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Património Político do PAIGCV, liderança e patriotismo foram ingredientes
fundamentais na construção de Cabo Verde, defende Pedro Pires
O Presidente da Republica, Pedro Pires, defendeu ontem, na primeira de um ciclo
de conferências a organizar pelo Gabinete do Primeiro Ministro, no âmbito do 35°
aniversário da independência, que a viabilidade do sonho de um Cabo Verde
independente deveu-se a alguns factores, sendo um dos principais o património
político herdado do PAIGC e que “durante a sua luta da libertação, construiu
relações, imagem, credibilidade e conseguiu aliados. Depois da independência
ficou-nos esse património que era preciso utilizar, potenciar e desenvolver”.
“A grande conquista” de Cabo Verde, diz, foi ter aumentado esse património para que
Cabo Verde fosse hoje uma nação com um alto capital de credibilidade, fruto da boa
governação dos sucessivos Executivos. “Foi bem gerido a ver pelos resultados”,
acrescenta, sendo que não só o país soube defender esta herança como “a rentabilizou.
“É um Estado credível, respeitado, respeitável e conseguiu uma coisa extraordinária que
foi multiplicar por muitas vezes o seu Produto Interno Bruto (PIB) ”, frisa.
Para além desse património político, Cabo Verde teve, nos primeiros momentos do pós
independência, lideranças fortes e que granjeavam legitimidade pelo seu espírito de
sacrifício, ou seja que lideravam por exemplo. Pires recorda de quando teve que pedir
aos funcionários públicos, incluindo os directores de serviço, para reduzirem os salários,
já que o país não dispunha de fundos para continuar a pagar os salários que auferiam na
era colonial.
Estes, diz, não só aceitaram, como “reduziram os seus salários à metade”, conta. Isso só
aconteceu graças a essa conjugação de lideranças, e de espírito patriótico dos caboverdianos que estavam dispostos a sacrifícios pelo sucesso do projecto de construção do
Cabo Verde independente.
“A vontade nacional de superar as dificuldades e a consciência que adquirimos das
dificuldades e da possibilidade de as vencer, por termos uma ambição de vida melhor”,
recorda.
Cabo Verde possuía líderes, que eram os primeiros a se sacrificarem, líderes como ele
que possuíam a legitimidade de terem dado tudo de si a Cabo Verde, desde a luta
armada e depois na governação do país. “Nós fomos os primeiros a reduzir os nossos
salários”, lembra.
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