Comilarka geral

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I
NOVAS
TERAP&JTICAS
DE
COMBATE A 0 TRANSTORNO
DE COMPULS,.&O
ALIMENTAR
COMECAM A SER TESTADAS.
B
em poucos est5o livres do pecado da
gula. Tem m5e chocolatra que devora
escondida - de uma s6 vez - a caixa de 500
gramas de bombons s6 para n5o dividir
com os filhos. HA aqueles tambem que comem tanto e de tudo no churrasco do
amigo a ponto de passar ma1 no final da
tarde do domingo. Cenas assim n5o s5o
raras de despertar vez ou outra, nem s5o
consideradas anormais. Mas, se epis6dios
semelhantes passam a acontecer regularmente, pel0 menos uma vez por semana
durante tr&smeses seguidos, fique alerta.
Principalmente se a comilanqa desenfreada desencadear sensaq6es de culpa, angtistia, desgosto, fracasso ou qualquer outro sofrimento emocional.
Rotina assim pode sinalizar o Transtorno de Compuls5o Alimentar (TCA), um
diagn6stico que tem crescido nos ultimos
anos e que requer tratamento especializado. Pacientes que apresentam o disdrbio
costumam ingerir em determinado periodo de tempo - cerca de duas horas - quantidade de alimentos expressivamente superior em relaq5o ao padr5o normal. 0
descontrole diante da ingest50 leva os portadores, mesmo na aushcia de apetite ou
fome, a n5o parar de comer. S6 puxam o
freio quando n5o ha mais comida A mesa
ou quando s5o chamados para alguma
tarefa de urgencia.
TUDO DE UMA SO VEZ
"Eles devoram de forma
veloz doce e salgado ao mesmo tempo e muitas vezes escondidos dos familiares por
vergonha da quantidade
ingerida", explica o psiquiatra Marco Antonio
Abud Torquato Jr., medico-assistente do Hospital
Universitdrio da Universidade de Siio Paulo (USP). 0 TCA niio esti associado a anorexia nervosa ou bulimia, que siio outros
disturbios alimentares. "Alguns chegam a
vomitar, mas por excess0 de ingest20 e niio
por provocar o v6mit0, como ocorre na bulimia", diferencia a psiquiatra Angelica
Claudino, professora e coordenadora do
Programa de Atenqiio aos Transtornos Alimentares da Universidade Federal de Siio
Paulo (Unifesp). Niio basta ter boa vontade para se livrar da compulsiio alimentar.
"0 disturbio esti ligado a virios fatores,
entre eles, a uma desordem bioquimica no
cCrebroU,explica o medico Mario Torquato. H i ainda questdes gedticas e ambientais que podem favorecer o desenvolvimento do quadro. Seja como for, existem
diversas linhas de tratarnentos. Dependendo do caso, o psiquiatra - o medico especialista em tratar o transtorno - pode lanqar miio de remCdios, de psicoterapia ou
do acompanhamento de um nutrrjlogo, ou
a associaqiio de todos eles.
NOVAS ABORDAGENS
Mesmo com esse arsenal terapGutico, a
busca por novas linhas teraphicas 6 constante no meio cientifico, tanto que o Programa de Atenqiio aos Transtornos Alimentares (Proata), da Universidade Federal de Siio Paulo, esti recrutando voluntdrios para participar de um estudo que testar5 a abordagem multidisciplinar no tratamento de pessoas com bulimia nervosa
ou transtorno de compulsiio alimentar associada a sobrepeso ou obesidade.
A pesquisa, desenvolvida pel0 Departamento de Psiquiatria, envolveri atendi- 3
mento psicol6gico grupal gratuito, composto de 30 sessdes durante seis meses, e
avaliara dois tipos de tratamento para definir qua1 deles pode ser mais efetivo na melhora dos sintomas alimentares e nos cuidados com o peso. Outro estudo, que segue
uma linha mais biologics, segundo a medica Angelica Claudino, vai testar o emprego
da estimulaqdo magnetics transcraniana
no tratamento da compulsdo alimentar.
Aprovada em 2012 pel0 Conselho Federal de Medicina, a estimulaq20 magnetica transcraniana (EMT) 6 uma terapia focal, niio invasiva, praticamente indolor e
que apresenta baixo indice de reaqBes adversas. A tecnica ja 6 empregada com sucesso no tratamento da depress50 resistente, ou seja, nos casos que ndo apresentam
resposta satisfatoria a terapias medicamentosas.
dando os momentos em que mais sente
Democratico, o TCA e frequente tanto
em homens quanto em mulheres, que
fome e as razdes que o leva a comer sem
controle", define o psiquiatra. Durante
costumam bater A porta do consultorio
medico geralmente na terceira decada
as sessBes, o portador tarnbem 6 treinada vida, embora os sintomas tenham codo a se alimentar de forma diferente.
meqado ainda na adoleschcia. QualDe acordo com a coordenadora do
Proata, o monitoramento da dinknica
quer um estd sujeito a desenvolver o
quadro, mas o TCA 6 muito
alimentar do paciente 6 imUma
das
prescindivel durante a teracomum em pessoas que soferrnmmtm
frem de obesidade, tanto que
pia. "Ele deve fazer uma esp&
o medico do Hospital Uni- b@7'Mucedi~no cie de diArio, registrando e
monitorando toda a alimentaversitario da USP estima que
tratamento da
metade daqueles que buscam doenCa ,ja tmapia g o diAria, inclusive os epida cirurgia bariatrica apresencom~ortammta~ dios de compulsiio e possiveis
ta o transtorno.
situaqh capazes de ter desencognitiva.
Sem tratar a compulsdo
cadeado o quadro, como uma
alimentar, as chances de sucesso na cibriga que aconteceu com o parceiro ou a
rurgia siio minimas, jd que o paciente 6
ansiedade por apresentar um projeto no
trabalho", exemplifica a medica. 'Muitos
capaz de devorar sozinho um pote de
sorvete ou uma lata de leite condensado
estudos mostram que terapia sozinha
num piscar de olhos. "Uma das ferrapode melhorar a compulsb alimentar e o
mentas bem-sucedidas no tratamento
peso. E quando a terapia tem acompada doenqa 6 a terapia comportamental
nharnento nutritional e medicamentoso,
cognitiva, tecnica que ajuda o paciente a
os resultados s b muito melhores", aaesconhecer mais sobre si mesmo, desven0
centa o medico Torquato Jhior.
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