Otimização do monitoramento da disseminação de caramujos vetores da esquistossomose no Lago Guaíba através da modelagem de sua circulação superficial Regis Alexandre Lahm LABORATÓRIO DE TRATAMENTO DE IMAGENS E GEOPROCESSAMENTO FFCH/FENG – PUCRS lahm@pu crs.br Carlos Graeff Teixeira FABIO/HSL – PUCRS A esquistossomose mansônica tem sua área endêmica clássica em parte das regiões sudeste e nordeste do Brasil. Várias linhas de expansão desta parasitose têm ocorrido ao longo dos últimos 80 anos, uma delas em direção ao sul do continente. Durante muitos anos, o limite meridional da ocorrência de focos foi o nordeste do Estado de Santa Catarina. A partir de 1997, o principal caramujo vetor – Biomphalaria glabrata – e o parasita, foram detectados em foco localizado no município de Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre. Detectado no seu início, este foco apresenta a peculiaridade de ter um número pequeno de indivíduos infectados e cargas parasitárias muito reduzidas, portanto, o monitoramento do problema precisa ser otimizado pela adequação: dos métodos de diagnóstico coproparasitológico ou molecular, da estratégia de vigilância epidemiológica e adequação do controle do molusco vetor a partir do conhecimento e acompanhamento de sua distribuição e suscetibilidade à infecção. Um dos eixos principais de atividade de pesquisa será a padronização de adaptações dos métodos coprológicos e sua aplicação no campo. Para isto serão testadas estratégias de imunoprecipitação e imuno-magneto-separação dos ovos, além da revisão de performance dos métodos clássicos e de outras adaptações já descritas na literatura. Neste eixo, um problema interessante se apresenta: a quantidade de ovos nas fezes é tão pequena, que ensaios de simulação das condições extremas não permitem a comparação direta de métodos coproparasitológicos, nem há possibilidade de estabelecer um método “padrão-ouro”. Tendo em vista a detecção do foco no município de Esteio, pretende-se monitorar a possível disseminação do caramujo vetor ao longo do Rio dos Sinos e especialmente no delta ao norte do Lago Guaíba visando selecionar locais para concentrar a pesquisa in loco do caramujo Biomphalaria glabrata. São objetivos específicos da presente pesquisa avaliar a correlação entre a dispersão natural de caramujos vetores da esquistossomose no Lago Guaíba e seu padrão de circulação superficial, estabelecer modelos matemáticos de circulação superficial do lago Guaíba para prever áreas de maior risco de disseminação dos caramujos a partir da foz do Rio dos Sinos, calibrar os modelos de circulação superficial através de técnicas de Sensoriamento Remoto utilizando imagens orbitais LANDSAT ETM7+, testar a validade dos modelos matemáticos de circulação superficial para o monitoramento da presença de caramujos na área de estudo. Os resultados serão de grande valia na adequação das estratégias de monitoramento e controle da esquistossomose em focos de baixa endemicidade e no limite da área de ocorrência, como é este foco de Esteio – o mais meridional do mundo. REFERÊNCIAS: 1. BORCHE, Alejandro. Aplicativo para modelação de estuários e lagoas. IPH/UFRGS. 1996. 2. COSTA, R & MOREIRA, I. Geografia Espaço & Sociedade. Ed. Mercado Aberto. 1989. 3. CORDAZO, C.V. & SEELIGER, U.. Guia ilustrado da vegetação costeira no extremo sul do Brasil. Rio Grande, Fundação Universidade do Rio Grande, 275p. 1995