Avaliação da atividade antidengue da fosfolipase A2

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Avaliação da atividade antidengue da fosfolipase A2-CB isolada do
veneno da serpente Crotalus durissus terrificus.
Russo, R. R.1, Müller, V. D. M.1, Sampaio, S. V.1, Aquino, V. H.1
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Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, USP.
1. Objetivos
O vírus da dengue (DENV) é a mais importante
arbovirose (vírus transmitidos por artrópodes)
que acomete países tropicais e subtropicais. O
controle da dengue é feito apenas pelo controle
do vetor, pois não existe, até o momento,
nenhuma vacina que proteja contra a infecção
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e nenhum fármaco antiviral para tratamento .
Portanto, estudos para identificação de
fármacos que a combatam são de suma
importância. Este estudo tem como objetivo
avaliar a potencial atividade antidengue da
fosfolipase A2-CB (PLA2-CB) isolada do veneno
da serpente Crotalus durissus terrificus.
2. Material e Métodos
Primeiramente foi determinada a citotoxicidade
da PLA2-CB em células VERO E6. A PLA2-CB
não apresentou citotoxicidade suficiente para
calcular a concentração citotóxica a 50% do
tapete celular (CC50) até uma concentração de
500ng/µL. Devido à escassez do material, os
ensaios antivirais foram realizados com uma
concentração máxima de 100ng/µL e diluições
seriadas duplas. Para avaliação da atividade
antiviral (DENV-1/-2/-4) foram utilizadas três
estratégias metodológicas: 1. Virucida, a toxina
é incubada a 37ºC por 1h com o vírus antes da
infecção celular; 2. Pré-infecção, a toxina é
incubada a 37ºC por 3h com as células antes
da infecção; 3. Pós-infecção, as células são
infectadas e a toxina é adicionada após 1h. O
efeito da toxina sobre os vírus foi avaliado pela
inibição da replicação viral, a qual foi medida
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pela técnica de placas de lise . A percentagem
de inibição da infecção celular induzida pela
PLA2-CB foi calculada por comparação com o
número de placas de lise do tapete celular
infectado sem tratamento com PLA2-CB. Por
análise de regressão, foi calculada a
concentração da PLA2-CB que protege 50% do
tapete celular da infecção viral (CE50).
Posteriormente, foi calculado o índice de
seletividade (IS=CC50/CE50) que expressa quão
promissora é a atividade antiviral de um
composto (IS>4 indica atividade antiviral
promissora). Para calcular o IS, a concentração
máxima analisada foi considerada a CC50.
3. Resultados
A PLA2-CB apresentou elevada atividade
antidengue nos ensaios virucida e pré-infecção
contra os três sorotipos testados.
Sendo a
CE50: no ensaio virucida, 0,0000151033ng/µL
(DENV-1),
0,00002558ng/µL
(DENV-2),
0,000512ng/µL (DENV-4); e no pré-infecção,
0,156325ng/µL (DENV-1), 0,0602475ng/µL
(DENV-2), 0,257675ng/µL (DENV-4). A Tabela
1 mostra o elevado IS da PLA2-CB nos ensaios
virucida e pré-infecção. Entretanto, a PLA2-CB
não apresentou atividade antiviral no ensaio
pós-infecção. Considerando que a atividade
antiviral foi significativamente maior no ensaio
virucida que no pré-infecção, a PLA2-CB,
provavelmente, tem ação direta sobre a
partícula viral; já que o DENV é um vírus
envelopado e as PLA2 catalisam a hidrólise de
fosfolipídios de membrana.
Tabela 1: Avaliação da atividade antiviral de PLA2CB contra os vírus da dengue.
Índices de Seletividade
Estratégias
DENV-1
DENV-2
DENV-4
Virucida
33105347,83 19546520,71 976562,5
Pré-infecção
3198,46
8299,09
1940,42
Pós-infecção
-
4. Conclusões
Esses resultados sugerem que a PLA2-CB
possui uma potencial atividade antidengue,
podendo vir a ser uma importante ferramenta
na prospecção de novas drogas antivirais.
5. Referências Bibliográficas
[1] PASTORINO, B. et al. Role of host cell
factors in flavivirus infection: Implications for
pathogenesis and development of antiviral
drugs. Antiviral Res., 87(3):281-294, 2010.
[2] CARLUCCI, M. J. et al. Antiherpetic activity
and mode of action of natural carrageenans of
diverse structural types. Antiviral Res.,
43(2):93-102, 1999.
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