Indiry Caroline Ferreira Si

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Universidade Federal da Bahia
Instituto Multidisciplinar em Saúde
Campus Anísio Teixeira
Discente: Indiry Caroline Ferreira Silva
Docente: Katiene Azevedo
Curso: Medicina
FICHA DE ANAMNESE
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome: Indiry Caroline Ferreira Silva
Data de atendimento: 28/08/2016
Idade: 26 anos
Sexo: Feminino
Profissão: Estudante
Estado Civil: Solteiro
Peso: 68 Kg
Altura: 1,55m
IMC: 28,3 Kg/m²
QUEIXA PRINCIPAL
Apresenta dor na face anterior da coluna com irradiação ao MMII direito. Referi sentir dor
ao deitar, sentar e deambular. Refere formigamento e cãibra em MMII.
DOENÇA ATUAL
Como surgiu o sintoma: No final de junho ao realizar consulta com ortopedista relatou
que apresentava dor lombar com irradiação para o MMIID. Foi solicitada Ressonância
Magnética pelo médico. No entanto, a paciente não pode iniciar tratamento
medicamentoso pois havia desenvolvido dengue e com isso houve alterações de alguns
exames. Foi solicitado novos exames bioquímicos depois de 60 dias. Há cerca de 15 dias
vem sentindo piora no quadro de dor lombar. Sendo submetida a tratamento
medicamentoso. Aguarda ressonância.
Suspeita de Diagnóstico: Lombalgia? Aguarda ressonância para posterior diagnóstico.
Uso de Medicação: Faz uso de Mionevrix (Carisoprodol 250mg Dipirona 250mg+
Associação) de 12 em 12 horas. Milgamma (Benfotiamina 150 mg) 2 comprimidos por dia
durante cinco dias. Depois 1 a cada dia. Arcoxia (etoricoxibe), MSD 90mg 1 comprimido
por dia durante 7 dias. Dexalgen (fosfato dissódico de dexametasona 1,5 mg/mg; dipirona
sódica 500 mg/ml e hidroxocobalamina 5mg/ml) 6 injeções de dois em dois dias.
Alergias: Não apresenta alergias
Tabagismo: Não
Uso de álcool: Não
HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA
No início do ano a paciente começou a apresentar dores lombares com irradiação
para o MMIID. Relata que sentia pequenos choques na face anterior do pé. No entanto
não procurou médico. Teve dengue clássica e usou muitos medicamentos. Após a cura
da dengue teve de procurar um especialista que ao verificar seu exame apontou que não
poderia iniciar tratamento. Após um período já com os exames adequados procurou
novamente o especialista que após exame físico pediu a ressonância em caráter de
urgência. Está em aguardo do exame. E foi submetida a tratamento medicamentoso.
Doenças da Infância: Papeira, Catapora. Sem história de escarlatina ou febre
reumática.
Lista de Doença do Adulto:
CLÍNICA: Em 2007, apresentou um cisto na mão direita. Em 2016 apresentou
dengue clássica. Cirúrgica: Nenhuma. GINECOLÓGICA/ OBSTÉTRICA
Primeira menarca aos 15 anos. Fluxo menstrual adequado. Relata não
apresentar nenhuma alteração. Psiquiátrica: Nenhuma
Manutenção de Saúde. IMUNIZAÇÕES: Adequada
HISTÓRIA FAMILIAR
Pai apresenta obesidade. Faz uso de anti-hipertensivo para prevenção
devido ao histórico familiar e apresenta colesterol alto realizando tratamento com
Sinvastatina. Mãe não apresenta nenhum tipo de doença cardiovascular. As
irmãs também são saudáveis. O avô paterno de 88 anos é diabético e hipertenso,
mas realiza o controle por meio de medicamentos. Em 2014 teve início de infarto
sendo conduzido ao hospital onde realizou tratamento. É acompanhado
frequentemente por cardiologista. A avó paterna sofre de Alzheimer e apresenta
DPOC. O avô materno morreu aos 53 anos vítima de Câncer. A avó materna é
hipertensa e diabética. Sua tia por parte de pai faleceu em setembro de 2015,
aos 47 anos, em casa, vítima de um mal súbito. Apresentava hipertensão mas
escondia da família e não se tratava. Nenhum caso de Câncer na família.
HISTÓRIA PESSOAL E SOCIAL:
Nascida e criada em Vitória da Conquista, terminou sua primeira
graduação em 2014. Graduou-se em Nutrição mas não exerceu a profissão.
Depois desse período continuou estudando e atualmente faz o curso de
Medicina. É católica. Não tem marido, nem filhos. Mora com os pais e com as
irmãs. Não exerce atividade remunerada.
Exercício e dieta: Atualmente ela faz dieta. Mas não desempenha atividade
física em virtude da dor lombar que vem apresentando. Não faz uso de
suplementos alimentares. Não consome chás frequentemente. Consome café 3
vezes ao dia. Bebe cerca de 1,5 de água por dia.
ANAMNESE
Geral: Engordou cerca de 6 kg nos últimos 3 anos. Realizou dieta e atividade
física e perdeu esse mesmo peso. Apresentando atualmente cerca de 68 kg.
PELE
Pele apresenta-se um pouco ressecada. Com textura normal e boa elasticidade.
Temperatura normal. Não se observa presença de lesões mas pequenas
machas (pintas) no rosto podem ser observadas. Apresenta um pouco de acne.
CABEÇA, OLHOS, ORELHAS, NARIZ E GARGANTA
CABEÇA
Cabelos aparecem um pouco ressecados e com quebra. Couro cabeludo com
descamação. Crânio normal. Face normal. Normocefálica/ atraumática. Não
apresenta tonteira ou sensação de “vazio na cabeça”.
OLHOS
Olhos com coloração normal, acuidade visual adequada. Não faz uso de óculos.
Não apresenta dor. Relata um pouco de ressecamento e às vezes luzes
piscando principalmente quando se submete demais a luz. Não apresenta
lacrimejamento excessivo. Não soube relatar o último exame.
ORELHAS
A acuidade auditiva apresenta-se adequada. Não relata zumbido, vertigem,
otalgia, infecção, secreção ou redução da audição.
NARIZ
Nariz e seios paranasais normais. Apresenta pequena congestão ao deitar e logo
cedo. Não apresenta gripes frequentes, secreção, prurido nasal, ou epistaxe.
GARGANTA
Os lábios apresentam-se levemente ressecados. A mucosa oral normal.
Gengivas sem sangramentos ou lesões. Dentes normais. Língua normal e se
ferimentos. Palato, tonsilas, faringe normais. Não apresenta dor de garganta
frequente.
PESCOÇO
Pescoço sem massas ou pulsações incomuns. Traqueia sem desvio. Glândula
tireoide normal. Não apresenta nódulos, sem presença de bócio. Não relata dou
ou rigidez de nuca.
TÓRAX
Tórax simétrico sem dor a palpação.
DORSO
Apresenta dorso normal.
RESPIRATÓRIO
Relata não apresentar tosse, escarro, hemoptise, dispneia, sibilos, pleurisia. Não
soube informar sobre a última radiografia torácica. Relata nunca ter apresentado
asma, bronquite, enfisema, pneumonia ou tuberculose.
CARDIOVASCULAR
Relata não apresenta nenhum problema cardíaco. Não apresenta também
Hipertensão Arterial Sistêmica, Dor ou desconforto torácico, palpitações ou
edema.
GASTROINTESTINAL
Relata não apresentar dificuldade de deglutição e pirose. O apetite se apresenta
normal. Não refere náusea. Movimentos intestinais normais. Não houve
mudança de hábitos intestinais. Apresenta Constipação Não refere dor ao
defecar. Não apresenta hemorroidas. Não relata dor abdominal ou intolerância
alimentar. Não relata problemas no fígado, vesícula ou hepatite.
VASCULAR PERIFÉRICO
Relata apresentar formigamento nas pernas e cãibras principalmente ao ficar na
mesma posição. Apresenta dor ao deambular ou sentar na lombar. Não
apresenta edema em panturrilhas, pernas ou pés. Nem alterações de cor nas
pontas dos dedos ou artelho no tempo frio.
URINÁRIO
Apresenta diurese normal e não apresenta dor ao urinar. Refere infecção urinária
já tratada. Não apresenta Hematúria. Nem Cálculo renal.
GENITAL
Relata que a idade da primeira menarca foi aos 15 anos. A regularidade é
mensal. Não ocorre sangramentos entre a menstruação. Não apresenta
secreção vaginal. Última menstruação em 21/08/2016.
MUSCULOESQUELÉTICO
Apresenta dor nas costas e lombalgia. Refere dor muscular na região lombar
irradiando para a o MMIID. Não refere dor nas articulações. A cerca de 1 ano
fazia exercícios na academia mas parou devido à falta de tempo.
PSIQUIÁTRICO
Ausência de história de depressão ou outros transtornos.
HEMATOLÓGICO
Não apresenta anemia. Diz não apresentar sangramento e nem ter realizado
transfusões sanguíneas prévias.
ENDÓCRINO
Não apresenta problemas na tireoide, intolerância ao frio ou calor. Ausência de
fome ou sede excessiva. Não apresenta poliúria.
EXAME FÍSICO
A Sra I. C. F. S. é uma mulher baixa, adulta jovem, animada e que responde com
clareza as questões.
Sinais Vitais: Peso: 68 kg, Altura: 1,55; IMC: 28,3 Kg/m². PA: 12/8; Frequência
Respiratória adequada.
Hipótese diagnóstica
Lombalgia? Lombociatalgia?
Formulação de Hipóteses

Lombalgia- Mulher de 26 anos com quadro de dor lombar irradiando para
MMIID e formigamento. A lombalgia apresentada pode ser causada pela
má postura, excesso de peso verificada na paciente com IMC: 28,3 Kg/
m² sendo classificada com Sobrepeso e Hérnia de disco a ser investigada
pela ressonância magnética. É comum a presença de rigidez matinal
relatada por I.C.F.S. que melhora com a movimentação. Há também
transtorno funcional impedindo o paciente de deambular, recostar ou
deitar-se sem sentir dor. Esses sintomas são correlacionados ao quando
de Lombalgia comum.

Lombociatalgia secundária a Hérnia de Disco: Na primeira consulta a
paciente relatou que apresentara dor na coluna com irradiação para a
MMIID e que havia pequenos choques na face anterior do pé. Na segunda
consulta relatou que carregava muito peso na mochila e também se
exercitava na academia pegando alguns pesos e que depois disso
começou a sentir esses sintomas. Essa sintomatologia sugere
lombociatalgia secundária a hérnia de disco. Em certas condições
especialmente nos movimentos bruscos de flexão e de torção da coluna,
o núcleo pode romper o anel fibroso, herniando-se. O seu contato com a
raiza nervosa pode determinar compressão ao nível da emergência da
raiz ou no seu trajeto no buraco de conjugação. As hérnias ocorrem em
indivíduos na faixa etária dos 30 aos 40 anos, a paciente apresenta 26
anos. Os esforços físicos com a coluna em má posição e os micro traumas
repetidos podem ter propiciado o surgimento da hérnia de disco. O
sintoma principal também relatado pela paciente é a dor intensa no local
da suposta hérnia com irradiação para os membros inferiores verificado
na paciente. A dor apresentada pela paciente é exacerbada pela tosse,
pelo espirro e pela movimentação da coluna. No exame físico realizado,
o sinal de Lasègue foi positivo. Ele consiste na elevação do membro
inferior estendido sobre a bacia, o que acarreta estiramento do nervo
ciático. Surgiu dor ao ângulo de 60º e bloqueio e dor até 30º o que sugere
hérnia discal. A partir da sintomatologia apresentada pela paciente podese inferir que esta pode estar apresentando um episódio agudo de
lombociatalgia secundária à hérnia de disco. Em tempo, aguarda
ressonância para o fechamento do diagnóstico.

Epondiloartrose
Devido a paciente apresentar os sintoma de dor na região lombar com
irradiação para MMIID e formigamento, esta pode estar apresentando a
Espondiloartrose. Os principais sintomas são a dor e a limitação dos
movimentos. Devido, por exemplo, a obstrução dos forames de
conjugação, levando a compressão radicular com dor irradiada para os
membros podendo ocorrer a cervicalgia, dorsalgia e lombalgia.
Na
espondiloartrose sacrolombar, além de lombalgia, costuma haver dor
irradiada para membros inferiores (lombociatalgia). Na paciente também
é observada parestesias (dormência, formigamento) e, nos casos mais
avançados, podem surgir sintomas de compressão nervosa.
Lista de problemas:

Sobrepeso

Lombalgia

Lombociatalgia

Espondiloartrose
Conduta
Paciente I.C.F.S. apresenta queixas de dor irradiada para MMIID e
formigamento. Iniciou tratamento medicamentoso com o uso de Mionevrix
(Carisoprodol 250mg Dipirona 250mg+ Associação) de 12 em 12 horas.
Milgamma (Benfotiamina 150 mg) 2 comprimidos por dia durante cinco dias.
Depois 1 a cada dia. Arcoxia (etoricoxibe), MSD 90mg 1 comprimido por dia
durante 7 dias. Dexalgen (fosfato dissódico de dexametasona 1,5 mg/mg;
dipirona sódica 500 mg/ml e hidroxocobalamina 5mg/ml) 6 injeções de dois em
dois dias.
Foi modificado o tratamento medicamentoso sendo orientada a manter o uso de
Milgamma (Benfotiamina 150 mg) 1 comprimido a noite + Prebictal 75mg
(Pregalina) de 12 em 12 horas + Musculare 10 mg (Cloridrato de
Ciclobenzaprina) 1 cápsula uma vez ao dia sendo orientada a tomá-lo as 20:00
horas e com intervalo de 1 hora tomar o Prebictal.
Orientou-se a realização de tratamento fisioterápico com 10 seções para
reabilitar a lombociatalgia Direita. Foi solicitada Ressonância magnética da
região lombosacral para o fechamento do diagnóstico. Após 8 dias retornar para
nova consulta.
Referência Bibliográfica
1. BATES: Propedêutica Médica/ Lyyn S. Bickles, Peter G. Szilagyi;[ Revisão
técnica Nephtali Segal Grinbaum; tradução Fernando Diniz Mudim... [et
al]- [ Reimpr.]- Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. Cap. 1 . Págs:
03-23.
2. PORTO & PORTO, Celmo Celeno. Semiologia Médica. 7.ed. Guanabara
Koogan, Seção 3 Coluna Vertebral. Págs : 1131-1149.2009.
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