Prognóstico Trimestral: Nov/Dez/Jan O Instituto Nacional de Meteorologia, com base nas informações de análise e prognósticos climáticos, fornecidos por modelos numéricos de médio e longo prazos dos principais centros meteorológicos mundiais, apresenta este Boletim sobre as condições meteorológicas, bem como suas principais características, que poderão ocorrer neste período em todo o País. O comportamento neutro da temperatura das águas do Oceano Pacífico equatorial, deve persistir durante o trimestrede novembro/dezembro e janeiro. Em contrapartida continua sendo observado um comportamento singular da temperatura da superfície da água do mar (TSM) no Oceano Atlântico, com grandes variações térmicas em regiões próximas à costa brasileira, que persistindo, poderão induzir a irregularidades climáticas no Brasil. As condições meteorológicas das regiões Centro-Oeste e Sudeste, sul da região Norte, bem como no litoral e sul da Bahia dependem, neste período, da evolução dos sistemas meteorológicos, que comumente se manifestam neste período: 1. A Alta da Bolívia, que normalmente permanece semi-estacionária entre o sul do Amazonas, Acre, Rondônia, sul e centro do Mato Grosso e norte do Mato Grosso do Sul. 2. A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que geralmente se manifesta durante o encontro das frentes frias vindas do sul do continente com as grandes bandas de nuvens de origem equatorial. 3. A Zona de Convergencia Intertropical (ZCIT), que a partir de janeiro começa a atuar nas proximidades da linha do equador, ocasionando um aumento na precipitação no litoral do Norte e norte da região Nordeste. Os comportamento atual dos dois primeiros sistemas tem ocasionado chuvas irregulares em praticamente todas as regiões do País, pois a Alta da Bolívia não tem se manifestado e a ZCAS têm atuado com menor freqüência. Espera-se para o final do trimestre uma tendência de regularização dos sistemas, em conjunto com a atuação da ZCIT, devendo acarretar uma normalização do regime de chuvas. REGIÃO NORTE Chuva O mês de novembro é caracterizado por apresentar baixos índices pluviométricos no litoral do Pará, Estado do Amapá e Roraima com totais inferiores a 70mm. No nordeste do Amazonas, centro e oeste do Pará encontramos valores de 80 a 160mm. Nos meses de dezembro e janeiro ocorre um aumento gradativo das chuvas com valores que variam de 240 a 320mm, com exceção do Estado de Roraima onde podemos encontrar valores abaixo de 50mm. Os maiores índices pluviométricos (320 a 400mm) são encontrados no Sudeste do Amazonas, Rondônia, sudoeste do Pará, Belém e adjacências. Espera-se um trimestre mais seco em Roraima e mais chuvoso no nordeste e litoral do Pará. Nas demais áreas da região o comportamento deverá estar próximo dos padrões climatológicos. Temperatura Neste trimestre os valores de temperatura característicos para a região são de mínimas variando de 18 a 25°C, e máximas de 30 a 35°C em novembro, com ligeiro decréscimo em dezembro e janeiro onde os valores variam entre 30 e 33°C. Este valores devem ser observados em toda região, exceto em Roraima onde as temperaturas máximas podem apresentar valores mais elevados. REGIÃO NORDESTE Chuva Neste período, as chuvas continuam no centro, sul e oeste da Bahia, no centro e sul dos estados do Maranhão e Piauí, com valores máximos de precipitação nos meses de dezembro e janeiro, com totais médios mensais oscilando entre 100 e 280mm. No semi-árido ocorrem as chuvas da pré estação, com inicio no mês de dezembro, com valores de precipitação variando entre 40 e 200mm. Essas chuvas em sua maioria estão associadas com os vórtices ciclônicos da alta troposfera, que atuam com maior freqüência no mês de janeiro. A faixa litorânea do Maranhão ao Sergipe, encontra-se no período mais seco do ano, sendo os meses de novembro e dezembro os menos chuvosos com valores de precipitação oscilando entre 25 e 110mm. Prevê-se que as chuvas poderão ficar ligeiramente acima da média no centro e sul dos Estados do Maranhão e Piauí e noroeste da Bahia. Chuvas em torno da média no restante da região. Temperatura As temperaturas máximas, em geral, oscilam de 30 a 34°C. As temperaturas mínimas variam entre 17ºC na região serrana a 27°C no litoral. Espera-se este mesmo comportamento para o trimestre. REGIÃO CENTRO-OESTE Chuva As condições climáticas são favoráveis à ocorrência de pancadas de chuva, trovoadas, queda de granizo e ventos fortes, principalmente nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Os índices normais de precipitação nos três estados e no Distrito Federal, variam entre 150 a 250mm, neste trimestre. Para este trimestre prevê-se que a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) deverá atuar no centro e sul do Mato Grosso, sul de Goiás, influenciando, com fraca atividade, o norte do Mato Grosso do Sul, de forma que nessas áreas, os índices de precipitação deverão ficar em torno dos padrões normais, enquanto que nas demais áreas, espera- se que as chuvas fiquem abaixo dos padrões normais. Também são esperadas, que a distribuição irregular de chuvas continue no estado do Mato Grosso do Sul, o que vem acontecendo desde 1997. No decorrer do período, há possibilidade de ocorrência de ("Veranicos") períodos de estiagem sem ocorrência de chuva, com duração de 7 a 15 dias) nos estados do Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal. Temperatura As menores temperaturas poderão variar entre 16 a 22°C, enquanto, que as maiores temperaturas poderão variar entre 27 a 30°C, exceto no Distrito Federal que ficam entre 25 a 27°C. Por sua vez, os valores máximos poderão variar entre 37 a 39°C, com exceção do Distrito Federal, onde raramente, as temperaturas ultrapassam os 30°C. REGIÃO SUDESTE Chuva O regime pluviométrico aumenta de intensidade no decorrer do trimestre. No norte, nordeste e leste de Minas Gerais, Espirito Santo, norte e centro do Rio de Janeiro, oeste centro e sudeste de São Paulo as chuvas variam entre 100 e 200mm em novembro, 180 a 250mm em dezembro caindo para 80 a 150 mm em janeiro, nas demais áreas da região Sudeste os índices variam de 160 a 320 mm de novembro a janeiro. Para o trimestre espera-se que as chuvas continuem apresentando grande variabilidade em sua distribuição. A ocorrência de áreas de instabilidade associadas aos sistemas frontais contunuarão provocando pancadas de chuva fortes, acompanhadas de trovoadas, ocorrência de granizo e rajadas de ventos, causando transtornos aos centros urbanos dessa região. Prevê-se que os totais pluviométricos devem comportar-se próximo do padrão climatológico, com exceção do estado do Rio de Janeiro, litoral norte de São Paulo e Sul de Minas Gerais, onde poderão ocorrer valores ligeiramente abaixo da normal climatológica, além da forte irregularidade na distribuição das chuvas, com tendências de pancadas significativas nos finais de tarde devido ao aquecimento diurno. Há, também, possibilidade de ocorrência de períodos de estiagem significativos favorecendo a elevação das temperaturas. Temperatura Neste período as temperaturas máximas oscilam entre 24ºC no sul de São Paulo e regiões serranas a 33ºC no norte de Minas Gerais, as mínimas variam entre 12ºC nas regiões serranas de São Paulo e de Minas Gerais a 21ºC no Rio de Janeiro, Espirito Santo e leste de Minas Gerais, em novembro, e de 15 a 24ºC nas mesmas áreas em janeiro. Para as temperaturas máximas esperam-se valores ligeiramente acima dos padrões devido a predominância de massas de ar quente e úmidas na região. REGIÃO SUL Chuva Os totais mensais de precipitação variam entre 100 mm no sul do Rio Grande do Sul à 200 mm no norte e oeste do Paraná. Os temporais ocasionais começam a se tornar mais freqüentes, sendo que nesta época, é comum a ocorrência de granizo quando da passagem de frentes frias. Os aglomerados de nuvens associados aos CCMs (complexos convectivos de meso-escala), continuam a atingir a região com maior freqüência no decorrer do trimestre novembro/dezembro e janeiro. Durante a última quinzena de novembro até meados de dezembro é comum ocorrer um pequeno período de estiagem (“Veranico”), com duração de 8 a 15 dias, no entanto, este ano, espera-se que o tempo de duração desse tipo de evento tenha menor intervalo que os ocorridos nos últimos 2 anos. Prevê-se que a quantidade de precipitação permaneça dentro dos padrões normais, porem com uma distribuição irregular ao longo do trimestre, porém, no mês de janeiro espera-se uma maior normalidade com relação a distribuição das chuvas. Temperatura Em novembro o calor predomina, mas ainda podem ocorrer entradas de massas de ar frio, ocasionando, por vezes, quedas bruscas de temperaturas em 24 horas. Estas quedas de temperaturas são prejudiciais à agricultura e podem provocar geadas fracas e esporádicas nas regiões mais altas. As temperaturas medias oscilam entre a mínima de 8°no planalto Catarinense a 20°C no oeste do Paraná e litoral catarinense, e a máxima de 19°C no planalto catarinense a 32°C no oeste do Paraná. Esperam-se amplitudes térmicas maiores, acentuando-se os extremos, tanto na temperatura máxima quanto na temperatura mínima mínima.