Relatorio Final VerSUS 2015.2-Grupo 2

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Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
Secretaria de Estado de Saúde do Estado do Rio de Janeiro
Ministério da Saúde – Governo Federal
Ver-SUS – Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde
Relatório Final
Tema: Cidadão participativo: Orgulho de ser SUS
Vivência de Inverno
Rio de Janeiro
2015/2
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Ana Carolina Fratane Siqueira – Enfermagem (UFF)
Ana Clara Felix Xavier – Fisioterapia (UCB)
Ana Cristina de Souza Luiz – Serviço Social (Flama)
Daniel Souza da Silva – Psicologia (Universidade Estácio de Sá)
Geisa da Silva Santana Camara – Nutrição (UNIGRANRIO)
Larissa Cardoso de Souza Aquino – Terapia Ocupacional (UFRJ)
Maria Clara Delmonte – Gestão Pública (UFRJ)
Rodolfo Oliveira da Silva – Fonoaudiologia (UVA)
Rodrigo Ayres de Souza – Enfermagem (UCB)
Thaísa Valéria de Araújo – Medicina Veterinária (UNIGRANRIO)
Ver-SUS – Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde
Relatório Final
Tema: Cidadão participativo: Orgulho de ser SUS
Vivência de Inverno
Rio de Janeiro
2015/2
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Sumário
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 5
2. ÁREAS PROGRAMÁTICAS E BAIRROS DE ABRANGÊNCIA .......................................... 6
2.1 AP 2.2............................................................................................................................................ 7
3. COMO FUNCIONA A GESTÃO DO SUS. ........................................................................... 10
3.1 Conselho Municipal de Saúde ..................................................................................................... 11
3.2 Secretaria Municipal de Saúde .................................................................................................... 12
3.3 SISREG (Sistema de Regulação) ................................................................................................ 13
4. ATENÇÃO PRIMÁRIA ........................................................................................................ 14
4.1 CMS Casa Branca ....................................................................................................................... 15
4.2 Academia Carioca ....................................................................................................................... 15
4.3 Casa de Parto David Capistrano Filho ........................................................................................ 16
5. ATENÇÃO SECUNDÁRIA ................................................................................................... 19
5.1 Urgência e Emergência ............................................................................................................... 19
5.1.1 Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Manguinhos.......................................................... 19
5.1.2 CER Centro (Souza Aguiar) ................................................................................................. 21
5.2 O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) ................................................................................. 23
5.2.1 Especificidade Álcool e Outras Drogas................................................................................ 24
5.2.2 CAPS AD Mané Garrincha .................................................................................................. 24
5.3 Policlínica Hélio Pellegrino ........................................................................................................ 26
5.4 Instituto Municipal de Assistência a Saúde (IMAS) Nise da Silveira......................................... 27
6. ATENÇÃO TERCIÁRIA ...................................................................................................... 29
6.1 Hospital Municipal Jesus ............................................................................................................ 29
6.2 Centro de Diagnóstico por Imagem – Rio Imagem ..................................................................... 31
7. PARTICIPAÇÃO SOCIAL E ATIVIDADES INTERLIGADAS .......................................... 33
7.1 Abrigo Ayrton Senna .................................................................................................................. 33
7.2 Doutores da Alegria .................................................................................................................... 33
7.3 Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses – SubVISA .......... 35
8. CULTURA E LAZER ........................................................................................................... 38
8.1 FIOCRUZ .................................................................................................................................... 38
8.1.1 Museu da vida ...................................................................................................................... 40
8.2 Forte do Leme ............................................................................................................................. 41
8.3 Memorial Getúlio Vargas ............................................................................................................ 42
8.3.1 Corredor Histórico da Saúde Pública Brasileira................................................................... 42
4
8.3.2 Era Vargas: O Início das Organizações e Políticas Públicas de Saúde ................................ 43
8.3.3 Vivência: Memorial Getúlio Vargas .................................................................................... 44
8.4 Museu de Arte do Rio (MAR)..................................................................................................... 44
9. Conclusão: Cidadão participativo: Orgulho de ser SUS .............................................................. 47
Referências Bibliográficas: .......................................................................................................... 51
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1. INTRODUÇÃO
O trabalho em equipe é hoje uma prática crescente no atendimento à saúde. As
equipes se caracterizam pelo modo de interação presente na relação entre profissionais que
pode ser interdisciplinar, multidisciplinar e transdisciplinar. (Bucher, 2003; Maclean,
Plotnikoff & Moyer, 2000; Moré et al, 2004; Remor, 1999; Seidl & Costa, 1999; Wild,
Bowden & Bell, 2003; Chiattone, 2000; Apud Tonetto A.M, Gomes, W.B., 2007).
O interesse pelo trabalho em equipe multidisciplinar vem-se fortalecendo, tendo
como base a crescente aceitação do modelo biopsicosocial de saúde definindo saúde como o
bem estar físico, mental e social, em contraste com o modelo biomédico tradicional no qual
saúde é a ausência de doença (Organização Panamericana da Saúde, 1996).
Os estágios e vivências constituem importantes dispositivos que permitem aos
participantes experimentarem um novo espaço de aprendizagem que é o cotidiano de trabalho
das organizações e serviços de saúde, entendido enquanto princípio, possibilitando a formação
de profissionais comprometidos ético e politicamente com as necessidades de saúde da
população (OTICS, 2015).
O “Vivências e Estágios na Realidade do Sistema único de Saúde” (VER SUS) se
trata de um projeto do Ministério da Saúde, retomado em 2011, para estimular a formação de
trabalhadores do SUS eticamente comprometidos com os princípios e diretrizes do sistema e
que se entendam como atores sociais, agentes políticos, capazes de promover transformações
(OTICS, 2012).
O VER SUS é realizado numa metodologia de imersão com duração de 7 a 15 dias,
de forma transdisciplinar, com a participação de estudantes de graduação, residentes, técnicos
e movimentos sociais. Nesse período, os participantes ficam hospedados juntos para que
ocorram momentos de diálogo e troca de experiências relacionadas às vivências de cada dia.
A vivência é um processo de imersão teórica, prática e vivencial dentro do sistema de saúde
dos territórios de abrangência. A imersão é uma metodologia onde o participante fica 24h por
dia, durante todo o período da vivência, disponível para atividades do projeto (OTICS, 2015).
Esse relatório final foi elaborado pelos viventes do Grupo 2, da turma do Município
do Rio de Janeiro, participantes do Ver-SUS 2015 edição de inverno, com o intuito de
demonstrar o entendimento teórico da vivência bem como expressar de forma sucinta o que
foi percebido e sentido em cada um dos locais visitados.
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2. ÁREAS PROGRAMÁTICAS E BAIRROS DE ABRANGÊNCIA
A cidade do Rio de Janeiro é dividida em 10 Áreas Programáticas (AP). São elas:
AP 1.0 - Benfica, Caju, Catumbi, Centro, Cidade Nova, Estácio, Gamboa, Mangueira,
Paquetá, Rio Comprido, Santa Teresa, Santo Cristo, São Cristóvão, Saúde e Vasco da Gama.
AP 2.1 - Botafogo, Catete, Copacabana, Cosme Velho, Flamengo, Gávea, Glória, Humaitá,
Ipanema, Jardim Botânico, Lagoa, Laranjeiras, Leblon, Leme, Rocinha, São Conrado, Urca e
Vidigal.
AP 2.2 - Alto da Boa Vista, Andaraí, Grajaú, Maracanã, Praça da Bandeira, Tijuca e Vila
Isabel.
AP 3.1 - Bonsucesso, Brás de Pina, Complexo do Alemão, Cordovil, Ilha do Governador,
Jardim América, Manguinhos, Maré, Olaria, Parada de Lucas, Penha Circular, Penha, Ramos
e Vigário Geral.
AP 3.2 - Abolição, Água Santa, Cachambi, Del Castilho, Encantado, Engenho da Rainha,
Engenho de Dentro, Engenho Novo, Higienópolis, Inhaúma, Jacaré, Jacarezinho, Lins de
Vasconcelos, Maria da Graça, Méier, Piedade, Pilares, Riachuelo, Rocha, Sampaio, São
Francisco Xavier, Todos os Santos e Tomás Coelho.
AP 3.3 - Acari, Anchieta, Barros Filho, Bento Ribeiro, Campinho, Cascadura, Cavalcanti,
Coelho Neto, Colégio, Costa Barros, Engenheiro Leal, Guadalupe, Honório Gurgel, Irajá,
Madureira, Marechal Hermes, Oswaldo Cruz, Parque Anchieta, Parque Columbia, Pavuna,
Quintino Bocaiuva, Ricardo de Albuquerque, Rocha Miranda, Turiaçu, Vaz Lobo, Vicente de
Carvalho, Vila da Penha, Vila Kosmos e Vista Alegre.
AP 4.0 - Barra da Tijuca, Camorim, Cidade de Deus, Grumari, Itanhangá, Jacarepaguá, Joá,
Recreio dos Bandeirantes, Vargem Grande e Vargem Pequena.
AP 5.1 - Bangu, Campo dos Afonsos, Deodoro, Jardim Sulacap, Magalhães Bastos, Padre
Miguel, Realengo, Senador Camará e Vila Militar.
AP 5.2 - Barra de Guaratiba, Campo Grande, Cosmos, Guaratiba, Inhoaíba, Santíssimo,
Senador Vasconcelos e Pedra de Guaratiba.
AP 5.3 - Paciência, Santa Cruz e Sepetiba.
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Fonte: cvasrio
Figura 1: Mapa do Município do Rio de Janeiro e sua divisão em APs.
2.1 AP 2.2
O Grupo 2 Realizou a vivência Área Programática (AP) 2.2 que abrange os bairros:
Alto da Boa Vista, Andaraí, Grajaú, Maracanã, Praça da Bandeira, Tijuca e Vila Isabel.
Alguns serviços de saúde visitados localizavam-se em outras APs, por serem serviços únicos
no município ou muito específicos e/ou especializados.
As unidades públicas de saúde na AP 2.2 estão assim divididas:
Unidades Tipo A
CMS Casa Branca
CMS Júlio Barbosa
CMS Carlos Figueiredo Filho
CMS Hélio Pellegrino
CMS Nicola Albano
CF Recanto do Trovador
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Unidades Tipo B
CMS Maria Augusta Estrella
CMS Heitor Beltrão
Atendimentos Especializados
Policlínica Hélio Pellegrino
CMR Oscar Clark
CAPS AD Mané Garrincha
Hospitais Municipais
HMGG Miguel Pedro
Hospital Municipal Jesus
UNIDADES FEDERAIS
Hospital geral com emergência – H. Geral do Andaraí
Hospital especializado – INCA III e INCA IV
Hospital universitário – H.U. Gaffree e Guinle
UNIDADES ESTADUAIS
Hospital universitário – H.U. Pedro Ernesto
Policlínica – Pol. Piquet Carneiro
Unidade pré-hospitalar fixa – UPA da Tijuca
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Figura 2: Mapa com subdivisão dos bairros na A.P 2.2
10
3. COMO FUNCIONA A GESTÃO DO SUS.
Ao abordar as imensas diferenças entre os milhares de municípios brasileiros, Souza
(2002) adverte para o fato de que, em contexto de grande heterogeneidade econômica e social,
a descentralização de políticas públicas, incluindo as de saúde, pode levar a consequências
adversas, como até mesmo ao aprofundamento das desigualdades. Para evitar isso, é
necessário assegurar condições adequadas para o fortalecimento da gestão pública, dos
mecanismos de coordenação da rede e de promoção do acesso de todos os cidadãos às ações e
serviços de saúde necessários, independente de seu local de residência.
“Atenção à saúde designa a organização estratégica do sistema e das práticas de
saúde em resposta às necessidades da população. É expressa em políticas, programas e
serviços de saúde consoante os princípios e as diretrizes que estruturam o Sistema Único de
Saúde (SUS).”
Para ofertar uma atenção em saúde mais específica e adequada, a saúde foi
descentralizada para melhor triar os casos e desafogar centros especializados de alta
complexidade de casos de menor urgência ou de fácil resolução.
A compreensão do termo ‘atenção à saúde’ remete-se tanto a processos históricos,
políticos e culturais que expressam disputas por projetos no campo da saúde quanto à própria
concepção de saúde sobre o objeto e os objetivos de suas ações e serviços, isto é, o que e
como devem ser as ações e os serviços de saúde, assim como a quem se dirigem, sobre o que
incidem e como se organizam para atingir seus objetivos.
Numa perspectiva histórica, a noção de atenção pretende superar a clássica oposição
entre assistência e prevenção, entre indivíduo e coletividade.
Essas duas formas de conceber e de organizar as ações e os serviços de saúde
configuraram
dois
modelos
distintos
–
o
modelo
biomédico
e
o
modelo
campanhista/preventivista – que marcaram, respectivamente, a assistência médica e a saúde
pública.
“Saúde é a resultante das condições de habitação,
alimentação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte,
emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços
de saúde”.
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No âmbito do SUS, há três princípios fundamentais a serem considerados em relação
à organização da ‘atenção à saúde’. São eles: o princípio da universalidade, pelo qual o SUS
deve garantir o atendimento de toda a população brasileira; o princípio da integralidade, pelo
qual a assistência é “entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços
preventivos e curativos, individuais e coletivos (...)” (Brasil, 1990); e o princípio da eqüidade,
pelo qual esse atendimento deve ser garantido de forma igualitária, porém, contemplando a
multiplicidade e a desigualdade das condições sócio-sanitárias da população.
“A complexidade dos problemas de saúde requer para o seu
enfrentamento a utilização de múltiplos saberes e práticas. O sentido
da mudança do foco dos serviços e ações de saúde para as
necessidades individuais e coletivas, portanto para o cuidado, implica
a produção de relações de acolhimento, de vínculo e de
responsabilização entre os trabalhadores e a população, reforçando a
centralidade do trabalho da equipe multiprofissional.” (EPSJV, 2005,
p.75)
Numa dimensão ético-política, isto significa afirmar que a ‘atenção à saúde’ se
constrói a partir de uma perspectiva múltipla,interdisciplinar e, também, participativa, na qual
a intervenção sobre o processo saúde-doença é resultado da interação e do protagonismo dos
sujeitos envolvidos: trabalhadores e usuários que produzem e conduzem as ações de saúde.
Ao final da década de 1970, diversos segmentos da sociedade civil – entre eles,
usuários e profissionais de saúde pública – insatisfeitos com o sistema de saúde brasileiro
iniciaram um movimento que lutou pela ‘atenção à saúde’ como um direito de todos e um
dever do Estado. Este movimento ficou conhecido como Reforma Sanitária Brasileira e
culminou na instituição do SUS por meio da Constituição de 1988 e posteriormente
regulamentado pelas Leis 8.080/90 e 8.142/90, chamadas Leis Orgânicas da Saúde.
A oferta de saúde passou a ser a nível Primário, Secundário e Terciário, com alguns
hospitais já se enquadrando como de nível Quaternário.
3.1 Conselho Municipal de Saúde
A participação social possui papel fundamental para o funcionamento do Sistema
Único de Saúde. O Conselho de Saúde funciona como mecanismo para essa participação e
tem como competência deliberar, fiscalizar e construir.
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O CMS é constituído por usuários, representantes do governo e profissionais da
saúde, com 50%, 25% e 25% respectivamente, discutindo uma forma de gerenciamento em
conjunto e garantindo a manifestação dos interesses de diferentes seguimentos sociais.
Durante o nosso breve encontro com o Conselho Municipal do Rio de Janeiro,
pudemos imergir na visão política do funcionamento do SUS. Observamos a colocação das
diferentes necessidades de cada região, o que traz, em algumas questões, divergências entre os
representantes. Além disso, grande parte dos estudantes ali presentes não possuía
conhecimento da existência do Conselho, mostrando uma fragilidade nesse sistema em que é
tão necessária a participação social. A partir disso, foi levantada a necessidade de maior
divulgação e informação ao cidadão do Município em conjunto a políticas de educação para
estimular a participação e o engajamento popular visando a construção do sistema.
3.2 Secretaria Municipal de Saúde
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro é um órgão da prefeitura
responsável por pensar e gerir políticas para a saúde do município. Possui as subsecretarias
Geral (SUBGERAL); de Gestão (SUBG); Atenção Hospitalar, Urgência e Emergência
(SUBHUE); Promoção, Atenção Primária e Vigilância em Saúde (SUBPAV); Vigilância,
Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses (SUBVISA).
Têm como atribuições planejar, desenvolver, orientar, coordenar e executar a política
de saúde do município, compreendendo tanto o cuidado ambulatorial quanto o hospitalar.
Também é de sua responsabilidade dentro de sua competência, planejar, desenvolver e
executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica afetas à sua competência.
Norteados pelos princípios do Sistema Único de Saúde, os projetos da SMS
objetivam, principalmente, a prevenção e promoção da saúde da população e ocorrem através
de campanhas promovidas por alguns dos setores que nos foram apresentados durante a visita
à SMS.
Durante a nossa roda de conversa com o Superintendente da Atenção Primária Dr.
Guilherme Vagner e a Subsecretária de Saúde Betina Durovni, muito foi falado sobre o
investimento da secretaria em projetos para a atenção básica de saúde. A estratégia da saúde
da família, por exemplo, é a estratégia prioritária para a reorganização da saúde no Brasil e
vem sendo implantada nas unidades básicas de saúde do Município. A estimativa é de que até
o final de 2016 cerca de 70% da população do município esteja coberta pela Estratégia Saúde
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da Família (ESF). Busca-se também a integralização dos serviços e, por isso, o planejamento
transcorre aos atendimentos de media e alta complexidade. Foi ressaltado e obteve
concordância dos presentes o fator limitante da ampliação da ESF visto que a implantação é
importante, contudo, faz-se necessária a manutenção e pleno funcionamento das unidades e
este tem sido o foco de observância da equipe atuante.
3.3 SISREG (Sistema de Regulação)
O SISREG é um sistema online criado para gerenciar todo o complexo de
atendimento, da rede básica à internação hospitalar. O aplicativo do DATASUS visa o maior
controle do fluxo de pacientes e a otimização da utilização dos recursos. Todo funcionário do
município subordinado ao Departamento de Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria pode
ser o operador solicitante no sistema, porém, toda unidade hospitalar possui um Núcleo
Interno de Regulação (NIR) com um responsável técnico para solicitar as vagas de exames,
consultas ou internação.
A responsável pelo SISREG na CAP 2.2 Drª Eliana Bittencourt, mostrou-nos a
interface do sistema e explicou sobre o funcionamento e a gestão do mesmo. Durante a roda
de conversa, foram pontuados os entraves ainda encontrados na utilização do SISREG, como
por exemplo, o desconhecimento dos protocolos por alguns médicos que acaba dificultando a
organização da rede por esses responsáveis reguladores.
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4. ATENÇÃO PRIMÁRIA
Os anos 70 foram marcados por debate sobre a atenção primária à saúde, havendo
questionamentos a respeito da organização da atenção à saúde, baseada em um modelo
médico hegemônico especializado e intervencionista, com fragmentação da assistência e
pouco impacto na melhoria da situação de saúde da população (CASTRO; MACHADO,
2010).
As discussões sobre o assunto levaram, em 1978, a realização da Conferência
Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, que gerou a Declaração de Alma-Ata, que
enfatiza a Atenção primária à saúde como fator de viabilidade para universalização dos
cuidados (MENDES, 2004).
A atenção básica é desenvolvida nos princípios da universalidade, da acessibilidade,
do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da
humanização, da equidade e da participação social. Tem como característica marcante ser o
contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e gerir a comunicação com toda
a Rede de Atenção à Saúde (BRASIL, 2012).
O Brasil adotou a Estratégia Saúde da Família (ESF) como forma de reorganizar,
expandir, qualificar e consolidar a atenção básica no país. É desenvolvida por uma equipe
multiprofissional, que tem responsabilidade por uma área específica da região, centrado na
família, na promoção da saúde, prevenção de agravos e reabilitação (BESEN et al., 2007).
Em 2009, o município do Rio de Janeiro sofreu uma reforma dos cuidados de atenção
primária, tendo a ampliação do acesso e o aumento da resolutividade fatores estratégicos.
Desde a implantação do modelo, a cobertura de Saúde da Família na cidade passou de 3,5%,
em janeiro de 2009, para 47,9% até março de 2015. A atenção é estabelecida pelos Centros
Municipais de Saúde e pelas Clínicas da Família (PCRJ, 2015).
Classificam-se como Atenção Primária ou de Nível Primário, as Unidades Básicas de
Saúde, ou Postos de Saúde, onde se configura a porta de entrada do Sistema Único de Saúde.
Nesse nível de atenção são marcados exames e consultas além da realização de procedimentos
básicos como troca de curativos.
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4.1 CMS Casa Branca
A unidade funciona há mais de 15 anos e em 2009 passou a ser Clínica de Atendimento a
família. As Clínicas da Família são um marco e representam a reforma da atenção primária no
município do Rio de Janeiro. Tem como objetivo focar nas ações de prevenção, promoção da
saúde diagnóstico precoce de doenças.
A unidade possui um Médico, um Enfermeiro, um Técnico de Enfermagem, um
Farmacêutico, um Administrador e sete Agentes Comunitários de Saúde. Atende
aproximadamente 3.400 usuários cadastrados, portanto cada Agente Comunitário de Saúde
atende a aproximadamente 600 usuários, com a meta de doze visitas diárias.
A Unidade possui apoio do NASF, com Psiquiatra, Psicólogo, Fisioterapeuta, Médico da
dor, Pediatra e Educador Físico. Vi a necessidade de ter também um Assistente Social, pois a
mesma está inserida em uma comunidade com uma grande demanda de vulnerabilidade
social.
4.2 Academia Carioca
O Programa Academia Carioca, desde 2009, é um espaço mobilizador de Promoção
da Saúde por meio de ação comunitária e multissetorial, centrada na inserção da prática de
atividade física regular nas Unidades Básicas de Saúde. Por garantir o acesso da população a
práticas que visem promover o bem estar físico, mental e social, a Academia Carioca tem se
constituído como um significativo dispositivo de construção de uma sociedade mais ativa e
com estilo de vida mais saudável.
Hoje o Programa Academia Carioca está presente nas 10 Áreas Programáticas,
vinculadas às suas Unidades Básicas de Saúde, por meio de sua equipe de profissionais de
educação física. O êxito do programa se deve à compreensão de que a atividade física é uma
importante ação na Saúde Pública, capaz de contribuir para a redução de doenças crônicas não
transmissíveis e de agravos à saúde.
A Academia Carioca da Saúde promove: alongamento e ginástica com uso de
recursos auxiliares; atividades em grupo, caminhadas na comunidade e atividade física para
grupos com necessidades específicas (saúde mental, por exemplo); prática de atividade física
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regular nos grupos de acolhimento (ação interdisciplinar/ porta de entrada) e nos espaços
comunitários; ginástica laboral e dicas ergonômicas para o ambiente de trabalho.
Ao palestrar sobre o programa, o educador físico Marcos, pediu a participação de
todos numa breve sessão de alongamento para demonstrar como podemos, de uma forma bem
simples, abandonar o sedentarismo. O programa também realiza trabalho de inclusão e conta
com aparelhos adaptadas para portadores de necessidades especiais, o que garante maior
adesão ao programa e melhores resultados alcançados. Vale ressaltar que as atividades podem
ocorrer com e sem o auxilio de aparelhos de academia. Além das atividades físicas o
programa realiza ações de promoção à saúde e estimula à adesão de hábitos alimentares
saudáveis. Importante pontuar sobre a necessidade da presença de mais profissionais
nutricionistas dando um apoio mais próximo ao programa, visto que atividades privativas do
nutricionista vêm sendo desempenhadas por outros profissionais. Este profissional possui
grande valor compondo a equipe NASF, dado aumento exponencial de indivíduos portadores
de doenças crônicas não transmissíveis tais como: diabetes mellitus, hipertensão arterial,
sobrepeso e obesidade.
4.3 Casa de Parto David Capistrano Filho
Localizada em realengo, a Casa de Parto foi inaugurada no dia 08 de março de 2004
pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. É a única casa de parto do Estado do
Rio de Janeiro estando localizada na AP 5.2. Atende, prioritariamente, a população dessa
região, porém em algumas épocas estende seu atendimento às demais regiões.
Na nossa vivência, fomos recebidas por duas enfermeiras que nos mostrou o espaço,
explicou sobre o funcionamento, fluxo e a demanda da unidade. O espaço físico é pequeno,
porém muito aconchegante e agradável.
A unidade possui uma equipe capacitada e especializada para o atendimento de
gestante de baixo risco. Para ser atendida nessa unidade a gestante precisa atender alguns
critérios como:
Idade gestacional inferior a 32 semanas de gestação, tendo o resultado dos exames
específicos do pré-natal;
Não tenha filhos que nasceram por cesárea;
Não tenha sido submetida a nenhuma cirurgia uterina;
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Não apresente qualquer problema de saúde (hipertensão, diabetes, bronquite, asma,
uso de medicação controlada e outros a serem avaliados).
Se a gestante possui o perfil e o desejo de ter seu parto de forma natural ela inicia o
pré-natal podendo ser iniciado com no máximo 28 semanas se a gestante não tiver realizado
nenhum exame.
A equipe é composta majoritariamente pela enfermagem, 18 enfermeiros obstétricos,
8 técnicos e auxiliares. Conta com a presença de uma nutricionista e uma assistente social,
além de profissionais que orientam sobre saúde bucal. Não existem médicos na Casa de Parto.
A unidade se encontra aberta para receber residentes de enfermagem.
A unidade também conta com uma ambulância que fica 24h à sua disposição. Em
caso de emergência, quando uma gestante precisa, sendo assim encaminhada para o Hospital
da Mulher Marisca Ribeiro.
A política da casa de parto é criar um vínculo com a gestante através do atendimento
humanizado colocando a mulher como protagonista desse momento, aonde suas necessidades,
vontades e desejos são atendidos e respeitados.
É importante salientar, que a gestante participa inicialmente do grupo de
Acolhimento, onde recebe as informações sobre: a proposta da Casa de Parto; os profissionais
que trabalham na unidade; os exames a serem realizados; a participação nas oficinas; a
presença do acompanhante em todo processo, o Plano de Parto (que é a idealização de como
será o seu parto), as consultas individuais e o seguimento após o parto.
As mulheres que possuem o desejo de realizar o parto nessa unidade, mas não se
encontram no perfil são encaminhadas para o Hospital da Mulher Marisca Ribeiro.
O pré-natal tem suas consultas realizadas na parte da manhã. Na primeira consulta é
colhido todo histórico, marcado uma consulta com a nutricionista e com a assistente social.
Na parte da tarde ocorrem as oficinas em grupo onde a presença do acompanhante é sempre
bem-vinda.
As oficinas são divididas de acordo com a idade gestacional, até a 32ª semana são
realizadas as oficinas de Amamentação, Vínculo, Modificações, Direitos, Gênero e
Sexualidade.
A partir da 34ª semana as oficinas se diferenciam, são elas: Trabalho de parto e
tecnologias, Parto, Cuidado com o bebê e Chá do parto (despedida da barriga). A gestante e o
acompanhante recebem toda documentação necessária para ser apresentado no trabalho e
garantir dispensa para a participação integral do acompanhamento pré-natal.
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Não é realizada analgesia medicamentosa no parto, somente uso de tecnologias não
invasivas como: penumbra, massagem com óleo de canela na barriga, massagem na coluna, uso
do “cavalinho”, aromaterapia, musicoterapia, uso da banheira e do chuveiro.
Na política do parto humanizado a mulher tem direito a um acompanhante, na casa de
parto ela tem direito a dois acompanhantes.
Após o parto a mãe volta para revisão no terceiro e no sexto dia pós-parto. Após um
mês do parto é realizada uma roda de conversa e é iniciado o planejamento familiar. A unidade
atualmente tem uma demanda de 100 gestantes sendo a maioria adolescente.
Ter a oportunidade de conhecer esse local foi muito gratificante para todo o grupo,
pois muitas dúvidas foram esclarecidas, alguns mitos e paradigmas quebrados. Ver a autonomia
da enfermagem e como a humanização faz a diferença, ficando explicito pela aceitação da casa
pela população. A casa de parto não faz nenhum tipo de divulgação do serviço, a visibilidade
que a casa de parto possui está diretamente ligada à satisfação das suas usuárias que passam a
recomendar a unidade para outras gestantes.
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5. ATENÇÃO SECUNDÁRIA
Dentro da concepção de rede de saúde, a atenção secundária é constituída pelos
serviços especializados em nível ambulatorial e hospitalar, com densidade tecnológica
intermediária entre a atenção primária e a terciária, conhecida também procedimentos de
média complexidade. Esse nível compreende serviços médicos especializados, de apoio
diagnóstico e terapêutico e atendimento de urgência e emergência (LORENZI et al., 2013).
Está estruturada na organização do Sistema Microrregional dos Serviços de Saúde,
com o objetivo de definir as diretrizes para organização da regionalização da Atenção
Secundária (PCRJ, 2015).
Dentro do município do Rio de Janeiro, a atenção secundária é dividida em:
● Policlínica;
● CAPS (Centro de Atenção Psicossocial);
● Urgência e Emergência;
● Centro de Reabilitação.
Atualmente existem no município do Rio de Janeiro 9 policlínicas, 25 CAPS
(distribuídos em CAPsi, CAPS AD, CAPS III), 14 Unidades de pronto-atendimento, 5
coordenação de emergência regional, e diversos serviços que oferecem serviço de reabilitação
(PCRJ, 2015).
5.1 Urgência e Emergência
Composta pelas Unidades de Pronto Atendimento e a Coordenação de Emergência
Regional faz parte do segundo setor, de complexidade intermediária. Situada entre a Atenção
Básica e a Rede Hospitalar, objetiva desafogar as emergências dos hospitais. Ambos ficam
abertos de forma integral, funcionando 24h por dia de forma plena.
5.1.1 Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Manguinhos.
As UPAs são serviços de saúde que compõe a rede de Atenção às Urgências e
emergências. Realiza atendimentos nas especialidades de clínica médica, pediatria e
odontologia.
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A UPA de Manguinhos fica em uma área de grande vulnerabilidade social, que
abrange cerca de 150.000.000 habitantes, dentro da AP 3.1. É gerida pela Organização Social
Fiotec, parceira da Fiocruz, por conta disso é a única unidade desse porte que possui um
especialista infectologista. Realiza em média 11.000 atendimentos mensais.
Por estar ao lado da Clínica da Família Victor Vallas, o atendimento odontológico,
mesmo que emergencial, é realizado pela Clínica da Família. A administração é tríade tendo
coordenação médica, de enfermagem e administrativa.
A equipe é composta por médicos generalistas (clínico geral) e o infectologista,
pediatras, farmacêutico, enfermeiros, técnicos e assistente social.
Existe um fluxo de atendimento em que o paciente pega uma senha, é acolhido por
um profissional de saúde, é preenchido um boletim de atendimento que o direciona para
especialidade na qual será atendido. Após esse primeiro contato, parte para a classificação de
risco, que consiste numa avaliação do enfermeiro, seguindo o protocolo de Manchester, define
uma cor que varia de acordo com o grau de prioridade para o atendimento sendo azul, para
aqueles sem prioridade; verde, quando há prioridade mínima; amarela, que significa que é um
caso de urgência e por fim, a vermelha, que significa emergência.
A estrutura física é composta por 7 consultórios médicos, sala de medicação, sutura,
2 salas para classificação de risco, sala de raio-X, sala para análise dos exames laboratoriais,
dispensação de medicamentos, sala do serviço social, e em caso de necessidade do paciente
ser mantido em observação, tem duas pequenas enfermarias: a amarela, com 8 leitos, sendo 1
pediátrico e a vermelha com 2 leitos adultos e um pediátrico. Como o perfil da unidade não
comporta pacientes de internação, enquanto aguardam transferência para outras unidades, as
salas de observação acabam sendo utilizados por esses pacientes.
Por estar localizada numa área com alto índice de violência, a Polícia Militar
solicitou que dentro da unidade tivesse um posto policial, portanto, dentro desta UPA há um
PM que acaba ficando impossibilitado de cumprir plenamente suas funções ali dentro ficando
encarregado apenas de fazer “rondas”.
Com o intuito de evitar o acúmulo desnecessário de pessoas na porta da unidade, é
permitida a presença de acompanhantes independentemente do paciente ser menor de idade
ou maior de 60 anos.
A unidade realiza teste rápido de HIV e tem alta incidência nos registros de pacientes
com resultado positivo para tuberculose.
21
Na vivência na UPA de Manguinhos, fomos recebidos pelo coordenador de
enfermagem Leonardo Fonseca Teixeira, que conversou com o grupo sobre a unidade e
apresentou a unidade, desde seu funcionamento administrativo básico, até a equipe e a forma
de atendimento, foi bastante atencioso e receptivo e tirou as dúvidas dos viventes que nunca
tiveram contato com este tipo de serviço. Falou sobre a importância da humanização em um
ambiente mais rígido como o da unidade, em que há situações graves e em que é preciso agir
rapidamente.
O enfermeiro Leonardo gerou disparadores para o debate sobre o dia, em que a pauta
principal foi sobre a necessidade do acompanhante, sobre os prós e contras, em relação ao
acúmulo de pessoas dentro na unidade sem necessidade, causando obstrução da passagem
versus o fato de o paciente se sentir mais confortável com um acompanhante próximo. A
conclusão do grupo foi de que seria necessária uma observação caso a caso para evitar
problemas.
5.1.2 CER Centro (Souza Aguiar)
A Coordenação de Emergência Regional (CER) compõe, em conjunto com a UPA, a
Clínica de Urgência e Emergência no Município do Rio de Janeiro. São unidades instaladas
no mesmo espaço em que hospitais de emergência, funcionando de forma independente e em
horário integral, ficando responsáveis por casos de baixa e média complexidade, deixando a
cargo do hospital casos cirúrgicos e de trauma.
Inaugurado em março de 2012, o CER Centro possui uma estrutura próxima à das
unidades de pronto atendimento, este tem como hospital de referência o Hospital Municipal
Souza Aguiar, ambos localizados no Centro da Cidade na AP 1.0. Esta unidade foi a primeira
a ser inaugurada com essa proposta no município e tem capacidade para atender 350 pessoas
por dia. É porta de entrada para casos de urgência e emergência (ambulâncias, SAMU e
bombeiros) ou para casos agudos, de demanda espontânea. Não oferece atendimento em
odontologia e todo procedimento de atendimento é muito similar ao da UPA, desde a
estrutura física, passando pelo acolhimento e outros mais, excetuando a classificação de risco,
pois o CER não realiza atendimento de pacientes classificados como azul. atendimento, além
da estrutura física também ser semelhante.
A equipe é composta por técnicos de enfermagem, recepcionistas, enfermeiros,
médicos, pediatras, controlador de fluxo, maqueiro, auxiliares de serviços gerais, técnico em
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radiologia, assistente social, psicólogo, farmacêutico, técnico de farmácia e profissionais do
setor administrativo.
Diferente da UPA que visitamos, o CER centro tem 2 andares. No 1º andar funciona
todo atendimento médico, além dos atendimentos da UPA eles realizam exame de
eletrocardiograma. No 2º andar tem um refeitório, salas para descanso dos profissionais,
banheiros, o laboratório e as salas dos setores administrativos.
A estrutura física é composta por 5 consultórios, sendo 2 de pediatria, duas salas de
isolamento, sala de sutura, de medicação, sala de eletrocardiograma, de raio-X e salas de
observação, separadas, para adultos e crianças, para os pacientes que estão aguardando
transferência.
Ao chegarmos no CER-Centro, fomos recepcionados pela supervisora administrativa
da unidade, Lilian. Esta apresentou oralmente a unidade explicando sobre seu funcionamento
e depois guiou o grupo para conhecer a estrutura física da unidade, explicando sobre outras
particularidades do local.
Lilian explicou que como o serviço está localizado em uma área da cidade em que há
muitas pessoas em situação de rua, por vezes chegam ao serviço com a documentação
irregular. O procedimento de atendimento é feito de acordo com o estado em que o paciente
chega na unidade. Existe a tentativa de regularizar a documentação pelo DETRAN, em caso
de óbito, é encaminhado a Delegacia Legal (IFP – Instituto Félix Pacheco) para que seja
providenciada a documentação necessária.
Nesses casos mais delicados, a administração do serviço e a assistência social
trabalham em conjunto e o tratamento é 100% humanizado. Existem tentativas para convencer
o paciente a voltar para a família ou articulações em busca de um abrigo para este indivíduo,
nestes casos a psicologia também auxilia. Em caso de pacientes estarem nesse estado por
transtornos psiquiátricos, são encaminhados ao Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro (CPRJ).
Lilian ressaltou também sobre a importância do assistente social na unidade, ele
trabalha no acolhimento de casos delicados, contactando familiar, verificando a necessidade e
a autorização de visitas a pacientes em observação.
A vivência produziu um debate sobre a importância da humanização, não só nesse
serviço que atende essa demanda especifica, inclusive na delicadeza em relação aos cuidados
às pessoas em situação de rua, menores de idade em situação de rua e abandono, indigentes e
às diversidades sexuais.
23
5.2 O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)
Os CAPS são instituições vinculadas às prefeituras que, após a Reforma Psiquiátrica,
visam a substituição dos hospitais psiquiátricos, hospícios, manicômios e de seus métodos
para cuidar de portadores de comorbidades da psique.
Os CAPS prestam serviços públicos de saúde mental destinados a atender indivíduos
com transtornos psiquiátricos relativamente graves. Esses diversos serviços tem como
objetivo maior tratar a saúde mental de forma adequada, oferecendo atendimento à população,
realizando o acompanhamento clínico, e promovendo a reinserção social dos usuários pelo
acesso ao trabalho e ao lazer, a fim de fortalecer os laços familiares e comunitários.
Esses serviços oferecem três modalidades de tratamento (intensivo, semi-intensivo, e
não intensivo), que variam de acordo com a necessidade do indivíduo. O atendimento
intensivo trata-se de atendimento diário oferecido quando o usuário se encontra com grave
sofrimento psíquico, em situação de crise ou dificuldades intensas no convívio social e
familiar, precisando de atenção contínua. No semi-intensivo, o usuário pode ser atendido até
doze dias no mês, modalidade oferecida quando o sofrimento e a desestruturação psíquica da
pessoa diminuíram, melhorando as possibilidades de relacionamento. Já o atendimento não
intensivo é oferecido quando a pessoa não precisa de suporte da equipe para conviver na
sociedade e realizar suas atividades na família e/ou no trabalho, podendo ser atendido até três
dias no mês.
Vale ressaltar aqui as diferenças de funcionamentos desses tais Centros:
CAPS I: destinado a um território com população entre 20.000 e 70.000 habitantes
(critério para implantação) e é referência para um território com população de até
50.000 habitantes. Não há limite de idade para a utilização. O atendimento ao usuário
inclui, além de medicamentoso e de psicoterapia, visita domiciliar e atendimento à
família.
CAPS II: destinado a um território com população entre 70.000 e 200.000 habitantes
(critério para implantação) e é referência para um território com população de até
100.000 habitantes. Não há limite de idade para a utilização. O atendimento ao usuário
inclui, além de medicamentoso e de psicoterapia, visita domiciliar e atendimento à
família.
CAPS III: destinado a um território com população acima de 200.000 habitantes
(critério para implantação) e é referência para um território com população de até
150.000 habitantes; não há limite de idade para a utilização; o atendimento ao usuário
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inclui, além de medicamentoso e de psicoterapia, visita/atendimento domiciliar e
atendimento à família; constitui-se principal dispositivo CAPS por prestar um serviço
de atenção contínua, durante 24 horas, diariamente, incluindo feriados e finais de
semana, com capacidade de acolhimento, observação e repouso noturno (pernoite) e,
no caso da necessidade do usuário utilizar o leito noturno, o usufruto não pode exceder
sete dias consecutivos ou dez dias não consecutivos; desempenha o papel de principal
regulador da porta de entrada da rede assistencial em saúde no âmbito do seu território
e/ou do módulo assistencial e é também o principal dispositivo substitutivo da
internação em hospital psiquiátrico; geralmente vinculada a uma Unidade de
Acolhimento Adulto (UAA), que tem caráter residencial, assistido e transitório onde
usuários de ambos os sexos, maiores de 18 anos e em tratamento nos CAPS AD do
território são cuidados de maneira continuada e protetiva e convivem de forma
coletiva, familiar e social, além do oferecimento de tempo e possibilidade de construir
novos projetos de vida, como busca de emprego, estudo e outras alternativas de
moradia.
5.2.1 Especificidade Álcool e Outras Drogas
O Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Outras Drogas (CAPS AD) é a única
unidade de saúde pública especializada em atender os dependentes de álcool e drogas, dentro
das diretrizes determinadas pelo Ministério da Saúde, que tem por base o tratamento do
usuário através da clínica da Redução de Danos, buscando sua reinserção social.
Desta forma, o CAPS AD oferece atendimento diário a pacientes que fazem uso
abusivo e prejudicial de álcool e outras drogas, permitindo o planejamento terapêutico dentro
de uma perspectiva individualizada de evolução contínua. O apoio da família é fundamental
neste processo e, então semanalmente, são realizadas pelos psicólogos, um grupo para
atendimento aos familiares de pacientes, onde são esclarecidas dúvidas, anseios e dado o
suporte técnico que a família necessita.
5.2.2 CAPS AD Mané Garrincha
Localizado no Maracanã, Grande Tijuca, território da AP 2.2. O nome do CAPS AD,
é uma homenagem ao jogador de futebol Garrincha, o ‘anjo de pernas tortas’, que defendeu a
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Seleção Brasileira durante as copas de 1957 e 1966. Garrincha era alcoolista e morreu aos 49
anos, vítima de cirrose hepática.
Os pacientes podem vir encaminhamentos das unidades básicas de saúde ou podem
chegar ao CAPS AD através de demanda espontânea. A unidade possui uma equipe
multiprofissional formada por dois psiquiatras, dois psicólogos, um médico clínico geral, um
assistente social, um terapeuta ocupacional, um farmacêutico, um enfermeiro, dois técnicos de
enfermagem, um professor de educação física, um arte-terapeuta/musico-terapeuta, um
oficineiro, além da equipe administrativa e os auxiliares de serviços gerais.
Na unidade são oferecidas atividades recreativas, educativas, profissionalizantes e
comunitárias, como aulas de artesanato, mosaico, pintura em tela e tecido e oficinas de
produção de bijuterias, por exemplo. Existem atividades direcionadas para proporcionar
mudança de comportamento e, consequente, melhora na qualidade de vida dos pacientes.
Ainda, são realizadas palestras educativas pela equipe de enfermagem, psicoterapias de grupo
e quando necessário, sessões de psicoterapia individual.
Vivência: Logo que chegamos ao CAPS AD fomos recepcionados pela
coordenadora administrativa e pela arte-terapeuta da unidade. Numa roda de conversa
respondemos sobre a nossa visão do serviço, em seguida as profissionais falaram sobre toda
rotina da unidade, os tipos de demandas, as articulações de rede, os perfis de usuários do
serviço, os serviços oferecidos, a multidisciplinaridade profissional e quadro de funcionários,
a clínica do sujeito, a reinserção social, a Bolsa-usuário e a Redução de Danos; essas duas
últimas são deliberadas havendo desejo, possibilidade e perfil.
O programa Bolsa-usuário, onde o usuário do serviço, maior de 18 anos, matriculado
e com tratamento em andamento num CAPS AD de seu território, que portar este perfil, ao
sofrer análise clínica da equipe técnica e, se preencher os devidos critérios de elegibilidade
para ser beneficiado pelo programa, recebe mensalmente a quantia de R$450,00 de maneira
trimestral ou semestral. A ciência do programa impressionou o grupo no que diz respeito ao
nível da aposta da equipe técnica da unidade no sujeito e no Projeto Terapêutico Singular
(PTS) criado para o mesmo.
No que se refere à Redução de Danos (RD) vem se consolidando como um
importante movimento clínico, impulsionando a construção de uma política de drogas
democrática. O modo como a RD se constituiu frente aos embates com as forças totalitárias
da política global de guerra às drogas. De como aspectos internacionais quanto aspectos
nacionais confluíram para a construção de uma política antidrogas. De como a inclusão dos
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usuários de drogas em arranjos coletivos de gestão é uma importante direção clínica e política
do movimento da RD, definindo uma nova proposta de atenção em saúde. De que a partir
desses espaços coletivos de cuidado, os usuários de drogas possam tecer uma rede própria de
cooperação e de produção de uma luta comum, apostando na própria vida novamente.
De tudo o que foi falado, o mais importante que o encontro resultou foi a réplica do
grupo expondo seus pré-conceitos, dúvidas, curiosidades, mitos, o debate gerado, a troca de
experiências e toda aprendizagem adquirida.
5.3 Policlínica Hélio Pellegrino
As policlínicas fazem parte do programa Saúde Presente e são unidades de referência
de Atenção Secundária para atendimentos ambulatoriais especializados. Nessas unidades,
equipes multiprofissionais realizam consultas especializadas, procedimentos e exames. Para
conseguir atendimento nas policlínicas, o paciente deve procurar a unidade básica de saúde
mais próxima da sua residência e, caso seja necessário, o clínico encaminhará para a consulta
com o especialista. O acesso às policlínicas é feito a partir do Sistema de Regulação (Sisreg).
Inaugurada em 1931, pelo então Presidente da República Getúlio Vargas, em 2011 a
Policlínica Hélio Pellegrino completou 80 anos de atividade! Hoje com 84 anos a Policlínica
está se readequando, devido a mudanças passando a atenção primária para o CMS Hélio
Pellegrino. Desde o dia 28 de abril de 2014, as equipes de estratégia de saúde da família do
CMS iniciaram o atendimento à população. A Policlínica funciona de segunda a sexta-feira,
das 8h às 17h no bairro Praça da Bandeira, no território da AP 2.2.
A unidade oferece consultas médicas especializadas em ginecologia, cardiologia,
dermatologia, endocrinologia, ortopedia, pneumologia e otorrinolaringologia; consultas
realizadas por outros profissionais de nível superior tais como nutricionista, psicólogo,
fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta. Também realiza pequenas cirurgias,
suporte diagnóstico e terapêutico, práticas integrativas e complementares e atendimento
odontológico especializado. A policlínica tem especialidades diferenciadas como Geriatria
idosa frágil, Ginecologia infanto puberal, Ginecologia pacientes soro positivas, Asma Infantil,
Homeopatia Infantil, Gastroenterologia Infantil. Parte das vagas dos atendimentos da unidade
é reservada para pacientes oriundos de outros municípios do Estado do Rio de Janeiro.
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A CMS atua de forma integrada com a policlínica além da tentativa de um
atendimento integralizado ser prática comum nesta unidade devido ao fato da CMS estar ao
lado da policlínica dividindo o mesmo espaço físico e setores como: farmácia, sala de vacinas,
raio x e laboratórios.
Apesar do espaço físico ter sido melhorado, e estar passando por frequentes reformas
e readaptações ainda precisa ser melhor utilizado. O espaço físico é muito grande, pois antes o
prédio funcionava como sede do INAMS. Um andar do prédio foi cedido para ser utilizado
pela medicina do trabalhador, um outro espaço para atividades terapêuticas com grupos de
crianças do CMS Heitor Beltrão. Pudemos constatar que essa unidade é uma das poucas
policlínicas com variedades de especialidades e com um trabalho interdisciplinar tão presente.
A unidade possui ótima localização e acessibilidade, podendo receber muitos profissionais,
crescer os atendimentos e aproveitar as diversas salas e até andares que estão em desuso.
5.4 Instituto Municipal de Assistência a Saúde (IMAS) Nise da Silveira
Inicialmente o Instituto Municipal Nise da Silveira, recebeu o nome de Hospital do
Engenho de Dentro, depois passou a se chamar Hospital Pedro II e novamente rebatizado
como Centro Psiquiátrico Pedro II. Seu atual nome foi dado em homenagem à renomada
psiquiatra alagoana Nise da Silveira. Nise da Silveira foi aluna de Carl Jung, dedicou sua vida
à psiquiatria e manifestou-se radicalmente contrária às formas agressivas de tratamento de sua
época, tais como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e
lobotomia.
Atualmente acontecem trabalhos vanguardistas no Instituto. O Hotel da Loucura é
um exemplo desde tipo de trabalho. O principal objetivo dos programas que constituem os
trabalhos artísticos que compõem o Hotel é a integração de hóspedes artistas (acadêmicos ou
graduados), de todo o mundo, com os usuários do local.
Outro lugar importante do IMAS, é o Museu de Imagens do Inconsciente, que foi
criado em 20 de maio de 1952, este surgiu através da vontade da própria Nise da Silveira, que
apostava em terapias alternativas como forma de tratamento para pacientes psiquiátricos. A
arte era o disparador para maior compreensão dos pacientes e seu estado psíquico. Com o
intuito de preservar os trabalhos produzidos nos ateliês, foi criado o Museu, com a proposta
de ser um “Museu Vivo”, uma vez que abrigava também os criadores das obras.
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Ao conhecermos algumas unidades de tratamento e integração do Instituto, entendemos
a importância do mesmo para a Saúde Pública e pra Saúde Mental por ter sido uma das
instituições pioneiras na aposta clínica da subjetividade dos usuários do serviço.
Ao chegarmos ao IMAS, descobrimos que o Museu estava em reforma para troca de
exposição e melhorias locais, portanto, não poderíamos visitá-lo. Partimos para a vivência no
Hotel da Loucura. Lá pudemos interagir com os pacientes internados no local, conhecer seu
espaço e suas ações, como o atelier de fantasias do bloco do Instituto Municipal, o Loucura
Suburbana. Foi uma experiência revigorante para todo o grupo.
Saindo do Hotel, a psicóloga Vilma, nos fez uma visita guiada pelo lugar, onde
pudemos aprender sobre a história do Nise, assim como conhecer um pouco mais da história
da Saúde Mental, incluindo o processo de desinstitucionalização dos pacientes, que se
perpetua até hoje.
Foi um dia dedicado à Saúde Mental e aos debates sobre um tema que ainda é
polêmico e cristalizado na atual sociedade. Apesar de todas as conquistas, ainda é necessário
melhoras no sistema. Pudemos perceber nas visitas resquícios do modelo manicomial, como
as enfermarias com grades, além da falta de recursos humanos. A unidade está aberta a
receber projetos e algo que inclusive foi ressaltado diz respeito à inserção da zooterapia com
gatos, visto que era um animal muito apreciado pela Nise e devido à grande presença desses
felinos, não só na unidade, mas no Município como um todo. Muitas conquistas, mas é um
espaço que ainda tem de se reinventar.
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6. ATENÇÃO TERCIÁRIA
É a atenção desenvolvida pelos hospitais, maternidades e institutos, organizados em
pólos macrorregionais, através do sistema de referência (SMSDC, 2011)
O nível terciário tem por característica sua alta densidade tecnológica, a atuação de
profissionais em diversas especialidades, tendendo ser mais concentrado espacialmente
(MENDES, 2010).
O município do Rio de Janeiro dispõe de 10 maternidades, 1 casa de parto, 6
hospitais especializados, 2 hospitais pediátricos, 6 hospitais de emergência, 1 hospital
geriátrico e 4 unidades psiquiátricas (PCRJ, 2015).
6.1 Hospital Municipal Jesus
O Hospital Municipal Jesus possui a sua fundação datada de 30 de julho de 1935,
mas somente foi aberto ao público dia 12 de agosto daquele ano. Plano de criação de uma
rede hospitalar, pelo então prefeito do Distrito Federal, Dr. Pedro Ernesto, a Unidade foi
idealizada para o atendimento exclusivo de crianças, em uma época que ainda não existia a
especialidade Pediatria. Com o surgimento do Hospital Jesus, o Prefeito Municipal preenchia
uma grande lacuna em matéria de assistência hospitalar infantil. Com efeito, a não ser pelo
Hospital Arthur Bernardes em Botafogo (depois denominado Instituto Fernandes Figueira),
não existia no Estado, qualquer outra Unidade com o perfil exclusivo voltado a Pediatria.
Localizado em Vila Isabel, AP 2.2, o hospital atende diversas especialidades e
subespecialidades em pediatria. Atende a população de zero a 18 anos incompletos. O
Hospital possui um prédio anexo que realiza atendimentos ambulatoriais tendo especialistas
em quase todas as áreas da pediatria. O hospital é referência de pediatria para o Estado do Rio
de Janeiro, atendendo a sua demanda (do município) e muitos pacientes referenciados pelo
(SisReg).
A porta de entrada da demanda espontânea é o ambulatório de pediatria. A criança
passa pela classificação de risco, é encaminhado ao pediatra e, dependendo do quadro clínico
da criança ela poderá ser internada, encaminhada para um especialista ou retorna para casa.
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O hospital trabalha com total multidisciplinaridade para proporcionar a melhor
assistência à saúde da criança. É um hospital de grande porte, tendo como áreas de internação:
CTI, UI, CCI, Hospital dia e 4 enfermarias, cada uma possui 12 leitos, as enfermarias são
divididas em:
Pacientes com doenças crônicas;
Pacientes com distúrbios neurológicos;
Pacientes com patologias pneumológicas;
Pacientes com Doenças Infecto Parasitaria (DIP). Essa enfermaria conta com mais dois
leitos de isolamento.
Alem das especialidades, a unidade realiza diversos exames de imagem no espaço do
“aquário carioca”, exames laboratoriais, vacinas e farmácia que além dos medicamentos mais
prescritos, também dispensa medicamentos para tratamentos mais complexos e específicos e
fórmulas alimentares para lactentes e tem um serviço social muito atuante visto as
especificidades do serviço e por ser localizado numa extensa área de vulnerabilidade social.
A unidade conta com apoio de ONGs, grupos e associações que possuem projeto no
hospital objetivando atenuar as dificuldades emocionais da criança internada. A associação
REPARTIR é uma das que mantém projeto fixo no hospital. Essa associação construiu uma
área de lazer para as crianças e também conta com uma sala onde as crianças podem praticar
desenho, pinturas e música.
O tomógrafo em forma de submarino foi doação de uma ONG que é apoiadora do
hospital. Esse tomógrafo tem como objetivo a humanização, todo o ambiente é decorado
como se fosse o fundo do mar, criando um ambiente bem lúdico para as crianças.
“A instalação do aparelho foi realizada pela SMSDC, com custo total
de 390 mil. O objetivo é gerar curiosidade e expectativa por parte das
crianças a respeito do submarino amarelo no interior da sala de
tomografia, que reproduz o oceano, com sons e luzes teatralizadas e
suaves que ajudam a criar a ambientação. O espaço, que recebe o
nome de Aquário Carioca, propiciará à criança um espaço lúdico e
acolhedor que contribuirá para a redução do uso de sedativos”
(MAGALHÃES, CLAUDIO, 2012).
Visando a humanização o hospital dispõe de uma equipe de educadores que realizam
atividades escolares com as crianças. Elas ganham um envelope com as atividades e quando o
tempo da aula acaba elas realizam essas atividades em seus leitos. As crianças que vão à aula
não podem estar em precaução de contato, devido ao risco de infecção cruzada.
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É um hospital escola, reconhecido pelo MEC. Recebe acadêmicos bolsistas do
programa da prefeitura municipal do Rio de Janeiro, de diferentes cursos de graduação,
acadêmicos de enfermagem da UNIRIO como campo obrigatório de pediatria e acadêmicos
de medicina da faculdade Estácio de Sá, além de residência de medicina.
Na nossa vivência nessa unidade fomos muito bem recebidos pelo diretor geral da
unidade, Dr. Paulo Peres. Ele nos mostrou todo o espaço físico do local e explicou o
funcionamento de cada setor. Nas enfermarias de internação não há espaço separado para
crianças e adolescentes. O diretor falou que já existe o projeto para divisão dessa faixa etária.
A unidade ainda não contempla residência em enfermagem, mas existe o interesse de
implantar essa residência no ano de 2016.
No momento em que estávamos numa das enfermarias pudemos presenciar a
apresentação que estava sendo realizada por um projeto parceiro do hospital. A vivência nesse
hospital foi muito interessante, pois foi possível aprender sobre o nível terciário de atenção do
SUS, como a participação de ONGs e demais projetos lúdicos ajudam na qualidade da
internação da criança, resposta ao tratamento, redução do tempo de internação (a média é de
7,8 dias) e a importância de ter uma equipe multidisciplinar alinhada e atuante.
6.2 Centro de Diagnóstico por Imagem – Rio Imagem
O Estado do Rio de Janeiro ganhou em dezembro de 2011 o primeiro Centro de
Diagnóstico por Imagem, mais conhecido como Rio Imagem, que reúne em um só lugar
equipamentos de última geração para atender aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Todos os exames são gratuitos. Esta instituição reúne em suas dependências toda a
infraestrutura para atendimento especializado em diagnóstico por imagem.
Os pacientes atendidos tem seus exames agendados pelo SisReg, tanto os pacientes
que residem no município do Rio de Janeiro quanto os que residem em outros municípios e
vem referenciados. Para ter seu exame realizado o paciente deve comparecer com o pedido
médico em mãos e ter realizado, conforme orientações, todo o pré-preparo de acordo com
cada exame.
Dentre os exames oferecidos estão: Ressonância magnética (com e sem sedação),
Mamografia,
Tomografia
Ecocardiografia, Radiografia.
computadorizada,
Doppler
Vascular,
Ultrassonografia,
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A instituição funciona de segunda a sexta de 7h às 21h, sábados, das 8h às 17h e
domingo, das 8h às 13h. Resultado do exame poderá ser retirado na própria unidade em cinco
dias úteis.
Durante a vivência tivemos a oportunidade de conhecer todo o espaço e ficamos bem
impressionados com a eficiência, tecnologia e a quantidade de recursos que o Rio Imagem
dispõe. O espaço é dividido para homens e mulheres, porém em alguns casos os espaços
podem ser compartilhados entre homens, mulheres e crianças. Além das salas de exames a
unidade tem uma sala de ouvidoria, copa, sala de tecnologia (T. I) e montagem de exames,
sala vermelha para pacientes em observação pós-sedação, sala da criança e sala de entrega de
laudos. Os exames são confirmados próximo da data agendada. Os pacientes que precisam ser
sedados para a realização do exame devem vir acompanhados. A necessidade da sedação deve
ser informada no momento do agendamento do exame.
Ter esse tipo de serviço disponibilizado na proporção que vimos, pelo SUS, é um
grande avanço.
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7. PARTICIPAÇÃO SOCIAL E ATIVIDADES INTERLIGADAS
7.1 Abrigo Ayrton Senna
O Centro de Acolhimento Ayrton Senna tem capacidade para acolher a 140 crianças
e adolescentes em situação de extrema vulnerabilidade social (situação de rua, negligência,
violência doméstica, orfandade, risco social, maus tratos, abuso sexual, etc), divididos nos
quatro projetos: Projeto Casa Lar, Projeto Mães Adolescentes, Projeto das Acolhidas e Casa
Viva.
A unidade atualmente integra a rede de proteção social da Prefeitura e acolhe 54
crianças e adolescentes de 0 a 17 anos e 11 meses. É um local de passagem, não só para
buscar a autonomia, mas também a família e a origem.
A estrutura física necessita de obras, principalmente onde as crianças estão
acomodadas, pois ainda há detalhes da antiga casa de detenção, inclusive as cela que separam
as crianças.
7.2 Doutores da Alegria
Doutores da Alegria é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que há
23 anos promove as relações humanas e qualifica a experiência de internação em hospitais por
meio da visita contínua de palhaços profissionais treinados em alguns estados do Brasil.
Fundada por Wellington Nogueira em 1991, a ONG foi inspirada no trabalho do
Clown Care Unit, criada por Michael Christensen, diretor do Big Apple Circus de Nova York.
Wellington integrou a trupe de palhaços em 1988, satirizando as rotinas médicas e
hospitalares mais conhecidas. Ao retornar ao Brasil, decidiu implantar um programa
semelhante. O fundador da ONG, tinha certeza de que o trabalho traria resultados se o artista
fosse inserido no ambiente hospitalar como integrante do quadro profissional – e não como
um visitante, com um trabalho pontual em uma data comemorativa. Desta forma, apresentou o
“besteirologista” e convenceu as diretorias hospitalares de que era uma tarefa permanente. O
Programa de Palhaços Besteirologistas é o trabalho-mãe da ONG Doutores da Alegria.
A organização desenvolve ainda programas que ampliam o acesso à cultura, como o
Plateias Hospitalares, com a curadoria de uma ampla e permanente programação artística
gratuita em hospitais públicos do Estado do Rio de Janeiro. E todo o conteúdo artístico
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produzido pelos palhaços a partir do encontro com pacientes é apresentado em teatros e em
intervenções em empresas.
O trabalho da ONG, gratuito para os hospitais, é mantido por recursos financeiros
obtidos através de patrocínio, doações de empresas e pessoas e por meio de atividades que
geram recursos, como palestras e parcerias com empresas.
Em janeiro de 2009, as atividades na capital carioca foram interrompidas para uma
revisão estratégica que propusesse um novo modelo de atuação, mais abrangente e sustentável
para a cidade maravilhosa. No mesmo ano deu-se início, em caráter piloto, ao programa
Plateias Hospitalares em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro
(SES). Hoje possui uma coordenadora e um assistente de produção na unidade Pão de Açúcar.
O Plateias encara o hospital como um espaço de vida e, portanto, de arte. Doutores
da Alegria trabalha na elaboração de uma programação cultural especial, com atividades
voltadas a pacientes adultos e idosos, crianças e comunidades do entorno de oito hospitais
públicos do Rio de Janeiro. O projeto nasceu com o objetivo de ampliar o acesso à cultura e
criar novos espaços de interação entre a arte e a saúde.
Entre as linguagens artísticas oferecidas estão o teatro, a música, o circo, a dança, a
poesia, entre outras. O objetivo é trabalhar para que, cada vez mais, o hospital seja um espaço
não somente de cuidado, mas de promoção da saúde, em que a arte é coadjuvante. Ao realizar
apresentações mensais de variadas linguagens artísticas em hospitais públicos, Doutores da
Alegria convida a sociedade a refletir quanto ao papel da arte em ambientes caracterizados
pela fragilidade das relações, quebrando modelos cristalizados tanto na área de cultura como
na área da saúde.
Implantado em 2009, o projeto está presente em sete hospitais públicos e tem
parceria com a Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro. Até o momento, já foram
mais de 400 apresentações, envolvendo 300 artistas, para 40 mil pessoas.
Vivência: Plateias Hospitalares no Hospital Municipal da Piedade
Localizado no território da área programática 2.2, o Hospital da Piedade foi
construído pela Universidade Gama Filho (UGF) em 1977 para atender a demanda de
formação de seus universitários em diversos cursos da área de saúde e humanas. Em 1999
passou então a administração do Município, sendo denominado a partir daí como Hospital
Municipal da Piedade.
35
Fomos privilegiados com a apresentação do grupo Plateias Hospitalares, assim que
chegamos à unidade. Um momento de descontração tanto para os alunos viventes quanto para
alguns adultos e crianças que estavam no auditório.
Logo depois das atuações dos palhaços que compõem o grupo de artistas, tivemos
uma roda de conversa com a diretoria do hospital e uma das representantes do projeto, cujo
objetivo era esclarecer a missão dos Doutores da Alegria. Assim como, a visão da diretoria a
favor do projeto, suas articulações e objetivos já alcançados.
A principal missão do corpo de artistas é promover a experiência da alegria como
fator potencializador de relações saudáveis por meio da atuação profissional de palhaços junto
a crianças hospitalizadas, seus pais e profissionais de saúde. Compartilhar a qualidade desse
encontro com a sociedade com produção de conhecimento, formação e criações artísticas.
Além disso, a visão dos Doutores da Alegria é tornar-se um centro cultural referência
na arte do palhaço e nas artes cômicas em geral oferecendo acervo, publicações, cursos e
produções artísticas que estimulem a reflexão e o diálogo crítico com diversos setores da
sociedade.
O total apoio por parte da direção do Hospital Municipal Piedade ao programa é
fundamental para a organização e sucesso dos objetivos já traçados pelos artistas. Quebra-se o
paradigma de que nos hospitais “nada pode” e rompe a construção frígida e muitas vezes triste
do ambiente hospitalar
A recepção calorosa e a alegria da plateia emocionou o grupo. Principalmente no que
diz respeito à integração dos pacientes, funcionários e familiares com as intervenções
artísticas. Trazendo, portanto, a alegria e o sorriso como dispositivos para um tratamento
humanizado.
7.3 Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses –
SubVISA
Esta Subsecretaria responsável pela proteção e defesa da saúde da população, por
meio da prevenção de riscos provocados por problemas higiênico-sanitários nas mais variadas
instancias de serviço à população da cidade do Rio de Janeiro.
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O que é inspecionado pela vigilância sanitária?
Estabelecimentos que produzem e oferecem alimentos para a população, tais como:
bares, restaurantes, lanchonetes, supermercados, indústria de (incluindo a fabricação, a
embalagem e a distribuição), entre outros;
Corpos hídricos e serviços e setores de distribuição e acesso a água, ar em ambientes
climatizados;
Atendimento em saúde, atendimento geral da população;
Salão de beleza e serviços de embelezamento e esteticismo;
Óticas;
Estúdio de tatuagem e piercing;
Instituições de longa permanência para idosos; moradias coletivas (abrigos);
Unidade móveis de saúde; instalações temporárias de ambulatórios médicos para
eventos e para atividades de construção ou transformação arquitetônica;
Unidades prisionais e abrigos para menores em conflito com a Lei;
Escolas e creches;
Clínicas veterinárias e pet shops;
Projetos estruturais de estabelecimentos comerciais de alimentação, bem como
clínicas médicas e salões de beleza com estruturas físicas complexas;
Locais de uso público restrito (piscinas públicas, cemitério, necrotério, crematório,
funerárias, motéis, hotéis, estações de transporte público, teatros, cinemas, clubes
sociais, dentre outros).
Caso encontre alguma irregularidade, você pode ligar para o telefone 1746, sendo no
município do Rio ou ir até a subsecretaria de seu município e fazer a sua denúncia. A
demanda será avaliada e, se necessário, os técnicos irão ao estabelecimento. A denúncia pode
ser feita de forma anônima.
Vivência na SubVISA: Visitamos o prédio sede da Subvisa onde nos foi apresentado
a estrutura, suas subdivisões e áreas de atuação. Depois seguimos para uma ação educacional
e de promoção no Largo da Carioca, Centro do Rio de Janeiro, chegamos ao local cantando
uma paródia criada pela presidente do Centro de Estudos da SubVISA, srª Albertina.
Panfletamos, trocamos experiências e informações com a população e com a equipe técnica
da SubVISA que estava presente na ação de conscientização à população.
No local foram abordados problemas de saúde pública cotidiana e que passam
despercebidos diante da sociedade. Doenças epidêmicas, zoonoses, cuidados com a
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alimentação e água, vacinas, medicamentos e muitos outros. Jovens, no centro da cidade,
fazendo barulho, chamando a atenção da população que muitas vezes reclama e não sabe bem
do que reclamar. Não sabem de seus direitos e muitas vezes nem sabem dos seus deveres.
Fizemos muito barulho porem o objeto era invadir a mente da população com informações
que não é só para o outro, é para todos. PORQUE SAÚDE É PARA TODOS! Pudemos
vivenciar a realidade de um multiplicador. Voltamos ao prédio sede onde tivemos uma
palestra detalhada sobre as ações da VISA seguida por uma dinâmica que possibilitou aos
viventes perceberem na realidade a importância e as ações da VISA para saúde pública.
38
8. CULTURA E LAZER
8.1 FIOCRUZ
A fundação Promove a saúde e o desenvolvimento social, gerando e difundindo
conhecimento científico e tecnológico, sendo um agente da cidadania. Estes são os conceitos
que pautam a atuação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da
Saúde, a mais destacada instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina. Que
completou 115 anos.
Tem a missão de produzir, disseminar e compartilhar conhecimentos e tecnologias
voltados para o fortalecimento e a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) e que
contribuam para a promoção da saúde e da qualidade de vida da população brasileira, para a
redução das desigualdades sociais e para a dinâmica nacional de inovação, tendo a defesa do
direito à saúde e da cidadania ampla como valores centrais.
Sua visão é ser instituição pública e estratégica de saúde, reconhecida pela sociedade
brasileira e de outros países por sua capacidade de colocar a ciência, a tecnologia, a inovação,
a educação e a produção tecnológica de serviços e insumos estratégicos para a promoção da
saúde da população, a redução das desigualdades e iniquidades sociais, a consolidação e o
fortalecimento do SUS, a elaboração e o aperfeiçoamento de políticas públicas de saúde. A
história da Fundação Oswaldo Cruz começou em 25 de maio de 1900, com a criação do
Instituto Soroterápico Federal, na bucólica Fazenda de Manguinhos, Zona Norte do Rio de
Janeiro. Inaugurada originalmente para fabricar soros e vacinas contra a peste bubônica, a
instituição experimentou, desde então, uma intensa trajetória, que se confunde com o próprio
desenvolvimento da saúde pública no país.
Pelas mãos do jovem bacteriologista Oswaldo Cruz, o Instituto foi responsável pela
reforma sanitária que erradicou a epidemia de peste bubônica e a febre amarela da cidade. E
logo ultrapassou os limites do Rio de Janeiro, com expedições científicas que desbravaram as
lonjuras do país. O Instituto também foi peça chave para a criação do Departamento Nacional
de Saúde Pública, em 1920.
Durante todo o século 20, a instituição vivenciou as muitas transformações políticas
do Brasil. Perdeu autonomia com a Revolução de 1930 e foi foco de muitos debates nas
décadas de 1950 e 1960. Com o golpe de 1964, foi atingida pelo chamado Massacre de
Manguinhos: a cassação dos direitos políticos de alguns de seus cientistas. Mas, em 1980,
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conheceu de novo a democracia, e de forma ampliada. Na gestão do sanitarista Sergio Arouca,
teve programas e estruturas recriados, e realizou seu 1º Congresso Interno, marco da moderna
Fiocruz. Nos anos seguintes, foi palco de grandes avanços, como o isolamento do vírus HIV
pela primeira vez na América Latina.
Já centenária, a Fiocruz desenha uma história robusta nos primeiros anos do século
21. Ampliou suas instalações e, em 2003, teve seu estatuto enfim publicado. Foi uma década
também de grandes avanços científicos, com feitos como o deciframento do genoma do BCG,
bactéria usada na vacina contra a tuberculose. Uma trajetória de expansão, que ganhou novos
passos nesta segunda década, com a criação de escritórios como o de Mato Grosso do Sul e o
de Moçambique, na África. Um caminho que se alimenta de conquistas e de desafios sempre
renovados.
Conhecemos dois acervos, uma biblioteca de Obras raras que fica no Casteloe a outra
a Biblioteca de Ciências biomédicas.
Consciente do papel do livro na formação e desenvolvimento do espírito científico,
Oswaldo Cruz, no final de 1909, contratou Assuerus H. Overmeer, livreiro holandês,
conhecedor de diversos idiomas, a quem foi entregue a organização da Biblioteca
Manguinhos, atualmente Biblioteca de Ciências Biomédicas, transformando-a numa das
maiores bibliotecas especializadas da América Latina, e aqui permanecendo até sua morte, em
1944.
Overmeer foi auxiliado pelos técnicos do Instituto, entre os quais estava Arthur Neiva,
uma das maiores autoridades em Entomologia, que selecionou títulos em História Natural,
adquiriu obras consideradas raras ou valiosas, não só por seu conteúdo e valor intrínseco,
como por sua antigüidade.
Entre as obras mais antigas do acervo, encontra-se o primeiro tratado sobre História
Natural do Brasil, de autoria de Willem Piso e Georg Marggraf, denominado Historia
Naturalis Brasiliae (1648). Outra obra, um manuscrito jesuíta do ano de 1703, contém a
descrição de várias ervas e receitas utilizadas na terapêutica das doenças que acometiam os
habitantes do Brasil Colônia. Um conjunto documental do século XIX é atribuído aos
viajantes que percorreram as terras brasileiras e americanas, deixando inúmeras anotações e
iconografias sobre as paisagens e os costumes dos povos.
O setor de Obras Raras A. Overmeer possui cerca de 600 títulos de revistas
científicas internacionais e nacionais de reconhecido valor histórico. Estão guardados nesse
conjunto importantes periódicos brasileiros dos séculos XVIII, XIX e XX. O setor de Obras
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Raras, situado no Pavilhão Mourisco, possui um diversificado acervo bibliográfico (livros,
periódicos, teses, folhetos etc.) que remonta ao século XVII.
A consulta, permitida à comunidade técnico-científica e acadêmicos de graduação e
pós-graduação, é realizada no Salão de Leitura a partir do catálogo eletrônico disponível nos
terminais de computadores locais e através da Internet.
A consulta será feita mediante preenchimento de formulário específico, com
supervisão dos funcionários da Seção. Poderão ser consultadas até três publicações por vez. O
acervo de obras raras não é objeto de empréstimo. Todo cuidado é tomado para manter a
organização e estado de conservação dos livros, o usuário deverá utilizar apenas lápis para
suas anotações e sempre que um livro for retirado do lugar o usuário não poderá recoloca-lo,
ficando à cargo do bibliotecário.
8.1.1 Museu da vida
O Museu da Vida foi inaugurado em 25 de maio de 1999. O espaço de integração
entre ciência, cultura e sociedade tem o objetivo de educar e informar de forma lúdica e
criativa, por meio de exposições, atividades interativas, multimídias, peças teatrais e
laboratórios. Localizado em uma ampla área verde, o espaço cultural também funciona como
um polo de lazer e educação para as comunidades vizinhas, com o objetivo de proporcionar a
compreensão dos processos e progressos científicos e de seus impactos no cotidiano. A
iniciativa da Casa de Oswaldo Cruz busca ampliar a participação da população em questões
ligadas à saúde, ciência e tecnologia.
Participamos de uma exposição nomeada “Caminhos do SUS”. Uma critica porém um
despertamento a todos que trabalham na área da saúde. Onde debatemos e constatamos que
existe uma falta de investimento, a falta de informação do próprio usuário não sabendo usar o
seu beneficio e responsabilizando os órgãos públicos. No inicio da exposição foi nos dado um
tempo para percorrer todo o salão e depois assistimos um vídeo mostrando de forma bem
criativa e simples como funciona o SUS. Podemos ver vários fatores que corroboram para a
melhoria da saúde e o que está acontecendo atualmente para impedir que a saúde
verdadeiramente seja priorizada. A exposição serviu para que abríssemos nossa mente e ver
que nem tudo é só culpa do governo e da falta de investimento, entretanto ficar de braços
cruzados não nos fará galgar nada para geração futura. Que como profissionais sejamos mais
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éticos e responsáveis para mudar o quadro dessa geração e gerar essa qualidade de vida, a
integralidade, a equidade e universalidade tão pregada pelo SUS.
8.2 Forte do Leme
O Forte Duque de Caxias ou Forte do Leme fica no topo do Morro do Leme, sendo
uma das antigas fortalezas do Rio de Janeiro. Hoje em dia este sítio histórico está aberto à
visitação de terça à domingo.
Como se localiza em uma área de grande beleza natural, cercada por densa mata e
vegetação, a subida ao forte é também uma caminhada e passeio ecológico.
O Leme é o nome dado à parte da Praia de Copacabana e também do bairro, que se
localiza na parte leste da praia, ou seja, em uma de suas extremidades. Se você olhar para o
mar, o Leme estará à sua esquerda, no final da praia.
O passeio ao Forte Duque de Caxias inicia-se pela caminhada ecológica. É uma
subida de 800 metros numa estrada de paralelipípedo arborizada pela Mata Atlântica, em
meio a Área de Proteção Ambiental do Leme. No topo do Morro do Leme, está localizado o
Forte Duque de Caxias.
Em 2010, o sítio histórico do Forte Duque de Caxias sofreu importante processo de
revitalização, tanto no que se refere ao acervo histórico quanto à parte estrutural. O sítio
histórico possui 4 obuseiros, e após a revitalização dispõe também de um memorial a Caxias,
galerias com exposições fixas sobre a história do Forte e da área de Proteção Ambiental, sala
de vídeo com exibição de filmetes sobre o Forte e espaço para exposições temporárias sobre o
meio ambiente.
No alto do Forte contempla-se umas das mais belas vistas da cidade do Rio de
Janeiro. O Forte possui uma vista panorâmica de toda orla de Copacabana, morro do Pão de
Açúcar, Cristo Redentor, Niterói e de outras fortificações. O Forte Duque de Caxias recebeu
mais de 70 mil visitantes desde a revitalização. O local dispõe de guias preparados para
prestar esclarecimentos aos visitantes do local. As visitações para grupos podem ser
agendadas por telefone ou por e-mail.
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8.3 Memorial Getúlio Vargas
8.3.1 Corredor Histórico da Saúde Pública Brasileira
A História da Saúde Pública no Brasil tem sido marcada por sucessivas
reorganizações administrativas e edições de muitas normas. Da instalação da colônia até a
década de 1930, as ações eram desenvolvidas sem significativa organização institucional. A
partir daí iniciou-se uma série de transformações, ou melhor, foram criados e extintos diversos
órgãos de prevenção e controle de doenças, culminando, em 1991, com a criação da Fundação
Nacional de Saúde.
No que concerne à saúde preventiva, ao longo de toda a existência, o Brasil
enfrentou diversas dificuldades institucionais e administrativas decorrentes do limitado
desenvolvimento científico, tecnológico e industrial, bem como pela expansão da assistência
médica, atrelada à lógica do mercado. Mas, também, principalmente, pelo lento processo de
formação de uma consciência dos direitos de cidadania.
Desde a década de 1960, ocorreu intensa publicação de normas para acompanhar o
aumento da produção e consumo de bens e serviços, surgindo conceitos e concepções de
controle. Regulamentou-se a iodação do sal, águas de consumo humano e serviços.
Reformou-se o laboratório de análises, surgindo o Instituto Nacional de Controle da
Qualidade em Saúde (INCQS), que recebeu um grande estímulo pela implantação do
Programa Nacional de Imunização, cuja execução requeria o controle sanitário de vacinas.
No movimento pela redemocratização do país, cresceram os ideais pela reforma da
sociedade brasileira, com o envolvimento de diversos atores sociais, sujeitos coletivos e
pessoas de destaque. Sanitaristas ocuparam postos importantes no aparelho de estado. A
democratização na saúde fortaleceu-se no movimento pela Reforma Sanitária, avançando e
organizando suas propostas na VIII Conferência Nacional de Saúde, de 1986, que conferiu as
bases para a criação do Sistema Único de Saúde.
Naquele evento, os participantes denunciavam os desmandos na saúde e clamavam
por ações de garantia dos direitos da população.
O movimento social reorganizou-se na última Constituinte, com intensa luta travada
pela afirmação dos direitos sociais. Em 1988, nova ordem jurídica, assentada na Constituição,
define o Brasil um Estado Democrático de Direito, proclama a saúde direito de todos e dever
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do estado, estabelecendo canais e mecanismos de controle e participação social para efetivar
os princípios constitucionais que garantem o direito individual e social.
Além do Sistema Único de Saúde (SUS), outros sujeitos de direito que requerem
proteção específica também foram reconhecidos, assim como os povos indígenas, crianças e
adolescentes, deficientes físicos, etc. Inegavelmente, a sociedade brasileira deu um passo
significativo em direção à cidadania. É preciso, porém, reconhecer que a proteção e a
promoção à saúde são de responsabilidade pública, ou seja, de competência de todos os
cidadãos do país, o que implica participação e controle social permanente.
8.3.2 Era Vargas: O Início das Organizações e Políticas Públicas de Saúde
Após o período da República Velha, dá-se início à Era Vargas com a inauguração de
outra visão de Estado, assim como com outra configuração social que se iniciava nos centros
urbanos do país. A partir da década de 1930, o Brasil começou um processo de
industrialização e modernização do Estado, tentando se reposicionar na economia mundial
após a crise de 1929. Considerando-se que até então a economia brasileira estava assentada na
produção e exportação cafeeira, entendia-se ser necessária a criação de condições para a
montagem de um parque industrial que alavancaria o país. Iniciava-se um processo mais tarde
chamado por alguns intelectuais de capitalismo tardio. Assim, surgiam novos atores sociais,
como o trabalhador urbano, o operário, e, dessa forma, novas demandas sociais se colocavam
como desafio ao Estado. Dentre elas a questão da seguridade social, por exemplo.
O fato é que, como se pode observar, os modelos assistenciais se tornaram cada vez
mais complexos, concomitantemente à modernização do Estado do ponto de vista da natureza
administrativa e burocrática. Com mão-de-ferro e de forma populista, Getúlio Vargas
inaugurou uma nova era de modernização da produção nacional e da racionalização do
funcionamento do Estado, aproximando-se cada vez mais das classes trabalhadoras urbanas
com seus discursos (que se iniciavam com o bordão “Trabalhadores do Brasil”) a favor dos
direitos desta categoria. Em seu governo, muitos dos direitos ligados à seguridade social
foram instituídos, ao passo que também se aprimoraram as ações de Estado acerca da saúde
pública.
Assim, ocorreram os seguintes fatos: a Saúde pública foi institucionalizada pelo
Ministério da Educação e Saúde Pública; a Previdência Social e Saúde Ocupacional
institucionalizada pelo Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio; criou-se os Institutos de
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Aposentadoria e Pensão (IAP) que estendem a Previdência Social à maior parte dos
trabalhadores urbanos.
No entanto, embora esses avanços tenham sido importantíssimos do ponto de vista da
proteção social e da saúde pública, foi apenas em 1953 que ocorreu a criação do Ministério da
Saúde. Daí até a criação do SUS (Sistema Único de Saúde), a população brasileira esperou
mais 35 anos.
8.3.3 Vivência: Memorial Getúlio Vargas
A Prefeitura do Rio inaugurou no dia 24 de Agosto de 2004, na Praça Luís de
Camões, no bairro da Glória, o Memorial Getúlio Vargas, projetado pelo arquiteto Henock de
Almeida em grande homenagem ao Estadista.
Getúlio Vargas viveu cerca de três décadas em nossa cidade, então Capital Federal.
A partir da Revolução de 1930, da qual foi o líder máximo, passou os momentos mais
marcantes de sua carreira: chefe do Governo Provisório, Presidente da República eleito pela
Assembleia Nacional Constituinte, ditador e Presidente da República eleito pelo povo.
Em sua carta-testamento, Getúlio Vargas afirmou que saía da vida para entrar para a
história. Com a inauguração deste Memorial, a cidade do Rio de Janeiro torna eterna a
presença daquele que deu o pontapé inicial no Brasil moderno.
Após a palestra com o historiador da própria instituição, Rafael Haddad, tivemos
nossa visita a galeria expositiva mediada por um arte-educador do Memorial que nos elucidou
curiosidades e detalhes da vida de Getúlio Vargas. Durante a exposição permanente, surgiram
diversas pautas e delibero algumas abaixo.
Por parte da instituição há o desejo de que o Memorial sirva de instrumento
motivacional de educação museal para os estudantes em geral e, particularmente, os da Rede
Pública de Ensino e, também de igualmente estabelecer uma parceria com as instituições
acadêmicas e, assim, difundir informações e conhecimento.
8.4 Museu de Arte do Rio (MAR)
O Museu de Arte do Rio promove uma leitura transversal da história da cidade, seu
tecido social, sua vida simbólica, conflitos, contradições, desafios e expectativas sociais. Suas
exposições unem dimensões históricas e contemporâneas da arte por meio de mostras de
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longa e curta duração, de âmbito nacional e internacional. O museu surge também com a
missão de inscrever a arte no ensino público, por meio da Escola do Olhar.
O MAR está instalado na Praça Mauá, em dois prédios de perfis heterogêneos e
interligados: o Palacete Dom João VI, tombado e eclético, e o edifício vizinho, de estilo
modernista – originalmente um terminal rodoviário. O antigo palacete abriga as salas de
exposição do museu. O prédio vizinho é o espaço da Escola do Olhar, que é um ambiente para
produção e provocação de experiências, coletivas e pessoais, com foco principal na formação
de educadores da rede pública de ensino. O museu, que faz parte do projeto de revitalização
da Zona Portuária da cidade, foi premiado com o título de melhor construção de 2013, ano da
sua inauguração, na categoria museu, pelo voto popular do maior prêmio internacional de
arquitetura do mundo, o Architizer A+ Awards. O MAR concorreu com os museus Heydar
Aliyev Center, do Azerbaijão, New Rijksmuseum, da Holanda, Zhujiajiao Museum of
Humanities & Arts, da China e com o Danish Maritime Museum, da Dinamarca.
O MAR, inaugurado em março de 2013, funciona como um espaço proativo de apoio
à educação e trabalha em parceria com a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro
e outras secretarias de Educação. A Escola do Olhar desenvolve um programa acadêmico,
construído em colaboração com universidades, para discutir arte, cultura da imagem,
educação e práticas curatoriais.
Como recomenda a UNESCO, o MAR tem atividades que envolvem coleta, registro,
pesquisa, preservação e devolução à comunidade de bens culturais – sob a forma de
exposições, catálogos, programas em multimeios e educacionais. Com sua própria coleção –
já em processo de formação por meio de aquisições e doações correspondentes à sua agenda –
o MAR conta também com empréstimos de obras de algumas das melhores coleções públicas
e privadas do Brasil para a execução de seu programa.
Os pavilhões de exposições estavam com as seguintes exposições: Rio uma paixão
Francesa, Rio Setecentista: Quando o Rio virou capital, Kurt Klagsbrunn: Um fotógrafo
humanista no Rio (1940-1960), Rossini Perez: Entre o Morro da Saúde e a África.
Queremos ressaltar a exposição Tarsila e Mulheres Modernas no Rio. O nome da
exposição coletiva entrega uma carta de intenções: em foco está a construção da ideia de
modernidade no Brasil por meio do olhar de mulheres artistas, notadamente Tarsila do
Amaral, ou de obras que abordam o universo feminino.
No entanto, o que de fato torna a mostra desejável é não ficar apenas no campo da
arte, abordando vários aspectos da cultura, seja a dança moderna, seja o teatro revisto.
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Especialmente na série "A Desconstrução do Mundo Puritano", que tem na performática
capixaba Luz del Fuego uma personagem central.
A quantidade de detalhes na mostra é impressionante, das artistas em seus ateliês e
documentos de época. A mostra segue, aliás, até a produção contemporânea de artistas como
Lygia Clarck, por exemplo.
Nesta exposição, que ocupa todo o piso do edifício de exposições, o MAR se
consolida como o museu mais arrojado do país, que busca refletir sobre a cultura local, além
de construir um acervo único, que não vê apenas na arte o foco central de sua atenção.
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9. Conclusão: Cidadão participativo: Orgulho de ser SUS
Grupo 2 – AP 2.2: começando pela esquerda: Geisa, Marinês (de blusa rosa), Ana Cristina,
Daniel, Ana Clara, Larissa, Ana Carolina, Rodolfo, Thaisa, Rodrigo e Maria Clara.
“O VERSUS conseguiu abrir minha mente e ampliar minha visão, mostrando que nem tudo
que a mídia mostra é na verdade o que está acontecendo. Tivemos oportunidade de visitar
policlínica, CAPS AD, até mesmo a casa de parto nos mostrando a eficácia e a efetividade do
SUS. Em contra partida mesmo com todo esse novo conceito posso afirmar que na baixada
fluminense, (onde eu resido), o SUS ainda não funciona da maneira que deveria nem como
pudemos vivenciar no município do Rio. Mas acredito que nós como profissionais
conseguiremos aos poucos mudar o quadro do BRasil de uma maneira geral mas no âmbito
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saúde. E uma das nossas necessidades é informar a população sobre o SUS e como usufruir
dele!” (Rodolfo)
“Cheguei ao Ver-SUS com uma grande expectativa não apenas de conhecer o nosso sistema
único de saúde, mas também conseguir me enquadrar nele como profissional. Tinha acabado
de concluir a disciplina de epidemiologia aplicada na qual o professor por muitas vezes
tentou nos conscientizar do importante papel da veterinária para saúde pública. Muitas vezes
me perguntei se isso não seria apenas ilusão. Pois entre os 46 viventes eu era a única de
veterinária e todos achavam que veterinário era só clinica de cão e gato ou fiscalização de
alimentos. Muitas das vezes entrei em debates informais sobre as áreas de atuação da
veterinária. Como cidadã nunca acreditei muito no SUS, ia ao medico apenas quando era
estritamente necessário e muitas vezes não consegui o atendimento desejado. Como
profissional queria passar muito longe do SUS, cheguei realmente a planejar mudar de
estado. Porem o Ver-SUS mudou minha visão em muitos aspectos. O que mais me satisfez
durante a vivencia foi ver na pratica outros viventes se tornarem multiplicadores com
informações trocadas durante debates informais, onde conhecimentos de áreas distintas que
foram disseminadas entre os demais e ate mesmo a desconhecidos durante uma ação social.
Essa vivencia foi uma prova de que educação faz a diferença e principalmente
conscientização, porque de nada adianta um conhecimento valioso quando o mesmo é
restrito a poucos. Consegui criar vínculos com instituições ampliando meu horizonte
profissional e passei à alguns novas possibilidades de integração multiprofissional, onde a
zooterapia é inclusa como tratamento em diversas frentes.” (Thaisa)
“A minha participação no VER-SUS serviu como divisor de águas na minha formação
profissional e pessoal. A ideia de um programa de saúde nas dimensões do SUS sempre será
um desafio a ser implementado. Como usuário do sistema e com pensamento crítico, sempre
tive a impressão de um programa complexo e com diversas fragilidades, mas com diretrizes e
propostas e principalmente ações concretas que buscam sua implementação. Ao imergir
dentro da realidade do SUS, pude perceber o quanto o sistema avançou e vem avançando,
não tinha noção do que município do Rio de Janeiro oferta a saúde da população.
Hoje entendo que muito ainda precisa ser feito, consolidar a atenção básica de qualidade,
ofertar educação em saúde nas escolas, valorizar os profissionais da saúde, ampliar o acesso
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para população. O VER-SUS possibilita ao vivente ver e refletir as diversas facetas do SUS, e
principalmente fomentar a vontade de mudanças na busca de uma saúde digna para todos.”
(Rodrigo)
“Sempre entendi o significado da sigla SUS, sistema único de saúde, porém antes do VerSUS
só via esse sistema como uma rede hospitalar e achava que era necessário ser composto
somente por pessoas da área da saúde. Após o VerSUS, percebi o quanto o meu entendimento
do SUS era pequeno. Ter a oportunidade de visitar áreas que eu não sabia e também não
considerava SUS, como a secretaria municipal de saúde e a Visa e Subvisa me elucidaram
que o SUS não se resume aos hospitais, clínicas da família, UPAs e CMS. Ver o quanto a
rede é maior do que eu imaginava, o contingente necessário de profissionais de diferentes
formações para que cada um colabore com a sua visão do que se faz necessário para o
sistema, formando uma equipe multidisciplinar que leva em consideração todos os aspectos
para elaborar um SUS melhor para a toda a população.” (Ana Carolina)
“Ver SUS é amor, Ver SUS é aprendizado, Ver SUS é alegria, Ver SUS é companheirismo,
Ver SUS é superação, Ver SUS é interação, Ver SUS é desafio, Ver SUS é entendimento, Ver
SUS
é
amizade,
Ver
SUS
é
parceria,
Ver
SUS
é
tolerância,
Ver
SUS
é
multipluriinterunidisciplinaridade... Eu amo o SUS, Eu sou o SUS” (Geisa)
“ Versus é amor! Logo na recepção do dia 26 de julho, com a presença de alguns
representantes da secretaria municipal de saúde do rio de janeiro, foi feita a pergunta para
reflexão: "o que eu espero do versus?" Quando me lançaram esse desafio de dizer a todos os
viventes quais eram as minhas expectativas, resumi minha descrição em aprender o máximo
pudesse. não somente como futura profissional da área da saúde, mas como cidadã. meu
objetivo era obter todas as informações que tinha a capacidade de digerir. Fui muito bem
recebida por alguns e respeitada por outros. com certeza me impressionei com a pluralidade
da turma do rio de janeiro. Precisei me adaptar a essa nova família. aprendi a conviver e, até
mesmo, a amar pessoas que nunca tinha visto antes na vida. Além disso, pude perceber o
valor do trabalho em equipe e de esperar o outro terminar a fala para eu poder expor a
minha opinião. Foram longos e cansativos onze dias. enquanto estava na vivência, tive a
impressão de que lá já era o meu lar. do nada dizia: “vamos logo pra casa, gente!”. e
50
realmente... foi a minha casa mesmo. Conheci pessoas maravilhosas e outras nem tanto. sai
conflitada e com o meu psicológico extremamente cansado. o coração apertava quando
lembrava da família e amigos que já não via mais e dos eventos que não pude participar por
estar longe. Apesar de todos os entraves, a minha expectativa foi alcançada, ou melhor, foi
ultrapassada. não só aprendi, mas também ensinei. não apenas descobri os meus direitos
como cidadã, tomei consciência dos meus deveres. vi que não sabia nada ou quase nada
sobre o sistema que ouso defender. Agora não só me sinto apta a defendê-lo, como sou mais
apaixonada por ele. o sus é lindo na teoria e é uma realidade na prática também. sei, agora
com mais propriedade, que ainda existe os percalços no caminhar e as falhas na gestão do
sistema. porém, deve ser encarado como a solução para o problema e não como um
problema sem solução”. (Ana Clara)
51
Referências Bibliográficas:
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