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INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA
COORDENAÇÃO-GERAL DE AGROMETEOROLOGIA - CAG
DIVISÃO DE METEOROLOGIA APLICADA - DIMAP
CENTRO DE ANÁLISE E PREVISÃO - CAPRE
Eixo Monumental Sul Via S1
Fone: (061)344 0500
-
- 70610 - 400 - Brasília - DF
Fax: (061) 343 2003
ALERTA DE VERÃO
O Verão terá início às 05:44 minutos (horário de verão) do dia
22 de dezembro de 1999 até às 04:05 horas do dia 20 de março do ano 2000. A
estação é caracterizada, normalmente, por temperaturas elevadas em todo o País,
em função dos dias serem mais longos que as noites e com mudanças rápidas nas
condições de tempo, ou seja: chuva forte, queda de granizo, vento com
intensidade moderado à forte e descarga elétrica, em todas as Regiões do Brasil.
Com a presença do fenômeno “La Niña”, essas condições poderão ser
alteradas, no decorrer do período, com chuva mais contínua nas Regiões CentroOeste e Sudeste, índices de chuva acima do normal nas Regiões, Norte e
Nordeste, e irregularidade na distribuição Região Sul. Quanto a temperatura,
poderá ficar acima do normal na Região Sul, abaixo do normal nas Regiões,
Sudeste e Centro-Oeste, e dentro do normal nas Regiões Nordeste e Norte do
País.
Nos últimos meses as águas do Oceano Pacífico, mantiveram-se
abaixo da média. Esse resfriamento, vem sendo observado desde meados de
1998 e indicam a permanência do fenômeno “La Nina”. Os modelos de previsão
climática, gerados pelos principais Centros de Meteorologia, indicam que as
temperaturas da superfície do mar devem continuar abaixo da média até o mês
de maio de 2000, o que mostra uma tendência de continuidade do “La Nina”.
No Oceano Atlântico, as águas do Atlântico Sul, também
estiveram negativas nos últimos meses, ficando abaixo da média principalmente
na costa do litoral das Regiões Sul e Sudeste do Brasil
As condições de temperatura na superfície do mar no Oceano
Pacífico Equatorial, apresentam numa extensão de aproximadamente 16.000
quilômetros. Portanto, está sendo considerado um evento “La Niña” moderado,
com o máximo de anomalias de temperatura negativas, ocorrendo
provavelmente em janeiro, fevereiro e março de 1999. Os modelos numéricos
climáticos indicam a persistência do “La Niña” até o mês de maio do ano 2000,
enfraquecendo a partir do mês seguinte.
A tendência meteorológica nas diversas Regiões do Brasil,
depende principalmente de dois sistemas meteorológicos: Alta da Bolívia
(Circulação dos Ventos em Altitude) que geralmente fica centralizada na
Região Central do País ( sul do Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso e
norte do Mato Grosso do Sul) e da ZCAS (Zona de Convergência do
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Atlântico Sul - Frente Fria vinda do sul do continente associada com
aglomerado de nuvens formado na parte central do País). Devido a
influência do fenômeno “La Niña”, a Alta da Bolívia, deverá atuar bem nas
região central do Brasil, enquanto que a ZCAS, estará atuando com mais
intensidade nos estados de do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Goiás e
Mato Grosso provocando chuva contínua, podendo causar inundações,
principalmente nas grandes cidades.
REGIÃO NORTE
A estação de verão no hemisfério sul é caracterizada por apresentar maior
concentração de chuvas na Região Norte, aumentando gradativamente a
intensidade e frequência com o decorrer dos meses , ocorrendo na forma de
pancadas acompanhadas de trovoadas e rajadas de ventos, predominando na
maioria dos dias tempo de nublado a encoberto, com períodos alternados de
parcialmente nublado. A variação das temperaturas mínimas, em média, oscilará
em torno de 19,0ºC a 24,0ºC, enquanto que as máximas estarão variando de
28,0ºC a 33,0ºC. A Zona de Convergência Intertropical (ITCZ), Alta da Bolívia,
Instabilidades e Aglomerados Convectivos, associados à Zona de Convergência
do Atlântico Sul (ZCAS), são os sistemas meteorológicos mais atuantes no
período.
A distribuição normal das chuvas apresentará irregularidades
espacial e temporal na maior parte da Região. No estado do Amazonas (oeste,
noroeste e sudoeste) os índices pluviométricos oscilam, em média, de 200,0 a
380,0mm. Nas microrregiãos ; sudeste, centro e norte os totais pluviométricos
mensais ficarão entre 200,0 a 500,0mm. No nordeste amazonense, em média,
esses índices oscilarão entre 240,0 a 350,0mm. No Acre, os índices estarão
variando entre 240,0 a 300,0mm. Em Roraima, a estação é caracterizada por
apresentar período seco, com ocorrência de valores médios de precipitação em
torno de 20,0 a 125,0mm. Considerando a influência do La Niña no regime
pluviométrico da Região e conforme análise de modelos de prognósticos, há
uma indicação de déficit de chuvas para o oeste do Amazonas e Acre. Chuvas
em torno da média climatológica para a parte mais central do estado do
Amazonas e leste acreano, com tendência de índices acima da média para o
nordeste do Amazonas.
No litoral do Estado do Pará, acontecerão chuvas em aproximadamente
28 dias de cada mês com possibilidades de ocorrer máximos de precipitação em
24 horas. Os totais pluviométricos mensais no litoral e nordeste do estado
ficarão entre 350 a 600mm com perspectiva de atingir extremos de até 900mm
nas cidades de Soure, Salinas , leste do Amapá e municípios arredores. No sul,
centro do Pará e estado do Tocantins persistirá o período chuvoso, que iniciou
no mês de dezembro, ocorrera chuvas mais intensas e frequentes ocasionadas
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pela forte atividade dos fenômenos acima mencionado, mas devido a
distribuição espacial e temporal das chuvas algumas cidades apresentarão
quantidades maiores de precipitação, todavia poderemos constatar índices
pluviométricos superiores a média climatológica que apresentara valores ao
redor de 250 a 400mm, e com possibilidade de atingir em algumas localidades
até 550mm. Nas cidades localizadas a oeste do Pará, as chuvas ficarão também
acima da média, entretanto, a frequencia e intensidade aumentará nos meses de
fevereiro e março ficando os totais pluviométricos mensais variando em média
de 200 a 450mm. Os menores índices pluviométricos de 130mm ocorrerão no
extremo norte na localidade de Tiriós e munícipios arredores.
REGIÃO NORDESTE
Esta estação caracteriza-se pelo início da estação chuvosa no
setor Norte com média mensal climatológica oscilando entre 30 e 360mm
(Semi-árido) e continuidade das chuvas no setor Sul, onde os valores médios
variam entre 50 e 210mm. Devido a persistência do fenômeno La Niña, existe a
perspectiva de chuvas em torno a ligeiramente acima da média no Norte e
chuvas em torno da média nas demais áreas. Outra característica são as elevadas
temperaturas (onde as máximas poderão ficar acima de 35ºC, ocorrendo em
algumas localidades valores próximos a 40ºC e as mínimas entre 20 e 25ºC,
sendo que algumas áreas, principalmente na Bahia, poderão ocorrer mínimas em
torno de 18ºC.
A faixa litorânea que vai de Natal a Aracajú, continua no seu
período seco, apesar de haver um aumento nos valores de precipitação em
relação aos últimos meses. Essa região experimenta o seu período mais quente
do ano, com máximas superiores a 30ºC, e mínimas entre 22 e 27ºC.
Os sistemas sinóticos responsáveis pelas chuvas nesta estação
são: Zona de Convergência Intertropical, responsável pelo maioria das chuvas
no setor norte; Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZACAS), Frentes Frias,
Alta da Bolívia e Vórtices Ciclônicos.
REGIÃO CENTRO-OESTE
No início deste período, as condições normais se apresentam com
caracteristicas idênticas do final da Primavera. Isto é, ainda com ocorrência de
chuva em forma de pancadas, descarga elétricas, vento com intensidade
moderados à fortes e possível queda de granizo no Distrito Federal, Goiás e no
Mato Grosso do Sul, e com o decorrer do período, essas condições deverão se
modificar, isto é, com chuva mais contínua e com queda de temperatura, devido
a influência das Frentes Frias vindas do sul do Continente, como também, a
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presença de aglomerado de nuvens formado não só pela convecção, como
também, pela a influência da Alta da Bolívia na Região. Os índices normais de
precipitação, em média, neste período, variam entre 150 mm à 300 mm, com
máximos que poderão atingir cerca de 400 milímetros na Região (Mato
Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e no Distrito Federal). O mês de Janeiro,
destaca-se com os maiores índices de chuva ocorrido na Região, isto é, com 220
mm no Mato Grosso do Sul; 300 mm no Mato Grosso; 290 mm em Goiás; e em
torno de 240 mm no Distrito Federal. Os menores índices, ocorrem no mês de
Março, com variação entre 150 mm à 200 mm, no Mato Grosso do Sul, Goiás e
no Distrito Federal, com exceção do Mato Grosso que poderá chegar aos 280
mm.
Neste período, a temperatura mínima, em média, em toda Região,
varia entre 19ºC à 24ºC; mínima absoluta (extrema) em torno de 16ºC (Distrito
Federal); máxima, em média, entre 27ºC à 31ºC; absoluta (extrema) em torno
de 39ºC (Mato Grosso do Sul).
De acordo com os Modelos de Previsão Numérica do Clima,
a ZACS ........... permanecer atuando na Região, ocasionando chuva com índices
acima do normal ( valores acima mencionados ), nas áreas ...., com temperaturas
amenas em relação às normais ( acima mencionadas ) devido a influência da
Alta da Bolívia na Região, principalmente no norte dos Estados, do Mato
Grosso e do Goiás, e dentro do normal, nas demais áreas da Região.
REGIÃO SUDESTE
O trimestre é marcada por chuvas intensas, acompanhadas de
rajadas de ventos e, por vezes, com queda de granizo. Normalmente essas
chuvas ocorrem com passagem de frentes frias, que ainda influenciam o clima,
principalmente na faixa leste da região. A massa de ar quente e úmida domina
neste época, contribuindo para a elevação das temperaturas e formação de áreas
de instabilidade no período da tarde. Também, nesta época, as ZCAS tornam-se
mais definida intensificando as chuvas durante todo o verão. Este sistema pode
deixar o tempo chuvoso por 3 ou mais dias.
Na capital de São Paulo, os totais de chuvas esperados para este
trimestre, deve oscilar de 173 a 249 milímetros, as temperaturas médias das
máximas podem oscilar de 27 a 28 graus, as mínimas oscilam de 18 a 19 graus.
Para o interior de São Paulo, os totais oscilam de 130 a 290 milímetros, as
máximas oscilaram de 27 a 31 graus, as mínimas de 20 a 21 graus. Para o litoral,
os totais oscilam de 300 a 370 milímetros, as máximas 29 a 30 graus e as
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mínimas de 20 a 21 graus. Para a região Serrana, as chuvas oscilam de 194 a
300,0 milímetros, as máximas oscilam de 22 a 23 graus e as mínimas oscilam de
12 a 13 graus.
Para todo o estado de Minas Gerais, a média climatológica dos
totais de chuva variam de 70 mm a 310 mm. As temperaturas médias mínimas e
máximas variam de 16ºC a 18ºC e 32ºC a 34ºC, respectivamente.
Em Belo Horizonte, durante esta estação tem-se normalmente
que os índices pluviométricos variam de 164 a 300mm, as temperaturas médias
mínimas e máximas variam entre 18 a 20ºC e 27 a 29ºC, respectivamente,
também observa-se que a direção predominante dos ventos é de este e um total
de dias de chuva da ordem de 42 dias.
Nas regiões serranas de Minas Gerais, as temperaturas médias
mínimas e máximas normais variam de 16ºC a 18ºC e 26ºC a 29ºC,
respectivamente.
Para a capital e litoral do Rio de Janeiro, as temperaturas médias
mínimas e máximas normais variam de 21ºC a 23ºC e 28ºC a 30ºC,
respectivamente. Em regiões serranas de 16ºC a 18ºC e 26º a 28ºC e para o
interior do estado de 21ºC a 23ºC a 30ºC a 33ºC.
Os índices pluviométricos variam para a capiatl e litoral do Rio
de Janeiro variam de 100mm a 280mm, sendo que os maiores índices
concentram-se no litoral, nas regiões serranas de 150mm a 200mm e no interior
do estado de 100mm a 230mm.
Para a capital do Espírito Santo, as temperaturas médias mínimas
e máximas variam de 21ºC a 23ºC e 30ºC e 31ºC, com os índices pluviométricos
variando entre 80mm a 140mm.
Baseando-se nos modelos de previsão, os totais de chuvas devem
se comportar próximo do padrão climatológico (veja dados acima). Este modelo,
indica que as ZCAS devem fazer paradas sobre o norte de São paulo, sul de
Minas Gerais e Rio de Janeiro, onde os totais podem superar os valores médios.
Alertamos que a persistência do fenômeno La Niña no Pacifico equatorial,
deverá influenciar o tempo nesta região, contribuindo para a elevação dos
índices pluviométricos.
REGIÃO SUL
Uma das características marcantes da influência do “La Nina” na
Região Sul, é a mal distribuição da precipitação. Portanto, para este verão
devemos esperara chuvas irregulares e mal distribuídas, como já vem sendo
observado nos últimos meses, em toda a região. Com isto, podem ocorrer
precipitações de forte intensidade em períodos curtos de tempo intercalando com
períodos de vários dias sem precipitação, agravado pelo fato de a evaporação e
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evapotranspiração serem maiores nos meses de verão, o que pode acarretar
problemas para a agricultura.
As chuvas, na maioria das vezes, devem ser ocasionadas por
instabilidades na atmosfera, favorecidas pelo forte aquecimento diurno,
resultando em pancadas de chuvas no período da tarde. Normalmente estas
pancadas de chuvas são acompanhadas de trovoadas e eventualmente precipitam
granizo. A queda de granizo ocorre principalmente no Norte do Rio Grande do
Sul, Planalto e Oeste de Santa Catarina e Sul do Paraná.
Os modelos de previsão climática também mostram que as
precipitações devem ficar abaixo da média, principalmente no Centro e Oeste da
Região e Sul do Rio Grande do Sul, devendo ficar próximo à normal somente na
Norte do Paraná. Sendo assim, os totais de precipitação que variam entre 83 mm
no Litoral Sul a 178 mm no Noroeste do Rio Grande do Sul, entre 130 mm no
Planalto a 198 mm no Litoral de Santa Catarina e entre 142 mm na Região
Central a 285 mm no Litoral do Paraná, devem ser menores neste verão.
Já as temperaturas, segundo os modelos de previsão climática,
tendem a ficar próximas à normal ou ligeiramente acima. Em anos de “La Nina”,
normalmente a tendência é dos extremos de temperatura se acentuarem. As
temperaturas médias mínimas que variam entre 12,6°C no Planalto Sul de Santa
Catarina e 21,2°C no Oeste Catarinense e entre as médias máximas que variam
entre 22,8°C na Região Serrana de Santa Catarina e 32,7°C no Oeste do
Paraná, devem ficar muito próximos a estes valores.
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