Delapidações

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08-09-2014
Delapidações
O investimento estrangeiro na reabilitação do património
construído em Portugal deve ser acarinhado, reconhecido e
aplaudido.
Mesmo
Luís Lima
passando a ser proPresidente
priedade de cidadãos
da CIMLOP
estrangeiros, essa riConfederação
da Construção
queza continuará a ser
e do Imobiliário
de Portugal, a existir
de Língua Oficial
em Portugal, não poPortuguesa
dendo esses investimentos serem considerados delapidação
do que é nosso, como apregoam certos
oráculos do agoiro.
Tirando um curto período em que o
país recebeu algumas pipas de massa
em apoios financeiros comunitários ao
Turismo Rural, jamais tivemos capacidade para recuperar muitas dessas jóias
que, nas nossas mãos, conheceram
mais degradação do que reabilitação.
Os apoios ao turismo rural salvaram
muito património construído, incluindo algum que, depois de reabilitado,
desistiu da ideia de ser espaço para receber turistas.
Não me lembro de ouvir críticas à delapidação do nosso património perante o
claro abandono de muitas casas solarengas e outros palácios rurais, por incapacidade financeira dos seus proprietários... Mas hoje, perante o interesse de
alguns investidores estrangeiros na recuperação desse património, há quem
finja vergonha por supostamente estar a
ser “vendido”, mesmo sabendo-se que
a propriedade imobiliária em solo nacional a favor de cidadãos estrangeiros
não belisca a soberania do país.
Como em tempos escrevi, o que real-
Tiragem: 17042
Pág: 20
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 23,67 x 8,72 cm²
Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 1 de 1
Hoje, perante o interesse
de alguns investidores
estrangeiros na
recuperação do património,
há quem finja vergonha
por supostamente
estar a ser “vendido”,
mesmo sabendo-se que
a propriedade imobiliária
em solo nacional a favor de
cidadãos estrangeiros não
belisca a soberania do país.
mente mais pode afectar a soberania do
país é a degradação do nosso património construído, nomeadamente nos
centros das nossas principais cidades,
com a consequente desertificação das
mesmas, a descontrolada construção de
periferias e de periferias das periferias,
em desenhos urbanísticos improvisados, que, por exemplo, multiplicam os
movimentos pendulares das populações
na deslocação casa/ trabalho, trabalho/casa, roubando, no mínimo, efetiva
qualidade de vida e muitos recursos
energéticos que uma boa reabilitação
pouparia.
Ainda bem que a reabilitação do
nosso imobiliário tem gerado interesse
em investidores estrangeiros. Não perdemos a nossa soberania por isso nem
estamos a vender as nossas cidades estamos, isso sim e pelo contrário, a
contribuir para salvar as cidades e para
recuperar o país. ■
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