SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS – DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE Ficha para Catálogo PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA Título: Produção e Aplicação de Recursos Didáticos Para o Ensino de Genética com Alunos de Ensino Médio Autor Escola de Atuação Município da Escola Núcleo Regional de Educação Orientador Instituição de Ensino Superior Disciplina Produção Didático-pedagógica Localização Emilia Maria Gueleri Colégio Estadual São José - EM Tapira Umuarama Ana Silvia Lapenta Universidade Estadual de Maringá Biologia Unidade Didática Colégio Estadual São José – Ensino Médio RuaLapa Nº:840 Tapira- Pr Apresentação: Com o intuito de melhorar o ensino dos conteúdos relacionados à Genética no Ensino Médio, é que se propõe neste trabalho a utilização de Recursos Didáticos diferenciados, saindo da rotina escolar, de textos e exercícios tradicionais e incorporando à prática pedagógica, o uso de massa de modelagem, a base de sabonete, que será confeccionada pelos alunos e utilizada na montagem das representações dos cruzamentos, facilitando assim a observação dos resultados que serão finalmente registrados pelos alunos. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA EMILIA MARIA GUELERI PRODUÇÃO E APLICAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE GENÉTICA COM ALUNOS DE ENSINO MÉDIO TAPIRA - PR 2011 EMILIA MARIA GUELERI PRODUÇÃO E APLICAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE GENÉTICA COM ALUNOS DE ENSINO MÉDIO Unidade Didático-Pedagógica apresentada como requisito obrigatório para a Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica no Colégio Estadual São José – Ensino Médio na Cidade de Tapira. Professora Orientadora: Dr. Ana Silvia Lapenta TAPIRA - PR 2011 APRESENTAÇÃO Este material didático-pedagógico, ou unidade didática é parte dos estudos realizados por professores da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná dentro do Programa de Desenvolvimento Educacional(PDE), oportunidade na qual, cada docente é afastado de suas atividades em sala de aula podendo dedicar todo seu tempo a estudar em conjunto com outros professores ou individualmente, refletindo sobre autores, consagrados ou não, e, contando com orientação disponibilizada por uma Instituição de Ensino Superior. Neste período, o educador tem condições para repensar sua prática e o processo educacional como um todo, sendo motivado a oferecer sua contribuição no estabelecimento de ensino onde atua e disponibilizando suas reflexões a outros que possam se interessar por tais produções, visto que, todo o material produzido ao longo deste período estará disponível na página virtual da (Secretaria Estadual de Educação do Estado do Paraná)SEED/PR. Esta Unidade Didática contempla a aplicação de recursos diferenciados para o ensino de Genética no Ensino Médio. A prática pedagógica de Biologia no decorrer dos anos tem sido marcada por certa insatisfação em relação aos resultados obtidos na aprendizagem de grande parte dos alunos, que alegam ser muito difícil aprender este conteúdo. Além disso, mediante contato permanente com outros educadores, percebe-se que essa não é uma realidade isolada, ou seja, tal angústia é também vivida em outras situações por professores e alunos. Com a finalidade de facilitar a aprendizagem dos alunos é que foi desenvolvida uma pesquisa acerca de materiais diferenciados para ensinar os conteúdos, dando enfoque a Herança Mendeliana, porém deixando aberto á criatividade de cada educador para aplicar também no desenvolvimento de outros conteúdos. Este trabalho se destina aos alunos da 3ª série do Colégio Estadual São José – Ensino Médio, considerando que o conteúdo de Genética é contemplado nesta série, e, dada a relevância de tais conhecimentos nesta fase do Currículo Escolar. Este material conta com uma breve reflexão sobre o Ensino de Genética e a Aplicação de Recursos Didáticos diferenciados na Educação seguida da sugestão de utilizar massa de modelar para se ensinar os conceitos pertinentes á Herança Mendeliana. Alguns exercícios servirão de modelo para a aplicação deste recurso. PRODUÇÃO E APLICAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE GENÉTICA NO ENSINO MÉDIO. 1 Professora PDE: Emilia Maria Gueleri 2 Professora Orientadoar: Dra. Ana Silvia Lapenta 1. INTRODUÇÃO Considerando a relevância do ensino da Genética no Ensino Médio, e a dificuldade encontrada pela maioria dos alunos em compreender os conceitos pertinentes a essa ciência, apesar de considerarem um assunto interessante, percebe-se a necessidade de se desenvolver recursos que permitam uma maior proximidade entre o que se pretende ensinar e a eficiência na aprendizagem dos educandos. Na maioria das vezes utiliza-se de estratégias tradicionais para o ensino de genética que contam com a explicação do professor, os livros textos, e atividades de resolução de exercícios envolvendo problemas. Segundo alguns autores, diversos problemas de genética podem ser resolvidos corretamente utilizando algoritmos de memória (BANET; AYUSO, 2000; MARRERO; MAESTRELLI, 2001). No entanto, segundo Inocêncio (2001), com os avanços atuais evidenciados na genética, o sistema educacional brasileiro tem necessidade de adequar-se à realidade, aproximando a escola dos novos conceitos. É necessário que professores e alunos cheguem à compreensão dos diferentes aspectos daquilo que está sendo estudado, estabelecendo relações com o cotidiano, e de como as ações individuais e coletivas influenciam no desenvolvimento dos seres vivos podendo atingir e interferir no equilíbrio natural do ambiente do qual fazem parte. No entanto, é impossível se chegar à compreensão dessas relações se os estudiosos não passarem por uma profunda reflexão da totalidade daquilo que se está estudando a ponto de perceberem que há uma íntima relação de interdependência entre as diferentes formas de vida e o meio onde coexistem, desta forma, não basta ler os textos do livro didático e resolver exercícios, com o propósito de perceber se houve assimilação do que foi lido, ou estudado, pois isto pode levar a 1 Professora da Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná. E-mail: [email protected] 2 Professor do Departamento de Biologia Celular da Universidade Estadual de Maringá/PR, email: [email protected] uma superficialidade que culmina com o estudar por estudar, ou para cumprir protocolo (“passar de ano”), deixando de se alcançar os objetivos do ensino, pelo desinteresse ou pela complexidade dos conceitos que estão sendo estudados. As Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica do Estado do Paraná para o ensino de Biologia apontam que “as estratégias de ensino como a aula dialogada, a leitura, a escrita, a atividade experimental, o estudo do meio, os jogos didáticos, entre tantas outras, devem favorecer a expressão dos alunos...” sugerindo assim, um “cardápio variado”. Certamente uma prática dotada de tais estratégias tende a trazer uma maior contribuição no processo de aprendizagem e uma maior eficácia no alcance dos objetivos propostos em cada unidade de estudo. Com base nessa necessidade de adequação e eficiência, percebida ao longo dos anos de estudo e ensino de conceitos de genética, é que se propõe uma atividade prática com a utilização de massa de modelagem à base de sabonete, que poderá ser confeccionada ou não pelos próprios alunos, utilizando-se coloração diferenciada, misturas e representando a segregação de gametas e os cruzamentos dos mesmos, possibilitando o manuseio de peças, contagem, observação de cores e quantidades, de maneira a tornar mais fácil a compreensão desse conteúdo. 2. O Desafio de Ensinar Genética no Ensino Médio A descoberta da Genética desencadeou uma gama de possibilidades para o desenvolvimento da Ciência. Tornou-se um estímulo poderoso para o ser humano, com sua fantástica capacidade de criação e transformação, para ampliar de forma gigantesca a biotecnologia e com ela, obter recursos antes inimagináveis que proporcionam maior comodidade, saúde e bem estar. No entanto, de acordo com as observações de experiências pedagógicas, uma das maiores dificuldades dos educandos na disciplina de Biologia se encontra na compreensão dos conteúdos de Genética. De acordo com as ideias de Moya e Campanario (1999), várias são as dificuldades identificadas que se relacionam ao processo de aprendizagem das ciências, como a estrutura lógica dos conteúdos conceituais, o nível de exigência formal dos mesmos e a influência dos conhecimentos prévios e preconcepções dos alunos e ainda, segundo Smith (1988), a genética é reconhecida por professores e alunos como um dos tópicos mais difíceis da biologia. Acreditando que o estudo organizado pode possibilitar a compreensão, elaboração e utilização de determinados conhecimentos científicos sem deixar nos estudantes ideias equivocadas de fatos e fenômenos que envolvem tais conhecimentos, Corazza-Nunes et al (2006), citando Fontana (2005), descreve: [...] possibilitar às crianças o encontro com novos conceitos; oferecê-los a elas em contextos diversos; destacá-los nesses contextos; possibilitar-lhes a expressão de suas compreensões iniciais: auxiliá-las a analisar e organizar confrontando-as elaboração, essas com outras introduzindo e elaborações iniciais, possibilidades especificando de outros elementos e informações [...] apurar as generalizações construídas [...] suscitar-lhes outras relações sígnicas possíveis; aproximar os sentidos em circulação na sala de aula, dos sentidos e modos de utilização de conceitos nas práticas cotidianas da comunidade da criança e na dinâmica histórica.Enfim, utilizar com elas o conceito... (CORAZZA-NUNES et al, 2006, p.531 apud FONTANA, 2005). Paes e Paresque (2009) citam que a prática de atividades que viabilizam o esclarecimento de muitos assuntos em Genética tem sido uma preocupação constante de muitos educadores. Isso explica a crescente criação e divulgação de materiais paradidáticos na tentativa de melhorar a aprendizagem. Ferreira et al (2010) descrevem: Devido à dificuldade de ministrar estes conteúdos no Ensino Médio, acreditamos, assim como Kishimoto (1996), que o professor deva adotar práticas que atuem nos componentes internos da aprendizagem, importantes para a assimilação de conhecimentos por parte do aluno. O interesse, a atenção e a curiosidade dos alunos para o ‘novo’ pode ser despertado com atividades lúdicas, como os jogos didáticos, que segundo Miranda (2001) estimula a cognição, afeição, socialização, motivação e criatividade. (FERREIRA et al, 2010, p. 1-12). Dada a importância de se ensinar Genética e as dificuldades encontradas para que ocorra a aprendizagem, faz-se necessário o empenho em elencar recursos para aproximar o ensino de Genética dos educandos, de forma a facilitar o trabalho dos professores e o alcance dos objetivos propostos para esse conteúdo. As Diretrizes Curriculares Estaduais de Biologia do Estado do Paraná apontam que: a escola deve incentivar a prática pedagógica fundamentada em diferentes metodologias, valorizando concepções de ensino, de aprendizagem (internalização) e de avaliação que permitam aos professores e estudantes “...uma conscientizarem-se transformação da necessidade emancipadora de (MÈSZÁRIOS, 2007,p. 212). Este trabalho toma como ponto de partida as bases da Genética, mais especificamente a Primeira Lei de Mendel, que se tornou uma grande referência mundial. Segundo Laurence (2005), é fundamental que o aluno compreenda os fundamentos da primeira lei de Mendel para que possa acompanhar o desenrolar da Genética. É importante lembrar que foram as experiências e estudos de Mendel que permitiram a elaboração das primeiras e principais leis da Genética, aliás, nada se conhecia até então, sobre os mecanismos de divisão celular, estrutura do material genético, cromossomos, DNA, RNA, síntese de proteínas e outros tantos conceitos conhecidos hoje. Ferreira et al. (2010), citando Pierce (2004), descrevem que Mendel através da observação dos fenótipos da ervilha, estudou a transmissão dos caracteres e estabeleceu o Princípio da Segregação. Lopes e Rosso (2005) afirmam: O sucesso do trabalho de Mendel pode ser atribuído principalmente a dois motivos não considerados por outros cientistas da época: o material biológico escolhido e o método empregado na organização das experimentações, associado à aplicação da estatística no tratamento dos dados (LOPES; ROSSO, 2005, p. 434). A partir dessa análise fica claro e evidente que o ensino sobre a 1ª Lei de Mendel (Fundamentos da Genética Clássica) para estudantes do ensino médio, especificamente na série final, necessita de um excelente domínio conceitual, de capacidade para contextualizar e interdisciplinarizar, bem como da habilidade de criar estratégias e recursos didáticos potencialmente significativos. Como dizem Valadares e Resende (2009, p. 10-16), citando Krasilchik (2004): A inclusão de modalidades didáticas diversificadas, empregadas como instrumento de ensino, permite ao professor atender a situações específicas dentro do processo de ensino-aprendizagem, encontrando soluções que se adequam a cada caso, contemplando diferenças individuais e atraindo o interesse do aluno. (VALADARES; RESENDE, 2009, p. 10-16 apud KRASILCHIK, 2004). Valadares e Resende (2009) também descrevem, citando Reis (2001), que as atividades lúdicas, utilizadas de forma crítica e criativa, tornam-se um rico e interessante material didático, que dão oportunidade ao professor de ampliar sua ação educativa. Sendo assim, com base em todos os argumentos citados, o trabalho mais desafiador e instigante é desenvolver estratégias e recursos didáticos potencialmente significativos para a aprendizagem e ampliação da capacidade cognitiva do estudante. A utilização de massa de modelagem é um recurso visual palpável que facilita a compreensão dos conceitos e resultados que, segundo depoimento dos alunos, “são tão difíceis de ser entendidos”. 3. Genética: A Ciência da Hereditariedade Professor: É importante criar situações de curiosidade nos alunos, com arguições instigantes como: Testando o que já sabemos: . Você se parece com alguém? Quem? Em que vocês se parecem? ☻Ao ouvir falar em Genética, de que você se lembra? . Já ouviram a expressão: “é a cara do pai” ou “ puxou para o avô” ou ainda, “o DNA dele tá estampado na cara”? ☻Para .Já parou para pensar em como seria o mundo se todos fossem iguais? ☻Como estes estudos podem nos ajudar, . E se não houvesse parentescos, ninguém se parecesse com ninguém... formiga diferente de formiga? que servem os estudos da Genética? mesmo sem conhecê-los profundamente? . Converse com seus colegas e exponha suas ideias para a turma. A Genética é uma subdivisão da Biologia que estuda os genes e os mecanismos de transmissão de características hereditárias ao longo das gerações. Seus estudos tiveram início com os trabalhos do monge Gregor Mendel a partir de 1860. Gene é um segmento de DNA, localizado em um cromossomo, que contem informação biológica e que codifica um RNA e/ou uma molécula de polipeptídeo. Em seu caderno: Transcreva do texto as palavras grifadas, Pesquise no e anote o significado. 3.1. Mendel: O “Pai da Genética” Gregor Mendel (1822-1884) é chamado o “pai da genética”. Seus experimentos com plantas e animais, Mendel concluiu que os seres vivos eram portadores de "fatores", hoje chamados de genes, responsáveis por determinadas características de um indivíduo. E que esses "fatores" seriam transmitidos aos descendentes por meio de gametas. Seus experimentos, porém só foram reconhecidos no meio científico em 1900, após várias pesquisas. Propõe-se aqui a apresentação dos primeiros trabalhos de Mendel seguida de esquemas feitos pelo professor, dos cruzamentos realizados com ervilhas, para observação dos alunos. Este procedimento poderá ser realizado no quadro negro ou em forma de slides. 3.2. Primeira Lei de Mendel Material de estudo: Ervilhas (Pisum sativum) Planta : ervilha Vagem: fruto da ervilha Razões da escolha do material: -- Ciclo de vida curto; -- Características bem visíveis; -- Reprodução por autofecundação; -- Fácil polinização; -- Grande número de descendentes em curto espaço de tempo. Caráter estudado: Cor das sementes Sementes de ervilha: variação de cores 1º Passo: Mendel utilizou linhagens puras Obs: Mendel observou que ao longo das gerações, sementes amarelas só originavam outras de sementes amarelas e as com sementes verdes somente outras com sementes verdes. Amarela pura Verde X POLINIZAÇÃO Filiação1 (F1): Todas as plantas resultantes apresentaram sementes amarelas. E aí, como seria possível tal resultado? Por que o verde desapareceu? Pelo menos é o que parece! Professor: Converse com os alunos sobre a situação descrita acima e colete as ideias que cada um faz dessa constatação de Mendel. Promova uma discussão e vá anotando as contribuições de cada um antes de prosseguir com os estudos subsequentes. 2º Passo: Mendel utilizou plantas resultantes do cruzamento (F1) F1 F1 X POLINIZAÇÃO Filiação 2 (F2): As plantas resultantes apresentaram sementes amarelas ou sementes verdes em uma proporção de 3:1. E então? Por que o verde voltou? Que conclusões podemos tirar! Professor: Cabe aqui começar inserir conceitos importantes da Genética implícitos nos resultados obtidos por Mendel. Vale lembrar aos alunos que Mendel não dispunha dos conhecimentos que se tem hoje acerca de reprodução. Ele estava galgando os primeiros degraus para a vastidão de conhecimentos disponíveis atualmente. É importante neste momento discutir a importância de cada passo na construção de qualquer conhecimento e ressaltar que a invenção do computador só foi possível porque alguém descobriu o fogo. 3º Passo: Analisando os resultados e tirando conclusões Em F1 aparece apenas o caráter Amarelo: Mendel conclui que o caráter amarelo é dominante sobre o verde; Amarelo: caráter dominante Verde: caráter recessivo A Geração F1 não é pura: O resultado do cruzamento entre duas gerações puras Amarelo x Verde, resultou em uma geração F1 com predominância do caráter cor amarela, porém é híbrida, apresentando também o fator que determina o caráter cor verde. Amarelo puro: Homozigoto dominante Verde: Homozigoto recessivo Amarelo híbrido (F1): Heterozigoto As ervilhas apresentam em suas células um par de fatores (genes), que determina a cor da semente, sendo que o fator determinante da cor amarela domina sobre o fator que determina a cor verde. PRIMEIRA LEI DE MENDEL:MEIRA LEI DE MENDEL: “CADA CARÁTER É DETERMINADO POR UM PAR DE FATORES, QUE SE SEPARAM NA FORMAÇÃO DOS GAMETAS, QUE SÃO SEMPRE PUROS. Posteriormente aos trabalhos de Mendel, novos conhecimentos foram surgindo e com eles, uma nova nomenclatura para todos as estruturas e conceitos envolvidos no processo de transmissão das características hereditárias. Dessa forma temos: As células das ervilhas são diplóides; O par de genes determinantes da cor são alelos; Os genes alelos determinantes da cor estão posicionados no mesmo loco gênico em cromossomos homólogos; Os alelos passaram a ser representados por letras, sendo maiúscula para o alelo dominante e minúscula para o alelo recessivo, determinando-se o uso da primeira letra do caráter recessivo: VV= Amarela pura (homozigota) Vv= Amarela híbrida (heterozigota) vv= Verde Obs: Utilizamos a letra v de Verde, que é o caráter recessivo. Aos pares de alelos determinantes de uma característica no indivíduo, deu-se o nome de Genótipo e à manifestação dos mesmos chamamos de fenótipo; Ex: Genótipo: VV Fenótio: Cor amarela Genótipo: vv Fenótipo: cor verde Durante o processo da formação dos gametas, os cromossomos homólogos são separados na anáfase I da Meiose, ficando apenas um de cada tipo em cada gameta formado, portanto, os gametas apresentam apenas um alelo para o caráter cor da semente, que se unirá ao outro alelo do gameta com o qual ocorrer a fecundação para formar o novo indivíduo; Professor: Retome com seus alunos, o processo da formação de gametas (ovulogênese e espermatogênese), reforçando a ideia da segregação dos cromossomos homólogos e a importância que isso tem no processo de transmissão de características e na variabilidade genética. Apresente outros exemplos de genótipos e fenótipos. Alerte-os para a necessidade de tomar nota dos novos conceitos. Abra espaço para dúvidas. 4º Passo: Aplicando os novos conhecimentos Vamos retomar o experimento de Mendel: E então moçada, já viram sementinhas se cruzando? É claro que não! Sabemos que sementes de ervilha não se cruzam! Que cruzamento é esse então, que resulta em descendentes? Lembram-se dos fatores? Pois bem. Veja o cruzamento realizado por Gregor Mendel, com suas ervilhas no campo, ”trocado em miúdos”, no papel. Faça também em seu caderno! Passo 1: Geração parental: Amarela pura x Genótipos: ---------------------- Gametas:------------------------- VV Verde(pura) vv x V v cruzamento F1 :------------------------------ = amarelas heterozigotas Vv (híbridas) Proporção genotípica= 100% Vv Proporção fenotípica = 100% Sementes amarelas Passo 2: F1 x F1: Amarela heterozigota x Vv Genótipos: ---------------------- Gametas:------------------------- V Amarela heterozigota Vv x v V v cruzamento F2 :------------------------------ VV 25% Vv 25% Vv 25% vv 25% ¼ ¼ ¼ ¼ Proporção genotípica= 25% VV (¼ ); 50% Vv ( ½ ); 25% vv ( ¼). Proporção fenotípica = 75% Sementes amarelas (Homozigotas + Heterozigotas) ( ¾) 25% Sementes verdes ( ¼ ) 5º Passo: Brincando de Mendel Professor: Após verificar com os alunos o nível de compreensão dos resultados e dos novos conceitos abordados, propõe-se uma atividade em grupos com massa de modelagem. É momento de socializar os conhecimentos de maneira lúdica. É indispensável o acompanhamento na execução dessa tarefa, explorando cada etapa. Dirigindo perguntas e sanando dificuldades. Proponha a formação dos grupos e... Mãos a obra! Ou seja, mãos na massa! E aí galerinha, falando sério, vamos brincar um pouquinho? Vamos brincar de Mendel, mas sem ervilhas porque o tempo é curto! Massa de modelar a base de sabonete Ingredientes: - 2 copos americanos de cola para biscuit 2 copos de amido de milho 1 sabonete branco (não gorduroso) 2 colheres de sopa de água 1/2 colher de sopa de creme não gorduroso. Modo de preparo: Raspe o sabonete com uma faca e coloque as raspa no liquidificador para moer ou esfregue em uma peneira. Deve ficar como um pó. Misture o amido e o sabonete, acrescente água mexa e acrescente cola. Misture todos os ingredientes com uma colher, depois use as mãos para amassar até virar uma bola. Passe o creme não gorduroso em uma superfície lisa. Sove a massa por vários minutos, quanto mais sovar, melhor fica. Faça um rolinho e coloque num saquinho. Deve ser conservada no plástico e em geladeira. Depois de modelada se deixada ao ar livre ela seca como massa de biscuit. Bom trabalho! Disponível em: http://www.flinkiartes.com/2009/11/5-cinco-receitas-de-massa-de-biscuit.html . Acesso em 13 de Junho de 2011. Atividades em Grupos Formar equipes de no máximo cinco alunos; Cada grupo recebe duas bolotas de massa de cores diferentes (amarela e verde); Utilizando as massas representar o primeiro cruzamento realizado por Mendel, cruzando ervilhas verdes com amarelas puras destacando-se os resultados obtidos. É interessante que as bolotas (ervilhas) amarelas resultantes de cruzamento de amarelo com verde uma marcação para representar a heterozigose (com a ponta do lápis é possível marcar as letras que representam os alelos). Professor: Vale lembrar que essa etapa é fundamental para todo o aprendizado que está por vir. É importante que o aluno exercite de tal forma, que lhe fique familiar os conceitos e procedimentos. O clima de descontração e preocupação com os resultados favorece a fixação do que está sendo ensinado. Explore os resultados de cada passo do experimento e peça que os alunos anotem no caderno o procedimento e os respectivos resultados Agora demonstre o cruzamento entre heterozigotas (híbridas). Procure representar os gametas, com bolotinhas bem menores contendo os alelos (genes) que vocês poderão usar uma forma criativa para representá-los ( fios de massa, letras, etc. Anote os resultados. Realize o cruzamento de uma híbrida com uma homozigota recessiva. Agora faça o mesmo procedimento envolvendo uma híbrida e uma homozigota dominante. Que tal utilizar a massa, para representar os cromossomos homólogos e os genes alelos posicionados, simulando a segregação que ocorre durante a divisão celular para formar gametas? Caro aluno, Agora é só dar asas à imaginação! E lembre-se, aprender pode ser muito divertido, só depende de como você encara o que está aprendendo. Sua dedicação é fundamental! Troque ideias com seus colegas e com o(a) professor(a) sobre o que foi aprendido. Exponha suas dúvidas e ajude a tirar as dúvidas dos colegas. 4. Considerações finais A utilização de recursos diferenciados em sala de aula, ou fora dela, colabora e muito para uma melhor compreensão dos conteúdos e, nessas atividades aqui propostas, valoriza-se o trabalho em grupos e a intervenção constante do professor. Esse trabalho de acompanhamento do processo de aprendizagem dos alunos pelo educador é valioso, visto que funciona como um feedback, ou seja, caminhando junto com os alunos no processo, o professor percebe os avanços e as dificuldades podendo ampliar ainda mais a abrangência do que está ensinando. As inferências podem tirar dúvidas existentes e/ou suscitar novas, o que estimulará o educando a pensar, pesquisar e buscar respostas. Vale lembrar que essa estratégia de utilização de modelagem poderá ser ainda empregada para ensinar divisão celular (mitose e meiose) possibilitando melhor compreensão da formação dos gametas (gametogênese), utilizando-se pequenos fios de cores diferentes representando cromossomos, facilitando a visualização da separação das cromátides e segregação independente. Será ainda de grande utilidade para demonstrar os casos de co-dominância e herança intermediária e, como as cores das massas são miscíveis entre si servirá também para demonstrar herança quantitativa. Sendo assim, esse recurso quebra a rotina da sala de aula abrindo um leque de possibilidades para a compreensão de vários conteúdos de genética, e com um pouco de criatividade, até mesmo de outros conteúdos da Biologia e de outras disciplinas. 5. REFERÊNCIAS BANET, E.; AYUSO, E. Teaching genetics at secondary school: a strategy for teaching about the location of inheritance information. Science Education, v. 84, p. 313–351, 2000. 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