Ministério da Saúde Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ/RJ Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca AVALIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA ÀS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS NA REDE BÁSICA DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE ILHÉUS/BA TANIA MARIA DE OLIVEIRA CORDEIRO Orientadora: Profª Drª Vera Lúcia Luiza Auxiliar de Orientação: Profª Maria Aparecida Patroclo BRASÍLIA OUTUBRO, 2008 1 TANIA MARIA DE OLIVEIRA CORDEIRO Avaliação da Assistência às Doenças Sexualmente Transmissíveis na Rede Básica de Saúde do município de Ilhéus/BA. Dissertação apresentada à Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca para fins de obtenção do título de Mestre em Vigilância em Saúde e Avaliação de Programas de Controle de Processos Endêmicos. Área de concentração: Avaliação em Saúde Orientadora: Profª Drª Vera Lúcia Luiza Auxiliar de Orientação: Profª Maria Aparecida Patroclo BRASÍLIA OUTUBRO, 2008 2 Dedico este trabalho às minhas filhas Lanna, Lara e Isadora que são a razão do meu viver. 3 FICHA CATALOGRÁFICA Cordeiro, TMO. Avaliação da Organização da Assistência às Doenças Sexualmente Transmissíveis na Rede Básica de Saúde do município de Ilhéus/BA / Tânia Maria de Oliveira Cordeiro – Salvador, 2008, 100p. Dissertação (mestrado) – Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca / Fundação Oswaldo Cruz Área de concentração: Avaliação em Saúde Orientadora: Prof. Dra. Vera Lúcia Luíza Descritores: 1. Avaliação 2. Implementação 3. DST 4 AGRADECIMENTOS À profª Drª Beth Moreira que nos fez pisar na zona do agrião para aprendermos o que é Avaliação; À profª Vera Lúcia Luíza pela inestimável orientação. A profª Maria Aparecida Patroclo, por acreditar na construção desta dissertação. À Martha Tostes, pelo incentivo e suporte durante o desenvolvimento deste trabalho; À Secretaria de Saúde do Estado da Bahia pelo apoio e liberação; À Secretaria de Saúde de Ilhéus, em especial, à Mariza Lindote; Aos colegas da Coordenação Estadual de DST/Aids e Diretoria de Vigilância Epidemiológica pelo apoio e solidariedade; À Leidijany, amiga e colega, pelo acolhimento e valorosa colaboração. 5 Vale à pena existir De tudo ficaram três coisas: A certeza de que estamos começando, A certeza de que é preciso continuar e A certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar Fazer da interrupção um caminho novo, Fazer da queda um passo de dança, Do medo uma escola, Do sonho uma ponte, Da procura um encontro, E assim terá valido a pena existir! Fernando Sabino 6 RESUMO Este estudo avalia a organização da assistência às Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST - na Rede Básica de Saúde do município de Ilhéus/BA. A análise proposta objetivou avaliar o grau de implementação da assistência aos portadores de DST, utilizando como parâmetro a conformidade das ações desenvolvidas nas Unidades de Saúde de Atenção Básica - USAB com o preconizado no Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis (BRASIL, 1999) e a aceitabilidade do uso do Protocolo de Abordagem Sindrômica pelos profissionais de saúde, tendo como dimensões a serem avaliadas a descentralização e a integralidade da atenção. Foi elaborado o Modelo Lógico da intervenção, onde foram sistematizados os insumos, atividades, produtos e resultados esperados, que conformam a organização dos serviços de assistência às DST de forma a produzir impacto junto à população em geral, desde que associados a outras ações. A avaliação foi conduzida por meio de estudo de caso, onde as unidades de observação foram compostas por dez USAB do município. Para definir o grau de implantação foi utilizada uma matriz de análise e julgamento, de acordo com as dimensões avaliadas. As dimensões foram categorizadas em subdimensões e estas em critérios de acordo com os componentes de contexto, insumo, atividade e produto. Para cada critério foram definidas pontuações, cujo resultado subsidiou a aplicação de escores específicos classificando o grau de implantação em: adequado, parcialmente adequado, insuficiente e incipiente. Os resultados apontaram que o grau de implantação da assistência às DST na rede básica de serviços de saúde do município de Ilhéus se mostrou insuficiente, denotando a necessidade de estruturar adequadamente a assistência, de forma a garantir o imediato atendimento ao portador de DST, em uma perspectiva de integralidade. Dessa maneira, recomenda-se aos gestores do município um maior investimento na sensibilização e capacitação dos profissionais para utilização do protocolo de abordagem sindrômica e para a prática do aconselhamento individual e coletivo na rotina do serviço, além de garantir a oferta e disponibilidade de medicamentos e preservativos e promover um acolhimento que esteja aberto às perspectivas de diálogo e de escuta às suas demandas. A incorporação de práticas educativas deve permear todas as atividades de modo que possa contribuir para a construção de uma atenção realmente integral à saúde. Palavras-chaves: Avaliação, Implementação, DST. 7 Abstract This study evaluates the organization of the healthcare provided to patients with sexually transmitted infections (STIs) within the basic healthcare network of the municipality of Ilhéus in the state of Bahia. With the objective of assessing the degree of implementation of the healthcare provided to STI patients, the parameters defined were conformity between the actions developed in the healthcare units and those defined in the Manual for the Control of Sexually Transmitted Infections (Brazilian Ministry of Health, 1999), and use acceptability of the Protocol for Evaluation of Signs and Symptoms by healthcare professionals. The dimensions analyzed were decentralization and integrality of healthcare. A logical model was elaborated in which the materials, activities, products and expected results were systematized according to the organization of the STI healthcare services in such a way as to create an effect on the population in general when associated with other actions. A case study was then conducted and date were collected in ten basic healthcare facilities in the town. To define the degree of implementation, an analysis and judgement matrix was used in accordance with the dimensions evaluated. The dimensions were classified into sub-dimensions and then into criteria in accordance with the components of context, inputs, activities and products. Scores were defined for each criterion and subsequently used to classify the degree of implementation as: adequate, partially adequate, insufficient or incipient. The results showed an insufficient degree of implementation of STI care within the basic healthcare service network in the town, indicating a need for adequate restructuration to guarantee immediate integral care for STI patients. Municipal managers are therefore recommended to consider major investment in the sensitization and training of health professionals in the use of the Protocol for Evaluation of Signs and Symptoms and in the practice of individual and collective counseling as part of the routine activities of the service. In addition, the offer and availability of medication and condoms and promotion of a welcoming atmosphere in which dialogue is encouraged and demands are heard should be ensured. The incorporation of educational practices should permeate all activities to warrant constructing a truly integrated healthcare service. Key words: evaluation; implementation; STI. 8 Apresentação A motivação para o desenvolvimento deste estudo partiu da minha experiência como ex-coordenadora do programa municipal de DST/Aids e como técnica da Vigilância Epidemiológica do município de Ilhéus. Na ocasião, ao proceder análise dos casos notificados de DST, verificou-se que, apesar da alta prevalência dessas doenças no país, o número de casos notificados no município nos últimos anos vinha sofrendo um declínio significativo, dados supostamente incompatíveis com a realidade. Adicionalmente se observou que muitas unidades de saúde vinham se mantendo silenciosas em relação à notificação das DST. Esse cenário provocou a necessidade de se realizar uma avaliação em relação à organização dos serviços no tocante à assistência às DST. Este trabalho apresenta os passos desse estudo. Nos capítulos 1 e 2 o tema é introduzido apresentando justificativa, pressupostos e objetivos. Os capítulos de 3 a 5 trazem ao leitor uma contextualização das DST, a pergunta de avaliação e os passos metodológicos. Adotou-se como forma de sistematização do conteúdo a modalidade de artigo para apresentar os resultados e discussões, o qual constitui o capítulo 6. Por fim, são colocadas as lições aprendidas. Por meio deste estudo, espera-se obter subsídios para contribuir com a melhoria da qualidade da assistência aos portadores de DST e parceiros. 9 SUMÁRIO Agradecimentos .................................................................................................................... 5 Resumo ................................................................................................................................. 7 Abstract ................................................................................................................................. 8 Lista de quadros E FIGURAS............................................................................................. 11 Lista de siglas...................................................................................................................... 12 Apresentação....................................................................................................................... 12 1 Introdução ................................................................................................................... 13 1.1 Justificativa ......................................................................................................... 16 1.2 Pressupostos do estudo: ...................................................................................... 17 2 Objetivos do estudo..................................................................................................... 17 2.1 Objetivo geral...................................................................................................... 17 2.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 17 3 Marco Teórico............................................................................................................. 18 3.1 Contextualizando as DST ................................................................................... 18 3.2 Diretrizes para a organização da Assistência às DST......................................... 22 3.3 Concepções teóricas e metodológicas da avaliação............................................ 28 3.4 Modelo lógico e modelo teórico ......................................................................... 32 3.5 Assistência às DST no município de Ilhéus/BA ................................................. 36 4 Pergunta do estudo...................................................................................................... 34 5 Metodologia ................................................................................................................ 35 5.1 Desenho de Estudo.............................................................................................. 35 5.2 Unidades de Observação..................................................................................... 36 5.3 Estratégia da pesquisa ......................................................................................... 38 5.4 Modelo lógico do programa de DST .................................................................. 38 5.5 Análise dos dados ............................................................................................... 46 6 ARTIGO - Avaliação da Assistência às Doenças Sexualmente Transmissíveis na Rede Básica de Saúde do Município de Ilhéus/BA ............................................................ 52 6.1 Resumo ............................................................................................................... 52 6.2 Abstract ............................................................................................................... 53 6.3 Introdução ........................................................................................................... 54 6.3.1 Contexto sócio-epidemiológico .................................................................. 57 6.4 Materiais e métodos ............................................................................................ 58 6.4.1 Tipo de estudo............................................................................................. 58 6.5 Resultados ........................................................................................................... 66 6.5.1 Descentralização ......................................................................................... 67 6.5.2 Integralidade ............................................................................................... 68 6.6 Discussão ............................................................................................................ 71 6.7 Conclusões e Recomendações ............................................................................ 77 6.8 Referências Bibliográficas .................................................................................. 80 7 Lições aprendidas........................................................................................................ 82 8 Referências bibliográficas........................................................................................... 85 Anexo 1. Mapa do interior do município............................................................................ 92 Anexo 2. Contexto externo – sede município..................................................................... 93 Anexo 3. Instrumentos de coleta de dados.......................................................................... 94 Anexo 5. Roteiro de observação ....................................................................................... 104 Anexo 6. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .................................................. 105 Anexo 7. Termo de Consentimento de Utilização de Dados Institucionais ..................... 107 10 LISTA DE QUADROS E FIGURAS Quadro 1. Organização de serviços para atendimento a portadores de DST...................... 22 Quadro 2. Modelo lógico de avaliação ............................................................................... 41 Quadro 3. Dimensões, sub-dimensões, indicadores e fonte de verificação. ....................... 46 Quadro 4. Distribuição dos serviços de saúde, por localização geográfica (zona) do município de Ilhéus/BA. ............................................................................................. 57 Quadro 5. Dimensões, sub-dimensões, indicadores e fonte de verificação. ....................... 59 Figura 1. Modelo lógico para organização de serviços de atendimento aos portadores de DST ............................................................................................................................. 45 Figura 2. Modelo lógico para organização de serviços de atendimento aos portadores de DST ............................................................................................................................. 79 Tabela 1 – Grau de Implantação por Subdimensão e pontuação observada e esperada por componente. ................................................................................................................ 66 11 LISTA DE SIGLAS AbS Abordagem Sindrômica ACS Agente Comunitário de Saúde AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida Anti-HIV Anticorpos contra o vírus HIV ARV Antiretroviral CDC Centers for Disease Control and Prevention DIP Doença Inflamatória Pélvica DST Doenças Sexualmente Transmissíveis HIV Vírus da Imunodeficiência Humana HPV Papilomavírus Humano IEC Informação, Educação e Comunicação ITR Infecção do Trato Respiratório OMS Organização Mundial de Saúde PN-DST/AIDS Programa Nacional de DST e Aids SINAN Sistema de Informação de Agravos Notificáveis SUS Sistema Único de Saúde UBS Unidade Básica de Saúde USAB Unidade de Saúde de Atenção Básica USF Unidade de Saúde da Família 12 1 Introdução Este estudo surgiu da necessidade de avaliar as ações de assistência às Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST - desenvolvidas na Rede Básica de Saúde do município de Ilhéus, tendo como premissa que as mudanças sociais e de hábitos sexuais das últimas décadas têm provocado alterações no perfil das DST, transformando seu controle em desafio para a saúde pública, principalmente por suas repercussões médicas, sociais e econômicas. Objetivou, desta forma, avaliar o grau de implementação da assistência aos portadores de DST nas unidades de saúde que compõem a Rede de Atenção Básica do município, tendo enfoque nas ações programáticas empregadas na prevenção, controle e assistência às DST, dentro da perspectiva da descentralização e integralidade da atenção. Considerou-se que as unidades de saúde da atenção básica – USAB - oferecem ambiente adequado para um conhecimento das necessidades da população a que se destinam, facilitando o acesso à mesma. Observações empíricas demonstram que a maioria da demanda destes serviços é composta por mulheres, sendo local de acesso destas ao planejamento familiar e pré-natal, e, portanto um espaço privilegiado para a prevenção da transmissão vertical da sífilis, do HIV e das outras DST. As DST ocorrem com maior freqüência nos países em desenvolvimento, onde constituem a segunda maior causa de perda de vida saudável entre mulheres de 15 a 45 anos (DALLABETTA et al.., 1997). Atualmente, tem sido ressaltada sua associação com maior risco de infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) (CDC, 1998). As DST só voltaram a ser consideradas um problema de saúde pública após a epidemia de AIDS e, mesmo assim, não se consegue avançar na implementação de uma política que dê conta de controlá-las. Poucas referências de base populacional sobre DST foram identificadas e a maioria dos estudos encontrados se concentra em grupos de alto risco, como trabalhadores do sexo, e/ou em clínicas especializadas em DST (BACHMANN et al., 2000 apud CARRET et al., 2004). Nos países em desenvolvimento, o grande percentual de jovens, o rápido aumento 13 da urbanização e o baixo status da mulher são alguns dos fatores contribuintes para o crescimento dessas doenças (WHO, 2001). Recentemente foi divulgado pelo Ministério da Saúde um estudo idealizado e desenvolvido pelo Programa Nacional de DST/Aids (BRASIL, 2008) com o objetivo de fornecer informação sobre a distribuição e freqüência das principais infecções bacterianas, virais e parasitárias sexualmente transmitidas em diferentes sub-populações de menor e maior risco, em seis capitais no Brasil, e obter indicadores epidemiológicos que pudessem servir como linha de base para a avaliação de futuras intervenções. A população-alvo do referido estudo foi constituída de pessoas sexualmente ativas das cidades selecionadas, abordadas nas três sub-populações seguintes: gestantes, homens trabalhadores de pequenas indústrias e pessoas de ambos os sexos que procuraram assistência em clínicas selecionadas de DST. Do total das gestantes estudadas, 11% tinham uma infecção bacteriana; 37% apresentavam uma infecção viral; e 42 % pelo menos uma das DST analisadas. Dado que estas gestantes eram supostamente assintomáticas para DST, infere-se que a elevada prevalência dessas infecções possa estar desempenhando um papel importante na morbidade e mortalidade materno-infantil, o que justifica o fortalecimento das ações de vigilância e atenção a esse grupo de infecções nos serviços de atendimento pré-natal. A circulação do papilomavírus humano (HPV) no grupo de gestantes estudadas foi alta, em especial seus tipos de alto risco, sobretudo nas gestantes jovens e adolescentes, o que demonstra a necessidade de intensificação das ações de prevenção e controle do câncer de colo uterino. Quanto à totalidade dos homens trabalhadores de indústrias, 5,2% tinha uma DST bacteriana e, dado que se tratava de um grupo supostamente assintomático para DST, ressalta-se a importância do desenvolvimento de programas de busca ativa dessas infecções. Os homens e mulheres que demandaram atendimento em clínicas de DST apresentaram, no estudo referido, uma prevalência de 51,0% para todas as DST investigadas, 14,4% para as bacterianas e 41,9% para as virais, evidenciando alta probabilidade de infecção, sintomática ou não, por uma ou várias dessas doenças sexualmente transmissíveis, mesmo que não tenha sido possível incluir todas as doenças. Conforme os padrões internacionais estabelecidos pela OMS, as DST representam, para o Brasil, um peso importante de morbidade, já que a taxa de prevalência de sífilis em 14 gestantes é maior do que 1%, a prevalência de DST curáveis é maior do que 5% e também a prevalência de DST curáveis nos adolescentes ultrapassa 10% (BRASIL, 2008). O problema é agravado pela grande quantidade de indivíduos que se automedica com tratamentos inadequados, resultando em aumento da resistência antimicrobiana e podendo levar a quadros subclínicos que os mantêm como elos fundamentais na cadeia de transmissão das doenças (BRASIL, 1999). Outro aspecto que se relaciona à alta prevalência das DST é que, na maioria das vezes, as orientações dadas aos pacientes não contemplam atitudes capazes de prevenir a reincidência da doença e o tratamento dos parceiros (SILVEIRA, 2002). Com o propósito de orientar a Rede de Atenção Básica, através das Unidades Básicas de Saúde – UBS e Unidades de Saúde da Família – USF, a organizar serviços para atendimento aos usuários portadores de DST, o Ministério da Saúde elaborou um Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis (BRASIL, 1999). Esse Manual constitui uma excelente ferramenta para os gestores na elaboração das suas rotinas. Entretanto, a sua existência não garante que os serviços estejam implantados de acordo com os protocolos preconizados. Este estudo teve por objetivo avaliar o grau de implementação da Assistência aos portadores de DST na Rede Básica de Saúde do município de Ilhéus, utilizando como parâmetro a conformidade das ações desenvolvidas nas USAB com o preconizado no Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis (BRASIL, 1999) e a aceitabilidade do uso do Protocolo de Abordagem Sindrômica pelos profissionais de saúde, tendo como dimensões a serem avaliadas a descentralização e a integralidade da atenção. Adicionalmente buscou identificar problemas e fazer recomendações concretas para melhorar a assistência às DST nas Unidades de Saúde de Atenção Básica do município a partir do planejamento de estratégias para melhor organização da rede de atenção básica no que se refere ao acesso, diagnóstico, tratamento e notificação. 15 1.1 Justificativa No Brasil, AIDS, HIV na gestante/criança exposta, sífilis na gestação e sífilis congênita são as DST de notificação compulsória. A Bahia incluiu as demais DST na relação de agravos de notificação obrigatória do estado. Apesar do esforço empreendido pelo Sistema de Vigilância para estimular a notificação das DST, há evidências de subnotificação dessas doenças, conforme aponta Nascimento (2000) em trabalho realizado em um Centro de Saúde do município do Rio de Janeiro. Os serviços clínicos isolados contribuem de forma muito restrita para o controle das DST e, certamente, não solucionarão o problema. É fundamental incorporar atividades de educação para reduzir o risco, tornar os preservativos mais acessíveis, facilitar o acesso aos serviços de saúde, oferecer consultas mais resolutivas, sensibilizar a equipe de saúde para a notificação dos casos, realizar busca de parceiros e rastrear mulheres no pré-natal. Sabe-se que a magnitude do problema é ainda maior devido à grande quantidade de casos assintomáticos, bem como à tendência histórica de juvenilização e pauperização e às mudanças no comportamento sexual da população. Casos sintomáticos freqüentemente não são percebidos como patológicos pelos doentes e/ou não são diagnosticados pelos serviços. É necessário um esforço coletivo para divulgar a situação das DST e capacitar os serviços para atender os clientes. O sistema de saúde precisa estar preparado para implementar estratégias de prevenção e pronto-atendimento com intervenção terapêutica imediata, disponibilização de insumos, mantendo confidencialidade e ausência de discriminação. No contexto da atenção integral à saúde, o atendimento aos portadores de DST deve ser organizado de forma a não se perder a oportunidade do diagnóstico, tratamento e aconselhamento desses usuários, bem como contribuir para diminuir a vulnerabilidade a esses agravos, utilizando conhecimentos técnico-científicos atualizados e os recursos disponíveis mais adequados para cada caso. Os princípios básicos para o controle das DST são interromper a cadeia de transmissão e prevenir novos casos, o que ocorre quando se atua nos elos que formam essa corrente, detectando precocemente os casos e seus (suas) parceiro (a)(s) e tratando-os adequada e oportuna. 16 1.2 Pressupostos do estudo: • A adequada assistência aos portadores de DST na Rede Básica de Saúde contribui para reduzir a prevalência desses agravos no município de Ilhéus. • O nível de adequação da assistência às DST nas USAB está condicionado à forma como o serviço está organizado, considerando adequado o serviço de saúde que segue as recomendações do Ministério da Saúde explicitadas no Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST – 1999. 2 Objetivos do estudo 2.1 Objetivo geral Avaliar o grau de implementação da assistência aos portadores de DST nas Unidades de Saúde de Atenção Básica do município de Ilhéus, tendo em vista o processo de descentralização e a integralidade da atenção. 2.2 Objetivos específicos • Caracterizar o nível de implementação da assistência às DST; • Descrever o índice de adequação da intervenção; • Verificar a influência do contexto organizacional na descentralização e na integralidade da assistência aos portadores de DST. 17 3 Marco Teórico 3.1 Contextualizando as DST Historicamente, as DST têm no silêncio seu principal aliado. Não falar sobre elas ainda é a opção escolhida por muitos portadores. Vergonha, medo, invasão de privacidade – enfim, falta de conhecimento e excesso de preconceito nunca faltou no país. No Brasil, as DST ainda são “tratadas” nas farmácias, com palpites de vizinhos, amigos e dificilmente o paciente portador de DST chega aos serviços de saúde: quando isso ocorre, a espera é grande e a oferta de serviços é pequena (BRASIL, 2006). Em 1999, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estimou um total de 340 milhões de casos novos por ano de DST curáveis em todo o mundo em indivíduos com idade entre 15 e 49 anos, 10 a 12 milhões destes casos no Brasil. Outros tantos milhões de DST não curáveis (virais), incluindo o herpes genital (HSV-2), infecções pelo papilomavirus humano (HPV), hepatite B (HBV) e infecção pelo HIV ocorrem anualmente (WHO, 2005). Na maior parte dos países industrializados, as taxas de prevalência das DST são consideradas baixas e as taxas de incidência de gonorréia e sífilis têm declinado. Nos países em desenvolvimento, entretanto, as DST são freqüentemente observadas em níveis epidêmicos e constituem a segunda causa de perda de anos de vida produtiva (saudável) em mulheres dos 15 aos 45 anos de idade, depois apenas das causas de morbimortalidade materna. Entre os homens, o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e as DST contribuem juntos, com quase 15 % de toda a morbimortalidade neste grupo etário (WORLD DEVELOPMENT REPORT, 1993). Dentre mulheres com infecções não tratadas por gonorréia e/ou clamídia, 10 a 40% desenvolvem doença inflamatória pélvica (DIP). Destas, mais de 25% se tornarão inférteis. Para efeito de comparação, observa-se que a taxa de infertilidade por causas não infecciosas é estimada em 3 a 7%. Dados de países desenvolvidos indicam que mulheres que tiveram DIP têm probabilidade 6 a 10 vezes maior de desenvolver gravidez ectópica. Nos países em desenvolvimento, a gravidez ectópica contribui com mais de 15% das mortes maternas (WHO, 2004). Abortos espontâneos, natimortos, baixo peso ao nascer, 18 infecção congênita e perinatal estão associados às DST não tratadas em gestantes (GUTMAN, 1999). Estudos mostraram que pessoas com DST e infecções do trato reprodutivo não ulcerativas têm um risco aumentado de 3 a 10 vezes de se infectar pelo HIV, e que este sobe para 18 vezes se a doença cursa com úlceras genitais (FLEMING & WASSERHEIT, 1999). Entre homens, a clamídia também pode causar infertilidade (ELLEY et al.., 2005). Outras conseqüências associadas ao HPV incluem carcinoma de colo uterino, de pênis e de ânus. Evidências recentes sugerem que o herpes genital pode ser responsável pela maior proporção de novas infecções por HIV (RODRIGUES et al.., 2002). Sua prevalência é elevada no Brasil, apesar do baixo percentual de indivíduos que relatam sintoma prévio (CARVALHO et al.., 1999). Por outro lado, se o portador de HIV também é portador de alguma DST, mais facilmente transmitirá o HIV aos seus parceiros sexuais. A concentração média de HIV no líquido seminal é oito vezes maior em homens com uretrite, sem diferença na concentração sanguínea. Após o tratamento, a concentração seminal volta a ser comparável (COHEN et al.., 1997). O HIV também está presente na secreção cérvico-vaginal numa freqüência duas vezes maior entre mulheres com gonorréia, três vezes maior na presença de clamídia e quatro vezes maior se existe ulceração no colo uterino ou na vagina (GHYS et al.., 1997). A vaginose bacteriana, uma infecção do trato reprodutivo (ITR) de origem endógena, dobra o risco de infecção pelo HIV (SEWAMKAMBO et al.., 1997) e tem importantes implicações no período gestacional, com aumento do risco de prematuridade e infecção puerperal (LEITICH et al.., 2003). Afora isso, a inter-relação entre a infecção pelo HIV e as demais DST tem sido comprovada nos últimos anos. Tanto as doenças ulcerativas – como herpes genital, sífilis e cancróide, citado por Wasserheit (1992) – quanto as DST não ulcerativas – clamídia, gonococo e trichomonas, segundo estudo concluído por Laga et al. (1993) – constituem fator de risco para contrair ou transmitir o HIV. As USAB respondem atualmente por um grande número de consultas médicas e outros procedimentos assistenciais, representando uma importante porta de entrada para o 19 sistema de atenção à saúde no Brasil. A esse papel assistencial articulam-se ainda demandas sanitárias, como a vigilância e controle de doenças, bem como riscos de adoecimento, além da educação em saúde. A Rede de Atenção Básica constitui, portanto, uma forma tecnologicamente específica de atenção que envolve síntese de saberes e complexa integração de ações individuais e coletivas, curativas e preventivas, assistenciais e educativas (SCHRAIBER et al.., 1996). Em 1991, a Organização Mundial de Saúde (OMS) introduziu o conceito de Abordagem Sindrômica – AbS - para atendimento do portador de DST em países em desenvolvimento (NADAL & CARVALHO, 2004). O método consiste em incluir a doença dentro de síndromes pré-estabelecidas, baseadas em sintomas e sinais, e instituir tratamento imediato sem aguardar resultados de exames confirmatórios. O sucesso da Abordagem Sindrômica exige monitoramento e avaliação constante das atividades previstas nos protocolos (úlceras genitais, corrimento uretral, corrimento vaginal e cervicite, dor pélvica) bem como supervisão e treinamento do pessoal envolvido. No Brasil, desde 1993, o Programa Nacional de Controle das DST/Aids recomenda esta abordagem para tratamento dos doentes com alguma DST (NADAL & CARVALHO, 2004). Sabe-se que as estratégias de prevenção primária (uso do preservativo) e secundária (diagnóstico precoce e tratamento precoce) podem permitir o controle das DST e suas conseqüências. As ações nessa direção existem no país de forma pulverizada, com importantes diferenças regionais (BRASIL, 2006). A pactuação entre os três níveis de governo estabelece que a aquisição dos medicamentos para as DST é de responsabilidade dos estados e municípios e a aquisição de preservativos é compartilhada com o nível federal, sendo 80% de responsabilidade deste nas regiões sul e sudeste e 90% nas regiões norte, nordeste e centro-oeste (BRASIL, 2006). Apesar dos avanços na atenção básica nos últimos anos, muitas unidades de saúde têm capacidade resolutiva restrita e trabalham com agendamento de consultas, destinando pouco ou nenhum espaço para atendimento à demanda espontânea, não reconhecendo a 20 DST sintomática como uma prioridade, perdendo-se uma oportunidade de tratamento (BRASIL, 2006). Essa forma de organização restringe a acessibilidade aos serviços, levando os homens portadores de DST a continuar procurando prontos socorros, farmácias, curandeiros ou automedicação. As mulheres, frequentemente assintomáticas, não são rastreadas ou orientadas no seu atendimento ginecológico. Finalmente, os serviços que atendem DST tendem a ser clínicas especializadas, o que estigmatiza a população que as procura. Pela sua magnitude, transcendência, vulnerabilidade às ações e factibilidade de controle, as DST devem ser priorizadas pelos serviços de saúde de atenção básica. A assistência às DST deve ser realizada de forma integrada pelas Unidades de Saúde da Família, Unidades Básicas de Saúde e serviços de referência regionalizados. O primeiro, pelas suas características, pode facilitar o acesso ao cuidado e a busca de parceiros sexuais, enquanto as UBS e os últimos devem exercer um papel fundamental no tratamento adequado e seguimento clínico. É importante que as USAB se constituam na principal referência para o portador de DST incorporando a triagem, o aconselhamento e o manejo sindrômico na rotina dos serviços. É fundamental que haja participação e controle das ações pelas organizações da sociedade civil no acesso aos serviços, no cumprimento da pactuação para aquisição de medicamentos, na disponibilidade de insumos laboratoriais, de preservativos e de outros insumos. Embora o indivíduo seja o foco das intervenções visando à mudança comportamental, todo evento no âmbito da transmissão das doenças infecciosas é multipessoal, permeado por diferentes variáveis estruturais e contextuais, que envolvem da formação de parcerias à estrutura das famílias e grupos, além de fatores de cunho macrossocial, como as influências sobre os comportamentos, atitudes e práticas dos padrões culturais e configurações políticas, econômicas e sociais (BRASIL, 2006). 21 3.2 Diretrizes para a organização da Assistência às DST O Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis (BRASIL, 1999), elaborado pelo Ministério da Saúde, orienta a organização de serviços de assistência às DST. Esse Manual, além de outras ações importantes (Quadro 1), recomenda o uso do protocolo de Abordagem Sindrômica, que define o tratamento pelo conjunto de sinais e sintomas e não a partir dos exames complementares, possibilitando uma maior cobertura e interrompendo a cadeia de transmissão. Quadro 1. Organização de serviços para atendimento a portadores de DST. AÇÃO Atenção aos portadores de DST no Sistema Único de Saúde (SUS) Oferta de medicamentos para DST Consulta com Profissionais de Saúde Comunicação e tratamento dos parceiros (indivíduos com quem o paciente se relacionou nos últimos 30 dias). Oferta de preservativos ATIVIDADE Atendimento adequado, com privacidade e agendamento da consulta o mais rápido possível. Disponibilidade de medicamentos para o tratamento oportuno. Anamnese e Exame Físico minucioso; Orientação/Aconselhamento (oferta e realização da triagem sorológica para Sífilis, HIV, além de Hepatite B e C), redução de risco, adesão ao tratamento; Coleta de material para exames; Prescrição e orientação para o tratamento; Vacina contra Hepatite B para indivíduos < 30 anos. Utilização de cartões para agendamento e comunicação a (o) parceiro (a) é recomendável. O uso de preservativos, masculinos ou femininos, por pessoas sexualmente ativas é o método mais eficaz para a redução do risco de transmissão do HIV e de outros agentes sexualmente transmissíveis. O preservativo é o único método que oferece dupla-proteção, sendo eficaz tanto para a redução do risco de transmissão do HIV e outras DST, quanto para contracepção. Fonte: Adaptado do Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST (BRASIL, 1999). Para Santos et al. (2005) uma estrutura genérica de programa de doenças transmissíveis deve considerar como dimensões estratégicas: interrupção da transmissão, manejo de caso e promoção de vida com qualidade e ter como componentes: vigilância epidemiológica e ambiental (sistema de informação em saúde), assistência (clínica, 22 laboratorial e farmacêutica), prevenção (atividades de Informação Educação e Comunicação - IEC) e componente inovador. Segundo os autores, uma das principais vantagens do modelo proposto em seus componentes verticais é facilitar a focalização dos componentes a serem avaliados, a definição dos seus respectivos indicadores: estrutura, processo e resultados de curto, médio e longo prazo, aumentando sua validade potencial de construção/conteúdo. Fluxogramas específicos, já desenvolvidos e testados, são instrumentos que auxiliam o profissional na determinação do diagnóstico sindrômico e na implementação do tratamento (BRASIL, 1999). Este tipo de abordagem, embora não permita o diagnóstico etiológico, apresenta-se como uma alternativa viável e de baixo custo para inquéritos epidemiológicos de DST, uma vez que possibilita a identificação dos casos sintomáticos. A abordagem sindrômica prevê que se considere “caso” sempre que, pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas estiver presente: corrimento uretral em homens, corrimento muco purulento cervical ou corrimento vaginal associado a hiperemia, e/ou edema da mucosa vaginal, úlcera genital de origem não traumática e dor pélvica à descompressão ou defesa muscular abdominal ou dor a mobilização do colo ou anexos ao toque vaginal combinado (BRASIL, 1999). O processo de construção da estratégia de prevenção e controle das DST/HIV/AIDS na comunidade e rede básica de saúde deve ser desenvolvido sobre os pilares da descentralização e da integralidade da assistência. O processo de descentralização na área da saúde é um movimento que começou a se estruturar ao longo da década de 1980. Porém, ganhou contornos mais definitivos na Constituição federal de 1988 e na Legislação infraconstitucional subseqüente (Lei 8.080, de 19/09/90, Lei 8.142, de 28/12/90, Normas e Portarias regulamentadoras). Conforme prevê o texto da Constituição Brasileira de 1988, três vetores compõem as diretrizes que devem orientar esse processo: a descentralização da gestão, a integralidade da atenção e a participação da população (BRASIL, 1988). Especificamente no que diz respeito à gestão descentralizada, está prevista a responsabilidade do município pela direção do Sistema de Saúde no âmbito do seu território, com co-responsabilidade do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde. 23 A organização da gestão abordada conceitualmente pela Constituição Federal, Lei 8080 e pelas Normas Operacionais e Assistencial, também vem sendo tratada de forma operacional com algumas tecnologias propostas de maneira transversal no país como um todo, em diversos instrumentos legais: o processo de planejamento, que deve ser materializado num Plano de Saúde, a pactuação de investimentos, materializada num Plano Diretor de Investimentos – PDI, as prioridades de saúde, firmadas numa Agenda e com efeitos monitorados por meio de metas instituídas em Pactos de Gestão e prestações de contas que devem ser apresentadas em Relatórios de Gestão. A descentralização do sistema de saúde é um movimento processual e que envolve mudanças. De acordo com Elias (2001), para a ocorrência desse processo concorrem ao menos três dimensões: política, relativa à autonomia de formular e realizar escolhas; financeira que diz respeito à liberdade para alocação de recursos e de critérios de aplicação; e administrativa, voltada para a liberdade de adoção de princípios e de diretrizes para a organização da máquina administrativa. Minayo (2001) destaca outra dimensão relevante do processo de descentralização: a percepção dos atores envolvidos. Hartz (2005) afirma que, no contexto local do município, onde a descentralização se efetiva, três componentes de governo constituem um sistema singular independente denominado por Matus de “triângulo de governo”: a) projeto de governo, que se refere ao conjunto de proposições elaboradas pelos dirigentes locais visando o alcance dos seus objetivos; b) capacidade de governo, que corresponde aos recursos relacionados com a condução e gerenciamento adequado das ações; c) governabilidade, que compreende as condições necessárias à implantação das ações propostas, como respostas e antecipações, considerando os obstáculos e oportunidades que o meio oferece a essas propostas (MATUS, 1997). Sendo assim, será necessária uma relação sinérgica entre os três componentes para a implantação de uma dada proposta. A atuação conjunta dos três componentes pode resultar em melhor organização dos serviços de saúde, viabilizando maior acesso e cobertura, além de promover condições mais favoráveis a um maior controle sobre os prestadores privados com otimização do uso dos recursos públicos, com vistas a assegurar maior integralidade e resolutividade. Para Mendes (1998) a descentralização tem suas fortalezas, mas também apresenta suas debilidades. As fortalezas estão relacionadas a uma maior eficiência na alocação de recursos, provocada pela influência dos usuários, permitindo a inovação e adaptação do 24 planejamento e programação de acordo com as necessidades regionais e locais. Apresenta maior qualidade e transparência; atribui responsabilidade e legitimidade ao gestor na medida em que existe a participação da população no processo de tomada de decisão e, por fim, pode qualificar melhor a integração entre organismos governamentais e não governamentais, reafirmando a intersetorialidade. As debilidades referem-se à possibilidade de enfraquecimento das estruturas locais, às dificuldades de coordenação e incremento dos custos, à fragmentação dos serviços, à escassez de recursos gerenciais, ao clientelismo local e a desestruturação de programas verticais de saúde pública. Considerando as características do estado brasileiro, em relação à sua extensa base territorial e profunda desigualdade social, o processo de descentralização torna-se um aliado importante na minimização da iniqüidade e na produção e oferta das ações de saúde das realidades regionais e locais, na medida em que o planejamento, programação e controle social estejam articulados, possibilitando corrigir distorções. Para Giddens apud Bodstein (2002) o processo de descentralização dos serviços de saúde para os municípios, apesar de todos os problemas e críticas constitui-se em um avanço no caminho do diálogo entre as políticas públicas e a sociedade em direção ao fortalecimento da cidadania e do controle social. Trata-se de acentuar a importância da sociedade moderna de reinventar e ampliar espaços de diálogo político, de negociação e de consenso a partir dos interesses e dos contextos locais. A estruturação das estratégias de prevenção e controle das DST com base na descentralização deve considerar as ações de planejamento e gestão dos recursos financeiros, imprescindíveis para organização dos serviços O conceito de integralidade é um dos pilares a sustentar a criação do Sistema Único de Saúde. Princípio também consagrado pela Constituição Federal de 1988, seu cumprimento pode contribuir muito para garantir a qualidade da atenção à saúde. Em primeiro lugar, esse conceito prevê que, de forma articulada, sejam ofertadas ações de promoção da saúde, prevenção dos fatores de risco, assistência aos danos e reabilitação, segundo a dinâmica do processo saúde-doença. A garantia do princípio da integralidade implica dotar o sistema de condições relacionadas às diversas fases da atenção à saúde, ao processo de cuidar, ao 25 relacionamento do profissional de saúde com os pacientes. Os sistemas integrais de saúde devem atender a algumas premissas básicas, quais sejam: a primazia das ações de promoção e prevenção; a garantia de atenção nos três níveis de complexidade da assistência médica; a articulação das ações de promoção, prevenção, cura e recuperação; a abordagem integral do indivíduo e família (GIOVANELLA, 2000). Na visão de Hartz (2004) o conceito de integralidade está relacionado ao de integração de serviços através de redes assistenciais, reconhecendo a interdependência dos atores e organizações, tornando-se necessário desenvolver mecanismos de cooperação e coordenação próprios de uma gestão eficiente e responsável dos recursos coletivos, a quem cabe responder às necessidades de saúde individuais em âmbito local e regional. Segundo Pinheiro (2003), a integralidade do cuidado na atenção às pessoas deve ser entendida como um princípio orientador de uma política de Estado para a Saúde – o SUS - que tem no campo das práticas um espaço privilegiado para a materialização da saúde como direito e como serviço. A Integralidade, como eixo norteador de uma política, deverá ser construída cotidianamente, por constantes interações democráticas dos atores, pautada por valores emancipatórios fundados na garantia da autonomia, no exercício da solidariedade e no reconhecimento da liberdade de escolha do cuidado e da saúde que se deseja obter. A integração propriamente dita dos cuidados consiste em uma coordenação permanente das práticas clínicas destinadas a um ser que sofre com problemas de saúde, visando assegurar a continuidade e a globalidade dos serviços requeridos de diferentes profissionais e organizações, articuladas no tempo e no espaço, conforme os conhecimentos disponíveis. Para Campos (2003), o principal desafio na busca do atendimento integral é reestruturar a forma como os diversos estabelecimentos e organizações do setor saúde vêm trabalhando. Para este autor, a mudança das práticas de saúde deve ocorrer em dois níveis. O primeiro, institucional, da organização e articulação dos serviços de saúde. O segundo, das práticas dos profissionais de saúde, no qual o médico é o ator primordial, sujeito determinante do processo de estruturação das práticas integrais á saúde. Inserindo-se nessa produção, Mattos (2001) desenvolve uma reflexão sobre a integralidade na qual identifica três grandes conjuntos de sentidos usualmente empregados. 26 O primeiro aplicado a características de políticas de saúde ou de respostas governamentais a certos problemas de saúde, remete à abrangência dessas respostas governamentais no sentido de articular ações de alcance preventivo com as assistenciais. O segundo é relativo a aspectos da organização dos serviços de saúde e o terceiro, voltado para atributos das práticas de saúde. Mais recentemente, o mesmo autor apresentou várias dimensões da integralidade da prática que, por sua vez, se manifestam no cuidado e constituem um exercício de seleção negociada do que é relevante para a construção de um projeto de intervenção (MATTOS, 2004). Dentre elas, destacam-se: Capacidade para responder ao sofrimento manifesto, que implica na organização dos serviços e na postura adotada pelos profissionais, ao identificar, a partir do conhecimento técnico, as necessidades de prevenção e as assistenciais, selecionando as intervenções que serão ofertadas no decorrer de cada encontro; Postura não reducionista diante da necessidade de ações e serviços de saúde apresentada pelos sujeitos; Capacidade de apreensão ampliada das necessidades de ações de saúde, voltadas para a prevenção de sofrimentos futuros, contextualizando adequadamente as ofertas a serem feitas, de modo a identificar os momentos propícios a essa oferta; Reconhecimento e defesa da intersubjetividade inerente às práticas em saúde, que envolvem uma dimensão dialógica ou de negociação, entre profissionais e usuários na definição de projetos terapêuticos individualizados. Deve-se selecionar o que é relevante para a construção de um projeto de intervenção, levando em consideração não só os elementos extraídos do conhecimento profissional, mas trazidos pelo outro a partir de seus sofrimentos, expectativas, temores e desejos. Cabe aqui, uma breve e necessária consideração sobre a noção de cuidado que permeia a presente reflexão citando Ayres (2001:71) que define o cuidado como algo que precisa se expandir para a totalidade, pois “cuidar de alguém é mais que constituir um objeto e intervir sobre ele. Para cuidar, há que se considerar e construir projetos; há que se sustentar, ao longo do tempo, uma certa relação...” Na mesma linha de pensamento, Alves (2005:42) afirma que: “O olhar do profissional [...] deve ser totalizante, com apreensão do sujeito bio-psico-social. Assim, 27 seria caracterizada pela assistência que procura ir além da doença e do sofrimento manifesto, buscando apreender necessidades mais abrangentes dos sujeitos”. A incorporação do princípio da integralidade implica em integrar várias esferas, destacando-se os “elos de ligação entre cuidado e integralidade, em decorrência da intersubjetividade inerente às relações que se estabelecem entre os sujeitos, permitindo definir o cuidado como lócus de signos da integralidade” (PINHEIRO & GUIZARDI, 2004: 32). A organização dos processos de trabalho surge como principal questão a ser enfrentada para mudança dos serviços de saúde, de forma a colocá-los operando de forma centrada no usuário e suas necessidades. No modelo assistencial vigente, médicohegemônico, o fluxo assistencial de uma Unidade Básica é voltado para a consulta médica. O processo de trabalho, neste caso, carece de interação de saberes e práticas, necessários ao cuidado integral à saúde (MERHY, 1998). Na integralidade, o modo de entender e abordar o indivíduo baseia-se na teoria holística, integral. Para o holismo o homem é um ser indivisível e não pode ser explicado por seus aspectos físico, psicológico e social, ou seja, avaliados separadamente. Imaginase, desta forma, que a integralidade começa pela organização dos processos de trabalho na atenção básica, onde a assistência deve ser multi-profissional, operando através de diretrizes como a do acolhimento e vinculação da clientela, com toda a equipe se responsabilizando pelo cuidado, o que conferirá uma maior qualidade a atenção prestada. A estruturação das estratégias de prevenção e controle das DST com base na integralidade da assistência deve considerar as ações de Informação, Educação e Comunicação – IEC, práticas assistenciais, prevenção e recuperação e o fluxo de referência e contra-referência. 3.3 Concepções teóricas e metodológicas da avaliação No século XX, os estudiosos e teóricos da avaliação apontavam uma mudança significativa na percepção do avaliar. No que se refere à avaliação da aprendizagem, o caminho indicado é “{...} a preocupação em superar o viés positivista e classificatório das práticas avaliativas escolares” (HOFFMANN, 2002). Buscam superar as trilhas das 28 verdades absolutas, dos critérios absolutamente objetivos, dos padrões e estatísticas puras para alcançar um senso de interpretação de valor sobre aquilo que se avalia. No Brasil, nos últimos anos, vem crescendo o interesse pela avaliação de programas, passando a fazer parte das preocupações dos gestores do setor público, ainda que seus resultados tenham pouca influência nos processos de decisão (MOREIRA, 2002). Há muitas formas de definir o conceito “avaliação”, percebido com intensa força polissêmica quando se examina alguns trabalhos de autores que citamos neste estudo. Avaliação também é definida como o acesso da dimensão para o qual se podem alcançar objetivos específicos. O ato de coletar e promover informação para possibilitar tomada de decisão para um funcionamento mais inteligente é outro conceito adotado por alguns teóricos (WORTHEN, 1997). Rossi & Freeman (1982) definem avaliação como “a aplicação de procedimentos de pesquisa social na determinação da conceitualização, desenho, implantação e utilidade de programas de intervenção social”. Donabedian (1984) conceitua avaliação como “um processo que tenta determinar o mais sistemática e objetivamente possível a relevância, efetividade e impacto das atividades, tendo em vista seus objetivos”. Esta é uma ferramenta orientada para a ação e a aprendizagem. É um processo organizativo que visa tanto melhorar as atividades que já vem sendo desenvolvidas, bem como planejar o futuro e orientar a tomada de decisões. Para Motta (1994) “avaliação é o processo de produzir informações sobre os valores dos resultados da implementação de políticas e programas públicos. Consiste em um exame crítico dos valores explícitos de uma política, para saber se continuam congruentes com os objetivos previstos”. Segundo Contandriopoulos (1997), a pesquisa avaliativa pode ser definida como um julgamento de uma intervenção, usando métodos científicos que levem em consideração a pertinência, fundamentos teóricos, produtividade, efeitos e os rendimentos, assim como as relações existentes entre a intervenção e o contexto na qual se situa de forma a produzir informações que permitam orientar na tomada de decisões. Este julgamento pode ser resultado da aplicação de critérios e de normas (avaliação normativa) e de um procedimento científico (pesquisa avaliativa). Para Bodstein (2002) programas e projetos de intervenção que, na prática, traduzem uma orientação e uma decisão política previamente tomada, não garantem sua execução e 29 ou implantação, trazendo a indagação sobre em que medida uma determinada intervenção foi ou não de fato implantada. A análise de implantação, foco desta avaliação, consiste em especificar o conjunto dos fatores que influenciam os resultados obtidos após a introdução de uma intervenção relacionando a dinâmica interna do programa (relações entre objetivos, serviços, recursos e efeitos) com o contexto onde é implantado. Visa, desta forma, identificar os processos implicados na produção dos efeitos de uma intervenção. Para Hartz (1999), a análise de implantação vem se contrapor ao modelo da caixa preta (black-box experiment) cuja principal limitação é tratar a intervenção como uma variável dicotômica, impermeável ao meio em que é implantada e os efeitos considerados isoladamente, sem questionar outros mecanismos a eles associados. A análise de implantação aumenta a validade externa das pesquisas avaliativas, pois ela discrimina a contribuição dos componentes verdadeiramente implantados do programa (grau de implantação) na produção dos efeitos; ela melhora a compreensão dos elementos que favorecem ou inibem a eficiência dos programas (Hartz et al.., 1997). Do ponto de vista metodológico, busca compreender primeiro os efeitos da interação, ou seja, o papel ativo desempenhado por um conjunto de variáveis, que não a intervenção, na determinação dos efeitos observados (DENIS & CHAMPAGNE, 1997). Desta forma, a análise de implantação relaciona-se diretamente à capacidade de utilizar os resultados das pesquisas avaliativas para tomar decisões sobre a generalização de uma intervenção em outros meios. A principal hipótese para explicar o grau da implantação/implementação é que ele é maior, quanto maior for a coerência existente entre a natureza do programa e as características do ambiente organizacional envolvido (SCHEIRER, 1987). Para Hartz et al.. (1997:96): “A importância de avaliar a implantação revelase indispensável para se chegar a conhecer a totalidade das intervenções, no que se relaciona à validade de seu conteúdo (intensidade com a qual as atividades são realizadas e sua adequação em relação às normas existentes), e aos fatores explicativos das defasagens observadas entre a planificação e a execução das ações. Ela obriga a construir, a priori, a teoria do programa, especificando sua “natureza” (componentes, práticas) e o contexto requerido como etapas prévias aos resultados esperados.” 30 A avaliação normativa tem por finalidade comparar o desenvolvimento da intervenção de acordo com regras estabelecidas anteriormente ou negociadas entre os participantes e envolvidos na intervenção. Este tipo de avaliação é usualmente realizado para prover aos gestores ou usuários julgamentos sobre a pertinência ou mérito de um programa. Para Contandriopoulos (1997) a avaliação normativa é a atividade que consiste em julgar uma intervenção através da comparação dos recursos empregados e sua organização (estrutura), os serviços ou os bens produzidos (processo) e os resultados obtidos, com critérios e normas. De acordo com Rossi & Freeman (1985) todas as avaliações normativas se apóiam no postulado de que há uma forte relação entre o respeito aos critérios e às normas escolhidas e os efeitos reais do programa ou da intervenção. Para Scriven (1967) a avaliação normativa é dirigida e levada a público para o julgamento sobre o valor ou mérito do programa em relação a critérios importantes. É a determinação sistemática e objetiva do mérito ou custo de um objeto, fornece informações ao pessoal do programa para que possam decidir sobre sua continuidade ou sobre a sua utilização pelos consumidores. Na concepção de Worthen et al. (2004) a avaliação somativa é “a identificação, clarificação e aplicação de critérios defensáveis para determinar a avaliação do objeto avaliado (preço ou mérito), qualidade, utilidade, efetividade ou significância em relação a esses critérios”. Este tipo de avaliação consiste em fazer um julgamento sobre uma intervenção, comparando sua organização com os recursos utilizados, os serviços, os bens ou os resultados produzidos e permite avaliar a adoção ou a tomada de decisões sobre o futuro de um programa. Direciona-se ao consumidor em potencial, as fontes financiadoras, aos responsáveis pela tomada de decisão, aos supervisores e ao pessoal do programa. Entendemos avaliação a partir de uma ótica emancipatória, participativa e colaborativa na qual os propósitos e critérios de julgamento são construídos por meio de negociação entre diferentes atores sociais. A avaliação leva à ampliação de consciência sobre determinado programa ou projeto, o que possibilita que escolhas e decisões maduras possam ser feitas. 31 3.4 Modelo lógico ou modelo teórico da Avaliação O desenho do Modelo Teórico de Avaliação deve explicitar os padrões e critérios da avaliação quando se referirem à pertinência e mérito do programa. Um modelo de avaliação geralmente explicita a pergunta ou perguntas que se quer responder. Deixa claro a intervenção a ser avaliada, a abordagem que pretende utilizar, o desenho de avaliação, os usuários potenciais da avaliação e a forma de disseminação dos seus achados. As abordagens são classificadas segundo três grandes critérios: 1. Foco e Usos previstos para a avaliação (Melhoria do Programa, Prestação de contas, produção de conhecimento); 2. Envolvimento dos usuários no processo avaliativo (Nenhum, Parcial, Total); 3. Nível de inclusão do contexto no desenho, especialmente como tratamentos para estudos de atribuição, isto é, aqueles que buscam as relações de causa e efeito entre a intervenção e seus possíveis efeitos (Nexo Causal). A construção de um modelo lógico ou teórico da intervenção é a estratégia de operacionalização de um desenho de uma pesquisa científica. Este modelo descreve teoricamente em um quadro, a funcionalidade de um programa através de uma síntese de seus principais componentes. Resume o mecanismo de funcionamento do programa através de uma seqüência de passos unindo o processo aos resultados, levando em consideração a interação dos efeitos de seus componentes com o impacto do referido programa. Permite também mostrar a infra-estrutura necessária para a operacionalização do programa. Ele denota os princípios que dizem respeito às condições para a sua efetividade e fornecem uma estrutura de referência para avaliações (CDC, 1999). Para Foulkes (1998), o modelo teórico da intervenção permite definir previamente não apenas o que vai ser realizado, mas como e quando os objetivos precisam ser alcançados. Para o autor os julgamentos qualitativos baseiam-se em evidências e não apenas na agregação de números como na estatística. Um modelo lógico pode ser composto por vários elementos, mas na grande maioria as partes que o compõem são as atividades, os insumos (inputs), os produtos (outputs) e os efeitos (outcomes) imediatos, de médio e longo prazo (HARTZ et al., 1997; CDC, 1999). 32 Este modelo permite definir um conjunto de indicadores que compreendam as atividades do programa e seus efeitos esperados. Contudo, outros elementos podem ser mobilizados no sentido de promover melhor compreensão do objeto da análise. Para cada fase do modelo são construídos indicadores quanti-qualitativos para que os dados e as informações existentes possam ser utilizados de modo sistemático, no ajustamento do conceito em questão. Estabelecer uma relação entre os indicadores e o modelo lógico agiliza o desenvolvimento de pequenas mudanças no desempenho do programa ao invés de empregar uma medida de um único efeito (outcome). Como o processo de avaliação é dinâmico, novos indicadores podem ser criados ou podem ser ajustados aos indicadores já existentes (CDC, 1999). A construção do modelo lógico favorece a seleção e aplicação de indicadores múltiplos, na avaliação tanto da implantação, dos efeitos ou dos resultados de um programa (CDC, 1999). A necessidade de elaborar modelos lógicos baseia-se em considerar a modalidade de implantação em contextos e os mecanismos intervenientes associados a esses efeitos. Em síntese, pode-se dizer que a avaliação é formada de modelos lógicos que possuem uma descrição de problemas, uma análise e um julgamento de valor sobre uma intervenção. Este julgamento não se baseia apenas na realização de uma avaliação normativa que utiliza critérios e normas, mas principalmente é resultante de uma pesquisa avaliativa, que adota métodos científicos para a tomada de decisões. De acordo com Hartz (1999) o modelo teórico de um programa deve explicitar como o programa idealmente funciona, que argumentações teóricas dão suporte à hipótese apresentada e que hipóteses alternativas serão afastadas. Para Mayne (2000) é necessário mostrar consciência da complexidade da situação e compreensão de outros fatores que desempenham papel importante na produção dos resultados (esperados e não esperados), indicando as evidências que serão buscadas para demonstrar que o programa em questão promoveu uma contribuição significativa.. Para Contandriopoulos (1994) a qualidade de um modelo teórico reside na sua capacidade de dar conta dos fenômenos observados no mundo empírico. Os modelos lógicos de programa podem ser entendidos como uma representação gráfica das relações lógicas entre quatro componentes de um programa: as atividades do 33 programa, os efeitos da transferência dos serviços, os resultados intermediários e os resultados finais. Esses modelos são muito utilizados para promover um entendimento comum dos programas, auxiliarem no seu planejamento, testar as ligações lógicas entre seus elementos e objetivos, explicitar o posicionamento da hierarquia das atividades em programa de larga escala e auxiliar na estruturação da avaliação (HEYER, 2001). 4 Pergunta do estudo Qual o grau de implementação da assistência a os portadores de DST na Rede Básica de Saúde do município de Ilhéus? 34 5 Metodologia A metodologia utilizada neste trabalho incorpora a avaliação normativa sobre os diversos aspectos referentes ao grau de implementação do programa para conformar a abordagem da pesquisa avaliativa, permitindo emitir juízo de valor por meio de estudo de caso. 5.1 Desenho de Estudo Este estudo tem como objeto a intervenção “assistência às Doenças Sexualmente Transmissíveis na rede básica de serviços de saúde,” realizada no município de Ilhéus Bahia, no primeiro semestre de 2008 avaliada através de estudo de caso. O estudo de caso é a estratégia de pesquisa preferida quando as questões que estão sendo colocadas são “como?” ou “por quê?”, quando o investigador tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco é um fenômeno contemporâneo, inserido em um contexto da vida real. Ele é ainda indicado quando o número de variáveis de interesse excede o de unidades de observação (YIN, 2005). Quando o estudo de caso é realizado em diferentes localizações geográficas, denomina-se estudo multicêntrico, visto que ele permite a descrição e a explicação dos elementos de sucesso da implantação, capturando a inevitável variabilidade encontrada entre os centros estudados. Permite também analisar a dinâmica de interação entre os atores envolvidos na implantação de uma intervenção, dentro do estudo de contexto (HARTZ, 1999). Neste estudo a organização da assistência às DST foi avaliada no contexto da descentralização das ações de saúde e da integralidade da atenção. A avaliação foi estruturada a partir de Modelo Lógico, com base na proposta do CDC (1999), que tem como essência a utilização de matrizes segundo o objeto de estudo. Foram construídos três diferentes instrumentos para a coleta de dados primários levando em conta as dimensões da descentralização e integralidade. O estudo compreendeu a avaliação do processo e da estrutura de uma intervenção em saúde utilizando a entrevista, a análise de documentos e observação dos serviços de saúde locais. 35 5.2 Assistência às DST no município de Ilhéus/BA O município de Ilhéus, localizado no Sul da Bahia, é a 4 ª cidade do estado em população (220.000 habitantes), que se duplica durante o verão, quando a cidade recebe um grande número de turistas que vem à procura do amplo litoral. Situa-se a 430 km de Salvador, capital do Estado. A sede do município tem um acesso facilitado por terra, ar e água (mar) e muitas das pessoas que visitam a cidade vêm atraídas pelos livros do escritor Jorge Amado, que divulgou São Jorge dos Ilhéus, nome adotado na época das capitanias hereditárias, em vários países, pois nutria uma grande paixão por Ilhéus, tendo sido um dos seus mais ilustres moradores. A cidade dispõe do único aeroporto num raio de 250 km, fato que a caracteriza também como um município de passagem para os turistas que se dirigem para Itacaré, destino atualmente muito procurado para prática de eco-turismo, surf e uso aberto de drogas químicas. O Porto do Malhado é referência do Estado para o transporte de grãos, principalmente a soja, o que implica em um grande movimento de caminhoneiros, que costumam passar dias estacionados à espera do desembarque das mercadorias que transportam. Por este Porto também, costumam chegar navios de passageiros, em sua maioria proveniente de países da Europa e América do Norte. Num esforço para reduzir as filas de caminhões estacionados no Bairro do Iguape (Litoral Norte), o Governo Federal construiu um Porto Seco na Rodovia Ilhéus/Itabuna, que não foi dimensionado para comportar a quantidade de veículos tipo carreta que necessitam aguardar na fila a liberação para entrar na área portuária. Desta forma, os caminhoneiros, homens provenientes de todas as partes do país, são levados a continuar freqüentando o Litoral Norte, área que concentra o maior número de casas de prostituição da cidade. No que se refere à assistência às DST, sabe-se que no período de 2001 a 2004, foram promovidas pela Coordenação Municipal de DST/Aids duas capacitações em Aconselhamento e Abordagem Sindrômica para os profissionais da Rede Básica de Saúde (ILHÉUS, 2002; ILHÉUS, 2005). 36 Apesar desse investimento, decisões das instâncias superiores da Gestão Local de Saúde dificultaram a aplicação do protocolo de Abordagem Sindrômica na Rede de Atenção Básica, optando pela não descentralização dos medicamentos de DST para as USAB, cuja dispensação ficou concentrada no Centro de Referência Municipal em DST/Aids, fato que dificulta o acesso do paciente aos medicamentos prescritos, visto que o Centro de Referência localiza-se na Zona Central da cidade. Diante do contexto apresentado, verifica-se que os dados do SINAN apontam para um declínio no número de casos de DST notificados no período de 2001 (1.100 casos) a 2005 (887 casos), denotando falhas no sistema de saúde, visto que estas doenças são de elevada prevalência no país, apesar do baixo percentual de indivíduos que revelam sintoma prévio (CARVALHO et al., 1999). É importante destacar que desde 1977 a Bahia incluiu as DST na listagem dos agravos de notificação compulsória (BAHIA, 1997). 5.3 Unidades de Observação As unidades de observação foram as Unidades de Saúde de Atenção Básica – USAB – constituídas pelas Unidades Básicas de Saúde – UBS – e Unidades de Saúde da Família – USF - localizadas na Zona Urbana e no interior do município de Ilhéus. A rede básica de serviços de saúde Ilhéus dispõe atualmente de 30 Unidades de Saúde de Atenção Básica, sendo 11 UBS e 19 USF, distribuídas na sede e no interior do município. Para este estudo foram selecionadas 10 Unidades de Saúde, 5 UBS e 5 USF. O critério de inclusão das 10 Unidades privilegiou as UBS/USF com maior número de notificações de DST no período de 2005 e 2006, de acordo com dados do SINAN fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde de Ilhéus e a existência de uma equipe mínima composta de: um médico clínico, um/a enfermeiro/a e um auxiliar de enfermagem e/ou outro profissional de nível técnico vinculado à assistência e, pelo menos, um profissional administrativo. Com base nos critérios anteriormente mencionados as unidades que compõem o estudo são: UBS Sarah Kubitscheck, UBS Iguape, UBS do Centro Social Urbano, UBS Nélson Costa, UBS Zona Sul, USF Nossa Senhora da Vitória I, USF Nossa Senhora daVitória II, USF Teotônio Vilela I, USF Couto/Santo Antônio, USF Salobrinho. 37 5.4 Estratégia da pesquisa Os dados para este estudo foram coletados através de múltiplas fontes e estratégias - análise documental, questionário estruturado com os atores envolvidos com a organização dos serviços de assistência aos portadores de DST, profissionais de saúde, gerentes das UBS e roteiro de observação. O instrumento de coleta foi testado em duas Unidades de Saúde não incluídas no estudo, para eventual adequação de forma e conteúdo com vistas à sua validação. As Equipes de Saúde, Coordenação de Atenção Básica, Coordenação do Programa de DST/Aids, Gerente das UBS, foram as fontes de informação. A equipe da pesquisa foi formada por um Coordenador e uma auxiliar do 7º semestre do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, devidamente treinada para aplicar os instrumentos. Foram realizadas visitas em cada serviço de saúde de, no máximo, 2 a 3 dias de duração, com contato prévio para agendar o dia e verificar horário de funcionamento e rotina de atividades. 5.5 Modelo lógico do programa de DST A Figura 1, pág. 45, apresenta o Modelo Lógico para Organização de Serviços de Atendimento aos Portadores de DST, sistematizado a partir da proposta do Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST (BRASIL, 1999). Os insumos devem ser garantidos com recursos da municipalização das ações e serviços de saúde repassados pelo governo federal aos municípios, com recursos da contrapartida municipal, conforme ações programadas no Plano de Ações e Metas – PAM para o período. Os recursos financeiros devem assegurar uma estrutura mínima de atendimento, que consiste basicamente na capacitação de Recursos Humanos (Equipe Multiprofissional), protocolos de atendimento, material para exames, preservativos masculino, recursos áudios-visuais, material educativo e informativo e medicamentos. As atividades desenvolvidas pela equipe de saúde de um serviço de DST devem contemplar a promoção de uma acolhida adequada, com triagem dos pacientes. Na triagem efetuada por profissional, é imprescindível ouvir a queixa do paciente e investigar 38 sinais/sintomas de DST com imediato agendamento do usuário para a consulta. A equipe deverá estar treinada em Aconselhamento e Abordagem Sindrômica e adotar essa conduta no atendimento ao portador de DST. Recomenda-se que o profissional tenha uma visão abrangente ao lidar com as pessoas que utilizam os serviços e inclua a prevenção das DST durante a realização de outros procedimentos, tais como: consulta de Pré-Natal, Prevenção do Câncer Uterino e Planejamento Familiar. A equipe de saúde deve realizar aconselhamento coletivo e individual, solicitar exames esclarecendo a importância dos mesmos e fazer coleta de material para colpocitologia oncótica, assim como encaminhar os adultos com idade abaixo de 30 anos para vacinação contra Hepatite B. Baseado no fluxograma referente à síndrome apresentada pelo portador de DST, o profissional de saúde define a proposta terapêutica, fazendo esclarecimento e dando orientações quanto à adesão ao tratamento, disponibilidade dos medicamentos e a adoção de práticas sexuais mais seguras, informando que a Unidade dispõe de preservativos. O processo de informação, educação e comunicação – IEC - em saúde envolve no serviço de DST, a promoção de atividades educativas interativas em salas de espera, escolas, associações, comunidade e distribuição de material para informar a população sobre sinais, sintomas e vulnerabilidades às DST e a necessidade de busca por assistência oportuna. Quando houver necessidade o portador de DST, HIV, Hepatite B e C devem ser encaminhadas para o Centro de Referência em DST/HIV/Aids e Hepatite. Quando as atividades realizadas contemplam todos os critérios recomendados no Manual tendo como suporte os insumos necessários, elas vão implicar em produtos mensurados através de indicadores numéricos, que por sua vez produzirão resultados evidenciados pelo aumento e melhoria da assistência, atingindo por fim o impacto esperado que é o de redução da prevalência das DST, embora todo esse esforço inclua apenas o portador sintomático (a ponta do iceberg). Dessa forma, o papel dos serviços de saúde no manejo de casos de DST, mais do que atender às pessoas sintomáticas que procuram os serviços, é promover a busca pelo 39 atendimento, através da melhoria da qualidade técnica da assistência dos profissionais, que ainda dão ênfase ao diagnóstico etiológico. Para ir além da ponta do iceberg, é necessária uma mudança de postura dos profissionais que precisam incluir em seus discursos e práticas de assistência e prevenção de AIDS o conteúdo de DST. O Quadro 2, pág. 41, apresenta o Modelo Lógico da Avaliação contendo as dimensões, subdimensões e critérios que possam responder a pergunta de avaliação deste estudo, com as pontuações esperadas. Para definir a pontuação de cada critério, foi utilizada a técnica de consenso do Comitê Tradicional, que na opinião de Souza, Vieira da Silva e Hartz (2005) corresponde a uma discussão aberta sobre um determinado tema entre especialistas selecionados e é bastante rica pela troca direta de opiniões e idéias, tanto convergentes quanto divergentes, favorecendo a obtenção de um consenso sólido. Para a técnica de consenso foram convidados os técnicos da Coordenação Estadual de DST/Aids e cada dimensão e sub-dimensão foi amplamente discutida para que o critério de pontuação fosse estabelecido de acordo com a sua relevância. Na dimensão de Descentralização, foram priorizadas duas subdimensões que estão fortemente relacionadas com a organização dos serviços de DST quais sejam: planejamento das ações e gestão de recursos financeiros. O Planejamento das ações refere-se à inclusão de metas, ações e atividades relacionadas às DST nos instrumentos de gestão representados pelo Plano Municipal de Saúde, Plano de Ações e Metas, Relatório de Gestão e a efetiva participação da sociedade civil no processo de planejamento, considerando os anos de 2005 e 2006. No tocante à gestão dos recursos financeiros, buscou-se identificar como os recursos do incentivo para as ações de DST e AIDS incluindo a contrapartida municipal, estão sendo utilizados para prover os insumos necessários ao desenvolvimento das ações planejadas e à manutenção dos serviços. A dimensão Integralidade é constituída de quatro subdimensões relacionadas à organização dos serviços e ao processo de trabalho: Ações de IEC, práticas assistenciais, ações de prevenção e recuperação em saúde e referência e contra-referência. As ações de IEC compreendem o fortalecimento da cidadania e do controle social visando à melhoria da qualidade e humanização dos serviços e ações de saúde e contribuir 40 para o acesso das populações socialmente discriminadas aos insumos e serviços de diferentes níveis de complexidade. As atividades de informação, educação e comunicação em saúde devem garantir a apropriação por parte dos usuários e população de todas as informações necessárias para a caracterização da situação demográfica, epidemiológica e socioeconômica e devem estar voltadas para a promoção da saúde, que abrange a prevenção de doenças, a educação para a saúde, a proteção da vida, a assistência curativa e a reabilitação. O desenvolvimento de ações de IEC deve utilizar uma pedagogia crítica, que leve o usuário a ter conhecimento de seus direitos; dar visibilidade à oferta de serviços e ações de saúde do SUS; motivar os cidadãos a exercer os seus direitos e cobrar as responsabilidades dos gestores públicos e dos prestadores de serviços de saúde. Nesse sentido, as ações de IEC contempladas neste estudo incluem o desenvolvimento de práticas educativas com metodologia participativa, através da participação da equipe multidisciplinar em sua estruturação e execução, identificando as estratégias utilizadas para divulgação junto à comunidade e aos usuários. As práticas assistenciais foram caracterizadas pelo processo de trabalho adotado pela equipe no atendimento ao portador de DST: triagem, aconselhamento, integração com outros programas, agendamento da consulta, utilização do protocolo de abordagem sindrômica, atuação multidisciplinar, conduta do profissional durante a consulta, participação do Agente Comunitário de Saúde nas ações de DST. As ações de prevenção e recuperação em saúde compreenderam a estratégia adotada para distribuição do preservativo (quantidade, periodicidade, necessidade de cadastramento) e integração com serviço de maior complexidade para garantir assistência aos usuários. Como referência e contra-referência foi considerado o fluxo utilizado pela USAB para encaminhamento dos exames laboratoriais e conduta procedida pelos profissionais para referenciamento do portador de DST para serviços de maior complexidade. Quadro 2. Modelo lógico de avaliação SUBDIMENSÃO CRITÉRIOS Dimensão: Descentralização Planejamento das A assistência às DST está contemplada no Plano ações Municipal de Saúde Pontuação máxima 10 41 SUBDIMENSÃO CRITÉRIOS A Sociedade Civil participa da definição de prioridades para assistência às DST na elaboração do Plano de Ações e Metas anual no período de 2005 e 2006 Existe referência à necessidade da descentralização das ações de DST para diferentes áreas/UBS do município nas prioridades definidas no Plano de Ações e Metas para o ano de 2005 Existe referência à necessidade da descentralização das ações de DST para diferentes áreas/UBS do município nas prioridades definidas no Plano de Ações e Metas para o ano de 2006 O Relatório anual de Gestão 2005 e 2006 contêm evidências em relação ao aumento da cobertura da assistência às DST No Plano de Ações e Metas para o período de 2005 e 2006 estavam previstas atividades de capacitação em Abordagem Sindrômica de DST e Aconselhamento para os médicos das USAB No Plano de Ações e Metas para o período de 2005 e 2006 estavam previstas atividades de capacitação em aconselhamento com ênfase para AIDS e outras DST para os enfermeiros das USAB No Plano de Ações e Metas para o período de 2005 e 2006 estavam previstas a produção de material informativo/educativo de DST No Plano de Ações e Metas para o período de 2005 e 2006 estava previsto a aquisição de equipamentos áudio visuais para as unidades que não dispunham dos mesmos No Plano de Ações e Metas para o período de 2005 e 2006 estava previsto a aquisição de equipamentos áudio visuais para as unidades que não dispunham dos mesmos TOTAL Gestão recursos financeiros de Aquisição de equipamentos audiovisuais para as USAB Regularidade no fornecimento de medicamentos para tratamento das DST Disponibilidade de medicamentos para tratamento das DST nas USAB de acordo com a pactuação Regularidade na realização de exames através da aquisição de Kit (reagentes). Regularidade no fornecimento de preservativos O quantitativo de preservativos distribuído permite a cobertura de da população > 15 anos considerando a dispensação de 12 unidades por pessoa Fornecimento de material educativo/informativo de acordo com o quantitativo solicitado pelas UBS Houve aquisição de equipamentos áudio visuais para as unidades que não dispunham dos mesmos Pontuação máxima 10 10 10 10 10 10 10 10 10 100 PONTOS 10 20 30 10 10 20 20 10 42 SUBDIMENSÃO CRITÉRIOS Nas USAB com o programa implantado existe médico com responsabilidade pela assistência às DST Nas USAB com o programa implantado existe enfermeiro com responsabilidade pela assistência às DST Pontuação máxima 10 10 TOTAL 150 PONTOS Dimensão: Integralidade Ações de IEC – São realizadas atividades educativas de caráter 10 Informação, coletivo na USAB Educação e A equipe participa na estruturação das atividades 20 Comunicação coletivas de caráter educativo Há realização periódica de atividades educativas em 10 DST na USAB As diferentes categorias profissionais (médico, 2,5 por cada enfermeiro, técnico de enfermagem e ACS) realizam categoria = 10 regularmente as atividades educativas em DST na USAB e/ou comunidade As ações educativas de caráter coletivo têm 10 metodologia participativa Existem ações de caráter informativo com 5 distribuição de material na comunidade adstrita à USAB Os ACS transmitem informações sobre DST nas 10 visitas domiciliares As USAB realizam estratégias de comunicação para 5 divulgar eventos sobre DST para a comunidade A SMS utiliza estratégias de comunicação para 5 divulgar informações sobre DST para os profissionais das USAB TOTAL 85 PONTOS Práticas A USAB desenvolve ações de DST integrada a 0,5 por cada assistenciais outras ações de Atenção Básica (pré-natal, tipo de ação= planejamento familiar, prevenção de câncer 2 pts/USAB = ginecológico e serviços procurados pela população 20 pontos masculina) A USAB realiza a triagem dos usuários em 20 conformidade com o padronizado Na triagem tem sido realizado o aconselhamento 10 (coletivo e individual) A triagem dos usuários é realizada por profissional 10 da saúde O tempo médio de espera entre a triagem e a 30 realização da consulta para o portador de DST é de até 1 semana e minimamente de 15 dias Na consulta ao portador de DST a equipe tem 30 utilizado o protocolo de abordagem sindrômica Profissionais médicos utilizam o protocolo de 20 abordagem sindrômica na USAB* Profissionais de enfermagem utilizam o protocolo de 20 abordagem sindrômica na USAB* 43 SUBDIMENSÃO CRITÉRIOS Na consulta ao portador de DST tem sido realizado o Aconselhamento A conduta do profissional no momento da consulta ao portador de DST está em conformidade com o padronizado* Os ACS fazem regularmente suspeição de DST nas visitas domiciliares TOTAL Ações de prevenção e recuperação em saúde TOTAL Referência e Contra referência TOTAL Existe na UBS cadastramento da população em geral para recebimento de preservativos Existe Mural com divulgação das datas de palestras para cadastramento da população para recebimento de preservativos A população cadastrada pode ter acesso a preservativos com periodicidade estabelecida O acesso a preservativos é diário e em tempo integral O quantitativo de preservativo padronizado para a dispensação à população cadastrada está adequado para as necessidades segundo a percepção dos profissionais A USAB tem integração com o Centro de Referência Municipal em DST/Aids p/ complementação da assistência para alguns tipos de DST A USAB colhe o material para todos os exames necessários e encaminha para o Laboratório como procedimento para a realização de exames para o portador de DST A conduta adotada pela USAB quando o paciente necessita de assistência em outros serviços de maior complexidade inclui a orientação, elaboração de relatório e agendamento do atendimento Pontuação máxima 20 30 10 220 PONTOS 5 5 10 10 10 10 50 PONTOS 20 20 40 PONTOS * (prescreve medicamentos pelo diagnóstico; solicita exames; colhe material p/ citologia oncótica; orienta prática de sexo seguro; entrega cartão convite para comparecimento de parceiros; investiga presença de Hepatite B; encaminha p/ vacina Hepatite B; notifica caso para a VE; encaminha para outro serviço quando necessário) 44 45 Figura 1. Modelo lógico para organização de serviços de atendimento aos portadores de DST Planos Municipais: Plano Municipal de Saúde Plano de Ações e Metas Promoção de Triagem adequada dos usuários Treinamento dos profissionais em Aconselhamento e Abordagem Sindrômica Financiamento Governamental Inclusão da prevenção de DST na Assistência ao Pré-Natal, na Prevenção do Câncer Ginecológico e Planejamento Familiar Equipe Multiprofissional Realização de aconselhamento individual e coletivo Material para coleta de exames Solicitação de exames e coleta de material para colpocitologia oncótica. Preservativos PRODUTOS Nº. de USAB com triagem padronizada para usuários com suspeita de DST Nº de profissionais capacitados na USAB em Aconselhamento e Abordagem Sindrômica Nº de USAB que fazem aconselhamento no Pré-Natal, prevenção do câncer ginecológico e planejamento familiar Nº de USAB com aconselhamento na triagem Nº de USAB com aconselhamento na consulta a portadores de DST RESULTADOS % de USAB com triagem padronizada para DST % de profissionais capacitados na USAB que atendem DST por Abordagem Sindrômica % de USAB com articulação da prevenção das DST com outras ações da Atenção Básica %de USAB que realizam ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das DST Nº de colpocitologia oncótica realizada em mulheres portadoras de DST Tratamento dos casos de DST, uso de carão convite para parceiros e notificação ao SINAN Nº. de casos tratados e notificados ao SINAN Distribuição de preservativos Nº.de USAB com uso de cartão convite para parceiros % de USAB que fazem notificação dos casos de DST diagnosticados % de USAB que tem cadastramento de usuários para receber preservativos Medicamentos Equipamento áudiovisual Material educativo/informativo Desenvolvimento de atividades educativas e distribuição de material informativo. Realização pelos ACS de ações de DST Protocolos, Diretrizes e Manuais para DST Referenciamento de portadores de DST quando necessário. Nº. de usuários cadastrados p/ receber preservativos % de USAB que utilizam cartão convite para parceiros Integração dos ACS as ações de DST Ações de DST a nível domiciliar e comunitário Nº. de USAB que realizam atividades de IEC – Informação, educação e comunicação % de USAB que realizam atividades de IEC Nº. de USAB que atuam com referência e contra-referência IMPACTO Redução da prevalência das DST ATIVIDADES Melhoria da qualidade da Assistência às DST INSUMOS % de USAB que atuam com referência e contra-referência Diagnóstico Sindrômico Nº. de USAB adotando a abordagem sindrômica para tratamento das DST % de USAB que adotam abordagem sindrômica 45 46 5.6 Análise dos dados A analise foi descritiva, privilegiando as dimensões que o trabalho de campo indicou como criticas e relevantes para a adequada assistência as Doenças Sexualmente Transmissíveis nas Unidades Básicas de Saúde. Os dados foram reunidos num banco de dados e trabalhados em software EpiInfo, cujo método de tabulação e análise foi adequado às variáveis contidas nos instrumentos de coleta de dados. O Quadro 3 sumariza os indicadores e as respectivas fontes de dados, segundo as dimensões, subdimensões e componente do modelo lógico ao qual cada um se refere. O trabalho de campo foi desenvolvido com o apoio de uma auxiliar de pesquisa devidamente treinada. O tempo desprendido para realização da entrevista e observação do processo de trabalho foi de, aproximadamente, 20 horas para cada Unidade. As experiências foram registradas em diário de campo de maneira a apreender aspectos qualitativos. Todos os sujeitos que aceitaram participar da pesquisa assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido conforme a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Quadro 3. Dimensões, sub-dimensões, indicadores e fonte de verificação. Componente Critério Descrição/Utilidade Dimensão: Descentralização/Sub-dimensão: Planejamento Insumo D.P.1 - Assistência às DST Existência de estratégia ou contemplada no Plano Municipal de meta relacionada ao Saúde desenvolvimento de ações em DST no PMS Insumo D.P.2 - Participação da Sociedade Registro de presença de Civil na definição de prioridades representante da sociedade em oficina de elaboração do PAM Insumo D.P.3 - Referência à descentralização Existência de estratégia ou das ações de DST para as USAB no meta no PAM 2005 PAM. Insumo D.P.4 - Referência à descentralização Existência de estratégia ou das ações de DST para as USAB no meta no PAM 2006 PAM. Insumo D.P.5 - Aumento da cobertura da Evidências no Relatório de assistência às DST no Relatório de Gestão 2005 e 2006 em relação Gestão 2005 e 2006 ao aumento da cobertura da assistência às DST nas Unidades de Saúde de Atenção Básica Fonte de verificação Plano Municipal de Saúde 2001/2004 e 2005/2008 Relatório da oficina para a elaboração do PAM e folha de frequência Plano de Ações e Metas 2005 Plano de Ações e Metas 2006 Relatório de Gestão referente as ações desenvolvidas nos anos de 2005 e 2006 46 47 Componente Critério Descrição/Utilidade Atividade D.P.6 - Realização de capacitação em Existência de programação de Abordagem Sindrômica de DST e atividades de capacitação em Aconselhamento para Médicos Abordagem Sindrômica de DST e Aconselhamento para Médicos no PAM 2005 e/ou 2006 Atividade D.P.7 - Realização de capacitação em Existência de programação de Abordagem Sindrômica de DST e atividades de capacitação em Aconselhamento para Enfermeiros Abordagem Sindrômica de DST e Aconselhamento para Enfermeiros no PAM 2005 e/ou 2006 Atividade D.P.8 - Produção de material Previsão de produção de informativo/educativo para DST material informativo/educativo de DST no PAM 2005 e 2006 Atividade D.P.9 - Referencia à aquisição de Previsão de aquisição de equipamentos áudio visuais para as equipamentos áudio visuais unidades de saúde para as unidades de saúde no PAM 2005 Atividade D.P.10 - Aquisição de equipamentos Previsão de aquisição de áudio visuais para as unidades de equipamentos áudio visuais saúde para as unidades de saúde no PAM 2006 Dimensão: Descentralização / Sub-dimensão: Gestão de recursos financeiros Insumo D.F.1 - Aquisição de equipamentos Aquisição de equipamentos áudio visuais para as unidades de áudio visuais para as unidades saúde de saúde Insumo D.F.2 - Suprimento regular de Informação de interrupção no medicamentos para tratamento das fornecimento de medicamentos DST para tratamento das DST no período de 2005/2006 por pelo menos um dos entrevistados devido à falta/insuficiência de recursos financeiros Insumo D.F.3 - Fornecimento de Evidência de disponibilidade medicamentos para tratamento das de medicamentos para DST para as USAB de acordo com a tratamento das DST nas USAB pactuação Insumo D.F.4 - Suprimento regular de kits Evidência de interrupção no (reagentes para HIV e Sífilis) para suprimento de kits para realização de exames para DST/HIV realização de exames para DST/HIV no período de 2005/2006 Insumo D.F.5 - Fornecimento regular de Evidência de regularidade no preservativos masculino fornecimento de preservativos masculino. Produto Insumo D.F.6 - Percentual de cobertura da população > 15 anos considerando a distribuição de 10 unidades/pessoa Registro de quantitativo de preservativos distribuídos à população > 15 anos e estimativa dessa população na área adscrita à unidade. D.F.7 - Fornecimento de material Existência de material educativo/informativo de acordo com educativo/informativo para o que foi solicitado pela Unidade de ações de DST na unidade de Saúde saúde Fonte de verificação Plano de Ações e Metas 2005 e 2006 Plano de Ações e Metas 2005 e 2006 Plano de Ações e Metas 2005 e 2006 Plano de Ações e Metas 2005 Plano de Ações e Metas 2006 Relatório de Gestão Coordenação de DST/Aids, Coordenação de Atenção Básica Gerentes das USAB, Coordenação de DST/Aids e Profissionais de Saúde Relatório de Gestão 2005 e 2006 Coordenação de DST/Aids Planilhas Mensais de Distribuição de Preservativos Gerentes das USAB, Coordenação de DST/Aids e Profissionais de Saúde Planilha Mensal de distribuição de preservativos masculinos/ Relatório do SIAB Gerentes das USAB, Coordenação de DST/Aids e Profissionais de Saúde 47 48 Componente Critério Insumo D.F.8 - Equipamentos áudio visuais adquiridos e descentralizados para promover ações de DST nas unidades de saúde Atividade D.F.9 - Unidade com Médico responsável pela assistência às DST Atividade D.F.10 - Unidade com Enfermeiro responsável pela assistência às DST Dimensão: Integralidade / Sub-dimensão: IEC Atividade I.I.1 - Realização de atividades educativas em DST de caráter coletivo na unidade Insumo Atividade Insumo Insumo Atividade Atividade Insumo Insumo Descrição/Utilidade Existência de equipamentos áudio visuais para ações de DST na unidade de saúde Fonte de verificação Gerentes das USAB Existência de profissional médico responsável pela assistência às DST Existência de profissional enfermeiro responsável pela assistência às DST Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Existência de informações e evidências de realização de atividades educativas de caráter coletivo na rotina da USAB I.I.2 - Participação da equipe na Existência de registros e estruturação das atividades coletivas evidências de participação da de caráter educativo equipe na estruturação de atividades educativas de caráter coletivo I.I.3 - Periodicidade da realização de Existência de registro e outras atividades educativas em DST na evidências que demonstrem a unidade frequência com que a equipe realiza atividades educativas em DST na unidade I.I.4 - Categorias profissionais que Existência de registro e outras realizam regularmente atividades evidências que demonstrem educativas em DST na unidade e/ou quais categorias profissionais comunidade realizam regularmente atividades educativas em DST na unidade e/ou comunidade I.I.5 - Metodologia participativa nas Evidências e/ou registros que ações educativas de caráter coletivo demonstrem a participação do usuário durante a realização de ações educativas de caráter coletivo I.I.6 - Ações de caráter informativo Evidências e/ou informações com distribuição de material que demonstrem a distribuição informativo na comunidade adscrita à de material informativo na unidade comunidade I.I.7 - Agentes Comunitários de Evidências e/ou informações Saúde transmitem informações sobre que demonstrem que o ACS DST nas visitas domiciliares transmite informações sobre DST durante as visitas domiciliares I.I.8 - Estratégias de comunicação Evidências e/ou informações utilizadas pela unidade de saúde para que apontem a utilização de divulgação de eventos sobre DST estratégias de comunicação para a comunidade para divulgação de eventos sobre DST para a comunidade I.I.9 - Estratégias de comunicação Evidências e/ou informações utilizadas pela Secretaria Municipal que apontem a utilização de de Saúde para divulgação de estratégias de comunicação informações sobre DST para os pela Secretaria Municipal de profissionais da unidade Saúde para divulgação de informações sobre DST para os profissionais da unidade Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Questionário com Gerentes das USAB, Coordenação de DST/Aids e Profissionais de Saúde Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Gerentes das USAB Gerentes das USAB Coordenação de Atenção Básica e Coordenação de DST/Aids 48 49 Componente Critério Descrição/Utilidade Dimensão: Integralidade/ Sub-dimensão: Práticas Assistenciais Insumo I.PA.1 -Desenvolvimento de ações de Evidências e/ou informações DST integrada a outros ações de que demonstrem integração de Atenção Básica pela Unidade ações de DST com outras ações de Atenção Básica na unidade Atividade I.PA.2 - Realização de triagem dos Evidências e/ou informações usuários em conformidade com o que demonstrem que a triagem padronizado dos usuários é realizada em conformidade com o padronizado Atividade I.PA.3 - Realização de Evidências e/ou registros que aconselhamento durante a triagem demonstrem que é realizado aconselhamento durante a triagem dos usuários Insumo I.PA.4 - Categorias profissionais que Evidências e/ou registros que realizam triagem dos usuários apontem quais categorias profissionais realizam triagem dos usuários na unidade Insumo I.PA.5 - Tempo médio de espera Evidências e/ou informações entre a triagem e a realização da que demonstrem o tempo de consulta para o portador da DST espera que o portador de DST enfrenta entre a triagem e a realização da consulta Atividade I.PA.6 - Utilização do protocolo de Evidências e/ou informações abordagem sindrômica pela equipe que demonstrem a utilização do na consulta ao portador de DST protocolo de abordagem sindrômica na consulta ao portador de DST Insumo I.PA.7 - Categorias profissionais que Evidências e/ou informações utilizam o protocolo de abordagem que demonstrem quais sindrômica para DST na unidade categorias profissionais utilizam o protocolo de abordagem sindrômica na consulta ao portador de DST médico Insumo I.PA.8 - Categorias profissionais que Evidências e/ou registros que utilizam o protocolo de abordagem demonstrem quais categorias sindrômica para DST na unidade profissionais utilizam o protocolo de abordagem sindrômica na consulta ao portador de DST - enfermeiro Atividade I.PA.9 - Realização do Evidências e/ou registros que aconselhamento na consulta ao demonstrem a realização do portador de DST aconselhamento na consulta ao portador de DST Atividade I.PA.10 - Conduta do profissional em Evidências e/ou registros que conformidade com o padronizado no demonstrem que a conduta do momento da consulta ao portador de profissional na consulta ao DST portador de DST está em conformidade com o padronizado. Atividade I.PA.11 - Suspeição de DST nas Evidências e/ou registros que visitas domiciliares realizadas pelos demonstrem que os ACS ACS durante as visitas domiciliares regularmente detectam e encaminham casos suspeitos de DST Fonte de verificação Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Profissionais de Saúde Profissionais de Saúde Profissionais de Saúde Profissionais de Saúde Profissionais de Saúde Gerentes das USAB 49 50 Componente Critério Descrição/Utilidade Fonte de verificação Dimensão: Integralidade / Sub-dimensão: Ações de prevenção e recuperação em saúde Atividade I.A.1 - Existência de cadastramento Registros e outras evidências Gerentes das USAB da população em geral para de cadastramento da população recebimento de preservativos na em geral para recebimento de unidade preservativos na unidade Insumo I.A.2 - Existência de Mural com divulgação das datas de palestras para cadastramento da população em geral para recebimento de preservativos na unidade Insumo I.A.3 - Periodicidade de acesso ao preservativo pela população Atividade I.A.4 - Freqüência da distribuição de preservativos na unidade Insumo I.A.5 - Percepção dos profissionais quanto a adequação do quantitativo de preservativos distribuídos à população Evidência da existência de Mural ou outra estratégia de comunicação para divulgação de palestras para cadastro da população com vistas ao recebimento de preservativos. Evidências e/ou registros da periodicidade com que a população cadastrada tem acesso ao preservativo na unidade Há evidências e/ou registros de que o acesso ao preservativo é diário e em tempo integral Para o profissional de saúde o quantitativo de preservativos padronizados para dispensação à população está adequado para as suas necessidades? Produto I.A.6 - Integração com o Centro de Evidências de integração entre Referência Municipal em DST/Aids a unidade e o Centro de p/ complementação da assistência Referência em DST/Aids para para alguns tipos de DST complementação da assistência para alguns tipos de DST Dimensão: Integralidade / Sub-dimensão: Referência e Contra Referência Atividade I.R.1 - Procedimento adotado para a Evidências e/ou registros dos realização de exames laboratoriais procedimentos adotados para para o portador de DST garantir ao portador de DST a realização dos exames necessários/recomendados Insumo I.R.2 - Conduta adotada pela USAB Evidências e/ou informações da para referenciar o paciente para conduta adotada pela USAB outros serviços de maior e/ou pelo profissional quando o complexidade paciente necessita de assistência em outros serviços de maior complexidade Gerentes das USAB Gerentes das USAB Planilha de distribuição diária e/ou Livro de Registro de Distribuição Gerentes das USAB Profissionais de Saúde Gerentes das USAB e Coordenação de DST/Aids Gerentes das USAB Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Para o cálculo do grau de implantação foi construída uma matriz de julgamento (Quadro 4), definindo uma pontuação agregada hierarquicamente a partir do indicador, componente, dimensão e subdimensão. A atribuição do valor máximo esperado em cada indicador, foi realizada por consenso entre os técnicos da Coordenação Estadual de DST/Aids priorizando as subdimensões consideradas críticas para a organização de serviços de assistência às DST. 50 51 Quadro 4. Pontuação esperada por dimensão, subdimensão e componentes do programa DIMENSÃO Componentes Pontuação máxima na dimensão Pontuação Esperada Subdimensão: Planejamento Insumo 50 100 Atividade 50 Descentralização Subdimensão: Gestão de recursos financeiros Insumo 110 Atividade 20 150 Produto 20 Subdimensão: IEC Insumo 50 85 Atividade 35 Subdimensão: Práticas Assistenciais Insumo 100 220 Atividade 120 Integralidade Subdimensão: Ações de prevenção e recuperação em saúde Insumo 25 50 Atividade 15 Produto 10 Subdimensão: Referência e contra referência Insumo 20 40 Atividade 20 Pontuação máxima total 250 395 645 O Quadro 5, pág. 55, constitui a Matriz de Julgamento que tem o objetivo de avaliar o grau de implementação associado a alguns parâmetros relacionados às ações de controle das DST, conforme sistematizadas no Modelo Lógico do Programa de DST. Quadro 5. Matriz de julgamento Dimensões e Subdimensões Planejamento das Ações Financiamento Ações de IEC Práticas assistenciais Ações de prevenção e recuperação em saúde Referência e contra referência Grau de Implementação III – I - Incipiente II - Insuficiente Parcialmente adequada DIMENSÃO DESCENTRALIZAÇÃO <= 30% >30% <=50% >50% <=70% <= 30% >30% <=50% >50% <=70% DIMENSÃO INTEGRALIDADE DA ATENÇÃO <= 30% >30% <=50% >50% <=70% <= 30% >30% <=50% >50% <=70% <= 30% >30% <=50% >50% <=70% <= 30% >30% <=50% >50% <=70% IV - Adequada >70% >70% >70% >70% >70% >70% 51 52 6 ARTIGO - Avaliação da Assistência às Doenças Sexualmente Transmissíveis na Rede Básica de Saúde do Município de Ilhéus/BA 6.1 Resumo Estudo avaliativo onde se analisa o grau de implantação da assistência às Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST - na rede básica de saúde do município de Ilhéus, tendo como parâmetro a conformidade com as ações preconizadas no Manual de Controle das DST, publicado pelo Ministério da Saúde. Elaborado Modelo Lógico que sistematiza os componentes envolvidos na organização de serviços de assistência aos portadores de DST. Para coleta dos dados primários, foram elaborados questionário de entrevista com questões estruturadas e roteiro de observação. Os dados secundários foram constituídos de consultas a documentos. A partir dos dados coletados, procurouse identificar se a organização da assistência é orientada pelos princípios de descentralização e integralidade, dimensões elegidas como de maior relevância no estudo por meio de consenso com atores chave no município. Elaborou-se Modelo Lógico de Avaliação, onde a dimensão de descentralização foi categorizada em duas subdimensões: planejamento e gestão de recursos financeiros e a dimensão de integralidade, foi constituída de quatro subdimensões: Informação, Educação e Comunicação, práticas assistenciais, ações de promoção e recuperação em saúde, referência e contra-referência. Foram definidos critérios de avaliação para cada subdimensão, que receberam uma pontuação, conforme sua relevância para a assistência. Para definir o grau de implantação, foi utilizada uma matriz de julgamento, com escores específicos classificando os serviços em: adequado, parcialmente adequado, insuficiente e incipiente. O grau de implantação da assistência às DST no município de Ilhéus foi considerado insuficiente, embora algumas subdimensões tenham alcançado diferentes resultados, destacando-se a subdimensão planejamento que alcançou o maior escore, sendo considerada adequada. Os resultados apontam para a necessidade de rever estratégias que possam melhorar a implementação da intervenção em análise, prioritariamente os componentes considerados mais críticos. Palavras chaves: Avaliação, implementação, DST. 52 53 6.2 Abstract Evaluative study on the degree of implementation of healthcare provided to patients with sexually transmitted infections (STIs) within the basic healthcare network of the town of Ilhéus, using conformity with the actions described in the Manual for the Control of STIs published by the Ministry of Health as a parameter. A logical model was elaborated in which the components involved in the organization of healthcare services for STI patients were systematized. A structured questionnaire and an observation script was developed for primary data collection. Secondary data were obtained from documents revision. Based on the data collected, an analysis was made of whether the organization of the healthcare provided follows the principles of decentralization and integrality, dimensions considered the most relevant in this study. A logical evaluation model was constructed in which decentralization was classified into two sub-dimensions: planning and the management of financial resources, while integrality was divided into four sub-dimensions: information, education and communication, healthcare practices, and actions for the promotion and recuperation of health, each of which received a score in accordance with its relevance to healthcare. A judgement matrix was used to define the degree of implementation, with specific scores classifying the services as: adequate, partially adequate, insufficient or incipient. The degree of implementation of STI healthcare in the town of Ilhéus was considered insufficient, although the different sub-dimensions achieved different results, and it should be emphasized that the sub-dimension of planning obtained the highest score and was considered adequate. Therefore, these results indicate a need to review strategies that could improve implementation of the intervention under analysis, focussing on the components considered most critical. Key words: evaluation; implementation; STIs. 53 54 6.3 Introdução Em 1999, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estimou um total de 340 milhões de casos novos por ano de DST curáveis em todo o mundo em indivíduos com idade entre 15 e 49 anos, 10 a 12 milhões destes casos no Brasil. Outros tantos milhões de DST não curáveis (virais), incluindo o herpes genital (HSV-2), infecções pelo papilomavirus humano (HPV), hepatite B (HBV) e infecção pelo HIV ocorrem anualmentei . As doenças sexualmente transmissíveis (DST) ocorrem com maior freqüência nos países em desenvolvimento, onde constituem a segunda maior causa de perda de vida saudável entre mulheres de 15 a 45 anos. Atualmente, tem sido ressaltada sua associação com maior risco de infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV)ii,iii. As dificuldades na coleta de amostras biológicas e os custos deste procedimento dificultam a realização de estudos de base populacional sobre DST. Poucas referências com taxas de incidência ou prevalência das DST foram identificadas e a maioria dos estudos se concentra em clientela de clínicas especializadas em DST ou em grupos com comportamento de alto risco, como trabalhadores do sexoiv. Nos países em desenvolvimento, o grande percentual de jovens, o rápido aumento da urbanização e as relações desiguais de poder e dependência econômica das mulheres, que limitam o acesso destas a informações adequadas e atualizadas, são fatores que contribuem para o crescimento das DSTi. O problema é agravado pela grande quantidade de indivíduos que adotam tratamentos inadequados, resultando em aumento da resistência antimicrobiana e podendo levar a quadros subclínicos que os mantêm como elos fundamentais na cadeia de transmissão das doençasiv. Outro aspecto que se relaciona à alta prevalência das DST é que, na maioria das vezes, as orientações dadas aos pacientes não consideram abordagens que contribuam para mudanças de atitudes capazes de prevenir a reincidência da doença e o tratamento dos parceiros v. A pactuação entre os três níveis de governo estabelece que a aquisição dos medicamentos para as DST é de responsabilidade dos estados e municípios conforme venha a ser definido no pacto. A aquisição de preservativos é igualmente compartilhada, 54 55 sendo de responsabilidade do nível federal 80% do quantitativo nas regiões sul e sudeste e 90% nas regiões norte, nordeste e centro-oestevi. Porém, o grau de cumprimento desta pactuação é algo a se esclarecer. Com o objetivo de orientar a rede de atenção básica na organização dos serviços para atendimento aos usuários portadores de DST, o Ministério da Saúde elaborou um Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveisvii. Esse Manual constitui uma excelente ferramenta para os gestores na elaboração dos processos sob sua responsabilidade. Entretanto, a sua existência não garante que os serviços sejam implantados de acordo com os protocolos preconizados. Em 1991, a Organização Mundial de Saúde (OMS) introduziu o conceito de Abordagem Sindrômica para atendimento ao portador de DST em países em desenvolvimento. O método consiste em incluir as doenças dentro de síndromes préestabelecidas, baseadas em sintomas e sinais, e instituir tratamento imediato sem aguardar resultados de exames confirmatóriosviii. No contexto da atenção integral à saúde, o atendimento aos portadores de DST deve ser organizado de forma a não se perder a oportunidade do diagnóstico, tratamento e aconselhamento desses usuários, bem como contribuir para diminuir a vulnerabilidade a esses agravos, utilizando conhecimentos técnicos e científicos atualizados e os recursos disponíveis mais adequados para cada caso. Os princípios básicos para o controle das DST são interromper a cadeia de transmissão e prevenir novos casos, o que ocorre quando se atua nos elos que formam essa corrente, detectando precocemente os casos e seus (suas) parceiro (a)(s) e tratando-os de forma adequada e oportunavi Na Portaria 2.313ix é criado o incentivo fundo a fundo para o desenvolvimento de ações de DST/AIDS em estados e municípios, cuja condição de habilitação é a apresentação anual do Plano de Ações e Metas – PAM. Esse incentivo foi um reforço adicional para organização de serviços e execução de ações em quatro grandes áreas temáticas: promoção e prevenção, diagnóstico e assistência, desenvolvimento institucional e parcerias com Organizações da Sociedade Civil – OSC.. O processo de descentralização na área da saúde é um movimento que começou a se estruturar ao longo da década de 1980, ganhando contornos mais definitivos na Constituição federal de 1988 e na Legislação infraconstitucional subseqüente (Lei 8.080, de 19/09/90, Lei 8.142, de 28/12/90, Normas e Portarias regulamentadoras). 55 56 Constitucionalmente, o SUS é organizado de acordo com as seguintes diretrizes: a descentralização, com direção única em cada esfera de governo; o atendimento integral, abrangendo atividades assistenciais curativas e, prioritariamente, as atividades preventivas; e a participação da comunidadex. Assim, o processo de descentralização é uma ferramenta importante para o desencadeamento de várias intervenções no âmbito da saúde, sobretudo porque torna concreto o acesso às ações de saúde por inúmeros sujeitos, antes excluídos da assistência. Constitui-se ainda em um aliado importante na minimização da iniqüidade e na produção e oferta das ações de saúde nas realidades regionais e locais, na medida em que o planejamento, programação e controle social estejam articulados, possibilitando corrigir distorções e privilegiar a realidade local. A integralidade pode ser considerada tendo em vista a forma como os processos de trabalho são organizados, na perspectiva de interação de saberes e práticas, necessário ao cuidado integral à saúdexi,xii,xiii. A garantia do princípio da integralidade implica dotar o sistema de saúde de condições relacionadas às diversas fases da atenção, ao processo de cuidar, ao relacionamento do profissional de saúde com os pacientes. No modelo assistencial vigente, médico-hegemônico, o fluxo assistencial de uma Unidade Básica é voltado para a consulta médica. A organização dos processos de trabalho surge como importante questão a ser enfrentada para mudança dos serviços de saúde, de forma a colocá-los operando de forma centrada no usuário e suas necessidadesxii. Na integralidade, o modo de entender e abordar o indivíduo baseia-se na teoria holística, integral. Para o holismo o homem é um ser indivisível e não pode ser explicado por seus aspectos físico, psicológico e social separadamente. Imagina-se, desta forma, que a integralidade começa pela organização dos processos de trabalho na atenção básica, onde a assistência deve ser multi-profissionalxiv. Neste contexto, este estudo objetivou avaliar o grau de implementação da Assistência aos portadores de DST na Rede Básica de Saúde do município de Ilhéus, utilizando como parâmetro a conformidade das ações desenvolvidas nas Unidades de Saúde de Atenção Básica - USAB com o preconizado no Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveisvii e a aceitabilidade do uso do Protocolo de Abordagem Sindrômica pelos profissionais de saúde, tendo como dimensões a serem avaliadas a descentralização e a integralidade da atenção. 56 57 6.3.1 Contexto sócio-epidemiológico O município de Ilhéus, localizado no Sul da Bahia, com 220.000 habitantes em 2007, é a quarta cidade do estado em população, que se duplica durante o verão, quando a cidade recebe grande número de turistas que vêm à procura do amplo litoral. Situa-se a 430 km de Salvador, capital do Estado e a 28 km do município de Itabuna, outro grande município do Estado, cuja população busca as praias de Ilhéus durante os finais de semana e o período de verão. Para efeito de organização, a sede do município é geograficamente dividida em Zonas (Quadro 4), que concentram alguns equipamentos públicos e de uso coletivo. Além disso, algumas zonas se caracterizam, do ponto de vista social e sanitário, como áreas de risco para a população residente, por estarem próximas de pontos de prostituição, tráfico de drogas, o que atrai mais violência e aumenta a vulnerabilidade da população. Quadro 4. Distribuição dos serviços de saúde, por localização geográfica (zona) do município de Ilhéus/BA. ZONA CENTRO NORTE OESTE SUL INTERIOR TIPO DE SERVIÇO Clínicas Privadas Hospitais Filantrópicos e Privados Hospital Geral Público Centro de Referência Municipal em DST/Aids* Policlínica Municipal Unidade Básica de Saúde Centro Municipal de Assistência Especializada Centro de Atenção Psicossocial – CAPS Laboratórios de Análises Clínicas Contratados Farmácia* Hospital Privado/contratado ao SUS Unidade Básica de Saúde* Unidade de Saúde da Família* Farmácia* Unidade Básica de Saúde* Unidade de Saúde da Família* Farmácia* Unidade Básica de Saúde* Unidade de Saúde da Família* Farmácia* Unidade de Saúde da Família QUANTIDADE 22 4 1 1 1 2 1 1 19 26 1 3 4 12 2 4 5 4 6 16 5 Fonte: Secretaria Municipal de Saúde Em 2004, o município de Ilhéus se habilitou na política de incentivo instituída pelo Ministério da Saúde através da Portaria 2.313ix. Entretanto, desde 1999 já vinha recebendo recursos oriundos do Projeto AIDS II. Esses recursos entre outras ações 57 58 destinavam-se à organização dos serviços de assistência para AIDS e outras DST, incluindo-se aí a aquisição de medicamentos para tratamento das DST. 6.4 Materiais e métodos 6.4.1 Tipo de estudo A modelagem utilizada neste trabalho incorpora a avaliação normativa sobre os diversos aspectos referentes ao grau de implementação do programa para conformar a abordagem da pesquisa avaliativa, permitindo emitir juízo de valor quanto à análise de implantação por meio de estudo de caso. Na concepção de Yinxv, o estudo de caso é a estratégia de pesquisa preferida quando as questões que estão sendo colocadas são Como ou Por que, quando o investigador tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco é um fenômeno contemporâneo, inserido em um contexto da vida real. É ainda indicado quando o número de variáveis de interesse excede o de unidades de observação. Com base no Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveisvii foi proposto modelo lógico (Quadro 2) com vistas a permitir a identificação das relações entre os componentes do programa de DST (insumos, atividades, produtos e resultados), permitindo identificar e/ou formular indicadores quanto a estes diferentes aspectos. Um modelo lógico descreve a seqüência de eventos, através de uma síntese dos principais componentes do programa sistematizados em um quadro, para demonstrar como o programa teoricamente funciona. A capacidade para resumir o mecanismo de funcionamento do programa ligando o processo aos resultados através de uma seqüência de passos é uma das vantagens do modelo, que considera ainda a interação dos efeitos de seus componentes com o impacto do programaiii. Duas dimensões foram tomadas como eixo para o estudo: a Descentralização, aqui entendida como a capacidade local de produzir e ofertar ações de saúde, na medida em que o planejamento, a gestão de recursos financeiros e o controle social estejam articulados, possibilitando corrigir distorções e privilegiar a realidade local e a Integralidade, compreendida na perspectiva de interação de saberes e práticas, através da organização dos processos de trabalho necessários ao cuidado integral à saúde. Foram tomadas como subdimensões da Descentralização o Planejamento e Gestão de Recursos Financeiros e como subdimensões da Integralidade as Ações de 58 59 Informação, Educação e Comunicação – IEC, Práticas Assistenciais, Ações de prevenção e recuperação em saúde, Referência e Contra Referência. A classificação dos componentes do programa em insumos, atividades, produtos e resultados baseou-se em Hartzxvi Os dados utilizados neste estudo foram obtidos por meio de entrevistas, consulta a documentos e observação. Foram realizadas entrevistas com o Coordenador do Programa Municipal de DST/AIDS e Coordenador da Atenção Básica e consultados relatórios gerenciais e documentos oficiais como Plano Municipal de Saúde (PMS), Relatório de Gestão (RG) e Plano de Ações e Metas (PAM). Adicionalmente às medições realizadas no nível da Secretaria Municipal de Saúde, para a obtenção dos demais dados foram selecionadas 10 das 30 USAB que compõem a rede de serviços de atenção básica no município de Ilhéus, tendo sido utilizado como critério o fato de serem as principais notificadoras de casos de DST nos anos de 2005 e 2006. Em cada USAB foram entrevistados o gerente e os profissionais de saúde indicados por este como responsável pela assistência aos portadores de DST. De forma complementar, foi realizada observação da rotina dos serviços. O Quadro 5 sumariza os indicadores e as respectivas fontes de dados, segundo as dimensões, subdimensões e componente do modelo lógico ao qual cada um se refere. O trabalho de campo foi desenvolvido com o apoio de uma auxiliar de pesquisa devidamente treinada. O tempo desprendido para realização da entrevista e observação do processo de trabalho foi de, aproximadamente, 20 horas para cada Unidade. As experiências foram registradas em diário de campo de maneira a apreender aspectos qualitativos. Todos os sujeitos que aceitaram participar da pesquisa assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido conforme a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Quadro 5. Dimensões, sub-dimensões, indicadores e fonte de verificação. Componente Critério Descrição/Utilidade Dimensão: Descentralização/Sub-dimensão: Planejamento Insumo Assistência às DST Existência de estratégia ou contemplada no Plano meta relacionada ao Municipal de Saúde desenvolvimento de ações em DST no PMS Fonte de verificação Plano Municipal de Saúde 2001/2004 e 2005/2008 59 60 Componente Critério Insumo Participação da Sociedade Civil na definição de prioridades Insumo Referência à descentralização das ações de DST para as USAB no PAM. Insumo Referência à descentralização das ações de DST para as USAB no PAM. Insumo Aumento da cobertura da assistência às DST no Relatório de Gestão 2005 e 2006 Descrição/Utilidade Registro de presença de representante da sociedade em oficina de elaboração do PAM Existência de estratégia ou meta no PAM 2005 Fonte de verificação Relatório da oficina para a elaboração do PAM e folha de frequência Plano de Ações e Metas 2005 Existência de estratégia ou meta no PAM 2006 Plano de Ações e Metas 2006 Evidências no Relatório de Relatório de Gestão Gestão 2005 e 2006 em referente as ações relação ao aumento da desenvolvidas nos anos de cobertura da assistência às 2005 e 2006 DST nas Unidades de Saúde de Atenção Básica Atividade Realização de Existência de programação de Plano de Ações e Metas capacitação em atividades de capacitação em 2005 e 2006 Abordagem Sindrômica Abordagem Sindrômica de de DST e DST e Aconselhamento para Aconselhamento para Médicos no PAM 2005 e/ou Médicos 2006 Atividade Realização de Existência de programação de Plano de Ações e Metas capacitação em atividades de capacitação em 2005 e 2006 Abordagem Sindrômica Abordagem Sindrômica de de DST e DST e Aconselhamento para Aconselhamento para Enfermeiros no PAM 2005 Enfermeiros e/ou 2006 Atividade Produção de material Previsão de produção de Plano de Ações e Metas informativo/educativo material informativo/educativo 2005 e 2006 para DST de DST no PAM 2005 e 2006 Atividade Referencia à aquisição de Previsão de aquisição de Plano de Ações e Metas equipamentos áudio equipamentos áudio visuais 2005 visuais para as unidades para as unidades de saúde no de saúde PAM 2005 Atividade Aquisição de Previsão de aquisição de Plano de Ações e Metas equipamentos áudio equipamentos áudio visuais 2006 visuais para as unidades para as unidades de saúde no de saúde PAM 2006 Dimensão: Descentralização / Sub-dimensão: Gestão de recursos financeiros Insumo Aquisição de Aquisição de equipamentos Relatório de Gestão equipamentos áudio áudio visuais para as unidades visuais para as unidades de saúde de saúde Insumo Suprimento regular de Informação de interrupção no Coordenação de medicamentos para fornecimento de DST/Aids, Coordenação tratamento das DST medicamentos para tratamento de Atenção Básica das DST no período de 2005/2006 por pelo menos um dos entrevistados devido à falta/insuficiência de recursos financeiros 60 61 Componente Critério Insumo Fornecimento de medicamentos para tratamento das DST para as USAB de acordo com a pactuação Insumo Suprimento regular de kits (reagentes para HIV e Sífilis) para realização de exames para DST/HIV Insumo Produto Fornecimento regular de preservativos masculino Descrição/Utilidade Evidência de disponibilidade de medicamentos para tratamento das DST nas USAB Fonte de verificação Gerentes das USAB, Coordenação de DST/Aids e Profissionais de Saúde Evidência de interrupção no suprimento de kits para realização de exames para DST/HIV no período de 2005/2006 Evidência de regularidade no fornecimento de preservativos masculino. Relatório de Gestão 2005 e 2006 Coordenação de DST/Aids Percentual de cobertura Registro de quantitativo de da população > 15 anos preservativos distribuídos à considerando a população > 15 anos e distribuição de 10 estimativa dessa população na unidades/pessoa área adscrita à unidade. Insumo Fornecimento de material Existência de material educativo/informativo de educativo/informativo para acordo com o que foi ações de DST na unidade de solicitado pela Unidade saúde de Saúde Insumo Equipamentos áudio Existência de equipamentos visuais adquiridos e áudio visuais para ações de descentralizados para DST na unidade de saúde promover ações de DST nas unidades de saúde Atividade Unidade com Médico Existência de profissional responsável pela médico responsável pela assistência às DST assistência às DST Atividade Unidade com Enfermeiro Existência de profissional responsável pela enfermeiro responsável pela assistência às DST assistência às DST Dimensão: Integralidade / Sub-dimensão: IEC Atividade Realização de atividades Existência de informações e educativas em DST de evidências de realização de caráter coletivo na atividades educativas de unidade caráter coletivo na rotina da USAB Insumo Participação da equipe na Existência de registros e estruturação das evidências de participação da atividades coletivas de equipe na estruturação de caráter educativo atividades educativas de caráter coletivo Atividade Periodicidade da Existência de registro e outras realização de atividades evidências que demonstrem a educativas em DST na frequência com que a equipe unidade realiza atividades educativas em DST na unidade Planilhas Mensais de Distribuição de Preservativos Gerentes das USAB, Coordenação de DST/Aids e Profissionais de Saúde Planilha Mensal de distribuição de preservativos masculinos/ Relatório do SIAB Gerentes das USAB, Coordenação de DST/Aids e Profissionais de Saúde Gerentes das USAB Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Questionário com Gerentes das USAB, Coordenação de DST/Aids e Profissionais de Saúde 61 62 Componente Critério Insumo Categorias profissionais que realizam regularmente atividades educativas em DST na unidade e/ou comunidade Descrição/Utilidade Existência de registro e outras evidências que demonstrem quais categorias profissionais realizam regularmente atividades educativas em DST na unidade e/ou comunidade Insumo Metodologia participativa Evidências e/ou registros que nas ações educativas de demonstrem a participação do caráter coletivo usuário durante a realização de ações educativas de caráter coletivo Atividade Ações de caráter Evidências e/ou informações informativo com que demonstrem a distribuição distribuição de material de material informativo na informativo na comunidade comunidade adscrita à unidade Atividade Agentes Comunitários de Evidências e/ou informações Saúde transmitem que demonstrem que o ACS informações sobre DST transmite informações sobre nas visitas domiciliares DST durante as visitas domiciliares Insumo Estratégias de Evidências e/ou informações comunicação utilizadas que apontem a utilização de pela unidade de saúde estratégias de comunicação para divulgação de para divulgação de eventos eventos sobre DST para a sobre DST para a comunidade comunidade Insumo Estratégias de Evidências e/ou informações comunicação utilizadas que apontem a utilização de pela Secretaria Municipal estratégias de comunicação de Saúde para divulgação pela Secretaria Municipal de de informações sobre Saúde para divulgação de DST para os profissionais informações sobre DST para da unidade os profissionais da unidade Dimensão: Integralidade/ Sub-dimensão: Práticas Assistenciais Insumo Desenvolvimento de Evidências e/ou informações ações de DST integrada a que demonstrem integração de outros ações de Atenção ações de DST com outras Básica pela Unidade ações de Atenção Básica na unidade Atividade Realização de triagem Evidências e/ou informações dos usuários em que demonstrem que a triagem conformidade com o dos usuários é realizada em padronizado conformidade com o padronizado Atividade Realização de Evidências e/ou registros que aconselhamento durante a demonstrem que é realizado triagem aconselhamento durante a triagem dos usuários Fonte de verificação Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Gerentes das USAB Gerentes das USAB Coordenação de Atenção Básica e Coordenação de DST/Aids Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde 62 63 Componente Critério Insumo Categorias profissionais que realizam triagem dos usuários Descrição/Utilidade Fonte de verificação Evidências e/ou registros que Gerentes das USAB e apontem quais categorias Profissionais de Saúde profissionais realizam triagem dos usuários na unidade Insumo Tempo médio de espera Evidências e/ou informações Gerentes das USAB e entre a triagem e a que demonstrem o tempo de Profissionais de Saúde realização da consulta espera que o portador de DST para o portador da DST enfrenta entre a triagem e a realização da consulta Atividade Utilização do protocolo Evidências e/ou informações Profissionais de Saúde de abordagem sindrômica que demonstrem a utilização pela equipe na consulta do protocolo de abordagem ao portador de DST sindrômica na consulta ao portador de DST Insumo Categorias profissionais Evidências e/ou informações Profissionais de Saúde que utilizam o protocolo que demonstrem quais de abordagem sindrômica categorias profissionais para DST na unidade utilizam o protocolo de abordagem sindrômica na consulta ao portador de DST médico Insumo Categorias profissionais Evidências e/ou registros que Profissionais de Saúde que utilizam o protocolo demonstrem quais categorias de abordagem sindrômica profissionais utilizam o para DST na unidade protocolo de abordagem sindrômica na consulta ao portador de DST - enfermeiro Atividade Realização do Evidências e/ou registros que Profissionais de Saúde aconselhamento na demonstrem a realização do consulta ao portador de aconselhamento na consulta ao DST portador de DST Atividade Conduta do profissional Evidências e/ou registros que Profissionais de Saúde em conformidade com o demonstrem que a conduta do padronizado no momento profissional na consulta ao da consulta ao portador portador de DST está em de DST conformidade com o padronizado. Atividade Suspeição de DST nas Evidências e/ou registros que Gerentes das USAB visitas domiciliares demonstrem que os ACS realizadas pelos ACS durante as visitas domiciliares regularmente detectam e encaminham casos suspeitos de DST Dimensão: Integralidade / Sub-dimensão: Ações de prevenção e recuperação em saúde Atividade Existência de Registros e outras evidências de Gerentes das cadastramento da cadastramento da população em geral para USAB população em geral para recebimento de preservativos na unidade recebimento de preservativos na unidade 63 64 Componente Critério Insumo Existência de Mural com divulgação das datas de palestras para cadastramento da população em geral para recebimento de preservativos na unidade Descrição/Utilidade Fonte de verificação Evidência da existência de Mural ou outra Gerentes das estratégia de comunicação para divulgação USAB de palestras para cadastro da população com vistas ao recebimento de preservativos. Insumo Evidências e/ou registros da periodicidade com que a população cadastrada tem acesso ao preservativo na unidade Há evidências e/ou registros de que o acesso ao preservativo é diário e em tempo integral Atividade Periodicidade de acesso ao preservativo pela população Freqüência da distribuição de preservativos na unidade Insumo Planilha de distribuição diária e/ou Livro de Registro de Distribuição Gerentes das USAB Para o profissional de saúde o quantitativo Profissionais de preservativos padronizados para de Saúde dispensação à população está adequado para as suas necessidades? Percepção dos profissionais quanto a adequação do quantitativo de preservativos distribuídos à população Produto Integração com o Centro Evidências de integração entre a unidade e de Referência Municipal o Centro de Referência em DST/Aids para em DST/Aids p/ complementação da assistência para alguns complementação da tipos de DST assistência para alguns tipos de DST Dimensão: Integralidade / Sub-dimensão: Referência e Contra Referência Atividade Procedimento adotado Evidências e/ou registros dos para a realização de procedimentos adotados para garantir ao exames laboratoriais para portador de DST a realização dos exames o portador de DST necessários/recomendados Insumo Conduta adotada pela USAB para referenciar o paciente para outros serviços de maior complexidade Gerentes das USAB Evidências e/ou informações da conduta adotada pela USAB e/ou pelo profissional quando o paciente necessita de assistência em outros serviços de maior complexidade Gerentes das USAB e Coordenação de DST/Aids Gerentes das USAB Gerentes das USAB e Profissionais de Saúde 64 65 ***Para o cálculo do grau de implantação foi construída uma matriz de julgamento (Quadro 6), definindo uma pontuação agregada hierarquicamente a partir do indicador, componente, dimensão e subdimensão. A atribuição do valor máximo esperado em cada indicador, foi realizada por consenso entre os técnicos da Coordenação Estadual de DST/Aids priorizando as subdimensões consideradas críticas para a organização de serviços de assistência às DST O grau de implantação foi então classificado de acordo com a pontuação obtida nas seguintes possibilidades: I – Incipiente ≤ 30% II – Insuficiente 30% |- 50% III – Parcialmente adequado 50% -| 70% IV – Adequado ≥ 70% Quadro 6. Pontuação esperada por dimensão, subdimensão e componentes do programa DIMENSÃO Componentes Pontuação Esperada Subdimensão: Planejamento Insumo 50 100 Atividade 50 Descentralização Subdimensão: Gestão de recursos financeiros Insumo 110 Atividade 20 150 Produto 20 Subdimensão: IEC Insumo 50 85 Atividade 35 Subdimensão: Práticas Assistenciais Insumo 100 220 Atividade 120 Integralidade Subdimensão: Ações de prevenção e recuperação em saúde Insumo 25 50 Atividade 15 Produto 10 Subdimensão: Referência e contra referência Insumo 20 40 Atividade 20 Pontuação máxima total Pontuação máxima na dimensão 250 395 645 A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Escola Nacional de Saúde Pública e todos os participantes - coordenadores, gerentes e profissionais de saúde dos serviços assinaram termo de consentimento livre e esclarecido. 65 66 6.5 Resultados A pesquisa foi completada nas 10 unidades selecionadas ocorrendo que 5 eram unidades de saúde convencionais e 5 unidades do Programa de Saúde da Família. Foram analisadas 36 entrevistas de profissionais de saúde entre médicos, enfermeiros, e gerentes das 10 unidades selecionadas para o estudo. Quando inquiridos sobre o tempo de atuação profissional, 12 (33,3 %) responderam que atuam há mais de 5 anos. Em relação à categoria profissional, 13 (36,1 %) eram profissionais médicos e 23 enfermeiros, dentre eles 10 são gerentes de unidade que, além de exercerem a função de gerência, realizam atendimento direto ao usuário. A seguir serão descritos os resultados encontrados e o índice de implementação por dimensão/subdimensão e componente do programa. Na Tabela 1 é apresentado o escore obtido para o grau de implantação da assistência às DST nas Unidades de Saúde de Atenção Básica do município de Ilhéus, sistematizado por dimensão, demonstrando a pontuação observada e pontuação esperada por cada subdimensão e componente. O escore obtido permitiu classificar a implantação como insuficiente. Tabela 1 – Grau de Implantação por Subdimensão e pontuação observada e esperada por componente. DIMENSÃO Subdimensão: Planejamento GRAU DE IMPLANTAÇÃO Componente PO PE % PO PE % Insumo 30 30,0 50 70 100 70,0 Adequado Atividade 40 40,0 50 Descentralização Subdimensão: Gestão de recursos financeiros Componente PO PE % PO PE % Insumo 26 17,3 110 Incipiente 44 150 29,3 Atividade 18 12,,0 20 Produto 0 0,0 20 Integralidade Subdimensão: IEC Componente PO PE % PO PE % Insuficiente Insumo 23,8 28,0 50 40,1 85 47,2 Atividade 16,3 19,2 35 Subdimensão: Práticas Assistenciais Componente PO PE % PO PE % Insumo 40,5 100 18,4 83,5 220 38,0 Insuficiente Atividade 43 120 19,5 Subdimensão: Ações de prevenção e recuperação em saúde Componente PO PE % PO PE % Insumo 8,75 Parcialmente 25 17,5 adequado 50 62,6 Atividade 12,5 15 25,0 31,3 Produto 10 10 100 66 67 Subdimensão: Referência e contra referência Componente PO PE % PO PE % Insumo 11 20 27,5 17 40 42,5 Atividade 6 20 15,0 ∑ DOS COMPONENTES 285,9 645 44,3 GRAU DE IMPLANTAÇÃO PO: Pontuação Observada PE: Pontuação Esperada Insuficiente Insuficiente 6.5.1 Descentralização Na análise dos Planos de Saúde do município para o quadriênio 2001/2004 e 2005/2008 verificou-se que estes contemplavam a assistência às DST. A participação das ONG que atuam na prevenção e assistência às DST/AIDS na elaboração dos PAM 2005 e 2006 foi constatada. De acordo com a Portaria 2.313 (BRASIL, 2002), após elaboração do PAM, o município deve submetê-lo à apreciação do Conselho Municipal de Saúde, fluxo que vem sendo cumprido regularmente. Entretanto, ao analisar os Planos de Ações e Metas (PAM) para os anos de 2005 e 2006, apenas o PAM/2005 apresentava como meta a descentralização da assistência às DST para as USAB. Os Relatórios de Gestão referente aos anos de 2005 e 2006, não fazem menção ao aumento de cobertura da assistência às DST, nem à descentralização da assistência para as UBS e USF. Estavam previstas atividades de capacitação em abordagem sindrômica para médicos e enfermeiros no PAM 2005 e 2006 e produção de material informativo/educativo de DST. Quanto à previsão de aquisição de equipamentos áudiovisuais para as USAB, apenas o PAM 2005 contemplou esta atividade. Considerando-se os componentes anteriormente descritos a subdimensão planejamento teve um grau de implantação adequado. A subdimensão Gestão de Recursos Financeiros para as ações de DST é constituída pelos componentes insumo, atividade e produto. Na avaliação do componente Insumo, constatou-se que, apesar de previsto no PAM/2005, não houve aquisição de equipamentos áudio-visuais para as USAB nos anos de 2005 e 2006 e que as unidades não dispõem desses recursos para o desenvolvimento de atividades educativas. Há pouca disponibilidade de materiais informativos/educativos, que se resumem à presença de álbum seriado, folhetos e cartazes na maior parte das unidades. 67 68 O fornecimento de medicamentos para tratamento das DST às USAB está restrito aos itens da Farmácia Básica. Para ter acesso aos demais medicamentos, o usuário deve se dirigir ao Centro de Referência em DST/AIDS local que centraliza a dispensação dos medicamentos para tratamento das Doenças Sexualmente Transmissíveis. Há regularidade no suprimento de kits reagentes para exames de VDRL e Anti-HIV para o Laboratório do Centro de Referência Municipal em DST/AIDS e no fornecimento de preservativos masculino. Na apreciação do componente Atividade observou-se que, das dez Unidades estudadas, apenas duas não dispõem de um profissional médico responsável pela assistência às DST. Uma delas é constituída por uma Equipe de Saúde da Família, cuja gerente informou que os casos mais complexos de DST são encaminhados para o Centro de Referência Municipal em DST/AIDS. Quanto ao componente Produto, observou-se que o quantitativo de preservativos distribuídos é registrado numa planilha. Entretanto, é insuficiente para atender à demanda da população. Embora o estado oriente a distribuição do quantitativo de 12 unidades/pessoa/mês, o município optou por distribuir 10 unidades/pessoa, de forma que cada USAB possa dispor de 1.000 preservativos/mês. Este quantitativo é suficiente para atender apenas 100 usuários/mês. O grau de implantação da subdimensão Financiamento foi considerado incipiente. 6.5.2 Integralidade A sub-dimensão Informação, Educação e Comunicação – IEC pode ser entendida a partir da concepção de mobilização e processo transformador que requer dedicação contínua, produção cotidiana de resultados, construção e apropriação do conhecimento através da convocação de vontades, compartilhamento de interpretações e significados que permitam a tomada de decisão e uma atuação em busca de um objetivo comumxvii. Essa subdimensão é composta pelos componentes insumo e atividade. Quanto ao componente Insumo, obteve-se que as atividades de IEC desenvolvidas nas USAB não contam, em sua maioria, com a participação da equipe na sua estruturação. Apenas em duas unidades (USF) foi informada e observada a participação de toda a equipe na estruturação e desenvolvimento de atividades educativas e informativas. A utilização de metodologia participativa nas ações de IEC 68 69 foi informada por 50 % das USAB. As atividades programadas são divulgadas por 90 % das USAB através da utilização de murais e do trabalho dos ACS. Foi verificado que a Secretaria de Saúde adotou como estratégia de comunicação do perfil de morbidade do município a publicação semestral de um boletim epidemiológico. Na apreciação do componente Atividade, observou-se que apenas metade das USAB informou desenvolver rotineiramente atividades educativas de caráter coletivo em DST. A freqüência com que essas atividades ocorrem variou entre mensal (90%) e eventual (10 %). Ocorre distribuição de material informativo à população adscrita em 70 % das unidades, mas somente 50 % das USAB relataram que os ACS transmitem informações sobre DST durante as visitas domiciliares. Dada a análise dos componentes descritos anteriormente o grau de implantação da subdimensão IEC foi considerado insuficiente. A subdimensão Práticas Assistenciais é descrita a seguir de acordo com os seguintes componentes: insumo e atividade. Quanto ao componente Insumo, o desenvolvimento de ações de DST integradas a outras ações de atenção básica, uma das estratégias fundamentais para construção da integralidade da atenção, foi reportada de uma forma muito pontual apenas pelas unidades que dispõem de Equipes de Saúde da Família, nas demais unidades não foi informado/observado qualquer tipo de integração. Em metade das USAB foi verificado que a triagem é realizada por profissional de nível superior e, nas demais, é realizada por funcionário da recepção. Apenas três unidades relatam agendamento imediato da consulta, as demais informam que o agendamento é efetuado em um período inferior a uma semana. Em relação à categoria profissional que utiliza o protocolo de abordagem sindrômica para assistência às DST, somente em 30 % das USAB é utilizada por profissional médico e também pelo enfermeiro. Quanto ao componente Atividade, observou-se que em 50 % das unidades a triagem é uma atividade realizada pelo enfermeiro que a executa em conformidade com o padronizado no Manual de Assistência às DST, incluindo-se aí o aconselhamento, desenvolvido apenas nas Unidades com Equipes de Saúde da Família (5 USAB). O aconselhamento durante a consulta ao portador de DST é realizado por 70 % das unidades de forma individual, não sendo realizado aconselhamento coletivo. 69 70 No que se refere à conduta do profissional no momento da consulta ao portador de DST, somente em 30 % das USAB foi observado que a conduta está em conformidade com o preconizado no Manual de Assistência às DST. Apenas duas unidades informaram que os ACS durante as visitas domiciliares detectam e encaminham pessoas com suspeita de DST. Levando-se em conta os componentes acima descritos a subdimensão Práticas Assistenciais teve um grau de implantação insuficiente. A subdimensão Ações de Prevenção e Recuperação em Saúde é caracterizada pelos componentes: contexto, atividade e produto. No componente Insumo, em relação à existência de estratégia de comunicação para divulgar palestras e/ou formas de cadastramento da população para receber preservativos, em 50 % das USAB foi verificada e informada a existência de mural para divulgação de datas. Quanto à periodicidade com que a população cadastrada tem acesso aos preservativos 50 % informou que não há periodicidade estabelecida, ou seja, é de livre demanda e as demais informaram que o acesso é mensal. O número de preservativos distribuídos foi considerado inadequado por 100 % dos profissionais de saúde, que acharam o quantitativo insuficiente para atender às necessidades da população. No componente Atividade observou-se que em 90 % das unidades foi informada e verificada a realização de cadastramento da população para receber preservativos, mas somente 80 % das USAB distribuem preservativos diariamente e em tempo integral. No componente Produto, a integração com o Centro de Referência Municipal de DST/AIDS foi relatada e observada em 100 % das USAB. A subdimensão Ações de prevenção e recuperação em saúde apresenta um grau de implantação parcialmente adequado. A subdimensão Referência e Contra-Referência conta na sua composição com os seguintes componentes: contexto e atividade. O componente Insumo referiu-se à conduta adotada pela USAB frente a necessidade de referenciar o paciente para assistência em outros serviços de maior complexidade. Entre as 10 USAB, 90 % informam que orienta o paciente e encaminha através de relatório e apenas 10 % informam que além de orientar e encaminhar, asseguram o atendimento por meio de agendamento. 70 71 O componente Atividade nesta sub-dimensão foi relacionado ao procedimento adotado pela USAB para realização de exames laboratoriais nos portadores de DST. Em todas as unidades o procedimento adotado é o seguinte: entrega da solicitação ao paciente, encaminhamento do mesmo à recepção da Unidade para que a solicitação seja carimbada com a relação dos serviços contratados pelo município. A partir daí o paciente deve procurar o serviço para agendamento do dia da coleta. O único material colhido na unidade para realização de exame é a citologia oncótica. Para realização do exame Anti-HIV e VDRL o usuário é encaminhado para o Laboratório do Centro de Referência em DST/Aids. O grau de implantação da subdimensão Referência e Contra-Referência foi considerado insuficiente. 6.6 Discussão A análise dos resultados permitiu diagnosticar alguns problemas que consideramos como nós críticos da incorporação das ações de prevenção e assistência das DST na rede de atenção básica que serão explicitados a seguir. Observou-se que, no tocante à dimensão descentralização, o município de Ilhéus apresenta um contexto favorável, embora ainda tímido, à organização da assistência às DST, visto que os instrumentos de planificação representados pelo Plano Municipal de Saúde (2001/2004 e 2005/2008) e pelo Plano de Ações e Metas/2005 contemplavam metas e atividades com este objetivo. Para Souza, Hartz e Silvaxviii, a Secretaria Municipal de Saúde deve usar de forma rotineira, as ferramentas do planejamento e da avaliação. A oferta de serviços deve se adequar ao perfil epidemiológico da população e estar organizada de forma hierarquizada. O Conselho Municipal de Saúde precisa ser atuante, definindo prioridades e acompanhando as ações desenvolvidas. Destaca-se ainda a participação da sociedade civil na elaboração do PAM. De acordo com Benzaken et al.xix, o planejamento de um programa, notadamente no campo da saúde sexual, não se restringe à perícia técnica e científica, mas resulta de debates públicos sobre prioridades, valores e direitos, assim como da imaginação coletiva para responder rapidamente aos desafios identificados na discussão dos resultados parciais e em contextos locais. 71 72 Quando se analisa a gestão de recursos financeiros para as ações de DST, verifica-se que, embora algumas ações tenham sido previstas inclusive com alocação de recursos para o seu custeio, elas não formam executadas. Isso parece corroborar para que as ações de assistência às DST ocorram de forma centralizada. A aquisição de medicamentos para tratamento das DST restringe-se ao percentual alocado no PAM como contrapartida e foi considerado insuficiente para atender à demanda. Verificou-se que as Unidades de Saúde não dispõem dos medicamentos pactuados para tratamento dessas enfermidades, de forma que o paciente possa iniciar imediatamente o tratamento, sendo necessário que ele se desloque para o Centro de Referência em DST/Aids, onde essa dispensação é centralizada, o que dificulta o acesso do paciente, visto que dependerá dos meios de transporte coletivo para chegar ao local. Isso faz com que muitos pacientes procurem as farmácias mais próximas, onde a indicação terapêutica é uma prática comum.xx Estudo realizado em sete estados brasileiros entre 2001 e 2002xxi com objetivo de avaliar a qualidade do cuidado dos serviços ambulatoriais que assistem pacientes de AIDS verificou que a alta disponibilidade de Antiretrovirais – ARV - contrasta com os grandes problemas de provisão dos outros medicamentos, provavelmente porque cabe à esfera federal a compra dos ARV e às esferas municipal/estadual a compra dos medicamentos para infecções oportunistas e para tratamento das DST. Para os autores desse estudo, o compromisso de manter o acesso universal à terapia ARV, que tem diferenciado de forma positiva a luta contra a AIDS no Brasil, parece pesar muito nesta situação. Já a provisão de outros medicamentos, bem como dos demais recursos que dependem do sistema de saúde são diluídos no conjunto das necessidades de saúde locais e atendidos segundo estruturas e compromissos heterogêneos. Na concepção de Naves et al.xxii a disponibilidade de medicamentos essenciais, uma ferramenta importante para a efetividade das ações nos diversos níveis de atenção do sistema de saúde, é considerada um elemento básico da atenção primária em saúde. Para esse autor a dificuldade de acesso a serviços de saúde e aos medicamentos, a falta de orientação para o uso racional de medicamentos ao usuário e a automedicação são uma realidade no Brasil. 72 73 As conseqüências sanitárias e econômicas advindas do uso irracional de medicamentos são relevantes, citando-se entre elas a perpetuação e complicação das doenças, o sofrimento desnecessário e mortes, manutenção da cadeia de transmissão das doenças, o aumento da incidência de reações adversas a medicamentos e admissões hospitalares, fatores que conduzem a um aumento dos gastos com saúde e a uma diminuição da credibilidade dos serviços e dos profissionais de saúdexxiii. Apesar do esforço empreendido pela Coordenação Municipal da DST/Aids, o número de profissionais capacitados em abordagem sindrômica e aconselhamento é reduzido, tendo em vista a grande rotatividade de profissionais e a não adesão à aplicação do protocolo, tornando seu uso bastante reduzido. A abordagem sindrômica é mais realista e eficaz para controle das DST em países em desenvolvimento pela simplicidade e baixo custo, um terço do valor do tratamento após confirmação etiológica. O tratamento rápido e adequado das DST diminui a incidência e a propagação do HIV. Sendo assim, cabe aos profissionais de saúde a responsabilidade na divulgação e implantação desse tipo de atendimentoxxiv. Apesar das USAB realizar alguns atendimentos e procederem a notificação dos casos, a assistência aos casos de DST pelos profissionais é esporádica, o que pode ser atribuído ao fato dos profissionais utilizarem o diagnóstico etiológico no momento da consulta, retardando o tratamento e uma rápida resposta à queixa do paciente. Detectou-se também que em duas unidades não havia médico com responsabilidade pelo atendimento aos portadores de DST. Em uma delas, de acordo com a informação do gerente da unidade, alegou-se que a decisão era decorrente do fato de tratar-se de profissional com um vínculo empregatício mais antigo e com “vícios” como o de escolher quais casos está disposto a atender. A outra unidade fica fora da sede do município, contando com uma equipe de saúde da família, mas o profissional médico encaminha todos os casos para o Centro de Referência em DST/Aids, atribuindo essa conduta ao fato da unidade não dispor de medicamentos. Em relação aos profissionais enfermeiros, embora capacitados em Abordagem Sindrômica, 70 % alegaram como dificuldade para realizar a assistência, a inexistência de uma Lei Municipal que lhes assegurem amparo legal para realização do atendimento, ainda que de acordo com protocolo já estabelecido. Esse fato demonstrou uma 73 74 contradição entre a informação do gerente ao apontar o profissional como responsável pela assistência e as ações que este profissional assume como de sua responsabilidade. As Unidades não realizam coleta de material para realização de exames laboratoriais, à exceção de material para exame de citologia. Verificou-se ainda que, devido à oferta de exames anti-HIV e VDRL, o portador de DST busca atendimento e/ou é referenciado para o Centro de Referência em DST/Aids. Os preservativos, insumo indispensável para prevenção das DST, são disponibilizados com regularidade para as dez unidades que compõem este estudo. Entretanto, o quantitativo é insuficiente para atender à demanda, visto que a cota mensal é de 1.000 unidades. A aquisição deste insumo é de responsabilidade tripartite, sendo repassado pelo Governo Federal ao Programa Estadual de DST, que também efetua sua compra e procede a distribuição para os municípios com Política de Incentivo. Cabe ao município a responsabilidade pela aquisição, de no mínimo, 25 % do quantitativo repassado pelo estado no ano anterior. Na opinião dos profissionais o número de preservativos disponibilizados em cada visita, é insuficiente para promover a cobertura da população > 15 anos, o que pode provocar uma baixa adesão ao uso do preservativo durante as relações sexuais. Para o Ministério da Saúdexxv o uso consistente de preservativo é a medida considerada mais eficiente na interrupção da transmissão de doenças pela via sexual. A avaliação das ações de assistência às DST no município, quando se trata do princípio da integralidade, apresenta um quadro desanimador. Para MerhyxiiErro! Indicador não definido. a organização dos processos de trabalho surge como principal questão a ser enfrentada para mudança dos serviços de saúde, de forma a colocá-los operando de forma centrada no usuário e suas necessidades. No modelo assistencial vigente no município de Ilhéus, o fluxo assistencial das Unidades é voltado para a consulta médica. O processo de trabalho instituído necessita de uma maior interação entre o saber e a prática A existência de recursos áudio visuais está limitada à disponibilidade de álbum seriado e folhetos informativos, o que denota a pouca valorização dada às atividades educativas, visto que não são viabilizadas as condições mínimas para essas atividades como espaço físico, equipamentos (desde cadeiras e aparelhos de televisão e vídeo ou DVD), bem como acesso a materiais educativos, audio-visual ou de apoio. As ações de 74 75 IEC, em sua maioria, ficam restritas ao desenvolvimento de palestras com periodicidade variável, oportunidade em que ocorre distribuição de folhetos informativos. Há pouca participação da equipe na estruturação das atividades de educação em saúde e a responsabilidade pela sua realização geralmente fica a cargo do enfermeiro que conta com a colaboração dos Agentes Comunitários de Saúde, os quais assumem a divulgação junto à comunidade. Os médicos alegam não ter tempo e/ou que essa atividade não lhes compete, demonstrando que não há integração entre as práticas profissionais. Segundo Albuquerque & Stotzxxvi são grandes as dificuldades das equipes de saúde para efetivar uma prática cotidiana de promoção, incorporando ações educativas no dia a dia dos serviços. As atividades de educação em saúde são conduzidas na maioria das vezes, em conformidade com o programa da ocasião ou epidemia em pauta, sem preocupação com a integralidade no processo educativo ou com a continuidade das ações junto à comunidade de modo a trabalhar sua autonomia e conscientização. A reconstrução do trabalho em saúde necessita de um ativo envolvimento da gestão dos serviços, compreendida como um processo coletivo e interativo de construção e reconstrução de subjetividades, identidades e projetos de equipe. Portanto, um dos grandes desafios no cotidiano da atenção à saúde é pensar e operar essa dimensão prática que transcende os objetos produzidos pelas ciências biomédicas, incorporando-a ativamente aos objetivos e meios do projeto assistencial, e fazendo sujeitos dessa incorporação profissionais e usuários dos serviços xxvii‚xxviii .Os ACS, definidos como elo de ligação entre a comunidade e a Unidade de Saúde, têm uma participação muito incipiente nas ações de assistência às DST. Apenas cinco unidades informaram que estes transmitem informações sobre DST durante as visitas domiciliares, mesmo assim restrito aos agentes com maior tempo de atuação. De acordo com a Coordenadora de Atenção Básica, faz muito tempo que os ACS participaram de oficinas e cursos de atualização o que faz com que suas atividades fiquem muito restritas ao grupo materno-infantil. É importante ressaltar que em 1998, o Ministério da Saúde lançou um Manual específico para os Agentes Comunitários de Saúde com a temática de prevenção e controle das DST/HIV junto à comunidadexxix 75 76 De acordo com Nunes et al.xxx os ACS por pertencerem à comunidade, servem de tradutores bi-direcionais dos saberes do processo saúde-doença de um lado e de outro das necessidades da população, sentindo-se orgulhosos de dominarem certos conteúdos biomédicos que os diferenciam na comunidade, embora muitas vezes pouco satisfeitos pela insuficiente capacitação que recebem. Para Tomazxxxi o processo de qualificação do ACS ainda é desestruturado, fragmentado, e, na maioria das vezes, insuficiente para desenvolver as novas competências necessárias para o adequado desempenho de seu papel. Levando-se em conta que as atividades desenvolvidas pela equipe de saúde de um serviço de DST devem contemplar a promoção de uma acolhida adequada, com triagem dos pacientes por um profissional e que, nesse momento, é imprescindível ouvir a queixa do paciente e investigar sinais/sintomas de DST com imediato agendamento do usuário para a consulta, a realidade do município de Ilhéus está muito distante de ser considerada satisfatória. As diretrizes para diagnóstico e tratamento precoces, incluindo a avaliação das parcerias sexuais, são pouco conhecidas ou implementadas pelo sistema de saúde. Não existe disponibilidade contínua e de fácil acesso dos medicamentos padronizados para portadores de DST, bem como de preservativos. Pouco se valoriza a prevenção especificamente dirigida ao controle das DST (disseminação da informação para reconhecimento de sinais e sintomas, ações de educação e comunicação em saúde, busca precoce por assistência, convocação de parceiros, campanha em mídia, etc). Considerando ainda as ações e atividades preconizadas pelo Manual de Organização da Assistência às DST como estratégia para possibilitar uma maior cobertura e interromper a cadeia de transmissão, adotado como parâmetro para este estudo, conclui-se que 70 % dos serviços estudados não desenvolvem as ações de acordo com as recomendações. Tendo em vista que os sistemas integrais de saúde devem atender a algumas premissas básicas, quais sejam: a primazia das ações de promoção e prevenção; a garantia de atenção nos três níveis de complexidade da assistência médica; a articulação das ações de promoção, prevenção, cura e recuperação; a abordagem integral do indivíduo e famíliaxxxii, o fato desses aspectos não terem sido abordados com profundidade, constituem-se em limitações deste estudo. Ademais, os critérios de 76 77 julgamento aplicados são situacionais, dependentes do juízo de valor inerente aos atores envolvidos em sua construção num determinado momento e local. 6.7 Conclusões e Recomendações A metodologia utilizada permitiu identificar os nós críticos nas unidades e na política de saúde do município, identificando governabilidades, o que possibilita propor intervenções que objetivem melhorar o acesso da população, a qualidade do atendimento, o funcionamento do serviço e a implementação das ações de DST na rede básica de saúde. O SUS propõe a hierarquização dos serviços, determinando que funcionem como uma rede integrada, tendo a rede básica de saúde como porta de entrada no sistema, de modo que os pacientes só sejam encaminhados à unidade de referência caso o problema não possa ser resolvido naquele nível de complexidade. No caso específico das pessoas com DST, a gestão de saúde deveria padronizar a assistência na rede básica por meio da abordagem sindrômica, tendo em vista que, em uma única consulta, seria possível prover diagnóstico, tratamento e aconselhamento adequados. Desse modo, seriam evitadas as complicações advindas das DST não tratadas e promover-se-ia a cessação imediata dos sintomas. Entretanto, para isso, os profissionais da rede básica, necessitam urgentemente de treinamento específico e suas unidades deveriam garantir um estoque de medicamentos e preservativos em quantidade suficiente para atender à demanda. A principal dificuldade na organização dos serviços é a falta de estrutura da rede básica, no que diz respeito à oferta de medicamentos e preservativos em quantidade adequada, além do número reduzido de profissionais capacitados adotando o manejo sindrômico e o aconselhamento durante o atendimento. O controle das DST no município de Ilhéus só vai ser possível se os gestores levarem em consideração as metas e atividades planejadas, com garantia da aquisição e disponibilização dos medicamentos e preservativos pactuados em número suficiente para atender à população, facilitando aos usuários o acesso a estes e o treinamento e sensibilização dos profissionais. Cabe também uma normatização local sobre o tipo de assistência às DST que a rede básica de serviços irá adotar, para que haja uma 77 78 uniformidade de conduta a partir de uma definição da gestão e não da escolha individual do profissional de saúde. Igualmente importante é prover as USAB com recursos audiovisuais, que permitam o desenvolvimento das atividades de educação em saúde, de forma integrada, multiprofissional e participativa que privilegiem a interação comunicacional. É necessária também a incorporação, na rotina dos serviços, da realização de práticas educativas a partir dos interesses e necessidades dos usuários. Espera-se dessa forma, contribuir para que a rede básica de serviços de saúde possa incorporar paulatinamente as ações de prevenção e assistência das DST à sua rotina, transformando a prática diária e levando a uma melhoria da qualidade das ações oferecidas e a uma ampliação do acesso destas ações para a população em geral e para as populações mais vulneráveis. 78 79 Figura 2. Modelo lógico para organização de serviços de atendimento aos portadores de DST Planos Municipais: Plano Municipal de Saúde Plano de Ações e Metas Promoção de Triagem adequada dos usuários Treinamento dos profissionais em Aconselhamento e Abordagem Sindrômica Financiamento Governamental Inclusão da prevenção de DST na Assistência ao Pré-Natal, na Prevenção do Câncer Ginecológico e Planejamento Familiar Equipe Multiprofissional Realização de aconselhamento individual e coletivo Material para coleta de exames Solicitação de exames e coleta de material para colpocitologia oncótica. Preservativos PRODUTOS Nº. de USAB com triagem padronizada para usuários com suspeita de DST Nº de profissionais capacitados na USAB em Aconselhamento e Abordagem Sindrômica Nº de USAB que fazem aconselhamento no Pré-Natal, prevenção do câncer ginecológico e planejamento familiar Nº de USAB com aconselhamento na triagem Nº de USAB com aconselhamento na consulta a portadores de DST RESULTADOS % de USAB com triagem padronizada para DST % de profissionais capacitados na USAB que atendem DST por Abordagem Sindrômica % de USAB com articulação da prevenção das DST com outras ações da Atenção Básica %de USAB que realizam ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das DST Nº de colpocitologia oncótica realizadas em mulheres portadoras de DST Tratamento dos casos de DST, uso de carão convite para parceiros e notificação ao SINAN Nº. de casos tratados e notificados ao SINAN Distribuição de preservativos Nº.de USAB com uso de cartão convite para parceiros % de USAB que fazem notificação dos casos de DST diagnosticados % de USAB que tem cadastramento de usuários para receber preservativos Medicamentos Equipamento áudiovisual Material educativo/informativo Desenvolvimento de atividades educativas e distribuição de material informativo. Realização pelos ACS de ações de DST Protocolos, Diretrizes e Manuais para DST Referenciamento de portadores de DST quando necessário. Nº. de usuários cadastrados p/ receber preservativos % de USAB que utilizam cartão convite para parceiros Integração dos ACS as ações de DST Ações de DST a nível domiciliar e comunitário Nº. de USAB que realizam atividades de IEC – Informação, educação e comunicação % de USAB que realizam atividades de IEC Nº. de USAB que atuam com referência e contra-referência IMPACTO Redução da prevalência das DST ATIVIDADES Melhoria da qualidade da Assistência às DST INSUMOS % de USAB que atuam com referência e contra-referência Diagnóstico Sindrômico Nº. de USAB adotando a abordagem sindrômica para tratamento das DST % de USAB que adotam abordagem sindrômica 79 80 6.8 Referências Bibliográficas 1 WHO. The World Health Report. Make every mother and child count. 243p. 2005. 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Avaliação em Saúde: Dos Modelos Conceituais à Prática na Análise da Implantação de Programas Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 1997. p 89-131. 17 Projeto Nordeste – assessoria de Comunicação Social, Ministério da Saúde 1996. Informação, Educação, Comunicação: uma Estratégia para o SUS. Documento elaborado pela Coordenação de Informação, Educação e Comunicação. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd08_11.pdf acessado em 06/08/2008. 18 Souza LEPF, Silva LMV, Hartz, ZMA. Conferência de consenso sobre a imagemobjetivo da descentralização da Atenção à Saúde no Brasil IN: Hartz ZMA & Silva LMV, organizadoras. Avaliação em Saúde: Dos modelos teóricos à prática na avaliação de programas e sistemas de saúde. Salvador: EDUFBA; Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2005. p. 65-102 19 Benzaken AS et al.. Intervenção de base comunitária para a prevenção das DST/Aids na região amazônica, Brasil. Saúde Pública 2007;41 (Supl. 2): 118-26. 20 Gir E et al.. Conhecimentos de balconistas de farmácia de Ribeirão Preto sobre gonorréia. Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis, 2003; 15 (3): 24-30. 21 Melchior R et al.. Assistência ambulatorial em HIV/Aids no Brasil. Rev Saúde Pública 2006; 40 (1): 143-51. 81 82 22 Naves JOS et al.. Práticas de atendimento a DST nas farmácias do Distrito Federal, Brasil: um estudo de intervenção. Cad. Saúde Pública 2008; 24 (3): 577-586. 23 Naves JOS et al.. Orientação farmacêutica para DST: uma proposta de sistematização. Ciência & Saúde Coletiva, 2006; 10 (4): 1005-1014. 24 Nadal, SR; Carvalho JJM. Abordagem Sindrômica das Doenças Sexualmente Transmitidas. Rev Bras Coloproct, 2004; 24(1): 70-72. 25 Secretaria de Vigilância à Saúde. Resposta +: Experiências do Programa Brasileiro de DST e Aids. Brasília: Coordenação de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids. Ministério da Saúde; 126 p.Brasil 26 Albuquerque, PC & Stotz, EM. A educação popular na atenção básica à saúde do município: em busca da integralidade. Interface – Comunic, Saúde, Educ 2004; 8 (15): 259-74. 27 Onocko Campos R. O planejamento no labirinto: uma viagem hermenêutica. São Paulo, HUCITEC, 2003. 28 Oliveira LA et al.. Humanização e cuidado: a experiência da equipe de um serviço de DST/Aids no município de São Paulo. Ciência & Saúde Coletiva 2005; 10 (3): 689-698. 29 Secretaria de Vigilância à Saúde. Prevenção e controle das DST/HIV na comunidade: Manual do ACS. Brasília: Coordenação Nacional de DST e AIDS, 80 p. Ministério da Saúde; 1998. 30 Nunes MO, Trad LD, Almeida BA, Homem CR, Melo MCIC. O agente comunitário de saúde: construção da identidade desse personagem híbrido e polifônico. Cad. Saúde Pública 2002; 18: 1639-46. 31 Tomaz JBC. O agente comunitário de saúde não deve ser um “super herói”. Interface – Comunic, Saúde, Educ 2002; 6 (10): 84-87 32 Giovanella L et al.. Sistemas Municipais de Saúde e a diretriz da integralidade da atenção: critérios para avaliação. Saúde em Debate 2002; 26: 37-61. 7 Lições aprendidas A importância da avaliação de processo está relacionada, principalmente à análise das atividades em execução, que contribuem para promover ajustes no curso do programa ou no projeto em andamento. Essa forma de avaliação é particularmente 82 83 importante na área da saúde, tendo em vista que o processo de trabalho envolvido é complexo e relevante na determinação dos resultados obtidos. Estes, por sua vez, podem apresentar diferentes dimensões que vão além de algumas ações de saúde. Este trabalho procurou identificar os intervenientes do processo envolvido na organização da assistência às Doenças Sexualmente Transmissíveis que tem na rede básica de saúde o seu lócus operacional. A contribuição para o campo da avaliação foi elaborar um julgamento de valor sobre a implementação de serviços e ações de saúde, cuja estruturação deveria basear-se nos princípios de descentralização e integralidade da atenção, para promover efetivamente a redução da prevalência das DST e das conseqüências econômicas, sanitárias e sociais advindas desta. A factibilidade da utilização do modelo lógico construído neste estudo, decorrente do seu baixo custo e da rapidez de sua aplicação em relação a outras metodologias de avaliação, não pode deixar de ser considerada como importante. Os instrumentos que compõem o modelo lógico de avaliação poderão ser replicados em outras localidades, intra e intermunicipais, favorecendo a incorporação da avaliação como mais uma ferramenta de gestão. Em que pese positivamente os resultados alcançados para consecução dos objetivos propostos, faz-se necessário tecer breves considerações para melhor caracterizar o contexto em que esse estudo aconteceu. A descentralização da gestão, ações e serviços de saúde, instituída através do processo de municipalização, ainda não está dando conta de garantir que a atenção básica seja de fato a porta de entrada ao sistema de saúde. É necessário haver um amadurecimento na concepção e execução das políticas públicas de saúde, principalmente no que se refere à utilização dos instrumentos de planificação, os quais tem o propósito de nortear os investimentos e as prioridades na organização dos serviços de forma a atender a demanda da população. Descentralizar é a efetiva capacidade de buscar solução para os problemas e necessidades da comunidade. A incorporação da integralidade como um princípio orientador para organização dos processos de trabalho, permanece um grande desafio a ser enfrentado, tendo em vista que a assistência ainda é centrada no médico e que este determina, na maioria das vezes, que conduta vai adotar no momento de prestar o cuidado a quem dele necessita. È imprescindível que o município defina, com o conjunto dos trabalhadores em saúde e 83 84 com a participação da sociedade civil, qual o modelo de atenção quer adotar para o sistema de saúde do município, de forma que as unidades de atenção básica se configurem em serviços resolutivos e de fácil acesso aos cidadãos. Tendo como pano de fundo esse cenário, a organização da Assistência às DST na rede básica de saúde do município de Ilhéus, não pode ser considerada isoladamente. Para que o seu grau de implantação seja considerado adequado é imprescindível reformular o “modus faciendi” atualmente em vigor. 84 85 8 Referências bibliográficas ARAÚJO, CLF In: Pinheiro R, Matos, RA (org). Construção da Integralidade: cotidiano, saberes e práticas em saúde. Rio de Janeiro: UERJ, IMS: ABRASCO, pp 145-168. 2003 ALVES, V.S. Um modelo de educação em saúde para o Programa de Saúde da Família: pela integralidade da atenção e reorientação do modelo assistencial. 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CONTEXTO EXTERNO CONTEXTO EXTERNO – SEDE DO MUNICÍPIO CR DST/AIDS UBS/USF FARMÁCIAS ZONA SUL ZONA OESTE ZONA NORTE CENTRO 93 94 ANEXO 3. INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS AVALIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA ÀS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE ILHÉUS/BA. ENTREVISTA COM PROFISSIONAL DO SERVIÇO A – IDENTIFICAÇÃO DO INSTRUMENTO: A.1 – Nome da Unidade: A.2 – Data: A.3 – Entrevistador: B – IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO: B.1 – Entrevistado: ( ) B.2- Tempo de atuação nesta USAB: ( B.3 – Turnos de trabalho na Unidade ( ) ) 1. Médico 2. Enfermeiro 3. Outro, Especifique: __________________ 1. 0 a 2 anos 2. 2 a 5 anos 3. > de 5 anos 1. Todos os dias 2. 5 turnos/semana 2. 4 turnos/semana 3. 3 turnos/semana 4. 2 turnos/semana 5. 1 turno/semana 6. Outro Especifique: ________________ C. CONTEÚDO: C.1 – Você recebeu treinamento para: Aconselhamento para DST/HIV/Aids ( ) Abordagem Sindrômica das DST ( ) Vigilância Epidemiológica das DST/HIV/Aids( ) C.2 – Em relação ao treinamento específico em Aconselhamento, em que período você participou do treinamento? ( ) C.3 – Em relação ao treinamento específico em Abordagem Sindrômica, em que período você participou do treinamento? ( ) C.4 – Em relação ao treinamento específico em Vigilância Epidemiológica das DST/HIV/Aids, em que período você participou do treinamento? ( ) C.5 – Você realiza aconselhamento em DST/HIV/Aids? ( ) C.6 – Se NÃO realiza o Aconselhamento, por que não o faz? ( ) 1. Sim 2. Não 1. < 2001 2. 2001 a 2003 3. 2004 a 2006 4. NSA 1.Sim 2. Não 1. Não foi treinado 2. Não se sente seguro 94 95 3. Não gosta 4. Não tem tempo 5. Outro, Especifique: __________________ 6. NSA C.7 – Você utiliza rotineiramente o Protocolo da 1. Sim Abordagem Sindrômica – AbS - para fazer o 2. Não diagnóstico ao paciente sintomático de DST? ( ) C.8 – Você utiliza rotineiramente o Protocolo da Abordagem Sindrômica – AbS - para prescrição de medicamentos ao paciente sintomático de DST? ( ) C.9 – Se foi treinado e NÃO utiliza o protocolo de 1. Não concorda AbS, por que não o faz? ( ) 2. Não tem tempo 3. Devido à falta de medicamentos na Unidade 4. Não se sente seguro 5. Outro, Especifique: ________________ 6. NSA 1. Sim C.10 – Você preenche a ficha de Notificação? 2. Não ( ) C.11 – Quando atende um paciente sintomático 3. Às vezes de DST você orienta quanto às práticas de sexo seguro? ( ) C.12 – Você realiza coleta para exames de prevenção do câncer do colo uterino nos portadores de DST? ( ) C.13 – A Unidade dispõe regularmente de medicamentos para tratamento de DST? ( ) C.14 – Se SIM, quais medicamentos? ( ) C.15 – Se NÃO, para onde referencia o paciente de forma que ele tenha acesso ao medicamento? ( ) 1. Todos do elenco pactuado 2. Alguns do elenco pactuado 3. Apenas os itens da Farmácia Básica 4. Outros, Especifique: _______________ 1. Secretaria Municipal de Saúde 2.Centro de Referência em DST/HIV/Aids 3. Farmácia comercial 4. Não referencia 5.Outro, Especifique: __________________ C.16 – Você realiza atividades de educação em 1. Sim 2. Não saúde de prevenção às DST/HIV/Aids? ( ) 3. Às vezes C.17 – As ações educativas de caráter coletivo tem metodologia participativa? ( ) 95 96 C.18 – Você costuma solicitar ao paciente que peça ao parceiro (a) para vir à Unidade? ( ) C.19 – Se SIM, que método você utiliza para 1. Cartão convite chamar o parceiro até a Unidade? ( ) 2. Oral, através do paciente 3. Outro, Especifique: _________________ C.20 – Com que freqüência você desenvolve 1. Todos os dias ações educativas coletivas de DST na Unidade? 2. 1 vez por semana ( ) 3. Quinzenalmente 4. 1 vez por mês 5. Em datas comemorativas 6. Não realiza 6. Outro, Especifique: _________________ C. 21 – Você acha que o quantitativo de 10 1. Sim preservativos, padronizado para dispensação à 2. Não população, está adequado às necessidades? ( ) C.22 – Para onde você encaminha o paciente com HIV? ( ) 1. Centro de Referência em DST/HIV/Aids do município; 2. Centro de Referência em DST/HIV/Aids de outro município; 3. Hospital 4. Serviço especializado na capital; 5. Não encaminha 6. Outro, Especifique: ____________________ C. 23 - Qual é a sua conduta quando o paciente 1. Orienta o paciente quanto à necessita de assistência em outros serviços de necessidade; maior complexidade? ( ) 2. Orienta o paciente e encaminha através de Relatório; 3. Orienta o paciente, elabora Relatório e agenda atendimento; 4. Não encaminha 5. Encaminha, mas não orienta 6. Outro, Especifique: __________________ 96 97 AVALIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA ÀS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE ILHÉUS/BA. ENTREVISTA COM GERENTE DA UNIDADE A – IDENTIFICAÇÃO DO INSTRUMENTO: A.1 – Nome da Unidade: A.2 – Data: A.3 – Entrevistador: B – IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO: B.1 – Entrevistado: ( ) 1. Médico 2. Enfermeiro 3. Outro Especifique: __________________ B.2- Tempo de atuação: ( ) 1. 0 a 2 anos 2. 2 a 5 anos 3. > de 5 anos B.3 – Cargo: ( ) 1. Chefe da Unidade 2. Responsável pelo turno 3. Profissional da equipe 4. Outro Especifique: _______________________ C. CONTEÚDO: C.1 – Esta Unidade oferece assistência aos 1. Sim portadores de DST? ( ) 2. Não C. 2 - Na sua concepção nesta unidade há 1. Sim triagem para DST conforme padronizado? ( ) 2. Não 3. Não sabe C.3 - Na triagem tem sido realizado o 1. Sim aconselhamento? ( ) 2. Não 3. Não sabe C.4 - Quais as categorias profissionais que 1. Médico realizam triagem dos usuários? ( ) 2. Gerente da Unidade 3. Enfermeiro 4. Outro, Especifique: __________________ C.5 - Qual é o tempo médio de espera entre a 1. < 1 semana triagem e a realização da consulta para o 2. 1 semana até 10 dias portador de DST que você considera adequado? 3. 10 a 15 dias ( ) 4. > 15 dias 5. Outro, Especifique: _________________ C.6 - Nesta Unidade existe médico com 1. Sim responsabilidade pela assistência às DST? ( ) 2. Não C.7 – Nesta Unidade existe enfermeiro com 1. Sim responsabilidade pela assistência às DST? 2. Não ( ) C.8 – A Unidade dispõe de medicamentos para 1. Sim 97 98 tratamento de DST? ( ) 2. Não 3. Às vezes C.9 – Se SIM, quais medicamentos? ( ) 1. Todos do elenco pactuado 2. Alguns do elenco pactuado 3. Apenas os itens da Farmácia Básica 4. Outros Especifique: _______________ C.10 – Se NÃO, para onde referencia o paciente 1. Secretaria Municipal de Saúde de forma que ele tenha acesso ao medicamento? 2.Centro de Referência em ( ) DST/HIV/Aids 3. Não referencia 4. Farmácia comercial 5.Outro Especifique: __________________ C.11– A Unidade dispõe de preservativos 1. Sim masculinos? ( ) 2. Não 3. Às vezes C.12 – A Unidade realiza coleta de exames? 1. Sim ( ) 2. Não 3. A UBS realiza coleta apenas do material p/ citologia oncótica C.13 – Se NÂO, qual é a conduta adotada? ( ) 1. A Unidade agenda o dia e o local e encaminha o paciente para coleta; 2. O paciente recebe a solicitação e se encaminha à Central de Marcação para agendar dia e local. 3. Outro, Especifique: __________________ C. 14 – A Unidade realiza vacinação para 1. Sim Hepatite B? ( ) 2. Não C.15 – A Unidade realiza atividades 3. Às vezes educativas/informativas com ênfase na prevenção das DST? ( ) C.16 – Quem realiza as atividades educativas na 1. Médico Unidade? ( ) 2. Gerente da Unidade 3. Enfermeiro 4. Agente Comunitário de Saúde 5. Outro, Especifique: __________________ C.17 – Com que freqüência são desenvolvidas 1. Todos os dias ações educativas na Unidade? ( ) 2. 1 vez por semana 3. 1 vez por mês 4. Quinzenalmente 5. Em datas comemorativas 6. Outro, Especifique: _________________ C.18 – A Unidade dispõe de materiais 1. Sim educativos/informativos para ações de prevenção 2. Não 98 99 às DST/HIV/Aids? ( ) 3. Às vezes C.19 – Que tipo de material está disponível para 1. Aparelho de TV o desenvolvimento de ações educativas? ( ) 2. Aparelho de Vídeo 3. Aparelho de DVD 4. Fitas Educativas 5. Álbum seriado 6. Prótese peniana 7. Folhetos 8. Cartazes 9. Outros, Especifique: _________________ C. 20 - A Unidade possui estratégia de 1. Sim comunicação para divulgar eventos sobre DST 2. Não para a comunidade? ( ) C. 21 - Se SIM, qual? ( ) 1. Serviço de Rádio Comunitária 2. Serviço de Som Volante 3. Mural da Unidade 4. Afixação de cartazes na Unidade e na comunidade 5. Outro, Especifique: __________________ C. 22 - Existe Mural com divulgação das datas de 1. Sim palestras para cadastramento e dispensação de 2. Não preservativos pela população em geral? ( ) C.23 – É feita distribuição de material informativo 1. Sim à comunidade adscrita à Unidade? ( ) 2. Não C.24 - Os ACS transmitem informações sobre 3. Às vezes DST nas visitas domiciliares? ( ) C.25 Os ACS fazem regularmente encaminhamento de pessoas com suspeita de DST nas visitas domiciliares? ( ) C.26 - A Unidade desenvolve ações de DST integrada a outros ações de Atenção Básica? ( ) C.27 – Se SIM. Com quais ações? ( ) 1. Pré-Natal 2. Planejamento Familiar 3. Prevenção Ca do Colo Uterino 4. Atenção à população masculina 5. Outra: Especifique _________________ C.28 - Na UBS existe cadastramento da 1. Sim população em geral para recebimento de 2. Não preservativos? ( ) C.29 - A população cadastrada pode ter acesso 1. Mensal aos preservativos com que periodicidade? ( ) 2. Quinzenal 3. Semanal 4. Não há período definido 5.Outro, Especifique: __________________ C.30 - O acesso a preservativos é diário em 1. Sim tempo integral? ( ) 2. Não 99 100 C.31 - Se NÃO, qual é o período de entrega 1. 1/2 turno/semana definido? ( ) 2. 2 turnos/semana 3. 3 X semana 4. Outro, Especifique : _________________ C.32 - Esta USAB tem integração com o Centro de Referência Municipal em DST/Aids p/ complementação da assistência para alguns tipos de DST? ( ) C. 33 - Qual é a conduta adotada pela Unidade quando o paciente necessita de assistência em outros serviços de maior complexidade? ( ) 1. Sim 2. Não 1. Orienta o paciente quanto à necessidade; 2. Orienta o paciente e encaminha através de Relatório; 3. Orienta o paciente, elabora Relatório e agenda atendimento; 4. Não encaminha 5.Outra Especifique: __________________ 100 101 AVALIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA ÀS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE ILHÉUS/BA. ENTREVISTA COM COORDENADOR A – IDENTIFICAÇÃO DO INSTRUMENTO: A.1 – Nome da Coordenação: A.2 – Data: A.3 – Entrevistador: B – IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO: B.1 – Entrevistado: ( ) 1. Médico 2. Enfermeiro 3. Outro, Especifique: _______________________ B.2- Tempo de atuação: ( ) 1. 0 a 2 anos 2. 2 a 5 anos 3. > de 5 anos C. CONTEÚDO: C.1 – Na sua opinião a Assistência às DST no 1. Sim município está descentralizada? ( ) 2. Não 3. Parcialmente C.2 – Se NÃO, qual o motivo? ( ) 1. Falta profissional 2. Falta medicamento 3. Profissionais não são capacitados 4. Faltam insumos de prevenção 5. Não é prioridade de governo 6. Outro, Especifique: __________________ C.3 – Na sua opinião o município dispõe de recursos financeiros para promover assistência às DST? ( ) C.4 – Se SIM, você acha que o recurso é suficiente? ( ) C.5 - Houve interrupção no fornecimento de medicamentos para tratamento das DST no período de 2005 devido à falta/insuficiência de recursos financeiros? ( ) C.6 - Houve interrupção no fornecimento de medicamentos para tratamento das DST no período de 2006 devido à falta/insuficiência de recursos financeiros? ( ) C.7 - Houve interrupção na realização de exames por falta de Kit (reagentes) no período de 2005 devido à falta/insuficiência de recursos financeiros? ( ) C.8 - Houve interrupção na realização de exames por falta de Kit (reagentes) no período de 2006 devido à falta/insuficiência de recursos financeiros? ( ) C.9 - Houve regularidade no fornecimento de preservativos no período de 2005 ? ( ) C.10 - Houve regularidade no fornecimento de preservativos no período de 2006? ( ) 1. Sim 2. Não 1. Sim 2. Não 1. Sim 2. Não 1. Sim 2. Não 1. Sim 2. Não 1. Sim 2. Não 1. Sim 2. Não 1. Sim 2. Não 101 102 C.11 - Houve aquisição de equipamentos áudio visuais para as unidades que não dispunham dos mesmos? ( ) C.12 – O município produz e adquire material informativo/educativo em quantidade suficiente para atender à demanda das unidades? ( ) C. 13 – A Secretaria de Saúde utiliza alguma estratégia de comunicação para divulgar informações sobre DST para os profissionais de saúde? ( ) C.14 – Se SIM, Qual? ( ) 1. Sim 2. Não 1. Sim 2. Não 1. Sim 2. Não 1. Página eletrônica 2. Boletim 3. Jornal 4. Mural 5. Outro, Especifique: ____________________ C.15 – Em sua opinião há integração entre o Centro 1. Sim de Referência em DST/Aids e as Unidades de 2. Não Saúde de Atenção Básica? ( ) 102 103 ANEXO 4. ANÁLISE DOCUMENTAL PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE – 2005/2006 PLANO DE AÇÕES E METAS - 2005 E 2006 RELATÓRIO DE GESTÃO - 2005 E 2006 ROTEIRO DE ANÁLISE 1. A assistência às DST está contemplada no Plano Municipal de Saúde ? 2. A Sociedade Civil participou da definição de prioridades para assistência às DST na elaboração do Plano de Ações e Metas anual no período de 2005 ? 3. A Sociedade Civil participou da definição de prioridades para assistência às DST na elaboração do Plano de Ações e Metas anual no período de 2006? 4. Nas prioridades definidas no Plano de Ações e Metas para o ano de 2005 existe referência à necessidade da descentralização das ações de DST para diferentes áreas/UBS do município? 5. Nas prioridades definidas no Plano de Ações e Metas para o ano de 2006 existe referência à necessidade da descentralização das ações de DST para diferentes áreas/UBS do município? 6.O Relatório anual de Gestão 2005 contém evidências em relação ao aumento da cobertura da assistência às DST? 7.O Relatório anual de Gestão 2006 contém evidências em relação ao aumento da cobertura da assistência às DST? 8. No Plano de Ações e Metas para o período de 2005 estavam previstas atividades de capacitação em Abordagem Sindrômica de DST e Aconselhamento para os médicos das UBS? 9. No Plano de Ações e Metas para o período de 2006 estavam previstas atividades de capacitação em Abordagem Sindrômica de DST e Aconselhamento para os médicos das UBS? 10. No Plano de Ações e Metas para o período de 2005 estavam previstas atividades de capacitação em aconselhamento com ênfase para AIDS e outras DST para os enfermeiros das UBS? 11. No Plano de Ações e Metas para o período de 2006 estavam previstas atividades de capacitação em aconselhamento com ênfase para AIDS e outras DST para os enfermeiros das UBS? 12. No Plano de Ações e Metas para o período de 2005 estavam previstas a produção de material informativo/educativo de DST ? 13. No Plano de Ações e Metas para o período de 2006 estavam previstas a produção de material informativo/educativo de DST ? 14. No Plano de Ações e Metas para o período de 2005 estava prevista a aquisição de equipamentos áudio visuais para as unidades que não dispunham dos mesmos? 15. No Plano de Ações e Metas para o período de 2006 estava prevista a aquisição de equipamentos áudio visuais para as unidades que não dispunham dos mesmos? EVIDÊNCIAS ( ( ( ( OBSERVAÇÕES ) Sim ) Não ) Sim ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ( ( ( ( ( ) Sim ) Não ) Sim ) Não ) Sim ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não 103 104 ANEXO 5. ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO 1. Acolhimento ao usuário; 2. Forma de agendamento na Unidade; 3. Registro de procedimentos nos prontuários; 4. Arquivamento de Fichas de Notificação; 5. Atividades de Aconselhamento; 6. Disponibilidade de Medicamentos para DST; 7. Dispensação de Medicamentos para DST; 8. Disponibilidade de preservativo Masculino; 9. Existência de recursos audiovisuais; 10. Existência de materiais educativos; 11. Coleta de material para citologia oncótica; 12. Realização de vacinação contra Hepatite B em < 30 anos e contatos; 13. Utilização de cartão com agendamento para comunicação ao parceiro; 14. Realização de exames para Sífilis, teste Anti-HIV, Hepatite. Aspectos a serem observados durante a consulta: 1. Utilização do protocolo de Abordagem Sindrômica para os pacientes com queixas ou sintomas de DST; 2. Realização de exame físico no paciente; 3. Orientação quanto ao uso de práticas seguras na relação sexual; 4. Orientação quanto à importância do atendimento ao parceiro sexual e/ou de uso de drogas; 5. Orientação quanto ao uso correto do preservativo; 6. Orientação quanto à situação de risco do usuário e medidas de prevenção específica; 7. Orientação quanto à importância da adesão à terapêutica prescrita. 104 105 ANEXO 6. TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 105 106 FIOCRUZ FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ – FIOCRUZ Escola Nacional de Saúde Pública Comitê de Ética em Pesquisa da ENSP Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca Avaliação da Assistência às Doenças Sexualmente Transmissíveis na Rede Básica de Saúde do município de Ilhéus/BA Coordenador de Programa/Gerente da UBS/Profissional de Saúde Você está sendo convidado (a) a participar de uma pesquisa que visa avaliar o grau de implementação da assistência aos portadores de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) nas Unidades Básicas de Saúde deste município. As informações obtidas serão usadas para a melhoria dos serviços prestados por esta e por outras unidades e para subsidiar a dissertação de mestrado da pesquisadora principal. Esta pesquisa é apoiada pela Secretaria Municipal de Ilhéus e pela Coordenação Estadual de DST/Aids. Sua participação nesta pesquisa consistirá em participar de entrevista estruturada e não são previstos riscos relacionados a sua participação no processo. Caso concorde em participar, um(a) entrevistador(a) da equipe conduzirá a entrevista. As perguntas estão impressas e suas respostas serão anotadas. Serão feitas perguntas sobre o nível de organização dos serviços e sobre o atendimento aos portadores de DST. Não existem respostas certas ou erradas. Você poderá se recusar a responder ou interromper a entrevista a qualquer momento. Sua participação neste estudo poderá beneficiar a outros no futuro, ajudando no desenvolvimento de melhores serviços de saúde para a população. Todas as suas respostas serão mantidas em SIGILO. O instrumento não registrará seu nome, e suas respostas serão vistas somente pela equipe de pesquisa e todos os questionários e registros serão guardados em lugar seguro, sob a responsabilidade da pesquisadora. A sua decisão de não participar não irá, de forma alguma, afetar a sua atuação no serviço de saúde. Fica entendido que você pode perguntar o que quiser antes de assinar este documento. Caso tenha mais dúvidas durante o estudo, poderá ligar para Tânia Cordeiro telefone (73) 3086-1409. As informações acima foram lidas por você ou para você por um membro da equipe. Declaro que entendi os objetivos, riscos e benefícios de minha participação na pesquisa e concordo em participar. _______________________________ _______________________________ __ __ Sujeito da pesquisa Entrevistador Local: Data: ____/______/_______ Endereço: Av. ACM, s/n – Iguatemi – Salvador/BA Centro de Atenção à Saúde Prof. José Maria de Magalhães Neto CEP: 41.820-000 Telefone: (71) 3270-5706 ou 5819 Comitê de Ética em Pesquisa/ Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca Endereço: Rua Leopoldo Bulhões, 1480, sala 314, ENSP/Fiocruz, Manguinhos, Rio de Janeiro CEP. 21041-210 - Telefone: (21) 2598-2863 106 107 ANEXO 7. TERMO DE CONSENTIMENTO DE UTILIZAÇÃO DE DADOS INSTITUCIONAIS 107 108 Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca FIOCRUZ FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ – FIOCRUZ Escola Nacional de Saúde Pública Comitê de Ética em Pesquisa da ENSP Termo de Consentimento de Utilização de Dados Institucionais Em função da realização da pesquisa que visa avaliar o grau de implementação da assistência aos portadores de Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST na Rede Básica de Saúde do município, apoiada pela Coordenação Estadual de DST/Aids, solicita-se o acesso às Unidades Básicas de Saúde e as Unidades de Saúde da Família, assim como a dados e documentos disponíveis em arquivos institucionais com o intuito de utilizá-los na realização da pesquisa. A qualquer momento o consentimento institucional de autorização de uso dos dados pode ser retirado. Tal atitude não trará nenhum prejuízo na relação com a pesquisadora ou com a Fundação Oswaldo Cruz. O objetivo deste estudo é avaliar o grau de implementação da assistência aos portadores de DST na Rede Básica de Saúde do município de Ilhéus, tendo em vista o processo de descentralização e a integralidade da atenção. Para isto, será necessário caracterizar o nível de implementação da assistência às DST, descrever o índice de adequação da intervenção e verificar a influência do contexto organizacional na integralidade da atenção. Todos os dados acessados terão o propósito de auxiliar o processo avaliativo da assistência às DST. Não haverá riscos relacionados ao acesso aos dados institucionais, que serão trabalhados pela própria pesquisadora e não serão divulgados em hipótese alguma sem a prévia autorização. 108 109 Os benefícios relacionados à pesquisa dizem respeito à contribuição para a melhoria da assistência e, conseqüentemente, para o fortalecimento das ações do programa municipal de DST/AIDS. As informações obtidas por meio desta pesquisa serão confidenciais e assegura-se o sigilo sobre sua autoria. A privacidade dos autores será assegurada, considerando que todos os dados secundários relevantes obtidos por meio desta autorização serão consolidados e guardados exclusivamente pela pesquisadora. Em caso de concordância com os itens acima, a Secretaria Municipal de Saúde receberá uma cópia deste termo que deverá ser arquivado, na qual consta o telefone e o endereço da pesquisadora, podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto ou sobre os dados utilizados, agora ou a qualquer momento. _________________________________ Tânia Maria de Oliveira Cordeiro Pesquisadora Endereço: Av. ACM, s/n – Iguatemi – Salvador/BA - Centro de Atenção à Saúde Prof. José Maria de Magalhães Neto CEP: 41.820-000 Telefone: (71) 3270-5706 ou 5819 Comitê de Ética em Pesquisa/ Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca Endereço: Rua Leopoldo Bulhões, 1480, sala 314, ENSP/Fiocruz, Manguinhos, Rio de Janeiro CEP. 21041-210 - Telefone: (21) 2598-2863 Declaro que entendi os objetivos, riscos e benefícios de utilização de dados institucionais na pesquisa e concordo com sua utilização. _________________________________ Secretaria Municipal de Saúde 109 110 110 111 . 111