OS CUIDADOS DO ENFERMEIRO NO PROCESSO DE IRRIGAÇÃO NO COLOSTOMIZADO. Salvador - BA 2015 AIALA OLIVEIRA CALDEIRA JEMIMA QUEREN NASCIMENTO SUZART GESTEIRA RITA DE CASSIA DE LIMA RENJIFFO OS CUIDADOS DO ENFERMEIRO NO PROCESSO DE IRRIGAÇÃO NO COLOSTOMIZADO. Projeto de pesquisa apresentado à disciplina de Metodologia da Pesquisa I do Curso de Enfermagem Dermatológica da Atualiza, como parte dos requisitos para aprovação na disciplina. Salvador – BA 2015 OS CUIDADOS DO ENFERMEIRO NO PROCESSO DE IRRIGAÇÃO NO COLOSTOMIZADO. Aiala Oliveira Caldeira¹ Jemima Queren Nascimento Suzart Gesteira² Rita de Cassia de Lima Renjiffo³ RESUMO Foi realizado um levantamento bibliográfico de livros e artigos científicos sobre os cuidados do enfermeiro no processo de irrigação no colostomizado, publicados de 1999 a 2013 na base de dados online BVS, BIREME, LILACS e SCIELO. Este estudo objetiva-se em compreender um plano de cuidados norteando o colostomizado no processo de irrigação e no seu autocuidado para contribuir na melhoria da qualidade de vida, enumerando os procedimentos de irrigação no colostomizado, descrevendo as orientações do enfermeiro no manejo de irrigação da colostomia e mostrando a importância da irrigação da colostomia no dia-a-dia do colostomizado. Autores ressaltam que, uma pessoa quando se torna colostomizada (estomia em cólon intestinal), observa-se uma série de mudanças na sua vida cotidiana, envolvendo também a família. Portanto é de extrema importância o acompanhamento do enfermeiro em todas as etapas deste processo. Palavras-chave: ostomizados, colostomia, irrigação da colostomia, irrigação terapêutica, irrigação digestória, enfermeiro. ¹ Enfermeira Graduada, Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO, Salvador-BA, Voluntária da AOEBA (Associação dos Ostomizados do Estado da Bahia), Capacitada em Estomias urinárias e intestinais/AOEBA. [email protected] ² Enfermeira Graduada, Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO, Salvador-BA, Voluntária da AOEBA (Associação dos Ostomizados do Estado da Bahia), Capacitada em Estomias urinárias e intestinais/AOEBA. [email protected] ³ Enfermeira Graduada, Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO, Salvador-BA, Voluntária da AOEBA (Associação dos Ostomizados do Estado da Bahia), Capacitada em Estomias urinárias e intestinais/AOEBA. [email protected] 1 INTRODUÇÃO Nos últimos anos as doenças gastrointestinais crônicas têm ocorrido com maior prevalência, porém diminuído o perfil de morbimortalidade em todo o mundo. Isso se torna possível, por conta do acompanhamento e avanços nos tratamentos. Essas mudanças possibilitam o controle dessas enfermidades, acarretando um aumento da sobrevida das pessoas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). São existentes várias doenças que acometem a região intestinal, e o enfoque maior é o carcinoma, exemplo do câncer coloretal que tem como forma de tratamento a ressecção do tumor. Por outro lado, esse tipo de cirurgia é acompanhado por um procedimento que tem como objetivo desviar o trânsito intestinal e fazer ligação com a parede abdominal, com o intuído de prolongar a vida, chamado de estoma (SMELTZER e BARE, 2008). A Portaria SAS/MS nº 400 de 16 de novembro de 2009, que trata da Atenção a Saúde de Pessoas Ostomizadas no Brasil, define estomias intestinais (colostomia e ileostomia) como intervenções cirúrgicas realizadas, tanto no cólon (intestino grosso) como no intestino delgado e consiste na exteriorização de um segmento intestinal, através da parede abdominal, criando assim uma abertura artificial para a saída do conteúdo fecal. “As palavras ostomia, ostoma, estoma ou estomia são de origem grega e significam boca ou abertura e são utilizadas para indicar a exteriorização de qualquer víscera oca no corpo” (GEMELLI e ZAGO, 2002). Uma pessoa quando se torna colostomizada (estomia em cólon intestinal), observa-se uma série de mudanças na sua vida cotidiana e também envolve a família. Essas modificações implicam na necessidade de gerenciar a presença do estoma e sua convivência diária com as limitações decorrentes a tal situação. Há uma necessidade contínua dos cuidados de profissionais, dependência do uso de bolsas de colostomias, uso de dispositivos e rejustes constantes em cada complicação instalada. Além de lidar com questões nos âmbitos: pessoal, social, familiar, profissional e cultural, que repercute muito na vida de um colostomizado. Os avanços científicos e tecnológicos têm modificado muitas questões quando se refere ao colostomizado, possibilitando assim uma melhor qualidade de vida, como no processo chamado de irrigação da colostomia, que é inserido a fim de restabelecer a auto-estima e facilitar a socialização desse indivíduo. Porém, há uma necessidade de conhecimento e habilidade do enfermeiro em realização ao procedimento e treinamento do colostomizado tornando-o apto ao processo (COSTA e MARUYAMA, 2007). A educação e saúde são instrumentos essenciais para uma assistência de enfermagem ter fundamento e resultar em um atendimento de excelência, pois o enfermeiro além de executar os cuidados é também um educador, e envolve não só o paciente, mas toda a família, realizando orientações a fim de serem seguidas corretamente (GARCIA e TOSHIE, 2007). Observa-se a necessidade do enfermeiro em conhecer sobre o processo de irrigação da colostomia. E pensando nos cuidados prestados pelo enfermeiro para a realização da irrigação intestinal, este trabalho vem compreender um plano de cuidados norteando o colostomizado no processo de irrigação e no seu autocuidado para contribuir na melhoria da qualidade de vida, enumerando os procedimentos de irrigação no colostomizado, descrevendo as orientações do enfermeiro no manejo de irrigação da colostomia e mostrando a importância da irrigação da colostomia no dia-a-dia do colostomizado. 2 METODOLOGIA A metodologia aplicada para a realização e desenvolvimento deste trabalho foi a pesquisa bibliográfica narrativa, nas quais foram selecionados artigos com conteúdos baseados nos cuidados prestados pelo enfermeiro na irrigação intestinal, da colostomia. “[...] Devem ser elaborados de acordo com as normas pré-estabelecidas e com os fins a que se destinam serem inéditos ou originais e contribuírem não só para ampliação de conhecimentos ou compreensão de certos problemas [...]” (LAKATOS e MARCONI, 2003). Connelly e Clandinin (1999) ressaltam que: A investigação narrativa é um processo de colaboração que enseja uma multa explicação e reexplicação de histórias à medida que a investigação avança. No processo de começar a viver a história compartilhada da investigação narrativa, o investigador tem que ser consciente de estar construindo uma relação em que ambas as vozes são ouvidas [...] uma relação em que ambos, praticantes e investigadores se sintam ligados por seus relatos e tenham voz com que contar suas histórias. O estudo teve como fonte de pesquisa a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) que contem publicações de ciências da saúde. Também foram utilizados materiais em banco de dados como LILASC (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), SCIELO (Sientiific Eletronic Librany Online) e no site da Biblioteca Regional de Medicina (BIRENE). Foram encontrados diversos estudos relacionados ao tema através de artigos completos publicados entre o período de 1999 à 2013, totalizando 14 artigos e 4 livros. Para desenvolvimento e busca desta pesquisa foram utilizadas palavraschaves e combinações em português, como: ostomizados, colostomia, irrigação da colostomia, irrigação terapêutica, irrigação digestória, enfermeiro. Os critérios utilizados para a realização desta pesquisa foram artigos científicos encontrados em bancos de dados confiáveis e idôneos, publicações completas e originais compreendidos no período entre 1999 a 2013, em língua portuguesa e inglesa nos quais foram incluídos artigos que abordavam o tema em questão. Os artigos mais antigos foram escolhidos por serem de grande relevância para o tema proposto. Foram excluídos desta pesquisa artigos de sites não confiáveis, que não estivessem relação direta com o tema deste trabalho, além de publicações fora do intervalo de tempo definido para o estudo. 3 DESENVOLVIMENTO Existe todo um contexto envolvido para o indivíduo colostomizado possuir o direito de realizar o procedimento de irrigação da colostomia. Todo o processo de ensino e aprendizagem neste perfil de paciente é iniciado no préoperatório, onde o enfermeiro deve estabelecer um vínculo satisfatório com o paciente, assim como também com a sua família. Esse é o momento crucial, em que o profissional pode orientar o paciente a como lidar com a estomia e ter uma melhor adaptação na mudança do estilo de vida. No pós-operatório inicia-se uma nova etapa. É necessário haver uma abordagem técnica relacionada ao autocuidado do paciente. Importante orientar quanto às questões ligadas ao estoma, referindo como trocar a bolsa de colostomia, como proteger a periestomal, fazer a higiene do estoma, orientar quanto à alimentação e alimentos que produzem formação de gases. Após o paciente sentir-se seguro e confiante com a mudança em seu estilo de vida, pode-se começar a pensar em ter melhor qualidade de vida com a realização do procedimento de irrigação da colostomia. Para isso, é necessário que o paciente esteja apto em todos os aspectos que envolvem a concretização desse processo. “A irrigação consiste em um método mecânico para controle das eliminações fecais, através da realização de um enema enviado ao intestino grosso através do estoma, estimulando a peristalse intestinal em massa e o conseqüente esvaziamento fecal” (SANTOS E KOIZUMI IN, 2013). A irrigação da colostomia é um método que promove a regulação da atividade intestinal do colostomizado, consiste em uma lavagem intestinal (enema), realizada pelo estoma de forma planejada, utiliza-se um volume de água à temperatura corporal, introduzida pelo estoma para todo o cólon que, possibilita controlar a eliminação de fezes pela colostomia por um período regular, porém existem critérios para liberar o paciente a realizar o procedimento e dar continuidade na sua vida cotidiana. Esses critérios são avaliados pelo profissional médico habilitado e prescritos pelo mesmo (COSTA E MARUYAMA, 2007). O paciente colostomizado deve obedecer aos seguintes critérios: possuir colostomia terminal, em cólon descendente ou sigmóide; ter destreza e habilidade física e mental para realizá-lo; ter ausência de complicações no estoma (prolapso de alça grave, estenose, retração ou hérnia paraestomal grande); não ser portadora de síndrome de cólon irritável, e possuir boas instalações sanitárias em sua residência (BICHERE e GANGOLI, 2009). Para a realização do procedimento, faz-se necessário o uso de equipamento completo: recipiente do irrigador, transparente, com escala de medida, indicador de temperatura da água e capacidade para 2000 ml; cone de plástico maleável; tubo ou extensão de plástico, transparente, para acoplar o irrigador ao cone, e que possui uma pinça de controle de fluxo da água; bolsa de drenagem anga), transparente, aberta nas duas extremidades tendo, na mais larga, adesivo ou suporte para cinto elástico; presilha para fechamento da manga e cinto elástico e outros acessórios necessários: suporte para pendurar o recipiente de água; luvas para procedimentos; água à temperatura corporal; jarra com água morna; lubrificante; material de higiene habitual (o equipamento coletor ou o sistema oclusor, para uso após o procedimento) (SANTOS, CESARETTI e RIBEIRO, 2008). Inicialmente o enfermeiro estomaterapeuta (ET) realiza a consulta de enfermagem e avalia a condição do autocuidado, investiga o trânsito intestinal, explica sobre todo o procedimento da irrigação, quais objetivos, orientação da ingestão nutricional uma hora antes do procedimento, o processo de reabilitação e os retornos para as próximas sessões (COSTA E MARUYAMA, 2007). O método para realização do procedimento segundo Haber e Araújo (2009), segue com treinamentos divididos em três sessões em dias consecutivos. Três etapas são necessárias para o colostomizado tornar-se apto a realizar o procedimento, são: 1ª- Explanação e execução pelo ET; 2ª- Avaliação de resultados e execução pelo cliente com auxílio do ET; 3ª- Avaliação de resultados execução pelo cliente sem auxilio do ET. Sendo evidenciado por Santos (2007) o passo a passo do procedimento de irrigação da colostomia: Encher com água potável até a demarcação de 1500 ml o recipiente indicado em temperatura corporal de 36°C a 37°C; Preencher toda a extensão da mangueira de forma que retire todo o ar retido; Fechar o regulador de água; Pendurar o recipiente de água na posição vertical e encaixar em um gancho fixo, de forma que a parte distal do recipiente fique à altura do ombro do paciente; O posicionamento do paciente ficará a critério do mesmo, podendo ser na posição sentada ou em pé; Retirar a bolsa coletora ou o obturador e realizar a higiene da pele; Colocar a manga de irrigação sobre a estomia, fixando-a com o cinto. Deverá deixar a parte inferior da manga dentro do vaso sanitário; Segurar o cone com uma das mãos e aplicar o gel lubrificante; Introduzir o cone dentro do estoma através da abertura da bolsa de irrigação, manter em uma posição adequada com uma mão, e com a outra, abrir o regulador de água. Necessário introdução levemente do dedo mindinho, na primeira vez, para sentir a direção da alça intestinal. Com o regulador, regular a velocidade da água que, deve correr durante cerca de 5 a 10 minutos. O cone deve fechar completamente a estomia, para não haver vazamento de água. Ao término da irrigação o paciente é orientado a aguardar de 10 a 20 minutos para obter total evacuação. Após, lavar a bolsa drenadora com água corrente, fechar suas extremidades e desenvolver atividades que promovam a drenagem residual do cólon. Esta fase dura 30 a 45 minutos. Recomendável esvaziar a bolsa drenadora e retirá-la. Limpar a pele periestoma e o estoma e adaptando-os à bolsa ou similar habitual, sendo necessário higienizar o aparelho de irrigação (SANTOS, 2007). O paciente colostomizado deverá ser capaz de descrever passos, identificar altura, volume e temperatura, retirar o ar, manusear o cone, infundir água em 5 a 10 minutos, esperar o tempo para o esvaziamento intestinal, conservar e higienizar o irrigador (CREMA e SILVA, 2006). Assim, ao realizar a irrigação da colostomia de forma coordenada, o colostomizado irá adaptar-se da melhor forma e conhecer seu próprio organismo, estabelecendo um período de tempo a cada procedimento de irrigação. Isso possibilitará a retirada do uso da bolsa coletora e passando a utilizar o obturador, garantindo uma melhor estética, assim como, elevar a auto- estima deste paciente. O ET será um instrumento muito importante nesse processo de irrigação da colostomia, com a finalidade de reabilitar esse paciente colostomizado para voltar ao seu convívio social e melhorar na sua qualidade de vida, inserindo também a família na participação deste contexto (SILVA e POPOV, 2009). O paciente estando habilitado com a técnica no processo de irrigação e consciente dos cuidados prestados pelo enfermeiro, que vai desde o preparo da pele periestomal até a completa realização do mesmo, deve seguir as seguintes orientações segundo Cerazetti et al (2008): Quanto ao passo a passo da técnica de irrigação; Realizando o procedimento diariamente e no mesmo horário; Quanto aos cuidados de limpeza, e conservação do equipamento de irrigação; Sempre identificar a altura adequada para colocar a base do irrigador, medindo baseado no ombro do paciente; Posicionar o paciente em uma cadeira para realização do procedimento; Quanto a temperatura da água, que tem que estar em torno de 37°C; Ao cuidado com a velocidade que infunde a água; A não comprimir o cone no estoma na hora de introduzi-lo; Quanto as complicações que podem surgir na realização do procedimento. Assim, diante de um momento tão difícil de atravessar, que é o tempo do conhecimento de ser portador de uma doença crônico-degenerativa, até a aceitação e resolução do que se fazer com esta patologia, e chegar à solução, que é conviver com uma abertura na barriga (estoma), carregar diariamente um bolsa coletora colada a sua pele, vendo fezes saindo sem controle e por vezes produzindo sons e odores indesejados, a auto-irrigação se coloca como um aliado e importante instrumento de apoio, para que haja uma reestruturação biopsicológica, fazendo surgir uma nova vontade de viver, favorecendo ao colostomizado o seu retorno à sociedade. Um dos grandes desafios que o colostomizado enfrenta no seu dia-a-dia é conseguir encontrar uma bolsa coletora que se adeque a sua pele, mesmo tendo no mercado diversificadas indústrias produzindo-as. É muito doloroso conviver com as dermatites periestoma que surgem por conta desta incompatibilidade, e muito mais incômodo é não saber como resolver esse problema, já que muitos enfermeiros não estão preparados para ajudar, não conseguindo prestar uma assistência de enfermagem adequada, a fim de estagnar o problema. Segundo Costa e Maruyama (2007), “O enfermeiro estomaterapeuta é o profissional apto a assistir esses pacientes e o objetivo de sua atenção deve ser promover a sua independência e a sua autoestima, para uma vida mais digna”. Numa sociedade que é tão cheia de preconceitos, não é fácil para um indivíduo, ganhar um rótulo de colostomizado. Sendo assim, é de grande importância e alívio encontrar um profissional apto e pronto para norteá-lo aos passos adequados para sua total independência e autonomia diante a uma colostomia, minimizando as incertezas, os medos e as ansiedades que a mesma produz. É imprescindível o conhecimento da utilização dos dispositivos do irrigador e o conhecimento da técnica, para que não venha acontecer complicações indesejadas por uma perfuração de alça intestinal, ou cólicas abdominais, que são produzidas ao utilizar a água numa temperatura acima desejada. Conscientes de que muitos colostomizados não se incluem no grupo dos que podem fazer a irrigação da colostomia, o que ainda assusta é que a maioria deles não tem o conhecimento da existência da mesma e o quanto uma autoirrigação favorece no dia-a-dia. A auto-irrigação age da mesma forma que um enema, reduzindo todos os infortúnios que a colostomia concede, como as alterações da imagem corporal, auto-estima, depressão, insegurança, embaraço, comportamentos de isolamento, redução das atividades de lazer, de trabalho e sexuais. Em relação aos problemas biológicos, os distúrbios estão relacionados à doença de base, as complicações no estoma, disfunções urinárias e sexuais, assim como a perda do controle da eliminação de gases e fezes (Maruyama et Al, 2009). A aplicação deste método tem o intuito de incitar o peristaltismo, regularizando a evacuação e a eliminação intestinal num período satisfatório para o colostomizado. Além de fazer com que os constrangimentos concedidos pelos gazes produzidos, em locais e horários infortúnios, sejam eliminados. Enfim, a auto-irrigação traz ao colostomizado uma sensação de limpeza, alívio, conforto e bem-estar. Faz com que a atividade sexual volte a fazer parte do seu cotidiano. Faz surgir um novo visual, um novo vestuário. São tantos benefício com pouco custo. Como cita Espadinha e Silva (2011), a “irrigação é um método seguro, fácil, econômico e gerador de bons resultados, sendo as suas vantagens reais, interferindo na melhoria e ajustamento emocional, social e financeiro”. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS As tecnologias vêm ajudando muito na área da ciência, e a irrigação intestinal, em pessoas colostomizados, surge como um bálsamo nas suas vidas, minimizando as problemáticas existentes, dando a possibilidade de vê-los a começar a fazer planos para um futuro mais alegre, mais descontraído e menos temeroso, ao lado de pessoas e lugares que lhes fazem bem. Mas, a tecnologia em si não é o suficiente para satisfazer, por completo, à assistência do paciente. A necessidade do ser humano vai além da existência de máquinas, equipamentos ou adjuvantes. Na atualidade em que vivemos, de um mundo globalizado, para que haja a eficácia desejada, de uma assistência de enfermagem ou da utilização dos equipamentos existentes na saúde, é de grande importância que os enfermeiros, não somente os especializados ET’s, busquem atualizar seus conhecimentos, desejando conhecer e utilizar o seu material de trabalho com primazia e segurança. Essa parceria do conhecimento com o desejo de unir suas habilidades aos equipamentos, que a cada dia surgem para facilitar a vida de um colostomizado, fará com que o enfermeiro possa traçar um plano de cuidado confiante, relacionado ao procedimento da irrigação da colostomia, contribuindo para que seu paciente, sedento de uma atenção individualizada e humanizada, encontre uma melhor qualidade de vida, no seu dia-a-dia. THE NURSING CARE IN IRRIGATION PROCESS COLOSTOMY ABSTRACT A literature review of books and scientific articles on nursing care in the irrigation process was carried out in colostomy, published from 1999 to 2013 in the online database VHL, BIREME, LILACS and SciELO. This objective is to study comprises a care plan guiding the colostomy in the irrigation process and self-care to contribute towards improving the quality of life, enumerating the irrigation procedures colostomy, describing the nurse's guidance in the management of irrigation of colostomy and showing the importance of irrigation colostomy day-to-day colostomy. Authors point out that, when a person becomes colostomizada (stoma in intestinal colon), a series of changes in their daily lives is observed, also involving the family. Therefore it is extremely important to follow the nurses at all stages of this process. Key-words: ostomy, colostomy, colostomy irrigation, irrigation treatment, Digestive irrigation, nurse REFERÊNCIAS BICHERE, A.F.; GANGOLI S.; Irrigação da Colostomia Química. Dis Colon Reto , 2009, 44, 1324-7. CESARETTI, I.U.R. et al. Irrigação da Colostomia: Revisão acerca de alguns aspectos técnicos. Acta Paul Enfermagem, 2008; 21(2):338-44. CONNELLY, F.M.; CLANDININ, J.; Stonis of Experience and Narrative Inquiry. Educational Reseacher. 1999. Vol 19, n.5, p. 21-22. COSTA, I.G.; MARUYAMA S.A.T.; Implementação e Avaliação de um Plano de Ensino para a Auto Irrigação de Colostomia: estudo de caso. Revista Latino-Americana de Enfermagem. 2007.12(3):557-63. CREMA, E.; SILVA, R.; Estomas: uma abordagem interdisciplinar. Uberaba: Pinti; 2006. Cap.10, p. 145-65. ESPADINHA, A.M.N.; SILVA, M.M.C.V.Z.N.; O colostomizado e a tomada de decisão sobre a adesão à irrigação. Revista de Enfermagem Referência. 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