Os efeitos da crise na vida do trabalhador brasileiro * Sergio Antônio A. Carmo Notícias de escândalos de corrupção em série têm ditado as regras do mercado, gerando grande instabilidade na economia do país e consequentemente maior dificuldade de negociação de reajustes salariais. Os governos federal e estadual parecem ter perdido o rumo. Obras e projetos sociais estão suspensos por tempo indeterminado; servidores públicos amargam atrasos salariais; trabalhadores da iniciativa privada, sem empregos, deixam de honrar seus compromissos financeiros; cresce o índice de informalidade; e por aí vai. A sensação é a de que seremos engolidos por uma imensa bola de neve que parece crescer dia após dia. O fato é que, como sempre, o trabalhador, o cidadão brasileiro, acaba sendo a principal vítima de todo esse jogo de interesses. Apesar deste cenário de crise política e econômica, no entanto, o SindFilantrópicas conseguiu a duras penas a reposição salarial dos trabalhadores em instituições beneficentes, religiosas, filantrópicas e organizações não governamentais, conquistando um reajuste de 11,28%, retroativo a 1º de janeiro de 2016, database da categoria. Por isso, é de fundamental importância que os trabalhadores não abram mão da representação sindical. Se você optou por não contribuir com o seu sindicato, saiba que essa contribuição é utilizada para financiar o atendimento jurídico que o orienta com relação aos seus direitos. A representação do trabalhador, do cidadão, é o que faz ecoar sua voz. O SindFilantrópicas e os trabalhadores do setor podem contabilizar mais esta conquista, mas isso não é tudo! No campo da representação política, é de nossa responsabilidade, enquanto cidadãos trabalhadores, acompanhar todos os acontecimentos que hoje afligem nosso país muito atentamente e mostrar nas urnas nossa indignação. Em outubro teremos, mais uma vez, a grande chance de dizer CHEGA. O voto consciente é a nossa principal arma para a verdadeira mudança. Não podemos perder essa oportunidade. Não podemos perder nossos dirigentes sindicais, nossos dirigentes políticos, nossos representantes legais de vista e saber o que eles têm, efetivamente, feito em nosso favor. ____________________________ * Sergio Antonio A. Carmo é diretor da UGT-RJ e presidente do Sindicato dos Empregados em Instituições Beneficentes, Religiosas, Filantrópicas e Organizações não Governamentais do Estado do Rio de Janeiro