Artigo Técnico Pediatria – Abril / 2007 Estudo multicêntrico randomizado, duplo-cego, comparando o uso de 10, 20 e 40 mg de pantoprazol em crianças de 5 a 11 anos, com doença do refluxo gastroesofágico sintomática. Resumo Introdução O estudo teve por objetivo avaliar a melhora sintomática de 53 crianças de 5 a 11 anos com doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), comprovada por endoscopia digestiva alta, tratadas oito semanas com pantoprazol (10, 20 ou 40 mg), através de um questionário pediátrico de acesso aos sintomas da DRGE. Métodos O questionário pediátrico de acesso aos sintomas da DRGE foi usado para obter a freqüência e gravidade da sintomatologia referida pelo paciente, como dor abdominal e torácica, pirose, dificuldade de deglutição, náusea, vômitos, regurgitações, dispepsia e eructação. Para cada sintoma foi realizado um escore individual baseado na freqüência e gravidade. Depois, esses escores foram somados, para obter o escore composto de sintomas (ECS). O objetivo primário foi causar uma mudança na média de ECS na oitava semana de tratamento. Resultados Os pacientes foram separados em três grupos, levando em consideração a dosagem diária de pantoprazol que receberam: 10 mg (n=19), 20 mg (n=18) e 40 mg (n=16). Apenas quatro pacientes apresentavam esofagite erosiva, sendo que os demais apresentavam esofagite não erosiva. As características clínicas dos pacientes eram semelhantes (idade, sexo, peso, altura, IMC, gravidade da esofagite e achados histológicos) em todos os grupos. A média da freqüência e gravidade dos sintomas diminuiu significativamente durante as oito semanas de tratamento (de p<0.006 para p<0.001). Uma diminuição significativa de ECS na oitava semana foi identificada da mesma forma para todos os grupos em relação ao ECS inicial (p<0.001). As dosagens de 20 e 40mg foram mais efetivas do que as de 10mg (p<0.003 e p<0.01 respectivamente) para melhorar os sintomas na primeira semana de tratamento. Efeitos adversos foram encontrados em todos os grupos (mais comum foi a cefaléia), porém, nenhum efeito adverso foi considerado grave. Aproximadamente 50% dos pacientes apresentaram melhora endoscópica após o tratamento, sem diferença significativa entre os grupos. Conclusão Pantoprazol 20mg e 40mg é efetivo em melhorar os sintomas em pacientes com DRGE comprovada endoscopicamente. Ambas as dosagens diminuem significativamente os sintomas na primeira semana de tratamento. Exemplificação de Fórmula 1. Pantoprazol - suspensão oral Pantoprazol ............ 20 mg / 5 mL Suspensão oral qsp qsp Mande.....ml. Posologia: 1 dose de 5mL (20 mg) ou 10 mL (40 mg) ao dia ou a critério médico. A formulação contida neste artigo é apresentada como exemplificação, podendo ser modificada a critério médico. 1 Farmacologia Simplificada do Pantoprazol Fármaco Classe Terapêutica Indicações Principa Interações Medicamentosas Principais Reações Adversas Principais Pantoprazol 1. Agente antiulceroso. 2. Inibidor da bomba de prótons 1. Úlcera gástrica; 2. Úlcera duodenal; 3. Esofagite por refluxo (moderada a agrave); 4. Gastrite erosiva; 5. Síndrome de Zollinger-Ellison. 1. 1. Cetoconazol (e outros fármacos cuja absorção são dependentes de pH, como ésteres da ampicilina, sais de ferro): Diminuição da absorção de fármacos dependentes de pH ácido para sofrerem absorção. Fármacos que sofrem metabolismo hepático via citocromo P-450 (Ex: diazepam, teofilina, digoxina, contraceptivos orais, fenitoína, antiácidos e nifedipina): em raras ocasiões, relatos indicam que o pantoprazol pode alterar o metabolismo de fármacos que são metabolizados pelo sistema enzimático do citocromo P-450. Cefaléia 2. Diarréia 3. Edema 4. Febre 5. Visão turva 6. Flatulência 7. Náuseas 8. Exantema cutâneo 9. Prurido 1. O pantoprazol não é indicado para o tratamento de enfermidades gastrintestinais leves, como por exemplo, a dispepsia. 2. Antes do tratamento com pantoprazol deve-se excluir a possibilidade de uma úlcera gástrica maligna ou enfermidade maligna de esôfago, visto que o fármaco pode aliviar os sintomas nesses quadros clínicos e, portanto, pode atrasar seu diagnóstico. 3. O diagnóstico da úlcera gastroduodenal e de esofagites por refluxo devem ser confirmados através de uma endoscopia. 4. Apesar do fato que os pacientes com cirrose hepática aumentam a meiavida média para 7,9 horas, pode-se utilizar a mesma dose de pantoprazol, devido a seu perfil de segurança e tolerabilidade. 2. Precauções de Uso Referências 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Martindale; The Complete Drug Reference; 33a edição; Pharmaceutical; Massachusetts, 2002. Mosby´s. Drug Consult ™. An Imprint of Elsevier Science. St. Louis, EUA; 2002. United States Pharmacopeial Convention; Drug Information for the Health Care Profissional (USP DI); 20a edição. Korolkovas, A. e França, F.F.C.A. Dicionário Terapêutico Guanabara. Edição 2001/2002. Editora Guanabara Koogan. Rio de Janeiro-RJ. P.R. Vade Mécum; Brasil, 10a edição; Câmara Brasileira do Livro. São Paulo-SP, 2005. Rang, H. P.; Dale, M. M.; Ritter, J. M.; Farmacologia; 5a edição (3ª revisão); Editora Guanabara Koogan; Rio de Janeiro, 2005. Goodman & Gilman. The pharmacological basis of therapeutics, 11th ed. Bruton, Lazo and Parker editors; Mc Graw Hill Ed. USA, 2006. Revista Médica de Santiago (RMS); volume 2; número 9; p. 11 a 17, 1999. Pantoprazole. Disponível em: http://www.nlm.nih.gov/. Acesso em 15 de março de 2007. Artigo Técnico Pediatria é parte integrante do SAP®, produto exclusivo da Racine Consultores Ltda. 2