Trabalho 1654 HIV X PREVENÇÃO: UNIVERSITÁRIOS JÁ SABEM O SUFICIENTE? Claudia de Carvalho Dantas1 Fernanda de Carvalho Dantas2 Lucimar Lopes da Costa3 Ana Carolina Cretton4 Paula Ferreira Egypto Rosa de Carvalho5 Introdução: A AIDS, também conhecida em português como Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, é uma doença causada pelo vírus HIV, deixando a imunidade muito baixa, ocasionando alguns sintomas como astenia, perda de peso, dermatose. Desde o início da epidemia em 1980, até junho de 2012, segundo dados do Ministério da Saúde1, o Brasil tem registrado 656.701 casos de AIDS, número em que a doença já se manifestou, de acordo com o último Boletim Epidemiológico. No ano de 2011 a taxa de incidência da doença chegou a 20,2 para cada 100 mil habitantes. A presente pesquisa consiste em um recorte do projeto intitulado “Estratégias Teórico–operacionais para o controle da co-infecção Tuberculose/HIV: Tecnologias de ação nas escolas e serviços de saúde da Região Litorânea II”, inserido no Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação, Gerência e Ética em Enfermagem da Universidade Federal Fluminense (GEPEGENF/UFF). Tem por objeto de investigaçãoo conhecimento de acadêmicos de seis diferentes cursos de graduação de um polo universitário do interior do Rio de Janeiro acerca das formas de prevenção do HIV. Justifica-se a presente pesquisa tendo em vista o crescente número de casos de HIV entre os jovens, bem como pela oportunidade de disseminação de conhecimento em relação a uma morbidade, foco de atenção das políticas públicas brasileiras, bem como do cenário internacional, conforme os objetivos do milênio para o ano de 2015. Neste sentido, delineou-se a seguinte questão norteadora: qual o conhecimento que acadêmicos de um polo universitário possuem em relação às formas de prevenção do HIV? Objetivo: analisar o conhecimento de acadêmicos de seis diferentes cursos de graduação, de um polo do interior do Estado do Rio de Janeiro, no tocante às formas de prevenção do HIV. Descrição metodológica: Pesquisa qualitativa de natureza descritivoexploratória. O cenário foi Polo Universitário de Rio das Ostras/UFF. Os sujeitos foram os alunos de seis cursos de graduação oferecidos, quer sejam: ciência da computação, engenharia de produção, enfermagem, produção cultural, psicologia e serviço social. Os dados foram coletados durante o primeiro e o segundo semestre de 2012, através de um questionário. Os dados foram analisados através do processo de categorização. Esta pesquisa teve aprovação do CEP/UFF, conforme protocolo de Nº 299/09. Resultados: Participaram desta pesquisa 86 alunos do curso de enfermagem e 49 alunos dos demais cursos (Serviço Social (10), Psicologia (12), Engenharia de Produção (7), Produção Cultural (10) e Ciência da Computação (10)). Em relação ao sexo, a maioria pertence ao sexo feminino (total de 110 alunos) e 25 pertencem ao sexo masculino. A faixa etária entre 18 a 25 anos é a mais frequente sendo representada por 126 alunos. Do processo de categorização, emergiu a seguinte categoria central: (Des) conhecendo as formas de contágio e prevenção do HIV. Ao 1 Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela UFRJ. Professora Adjunta UFF. Membro Assessor de Pesquisa PROPPi/UFF. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Gerência e Ética em Enfermagem (GEPEGENF/UFF). Email: [email protected] 2 Enfermeira. Especialista em Enfermagem Intensivista pela UERJ. Professora UFF. Líder GEPEGENF. E-mail: [email protected] 3 Acadêmica de Enfermagem. Bolsista PROEX/UFF. Membro GEPEGENF. E-mail: [email protected] 4 Acadêmica de Enfermagem. Bolsista PIBIC/CNPq. Membro GEPEGENF. 5 Acadêmica de Enfermagem. Bolsista IC/FAPERJ. Membro GEPEGENF. 3508 Trabalho 1654 questionar sobre como se pega o HIV, alguns alunos informaram que beijo na boca, picada de inseto e compartilhamento de banheiro público se adquire o HIV. Cabe esclarecer que as doenças sexualmente transmissíveis são transmitidas de um corpo ao outro pelo contato sexual, pelos líquidos vaginais e pelo esperma trocados durante as relações sexuais. Essa também é a principal via de transmissão do vírus da aids, chamado de vírus da imunodeficiência humana e mais conhecido pela sigla HIV. A aids também pode ser contraída pelo sangue (por meio de seringas e agulhas contaminadas), do leite materno contaminado e da mãe para o bebê durante a gravidez.1 Ao questionar sobre as formas de prevenção, no tocante ao uso da camisinha, houve alunos que informaram que estariam mais prevenidos se o homem utilizasse duas camisinhas, ou ainda, se o homem utilizasse a camisinha masculina e a mulher, a camisinha feminina. Dentre os alunos de enfermagem, 23 assinalaram o uso das camisinhas masculina e feminina concomitante e dois alunos o uso de 2 camisinhas pelo homem. Entre os alunos dos demais 5 cursos, 12 assinalaram o uso das camisinhas feminina e masculina concomitante. Destaca-se que trabalhar pela prevenção das DST/HIV/Aids é trabalhar para que as pessoas possam se proteger durante as relações sexuais, utilizando o preservativo. É trabalhar para que usem seringas descartáveis e tenham os cuidados necessários na hora da gravidez, do parto e da amamentação. 2A camisinha, conforme amplamente divulgado por renomados órgãos nacionais e internacionais de prevenção às DST/AIDS, é o método mais eficaz de prevenir doenças e gravidez indesejada. É importante destacar que “nunca se deve usar duas camisinhas ao mesmo tempo, nem masculina com feminina, nem duas masculinas, nem duas femininas, pois o risco de rompimento é maior”. 3A Sociedade Brasileira de Infectologia4 alerta que a camisinha nunca deve ser esquecida, devendo sempre ser usada em qualquer forma de relação sexual. Até o momento, não existe cura via medicação e nem vacina e, por esse motivo, a melhor forma de se prevenir do HIV é sempre usar a camisinha masculina ou feminina em todas as relações sexuais.3Conclusão:Conclui-se que a população entrevistada possui conhecimento superficial, por algumas vezes até errôneo, acerca do HIV. Não houve diferença significativa entre o conhecimento de alunos de enfermagem e os demais. As Contribuições/implicações para a Enfermagem residem na oportunidade de refletir acerca das práticas utilizadas por universitários frente a prevenção do HIV, outrossim, processo de formação de acadêmicos de enfermagem face à sua prática profissional, no tocante às DST. Sugere-se a possibilidade de realização de projetos de extensão que cursem com propostas de educação em saúde por meio de rodas de conversas e construção/distribuição de material didático explicativo a ser amplamente distribuído entre os universitários. Referências 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretária de Vigilância Saúde. Programa Nacional de DST e AIDS. Boletim Epidemiológico - AIDS e DST - 2012. Disponível em: http://www.aids.gov.br/publicacao/2012/boletim-epidemiologico-aids-e-dst-2012. Acesso em: 05 jun 2013. 2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretária de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Vigilância em Saúde: Dengue, Esquistossomose, Hanseníase, Malária, Tracoma e Tuberculose. 2. ed. rev. Brasília : Ministério da Saúde; 2008. 3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Direitos sexuais, direitos reprodutivos e métodos anticoncepcionais. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. 3509 Trabalho 1654 4. Sociedade Brasileira de Infectologia. Circuncisão previne transmissão pelo HPV, revela estudo (2011) Disponível em: http://www.infectologia.org.br/default.asp?Site_Acao=&paginaid=134&mnoti_Acao=mostra noticia&noticiaid=23508. Acesso em: 05 jun 2013. Descritores: HIV; conhecimento; estudantes. EIXO II - Interfaces da Enfermagem com práticas profissionais e populares de cuidado em saúde 3510