Crise economica

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INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO
CURSO: Administração
SÉRIE: 6º/5º semestres Noturno
DISCIPLINA: Planejamento Operacional: RH e Finanças
Crise econômica
Professor:
Sergio Enabe
Estratégia
2o. Semestre 2009
Prof. Sergio Enabe
Macroplan®
Fonte
1
Prospectiva, Estratégia & Gestão
2
3
Prof. Sergio Enabe
2
Plano da
Apresentação
1
2
3
A crise econômica mundial
Origens, impactos e cenários futuros
O Brasil em face da crise
Canais de transmissão, impactos e cenários futuros
Implicações para os Governos Estaduais
Impactos e alternativas
Prof. Sergio Enabe
3
•A crise econômica
mundial
Prof. Sergio Enabe
As origens da crise
A metáfora do iceberg
•
Boom imobiliário e a disseminação das hipotecas do mercado
subprime (securitização)
Eventos
•
Expansão do consumo nos EUA, acima do potencial de crescimento da economia
•
Aumento do endividamento norte-americano (déficits gêmeos)
•
•
•
•
Crédito farto e barato
Alto grau de alavancagem das instituições financeiras
Desregulamentação do sistema financeiro internacional
Forte aumento da participação dos ativos financeiros na geração de riqueza
•
•
Inovações no sistema financeiro
Profunda interligação entre as economias mundiais
Prof. Sergio Enabe
Fonte: Macroplan (2008)
A crise global
O que já é certo ou quase certo
• A maior crise desde a Grande Depressão de 1929
• Velocidade e intensidade de propagação sem precedentes
– 4º trimestre de 2008: queda de 6% no PIB global (anualizado)
• Grande perda de riquezas
– US$ 34 trilhões entre outubro de 2008 e fevereiro de 2009
• Todos os países foram, estão sendo ou serão afetados
– Apenas 2 países tiverem crescimento positivo no 4º trimestre de 2008: Filipinas
e Noruega (Bloomberg)
• Os emergentes sairão mais fortes
– Até 2015 os emergentes poderão superar os desenvolvidos na participação no
PIB mundial (Fontes: FMI e DEPEC/Bradesco)
Prof. Sergio Enabe
A crise global
Incertezas
• Qual o tamanho e a natureza dos
problemas ?
– Haverá uma “segunda onda” (rebote) ?
• As medidas tomadas serão eficazes ?
• Quanto tempo durará esta crise ?
Prof. Sergio Enabe
8
As incertezas econômicas globais
Qual a será a disseminação dos impactos da crise
financeira sobre a “economia real” ?
Hipótese mais
provável
Localizada
• EUA
• Europa
• Japão
Ampla
• Todos os países,
inclusive os
emergentes
Prof. Sergio Enabe
As incertezas econômicas globais
Qual será a duração desses impactos ?
Longa
2 anos ou mais
(Formato U)
Curta
9 a 18 meses
(Formato V)
Prof. Sergio Enabe
Quatro cenários focalizados da crise econômica
mundial
Duração dos impactos
Disseminação dos impactos
na economia real
Localizada
Ampla
Longa
1. Recessão prolongada
nos EUA, Europa e Japão e
moderada desaceleração
dos emergentes
2. Recessão
mundial
prolongada
Curta
3. Recessão rápida nos
EUA, Europa e Japão e
pequena desaceleração dos
emergentes
4. Recessão
mundial
passageira
•
•
•
•
Roubini
Spencer
McFadden
Stiglitz
Cenários mais
prováveis
Cenário perseguido
pelos Governos
Prof. Sergio Enabe
Painel das expectativas mais recentes em relação
à economia mundial
•
•
•
•
•
“Recessão global será mais profunda, diz FMI - PIB global deve encolher 0,6% em 2009.”
(Valor Econômico, 18/03/09)
“Não há nenhuma dúvida de que isso (...) ainda está longe de se resolver. Ainda deve durar
algum tempo.” (Alan Greenspan – ex-presidente do Fed)
"O modelo baseado no fundamentalismo de mercado não funciona. Falhou. É preciso
trabalhar sobre outra solução. É preciso um sistema mais pluralista, com mais pilares além do
setor privado.” (Joseph Stiglitz –Prêmio Nobel de Economia)
“Mesmo que seja adotada uma adequada política agressiva, a taxa de crescimento não
chegará perto dos 2% até 2011. Esta recessão durará talvez 36 meses.” (Nouriel Roubini –
Prêmio Nobel de Economia)
"É admissível que a economia mundial continue a se contrair (...) mesmo para além de 2011.
Temo que se repita em escala mundial o que aconteceu ao Japão nos anos 90 (...) e a
economia continue sem dar sinais de retomada durante um período muito longo.” (Paul
Krugman - Prêmio Nobel de Economia)
Prof. Sergio Enabe
•O Brasil em face da
crise
Prof. Sergio Enabe
Brasil
Evolução recente das receitas tributárias
Evolução das receitas (Base 2000=100)
Valores correntes
211,9
203,1
201,8
190,7
215
195
175
155
Governo Geral
Municipal
135
Federal
115
Estadual
95
75
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
Fonte: Tesouro Nacional, 2008
Prof. Sergio Enabe
Brasil
Participação das esferas de Governo no bolo da receita tributária
(2008)
Municípios
4%
26%
Estados
70%
União
Prof. Sergio Enabe
Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento Tributários - IBPT
Canais de propagação da crise para o Brasil
Demanda externa
–
Redução do saldo da balança comercial brasileira de 40 bilhões para 24,7
bilhões entre 2007 e 2008. Projeção de queda de 33,5% nas exportações
brasileiras em 2009. (Fonte: MDIC, dados históricos e DEPEC/Bradesco, estimativa
2009)
Mercado de trabalho
–
Aumento da taxa de desemprego aberto de 7,4% para 8,6% entre outubro de
2008 e janeiro de 2009. (Fonte: PME/IBGE, 2009)
Crédito total (externo e doméstico)
–
Redução da taxa de crescimento do crédito nominal, de 31,1% para 12,9% no
período 2008-2009. (Fonte: Banco Central, 2009)
Confiança dos consumidores e dos empresários
–
Confiança do empresário industrial é a menor em 10 anos. O Índice de
Confiança do Empresário Industrial (IFEI) atingiu 47,4 pontos em janeiro de
2009, 5,1 pontos inferior em comparação a outubro de 2008. (Fonte: CNI, 2009)
Prof. Sergio Enabe
Os impactos negativos já estão ocorrendo
PIB Nacional
3%
2%
1%
0%
2005 T4
2006 T1
2006 T2
2006 T3
2006 T4
2007 T1 2007 T2
2007 T3
2007 T4
2008 T1
2008 T2
2008 T3 2008 T4
-1 %
-2 %
-3 %
-4 %
Queda na produção industrial
9.0
7.51
8.30
7.60
6.64
7.0
5.0
6.02
3.89
3.0
1.83
1.73
3.12
2.82
1.58
1.0
0.05
-1.0
-0.65
-2.03
-3.0
-5.0
3.09
2.73
-3.73
1992
-3.53
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008 2009 (p)
Prof. Sergio Enabe
Fonte: IBGE
17
Os impactos negativos já estão ocorrendo
Taxa média de desemprego nas seis principais RM do país - %
13,0
12,5
11,7
12,0
11,0
10,0
10,1
10,0
9,3
9,0
9,0
8,4
7,9
8,0
7,0
6,0
2003
2004
2005
2006
2007
2008p
2009p
2010p
PIB vs geração líquida de emprego formal acumulada no ano (1996 – 2009)
2.000
1.500
4,3
3,4
1.000
658
2,1
500
-1.000
591
0,04
-36
762
645
1,3
1.229
4,0
3,2
6,0
500
0,6
1,1
Crescimento real do PIB
Caged acumulado no ano
-196
-271
1.254
2,7
0,3
0
-500
5,7
8,0
1.617 1.452
5,7
5,3
1.523
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2,0
0,0
-2,0
-582
1996
4,0
2009*
-4,0
Prof. Sergio Enabe
Fontes: IBGE, MTE-CAGED e Bradesco
18
Painel de expectativas para a economia
brasileira 2009-2010
• Projeções (Focus/BC – março de 2009):
– PIB (% de crescimento)
• 2009 – 0,59
• 2010 – 3,50
– IPCA (%)
• 2009 – 4,52
• 2010 – 4,50
Prof. Sergio Enabe
19
Painel de expectativas para a economia brasileira
para o ano de 2009
– Queda no saldo da balança comercial de US$ 24,7 bilhões para US$ 13,9
bilhões
– Redução da taxa de crescimento da produção industrial de 3,12% para -3,53%
anuais
– Crescimento médio da população ocupada se reduz de 3,36% para 0,71%
anuais
– Redução da taxa de crescimento da massa salarial do trabalho de 7,5% para
2,2% anuais
– Taxa de crescimento real do investimento negativa. Redução de +13,96% para
-3,39%
Investimento público é muito relevante, mas não
compensará de forma integral a redução do investimento
privado
Fontes: IBGE e BACEN /
Prof. Sergio Enabe
BRADESCO
20
Composição do investimento total da economia
brasileira
Formação Bruta de Capital Fixo – decomposição por origem em 2008
(% do investimento total)
11%
11%
Governos (Federal, Estaduais e
Municipais)
Petrobras + Eletrobras
Empresas privadas e famílias
78%
Prof. Sergio Enabe
Fonte: IBGE/SCN 2008 Anual
Mas o Brasil tem chance de ser menos afetado
• Relativo fechamento da economia + magnitude do mercado interno
 impactos positivos no crescimento do PIB
– Expectativas: Bradesco (+ 0,6%) e MB Associados (+ 0,5%)
• Tamanho e cobertura da rede de proteção social
– Mitigação ou neutralização dos impactos sobre segmentos da população de
menor renda, condicionado à situação fiscal
• Inflação provavelmente não será problema
• A solidez do sistema financeiro nacional é uma „blindagem‟ contra
crises de confiança
Prof. Sergio Enabe
22
“Reaping the Rewards of Indolence”
(Revista The Economist, março de 2009)
• Elevada influência do Estado na economia
– Influência do setor estatal no mercado financeiro
(Banco do Brasil e Caixa Econômica)
– BNDES – crédito mais barato
• Melhorias significativas
– Dívida do setor público inferior a 40% do PIB
– Aumento do volume das reservas internacionais
– Baixo déficit de conta corrente
Alerta: risco de crescimento acentuado das despesas
governamentais e do endividamento público
Prof. Sergio Enabe
23
As incertezas econômicas para o Brasil em
face da crise
Incertezas
Hipóteses
Organizada, cooperativa e pró-ativa
Reativa e desarticulada
Qual será a reação dos
agentes públicos?
(foco na mitigação dos riscos de curto
prazo e na sustentabilidade de longo
prazo)
(foco exclusivo na mitigação dos
riscos de curto prazo)
Qual será o
comportamento
predominante do setor
empresarial brasileiro?
Empreendedor
Defensivo
(retomada dos principais projetos de
investimento em contexto de aumento
da confiança)
(adiamento e cancelamento de
grandes projetos de investimento em
contexto de redução da confiança)
Como evoluirá a
atratividade do ambiente
de negócios para
investimentos
estrangeiros?
Como o Brasil reagirá à
crise?
Aumento da atratividade
(fortalecimento da imagem externa e
diferenciação positiva do Brasil em um
ambiente de escassez de
oportunidades de negócio)
Reação organizada,
como ênfase na
sustentabilidade a
médio e longo prazos
Redução da atratividade
(deterioração da imagem externa do
Brasil e limitada capacidade de
atração de investimentos)
Reação imediatista,
improvisada e
desarticulada
Prof. Sergio Enabe
Cenários Econômicos para o Brasil 2009-2010
Como evoluirá a crise econômica
mundial?
Como o Brasil reagirá à crise?
Reação organizada,
como ênfase na
sustentabilidade a
médio e longo prazos
Reação imediatista,
improvisada e
desarticulada
Recessão mundial
curta
1. Travessia Segura
e Controlada
2. Aposta de Alto
Risco
(Formato “V”: duração de 9
a 18 meses)
A retomada do crescimento
sustentado
Uma escolha de resultado
duvidoso
Recessão mundial
prolongada
3. Travessia na
Escassez
4. Nova Crise à
Vista
(Formato “U”: duração de 2
anos ou mais)
Um difícil crescimento com
barreiras
A contratação de uma crise
futura
Prof. Sergio Enabe
Cenários Econômicos para o Brasil
2009-2010
Taxa de crescimento do PIB (var % a.a.)
7
4,5
3,5
3,5
2,0
5
3
1
-1
2005
2006
2007
2008
2009
2010
-2,0
-3
C4- Nova Crise à
Vista
5,5
4,8
4,0
3,0
4
C2 - Aposta de Alto
Risco
C3 - Travessia na
Escassez
Taxa de crescimento da produção industrial (var % a.a.)
6
C1 - Travessia Segura
e Controlada
Expectativas de
mercado (mar/09)
2
0
-2
2005
2006
2007
2008
2010
-1,5
-4
Fonte: Macroplan, 2009
Prof. Sergio Enabe
Cenários Econômicos para o Brasil
2009-2010
Dívida Líquida do Setor Público (% do PIB)
50
45,0
42,0
45
40
35,3
35,0
34,0
35
30
25
C1 - Travessia Segura
e Controlada
2005
2006
2007
2008
2009
C2 - Aposta de Alto
Risco
2010
C3 - Travessia na
Escassez
Investimento Estrangeiro Direto (US$ bilhões)
C4- Nova Crise à
Vista
50
Expectativas de
mercado (mar/09)
40
35
30
25
23
15
30
20
10
0
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Fonte: Macroplan, 2009
Prof. Sergio Enabe
27
Cenários Econômicos para o Brasil
2009-2010
Carga Tributária (% do PIB)
38
37,56
37
C1 - Travessia Segura
e Controlada
36
35,56
C2 - Aposta de Alto
Risco
C3 - Travessia na
Escassez
35
34,56
C4- Nova Crise à
Vista
34
33,5
33
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Fonte: Macroplan, 2009
Prof. Sergio Enabe
28
•Implicações para os
Governos Estaduais
Prof. Sergio Enabe
Os efeitos da crise sobre os estados
•
Os efeitos da crise sobre os estados não se dará de maneira uniforme
•
Os impactos estarão condicionados a algumas especificidades de cada
estado:
–
Perfil do setor produtivo
–
Vulnerabilidade a flutuações no câmbio e na demanda externa
–
Dependência do Estado e dos Municípios quanto às transferências da União
–
Abrangência e eficácia da rede de proteção social
Portanto, para os estados não há uma resposta única à crise
Prof. Sergio Enabe
O que os Governos não devem fazer
• Expandir custeio (exceto casos muito específicos em
que o custeio é na verdade um investimento – ex: bolsas
de estudo)
• Reagir de forma improvisada e exclusivamente focada
na mitigação dos riscos de curto prazo (comprometendo
o médio e o longo prazos)
• Criar na população a expectativa de que os Governos
por si sós vão resolver a crise
Prof. Sergio Enabe
31
O que os Governos podem fazer: políticas anticíclicas
•
•
•
Governo Federal:
1.
Reduzir juros e expandir o crédito
2.
Manter as redes de proteção social
3.
Manter ou acelerar investimentos prioritários com maior capacidade de geração
de empregos
4.
Conter ou reduzir despesas de custeio
5.
Reduzir impostos para estimular os agentes privados (empresas e consumidores)
Governos Estaduais:
1.
Manter ou intensificar investimentos com efeito positivo sobre os empregos
2.
Praticar gestão intensiva para melhorar a qualidade e produtividade do gasto
3.
Conter ou reduzir despesas de custeio
4.
Iniciativas para articulação e parceria com o setor privado
Iniciativas integradas: União – Estados
Prof. Sergio Enabe
A crise e a sua temporalidade
•
A crise ocorre no momento em que os governos estaduais se preparavam para a realização
das grandes entregas à sociedade (3º e 4º anos)
•
Aspectos mitigadores dos impactos
•
1.
Parte mais difícil dos ajuste já realizada – relativo equilíbrio das contas públicas
2.
Carteira de projetos estratégicos desenhada (ou pelo menos delineada)
3.
Maior controle dos gastos e conhecimento da máquina pública
Riscos de ampliação dos efeitos da crise
1.
Não realização dos ajustes orçamentários de modo antecipado - a receita projetada para este ano
não se realizará
2.
Os projetos em parceria com o setor privado terão suas velocidades reduzidas (ou serão
paralisados)
3.
Ampliação da pressão dos grupos organizados (e não organizados) por medidas mitigadoras dos
efeitos da crise – ampliação dos gastos/pulverização das iniciativas
Novo desafio para os Governos: fazer mais com menos recursos !
Prof. Sergio Enabe
Crise internacional e Mercado
de Trabalho
JUNHO DE 2009
Prof. Sergio Enabe
Desregulamentação financeira
• A crise se apresentou como o estouro da bolha
do mercado imobiliário americano
• Seus antecedentes remontam ao processo de
desregulamentação do sistema financeiro
mundial a partir da hegemonia neoliberal
Prof. Sergio Enabe
Globalização financeira
• A acumulação de capital fictício, apoiada nos déficits fiscais e
nas inovações financeiras, impôs uma lógica de rentabilidade
insustentável que começa a ser desmontada com a crise
• Intensa mobilidade do capital em busca das regiões de
menor custo (salários, impostos, crédito, infra-estrutura)
visava atingir níveis de rentabilidade insustentáveis das
finanças desreguladas
• É, portanto, a crise de um padrão de acumulação liderado
pelas finanças, e de hegemonia do pensamento neoliberal
Prof. Sergio Enabe
Era da incerteza
A agenda está em aberto
• Desafios para a agenda pública:
–
–
–
–
–
–
–
–
–
salário e emprego decente
meio ambiente
regulamentação do sistema financeiro mundial
protecionismo
taxação dos mais ricos
ampliação das políticas de proteção social
taxa de câmbio flexível
controle de capitais
Revisão do papel do FMI, do Banco Mundial
A incerteza sobre os
desdobramentos da crise é muito alta
Prof. Sergio Enabe
O Estado volta à cena
• A idéia-força das últimas três décadas de hegemonia
do pensamento neoliberal - “menos estado, mais
mercado”- ruiu com a crise
• O Estado volta à cena. Como volta, é uma questão em
aberto e em disputa
Prof. Sergio Enabe
A crise mundial e o Brasil
• Não há blindagem possível. A crise atacou o centro
do capitalismo e se espalhou pelo sistema como um
todo
• Na história recente, é a primeira vez que o Estado
brasileiro não representa um entrave ao
enfrentamento da crise. Atua ampliando o
investimento e o crédito na economia
• Instrumentos públicos de intervenção na economia
(Banco do Brasil, CEF, BNDES, Petrobras, BASA,
BNB) têm sido e serão fundamentais na travessia da
crise
Prof. Sergio Enabe
Como a crise afeta o Brasil
• Via queda das exportações. Incerteza sobre o saldo
comercial e o déficit em transações correntes
• Saída de capitais: significativa desvalorização do real a
partir de setembro. Valorização do real recentemente.
Volatilidade do câmbio
• Cancelamento de linhas de crédito no exterior, o que
afetou setores como o de exportação e o agrícola
Prof. Sergio Enabe
Como a crise afeta o Brasil
• Redução dos investimentos das empresas
• Queda na demanda de vários setores, em especial no
de bens duráveis
• Redução súbita do volume de crédito, que crescia a
altas taxas e financiava as atividades correntes da
economia
Prof. Sergio Enabe
Aspectos importantes da economia
brasileira para o enfrentamento da crise
• O dinamismo do mercado interno, que tem sido o
motor do crescimento da economia brasileira nos
últimos anos
• O nível das reservas cambiais existentes no país, em
torno de US$ 200 bilhões
• Investimentos do PAC têm papel fundamental nas
áreas de infra-estrutura, estímulo ao crédito e ao
financiamento
• Diversificação de destinos das exportações brasileiras
Prof. Sergio Enabe
Principais medidas de combate à crise
tomadas até o momento
• Redução de compulsório dos bancos
• Financiamento das exportações
• Financiamento à agricultura
• Incentivo à construção civil
• Expansão do financiamento do investimento e da produção
• Desonerações e incentivos fiscais
• Estímulo para aumento do crédito – redução IOF
Prof. Sergio Enabe
Medidas mais recentes
• Redução do IRPF
• Renovação da redução do IPI dos automóveis (março de 2009)
• BNDES - aumento de R$ 100 bilhões nos recursos
• Petrobras - aumento dos investimentos de 1,2% do PIB para
2,0% em 2009
• Pacote Habitacional - anúncio da construção de 1 milhão de
unidades
Prof. Sergio Enabe
Impactos da Crise sobre o Mercado de
Trabalho
Prof. Sergio Enabe
EUA
Taxa de desemprego
mai/08 - mai/09
5,5
5,6
5,8
6,2
6,2
6,6
6,8
7,2
7,6
8,1
8,5
8,9
9,4
mai/08 jun/08 jul/08 ago/08 set/08 out/08 nov/08 dez/08 jan/09 fev/09 mar/09 abr/09 mai/09
Fonte: BLS
Elaboração: DIEESE
Obs.: Taxas com ajuste sazonal
Prof. Sergio Enabe
EUA
Movimentação em relação ao mês anterior
out/08 – mai/09 (em milhares de pessoas)
out/08 nov/08 dez/08
PEA
146
-422
-173
Ocupados
-598
-673
-806
Desocupados
744
251
632
Inativos
159
637
380
Taxa de desemprego (em %)
6,6
6,8
7,2
Categorias
jan/09
(1)
(1)
(1)
(1)
7,6
fev/09 mar/09
498
-166
-351
-861
851
694
-324
339
8,1
8,5
abr/09 mai/09
683
350
120
-437
563
787
-497
-170
8,9
9,4
Fonte: BLS
Elaboração: DIEESE
Nota: (1) Em janeiro, as variações podem apresentar distorções em função da atualização dos controles de
população
Obs.: Séries com ajuste sazonal
Prof. Sergio Enabe
Europa
Evolução das Taxas de Desemprego
abr/08 - abr/09 (em %)
Países
Área do Euro
França
Alemanha
Inglaterra
Espanha
(1)
Itália
abr/08 out/08
7,3
7,8
7,6
8,0
7,4
7,1
5,1
6,1
10,0 13,2
6,8
6,9
nov/08
8,0
8,2
7,1
6,3
14
6,9
dez/08
8,2
8,3
7,2
6,5
14,7
6,9
jan/09
8,4
8,5
7,3
6,7
15,6
-
fev/09
8,7
8,6
7,4
6,9
16,5
-
mar/09
8,9
8,8
7,6
17,3
-
abr/09
9,2
8,9
7,7
18,1
-
Fonte: Eurostat
Nota: (1) Médias trimestrais
Obs.: Taxas com ajuste sazonal
Prof. Sergio Enabe
Europa
Taxas de Desemprego
2000/2009 (em %)
Fonte: Eurostat
Obs.: Taxas com ajuste sazonal
Prof. Sergio Enabe
Europa
Número de desempregados
2000/2009 (em milhões)
Fonte: Eurostat
Obs.: Taxas com ajuste sazonal
Prof. Sergio Enabe
Europa
Produção industrial
abr/2000 – abr/2009
Fonte: Eurostat
Obs.: Taxas com ajuste sazonal
Prof. Sergio Enabe
Japão
Taxas mensais de desemprego
mar/08 – abr/09
Fonte: JIL
Obs.: Taxas com ajuste sazonal
Prof. Sergio Enabe
Os resultados RAIS: 1998-2007
Emprego cresceu 53,5% no decênio
O crescimento foi significativo após 2004
Tamanho do mercado formal
• 1998 = 24,5 milhões de empregos
• 2007 = 37,6 milhões de empregos
• Para 2008, estima-se, com base no CAGED, um mercado de
trabalho superior a 39 milhões de empregos formais
Prof. Sergio Enabe
Crescimento do emprego formal
Evolução do Emprego no Brasil: 1998-2007 (em milhões)
40,0
37,6
35,0
35,2
33,2
30,0
25,0
25,0
24,5
20,0
29,5
28,7
27,2
26,2
31,4
15,0
10,0
5,0
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
Fonte: RAIS (MTE).
Prof. Sergio Enabe
Movimentação do emprego: 1998 a 2008
Ano
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
TABELA 1
Movimentação do emprego
Brasil - 1998 a 2008
Admissões Desligamentos
8.067.389
8.649.134
8.181.425
8.377.426
9.668.132
9.010.536
10.351.643
9.760.564
9.812.379
9.049.965
9.809.343
9.163.910
11.296.496
9.773.220
12.179.001
10.925.020
12.831.149
11.602.463
14.341.289
12.723.897
16.659.331
15.207.127
Fonte: MTE.Caged
Elaboração: DIEESE
Saldo
-581.745
-196.001
657.596
591.079
762.414
645.433
1.523.276
1.253.981
1.228.686
1.617.392
1.452.204
Prof. Sergio Enabe
Evolução do saldo acumulado do emprego formal
Brasil e RMs da PED
out/98 a mar/99 – out/08 a mar/09 (mil pessoas)
Participação % no
saldo (RMs/Brasil)
30,0
102,9
72,7
55,6
12,7
Fonte: Caged
Prof. Sergio Enabe
Saldo mensal do emprego formal
Brasil e RMs da PED
out/08 a mar/09
Região
Ceara
RM Fortaleza
Pernambuco
RM Recife
Bahia
RM Salvador
Minas Gerais
RM Belo Horizonte
Sao Paulo
RM Sao Paulo
Rio Grande do Sul
RM Porto Alegre
Distrito Federal
RMs PED
BRASIL
out/08
4.300
3.433
4.945
5.482
-6.446
-3.081
-29.438
-5.066
34.353
25.798
8.873
1.434
1.169
29.169
61.401
nov/08
4.245
4.260
2.802
6.016
-353
4.532
-33.921
-5.567
-20.884
5.089
8.036
2.485
906
17.721
-40.821
dez/08
-5.759
-1.119
-8.408
-3.144
-15.225
-6.000
-88.062
-21.059
-285.532
-63.241
-27.678
-10.866
-4.174
-109.603
-654.946
jan/09
-6.861
-2.983
-7.972
-2.050
-917
-1.146
-26.800
-7.521
-38.676
-15.627
2.798
-641
-175
-30.143
-101.748
fev/09
-473
1.270
-977
-471
422
-1.219
-869
1.135
-95
-2
747
-1.262
3.395
2.846
9.179
mar/09
1.372
430
-22.252
-7.204
4.497
2.810
9.399
4.244
34.231
-3.218
4.734
1.598
3.291
1.951
34.818
TOTAL
-3.176
5.291
-31.862
-1.371
-18.022
-4.104
-169.691
-33.834
-276.603
-51.201
-2.490
-7.252
4.412
-88.059
-692.117
Fonte: Caged
Prof. Sergio Enabe
Evolução do saldo acumulado do emprego formal
Brasil e RMs da PED
out/98 a mar/99 – out/08 a mar/09
Total
Região
RM de Fortaleza
RM de Recife
RM de Salvador
RM de Belo Horizonte
RM de Sao Paulo
RM de Porto Alegre
Distrito Federal
RMs PED S/ Fort.
RMs PED
BRASIL
out/98 a
mar/99
-13.883
-11.867
-5.298
-45.805
-144.973
-15.491
-7.745
-231.179
-245.062
-815.816
out/01 a
mar/02
4.122
-1.336
4.805
3.605
13.210
5.466
6.317
32.067
36.189
34.850
out/06 a
mar/07
11.119
3.052
6.321
26.434
124.813
11.643
-5.022
167.241
178.360
244.509
out/07 a
mar/08
11.359
12.570
15.971
44.381
186.689
26.851
16.609
303.071
314.430
564.840
out/08 a
mar/09
5.291
-1.371
-4.104
-33.834
-51.201
-7.252
4.412
-93.350
-88.059
-692.117
Fonte: Caged
Prof. Sergio Enabe
Evolução do saldo acumulado do emprego formal
Brasil e RMs da PED
out/98 a mar/99 – out/08 a mar/09
Indústria
Região
RM de Fortaleza
RM de Recife
RM de Salvador
RM de Belo Horizonte
RM de Sao Paulo
RM de Porto Alegre
DF
RMs PED
BRASIL
out/98 a
mar/99
-5.631
-4.713
-2.428
-16.003
-61.646
-6.593
-690
-97.704
-272.672
out/01 a
mar/02
221
-2.875
-29
-918
-6.989
834
-748
-10.504
18.313
out/06 a
mar/07
3.868
-4.881
1.080
6.523
11.099
2.258
-104
19.843
16.340
out/07 a
mar/08
4.124
-2.816
1.106
8.451
28.846
8.135
884
48.730
69.140
out/08 a
mar/09
-2.457
-7.955
-2.968
-19.569
-67.540
-14.194
-8
-114.691
-498.612
Fonte: Caged
Prof. Sergio Enabe
Variação anual do nível de ocupação
Regiões Metropolitanas e Distrito Federal
2007-2008 / 2008-2009
6,0
5,6
5,5
5,0
5,2
5,4
4,4
3,9
3,6
3,1
3,0
3,5
3,6
4,7
4,3
3,8
3,8
3,0
2,7
5,6
5,0
4,7
4,3
4,0
5,7
5,6
2,6
2,0
1,6
1,0
1,0
1,2
0,0
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
2007-2008
Nov Dez Jan
Fev Mar
Abr
2008-2009
Prof. Sergio Enabe
Variação anual do nível de ocupação na indústria
Regiões Metropolitanas e Distrito Federal
2007-2008 / 2008-2009
15,0
10,0
10,2
11,5
6,9
7,6
5,0
-5,0
5,1
4,6
3,2
0,0
9,5 10,2
2,4
Abr Mai Jun
-1,4 -2,5
Jul
0,9
1,1
4,9
2,3
3,5
1,7
3,3
1,1
3,9
1,6
-1,0
Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr
-4,4
-7,4
-10,0
2007-2008
2008-2009
Prof. Sergio Enabe
Variação anual do desemprego total
Regiões Metropolitanas e Distrito Federal
2007-2008 / 2008-2009
6,0
4,0
4,0
2,0
1,5
0,0
-2,0
-4,0
-6,0
-8,0
Abr Mai Jun
Jul
Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr
-3,0 -2,5
-3,3
-3,6 -3,8 -3,8
-4,5 -4,5
-4,8
-5,4
-5,6
-6,1 -5,6
-6,4 -6,5 -6,4
-6,7 -7,0
-7,2
-8,4
-8,4
-8,4
-8,9 -8,9
-10,0
2007-2008
2008-2009
Prof. Sergio Enabe
Evolução da taxa de desemprego
Regiões Metropolitanas e Distrito Federal
abr/08 – abr/09
14,1
13,9
13,4
13,1
ab
r/ 0
9
/0
9
/0
9
fe
v
ja
n/
09
12,7
08
de
z/
08
no
v/
8
ou
t /0
t/0
8
se
ag
o/
08
8
ju
l/0
ju
n/
08
13,0
ab
r/ 0
8
m
ai
/0
8
15,3
14,6 14,6 14,5
ar
14,8
15,1
m
15,0
Fonte: Convênio Dieese/ Seade/ MTE - FAT e convênios regionais. Pesquisa de Emprego e Desemprego - PED.
Prof. Sergio Enabe
Índices da Massa de Rendimentos Reais dos Ocupados
Regiões Metropolitanas e Distrito Federal
2006–2009
2006
Base: média de 2000 = 100
2007
2008
2009
120
115
110
105
100
95
90
85
Jan
Fev
M ar
Abr
M aio
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Fonte: Convênio Dieese/ Seade/ MTE - FAT e convênios regionais. Pesquisa de Emprego e Desemprego - PED.
Prof. Sergio Enabe
Índice de crescimento dos ocupados, por Posição da Ocupação
Regiões Metropolitanas e Distrito Federal
1999-2008
Base: média de 1999 = 100,0
160,0
153,1
150,0
140,0
130,0
130,1
120,0
118,7
110,0
100,0
1999
2000
2001
2002
Assal. Com Carteira
2003
2004
2005
2006
Assal. Sem Carteira
2007
2008
Autônomos
Fonte: DIEESE/Seade, MTE/FAT e convênios regionais. PED – Pesquisa de Emprego e Desemprego
Prof. Sergio Enabe
Índice de crescimento dos ocupados, por Posição da
Ocupação
Regiões Metropolitanas e Distrito Federal
abr/2008 a abr/2009
Com Carteira Assinada
Sem Carteira Assinada
Autônomos
Base: abril de 2008=100,0
110,0
104,0
103,6
98,1
98,0
95,2
92,0
Abr- Maio Jun.
08
Jul.
Ago.
Set.
Out. Nov. Dez. Jan.
Fev. Mar. Abr09
Fonte: DIEESE/Seade, MTE/FAT e convênios regionais. PED – Pesquisa de Emprego e Desemprego
Prof. Sergio Enabe
Índices do Nível de Ocupação, do Rendimento Médio Real e da Massa de
Rendimentos Reais dos Ocupados
Regiões Metropolitanas e Distrito Federal
Jan/98 a Mar/2009
Base: média de 2000=100
140,0
130,0
120,0
110,0
100,0
90,0
80,0
Jan-1998
Abr
Jul
Out
Jan-1999
Abr
Jul
Out
Jan-2000
Abr
Jul
Out
Jan-2001
Abr
Jul
Out
Jan-2002
Abr
Jul
Out
Jan-2003
Abr
Jul
Out
Jan-2004
Abr
Jul
Out
Jan-2005
Abr
Jul
Out
Jan-2006
Abr
Jul
Out
Jan-2007
Abr
Jul
Out
Jan-2008
Abr
Jul
Out
Jan-2009
70,0
Emprego
Rendimento Médio Real
Massa de Rendimentos Reais
Fonte: DIEESE/Seade, MTE/FAT e convênios regionais. PED – Pesquisa de Emprego e Desemprego
Prof. Sergio Enabe
Proporção de assalariados com carteira de trabalho assinada no
setor privado
Regiões Metropolitanas e Distrito Federal
abril 2007 – abril 2009
81,6
81,3
81,3
80,9
80,0 80,0
80,0
80,0
79,9
79,6
79,6
79,6
79,579,4
79,4
79,2
79,279,2
79,7
79,5
79,4
79,1
79,1
80,1
abr/09
mar/09
fev/09
jan/09
dez/08
nov/08
out/08
set/08
ago/08
jul/08
jun/08
mai/08
abr/08
mar/08
fev/08
jan/08
dez/07
nov/07
out/07
set/07
ago/07
jul/07
jun/07
mai/07
abr/07
78,8
Fonte: DIEESE/Seade, MTE/FAT e convênios regionais. PED – Pesquisa de Emprego e Desemprego
Prof. Sergio Enabe
Indicadores de vulnerabilidade
• PED: ocupados em situações de trabalho
vulneráveis
–
–
–
–
Assalariados sem carteira de trabalho assinada,
autônomos que trabalham para o público,
trabalhadores familiares não remunerados
empregados domésticos
Prof. Sergio Enabe
Evolução da proporção de ocupados em situações de
trabalho vulneráveis
Região Metropolitana de São Paulo 1985 - 2008 (em %)
35,0 35,0 35,1
33,8
34,2
34,6
33,1 33,1
31,7
33,8
32,8
32,1
31,4
30,4
29,1
28,5
28,1 28,3
26,6 26,3 26,5
25,0
19
85
19
86
19
87
19
88
19
89
19
90
19
91
19
92
19
93
19
94
19
95
19
96
19
97
19
98
19
99
20
00
20
01
20
02
20
03
20
04
20
05
20
06
20
07
20
08
25,6 25,6
Fonte: Convênio Dieese/ Seade/ MTE - FAT e convênios regionais. Pesquisa de Emprego e Desemprego - PED.
Prof. Sergio Enabe
Variação em 12 meses da População Economicamente Ativa e da
População Ocupada
Total Metropolitano – Jan./2000-Mar./2009
Prof. Sergio Enabe
Taxa de crescimento médio anual da População Economicamente
Ativa, População Ocupada e Produto Interno Bruto
1998-2008
Prof. Sergio Enabe
Distribuição dos reajustes salariais em comparação com o
INPC/IBGE
Brasil 1996 - 2008
Fonte: DIEESE.SAS
Prof. Sergio Enabe
Distribuição dos reajustes salariais em comparação com o
INPC/IBGE
Brasil 2008-2009
Fonte: DIEESE. SAS - Sistema de Acompanhamento de Salários
Prof. Sergio Enabe
Resultado do PIB
1º trimestre de 2009
Prof. Sergio Enabe
Crise econômica e a nova ordem global:
Fuga para o futuro
Fonte: Ricardo Amorim
RICAM Consultoria
Maio de 2009
Prof. Sergio Enabe
I - O mundo que conhecíamos não existe mais:
mudança do eixo da economia mundial de EUA e
Europa para Ásia e Emergentes
Prof. Sergio Enabe
Mito: EUA e Europa serão eternamente
dominantes
•
EUA e Europa: não mais fontes de solidez da economia mundial, mas de
fragilidade e crises
•
Reversão de fuga de cérebros, déficits fiscal e comercial, endividamento do
setor público e dos consumidores
•
Sistema financeiro frágil e dependente de capital de emergentes
• Mais de US$150 bi em injeção de capital de fundos soberanos do Oriente Médio e
Ásia em bancos americanos e europeus desde 05/07
•
Dependência externa de commodities e produtos manufaturados
•
Empresas sendo compradas por emergentes
•
Inovação vinda de emergentes (flex-fuel e biocombustíveis, exploração
marítima profunda – Petrobrás, outsourcing – Embraer)
•
Eixo de riscos e oportunidades mudou
Prof. Sergio Enabe
Ásia dando as cartas… oportunidade única para o
Brasil
Baixas taxas de juros mundiais
• Ásia: Exportando tudo barato (produtos, serviços e capital)
• Europa, Japão e Estados Unidos ficando velhos
Melhora de termos de troca
• Demanda por commodities explodindo
• Preços de produtos manufaturados em queda
Política macroeconômica mais sólida
• Taxa da câmbio variável reduz risco de crises financeiras
• Política fiscal mais equilibrada e melhora de perfil de dívida pública
reduzem risco de insolvência
• Banco Central “independente” mantém inflação sob controle
• Taxas de juros convergindo gradualmente para média mundial e crédito
em expansão impulsionam o país a crescer mais
Prof. Sergio Enabe
Emergentes deixando desenvolvidos para trás
PIB, var. %
Contribuição para crescimento do PIB mundial,
Fonte: FMI
Prof. Sergio Enabe
Crescimento mundial não vem mais dos
desenvolvidos
Fontes: EcoWin, WestLB Research
Prof. Sergio Enabe
Emergentes já mandam na economia mundial
Contribuição para crescimento mundial, %
Fontes: FMI, Bradesco
Prof. Sergio Enabe
Emergentes já mandam na economia mundial (2)
CONTRIBUIÇÃO PARA O CRESCIMENTO DO PIB MUNDIAL - 1980 - 2007
China
United States
Contribuição para crescimento mundial, %
50,0%
30,0%
EUA
35,94%
40,0%
39,49%
37,37%
China
28,95%
27,42%
23,09%
26,48%
20,85%
20,0%
22,92%
10,36%
10,0%
12,93%
7,95%
8,63%
8,47%
0,0%
-2,25%
-3,10%
-10,0%
-20,0%
-30,0%
-40,0%
2007*
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
1992
1991
1990
1989
1988
1987
1986
1985
1984
1983
1982
1980
1981
-47,49%
-50,0%
Fontes: FMI, Bradesco
Prof. Sergio Enabe
Emergentes já mandam na economia mundial (3)
Contribuição para crescimento mundial, %
India
CONTRIUBUIÇÃSO PARA O PIB MUNDIAL - ZONA DO EURO - 1992 - 2007
CONTRIBUIÇÃO PARA O CRESCIMENTO DO PIB MUNDIAL - INDIA - 1980 - 2007
ĺndia
12,0%
Zona do Euro
20,8%
11,58%
19,0%
15,1%
10,0%
15,8%
15,9%
15,0% 13,9%
8,69%
8,67%
8,28%
8,0%
7,60% 7,50%
4,0%
3,96%
8,5%
7,6%
5,7%
6,53%
3,0%
3,9%
-1,0%
4,14%
3,64%
7,0%
7,0%
6,24%
5,42%
9,3%
7,54%
6,62%
6,0%
12,0%
11,0%
4,24%
4,15%
-5,0%
3,05%
2007*
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
-7,8%
-9,0%
1992
2006
2007*
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
1992
1991
1990
1989
1988
1987
1986
1985
1983
1982
1981
1980
1984
2,55%
2,0%
Fontes: FMI, Bradesco
Prof. Sergio Enabe
Emergentes já mandam na economia mundial (4)
Contribuição para crescimento mundial,
%
Brazil
Japan
CONTRIBUIÇÃO PARA O CRESCIMENTO DO PIB MUNDIAL - BRAZIL - 1980 - 2007
CONTRIBUIÇÃO PARA O CRESCIMENTO DO PIB MUNDIAL - 1980 - 2007
Japão
Brasil
30,0%
27,44%
16,50%
16,0%
21,75%
12,0%
20,0%
7,63%
7,33%
8,0%
10,0%
4,0%
2,82%
2,28%
13,15%
13,44%
2,91% 3,38%
2,65%
2,12%
11,96%
11,90%
6,32%
2,63%
7,25%
2,12%
0,0%
0,00%
-0,74%
-3,82%
3,92%
4,87%
3,03%
0,88%
0,22%
-4,0%
4,79%
0,0%
0,91%
2,81%
0,69%
-4,41%
-6,47%
Fontes: FMI, Bradesco
2006
2007*
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
1992
1991
1990
1989
1988
1987
1986
1985
1984
1983
1982
1981
2006
2007*
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
1992
1991
1990
1989
1988
1987
1986
1985
1984
1983
1982
1981
1980
-7,16%
1980
-8,0%
-10,0%
Prof. Sergio Enabe
2.009: todo crescimento do PIB e demanda mundiais virá de
BRICs
Contribuição para crescimento do PIB mundial, Contribuição
%
para crescimento da demanda mundia
Fonte: Goldman Sachs
Prof. Sergio Enabe
China e Índia: para frente e avante!
•
Experiência não é única
• Hong Kong, Coréia, Taiwan - desde 1967
• Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia - desde 1973
•
Potencial maior
• Ainda no início do processo de industrialização
• 55% da população morando em áreas rurais
• População urbana cresce 13 mi./ano (350 mi. até 2.025; 240 mi.
imigrantes
rurais)
• Poupança doméstica e investimentos mais elevados
• Maior força de trabalho
• Menor renda per capta
• Menores influxos de capital (mercados financeiros subdesenvolvidos)
• Tamanho do mercado interno
Prof. Sergio Enabe
Commodities: estouro de bolha,
mas tendência de alta pode durar décadas
Cobre, preço real (US$ deflacionado)
Fonte: RICAM Consultoria
Prof. Sergio Enabe
Commodities: crise financeira estourou bolha, futuro está na
China
Volume de comércio internacional, var. %
Fontes: FMI, Bloomberg, Tendências Consultoria
Prof. Sergio Enabe
Brasil - beneficiário da nova ordem mundial: petróleo
Reservas provadas de petróleo, (milhões de barris)
Fonte: Bradesco
Prof. Sergio Enabe
Brasil - beneficiário da nova ordem mundial:
alimentos e biocombustíveis
Área arável (mil hectares)
450.000
Área Ocupada
400.000
Área Disponível
350.000
300.000
250.000
Área Ocupada
200.000
150.000
100.000
50.000
Fonte: FAO
C
o
n
g
o
A
u
st
ra
lia
C
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ad
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A
rg
en
ti
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ia
R
u
ss
A
U
S
B
ra
z
il
0
Prof. Sergio Enabe
Área arável equivalente ao território de 33 países
europeus
Hungary
Spain
Poland
Ukraine
Bosnia
Romania
Macedonia
Austria
Croatia
Ireland
Czech & Slovak Rep’s
Lithuania
Greece
England, Scotland and Wales
Serbia & Montenegro Rep’s
Iceland
Bulgaria
Norway
Italy
Germany
France
Latvia
Sweden
Holland
Belarus
Finland
Estonia
Switzerland
Albania
Belgium
Denmark
Fonte: John Deere
Prof. Sergio Enabe
Brasil: líder no etanol…
Produtividade do etanol (litros/hectare)
7.000
6.500
6.000
5.20
0
5.100
5.000
4.000
3.000
3.000
3.000
2.300
2.000
1.000
0
Cana Brasil
Beterraba U E
Cana Índia
Milho EUA
Mandioca
Tailândia
Trigo U E
Fonte: Agência Internacional de Energia
Prof. Sergio Enabe
O exemplo da soja
China: mercado de soja, milhões de toneladas
Fontes: USDA, Barclays
Prof. Sergio Enabe
II. Brasil:
Surfando a onda global – mais exportações, mais
crédito menos pobreza
Prof. Sergio Enabe
Alguns emergentes são melhores do que
outros
Prof. Sergio Enabe
Brasil: ganhando mercado
Participação nas exportações mundiais, %
1,25
1,22
1,18
1,20
1,15
1,16
1,15
1,10
1,08
1,04
1,05
0,99
1,00
0,95
0,97
0,96
0,97
0,93
0,96
0,92
0,90
0,90
0,90
0,88
0,85
0,86
2008 (p)
2007 (p)
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
1992
1991
1990
0,80
Fontes: FMI, Bradesco
Prof. Sergio Enabe
Crédito: muito espaço para crescer no Brasil
Fontes: BBM, Merril Lynch e FMI
Prof. Sergio Enabe
Popularidade presidencial:
refletindo ganhos de renda dos mais pobres
Aprovação do Presidente – CNI/Ibope, %
Fontes: Banco Votorantim, RICAM Consultoria
Prof. Sergio Enabe
III – Conclusões:
Cenário muito favorável de longo prazo e preços
atraentes
x
ajuste econômico em 2.009
Prof. Sergio Enabe
Fuga para o futuro
•
Crescimento do PIB próximo de zero em 2.009, mas com retomada a partir do 2º
semestre e aceleração no 1º semestre de 2.010 devido a recuperação de demanda e
preço das commodities, queda do dólar, inflação e juros e recuperação do crédito.
•
Mudança de eixo da economia mundial para Ásia e países emergentes causará, nos
próximos anos, novo ciclo de crescimento sustentado no Brasil similar ao de 2.0032.008.
•
Fundamentos econômicos sólidos e pessimismo exagerado criam oportunidades
excepcionais de negócios e ganhos de market share no Brasil.
•
Setores dependentes de crédito (imobiliário, automobolístico, eletrodomésticos,
eletroeletrônicos, móveis, etc) e de renda agrícola terão ano díficil, mas ótimas
oportunidades nos próximos anos.
•
Consumo de massa continuará a crescer mais rapidamente do que resto da
economia nos próximos anos.
Prof. Sergio Enabe
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