secretaria de estado da educação - SEED

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS – DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
Ficha para Catálogo
PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título:
Produção e Aplicação de Recursos Didáticos
Para o Ensino de Genética com
Alunos de Ensino Médio
Autor
Escola de Atuação
Município da Escola
Núcleo Regional de Educação
Orientador
Instituição de Ensino Superior
Disciplina
Produção Didático-pedagógica
Localização
Emilia Maria Gueleri
Colégio Estadual São José - EM
Tapira
Umuarama
Ana Silvia Lapenta
Universidade Estadual de Maringá
Biologia
Unidade Didática
Colégio Estadual São José – Ensino Médio
RuaLapa Nº:840
Tapira- Pr
Apresentação:
Com o intuito de melhorar o ensino dos
conteúdos relacionados à Genética no Ensino Médio,
é que se propõe neste trabalho a utilização de
Recursos Didáticos diferenciados, saindo da
rotina escolar, de textos e exercícios tradicionais
e incorporando à prática pedagógica, o uso de massa
de modelagem, a base de sabonete, que será
confeccionada pelos alunos e utilizada na montagem
das representações dos cruzamentos, facilitando
assim a observação dos resultados que serão
finalmente registrados pelos alunos.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
EMILIA MARIA GUELERI
PRODUÇÃO E APLICAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS
PARA O ENSINO DE GENÉTICA COM
ALUNOS DE ENSINO MÉDIO
TAPIRA - PR
2011
EMILIA MARIA GUELERI
PRODUÇÃO E APLICAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS
PARA O ENSINO DE GENÉTICA COM
ALUNOS DE ENSINO MÉDIO
Unidade Didático-Pedagógica apresentada
como
requisito
obrigatório
para
a
Implementação do Projeto de Intervenção
Pedagógica no Colégio Estadual São José –
Ensino Médio na Cidade de Tapira.
Professora Orientadora:
Dr. Ana Silvia Lapenta
TAPIRA - PR
2011
APRESENTAÇÃO
Este material didático-pedagógico, ou unidade didática é parte dos estudos
realizados por professores da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná dentro
do Programa de Desenvolvimento Educacional(PDE), oportunidade na qual, cada
docente é afastado de suas atividades em sala de aula podendo dedicar todo seu
tempo a estudar em conjunto com outros professores ou individualmente, refletindo
sobre autores, consagrados ou não, e, contando com orientação disponibilizada por
uma Instituição de Ensino Superior. Neste período, o educador tem condições para
repensar sua prática e o processo educacional como um todo, sendo motivado a
oferecer sua contribuição no estabelecimento de ensino onde atua e disponibilizando
suas reflexões a outros que possam se interessar por tais produções, visto que, todo
o material produzido ao longo deste período estará disponível na página virtual da
(Secretaria Estadual de Educação do Estado do Paraná)SEED/PR.
Esta Unidade Didática contempla a aplicação de recursos diferenciados para
o ensino de Genética no Ensino Médio. A prática pedagógica de Biologia no decorrer
dos anos tem sido marcada por certa insatisfação em relação aos resultados obtidos
na aprendizagem de grande parte dos alunos, que alegam ser muito difícil aprender
este conteúdo. Além disso, mediante contato permanente com outros educadores,
percebe-se que essa não é uma realidade isolada, ou seja, tal angústia é também
vivida em outras situações por professores e alunos.
Com a finalidade de facilitar a aprendizagem dos alunos é que foi
desenvolvida uma pesquisa acerca de materiais diferenciados para ensinar os
conteúdos, dando enfoque a Herança Mendeliana, porém deixando aberto á
criatividade de cada educador para aplicar também no desenvolvimento de outros
conteúdos.
Este trabalho se destina aos alunos da 3ª série do Colégio Estadual São José
– Ensino Médio, considerando que o conteúdo de Genética é contemplado nesta
série, e, dada a relevância de tais conhecimentos nesta fase do Currículo Escolar.
Este material conta com uma breve reflexão sobre o Ensino de Genética e a
Aplicação de Recursos Didáticos diferenciados na Educação seguida da sugestão
de utilizar massa de modelar para se ensinar os conceitos pertinentes á Herança
Mendeliana. Alguns exercícios servirão de modelo para a aplicação deste recurso.
PRODUÇÃO E APLICAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE
GENÉTICA NO ENSINO MÉDIO.
1
Professora PDE: Emilia Maria Gueleri
2
Professora Orientadoar: Dra. Ana Silvia Lapenta
1. INTRODUÇÃO
Considerando a relevância do ensino da Genética no Ensino Médio, e a
dificuldade encontrada pela maioria dos alunos em compreender os conceitos
pertinentes a essa ciência, apesar de considerarem um assunto interessante,
percebe-se a necessidade de se desenvolver recursos que permitam uma maior
proximidade entre o que se pretende ensinar e a eficiência na aprendizagem dos
educandos.
Na maioria das vezes utiliza-se de estratégias tradicionais para o ensino de
genética que contam com a explicação do professor, os livros textos, e atividades de
resolução de exercícios envolvendo problemas. Segundo alguns autores, diversos
problemas de genética podem ser resolvidos corretamente utilizando algoritmos de
memória (BANET; AYUSO, 2000; MARRERO; MAESTRELLI, 2001). No entanto,
segundo Inocêncio (2001), com os avanços atuais evidenciados na genética, o
sistema educacional brasileiro tem necessidade de adequar-se à realidade,
aproximando a escola dos novos conceitos.
É necessário que professores e alunos cheguem à compreensão dos
diferentes aspectos daquilo que está sendo estudado, estabelecendo relações com
o cotidiano, e de como as ações individuais e coletivas influenciam no
desenvolvimento dos seres vivos podendo atingir e interferir no equilíbrio natural do
ambiente do qual fazem parte.
No entanto, é impossível se chegar à compreensão dessas relações se os
estudiosos não passarem por uma profunda reflexão da totalidade daquilo que se
está estudando a ponto de perceberem que há uma íntima relação de
interdependência entre as diferentes formas de vida e o meio onde coexistem, desta
forma, não basta ler os textos do livro didático e resolver exercícios, com o propósito
de perceber se houve assimilação do que foi lido, ou estudado, pois isto pode levar a
1
Professora da Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná. E-mail:
[email protected]
2
Professor do Departamento de Biologia Celular da Universidade Estadual de Maringá/PR, email: [email protected]
uma superficialidade que culmina com o estudar por estudar, ou para cumprir
protocolo (“passar de ano”), deixando de se alcançar os objetivos do ensino, pelo
desinteresse ou pela complexidade dos conceitos que estão sendo estudados.
As Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica do Estado do
Paraná para o ensino de Biologia apontam que “as estratégias de ensino como a
aula dialogada, a leitura, a escrita, a atividade experimental, o estudo do meio, os
jogos didáticos, entre tantas outras, devem favorecer a expressão dos alunos...”
sugerindo assim, um “cardápio variado”. Certamente uma prática dotada de tais
estratégias tende a trazer uma maior contribuição no processo de aprendizagem e
uma maior eficácia no alcance dos objetivos propostos em cada unidade de estudo.
Com base nessa necessidade de adequação e eficiência, percebida ao longo
dos anos de estudo e ensino de conceitos de genética, é que se propõe uma
atividade prática com a utilização de massa de modelagem à base de sabonete, que
poderá ser confeccionada ou não pelos próprios alunos, utilizando-se coloração
diferenciada, misturas e representando a segregação de gametas e os cruzamentos
dos mesmos, possibilitando o manuseio de peças, contagem, observação de cores e
quantidades, de maneira a tornar mais fácil a compreensão desse conteúdo.
2. O Desafio de Ensinar Genética no Ensino Médio
A descoberta da Genética desencadeou uma gama de possibilidades para o
desenvolvimento da Ciência. Tornou-se um estímulo poderoso para o ser humano,
com sua fantástica capacidade de criação e transformação, para ampliar de forma
gigantesca a biotecnologia e com ela, obter recursos antes inimagináveis que
proporcionam maior comodidade, saúde e bem estar.
No entanto, de acordo com as observações de experiências pedagógicas,
uma das maiores dificuldades dos educandos na disciplina de Biologia se encontra
na compreensão dos conteúdos de Genética. De acordo com as ideias de Moya e
Campanario (1999), várias são as dificuldades identificadas que se relacionam ao
processo de aprendizagem das ciências, como a estrutura lógica dos conteúdos
conceituais, o nível de exigência formal dos mesmos e a influência dos
conhecimentos prévios e preconcepções dos alunos e ainda, segundo Smith (1988),
a genética é reconhecida por professores e alunos como um dos tópicos mais
difíceis da biologia. Acreditando que o estudo organizado pode possibilitar a
compreensão, elaboração e utilização de determinados conhecimentos científicos
sem deixar nos estudantes ideias equivocadas de fatos e fenômenos que envolvem
tais conhecimentos, Corazza-Nunes et al (2006), citando Fontana (2005), descreve:
[...] possibilitar às crianças o encontro com novos
conceitos; oferecê-los a elas em contextos diversos;
destacá-los
nesses
contextos;
possibilitar-lhes
a
expressão de suas compreensões iniciais: auxiliá-las a
analisar
e
organizar
confrontando-as
elaboração,
essas
com
outras
introduzindo
e
elaborações
iniciais,
possibilidades
especificando
de
outros
elementos e informações [...] apurar as generalizações
construídas [...] suscitar-lhes outras relações sígnicas
possíveis; aproximar os sentidos em circulação na sala
de aula, dos sentidos e modos de utilização de conceitos
nas práticas cotidianas da comunidade da criança e na
dinâmica histórica.Enfim, utilizar com elas o conceito...
(CORAZZA-NUNES et al, 2006, p.531 apud FONTANA,
2005).
Paes e Paresque (2009) citam que a prática de atividades que viabilizam o
esclarecimento de muitos assuntos em Genética tem sido uma preocupação
constante de muitos educadores. Isso explica a crescente criação e divulgação de
materiais paradidáticos na tentativa de melhorar a aprendizagem. Ferreira et al
(2010) descrevem:
Devido à dificuldade de ministrar estes conteúdos no
Ensino Médio, acreditamos, assim como Kishimoto
(1996), que o professor deva adotar práticas que atuem
nos
componentes
internos
da
aprendizagem,
importantes para a assimilação de conhecimentos por
parte do aluno. O interesse, a atenção e a curiosidade
dos alunos para o ‘novo’ pode ser despertado com
atividades lúdicas, como os jogos didáticos, que segundo
Miranda
(2001)
estimula
a
cognição,
afeição,
socialização, motivação e criatividade. (FERREIRA et al,
2010, p. 1-12).
Dada a importância de se ensinar Genética e as dificuldades encontradas
para que ocorra a aprendizagem, faz-se necessário o empenho em elencar recursos
para aproximar o ensino de Genética dos educandos, de forma a facilitar o trabalho
dos professores e o alcance dos objetivos propostos para esse conteúdo. As
Diretrizes Curriculares Estaduais de Biologia do Estado do Paraná apontam que:
a
escola
deve
incentivar
a
prática
pedagógica
fundamentada em diferentes metodologias, valorizando
concepções de ensino, de aprendizagem (internalização)
e de avaliação que permitam aos professores e
estudantes
“...uma
conscientizarem-se
transformação
da
necessidade
emancipadora
de
(MÈSZÁRIOS,
2007,p. 212).
Este trabalho toma como ponto de partida as bases da Genética, mais
especificamente a Primeira Lei de Mendel, que se tornou uma grande referência
mundial. Segundo Laurence (2005), é fundamental que o aluno compreenda os
fundamentos da primeira lei de Mendel para que possa acompanhar o desenrolar da
Genética. É importante lembrar que foram as experiências e estudos de Mendel que
permitiram a elaboração das primeiras e principais leis da Genética, aliás, nada se
conhecia até então, sobre os mecanismos de divisão celular, estrutura do material
genético, cromossomos, DNA, RNA, síntese de proteínas e outros tantos conceitos
conhecidos hoje. Ferreira et al. (2010), citando Pierce (2004), descrevem que
Mendel através da observação dos fenótipos da ervilha, estudou a transmissão dos
caracteres e estabeleceu o Princípio da Segregação. Lopes e Rosso (2005)
afirmam:
O sucesso do trabalho de Mendel pode ser atribuído
principalmente a dois motivos não considerados por
outros cientistas da época: o material biológico escolhido
e
o
método
empregado
na
organização
das
experimentações, associado à aplicação da estatística
no tratamento dos dados (LOPES; ROSSO, 2005, p.
434).
A partir dessa análise fica claro e evidente que o ensino sobre a 1ª Lei de
Mendel (Fundamentos da Genética Clássica) para estudantes do ensino médio,
especificamente na série final, necessita de um excelente domínio conceitual, de
capacidade para contextualizar e interdisciplinarizar, bem como da habilidade de
criar estratégias e recursos didáticos potencialmente significativos. Como dizem
Valadares e Resende (2009, p. 10-16), citando Krasilchik (2004):
A inclusão de modalidades didáticas diversificadas,
empregadas como instrumento de ensino, permite ao
professor atender a situações específicas dentro do
processo
de
ensino-aprendizagem,
encontrando
soluções que se adequam a cada caso, contemplando
diferenças individuais e atraindo o interesse do aluno.
(VALADARES;
RESENDE,
2009,
p.
10-16
apud
KRASILCHIK, 2004).
Valadares e Resende (2009) também descrevem, citando Reis (2001), que as
atividades lúdicas, utilizadas de forma crítica e criativa, tornam-se um rico e
interessante material didático, que dão oportunidade ao professor de ampliar sua
ação educativa.
Sendo assim, com base em todos os argumentos citados, o trabalho mais
desafiador
e
instigante
é
desenvolver
estratégias
e
recursos
didáticos
potencialmente significativos para a aprendizagem e ampliação da capacidade
cognitiva do estudante. A utilização de massa de modelagem é um recurso visual
palpável que facilita a compreensão dos conceitos e resultados que, segundo
depoimento dos alunos, “são tão difíceis de ser entendidos”.
3. Genética: A Ciência da Hereditariedade
Professor:
É importante criar situações de curiosidade nos alunos,
com arguições instigantes como:
Testando o que já sabemos:
. Você se parece com alguém? Quem? Em que vocês se
parecem?
☻Ao ouvir falar em Genética, de que você
se lembra?
. Já ouviram a expressão: “é a cara do pai” ou “ puxou para
o avô” ou ainda, “o DNA dele tá estampado na cara”?
☻Para
.Já parou para pensar em como seria o mundo se todos
fossem iguais?
☻Como estes estudos podem nos ajudar,
. E se não houvesse parentescos, ninguém se parecesse
com ninguém... formiga diferente de formiga?
que
servem
os
estudos
da
Genética?
mesmo sem conhecê-los profundamente?
. Converse com seus colegas e exponha suas ideias para a
turma.
A Genética é uma subdivisão da Biologia que estuda os genes e os mecanismos de
transmissão de características hereditárias ao longo das gerações. Seus estudos tiveram
início com os trabalhos do monge Gregor Mendel a partir de 1860.
Gene é um segmento de DNA, localizado em um cromossomo, que contem informação
biológica e que codifica um RNA e/ou uma molécula de polipeptídeo.
Em seu caderno:
Transcreva do texto as palavras grifadas,
Pesquise no e anote o significado.
3.1. Mendel: O “Pai da Genética”
Gregor Mendel (1822-1884) é chamado o “pai da genética”. Seus
experimentos com plantas e animais, Mendel concluiu que os seres
vivos eram portadores de "fatores", hoje chamados de genes,
responsáveis por determinadas características de um indivíduo. E que
esses "fatores" seriam transmitidos aos descendentes por meio de
gametas. Seus experimentos, porém só foram reconhecidos no meio
científico em 1900, após várias pesquisas.
Propõe-se aqui a apresentação dos primeiros trabalhos de Mendel seguida de
esquemas feitos pelo professor, dos cruzamentos realizados com ervilhas, para
observação dos alunos. Este procedimento poderá ser realizado no quadro negro
ou em forma de slides.
3.2. Primeira Lei de Mendel
Material de estudo: Ervilhas (Pisum sativum)
Planta : ervilha
Vagem: fruto da ervilha
Razões da escolha do material:
-- Ciclo de vida curto;
-- Características bem visíveis;
-- Reprodução por autofecundação;
-- Fácil polinização;
-- Grande número de descendentes em curto espaço de tempo.
Caráter estudado: Cor das sementes
Sementes de ervilha: variação de cores
1º Passo: Mendel utilizou linhagens puras
Obs: Mendel observou que ao longo das gerações, sementes amarelas só originavam outras
de sementes amarelas e as com sementes verdes somente outras com sementes verdes.
Amarela pura
Verde
X
POLINIZAÇÃO
Filiação1 (F1): Todas as plantas resultantes
apresentaram sementes amarelas.
E aí, como seria possível tal resultado?
Por que o verde desapareceu?
Pelo menos é o que parece!
Professor:
Converse com os alunos sobre a situação descrita acima e colete as ideias que
cada um faz dessa constatação de Mendel.
Promova uma discussão e vá anotando as contribuições de cada
um antes de prosseguir com os estudos subsequentes.
2º Passo: Mendel utilizou plantas resultantes do cruzamento (F1)
F1
F1
X
POLINIZAÇÃO
Filiação 2 (F2): As plantas resultantes
apresentaram sementes amarelas ou
sementes verdes em uma proporção
de 3:1.
E então?
Por que o verde voltou?
Que conclusões podemos tirar!
Professor:
Cabe aqui começar inserir conceitos importantes da Genética implícitos nos resultados obtidos por Mendel.
Vale lembrar aos alunos que Mendel não dispunha dos conhecimentos que se tem hoje acerca de reprodução.
Ele estava galgando os primeiros degraus para a vastidão de conhecimentos disponíveis atualmente.
É importante neste momento discutir a importância de cada passo na construção de qualquer conhecimento
e ressaltar que a invenção do computador só foi possível porque alguém descobriu o fogo.
3º Passo: Analisando os resultados e tirando conclusões
 Em F1 aparece apenas o caráter Amarelo: Mendel conclui que o caráter
amarelo é dominante sobre o verde;
Amarelo: caráter dominante
Verde: caráter recessivo
 A Geração F1 não é pura: O resultado do cruzamento entre duas gerações
puras Amarelo x Verde, resultou em uma geração F1 com predominância do
caráter cor amarela, porém é híbrida, apresentando também o fator que
determina o caráter cor verde.
Amarelo puro: Homozigoto dominante
Verde: Homozigoto recessivo
Amarelo híbrido (F1): Heterozigoto
 As ervilhas apresentam em suas células um par de fatores (genes), que
determina a cor da semente, sendo que o fator determinante da cor amarela
domina sobre o fator que determina a cor verde.
PRIMEIRA LEI DE MENDEL:MEIRA LEI DE MENDEL:
“CADA CARÁTER É DETERMINADO POR UM PAR DE FATORES, QUE SE SEPARAM
NA FORMAÇÃO DOS GAMETAS, QUE SÃO SEMPRE PUROS.
Posteriormente aos trabalhos de Mendel, novos conhecimentos foram surgindo e
com eles, uma nova nomenclatura para todos as estruturas e conceitos envolvidos
no processo de transmissão das características hereditárias. Dessa forma temos:
 As células das ervilhas são diplóides;
 O par de genes determinantes da cor são alelos;
 Os genes alelos determinantes da cor estão posicionados no mesmo loco
gênico em cromossomos homólogos;
 Os alelos passaram a ser representados por letras, sendo maiúscula para o
alelo dominante e minúscula para o alelo recessivo, determinando-se o uso
da primeira letra do caráter recessivo:
VV= Amarela pura (homozigota)
Vv= Amarela híbrida (heterozigota)
vv= Verde
Obs: Utilizamos a letra v de Verde, que é o caráter recessivo.
 Aos pares de alelos determinantes de uma característica no indivíduo, deu-se
o nome de Genótipo e à manifestação dos mesmos chamamos de fenótipo;
Ex: Genótipo: VV
Fenótio: Cor amarela
Genótipo: vv
Fenótipo: cor verde
 Durante o processo da formação dos gametas, os cromossomos homólogos
são separados na anáfase I da Meiose, ficando apenas um de cada tipo em
cada gameta formado, portanto, os gametas apresentam apenas um alelo
para o caráter cor da semente, que se unirá ao outro alelo do gameta com o
qual ocorrer a fecundação para formar o novo indivíduo;
Professor:
Retome com seus alunos, o processo da formação de gametas (ovulogênese e espermatogênese), reforçando a
ideia da segregação dos cromossomos homólogos e a importância que isso tem no processo de transmissão de
características e na variabilidade genética.
Apresente outros exemplos de genótipos e fenótipos.
Alerte-os para a necessidade de tomar nota dos novos conceitos.
Abra espaço para dúvidas.
4º Passo: Aplicando os novos conhecimentos
Vamos retomar o experimento de Mendel:
E então moçada, já viram sementinhas se cruzando? É claro que não!
Sabemos que sementes de ervilha não se cruzam!
Que cruzamento é esse então, que resulta em descendentes?
Lembram-se dos fatores? Pois bem. Veja o cruzamento realizado por
Gregor Mendel, com suas ervilhas no campo, ”trocado em miúdos”, no
papel.
Faça também em seu caderno!
Passo 1:
Geração parental:
Amarela pura x
Genótipos: ----------------------
Gametas:-------------------------
VV
Verde(pura)
vv
x
V
v
cruzamento
F1 :------------------------------
= amarelas heterozigotas
Vv
(híbridas)
Proporção genotípica= 100% Vv
Proporção fenotípica = 100% Sementes amarelas
Passo 2:
F1 x F1:
Amarela heterozigota x
Vv
Genótipos: ----------------------
Gametas:-------------------------
V
Amarela heterozigota
Vv
x
v
V
v
cruzamento
F2 :------------------------------
VV
25%
Vv
25%
Vv
25%
vv
25%
¼
¼
¼
¼
Proporção genotípica= 25% VV (¼ ); 50% Vv ( ½ ); 25% vv ( ¼).
Proporção fenotípica = 75% Sementes amarelas (Homozigotas + Heterozigotas) ( ¾)
25% Sementes verdes ( ¼ )
5º Passo: Brincando de Mendel
Professor:
Após verificar com os alunos o nível de compreensão dos resultados e dos novos conceitos abordados,
propõe-se uma atividade em grupos com massa de modelagem. É momento de socializar os conhecimentos de
maneira lúdica.
É indispensável o acompanhamento na execução dessa tarefa, explorando cada etapa. Dirigindo perguntas e
sanando dificuldades.
Proponha a formação dos grupos e... Mãos a obra! Ou seja, mãos na massa!
E aí galerinha, falando sério, vamos brincar um pouquinho?
Vamos brincar de Mendel, mas sem ervilhas porque o tempo é
curto!
Massa de modelar a base de sabonete
Ingredientes:
-
2 copos americanos de cola para biscuit
2 copos de amido de milho
1 sabonete branco (não gorduroso)
2 colheres de sopa de água
1/2 colher de sopa de creme não gorduroso.
Modo de preparo:
Raspe o sabonete com uma faca e coloque as raspa no liquidificador para moer ou esfregue em uma peneira.
Deve ficar
como um pó. Misture o amido e o sabonete, acrescente água mexa e acrescente cola. Misture todos os
ingredientes com
uma colher, depois use as mãos para amassar até virar uma bola. Passe o creme não gorduroso em uma
superfície lisa.
Sove a massa por vários minutos, quanto mais sovar, melhor fica. Faça um rolinho e coloque num saquinho.
Deve ser conservada no plástico e em geladeira.
Depois de modelada se deixada ao ar livre ela seca como massa de biscuit.
Bom trabalho!
Disponível em: http://www.flinkiartes.com/2009/11/5-cinco-receitas-de-massa-de-biscuit.html .
Acesso em 13 de Junho de 2011.
Atividades em Grupos
 Formar equipes de no máximo cinco alunos;
 Cada grupo recebe duas bolotas de massa de cores diferentes (amarela e
verde);
 Utilizando as massas representar o primeiro cruzamento realizado por
Mendel, cruzando ervilhas verdes com amarelas puras destacando-se os
resultados obtidos. É interessante que as bolotas (ervilhas) amarelas
resultantes de cruzamento de amarelo com verde uma marcação para
representar a heterozigose (com a ponta do lápis é possível marcar as letras
que representam os alelos).
Professor:
Vale lembrar que essa etapa é fundamental para todo o aprendizado que está por vir. É importante que o aluno
exercite de tal forma, que lhe fique familiar os conceitos e procedimentos.
O clima de descontração e preocupação com os resultados favorece a fixação do que está sendo ensinado.
Explore os resultados de cada passo do experimento e peça que os alunos anotem no caderno o procedimento
e os respectivos resultados
 Agora demonstre o cruzamento entre heterozigotas (híbridas). Procure
representar os gametas, com bolotinhas bem menores contendo os alelos
(genes) que vocês poderão usar uma forma criativa para representá-los ( fios
de massa, letras, etc. Anote os resultados.
 Realize o cruzamento de uma híbrida com uma homozigota recessiva.
 Agora faça o mesmo procedimento envolvendo uma híbrida e uma
homozigota dominante.
 Que tal utilizar a massa, para representar os cromossomos homólogos e os
genes alelos posicionados, simulando a segregação que ocorre durante a
divisão celular para formar gametas?
Caro aluno,
Agora é só dar asas à imaginação!
E lembre-se, aprender pode ser muito divertido,
só depende de como você encara o que
está aprendendo.
Sua dedicação é fundamental!
Troque ideias com seus colegas e com
o(a) professor(a) sobre o que foi aprendido.
Exponha suas dúvidas e ajude a tirar as
dúvidas dos colegas.
4. Considerações finais
A utilização de recursos diferenciados em sala de aula, ou fora dela, colabora
e muito para uma melhor compreensão dos conteúdos e, nessas atividades aqui
propostas, valoriza-se o trabalho em grupos e a intervenção constante do professor.
Esse trabalho de acompanhamento do processo de aprendizagem dos alunos pelo
educador é valioso, visto que funciona como um feedback, ou seja, caminhando
junto com os alunos no processo, o professor percebe os avanços e as dificuldades
podendo ampliar ainda mais a abrangência do que está ensinando. As inferências
podem tirar dúvidas existentes e/ou suscitar novas, o que estimulará o educando a
pensar, pesquisar e buscar respostas.
Vale lembrar que essa estratégia de utilização de modelagem poderá ser
ainda empregada para ensinar divisão celular (mitose e meiose) possibilitando
melhor compreensão da formação dos gametas (gametogênese), utilizando-se
pequenos fios de cores diferentes representando cromossomos, facilitando a
visualização da separação das cromátides e segregação independente. Será ainda
de grande utilidade para demonstrar os casos de co-dominância e herança
intermediária e, como as cores das massas são miscíveis entre si servirá também
para demonstrar herança quantitativa. Sendo assim, esse recurso quebra a rotina da
sala de aula abrindo um leque de possibilidades para a compreensão de vários
conteúdos de genética, e com um pouco de criatividade, até mesmo de outros
conteúdos da Biologia e de outras disciplinas.
5. REFERÊNCIAS
BANET, E.; AYUSO, E. Teaching genetics at secondary school: a strategy for teaching
about the location of inheritance information. Science Education, v. 84, p. 313–351,
2000.
CAMPANARIO, J. M. y MOYA, A. Cómo enseñar ciencias? Pricipales tendencias y
ropuestas. Revista Electrónica de Enseñanza de Las Ciencias, v. 17, n. 2, p.179-192,
jun. 1999.
CORAZZA-NUNES, M. J., PEDRANCINI, V. D.; GALUCH, M.T.B.; MOREIRA, A.L.O.R.;
RIBEIRO, A.C.R. Implicações da mediação docente nos processos de ensino e
aprendizagem de biologia no ensino médio. Revista Electrónica de Enseñanza de lãs
Ciências. v. 5, n. 3, p. 222-531, 2006. Disponível em: <http://reec. uvigo.es/volumenes/volumen5/ART8_Vol5_N3.pdf>. Acesso: 13 nov. 2010.
FERREIRA, F. E.; CELESTE, J. L. L.; SANTOS, M. C.; MARQUES, E. C. R.;
VALADARES, B. L. B.; OLIVEIRA, M. S. “Cruzamentos Mendelianos”: o bingo das
ervilhas. Genética na Escola. v.1, p. 1-12, 2010. Disponível em:
<http://www.geneticanaescola.com.br/ano5vol1/MS03_002.pdf>. Acesso: 13 nov. 2010.
LAURENCE, J. Biologia: ensino médio, volume único. 1.ed. São Paulo: Nova
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LOPES, S.; ROSSO, S. Biologia – Volume único. 1.ed. São Paulo: Saraiva S.A.,2005.
MARRERO, A. R.; MAESTRELLI, S. R. P. Qual a relação existente entre
DNA,cromossomos e genes? Conceitos identificados entre alunos das fases iniciais
decursos da área da saúde na UFSC. In: Congresso Nacional de Genética, 47.º, 2001,
Águas de Lindóia. Resumos..., SBG – Sociedade Brasileira de Genética, 2001.
PAES, M. F.; PARESQUE, R. ”Jogo da memória: Onde está o gene?”. Genética na
Escola. v. 2, p. 26-29, 2009. Disponível em: <http://www.geneticana escola.
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