table. They should be sequentially numbered with Arabic numbers. Figures – Black and white figures will be accepted. Color figures may be published when they are essential for the scientific contents of the paper; in such case, the cost of publishing colored figures will be covered by the authors. SOLO ©Medley 2011. ®Marca Registrada. ANÚNCIO BENESTARE – 50512721 – Março 2011. O modo prático de tomar fibras diariamente.1,2 Segurança na utilização 3 por gestantes R$ 23, 47 PMC 18%6,* Menor incidência de flatulência ou estufamento (comparado às4 fibras laxativas) 5 Ingerir com um copo cheio de água * Fonte: Revista ABC Farma, Março 2011 - PMC 18%. Apresentação: Benestare - 625 mg com 30 comprimidos. Referências: 1) Danhof, I. E. Pharmacology, toxicology, clinical efficacy, and adverse effects of calcium polycarbophil, an enteral hydrosorptive agent. Pharmacotherapy. 1982; 2(1): 18-28. 2) Miller, MJS. Therapeutic approaches to constipation, diarrhea and functional bowel disorders: a review of calcium polycarbophil. JANA. 2003; 6(2): 24-32. 3) DRUGDEX DRUG EVALUATIONS. Calcium Polycarbophil. Vol. 114. Colorado: Micromedex, 2002. 4) Chokhavatia S, Phipps T, Anuras S. Comparative laxation of calcium polycarbophil with psyllium mucilloid in an ambulatory geriatric population. Curr Ther Res. 1988; 44(6): 1013-9. 5) Bula do produto. 6) Revista ABC Farma - março/2011. Benestare - policarbofila cálcica. Apresentação: embalagem com 30 comprimidos revestidos de 625 mg. Indicações: tratamento da constipação ou diarreia, associadas a condições tais como constipação crônica, diverticulose e síndrome do intestino irritável. Contraindicações: hipersensibilidade à policarbofila. Não deve ser usado quando houver dor abdominal, náusea ou vômitos de causa não esclarecida ou na suspeita de obstrução em qualquer parte do tubo digestivo. USO PEDIÁTRICO OU ADULTO. Registro no MS: 1.0181.0568. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. “Benestare É UM MEDICAMENTO. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. PROCURE O MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA.” Serviço de Informações Medley 0800 7298000 www.medley.com.br Uma empresa do Grupo sanofi-aventis INFORMATIONS TO AUTHORS Revision Articles Will be accepted only when the editors have invited the author to write such articles, when they are part of the research line of the author as evidenced by the presence of original articles in the bibliography and in the quotations in the text. Case Report Should be objective and precise, with the following items: 1) Summary (and keywords); 2) Introduction; 3) Objective Report; 4) Discussion; 5) Conclusions; 6) Bibliography. Letters to the Editor Letters sent to the editor(s) will be considered for publication if they carry an intellectual discussion regarding a recently published article. They should have an informative title and not more than 500 words. If accepted, a copy will be sent to the author of the paper that raised the discussion, with an invitation to submit a reply to be published together with the letter. Conflict of interests As determined by the Sanitary Surveillance Agency (RDC 102/2000) and by the National Health Council (196/96) author(s) should inform explicitly in the adequate form (Disclosure of potential conflict of interests) about any potential conflict of interests related to the paper submitted. This requirement is intended to inform about professional and/or financial relations (with sponsorships and corporate interests) with financial agents related to medical drugs or equipment involved in the paper, which may theoretically influence the interpretation of the paper. The existence or non-existence of a declared conflict of interests shall be included at the end of all articles published. Bioethics of experiments involving human beings Experiments involving human beings shall follow the specific resolution of the National Health Council available in the Internet address (http://conselho.saúde.gov.br//docs/Resoluções/Reso/ 96de96.doc), including the signature of an informed consent and the protection to volunteer privacy. Bioethics of experiments involving animals Experiments involving animals shall follow specific resolutions (Law 6,638, of May 8, 1979, and Decree 24,645, of July 10, 1934). Clinical Assays Article containing results of clinical assays should disclose all information required for their proper evaluation, as previously established. Authors shall refer to the “CONSORT” (www. consort. statement.org). Review by peers All articles submitted shall be evaluated by two analysts, who shall issue a fundamented opinion to be used by the editors to decide whether or not the paper will be accepted. Evaluation criteria include originality, contribution to the body of knowledge in the area, methodological adequacy, clarity, and contemporaneity. Articles accepted for publication may have editorial revisions to improve clarity and understanding without changing its contents. Copyrights All statements contained in the articles will be under the full responsibility of the authors. After and article is accepted, GED becomes the owner of copyrights of the material. Thus, all authors of the articles submitted to GED should also send a Deed of Copyright Assignment. The author incharge of receiving letters from the readers will receive 20 printed copies of the article and the corresponding pdf file. HOW TO SEND A PAPER The author(s) should send: • A letter of submission signed by all authors or by the first author to appear in the list on behalf of all authors, containing: 1) information regarding a prior or double submission of any part of the paper being submitted; 2) a declaration of relations, financial or otherwise, that could lead to a conflict of interests; 3) a declaration that the article has been read and approved by all coauthors and that the criteria to claim authorship (see Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals) have been met by all authors and that each author represents that the information in the manuscript is true; 4) name, address, telephone number, and e-mail of the author who will receive letters; this author will be responsible to communicate revisions and print proofs to the other authors. • Deed of Disclosure of a Potential Conflict of Interests. • Deed of Copyright Assignment. • Three copies of the paper typed in double space, printed in letter-sized paper only on the front (without printing on the back), margins of 2.5 cm and 1.5 space, with pages numbered in the upper right corner; figure legends, figures, and tables should be placed at the end, attached to each copy; indicate in the text the place to insert figures and tables. • Three sets of figures in shiny photographic copies. • A CD containing the text file only, with the paper text, and the files containing photographs or figures. How to prepare the CD • Formatted CD compatible with IBM/PC; • Use Microsoft Word for Windows text software; • The text file to contain only the text, from the title page to the references, and the tables; • Figures are not to be included in the text file; • Place in the CD the lest version of the paper, identical to the printed version submitted; • Label the CD informing the software and the version used, and the filed name. Submission of a paper by e-mail allows for greater efficiency of the revision procedures. For that purpose, the text and the figures files shall be sent to the GED e-mail ([email protected]). Messages to the editors with identification of the authors should be sent together with conventional and electronic addresses, and together with information about the format used. The paper shall be sent as an attachment, as a Word for Windows file. Figures shall be in the jpg or tif formats. QUÍMICA DA QUALIDADE: A COMBINAÇÃO DA CONFIANÇA COM PREÇO ACESSÍVEL pantoprazol Apresentação 20mg c/ 7 comp Genéricos 1 G Pantozol 1 P Neo Química* N (Nycomed)* 14,22 23,77 45,50 31,88 20mg c/ 14 comp 20mg c/ 28 comp 55,02 103,58 *PMC com 18% de ICMS Apresentação 40mg c/ 7 comp 40mg c/ 14 comp 40mg c/ 28 comp Genéricos 1 G Pantozol 1 P Neo Química* N (Nycomed)* 23,52 42,96 81,17 53,41 97,83 182,55 S *PMC com 18% de ICMS Referência Bibliográfica: 1. Revista ABC Farma, Fevereiro 2011. Pantoprazol. Comprimidos gastrorresistentes 20 mg e 40 mg. Embalagens com 7, 14, 28 e 280 comprimidos revestidos. Indicações: pantoprazol 20 mg: lesões gastrintestinais leves, gastrites ou gastroduodenites agudas ou crônicas e dispepsias não ulcerosas; refluxo gastroesofágico sem esofagites leves e manutenção de pacientes com esofagite de refluxo cicatrizada; pantoprazol 40 mg: tratamento da úlcera péptica duodenal, úlcera péptica gástrica e das esofagites de refluxo moderada ou severa. Contraindicações: Não deve ser administrado em gestantes, lactante; pacientes com disfunção hepática ou renal de moderada a grave em uso de terapia combinada para erradicação do Helicobacter pylori. Não há experiência clínica com o uso em crianças. Precauções e Advertências: não é indicado o uso de 40 mg em distúrbios gastrintestinais leves. Antes de se iniciar o tratamento, excluir a possibilidade de úlcera gástrica maligna e doenças malignas do esôfago. O diagnóstico de esofagite por refluxo deve ser confirmado por endoscopia. Monitorar as enzimas hepáticas em pacientes com insuficiência hepática grave. Não se recomenda o tratamento por mais de 16 semanas. Interações Medicamentosas: e, também daqueles que são ingeridos pouco tempo antes do pantoprazol. Reações Adversas: cefaléia, dor abdominal, diarreia, constipação ou flatulência e reações alérgicas como prurido e exantema. Náuseas, vertigem ou visão turva, edema periférico, febre, início de depressão ou mialgia foram raramente observados. Posologia: de 20 mg a 40 mg por dia. Cicatrização da úlcera péptica gastroduodenal e da esofagite de refluxo: 40 mg por dia, antes, durante ou após o café da manhã. Pacientes idosos ou com isuficiência renal: até 40 mg ao dia. Redução severa da função hepática: 20 mg. MS 1.5537.0012. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Março/2011. hipersensibilidade aos componentes da fórmula. pode alterar a absorção dos fármacos cuja biodisponibilidade seja dependente do pH do suco gástrico (cetoconazol) SAC O GENÉRICO ENÉ DE CONFIANÇA Artigo Original Síndrome de Mirizzi: estudo de 11 casos Mirizzi’s syndrome: report of eleven cases R ONE A NTÔNIO A LVES DE A BREU 1, M ARCO A URÉLIO G UIDUGLI DOS S ANTOS 2, J AUMIR L OURENÇO S ILVA 3, A LECSANDER R ODRIGUEZ O JEA 4, F ILINTO A NÍBAL A LAGIA V AZ 5, M ANLIO B ASÍLIO S PERANZINI 6 DE C IRURGIA G ERAL E DO A PARELHO D IGESTIVO DO C ONJUNTO H OSPITALAR RESUMO Objetivo: Descrever série de onze pacientes com síndrome de Mirizzi, submetidos a tratamento cirúrgico, comentando os aspectos etiopatogênicos e apresentação clínica, com ênfase no diagnóstico e tratamento. Métodos: Estudo retrospectivo de onze pacientes consecutivos submetidos a tratamento cirúrgico. Foram considerados para apreciação: aspectos demográfico, clínicos, laboratoriais, meios diagnósticos, achados intraoperatórios, classificação dos doentes de acordo com Csendes et al., tática cirúrgica empregada e evolução pós-operatória. Resultados: Dez pacientes (91,0%) eram mulheres e um (9,0%) homem. Os seguintes sintomas foram observados: dor e icterícia em todos os pacientes, colúria em nove (81,0%), náuseas e vômitos em sete (63,0%), acolia fecal em cinco (45,0%) e tumor palpável em um (9,0%). Os exames de laboratório mostraram leucocitose igual ou superior a 15.000 /mm3 em 45,0%. A bilirrubina total variou de 3,1 a 19,0 mg/dl. A ultrassonografia feita em todos pacientes mostrou presença de colelitíase e dilatação de V.B. em 77,7% e vesícula escleroatrófica em 27,0%. A tomografia computadorizada abdominal foi realizada em 9,0% e colangiopancreatografia em 18,0%. Os casos foram classificados, segundo Csendes, em: tipo I (quatro), tipo II (dois), tipo III (três) e tipo IV (dois) pacientes. Todos foram operados por cirurgia convencional. Destes, quatro DO M ANDAQUI – S ÃO P AULO – SP (36,0%) apresentavam colangite, sendo três (27,0%) operados na urgência e um outro evoluiu com colangite durante a investigação, sendo operado no 19o dia. Os demais foram internados e operados eletivamente. Realizou-se: colecistectomia e derivação biliodigestiva em seis pacientes (54,0%), colecistectomia e coledocotomia em três (27,0%) e colecistectomia simples em dois casos (18%). No pós-operatório, nove (82,0%) evoluíram bem e tiveram alta hospitalar. Dois pacientes (18,0%) foram a óbito. Conclusões: Todos os pacientes apresentavam sinais e sintomas de icterícia obstrutiva e em quase metade o hemograma era infeccioso. Apenas em três casos houve suspeita diagnóstica no pré-operatório. Os pacientes estáveis, sem infecção, que permitiram melhor investigação evoluíram favoravelmente. O tratamento da síndrome de Mirizzi é cirúrgico, variando a tática de acordo com o tipo da lesão. Unitermos: Colestase Extra-hepática, Cirurgia, Doenças das Vias Biliares, Cirurgia, Colelitíase, Cirurgia Colecistectomia. S UMMARY Objectives: To report a series of eleven patients with Mirizzi’s syndrome submitted to surgical treatment. The authors present the etiopathogenic and clinical aspects 1. Professor Doutor da Disciplina de Clínica Cirúrgica da Faculdade de Medicina do ITPAC – Araguaína – TO, Médico Coordenador do Treinamento de Cirurgia Geral do Hospital de Referência de Araguaína e da Fundação de Medicina Tropical, Membro titular da FBG, SOBED, CBCD, TCBC e Mestre e Doutor em Gastroenterologia Cirúrgica pela UNIFESP. 2. Ex-residente de Cirurgia Geral do Conjunto Hospitalar do Mandaqui – São Paulo - SP. 3. Ex-residente de Cirurgia Geral do Conjunto Hospitalar do Mandaqui – São Paulo - SP. 4. Ex-residente de Cirurgia Geral do Conjunto Hospitalar do Mandaqui – São Paulo - SP. 5. Mestre em Gastroenterologia Cirúrgica pela UNIFESP. 6. Professor Livre-Docente pela USP. Coordenador do Serviço de Cirurgia Geral do Conjunto Hospitalar do Mandaqui – São Paulo. Endereço para correspondência: Rone Antônio A. Abreu - Rua Cel. Fleury, 1390. Setor Carajás - CEP 77800-000. Araguaína – TO / e-mail: [email protected]. Recebido em: 20/01/2011. Aprovação em: 15/02/2011. GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):1-6 1 30(1):1-6 S ERVIÇO SÍNDROME DE MIRIZZI: ESTUDO DE 11 CASOS 30(1):1-6 2 of the disease. Methods: Retrospective study of the eleven patients consecutive submitted to surgical treatment. The authors analysed the demografic, clinical and laboratory data, as well as intraoperative findings. They also classified the lesion according to Csendes classification, and presented the surgical management and post-operative follow-up. Results: There were 10 female patients (91.0 %) and 1 male patient (9.0%). Symptoms and signs were diffuse upper abdominal pain and jaundice in all patients, choluria in 9 (81%), nausea and vomit in 7 (63%), fecal acholia in 5 (45.0%) and a palpable tumor in 1 patient (9.0%). The laboratory exams showed leucocytosis equal or superior to 15.000/mm³ (45%) and the plasma bilirrubin varied between 3.1 mg/dL and 19.0 mg/dL. Ultrasonography showed in all patients the presence of cholelithiasis. There was dilation of gallbladder in 77.5% of the cases and scleroatrophic gallbladder in 27.0% patients. CT scan was realized in 9.0% and cholangiopancreatography in 18% of patients. The cases were classified according to Csendes classification. There were four Type I, two Type II, three Type III and two Type IV. All eleven cases were managed by classical open technique. Four patients (36%) presented with cholangitis; three of these patients had emergency operations and one presented cholangitis during the workup investigation, being operated on day 19 of admission. The others had elective operations. The surgical operations were: cholecystectomy and biliodigestive deviation in 6 patients (54%), cholecystectomy and choledochotomy in 3 patients (27%) and only cholecystectomy in 2 patients (18%). The postoperative course was uneventful in 9 patients (82%), but 2 patients (18%) died. Conclusion: All patients presented symptoms and signs of obstructive jaundice, and nearly half of these had infectious hemogram. The diagnosis of Mirizzi’s syndrome was suspected in only three patients. A complete diagnostic investigation was possible only in stable patients without infection, and these patients had a favorable course. Treatment of Mirizzi’s syndrome is surgical and the choice of operative approach varies according to the type of lesion. Keywords: Extrahepatic Cholestasis, Surgery, Diseases of the Biliary, Surgery, Cholelithiasis, Cholecystectomy Surgery INTRODUÇÃO A síndrome descrita por Mirizzi em 1948 caracterizava-se pela compressão do ducto hepático comum (DHC) secundária à impactação de um cálculo no infundíbulo vesicular ou no ducto cístico, com eventual evolução para fístula colecistobiliar. Quando a descreveu, Mirizzi acreditava que houvesse um mecanismo esfincteriano no hepatocolédoco envolvido na fisiopatologia da síndrome. Atualmente, sabe-se que o DHC não tem esfíncter, porém, mesmo após redefinição desta síndrome, manteve-se o epônimo. Trata-se de afecção incomum, sendo sua prevalência estimada entre 0,7 e 2,0% dos pacientes portadores de litíase biliar1,3,4,5. A síndrome de Mirizzi é uma causa rara de icterícia obstrutitva. História de icterícia recorrente, presença dos elementos que compõem a tríade de Charcot (icterícia, dor no hipocôndrio direito e febre com calafrios), a persistência de níveis elevados de fosfatase associados, a achados ultrassonográficos, como vesícula biliar contraída, constituem elementos sugestivos desta síndrome13, porém o seu diagnóstico é feito no préoperatório em apenas 5% dos casos. A síndrome de Mirizzi pode se apresentar de várias formas, desde a compressão extrínseca do DHC pela vesícula calculosa até fístula colecistobiliar entre essas duas estruturas. As alterações anatômicas locais, de intensidade e gravidade variáveis, dificultam a colecistectomia e expõem a risco de lesão inadvertida do ducto hepático comum1. O objetivo deste estudo é descrever uma série de onze pacientes com síndrome de Mirizzi, submetidos a tratamento cirúrgico, comentando os aspectos etiopatogênicos e apresentação clínica, com ênfase no diagnóstico e tratamento desta complicação da colelitíase. MATERIAL E MÉTODOS Entre janeiro de 1997 a outubro de 2006, onze pacientes consecutivos portadores de síndrome de Mirizzi, foram operados no Serviço de Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo do Conjunto Hospitalar do Mandaqui, São Paulo – SP. Estudo retrospectivo realizado através de revisão de prontuários, com o preenchimento dos seguintes critérios de inclusão: presença de colelitíase e de dilatação do ducto hepático comum, acima do local de impactação dos cálculos biliares presente no ducto cístico ou no infundíbulo da vesícula Tabela 1 – Classificação dos pacientes com síndrome de Mirizzi de acordo com a Classificação de Csendes Classif. Csendes Características Tipo I Compressão extrínseca do ducto hepático comum pelo cálculo impactado no ducto cístico ou no infundíbulo da vasícula biliar Tipo II Presença de fístula colecistobiliar com diâmetro de 1/3 da circunferência do ducto hepático comum Tipo III Presença de fístula colecistobiliar com diâmetro de 2/3 da circunferência do ducto hepático comum Tipo IV Presença de fístula colecistobiliar com envolvimento de toda a parede do ducto hepático comum GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):1-6 R. A. A. DE ABREU, M. A. G. DOS SANTOS, J. L. SILVA, A. R. OJEA, F. A. A. VAZ, M. B. SPERANZINI biliar, detectados nos exames de imagens no pré ou no intraoperatório. Foram registradas as informações concernentes aos aspectos demográfico, quadro clínico, laboratorial, meios diagnósticos empregados, achados intraoperatórios, a classificação da lesão de acordo com Csendes et al 2, a tática cirúrgica empregada e a evolução pós-operatória. Tabela 2 – Caracterização da amostra Gênero n % Feminino 10 91,0 Masculino 1 9,0 Dor abdominal 11 100,0 Icterícia 11 100,0 Colúria 9 81,0 Náuseas e vômitos 7 63,0 Acolia fecal 5 45,0 Massa abdominal palpável 1 9,0 RESULTADOS Da amostra estudada, dez pacientes (91,0 %) eram do sexo feminino e um (9,0%) do sexo masculino, com média de idade de 59,3 anos (29 – 91 anos). Os sintomas mais frequentes foram dor no hipocôndrio direito e icterícia presentes em todos os pacientes, seguidos de colúria (81,0%), náuseas e vômitos (63,0%), acolia fecal (45,0%) e em um paciente (9,0%), com massa abdominal palpável (tabela 2). Exames laboratoriais com leucocitose igual ou superior a 15.000 mm3 em cinco pacientes (45,0%). A bilirrubina total variou de 3,1 mg/dl (BT) a 19 mg/dl (BT) com média de 10,7 mg/dl, sempre com predomínio da fração direta. Quadro clínico Leucograma normal 6 54,0 Leucocitose até 15.000 mm3 5 46,0 Ultrassonografia de abdome 11 100,0 CPRE 2 18,0 Tomografia de abdome 1 9,0 Tipo I 4 36,0 Tipo II 2 18,0 Tipo III 3 27,0 Tipo IV 2 18,0 Eletivo 7 64,0 Urgência 4 36,0 Colecistectomia + bílio digestiva 6 54,0 Colecistectomia + coledocotomia 3 27,0 Colecistectomia simples 2 18,0 Figura 1 – CPRE: Dilatação das vias biliares e cálculos biliares em forma de “Y” no interior do colédoco e da vesícula biliar contraída Meios diagnósticos Classificação de Csendes Tratamento cirúrgico Tática cirúrgica Quanto à classificação de Csendes, quatro pacientes (36,0%) foram classificados como tipo I (compressão do cálculo impactado no ducto cístico sobre o colédoco) e os sete restantes (64,0%) apresentavam fístulas colecistocoledociana (tipo II, III e IV – Tabela 1). Todos pacientes foram submetidos a tratamento cirúrgico por via convencional. Destes, quatro (36,0%) foram operados em caráter de urgência por apresentarem sinais clínicos GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):1-6 3 30(1):1-6 Exames laboratoriais A ultrassonografia abdominal foi realizada em todos os casos, revelando colelitíase e dilatação de vias biliares em oito pacientes (72,0%) e vesícula escleroatrófica em três (27,0%). A tomografia computadorizada foi realizada em um caso (9,0%) e em dois pacientes (18,0%). Durante a investigação diagnóstica realizou-se CPRE que permitiu o diagnóstico de síndrome de Mirizzi ainda no pré-operatório (Figura 1). SÍNDROME DE MIRIZZI: ESTUDO DE 11 CASOS de colangite; três destes foram admitidos com o quadro descrito acima na unidade de emergência e operados, e um paciente durante internação eletiva apresentou quadro clínico sugestivo de colangite, compensado clinicamente e operado no 19o dia de internação. Figura 3 - Cálculos biliares em forma de “Y” vistos na Figura 1. Os demais pacientes (63,0%) foram operados eletivamente na mesma internação. Os procedimentos realizados foram: colecistectomia mais hepaticojejunostomia em Y de Roux em seis casos (54,0%). No paciente com o diagnóstico prévio de síndrome de Mirizzi (Figura 1) pela CPRE, realizou-se retirada em bloco da vesícula biliar e segmento do ducto biliar comum com posterior anastomose hepatojejunal e reconstrução em Y de Roux (Figuras 2 e 3). Colecistectomia mais coledocotomia com exploração e posterior coledocoplastia, foi realizada em três casos (27%). Realizou-se colecistectomia simples em dois pacientes (18,0%). 30(1):1-6 4 Figura 2 - Intraoperatório: cálculo biliar no interior da vesícula e do colédoco seccionados Após o tratamento cirúrgico, nove pacientes (81,0%) evoluíram com melhora clínica e tiveram alta hospitalar para acompanhamento ambulatorial. Dois pacientes (18,0%) foram a óbito: um por septicemia, operado de urgência por colangite, e outro por complicações respiratórias (infecção), no 60º dia de PO, por não conseguir desmame da prótese respiratória na UTI. Sendo as doenças biliares uma das afecções mais frequentes no nosso hospital, a casuística de 11 casos observados em nove anos confirma a raridade desta afecção como causa de icterícia obstrutiva. De acordo com a maioria dos autores, a uma incidência variável de 0,05 a 2,7% nos pacientes portadores de colelitíase submetidos a tratamento cirúrgico9,11. A baixa prevalência desta síndrome pode, de certa forma, contribuir para um retardo no diagnóstico ou para os poucos casos diagnosticados no pré-operatório. É interessante alertar para esta possibilidade diagnóstica, notadamente frente a pacientes com história de icterícia recorrente, sinais e sintomas da tríade de Charcot e ultrassonografia, demonstrando vesícula biliar contraída associada à dilatação da árvore biliar. A icterícia esteve presente em todos os pacientes desta série: a bilirrubina total variou de 3,1 a 19,0 mg/dl, com predomínio da fração direta, acompanhada de aumento de enzimas canaliculares, denotando obstrução parcial das vias biliares. DISCUSSÃO Após uma avaliação inicial clínico-laboratorial, recorremos aos exames de imagem para elucidação diagnóstica. A ultrassonografia realizada em todos os pacientes evidenciou colelitíase e dilatação de vias biliares em oito pacientes (72,0%) e vesícula escleroatrófica em três (27,0%). A média de idade dos nossos pacientes é de 59,3 anos (29 – 91 anos) com sinais e sintomas (dor e icterícia – 100,0%, colúria – 81,0%, náuseas e vômitos - 63,0%, acolia fecal – 45,0%), excetuando-se massa palpável verificada em apenas um caso (9,0 %), são semelhantes aos relatados na literatura consultada6,7,8,11. Tais achados podem eventualmente sugerir síndrome de Mirizzi, desde que determine com precisão a dilatação do ducto hepático comum acima do local de impactação do cálculo biliar presente no ducto cístico ou no infundíbulo da vesícula biliar. Este é um método não-invasivo e de fácil acesso para a maioria dos serviços18. GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):1-6 R. A. A. DE ABREU, M. A. G. DOS SANTOS, J. L. SILVA, A. R. OJEA, F. A. A. VAZ, M. B. SPERANZINI Acreditamos que este método traz grande auxílio no diagnóstico pré-operatório, bem como auxilia o cirurgião na programação cirúrgica e pode descomprimir a via biliar através da locação de “stents” nos casos de colangite ou com intuito de melhorar as condições clínica dos pacientes até o tratamento cirúrgico definitivo12,15. A colangio-ressonância é um excelente meio de investigação diagnóstica para estes casos por não apresentar o caráter invasivo17, podendo ser utilizada nos pacientes com história de hipersensibilidade aos meios de contraste utilizados na CPRE. Porém, este recurso nem sempre está disponível em muitos hospitais assistenciais. Além disso, cabe ressaltar que a colangio-ressonância não nos dá a possibilidade terapêutica conferida pela CPRE. O diagnóstico pré-operatório é infrequente e a grande maioria dos casos tem seu diagnóstico firmado no intraoperatório13,14, como ocorreu em nossa casuística. O tratamento cirúrgico é feito, em geral, por acesso laparotômico, como em nossos casos e na maioria das séries descritas na literatura10,11,16. Porém, recentemente outros autores têm utilizado a cirurgia laparoscópica para o tratamento desta afecção9; no entanto a maioria teve que fazer conversão para a técnica convencional4,8. Em nossa série, quatro pacientes (36,0%) foram operados em caráter de urgência, devido ao quadro de colangite, sendo que em um, esta complicação ocorreu durante a investigação diagnóstica. Os demais (63,0%) foram operados de forma eletiva na mesma internação. Em relação aos achados intraoperatórios, em sete (63%) dos pacientes havia fístula colecisto-duodenal, sendo que cinco apresentavam tipos III e IV, ou seja, com as formas mais avançadas, com envolvimento de mais de 50% da circunferência do ducto hepático comum, o que difere a nossa casuística quanto à classificação e o tipo de operação mais utilizada. Foi optado por colecistectomia e derivação bilio-digestiva em seis casos (54,0%), com reconstrução em hepaticojejunoanastomose em Y de Roux. Um destes pacientes foi operado em dois tempos: inicialmente na vigência de colangite, na qual se realizou colecistectomia e inserção de dreno de Kehr na via biliar. Aguardou-se a resolução do quadro infeccioso e melhora das condições clínicas do paciente, realizando-se então a cirurgia definitiva. Colecistectomia e coledocotomia com retirada de cálculos foi feita em três casos (27,0%) e colecistectomia simples em apenas dois pacientes (18,0%). A preservação de parte do infundíbulo da vesícula biliar na colecistectomia parcial pôde ser utilizada na reconstrução do ducto hepático, como fizera Rohatgi et al., 2006, não sendo utilizada nesta casuística. Tivemos pacientes com as formas mais avançadas da doença, sendo que a maioria já apresentava fístula colecistocoledociana, implicando em maior número de derivações bílio-digestivas. Outro aspecto que vale salientar é que se operou também quatro pacientes em vigência de colangite, o que de certa forma aumenta a morbimortalidade pósoperatória. Houve dois (18,0%) óbitos. O primeiro, uma paciente de 91 anos em surto de colangite, tendo sua operação realizada em caráter de urgência, uma vez que naquela época não dispúnhamos de colangiografia endoscópica retrógrada que poderia inserir uma prótese biliar, retirando a paciente da emergência clínica para então programar a cirurgia em caráter eletivo. Esta evoluiu com sepse refratária, indo a óbito no 12º dia de pós-operatório. É interessante ressaltar que, talvez essa paciente fosse melhor conduzida com apenas troca das próteses biliares a cada três meses. Esta alternativa terapêutica pode ser empregada para alguns pacientes face às condições clínicas adversas sobretudo naqueles com idade avançada, com comorbidades e em vigência de colangite, como descrito no presente caso. O segundo paciente (Csendes tipo IV) evoluiu no 5° PO de cirurgia bilio-digestiva em Y de Roux com fístula entérica, submetida à relaparotomia, em que se evidenciou deiscência da entero-enteroanastomose, a qual foi refeita. Encaminhada para a UTI com nutrição parenteral. Evoluiu com melhora do quadro abdominal, sendo reintroduzida dieta enteral no 10º dia PO, com boa aceitação. Entretanto, já desnutrida na 1ª intervenção, evoluiu com dificuldade de desmame respiratório, traqueostomia e infecção respiratória refratária, indo a óbito no 60º dia de PO. CONCLUSÃO Finalmente, alertamos para esta causa rara de icterícia como uma possibilidade a ser sempre levantada. É importante dispor de recursos para sua investigação e, sobretudo, traçar a melhor abordagem cirúrgica. Devemos considerar GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):1-6 5 30(1):1-6 A tomografia de abdome foi realizada em apenas um paciente (9,0%), demonstrando dilatação acentuada das vias biliares intra e extra-hepática, com imagem sugestiva de cálculo no interior do ducto hepático comum e da vesícula biliar. Nos casos iniciais não dispúnhamos de CPRE no serviço; desta forma, foi realizada apenas nos dois últimos pacientes (18,0%), definindo o diagnóstico de síndrome de Mirizzi no pré-operatório. SÍNDROME DE MIRIZZI: ESTUDO DE 11 CASOS descompressão endoscópica prévia para casos de colangite, notadamente em pacientes mais graves. Ressaltamos também a importância de diagnóstico e tratamento da simples litíase biliar em pacientes de risco, minimizando assim casos desta natureza. 9. 10. 11. REFERÊNCIAS 1. 2. 3. 4. 5. 30(1):1-6 6 6. 7. 8. Abreu RAA, Speranzini MB. Fístulas Biliares. In: Manual do Diagnóstco e Tratamento para o Residente de Cirurgia. São Paulo: Atheneu. 2009: 957-69. Csendes A, Diaz JC, Burdiles P. Mirizzi syndrome and cholecystobiliary fistula: a unifying classification. Br J Surg 1989; 76:1139-43. Johnson LW, Sehon JK, Lee WC, Zibari GB, McDonald JC. Mirizzi syndrome: experience from a multi-institutional review. Am Surg 2001;67:11-4/. Lai ECH, Lau WY. 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Mirizzi syndrome with common septum: ultrasound and computed tomography findings. J Ultrasound Med 1988;7:409-11. GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):1-6 Artigo Original Tumores neuroendócrinos do intestino delgado: experiência do Instituto Nacional de Câncer em 12 anos Neuroendocrine tumors of the small intestine: experience of the National Cancer Institute in 12 years EDUARDO LINHARES1, ROSYANE RENA DE FREITAS2, RINALDO GONÇALVES3, CINTIA RAMOS4 INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA) Introdução: Os tumores neuroendócrinos do jejuno e íleo representam 23-28% de todos os tumores endócrinos gastrointestinais. A taxa de incidência varia de 0,28 a 0,8 por 100.000 habitantes. Objetivos: Revisar o tema e a experiência do INCA, culminando com definição de rotina de serviço. Material e Métodos: Procedemos ao estudo retrospectivo dos casos de tumores neuroendócrinos de intestino delgado tratados no Serviço de Cirurgia Abdomino-pélvica do Instituto Nacional de Câncer (INCA) no período de 1996 a 2008, além de revisão bibliográfica. Resultados: Relatamos os dados dos 7 casos tratados. Conclusão: Concluímos serem os fluxogramas da ENETS (European Neuroendrocrine Tumor Society) válidos e expomos o fluxograma de conduta para estes tumores adotado no INCA. Unitermos: Tumores Neuroendócrinos do Intestino Delgado, Carcinóide de Intestino Delgado, Tumores do Intestino Delgado. S UMMARY Introduction: Neuroendocrine tumors of the jejunum and ileum account for 23-28% of all gastrointestinal endocrine tumors. The incidence rate varies from 0.28 to 0.8 per 100,000 inhabitants. Objective: To review the theme and the experience of INCA cumino with definition of a routine service. Methods: We conducted the retrospective study of cases of neuroendocrine tumors of the small intestine treated at the Department of Surgery abdomino-pelvic National Cancer Institute (INCA) in the period 1996 to 2008, plus bibliographic review. Results: report the data of 7 cases treated. Conclusion: they are the flowcharts of ENETS valid and expose the flowchart of conduct adopted for these tumors in the INCA. Keywords: neuroendocrine tumors of the small intestine, small bowel carcinoid, small bowel tumors. I NTRODUÇÃO Os tumores neuroendócrinos (TNE) do jejuno e do íleo representam 23-28% de todos os tumores endócrinos gastrointestinais. A taxa de incidência varia de 0,28 a 0,8 por 100.000 habitantes1. Acometem homens e mulheres com igual frequência, com um pico de idade entre a sexta e sétima década de vida1. Entre 26% e 30% são multicêntricos e entre 15 e 29% estão associados a outros tumores não carcinoides2. A maioria destes tumores é bem diferenciada e de comportamento indolente. No entanto, devido ao aparecimento tardio dos sintomas, na maioria das vezes, o diagnóstico apresenta-se em estágios avançados e o prognóstico é geralmente desfavorável se comparado com outros tumores endócrinos gastrointestinais2. O objetivo desta publicação é a revisão do tema, o relato de uma série de casos tratados no Instituto Nacional de Câncer (INCA) entre os anos de 1996 e 2008. Em adição, expomos o fluxograma de conduta para estes tumores adotado no INCA. 1. Doutor em Cirurgia pela UFRJ, Chefe do Serviço de Cirurgia Abdomino-pélvica do INCA. 2. Médico Residente do Hospital Erasto Gaertner, Residente estagiário do INCA. 3. Mestre em Cirurgia pela UFRJ, Médico do grupo TNE/GIST do INCA. 4. Gerente de dados do grupo TNE/GIST do INCA. Endereço para correspondência: Eduardo Linhares Riello Mello - Praça Cruz Vermelha 23, 5º andar - Centro – CEP 23030-130. Rio de Janeiro – RJ / e-mail: eduardolinhares@globo. com. Recebido em: 14/12/2010. Aprovação em: 15/02/2011. GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):7-12 7 30(1):7-12 RESUMO TUMORES NEUROENDÓCRINOS DO INTESTINO DELGADO: EXPERIÊNCIA DO INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER EM 12 ANOS MATERIAL E MÉTODOS Procedemos ao relato de uma série de casos através da análise retrospectiva dos casos de tumores neuroendócrinos de intestino delgado tratados no Serviço de Cirurgia Abdominopélvica do Instituto Nacional de Câncer no período de 1996 a 2008. Após revisão dos prontuários, totalizamos 7 casos. Estes pacientes foram analisados quanto a fatores demográfico, apresentação clínica, estadiamento TNM e sobrevida. O estagiamento usado foi proposto pela ENETS (European Neuroendocrine Tumor Society) em 20089. Todos tiveram análise imnuno-histoquímica com cromogranina A. Em função do pequeno número de casos, não realizamos análise estatística. RESULTADOS 30(1):7-12 8 No período compreendido entre os anos de 1996 e 2008, foram tratados no INCA 148 pacientes com diagnóstico de tumor neuroendócrino do trato gastrointestinal. Destes, 7 casos localizavam-se em topografia de jejuno e íleo e representam a base deste estudo. A média e a mediana de idade dos pacientes ao diagnóstico foi de 69 e 78 anos respectivamente, com uma predominância do sexo feminino sobre o masculino, em uma proporção de 5 casos em mulheres para 2 em homens. Como hospital referência para o tratamento de neoplasias, dos 7 pacientes, 6 foram admitidos após cirurgia prévia em outro hospital devido ao quadro de abdome agudo, portanto, já com o diagnóstico histopatológico estabelecido. Um paciente foi operado primariamente no INCA devido ao fato de ser paciente do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço deste hospital e admitido no setor de emergência do mesmo com abdome agudo, também tendo o diagnóstico estabelecido através de laparotomia exploradora. Das cirurgias de emergência realizadas, 3 foram consideradas R2 (persistência de doença macroscópica residual) e 4 foram R0 (ausência de doença residual). Quanto à localização, apenas em 3 casos havia especificação se a doença era em topografia de jejuno ou íleo. Destes, 2 acometiam o íleo e 1, o jejuno. O tamanho do tumor foi registrado em 5 dos 7 pacientes. A maior medida foi 1,9 cm e a menor 0,7 cm em seus maiores diâmetros. Dos casos estudados 3 apresentavam linfonodos comprometidos e metástase hepática foi registrada em 1 caso. Em nenhum caso foi registrada no prontuário a presença de síndrome carcinoide. Conforme o Estadiamento (E) proposto pelo ENETS8, dos 5 casos com informações no prontuário que possibilitassem o estadiamento, 4 eram E II e 1 E IV. Após um seguimento médio de 24 meses, 2 (29%) pacientes estavam vivos, 1(14%) perdeu o seguimento e 4 (57%) evoluíram a óbito. Destes 4 pacientes que foram a óbito, 2 sobreviveram 1 mês; 1 paciente, 12 meses; e 1 paciente, 21 meses. DISCUSSÃO As mais frequentes sedes de tumores neuroendócrinos são o trato gastrintestinal (73,7%) e o sistema respiratório (25,1%). No aparelho digestivo, os principais órgãos afetados são intestino delgado, apêndice cecal e reto. Têm ocorrido mais diagnósticos em virtude de um melhor conhecimento do processo neoplásico e dos aperfeiçoamentos obtidos nos métodos de investigação disponíveis; contudo, aparentemente, a incidência tem se elevado nas últimas duas décadas3. A sintomatologia frustra diversas vezes, o que gera dificuldades para que se efetue um diagnóstico baseado no quadro clínico. Os sintomas típicos incluem desconforto abdominal intermitente e sintomas suboclusivos. Muitos pacientes podem desenvolver diarreia não secretora. Pode ser formada uma reação desmoplásica ao redor do mesentério com fixação do mesmo ao retroperitônio produzindo obstrução intestinal e hidronefrose3. Na nossa série de casos, a maioria dos pacientes já foi admitida no INCA após ressecção da lesão em outro hospital. Dessa forma, conseguimos registrar a topografia do tumor em intestino delgado, apenas em 3 casos (2 no íleo e 1 em jejuno). Com relação aos sintomas, todos apresentaram-se com sintomas típicos de abdome agudo, não sendo submetidos à investigação diagnóstica prévia. Estes dados nos sugerem que os pacientes portadores desta neoplasia são primariamente operados em serviço de emergências e somente após são encaminhados para centros de referência. A característica síndrome carcinoide, com fogachos, rubor facial e diarreia, é de rara ocorrência, geralmente GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):7-12 E. LINHARES, R. R. DE FREITAS, R. GONÇALVES, C. RAMOS É mesmo rara a hipótese pré-operatória de tumor carcinoide. Normalmente, o diagnóstico se faz por análise histológica de lesões de natureza a esclarecer, no período pré ou no pós-operatório. Por vezes, neoplasias acidentalmente encontradas e ressecadas apresentam surpreendentemente o diagnóstico ao exame anatomopatológico. Dessa forma, os tumores do jejuno e íleo geralmente apresentam-se em estágios avançados da doença e geralmente não são diagnosticados até a cirurgia por obstrução, perfuração ou sangramento intestinal5. Devido ao fato destes tumores serem pequenos, geralmente não são identificados na tomografia computadorizada. De fato, não são diagnosticados por imagem até que a doença envolva o mesentério ou pela presença de metástase hepática6. A nossa casuística corrobora com a literatura, já que todos os casos foram diagnosticados através de laparotomia exploradora. O tratamento consiste na ampla ressecção da lesão e extensa excisão do território de drenagem linfática regional, mesmo para pequenas lesões3. O exame intraoperatório meticuloso é primordial, pois em 20% a 40% dos casos a lesão é multicêntrica, por vezes com aspecto amarelado visível pela face serosa da alça intestinal3. Tabela 1 - Estadiamento de tumor neuroendócrino do intestino delgado proposto pelo ENETS The American Journal of Surgery (2008) 196, 896–903 TNM n T – Tumor primário T1 < ou = 2 cm - invade a muscular própria T2 < ou = 2 cm – ultrapassa a muscular própria > 2 cm – invade a muscular própria T3 > 2 cm – ultrapassa a muscular própria N – Linfonodos regionais N0 Ausência de metástases em linfonodos regionais N1 Presença de metástases em linfonodos regionais M – Metástases a distância Quando houver suspeita do diagnóstico, alguns exames devem ser solicitados. A elevação urinária do ácido 5-hidroxiindolacético (5-HIAA) e a dosagem da cromogranina são os exames bioquímicos indicados. Vários exames de imagem podem ser usados no diagnóstico, localização e estadiamento de tumores neuroendócrinos, tais como: radiografia de abdomen, exames contrastados, ultrassonografia abdominal (US), tomografia computadorizada (CT), ultrassonografia endoscópica e endorretal (USER) e ressonância nuclear magnética (RNM)2,3,4. Exames mais específicos são baseados em cintilografia, com utilização de isótopos ligados a derivados da somatostatina, alcançando acurácia superior a 80%2-4,6-8. Nos casos estudados, não foram utilizados exames complementares visando o diagnóstico. Nos exames anatomopatológicos inconclusivos, o emprego de marcadores imuno-histoquímicos, tais como a cromograninaA e a sinaptofisina, possibilitam a definição do quadro7, 8. O estadiamento dos tumores neuroendócrinos para intestino delgado foi proposto pela European Neuroendocrine Tumor Society (ENETS)9,10 (tabela 1). Dos casos estudados, 2 não puderam ser estadiados, 4 em EII e 1 em EIV. M0 Ausência de metástases a distância M1 Metástases a distância EI Tumor Linfonodos Metástase T1 N0 / N1 M0 / M0 T1 E II T2 Qualquer N M0 E III T3 Qualquer N M0 / M1 E IV Qualquer T Qualquer N Em caso de tumores metastáticos, se a metástase é ressecável, o paciente deve ser operado. Se irressecável, indica-se acompanhamento ou, em casos selecionados (tumores pouco diferenciados), o paciente é encaminhado para tratamento com quimioterapia. Os pacientes sintomáticos com relação à síndrome carcinoide devem ser tratados com análagos da somatostatina6. O prognóstico destes tumores é geralmente desfavorável se comparado com outros tumores endócrinos gastrointestinais, uma vez que têm a tendência a propagar-se através dos GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):7-12 9 30(1):7-12 já possuidores de neoplasias em estágio avançado de desenvolvimento e de disseminação2,3,4. Até 18% dos pacientes com metástase hepática de tumor neuroendócrino de jejuno e íleo apresentam a síndrome carcinoide2. Em nossos casos, não foi registrado relato da síndrome. TUMORES NEUROENDÓCRINOS DO INTESTINO DELGADO: EXPERIÊNCIA DO INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER EM 12 ANOS linfonodos regionais para o fígado3. A sobrevida correlacionase estreitamente com o estágio da doença: 65% em 5 anos em casos de doença localizada ou regional e 36% nos casos de metástase a distância3,11. Nos casos apresentados, observamos 57% de óbito com sobrevida mínima de 1 mês e máxima de 21 meses. Dois casos (29%) que estão vivos apresentam sobrevida maior que 5 anos. Esses dados refletem a realidade de um hospital de referência para onde são encaminhados pacientes após longo período depois do diagnóstico e, às vezes, já submetidos a algum tipo de intervenção terapêutica prévia. Assim, adotamos a rotina proposta pela ENETS na condução dos casos admitidos em nosso serviço. Esta propõe que seja dosada a cromogranina sérica quando tivermos suspeita de TNE, o uso de exame de imagem (tomografia computadorizada) como método de avaliação local e de doença a distância. Dos exames de medicina nuclear, o octreoscan é o mais bem indicado face aos melhores 30(1):7-12 10 resultados. Contudo, em função de custo podemos usar o PET (tomografia com emissão de pósitron) e o MIBG (metaiodobenzilguanidina) como opções outras. O tratamento deve ser a ressecção intestinal com retirada ampla do meso em função do alto percentual de metástases linfáticas. Mesmo na vigência de metástase, a ressecção paliativa do primário está indicada em função do risco tardio de obstrução intestinal versus o risco inerente ao procedimento. Metástases isoladas, principalmente hepáticas, constituemse em indicação de cirurgia para cura ou para a citorredução quando for possível ressecar cerca de 80% do tecido neoplásico. No momento, estamos iniciando estudos quanto ao uso de análogos de sandostatina como terapia paliativa na ausência de sintomas baseados no estudo PROMID. O uso do lutécio marcado no momento é feito em nossa instituição como terapia protocolar (Fluxograma 1). Fluxograma 1: Fluxograma de conduta para os Tumores de Intestino Delgado tratados no INCA com suspeita de TNE – Virgem de tratamento Tumores com suspeita de TNE - virgem de tratamento Exames de imagem - Rx ou Tc de Tórax - Tc de abdome e pelve - Octreoscan ou MIBG Exames Laboratoriais - Cronogranina A - HIAA Consulta de Estadiamento Ausência de Metástase Enterectomia + Linfadenectomia regional Presença de Metástase Ressecável Irressecável Ressecção da Metástase - Cirurgia citorredutora (quando possível) - Quimioterapia ou - Observação ou - Octreotide - Acompanhamento: - Cromogranina A e HIAA - Exames de imagem GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):7-12 E. LINHARES, R. R. DE FREITAS, R. GONÇALVES, C. RAMOS A rotina descrita acima é indicada em casos de tumores ainda sem abordagem prévia e ainda investigados quanto à presença da síndrome ou de um achado incidental ao exame de imagem. No entanto, em hospitais de referência, a maioria dos casos é encaminhada já com o diagnóstico estabelecido e submetidos a cirurgia de emergência em outros serviços como demonstrado em nossa casuística. Ao recebermos estes pacientes, procedemos a revisão de lâmina com imuno-histoquímica, ao estudo laboratorial do HIAA e da cromogranina A, exames de imagem para estadiamento e seguimos o protocolo conforme descrito acima (Fluxograma 2). CONCLUSÃO Concluímos serem o fluxograma da ENETS válido na condução dos casos de tumores neuroendócrinos do intestino delgado. No entanto, este protocolo considera tumores virgens de tratamento, propondo diagnóstico, estadiamento e conduta. Essa não é a realidade dos hospitais de referência em oncologia, para onde são encaminhados pacientes já submetidos à cirurgia e com o diagnóstico histopatológico estabelecido, a fim de complementar a terapêutica ou proceder ao seguimento ambulatorial. Fluxograma 2: Fluxograma de conduta para os Tumores de Intestino Delgado tratados no INCA encaminhados com diagnostico de TNE operados de emergência Tumores encaminhados com diagnóstico de TNE operados de emergência 11 30(1):7-12 Revisão de lâmina com imuno-histoquimica Exames Laboratoriais - Cronogranina A - HIAA Exames de Imagem - Rx ou Tc de Tórax - Tc de abdome e pelve - Octreoscan ou MIBG Consulta de Estadiamento Ausência de Metástase Sem Evidência de Doença Presença de Metástase Com Doença Residual Ressecável Irressecável Cirurgia Ressecção Ressecção da Metástase - Cirurgia citorredutora (quando possível) - Quimioterapia ou - Observação ou - Octreotide - Acompanhamento - Cromogranina A e HIAA - Exames de imagem se necessário GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):7-12 TUMORES NEUROENDÓCRINOS DO INTESTINO DELGADO: EXPERIÊNCIA DO INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER EM 12 ANOS Dessa forma, expomos a experiência do INCA relacionada aos tumores neuroendócrinos de intestino delgado e estabelecemos um fluxograma de conduta para os tumores neuroendócrinos de intestino delgado adotado no INCA, individualizando os casos sem diagnóstico prévio (em investigação de tumoração em exames de imagem) e os submetidos previamente à cirurgia de emergência (conduta pós-diagnóstico). 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Cancer 2003; 97: 934–959. 30(1):7-12 12 GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):7-12 Artigo de Revisão Tumor sólido pseudopapilar do pâncreas (Tumor de Frantz): estudo retrospectivo e revisão da literatura Tumor solid pseudopapilary of the pancreas Frantz Tumor: retrospective study and literature review ANDRÉ ROSSETTI PORTELA1, BRUNO RIGHI RODRIGUES DE OLIVEIRA2, MÁRIO GISSONI DE CARVALHO3, CÁSSIO ANDRADE CINTRA4, SEIJI MIYATA4, RENI CECÍLIA LOPES MOREIRA5, PAULO GUILHERME DE OLIVEIRA SALLES6, BRUNA POZZI CÉSAR7 Instituto Mário Penna/Hospital Luxemburgo – Belo Horizonte – MG Introdução: O Tumor de Frantz ou tumor sólido pseudopapilar do pâncreas (TSPPP) foi primeiramente descrito em 1959. O escopo do presente estudo é relatar quatro casos e revisar a literatura afim. Métodos: Estudo retrospectivo de quatro casos de TSPPP, operados e acompanhados de novembro de 2002 a março de 2010 e revisão da literatura relacionada. Resultados: Todas as pacientes eram do sexo feminino, idade de 20 a 33 anos, com predomínio de queixas inespecíficas; 50% dos tumores foram encontrados no processo uncinado. O tamanho das lesões variou de 6,0 a 14,0 cm em seu maior eixo. Foram realizadas duas enucleações, uma duodenopancreatectomia e uma pancreatectomia corporal com anastomose pancreatojejunal. O seguimento clínico das quatro pacientes não evidenciou sinais clínicos ou radiológicos de recidiva tumoral. O TSPPP é composto por células relativamente monomórficas que expressam marcadores epiteliais, mesenquimais e endócrinos. O tumor apresenta distribuição aleatória no pâncreas, sem predileção por topografia específica. Discussão: O TSPPP é um tumor raro, que tem sido mais descrito nas últimas décadas. Apresenta agressividade local, com baixo grau de malignidade, e tende a um prognóstico favorável após tratamento cirúrgico. Acredita-se que sua origem envolve um fator hormonal, e as alterações genéticas a ele relacionadas diferem daquelas dos adenocarcinomas de pâncreas. Unitermos: Pâncreas, Frantz, Sólido Pseudopapilar. SUMMARY Introduction: Frantz’s Tumor or solid pseudopapillary tumor of the pancreas (SPPTP) was first described in 1959. The aim of this study is to present four cases of SPPTP and a review of the literature. Methods: Retrospective analysis of four cases of SPPTP, which were operated and then followed from November 2002 to March 2010, and review of the related literatures. Results: All patients were female, aged from 20 to 33 years, with predominantly unspecific symptoms. 50% of the tumors were located on the uncinated process. Size ranged from 6,0 to 14,0 cm. There were performed two enucleations, one pancreaticoduodenectomy and one body pancreatectomy with pancreato-jejunal anastomosis. Follow up of all four patients has not shown any clinical or radiologic signs of tumoral recurrence. 1. Cirurgião Geral e do Trauma, Residente de Cirurgia Oncológica do Instituto Mário Penna/Hospital Luxemburgo – Belo Horizonte – MG. 2. Cirurgião Geral e do Aparelho Digestivo pela UFMG, Cirurgião do Instituto Mário Penna/Hospital Luxemburgo – Belo Horizonte – MG. 3. Cirurgião Geral, Cirurgião do Instituto Mário Penna/Hospital Luxemburgo – Belo Horizonte – MG. 4. Cirurgião Geral e Oncológico, Cirurgião do Instituto Mário Penna/Hospital Luxemburgo – Belo Horizonte – MG. 5. Cirurgiã Geral e Oncológica, Coordenadora da Cirurgia Geral e Oncológica, Cirurgiã do Instituto Mário Penna/Hospital Luxemburgo – Belo Horizonte – MG. 6. Médico Patologista do Instituto Mário Penna e do Hospital Biocor, Doutor em Medicina, Professor da Faculdade de Medicina da UFMG. 7. Residente de Cirurgia Geral do Instituto Mário Penna/Hospital Luxemburgo – Belo Horizonte - MG. Endereço para correspondência: André Rossetti Portela - Rua Engenheiro Amaro Lanari 130, Carmo-Sion - CEP – 30310-580 - Belo Horizonte – MG / e-mail: [email protected]. Recebido em 05/01/2011. Aprovação em 15/02/2011. GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):13-18 13 30(1):13-18 RESUMO TUMOR SÓLIDO PSEUDOPAPILAR DO PÂNCREAS - TUMOR DE FRANTZ ESTUDO RETROSPECTIVO E REVISÃO DA LITERATURA SPPTP are composed of mainly monomorphic cells, which express ephitelial, mesenquimal and endocrine markers. The tumor presents a random distribution, without preference for a specific topography. Discussion: SPPTP is a rare tumor, which has been more described in the last decades. It is locally aggressive, has a low degree of malignancy, and tends to a favorable prognosis after surgical treatment. There’s supposed to be an hormonal factor, and its genetic alterations differ from those of pancreatic adenocarcinoma. Keywords: Pancreas, Frantz, Solid Pseudopapillary. 30(1):13-18 14 MÉTODOS Foram incluídos no estudo pacientes portadores de TSPPP, operados e acompanhados no Instituto Mário Penna/Hospital Luxemburgo, Belo Horizonte, MG, no período de novembro de 2002 a março de 2010. Todos os pacientes eram do sexo feminino, com idade variando de 20 a 33 anos. INTRODUÇÃO Três pacientes relataram queixas inespecíficas, como desconforto abdominal. Uma paciente apresentou vômitos, empachamento, hiporexia e epigastralgia. A primeira descrição do tumor sólido cístico do pâncreas foi atribuída ao Dr. VK Frantz, em 19591. A essa neoplasia foi atribuída durante décadas vasta sinonímia.1-7 Duas pacientes possuíam tumoração palpável no andar superior do abdome. Todas as pacientes apresentaram exames laboratoriais normais, incluindo CA 19.9. O tumor sólido pseudopapilar do pâncreas (TSPPP) tem origem incerta, ocorre mais frequentemente em pacientes jovens e do sexo feminino (10:1), geralmente na 2ª e 3ª década de vida, sendo uma neoplasia rara e de baixo grau de malignidade, com comportamento geralmente indolente. Todas foram submetidas a estudo do abdome por Tomografia Computadorizada (TC). O melhor conhecimento dos aspectos epidemiológicos, clínicos e anatomopatológicos tem possibilitado maior número de casos diagnosticados nas últimas décadas. Em dois casos, o tumor estava localizado no processo uncinado, um no corpo e outro na cabeça do pâncreas, sendo necessário ressecções variadas (Tabela 1). O tamanho das lesões variou de 6,0 a 14,0 cm, em seu maior eixo. A ressecção cirúrgica completa é o principal tratamento do TSPPP, resultando na maioria das vezes em prognóstico favorável2-6. O escopo do trabalho é relatar quatro casos de TSPPP e revisar a literatura afim. RESULTADOS Todas as peças cirúrgicas foram enviadas para anatomia patológica e imuno-histoquímica (Tabela 2 e Fotos 1, 2 e 3). Nas quatro ressecções realizadas, uma paciente (caso 1) apresentou fístula pancreática de alto débito, sendo necessário Tabela 1 – Idade, sexo, localização do tumor, tipo de operação e tempo de acompanhamento dos pacientes. Paciente Idade (diagnóstico) Sexo Local do tumor Operação Tamanho tumor Data da cirurgia Tempo de acompanhamento 1 20 F Cabeça Enucleação 14,0 x 11,0 x 8,0cm 11/2002 98 2 33 F Processo uncinado Duodenopancreatectomia 6,0 x 5,0 x 4,0cm 02/2007 47 9,0 x 7,0 x 5,0cm 03/2010 8 8,0 x 6,0 x 6,0cm 03/2010 8 3 24 F Corpo Pancreatectomia corporal com anastomose TT pancreatojejunal 4 23 F Processo uncinado Enucleação GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):13-18 A. R. PORTELA, B. R. R. DE OLIVEIRA, M. G. DE CARVALHO, C. A. CINTRA, S. MIYATA, R. C. L. MOREIRA, P. G. O. SALLES, B. P. CÉSAR reoperação no pós-operatório imediato com anastomose pancreatojejunal em Y-Roux. As quatro pacientes permanecem em controle clínico, com tempo de seguimento de 4 a 94 meses. Todas estão sem sinais clínicos e radiológicos de recidiva da neoplasia. células de ilhotas pancreáticas. Desde então a doença recebeu vasta sinonímia, como: neoplasia epitelial sólida papilar, neoplasia papilar cística, carcinoma papilar-cístico, neoplasia papilífera de baixo grau, tumor de Hamoudi e tumor de Frantz. No ano de 1996, a Organização Mundial de Saúde definiu o tumor de Frantz, como tumor sólido pseudopapilar do pâncreas (TSPPP). No passado, muitos desses tumores foram erroneamente diagnosticados como neoplasias de células das ilhotas pancreáticas ou neoplasias acinares, e muitos foram classificados incorretamente como variantes de neoplasias císticas do pâncreas1-9,11. DISCUSSÃO Coube ao Dr. Frantz, na década de 1959, a primeira descrição da moléstia que denominou: neoplasia não funcionante de Tabela 2 – Resultado de positividade dos marcadores imuno-histoquímicos dos tumores. 1 2 3 4 Ki-67 NP NP + - CD10 NP + + NP Ciclina-D1 (bcl-1) NP NP + NP Citoceratina de 40, 48, 50 e 50,6 Focalmente positivo + - Focalmente positivo Cromogranina A - - - - Receptor de progesterona NP + + + Sinaptofisina NP - + - Beta catenina NP NP + + Peptideo intestinal vasoativo NP NP NP - Insulina NP NP NP - Glucagon NP NP NP - Somatostatina NP NP NP - Foto 1 – Microfotografia (HE 25X), mostrando a boa delimitação da neoplasia Foto 2 – Microfotografia (HE 400X): aspecto sólido e monomórfico da neoplasia GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):13-18 Foto 3 – Microfotografia (HE 400X): padrão pseudopapilar com degeneração cística 15 30(1):13-18 Paciente TUMOR SÓLIDO PSEUDOPAPILAR DO PÂNCREAS - TUMOR DE FRANTZ ESTUDO RETROSPECTIVO E REVISÃO DA LITERATURA 30(1):13-18 16 O TSPPP representa 1 a 2% das neoplasias pancreáticas e 3 a 5% das neoplasias císticas do pâncreas. Em 2005, Papavramidis et al. relatou 718 casos de TSPPP, consultados na literatura inglesa de 1933 a 2003. A melhor compreensão clínica da patologia e a maior disponibilidade de exames de imagem aumentaram consideravelmente a frequência dos TSPPP, com mais de dois terços do total de casos descritos nos últimos 10 anos18,19. O TSPPP ocorre predominantemente em mulheres jovens e adolescentes, com razão de 10:1 e média de idade de 22 anos. A paciente mais jovem descrita na literatura tinha apenas dois anos de idade. Machado et.al. (2008) relatou a diferença da idade na apresentação da doença entre os sexos, sendo que nos homens o diagnóstico é feito em pacientes mais jovens4-9,11,14. Foram descritas várias propostas para justificar a predominância desse tumor em pacientes do sexo feminino, incluindo a proximidade com o ovário durante o desenvolvimento embrionário, e possivelmente a presença de receptores de progesterona nas células neoplásicas. Em um estudo, a expressão de receptores de hormônios sexuais mostrou imunorreatividade para o receptor de estrogênio (RE) e de progesterona (RP), mas não para o receptor de estrogênio (RE). Em outra revisão, a positividade para receptores de progesterona foi demonstrada em mais de 90% dos pacientes. Apesar da presença de receptores de progesterona ajudar a explicar a predominância em pacientes do sexo feminino, o tumor também ocorre em pacientes do sexo masculino, mesmo que raramente10,11. O tamanho ao diagnóstico varia entre 7 e 20cm. A ocorrência do TSPPP é descrita em todo o pâncreas. A apresentação do tumor é geralmente marcada por sintomas inespecíficos. Na maioria das séries, os pacientes geralmente se encontram assintomáticos, relatando apenas tumoração abdominal. Manifestações agudas como pancreatite desencadeada por isquemia, distensão ou obstrução ductal, ou hemoperitônio causado pela ruptura da cápsula tumoral podem ocorrer. A tumoração palpável é geralmente o principal achado, podendo dor abdominal, hiporexia e náuseas também estar presentes. Os sintomas não parecem estar relacionados com o tamanho do tumor. Diferentemente dos adenocarcinomas pancreáticos, os TSPPP não apresentam alterações no p53, k-ras, p16 e DPC4. As mutações genéticas associadas ao TSPPP estão incluídas no componente ßcatenina, que interfere com a fosforilação do produto proteico. Sinalizadores fisiológicos ou mutações patológicas que aumentem a estabilidade da ßcatenina ou desencadeiem o funcionamento do gene APC (adenomatosis polyposis coli) resultam no acúmulo de ßcatenina no citoplasma. Isso resulta na translocação da ßcatenina para dentro do núcleo, onde irá funcionar como reguladora da transcripção ligando-se aos elementos reguladores do DNA. Os alvos conhecidos para esse caminho incluem os genes reguladores do crescimento ciclina D1 e c-myc. Além disso, o funcionamento anormal da ßcatenina também pode explicar a baixa coesão das células tumorais dos TSPPP. Demonstrouse que a ßcatenina interage com a molécula de adesão celular E-caderina, impedindo a formação de interações célula-célula normais4,13. Os TSPPP têm crescimento lento e raramente invadem estruturas adjacentes; assim, sintomas causados por obstrução duodenal ou das vias biliares são raros, sendo a icterícia incomum, mesmo em lesões na cabeça do pâncreas. Geralmente, não são encontradas alterações nos exames laboratoriais, tais como níveis de amilase sérica ou urinária, marcadores tumorais ou glicemia3,12,18. Apesar do tamanho exagerado das lesões ao diagnóstico, 90% dos pacientes têm câncer no estádio I e II4. Há poucos estudos sobre a origem dos tumores sólidos pseudopapilares do pâncreas e sua histogênese permanece incerta. Origens acinares, ductais, endócrinas e de células primordiais foram propostas. Até o momento, a evolução clínica é imprevisível porque fatores prognósticos biológicos e patológicos não foram estabelecidos. Sugere-se que a baixa expressão de galectina-3 prediz um pior prognóstico. Além disso, a imuno-reatividade da galectina-3 é uma ferramenta útil na diferenciação entre tumores pancreáticos sólidos pseudopapilares e endócrinos, uma vez que esse marcador é expresso apenas nesses primeiros. A expressão da galectina-3 em células pancreáticas ductais sugere uma nova hipótese para a histogênese do tumor sólido pseudopapilar do pâncreas10. Deve-se suspeitar de TSPPP em pacientes do sexo feminino, jovens, com grandes massas pancreáticas sólidas ou sólido-císticas. No entanto, o diagnóstico pré-operatório definitivo costuma ser difícil. Primeiramente por se tratar de uma neoplasia rara; em segundo lugar, pelos sintomas inespecíficos na maioria dos casos, e em terceiro lugar pela ampla gama de possibilidade de apresentação aos exames de imagem, que pode incluir tumores predominantemente sólidos ou predominantemente císticos12,13. Os achados típicos à tomografia computadorizada são de uma grande tumoração hipodensa, em topografia pancreática, com cápsula bem definida, e vários componentes sólido-císticos devidos à degeneração hemorrágica. Após o uso de contraste endovenoso, as áreas sólidas captam contraste na periferia do tumor, enquanto as áreas císticas são localizadas centralmente. Os TSPPP costumam aparecer como tumores menos vascularizados do que os tumores das ilhotas pancreáticas. Pode haver áreas de calcificação central. GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):13-18 A. R. PORTELA, B. R. R. DE OLIVEIRA, M. G. DE CARVALHO, C. A. CINTRA, S. MIYATA, R. C. L. MOREIRA, P. G. O. SALLES, B. P. CÉSAR O diagnóstico diferencial do TSPPP inclui qualquer entidade cística ou sólida do pâncreas: neoplasias císticas serosas ou mucinosas, degeneração cística de uma neoplasia tipicamente sólida – como um tumor pancreático neuroendócrino –, linfoma, pancreatoblastoma ou neoplasia de células acinares. Seu padrão pseudopapilar pode, algumas vezes, ser confundido com uma arquitetura trabecular e além disso, alguns tumores podem ser positivos para neuron-specific enolase (NSE), sendo então diagnosticados erroneamente com tumores pancreáticos neuroendócrinos não-funcionantes. A possibilidade de um adenocarcinoma pancreático surgindo em uma neoplasia cística (neoplasia mucinosa papilar intraductal ou neoplasia mucinosa cística) deve sempre ser considerada, especialmente nos pacientes mais idosos12,13. A primeira ressecção de TSPPP foi realizada por Grosfeld e descrita por Hamoudi em 1970. Desde então, a ressecção da lesão com margens microscópicas livres (R0), permanece como o padrão-ouro do tratamento. Em pacientes sem acometimento linfonodal ou metastático, a ressecção R0 está associada à sobrevida próxima de 95% em cinco anos, mesmo em grandes lesões. A ressecção cirúrgica, com manutenção da maior quantidade possível de tecido pancreático, é o tratamento de escolha, geralmente curativo. Para tumores localizados na cabeça do pâncreas, a duodenopancreatectomia pode ser realizada, preferencialmente com a preservação pilórica, ao invés da técnica de Whipple. Nos tumores de pescoço e corpo pancreático, é possível a ressecção da porção média do órgão, incluindo o tumor, com a preservação da cabeça, processo uncinado e cauda do órgão. A ressecção alargada do tumor e linfadenectomia não parecem ter impacto positivo na duração e qualidade de vida do paciente. O tratamento agressivo se justifica até mesmo na presença de metástases à distância, ainda que seja necessária sua ressecção no momento da primeira cirurgia ou em casos de recorrência. A ressecção en bloc é indicada na presença de extensão local extrapancreática da doença, incluindo a ressecção da confluência da porta e veia cava inferior, ou mesmo da veia e artéria mesentérica inferior, se necessário. Apesar dos bons resultados de sobrevida livre de doença, o tratamento cirúrgico não é isento de morbidade. Fístula pancreática é relatada como a complicação mais comum. Pelo baixo potencial de malignidade, parece razoável do ponto de vista oncológico, apesar de poucos relatos descreverem, a ressecção laparoscópica do TSPPP, que se torna especialmente atrativo nos casos de enucleação ou pancreatectomia distal4,6-11. A complicação cirúrgica mais comum é a fístula pancreática, seguida de retardo no esvaziamento gástrico e pancreatite13. O TSPPP costuma apresentar-se como um tumor com certo grau de agressividade local, mas com baixo grau de malignidade. Tende a ter prognóstico favorável, com uma sobrevida em cinco anos superior a 90%, mesmo na presença de doença metastática, local ou hematogênica, esta última geralmente para o fígado. Metástases linfonodais e acometimento peritoneal são raros. O TSPPP maligno, também designado como carcinoma sólido pseudopapilar, ocorre em 15% dos adultos e 13% das crianças, com aumento significante em idosos e pacientes do sexo masculino. Alguns fatores clínicos e histopatológicos parecem sugerir um prognóstico ruim nesses pacientes, tais como tumores maiores que 5 cm, presença de invasão vascular, áreas de necrose, pleomorfismo nuclear, e a positividade para o Ki-67 na IMH. Nos raros casos em que há aumento dos marcadores tumorais (CEA, CA 19-9), esses parecem ser fatores de mau prognóstico. De acordo com a classificação da Organização Mundial de Saúde, o critério usado para distinguir tumores potencialmente malignos do carcinoma sólido pseudopapilar inclui angioinvasão, invasão perineural, e acometimento profundo do parênquima pancreático adjacente. No entanto, alguns estudos não encontraram relação entre as características clinicopatológicas (índice mitótico, pleomorfismo nuclear, e invasão vascular e perineural) e a sobrevida dos pacientes. Assim, os critérios de agressividade não são bem estabelecidos, sendo importante ressaltar que, mesmo na ausência desses critérios, a malignidade não pode ser excluída, o que implica na necessidade de seguimento rigoroso desses pacientes. A predição do potencial maligno do tumor no pré-operatório é benéfica já que ressecções menos extensas podem ser consideradas em tumores de aparência benigna, enquanto a ressecção en bloc com margens cirúrgicas suficientes devem ser realizadas nos tumores malignos6-11,13,15,17. O TSPPP é composto por células relativamente monomórficas que expressam marcadores epiteliais, mesenquimais e endócrinos. Macroscopicamente apresenta-se como massa solitária (de 3 a 18 cm), bem delimitada e na maior parte GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):13-18 17 30(1):13-18 Os tumores sólidos pseudopapilares benignos, apresentamse com formatos ovais ou arredondados e margens levemente lobuladas; já os malignos têm margens localmente lobuladas ou descontinuidade focal de suas cápsulas. Além disso, um tumor completamente cístico ou com calcificação anelar é sugestivo de benignidade, enquanto calcificações espiculadas, focais ou nodulares e dilatação ductal à montante são mais comuns nos malignos. Devido à sua melhor resolução, a RNM é superior à TC na distinção de características tais quais hemorragia, degeneração cística ou presença de cápsula4,11,12. HEPATITE VÍRUS E:E A TUALIZAÇÃO 2008 TUMOR SÓLIDO PSEUDOPAPILAR DO PÂNCREAS - TUMOR DE FRANTZ ESTUDO PELO RETROSPECTIVO REVISÃO DA LITERATURA das vezes encapsulada parcial ou totalmente, que raramente invade órgãos adjacentes ou a veiaporta. A superfície de corte revela áreas sólidas, lobuladas, de cor parda, permeadas por necrose, hemorragia e espaços císticos preenchidos por debris necróticos. Ocasionalmente, as alterações císticas e hemorrágicas alcançam todo o tumor, que pode ser confundido então com pseudocisto pancreático. Podem ocorrer calcificações. 30(1):13-18 18 REFERÊNCIAS 1. 2. 3. A microscopia os tumores menores costumam estar mais preservados, enquanto que os tumores grandes exibem áreas preservadas junto à cápsula. Nessas áreas observase um padrão sólido monomórfico com esclerose variável e, mais centralmente, um padrão pseudopapilar. 4. Esses componentes misturam-se uns aos outros e em ambos observam-se células poligonais uniformes arranjadas sobre eixos fibrohialinos bem vascularizados. No tecido hialinizado observam-se focos de calcificação e, mais raramente, de ossificação. 6. A histoquímica revela células negativas para PAS e Alcian Blue pH 2,5; células Grimelius-positivas podem ocorrer. A imuno-histoquímica revela positividade intensa para alfa1-antitripsina, alfa-1-antiquimiotripsina, enolase neurônioespecífica e vimentina. Outros marcadores (CEA, CA19-9, AFP, S-100, citoceratinas, estrógeno, progesterona) demonstram resultados menos consistentes. O papel da quimioterapia adjuvante ou neoadjuvante nos TSPPP ainda deverá ser definido. Há poucos relatos do uso de quimioterapia, incluindo o uso de esquemas como 5-fluouracil, doxorrubicina e estreptozocina, interferon, cisplatina e topotecano e gemcitabina. Há um único caso relatado de resposta à radioterapia em uma lesão localmente avançada envolvendo a veiaporta. No entanto, faltam dados baseados em experiências com número razoável de pacientes para definir o papel desses tratamentos nos TSPPP 11,13,15. Concluindo, o TSPPP é uma neoplasia rara, geralmente apresenta um curso relativamente benigno, que deve ser pensado em pacientes jovens, do sexo feminino, com massas pancreáticas. A ressecção cirúrgica representa o tratamento de escolha. 5. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. A vigilância dos pacientes deve ser contínua e na presença de metástases ou recorrência local, uma nova ressecção está indicada. 19. Frantz VK. Papillary tumors of the pancreas: Benign or malignant? Tumors of the pancreas. In: Atlas of Tumor Pathology, Section 7, Fascicles 27 and 28. Washington, DC, USA: Armed Forces Institute of Pathology, 1959: 32-3. Costa-Neto GD, Amico EC, Costa GID. Tumor sólido-cístico pseudopapilar do pâncreas (tumor de Frantz). Estudo de quatro casos. Arq Gastroenterol; 2004; 41(4): 259-62. Pinto-Junior FEL, Moraes MV, Oliveira AGF. 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Este órgão oferece inúmeras oportunidades para ser tratado “naturalmente”, principalmente se considerarmos que o fígado ao lado do futebol, carnaval e chopp faz parte das grandes paixões brasileiras. A Medicina Natural ou Alternativa é uma forma de terapêutica que se utiliza dos elementos da natureza (orgânicos e minerais) e antroposóficos. Temos conhecimento de cerca de cento e oitenta tipos de MN usados em nosso país. O Ministério da Saúde vem discutindo uma Política Nacional de Medicina Natural e Práticas Complementares (MNPC) desde 1999, iniciando com a inclusão de consultas médicas em homeopatia e acupuntura, complementando em 2003 com a ampliação do acesso aos medicamentos fitoterápicos; a MNPC foi incluída em 2004 como um nicho estratégico de pesquisa dentro da Agenda Nacional de Prioridades em Pesquisa. Tal política foi referendada em fevereiro de 2005 pelo MS1. Dessa forma, dentro da política do SUS-MS, reconhecemse quatro tipos de MN: Acupuntura, Homeopatia, Fitoterapia e Medicina Antroposófica. Entretanto, devemos considerar as mais de cento e setenta práticas restantes, não oficiais. ACUPUNTURA Faz parte da Medicina Oficial, reconhecida como especialidade, e com resultados aceitáveis como tratamento analgésico. Entretanto, em hepatologia, seus valores são questionáveis, havendo poucos trabalhos assim direcionados. Meng2 comparou a Acupuntura com a Fosfatidilcolina (FC), num período de 12 semanas, no tratamento da Esteato Hepatite Não-Alcoólica (EHNA), avaliando os resultados através de enzimas (AST e ALT) e Tomografia. Concluiu que a Acupuntura é superior à FC (p<0.01) e está indicada no tratamento da EHNA. Guan3 et al, em estudo retrospectivo de trinta anos de observação, refere-se ao tratamento da Hepatite Crônica B com a técnica de Moxabustão (um tipo de Acupuntura pela aplicação de calor em pontos do corpo, com bastões incandescentes de Artemísia). Foram tratados oitenta e seis casos que não responderam ao tratamento convencional, cujo sucesso dos resultados (negativação dos marcadores: HBsAg-28%; HBeAg-38%; HBcAg-36%) levou à conclusão da indicação definitiva do tratamento da HCVB por esta técnica. A ausência de ensaios controlados e uma linguagem hepatológica aceitável segundo os padrões ocidentais da Medicina Oficial tornam difícil avaliar a real utilidade desta técnica no tratamento das Hepatopatias. 1. Prof. Titular de Gastroenterologia Faculdade Medicina Universidade Federal Goiás. Endereço para correspondência: Rua 109, No 331 - quadra 201, setor sul - CEP 74085-090 - Goiânia / GO - e-mail: [email protected]. Recebido em: 14/01/2011. Aprovação em: 15/02/2011. GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):19-22 19 30(1):19-22 A Medicina Natural (MN) ou Alternativa constitui-se num grande universo terapêutico, cuja abordagem não oferece um caminho muito fácil. Dentro dessa imensidão, temos que recolher o que os diferentes tipos de tratamento reservam para as doenças do fígado. MEDICINA NATURAL: O QUE EXISTE DE EFICÁCIA E SEGURANÇA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS? HOMEOPATIA A Homeopatia faz parte da Medicina Oficial, cuja estratégia terapêutica é bem conhecida. Utiliza preparados à base de ervas de conhecimento milenar, além de elementos inorgânicos. O grande problema para a análise dos resultados dos estudos homeopáticos em hepatologia reside inicialmente na diferença de linguagem e conceitos entre as duas especialidades. E sendo um tipo de medicina baseada em sintomas, seu vocabulário é estranho ao hepatologista, como por exemplo: icterícia por excesso de raiva, icterícia catarral e fígado tórpido, torpor funcional do sistema porta, expulsão de cálculos e icterícia por excesso sexual. 30(1):19-22 20 Estes diagnósticos são objetos de ensaios clínicos de difícil avaliação pela pesquisa convencional. Na internet, encontramos vários sites sobre o tratamento da Hepatite Crônica C, porém seus critérios de cura não são os adotados pelos hepatologistas ou medicina oficial, apesar de a homeopatia fazer parte dela. Flesner afirma que a homeopatia não objetiva eliminar o vírus, mas despertar o equilíbrio biológico, e assim indica uma composição de quase vinte componentes4,6. FITOTERAPIA É uma das práticas mais antigas do mundo, cuja sistematização desenvolveu-se a partir da Idade Média e cujas plantas são utilizadas até hoje. Num cálculo, talvez subestimado, cerca de mil e trezentas ervas constituem o arsenal fitoterápico. Em nosso país, algumas plantas são tradicionalmente usadas pela população para sintomas ou doenças atribuídos ao fígado, tais como: folhas de boldo, alcachofra, jaborandi e picão (sob forma de chás, comprimidos, elixires, etc.). O usuário leigo confunde a história natural de uma doença ou sintoma com o pretenso efeito farmacológico; até o momento não temos estudos controlados que avaliem seus efeitos. A planta cardo leiteiro (Sylimbum marianum, sp) tem como princípio ativo a Silimarina, já industrializada e cujo mecanismo de ação nas hepatopatias existe uma vasta literatura. Em nossos estudos experimentais, feitos a partir de 1988, não conseguimos impedir a produção ou prevenção da esteatose e fibrose hepática (cirrose) em ratos tratados com CCl4 e Silimarina. Várias frutas são recomendadas pelos experts em MN para a prevenção ou tratamento de doença hepática, tais como: morango, cerejas, caqui, graviola, acerola e abacate7. A literatura mostra apenas alguns trabalhos sobre o abacate, talvez pelo seu teor de vitaminas A e E, porém são observações não controladas e especulativas. Thuluvath8, do John Hopkins Hospital, fez uma excelente revisão da eficácia da MN em Hepatologia, concluindo que a sua prática ainda não pode ser recomendada no tratamento das Hepatopatias. A avaliação da eficácia e segurança do tratamento fitoterápico é de difícil comprovação pelos métodos convencionais, devido às seguintes razões: os estudos são mal planejados, amostras heterogêneas, falta de padronização nas preparações, “endpoint” sem definição, aceitação do autodiagnóstico e diagnóstico feito por não médicos. MEDICINA ANTROPOSÓFICA 9 Também aceita pelo PN-MNPC, é uma forma de autoajuda, que se utiliza de três formas de organização: vital, anímica e espiritual. Existem alguns livros de autoajuda para as doenças hepáticas10, além de registrarmos a fenomenologia da percepção na cultura chinesa sobre os órgãos, como por exemplo, uma publicação denominada “O fígado nervoso, o coração ansioso e a melancolia esplênica”. A avaliação dessas práticas ou conceitos nas hepatopatias afasta-se da Medicina Experimental e Científica. COMPLEMENTO POPULAR É o restante de mais de cento e setenta tipos de MN que são utilizados pela sociedade para tratar diversos males, e o fígado está naturalmente incluído entre eles, como a sede de um grande número de sintomas inespecíficos. Desde a Cromoterapia até as Rezas e Benzeções, todo este universo de práticas alternativas podem ser psicologicamente válidas diante da fé, desespero, ignorância ou dificuldade de acesso à medicina oficial. Nos Estados Unidos da América, estimativas de órgãos de saúde, acreditam que os custos da Medicina Alternativa são muito altos naquele país, sendo de dois tipos: tipo I — fraude, religião, curas psíquicas: cerca de U$30 bilhões/ ano; tipo II — comércio das vitaminas, dietas, medicina holística, autoajuda, Herbalife e outras formas alternativas: cerca de U$14 bilhões/ano. CONCLUSÃO A MN resulta da tradição oral e práticas imemoriais, que para um estudo científico deve haver um confronto entre os sintomas que o leigo atribui ao fígado e a verdadeira hepatopatia de diagnóstico médico. Enquanto estudos controlados não forem adequadamente realizados, a eficácia, efetividade e segurança da Medicina Natural são inconclusivos, absolutamente indistinguíveis de um efeito placebo. Nosso texto abordou apenas um ângulo do uso da MN, o fígado, entretanto anexamos uma listagem das diferentes práticas que são usadas em todos os tipos de doenças reais ou imaginárias. Se o leitor analisar os diferentes tipos de MN listados no Anexo, verá desde práticas imemoriais até ao charlatanismo descarado e comercial. GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):19-22 H. ROSA ANEXO Relação dos tipos de tratamentos alternativos em uso corrente no Brasil: Estética e beleza Espirais oscilatórios Lakhovsky Euritmia curativa Exaltação das flores Exercícios de bioenergia Espondiloterapia Faradismo Fisiometria Fisioterapia aplicada Fisioterapia natural Fitoterapia Florais de Bach Florais Australianos Florais Californianos Florais de Hildelgarde Florais de Minas Florais de Raff Florais do Canadá Formação da Sensibilidade Galvanismo Gematerapia Geoterapia Gimnásia Gimnásia psicossomática Grafoterapia Helioterapia Herboristeria Hidroterapia Hipnoterapia Homeopatia Homotoxicologia Herbalife Iluminação intensiva Impostação de mãos Ioga Irradiação de calor Iridologia Jejunoterapia Logosofia Limpeza de língua Luz da lua Logosofia Macrobiótica Massagens de diversos tipos Massoterapia Medicina Antroposófica Medicina Ortomolecular GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):19-22 21 30(1):19-22 Acupuntura Acunputura a laser Água Vibrada Alimentos integrais Alimentos naturais Analgesia Aromaterapia Auraterapia Auriculoterapia Auriculoterapia elétrica Autosugestão Areia monazítica Balneoterapia Banhos em areia monazítica Banhos em águas minerais Banhos de cachoeiras Banhos de cera Banhos de lama Banhos de mar Banhos de sol Benzeduras Biofeedback Bioritmo Bioenergética Conselhos mútuos Conselhos individuais Controle mental Corrente sinusoidal Cosmologia Cromoterapia Cura metafísica Cura pela fé Constelação familiar Colonoterapia Dança Diatermia Digitopressão Do-in Diagnóstico pela astrologia Dinâmica energética Eletropuntura Eletroterapia Encontroterapia Energia das pirâmides Ergoterapia Escovação da pele Escovação de língua MEDICINA NATURAL: O QUE HÁ SOBRE EFICÁCIA E SEGURANÇA NAS DOENÇAS HEPÁTICAS? Somatografia Sucoterapia Shantala Tai-chi-chuan Técnica Alexander Telepatia Terapia neural Terapia orgânica Terapia pela urina Terapia por impacto Terapia por manipulação Terapia por micro-ondas Terapia por pulsões Terapias por altas frequências Testes das cores de Lüscher Trofoterapia Terapia corporal Neo Reichiana Ultrassom Vegetarianismo Ventosas Vitaminoterapias Meditação Megabrain Meloterapia Mesmerismo Mineroterapia Mono-regimes Método Bates Educação Visual Moxabustão Musicoterapia Meditação transcendental Mediunidade Medicina Holística Medicina Osteopática Medicina Ayuvérdica Oligoelementos Orações Organoterapia Osteopatia Sauna Santodaime Sexoterapia 30(1):19-22 22 REFERÊNCIAS 1. Política Nacional de Medicina Natural e Práticas Complementares. Ministério da Saúde — SIA-SUS (Portaria GM n.º 1.230/1999 e fevereiro/2005). 2. SX. Observation on therapeutic effet of acupuncture for treatment of patients with nonalcoholic steatopatitis. Zhongguo Zhen Jiu, 2009; 29:616-8. Guan L et al. Retrospective analysis of Mr Xie Xiliang’s medical records accumulated in 30 years on direct moxibustion for treating hepatitis B. Zhongguo Zhen Jiu, 2009; 29:487-90. Flesner S. Homeopatic medicine. www.docstoc.com/docs/11972768/ 3. 4. Hepatitis-C-and-Homeopathic-Medicine-(PDF). Zhang Q. Healing Hepatitis C – with Modern Chinese Medicine. Sino-Med Institute. New York, 1994. 6. Wu XN Update Therapy of Cronic Hepatitis B in China: recent progress. China Nat J New Gastroenterol, 1996; 2:6568. 7. Revision. J Agric Food Chen 2001; 49:2215-21. 8. Thuluvath VS. Complementary and alternative medicine in Hepatology: review of the evidence of efficacy. Clin Gastroenterol Hepatol 2007; 5:408-16. 9. Kalis B. O que é Medicina Antroposófica? Ars Curandi, out/1990. 10. Ida Mingle. Spiritual Significance of the Liver: Service and Balance. New York, 1990. 5. GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):19-22 Relato de Caso Impactação de prótese dentária em esôfago cervical: diagnóstico e tratamento Giant colonic diverticulum, a rare disease with atypical localization JANICE MENDES-STUART¹, MALLIRRA COLARES¹, PRISCILLA LAGES BENTO-FERNANDES², ANTÔNIO SÉRGIO BARCALA-JORGE³ Corpo estranho esofágico é uma condição frequente que acomete todas as faixas etárias, predominando em crianças e idosos. O diagnóstico deve ser precoce, uma vez que o prognóstico é influenciado pelo tempo de permanência do corpo estranho no esôfago. Os autores relatam o caso de um paciente admitido com quadro de insuficiência respiratória, apresentando corpo estranho impactado em esôfago cervical, de difícil diagnóstico. Foram realizados exames laboratoriais e radiografias de tórax que não apresentaram alterações significativas. A EDA (Endoscopia Digestiva Alta) evidenciou estenose cerrada no nível do esôfago proximal, e a videonasofibrobroncoscopia visualizou tumoração vegetante em região de hipofaringe. A tomografia computadorizada de crânio e região cervical demonstrou imagem de corpo estranho em esôfago proximal, sugestiva de prótese dentária. A retirada da prótese foi realizada por laringoscopia direta, entretanto, o paciente evoluiu com complicações e óbito. Unitermos: Corpo Estranho, Esôfago, Diagnóstico, Insuficiência Respiratória. S UMMARY Esophageal foreign body is a common condition that affects all age groups, mainly in children and in the elderly. The diagnosis must be early, since the prognosis is influenced by the length of foreign body in the esophagus. The authors report the case of a patient admitted with res- piratory insufficiency presenting a foreign body impacted in the cervical esophagus, difficult to diagnose. It was conducted laboratory tests and chest X-rays that showed no significant changes.Upper gastrointestinal endoscopy (upper endoscopy) revealed tight stenosis at the level of the proximal esophagus and the Videonasofibrobronchoscopy visualized a vegetating tumor in thehypopharynx. Computed tomography of the skull and neck showed an image of a foreign body in proximal esophagus, suggestive dental prosthesis. The removal of the prosthesis was performed by direct laryngoscopy, however, the patient evolved with complications and death. Keywords: Foreign Body, Esophagus, Diagnosis, Respiratory Failure. I NTRODUÇÃO Corpo estranho esofágico é uma condição frequente (80% de todos os corpos estranhos do trato digestório) que acomete todas as faixas etárias, predominando em crianças e idosos. Deve ter o diagnóstico precocemente definido e a retirada, se necessária, deve ser feita assim que possível, uma vez que o prognóstico é inversamente proporcional ao tempo de permanência do corpo estranho no esôfago. Outros fatores que influenciam o diagnóstico são a forma, tamanho e localização do corpo estranho, bem como a idade e o estado clínico do paciente. No caso que os autores relatam é apresentado um paciente institucionalizado, portador de demência vascular, que foi admitido na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Universitário Clemente de Faria com quadro de insuficiência 1. Acadêmicas de Medicina da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES. 2. Médica do Hospital Universitário Clemente de Faria – UNIMONTES, Pós-graduanda em Terapia Intensiva pelo Hospital Aroldo Tourinho. 3. Mestre em Cirurgia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Membro Titular da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva SOBED, Especialista em Terapia Nutricional Parenteral e Enteral pela SBNPE, Professor do Departamento de Cirurgia da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, Cirurgião Geral do Hospital Universitário Clemente de Faria. Endereço para correspondência: Antonio Sergio Barcala Jorge – R. Olímpio Guedes, 331 – Morada do Sol – Montes Claros, MG / e-mail: [email protected]. Recebido em: 23/12/2010. Aprovação em: 15/02/2010. GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):23-26 23 30(1):23-26 RESUMO IMPACTAÇÃO DE PRÓTESE DENTÁRIA EM ESÔFAGO CERVICAL: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO respiratória. A investigação para definir o diagnóstico foi longa e trabalhosa, o que influenciou negativamente na evolução do caso. O paciente apresentava ainda, como fatores de mau prognóstico, demência vascular, história prévia de traqueostomia e doença do refluxo gastroesofágico. A retirada do corpo estranho foi feita com sucesso, mas o paciente evoluiu com complicações - pneumonia aspirativa, insuficiência respiratória, sepse e óbito. RELATO 30(1):23-26 24 DE CASO A.J.P., sexo masculino, 59 anos, institucionalizado, acamado, ex-tabagista e ex-etilista, com demência e hemiparesia à esquerda decorrente de prévio Acidente Vascular Encefálico Isquêmico, foi admitido na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Universitário Clemente de Faria com quadro de dispnéia súbita. À admissão apresentava tosse seca, disfonia, disfagia, dispneia, taquipneia, estridor laríngeo, saturação de oxigênio de 93%, frequência cardíaca (FC) = 50 bpm, pressão arterial (PA) = 110 x 80 mmHg e afebril. A ausculta respiratória evidenciou murmúrios vesiculares diminuídos em bases com roncos e sibilos difusos, bilateralmente. Gasometria arterial sem alterações. À ectoscopia, notou-se cicatriz em região de fúrcula esternal decorrente de traqueostomia realizada há seis meses devido a quadro de pneumonia aspirativa, convulsões e insuficiência respiratória. Foram realizados exames laboratoriais e radiografias de tórax que não apresentaram alterações significativas. A EDA (Endoscopia Digestiva Alta) evidenciou estenose cerrada no nível do esôfago proximal, e a Videonasofibrobroncoscopia visualizou tumoração vegetante em região de hipofaringe, não podendo confirmar a verdadeira localização, se em espaço retrocricoideo ou esôfago superior. Paciente evoluiu com piora da disfagia e da dispneia, sendo realizadas gastrostomia e traqueostomia de urgência. Optou-se, então, por realizar tomografia computadorizada de crânio e região cervical (Figura 1), com imagem de corpo estranho em esôfago proximal, sugestiva de prótese dentária. O paciente foi submetido à retirada do mesmo por laringoscopia direta, mas evoluiu com piora do quadro clínico devido a vômitos incoercíveis e saída de secreção de conteúdo gástrico pelo orifício da traqueostomia. Questionando-se a presença fístula traqueo-esofágica, foi realizada nova EDA (Figura 2), que evidenciou possível trajeto fistuloso em esôfago proximal com intenso processo inflamatório logo abaixo do esfíncter esofágico superior, além de hérnia hiatal de grande tamanho com componente paraesofágico associado à pangastrite. Figura 2 Endoscopia digestiva alta da região do esôfago cervical: presença de úlcera profunda em topografia de constituição cricofaríngea. Posteriormente, realizou-se esofagograma (com sulfato de bário) que verificou passagem completa do contraste pelo esôfago com ponto de coleta em fundo cego em nível de hipofaringe, sem evidência de fístula (Figura 3). Paciente foi submetido à jejunostomia. Evoluiu com piora do quadro clínico, pneumonia, insuficiência respiratória, choque séptico e óbito. Figura 3 Figura 1 Tomografia computadorizada da região cervical: presença de prótese dentária impactada. Esofagrama baritado: região do esôfago cervical normal. GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 330(1):23-26 J. MENDES-STUART, M. COLARES, P. L. BENTO-FERNANDES, A. S. BARCALA-JORGE³ A presença de corpos estranhos no esôfago é frequente e constitui problema grave nos serviços de emergência, produzindo cerca de 1.500 mortes por ano no Brasil1. A população pediátrica, entre dois e quatro anos, e indivíduos com baixa condição socioeconômica e de idade avançada, devido ao uso de prótese dentária, constituem grupos vulneráveis para a ingestão de corpos estranhos2. O paciente do presente relato, apesar de adulto, fazia uso de prótese dentária e possuía demência como fatores predisponentes para a ocorrência de ingestão de corpo estranho. Em adultos, espinha de peixe, osso de frango e fragmentos de carne são os corpos estranhos mais comuns. Próteses dentárias representam o objeto mais comum em idosos, devido à diminuição da sensibilidade da cavidade oral e controle motor insatisfatório da laringofaringe3. A localização e a extração de corpo estranho na porção superior do sistema digestório, sobretudo no esôfago, constituem a segunda causa de urgência na endoscopia digestiva alta, sendo superada apenas por hemorragia digestiva alta2. Devido a seu fraco peristaltismo e múltiplos estreitamentos e constrições - esôfago cervical junto ao músculo cricofaríngeo, cruzamento do arco da aorta, brônquio principal esquerdo e esfíncter esofágico inferior - o esôfago é um órgão vulnerável à retenção de material. A falta de uma camada serosa na parede esofágica e a sua profunda localização no tórax aumentam o potencial de sérias complicações4. De todos os corpos estranhos, 75% entram no trato gastrintestinal, sendo que a maioria passa espontaneamente (80%). Apenas 10 a 20% necessitam de remoção endoscópica e 1%, tratamento cirúrgico. O diagnóstico em adulto pode ser feito quando existe história de ingestão de corpo estranho e sintomas como disfagia, odinofagia, dor retroesternal, sensação de corpo estranho, sialorreia, regurgitação, tosse e febre. Estridor laríngeo, recusa de alimentos e tosse precipitada por refeições podem indicar presença de corpo estranho2,4,5. Em muitos casos, a ingestão passa despercebida ou não é declarada até o início dos sintomas5. A história de ingestão do corpo estranho no caso relatado ficou prejudicada devido ao fato de o paciente ter sequelas de acidente vascular encefálico e informar mal, tendo que contar com as manifestações clínicas apresentadas para se suspeitar de impactação de corpo estranho em esôfago. Corpos estranhos em região hipofaríngea podem ser detectados pelo exame físico e laringoscopia indireta, sendo retirados utilizando a pinça de Hartman1,2,4. As radiografias simples geralmente são usadas na investigação inicial de pacientes com suspeita de ingestão de corpo estranho, mas os achados radiológicos não são considerados úteis para fins de identificação nos casos de objetos radiotransparentes. Quando se trata de corpos estranhos radiopacos, o RX passa a ser a melhor opção2. Alguns especialistas recomendam esofagograma com bário, sendo este utilizado na condução do presente caso para afastar a presença de fístula traqueoesofágica suspeitada em endoscopia digestiva alta. Em casos em que há suspeita de corpo estranho não detectado pelo RX ou laringoscopia indireta e no qual há suspeita de perfuração, a tomografia computadorizada (TC) deve ser solicitada. Nesses casos, a TC tem sido utilizada para o delineamento de corpos estranhos radiotransparentes6. É um método de alta sensibilidade e especificidade tanto para a localização do corpo estranho como para avaliar a presença de possíveis complicações7,8. Entretanto, a abordagem mais prevalente de corpo estranho no esôfago é a endoscopia digestiva alta por consistir em um método de diagnóstico e tratamento9,3. A remoção endoscópica é o método de escolha pela eficácia, segurança e baixa incidência de complicações, desde que realizado por profissional habilitado em serviço de endoscopia1. O exame endoscópico, ainda que normal, não afasta a presença de corpo estranho, pois pode ter havido migração extraluminal do mesmo. No entanto, no caso relatado, a endoscopia não foi capaz de diagnosticar a presença do corpo estranho, tendo sido feito o diagnóstico através da tomografia computadorizada. A retirada dos corpos estranhos muitas vezes é trabalhosa e pode acarretar complicações1. A urgência é justificada pelas complicações que a permanência do corpo estranho pode acarretar, motivo pelo qual deve ser removido assim que possível1. Diversos autores têm se dedicado ao estudo deste tema e demonstrado o imenso universo de complicações que ele abrange. As complicações incluem perfuração esofágica, pneumonia aspirativa, abscesso e edema cervical, mediastinite, migração do corpo estranho, fistulas esôfagoaéreas e esôfago-vasculares, sendo as duas últimas de baixa prevalência, no entanto potencialmente graves2,4,6,7. Cuidados especiais devem ser dispensados aos pacientes com obstrução respiratória causada por corpo estanho no esôfago cervical, devendo-se considerar a realização de traqueostomia ou cricotireoidostomia no atendimento inicial, conduta esta adotada na condução do caso devido ao quadro de insuficiência respiratória apresentada pelo paciente. Apesar dos inúmeros métodos diagnósticos, a abordagem é influenciada pela idade do paciente e sua condição clínica, tamanho, forma e classificação do corpo estranho e localização anatômica no qual o objeto é apresentado. GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):23-26 25 30(1):23-26 D ISCUSSÃO IMPACTAÇÃO DE PRÓTESE DENTÁRIA EM ESÔFAGO CERVICAL: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO CONCLUSÃO REFERÊNCIAS Corpos estranhos no esôfago são frequentes e constituem segunda causa de emergência nos serviços de endoscopia digestiva alta. A urgência é justificada pelas complicações que a permanência dos corpos estranhos pode acarretar (perfuração esofágica, pneumonia aspirativa, abscesso e edema cervical, mediastinite, migração do corpo estranho, fistulas esôfago-aéreas e esôfago-vasculares), motivo pelo qual devem ser removidos assim que possível. A sua retirada pode ser trabalhosa e também acarretar complicações. 1. 2. 3. 4. 5. Inúmeros métodos diagnósticos podem ser utilizados, mas a abordagem é influenciada pela idade do paciente e sua condição clínica, tamanho, forma e classificação do corpo estranho e localização anatômica no qual o objeto é apresentado. Prótese dentária constitui objeto de difícil remoção. 30(1):23-26 26 O caso relatado condiz com dados da literatura e demonstra a ocorrência de complicações da impactação de corpos estranhos no esôfago cervical em decorrência de um diagnóstico tardio. Evidencia-se que o atraso na identificação e retirada do corpo estranho pode ser definitivo no prognóstico, influenciando-o negativamente. 6. 7. 8. 9. Marco de Lucas E, Sabada P, Lastra Garcia-Baron P. Value of helical computed tomography in the management of upper esophageal foreign bodies. Acta Radiol 2004; 45:369–374. Queiroz VF, Rocha RCA, Bastos ELS, Soares FV, Salvi JA, Silvado RAB. Foreing bodies in the esophagus. GED gastroenterol. endosc. dig 2002; 21(2): 49-54. Rathore PK, Raj A, Sayal A, Meher R, Gupta B, Girhotra M .Prolonged foreign body impaction in the esophagus. Singapore Med J 2009; 50(2): e53 Cunha AJ, Cunha W J. Treatment of esophagus foreign bodies: review of 1.600 cases J. bras. med; 67(3): 139-48, set. 1994. American Society for Gastrointestinal Endoscopy. Guideline for the management of ingested bodies. Gastrointest Endosc 1995; 42: 622-5. Schneider A, Costa LAL, Teixeira VN. Corpo estranho retido em esôfago por 10 anos em uma criança. Revista AMRIGS, Porto Alegre, 44(3,4): 188-190, jul-dez, 2000. Ramos HF, Takahashi MT, Monteiro TA, Koishi HU, Imamura R. Abcesso retrofaringeo de evolução tardia após ingesta de corpo estranho. Arq. Int. Otorrinolaringol. São Paulo, v13, n3 p346-349, 2009. Ashraf O. Foreign Body in the esophagus: a review. São Paulo Med. J. Vol.124 nº6. São Paulo, novembro 2006. Areia M, Ferreira M, Souto P, Gouveia H, Litão MC. Remoção de corpo estranho esofágico com recurso a laser. GE – J Port Gastrenterol 2007, 14: 155-156. 10. Hashmi S, Walter J, Smith W, Latis S. Swallowed partial dentures. J R Soc Med. 2004 Feb;97(2):72-5. GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):23-26 Relato de Caso Hematoma espontâneo de parede abdominal: relato de caso e revisão da literatura Spontaneous abdominal wall hematoma: case report and literature review JOSÉ DO CARMO JR1, RÍVIA TIRONE DO CARMO2, ALESSANDRO ADAD JAMMAL3, RARISSA QUEIROZ FERREIRA4, FELIPE CROZARA FERREIRA OLIVEIRA5 O hematoma espontâneo da parede abdominal é uma entidade infrequente que corresponde ao acúmulo de sangue na bainha do reto abdominal. Relata-se o caso de uma paciente admitida com insuficiência cardíaca crônica, hipertensão arterial sistêmica, fibrilação atrial crônica e insuficiência renal crônica que, embora com coagulograma normal, desenvolveu um sangramento espontâneo da parede abdominal. O tratamento adotado foi o conservador, com sucesso. Segue-se uma revisão da literatura sobre o assunto e uma discussão sobre a conduta mais apropriada. Unitermos: Hematoma Espontâneo de Parede Abdominal, Hematoma Espontâneo de Músculo Reto Abdominal. S UMMARY The spontaneous abdominal wall hematoma is an infrequent entity which corresponds to the accumulation of blood in the sheath of the rectus abdominis muscle. We report a case of a patient admitted with chronic heart failure, hypertension, chronic atria fibrillation and chronic renal failure that, although with normal coagulation tests results, developed a spontaneous bleeding in the abdominal wall. Conservative treatment was adopted with success. A review of the literature about the subject and a discussion about the more appropriated approach are followed. Keywords: Spontaneous abdominal wall hematoma. Spontaneous rectus abdominis muscle hematoma. INTRODUÇÃO O hematoma espontâneo da parede abdominal é uma entidade infrequente que corresponde ao acúmulo de sangue na bainha do reto abdominal por ruptura de vaso epigástrico ou da própria musculatura de forma atraumática. R ELATO DE CASO Paciente M.N.S.P, 71 anos, negra, feminina, foi admitida no serviço em 07/08/2009, com quadro de insuficiência cardíaca crônica, hipertensão arterial sistêmica, fibrilação atrial crônica e insuficiência renal crônica agudizada com necessidade de hemodiálise. No 12º dia de internação, a paciente apresentou quadro de dor abdominal em flanco direito e hipocôndrio direito, de moderada intensidade, e ao exame físico observouse a presença de cicatriz cirúrgica mediana infraumbilical prévia e massa abdominal, palpável, estendendo-se do 1. Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva e Federação Brasileira de Gastroenterologia, Universidade de Uberaba (UNIUBE) e Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, MG, Brasil. 2. Acadêmica de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de Uberaba (UNIUBE), Uberaba. MG, Brasil. 3. Acadêmico de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de Uberaba (UNIUBE), Uberaba. MG, Brasil. 4. Acadêmico de Medicina da Faculdade de Medicina, Universidade de Uberaba (UNIUBE), Uberaba. MG, Brasil. 5. Acadêmico de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de Uberaba (UNIUBE), Uberaba. MG, Brasil. Endereço para correspondência: Dr. José do Carmo Jr - Avenida Flamboyant, 120 – Uberaba - MG – Brasil - CEP 38066-030 - Tels.: 55 34 3316-2986 / 96789100 / e-mail [email protected]. Recebido em: 8/01/2011. Aprovado para publicação em: 15/02/2011. GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):27-29 27 30(1):27-29 RESUMO HEMATOMA ESPONTÂNEO DE PAREDE ABDOMINAL: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA hipocôndrio direito até hipogástrio de 10 por 8 centímetros (Figura 1), dolorosa à mobilização, não pulsátil, sem sopros, sem sinais de irritação peritoneal. A análise laboratorial não evidenciou a presença de leucocitose no hemograma e apesar do uso de heparina (15.000 UI/dia), o TAP e TTPA eram normais (1,23 e 0,99 respectivamente). Figura 3 Figura 1 Tomografia computadorizada de abdome, evidenciando massa em parede abdominal. O tratamento adotado foi conservador com boa evolução clínica, evidenciado pelo exame clínico e ultrassom abdominal de controle com redução significativa das dimensões do hematoma. Massa abdominal. 30(1):27-29 28 A partir deste quadro, foram solicitados ultrassom abdominal e tomografia computadorizada de abdome, que evidenciaram volumosa massa heterogênea na parede abdominal à direita compatível com hematoma do músculo reto abdominal. (Figuras 2 e 3). Figura 2 DISCUSSÃO O hematoma espontâneo da parede abdominal é uma entidade clínica pouco frequente, relacionada à ruptura da artéria epigástrica inferior e pequenos vasos do músculo reto abdominal, não raro erroneamente diagnosticado como abdome agudo. Aparece normalmente em pacientes em uso de anticoagulantes ou heparina em altas doses1,2,3, podendo também se correlacionar a esforço físico vigoroso, vômitos, tosse, pós-operatórios, doenças musculares degenerativas e do colágeno, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, gravidez e parto, distensão abdominal e ascite4. A incidência é maior no sexo feminino, com predomínio infraumbilical, e na faixa etária entre 17 e 83 anos com média de 46,8 anos5. O quadro clínico deve ser diferenciado de causas de abdome agudo, sendo o ultrassom abdominal e a tomografia computadorizada os exames de imagem mais efetivos no diagnóstico1,6, embora sonograficamente esses hematomas podem ser confundidos com tumores de parede abdominal; à tomografia computadorizada, geralmente se apresenta como uma massa hiperdensa posteriormente ao músculo reto abdominal com aumento ipsilateral da musculatura7. Ultrassom abdominal, evidenciando massa em parede abdominal. O tratamento inicialmente é conservador, consistindo em repouso, uso de gelo local, analgésicos e anti-inflamatórios8. A indicação cirúrgica ocorre quando houver instabilidade hemodinâmica grave, dúvida diagnóstica, infecção, insucesso GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):30(1):27-29 J. CARMO JR, R. T. DO CARMO, A. A. JAMMAL, R. Q. FERREIRA, F. C. F. OLIVEIRA No caso descrito, a paciente possuía cirurgia abdominal prévia, hipertensão arterial e insuficiência cardíaca, estando em uso de heparina, que são condições relacionadas à formação de hematoma espontâneo da parede abdominal. O diagnóstico foi feito por ultrassom de abdome e tomografia computadorizada de abdome, sendo o tratamento conservador efetivo em acordo com a literatura existente8. CONCLUSÃO O hematoma espontâneo da parede abdominal deve ser corretamente diferenciado de outras causas de abdome agudo para que o tratamento seja adequado, evitando intervenções cirúrgicas desnecessárias. REFERÊNCIAS 1. 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Pode ser também optado pela embolização do vaso sangrante por técnica de radiologia intervencionista11. A mortalidade varia de 4 a 18%5. Relato de Caso Challenges on imaging follow-up for rectal neuroendocrine tumor endoscopic local resection: case report Desafios no acompanhamento de imagens de tumor neuroendócrino retal com ressecção endoscópica local: relato de caso ADRIANA BORGONOVI CHRISTIANO1, AMANDA PIRES BARBOSA2, ALINE MARIA DE VITA MARQUES2, MARIANNA ANGELO PALMEJANI2, CAIO EDUARDO GULLO2, MARCELO PANDOLFI BASSO1, JOÃO GOMES NETINHO3 S UMMARY 30(1):30-31 30 We report a case of neuroendocrine tumor in rectum that was endoscopically resected and discuss the need of imaging follow-up for the early detection of cancer comorbidities to improve prognosis. Keywords: Neuroendocrine Tumor, Rectum, Endoscopic Resection, Imaging Follow-up. RESUMO Relato de um caso de tumor neuroendócrino no reto, que foi submetido à ressecção endoscópica e avaliada a necessidade de imagens de acompanhamento para a detecção precoce de câncer como comorbidade para melhorar o prognóstico. Unitermos: Tumor Neuroendócrino, Reto, Ressecção Endoscópica, Imagem Follow-up. INTRODUCTION The incidence of neuroendocrine tumors (NET) is about 3.9% of all colorectal cancers, and rectal occurrence ranges from 23% to 33% of the cases1. Once upon diagnostic tests in rectum are realized for common reasons, NET on this location usually represent incidental findings being smaller than late symptomatic tumor2. In the present case, a patient with silent rectal NET was submitted to rectosigmoidoscopy due to hemorrhoidal disease which showed the unexpected polyp in rectum. An endoscopic excision of the lesion was done because of its size and unknown malignant potential. CASE REPORT A 63-year-old man presented with external hemorrhoids and hematochezia two years ago. He had no tenesmus, no abdominal pain, no bowel habit changes, and no smallcaliber stool. Rectosigmoidoscopy visualized a 0.7cm polyp in the rectum proximally 5cm from the anal verge. The lesion was endoscopically removed and the pathologic examination showed grade I submucosal neuroendocrine tumor (Fig.A), infiltrative in the lamina propria mucosae. Immunohistochemical studies of the biopsy specimens were strongly positive for chromogranin A (Fig.B) and cytokeratins AE1/AE3 (Fig.C), and focally positive for neuron-specific enolase (Fig.D). It was performed colonoscopy to find out synchronic and residual lesions that revealed a 0.3cm sessil polyp and diverticulosis in the cecum. The polypectomy resulted in tubulovillous adenoma with high grade dysplasia. At that time, abdominal computed tomography did not detect any tumor. One year later, upper endoscopy, rectosigmoidoscopy, computed tomography and abdominal ultrasonography had non-significant changes. A second colonoscopy noted a sigmoid polyp with hiperplasia on histological analysis. In the next year, the patient repeated rectosigmoidoscopy that demonstrated an erythematous area nearly 5cm from the anal verge, associated to nonspecific chronic retitis on the microscopic observation. Since then, the patient has been followed 1. Resident Doctor at Hospital de Base – Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. 2. Graduation Student at Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. 3. Head of the Discipline of Coloproctology at Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. Corresponding author: JGN: Department of Surgery, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, Av. Brigadeiro Faria Lima 5416, 15090-000, São José do Rio Preto, SP, Brazil. Tel: +55-17-32015000, Fax: +55-1732291777 / e-mail: [email protected]. Received in: 07/02/2011. Aproved in: 15/2/2011. GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):30-31 A. B.CHRISTIANO, A. P. BARBOSA, A. M. V. MARQUES, M. A. PALMEJANI, C. E. GULLO, M. P. BASSO, J. G. NETINHO Fig. Fig. Fig. Fig. The tumor was composed of neuroendocrine cells (A). Imunohistochemical staining showed that tumor cells were strongly positive for chromogranin A (B) and cytokeratins AE1/AE3 (C), and focally positive for neuron-specific enolase (D). D ISCUSSION The incidence of neuroendocrine tumors (NET) is about 3.9% of all colorectal cancers, and rectal occurrence ranges from 23% to 33% of the cases1. Once upon diagnostic tests in rectum are realized for common reasons, NET on this location usually represent incidental findings being smaller than late symptomatic tumor2. In the present case, the patient was submitted to rectosigmoidoscopy due to hemorrhoidal disease which showed unexpected polyp in rectum. An endoscopic excision of the lesion was done because of its size and unknown malignant potential. Compared to the other areas of gastrointestinal tract, NET in rectum are the smallest and most of those are welldifferentiated neoplasms3. However, metastasis can be found in 1.7% to 3.4% of patients with lesions less than 10mm in diameter4. This way, in face of rectal polyp excision that further showed worrying diagnosis, it is difficult to decide between clinical follow-up or radical surgery and the literature is unable to draw specific treatment recommendations based upon the current studies. As the patient had a small lesion, no alarm symptoms and because the tumor presented itself as incidental finding, a radical surgery was not performed. In subsequent conduct, endoscopic and radiological exams were semiannually realized to rule out not only distant metastases but also synchronous and metachronous non-endocrine malignancies. It is proven that patients who develop NET have a higher risk (55%) for presenting them, most commonly adenocarcinomas of the gastrointestinal and genitourinary system5. Regarding to the present case, the unique other associated lesion that appeared in an achieving success 4-year follow up, a cecal adenoma with high grade dysplasia, or adenocarcinoma in situ, was identified by initial colonoscopy. CONCLUSION This report suggests that as a result of early detection of cancer comorbidities, imaging follow-up improves considerably prognosis of these patients, so such screening is necessary regardless of whether endoscopic resection or radical surgery start treatment of rectal NET. REFERENCES 1. Suyama K, Hayashi N, Shigaki H, Sato N, Hirashima K, Nagai Y, et al. Neuroendocrine tumor of the rectum. Am J Surg. 2009;198:e39–41. 2. Martínez-Ares D, Souto-Ruzo J, Lorenzo MJV, Pérez JCE, López JY, Belando RA, et al. 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Relato de Caso Tumor de células granulares no esôfago: relato de 2 casos e revisão de literatura Granular cells tumor of the esophagus: report of two cases and review of literature JACQUELINE MARTINS DE SOUSA1, FLÁVIO MARTINS DE SOUSA2 RESUMO 30(1):32-34 32 O tumor de células granulares (TCG) ou mioblastoma é um tumor benigno e raro, descrito pela primeira vez por Abrikossoff em 19261 com o relato de cinco casos localizados na língua. Cinco anos mais tarde, o mesmo autor também foi o pioneiro a descrever o TCG de localização esofágica2. Desde a sua primeira descrição, o TCG já foi encontrado em diversas regiões do corpo humano, como pele, mama, trato respiratório, sistema biliar, trato gastrointestinal, tireoide, sistema nervoso central e vagina3,4. Sua localização gastrointestinal corresponde a 5-11% dos casos4,5, sendo que um terço destes ocorre no esôfago6. A literatura descreve presença de TCG em 0,012 a 0,033% das endoscopias digestivas altas realizadas7,8 , sendo que tal proporção se repete em materiais de autópsias9. O objetivo do presente trabalho é relatar dois casos de TCG esofágico, discutindo os achados clínicos, endoscópicos e patológicos e realizar uma revisão da literatura sobre o assunto. Unitermos: Esôfago, Esofagopatias, Neoplasias Esofágicas, Tumor de Células Granulares. S UMMARY Introduction: Granular cell tumor (GCT) is a rare benign tumor. About 5-11% of cases are located in gastrointestinal tract, and of these one-third occurs in the esophagus. Objective: To report two cases of esophageal GCT and conduct a review of the literature on the subject. Cases: We present two cases of GCT of the esophagus, both in females (42 and 53 years) with dyspeptic complaints and the diagnosis was confirmed by biopsy during endoscopy. We adopt a conservative approach with endoscopic resection in the first case and clinical in the second, both with good outcome. Discussion: The TCG has no gender preference, being more common in blacks about 45 years. It mainly affects the distal esophagus (65%), there may be multiple lesions in the esophagus and focusing on multiple sites in the body. Half of the patients are asymptomatic, but there may be complaints as dysphagia, retrosternal pain, heartburn, epigastric pain, nausea and vomiting and the presence of symptoms is directly related to the size and multiplicity of lesions. Because its benign behavior, the current trend is expectant management in asymptomatic cases and tumors smaller than 1 cm, with periodic endoscopic follow-up for 1 to 2 years. In symptomatic cases, tumors larger than 1 cm, rapidly growing, or circumferential margins infiltrated resection is recommended, especially endoscopic polypectomy. Keywords: Esophagus, Esophageal Diseases, Esophageal Neoplasms, Granular Cell Tumor. R ELATO DE C ASO Caso 1 – Paciente do sexo feminino, 53 anos, branca, procurou atendimento médico em janeiro de 2010 com queixas de queimação retroesternal e epigástrica há 3 meses. Ao exame físico, não se identificaram alterações. Solicitada endoscopia digestiva alta, a qual evidenciou um pólipo em esôfago médio (realizada polipectomia), hérnia de hiato pequena de 2,0 cm, esofagite erosiva distal e gastrite erosiva de antro. O exame anátomo-patológico da peça concluiu tumor de células granulares do esôfago (Figuras 1 e 2). Optou-se por tratamento clínico da doença do refluxo gastroesofágico e acompanhamento clínico, com melhora completa dos sintomas. Realizada nova endoscopia digestiva alta em junho de 2010, identificando hérnia de hiato pequena de 2 cm e gastrite erosiva de antro. Caso 2 – Paciente do sexo feminino, 42 anos, branca, procurou atendimento médico em março de 2010 com queixas de queimação epigástrica, empachamento pósprandial e náuseas há 4 meses. Sem alterações ao exame físico. Solicitada endoscopia digestiva alta, mostrando lesão 1. Aluna do sexto ano da graduação em Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Escola Paulista de Medicina. 2. Médico cirurgião geral da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Escola Paulista de Medicina. Endereço para correspondência: Jacqueline Martins de Sousa - R. Dr. César, 606 - apt. 22 – Santana – São Paulo – SP – 02013-002 / e-mail: [email protected]. Recebido em: 7/1/2011. Aprovação em: 15/2/2011. GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):32-34 J. M. DE SOUSA, F. M. DE SOUSA Figura 3 Figura 2 Figura 4 elevada de esôfago cervical medindo 8,0 mm (Figuras 3 e 4), realizada biópsia, esofagite erosiva distal, hérnia de hiato por deslizamento de 3,0 cm e gastrite antral erosiva leve. O exame anátomo-patológico diagnosticou a lesão esofágica como tumor de células granulares. Optou-se por tratamento clínico da doença do refluxo gastroesofágico e acompanhamento clínico, com melhora importante da sintomatologia. Após 6 meses, a paciente continua clinicamente bem. D ISCUSSÃO investigação geral, especialmente do trato gastrointestinal e pele, mesmo quando somente uma lesão esofágica é encontrada8,21. Cerca de 50% dos pacientes são assintomáticos12. Nestes casos, o diagnóstico é realizado como achado de exame durante endoscopia digestiva alta indicada por outros motivos22. O principal sintoma associado ao TCG é disfagia, acometendo de 33-43%8,20 dos casos, seguido de dor retroesternal, pirose, dor epigástrica, náusea e vômitos3,20,22; sendo que a presença de sintomas está diretamente relacionada ao tamanho e multiplicidade das lesões8,13. A histogênese do TCG é controversa. Quando foi primeiramente descrito em 19261, pensava-se que era proveniente do músculo estriado, então foi denominado mioblastoma de células granulares. Porém, alguns estudos10,11 demonstraram reação imunohistoquímica fortemente positiva para proteína S-100 e enolase neuroespecífica encontrada no citoplasma, os quais são marcadores específicos para as células de Schwann, corroborando com a hipótese de origem neural, a qual é a mais aceita atualmente12. Contudo, alguns autores acreditam na origem histiocística13, de células mesenquimais indiferenciadas14 ou processo fibroblástico15. Macroscopicamente, o TCG caracteriza-se por ser uma lesão submucosa séssil (pólipo, pápula ou placa), recoberta por epitélio intacto, de coloração amarelada ou amarela-esbranquiçada, com consistência firme12,22 e pode haver estenose ou ulceração associadas3. Seus principais diagnósticos diferenciais são outras lesões benignas da submucosa, como leiomioma, neurofibromatose e glândula sebácea ectópica22,23. Diante da suspeita diagnóstica, deve-se prosseguir a investigação, realizando-se biópsias da lesão, as quais devem ser múltiplas e profundas por conta da sua localização submucosa3,4,20. Também é controverso o acometimento do TCG em relação ao sexo; alguns estudos mostram predominância do sexo feminino6,16, outros do masculino4,8 e até há alguns mostrando incidência similar17,18. Acomete principalmente indivíduos negros4,16 e com média de 45 anos de idade6,8,16. Sua distribuição esofágica predomina no terço distal8,16 e se dá na seguinte proporção: 65% distal, 20% médio e 15% proximal4. Pode incidir em múltiplos sítios, com taxas de 5 a 20%4,19,20, geralmente acometendo outras regiões do trato gastrointestinal, faringe, laringe, brônquios, pele, pericárdio e trato genital feminino20; além de poder haver lesões múltiplas no próprio esôfago17. Dessa forma, é recomendada uma O aspecto histológico é característico: células poligonais ou fusiformes com núcleo pequeno e centralizado, citoplasma eosinofílico abundante e dispostas em ninhos separados por faixas de tecido conjuntivo4,18,22. As células estão bem agrupadas, os nódulos de tumor bem individualizados, mas não há cápsula23. Pode haver hiperplasia do epitélio que recobre a lesão, causando dificuldade para diferenciá-lo do carcinoma de células escamosas invasor4,22. A ultrassonografia endoscópica é de grande importância na determinação exata da localização, profundidade e tamanho da lesão, ajudando na definição da melhor conduta8,24; porém seu aspecto ecoendoscópico pode ser confundido com o de um lipoma25. GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):32-34 33 30(1):32-34 Figura 1 TUMOR DE CÉLULAS GRANULARES NO ESÔFAGO: RELATO DE 2 CASOS E REVISÃO DE LITERATURA Na grande maioria dos casos, o TCG é benigno6, contudo cerca de 2,0 a 4,3% comporta-se como maligno8,20, havendo até casos descritos de metástases a distância26,27. Os sinais macroscópicos de malignidade são: tumores maiores de 4 cm, recorrência, crescimento rápido e recente28,29. Apesar de sua diferenciação histológica entre benigno ou maligno ser difícil, pode-se distinguir algumas características de malignidade, como necrose celular, núcleo aumentado, nucléolo grande, atividade mitótica, pleomorfismo nuclear e alongamento das células, sendo que o diagnóstico se faz com a presença de pelo menos três desses critérios26,27. Devido ao seu comportamento benigno, a tendência atual é a de conduta expectante nos casos assintomáticos e de tumores menores que 1 cm, com seguimento endoscópico periódico por 1 a 2 anos4,8,12,20. Alguns autores30 sugerem apenas orientar o paciente a retornar caso desenvolva disfagia, sem necessidade de seguimento endoscópico. Nos casos sintomáticos, de tumores maiores que 1 cm, de crescimento rápido, circunferenciais ou com margens infiltradas, é preconizada a exérese4,8,18. 30(1):32-34 34 Devido à alta morbidade da cirurgia esofágica, tem-se indicado a polipectomia endoscópica, com bons resultados17,25,31. Dois critérios são necessários para indicação da remoção endoscópica do tumor: tamanho menor que 2 cm e camada muscular própria íntegra, daí a importância da realização da ultrassonografia endoscópica24,32. Cerca de 5% dos casos submetidos à ressecção endoscópica apresentaram recidivas das lesões27. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. REFERÊNCIAS 23. 1. Abrikossoff Al: Über Myome, ausgehend Von der quergestreiften willkürlichen Muskulatur. Virchows Arch Pathol Anat; 1926; 260:214-233. Abrikossoff Al: Weitere Untersuchungen über Myoblastenmyome. 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CÔNSOLO3, FERNANDO HENRIQUE NOVAES3, YARA DELAMARE ESPÍNDOLA3 Hospital Militar de Área de Campo Grande – H. Mil. A. C.G – Campo Grande - MS C OMENTÁRIOS No trato gastrointestinal, o cólon é o local mais acometido pela infecção por CMV, seguido do esôfago, sendo o intestino delgado o menos acometido. A mucosa pode apresentar eritema, erosões, úlceras, que podem ser únicas ou múltiplas, e até perfuração. As manifestações clínicas mais frequentes são dor abdominal, diarreia, tenesmo e hamatoquezia. O objetivo do presente estudo é descrever um caso de úlcera em válvula ileocecal por CMV em uma paciente em vigência de corticoterapia para tratamento de artrite reumatoide. D ESCRIÇÃO DO C ASO C LÍNICO Paciente feminina, 59 anos, procurou atendimento médico com história de dois meses de dor e distensão abdominal. Negava vômitos e relatava hábito intestinal de duas a três evacuações semanais, sem sangue, muco ou pus. Negava tabagismo ou etilismo. Portadora de artrite reumatoide em uso de metotrexate 22,5mg semanais, meloxicam 15 mg e prednisona 10mg diariamente. A paciente foi submetida à investigação através de exames laboratoriais e endoscópicos apresentando hemograma normal, porém com alteração das provas inflamatórias como proteína C-reativa (PCR) = 06 (VR: PCR < 06) e velocidade de hemossedimentação (VHS) = 63mm/h (VR: VHS < 20mm/h). 1. Endoscopista Titular da SOBED, Professor do Curso de Medicina da Universidade Anhanguera – Uniderp. 2. Cirurgião do Aparelho Digestivo, Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva. 3. Acadêmico do Curso de Medicina da Universidade Anhanguera – Uniderp. Endereço para correspondência: e-mail: [email protected]. Recebido em: 18/02/2011. Aprovado para publicação em: 20/02/2011. GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):35-36 35 30(1):35-36 O citomegalovírus (CMV) é um herpes vírus do grupo que, assim como os outros herpes vírus, tem a característica de produzir infecções latentes. O vírus é adquirido no período perinatal, infância e início da vida adulta. Isso explica a sua alta taxa de soroprevalência, variando de 40% a 100% em adultos na quarta década de vida em países subdesenvolvidos. T. A. DOMINGOS, C. G. CONTE, C. E. Z. CÔNSOLO, F. H. NOVAES, Y. D. ESPÍNDOLA A endoscopia digestiva alta foi compatível com gastrite antral enantematosa leve e a colonoscopia evidenciou uma lesão ulcerada com bordas hiperemiadas e fundo recoberto por fibrina, medindo cerca de 25 mm, localizada na válvula ileocecal (fotos 1 e 2). Demais segmentos colônicos e íleo terminal sem alterações. Biópsias da lesão foram realizadas e o exame histopatológico foi inconclusivo, demonstrando infiltrado linfoplasmocitário inespecífico e ausência de granulomas. FOTO 1 FOTO 2 Lesão ulcerada em válvula ileocecal – CMV. Lesão ulcerada em válvula ileocecal – CMV. Foram realizados radiografia de tórax e exame contrastado do intestino delgado, sendo ambos normais. Tomografia computadorizada abdominal evidenciou um discreto espessamento de alça em transição ileocecal, sem linfonodomegalias (foto 3). FOTO 3 30(1):35-36 36 TC de abdome evidenciando discreto espessamento na transição ileocecal (seta). A paciente foi então submetida à nova colonoscopia com biópsias da lesão, sendo solicitado ao patologista que investigasse possível infecção por CMV. O exame histopatológico demonstrou um processo inflamatório crônico, agudizado com ulceração e necrose focal (foto 4). Focalmente observaram-se células endoteliais aumentadas de tamanho com grandes inclusões eosinofílicas intranucleares proeminentes separadas da membrana nuclear por um halo claro (foto 5). O quadro histopatológico foi consistente com o diagnóstico de infecção por CMV. FOTO 4 FOTO 5 Biópsias de válvula ileocecal mostrando área de ulceração e processo inflamatório crônico (H&E, 100x). Biópsias de válvula ileocecal mostrando células endoteliais pleomórficas com inclusão eosinofílica intranuclear (H&E, 400x). A sorologia revelou CMV-IgG = 228UA/ml (positivo ≥ 15UA/ml) e CMV-IgM = 0,172 (negativo ≤ 0,399), como é característica dessa forma de doença. Com base no diagnóstico histopatológico e sorológico, a paciente foi submetida a tratamento com ganciclovir 5mg/kg de 12/12h por 15 dias. Após 30 dias do término do tratamento, foi realizada colonoscopia de controle que demonstrou regressão total da lesão, não sendo identificada qualquer anormalidade endoscópica. Biópsias da válvula ileocecal revelaram apenas edema de mucosa, sem visualização de inclusões celulares. GED gastroenterol. endosc.dig. 2011: 30(1):35-36 37 Líder em receituário6* 7 Dias de Tratamento tríplice: Para eliminação do HH.pylori pylorii 11,22 14 ou 28 dias de tratamento adicional com lansoprazol: Para eliminação do H.pylori e cicatrização da úlcera 11,33 Retratamento: Com o dose única díária om dde llevofloxacino fl i pela manhã4,5 1-5 *Pyloripac IBP® Referências: 1. Bula do produto. MS.: 1.0181 811.031 031 319. 2.2 Lim AG 319 AG, Walker CC, Chambers SS, Gould SR SR. Helicobacter pylori eradication eradicati using a 7-day regimen i off low-dose l d clarithromycin, l ith i llansoprazole and amoxycillin. Aliment Phama macol Ther. 1997; 11(3): 537-40. 3. Higuchi K, et al. Is eradiccatation sufficient to heal gastric ulcers in patients infected with Helicobacter pylori? A radomized, controlled, prospective study. Aliment Pharmacol Ther. 2003; 17(1): 111-7. 4. Bula do produto Registro no M.S.: 1.0181.0579. 5. Saad RJ, Scho hoen e feld P, Kim HM, Chey WD. Levofloxacin-based triple therapy versus bismuth-based quadruple therapy for persistent Helicobacter pylori infection: a meta-analysis. Am J Gaststroenterol. 2006;; 101(3): ( ) 488-96. 6. Dados CloseUpp - Classssee A0 A 2B2 - Janeiro/2011. PyloriPac - PyloriPac IBP - lansoprazol 30 mg + claritromicina 500 mg + amoxicilina 500 mg. Apresentações: PyloriPac: caixas com 7 cartelas do esquema tríplice. PyloriPac IBP: caixa com 7 cartelas do esquemaa trííplice p + 14 ou 28 cápsulas p de lansoprazol. p Indicaçõ ções es:: alalívívioi dos sintomas dispépticos p p relacionados à infecção por Helicobacter pylori e sua erradicação; pacientes com úlceras ativas ou história de úlcera há um ano. Contraindicações es:: pacientes com históriaa de reaçãão alérgica às penicilinas, hipersensibilidade aos componentes da fórmula, à eritromicina, a outros macrolídeos; distúrbios eletrolíticos, problemas cardíacos; pacientntes em tratamento com teterfrenaddinia. Precauções ç e Advertências: não abrir ou mastigar g as cápsulas; p ; cautela em ppacientes idosos,, com disfunção ç hepática p e/ou insuficiência renal moderada ou ggrave;; possibilidade p de resistênciaa cruzada com outros macrolídeos; pode ocorrer anafilaxia,, pprincipalmente p em histórias de hipersensibilidade p às ppenicilinas,, às cefalosporinas, p , não existem estudos adequados durante a gestação humana; a amoxicilina é excretada no leitee materno. Interações medicamentosas: pode interferir na absorção de fármacos que dependam do pH gástrico, lansoprazol: pequeno aumento do clearance de teofilina; o sucralfato reduzz sua biodisponibilidade; claritromicina: aumento discreto nos níveis circulantes de teofilina ou de carbamazepina; pode elevar os níveis séricos de medicamentos metabolizados pelo citocromo P450, amoxicilina: a probenecida pode aume menntar seu nível sérico; pode antagonizar os efeitos de antibacterianos bacteriostáticos. Pode exercer ação bactericida sinérgica com amicacina, gentamicina, canamicina, tobramicina, ácido clavulânico e sulbactam; aminoglicosídeos e ppenicilinas; pode aumentar a absorção ç da digoxina e reduzir a eficácia dos contraceptivos orais. Reações ç adversas: diarreia, cefaleia, tontura, náusea, constipação, ç epigastralgia, vômito, paladar alterado, elevação ç transitória de enzimaas he h páticas incluindo aumento de enzimas hepáticas, hepatite colestática e/ou hepatocelular, com ou sem icterícia, glossite, estomatite e monilíase oral, reações alérgicas, desde urticária e erupções ç cutâneas leves, até anafilaxia e síndrome me de Stevens-Johnson, colite pseudomembranosa, anemia, trombocitopenia, púrpura trombocitopênica, eosinofilia, leucopenia e agranulocitose.Posologia Pyloripac: 1 cápsula de lansoprazol 30 mg, 1 comprimido de claritromicina 500 mg e 2 cápsulas de amoxicilina 500 mg, ingeridos à cada 12 horas, em jejum, durante 7, 10 ou 14 dias. Pyloripac IBP: 1 cápsula de lansoprazol 30 mg, uma vez ao dia, de 1 a 2 semanas. Após o uso de lansoprazol, iniciar o esquema trípíplilice ingeridos a cada 12 horas, em jejum, durante 7 dias. Pode-se também utilizar 1 cápsula p de lansoprazol p 30 mg,g, ppor 1 a 2 semanas e após p o esquema q de eliminação ç do H. py pylori,, ppara complementação p ç do tratamento e cicatrização ç da úúlcera péptica. Registro no M.S.: 1.0181.0319. USO ADULTO. VENDA SOB PRESCRIÇÃO Ç MÉDICA. SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO Ç DA RECEITA. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADDO. PyloriPac Retrat- lansoprazol 30 mg + levofloxacino 500 mg + amoxicilina 500 mg. Apresentações: 10 blísters com 2 cápsulas de lansoprazol 30 mg, 1 comprimido revestido de levofloxacino 500 mgg e 4 cápsulas p de amoxicilina 500 mgg em cada blíster. Indicações: ç Retratamento ppara eliminação ç da bactéria H. py pylori associada a úlceras ggástricas ou duodenais ativas ou cicatrizadas. Contraindicações: ç ppacientes com história de reaação alérgica g às ppenicilinas,, hipersensibilidade p ao lansoprazol, p , levofloxacino,, a outras quinolonas q ou a quaisquer q q outros componentes p da fórmula,, pacientes p com epilepsia, p p , com pproblemas no tendão,, crianças ç ou adolesceentntes e ; durante a gravidez; g ; mulheres lactantes. Precauções e Advertências: não abrir ou mastigar as cápsulas; cautela em pacientes idosos, com disfunção hepática e/ou insuficiência renal moderada ou grave; há risco de tendinite; pod odee ocorrer anafilaxia,, principalmente p p em histórias de hipersensibilidade p às ppenicilinas,, às cefalosporinas, p , não existem estudos adequados durante a gestação humana; a amoxicilina é excretada no leite materno. Interações medicamen enttosas: pode interferir na absorção de fármacos que dependam do pH gástrico, pequeno aumento do clearance de teofilina; o sucralfato reduz sua biodisponibilidade, pode causar elevaaçãçãoo nos níveis de TGO, TGP e creatinina sérica, além de alterações ç hematológicas; risco de sangramento se associado com varfarina; a probenecida pode aumentar o nível sérico de levofloxacino e de amoxicilina; pode antagonizarar os os efeitos de antibacterianos bacteriostáticos; pode aumentar a absorção ç da digoxina e reduzir a eficácia dos contraceptivos orais. Reações ç adversas: lansoprazol: diarréia, cefaléia, tontura, náusea, constipação, ç epigastralgia, flatutulêlência, mal-estar; levofloxacino: náusea, diarréia, prurido, erupção ç cutânea,, elevação ç das enzimas hepáticas; p ; amoxicilina: rash eritematoso e urticária;; náusea,, vômitos e diarréia,, aumento das enzimas hepáticas, p , anemia,, trombocittop ope penia,, agranulocitose. g Posologia: g Pela manhã,, em jjejum, j , uma cápsula p de lansoprazol 30 mg, um comprimido de levofloxacino 500 mg e duas cápsulas de amoxicilina 500 mg. Aguardar pelo menos 30 minutos para se alimentar. À nnoite, em jejum de 3 horas, uma cápsula de lansoprazol 30 mg e 2 cápsulas de amoxicilina 500 mg.g Aguardar g ppelo menos 30 minutos ppara se alimentar. Idosos: lansoprazol: p cautela em disfunções ç hepáticas; p ; amoxicilina: ajusta j ar a do dose mediante comprometimento renal grave. Registro no M.S.: 1.0181.0579. USSO ADULTO. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. Material destinadoo ao aoss prprofissionais de saúde habilitados a prescrever ou dispensar medicamentos. Uma empresa do Grupo sanofi-aventis © Medley 2011 ® Marca Registrada - ANUNCIO PYLORIPAC – 50512723 – Março/2011 A linha completa contra o H.pylori