Divergência genética entre progênies de Pinus caribaea var. hondurensis a partir de caracteres quantitativos RESUMO O objetivo deste trabalho foi estimar a divergência genética entre progênies de Pinus caribaea var. hondurensis por meio de caracteres quantitativos. O experimento foi estabelecido em delineamento látice 10 x 10, triplo, com 100 tratamentos (96 progênies oriundas de sementes clonal de P. caribaea var. hondurensis e 4 testemunhas). A divergência genética foi estimada usando-se a Distância Generalizada de Mahalanobis (D2) e agrupadas pelo Método de Otimização de Tocher considerando somente as progênies de P. caribaea var. hondurensis. Foram avaliados os caracteres: diâmetro a altura do peito, altura total de plantas, volume cilíndrico, produção de resina total e resina por área de painel. A maior distância genética observada entre as progênies foi de 65,51 e a menor foi de 0,15. O caráter volume foi o que mais contribuiu para a divergência genética entre os grupos avaliados. O agrupamento a partir do método de Otimização de Tocher possibilitou a separação das progênies em quatro grupos, com concentração de 96,90 % das progênies em um único grupo. Para estas progênies serem incluídas em programas de melhoramento genético para produção de resina e madeira cruzamentos controlada deverão ser priorizados entre indivíduos mais produtivos para cada caráter e que apresentaram maior divergência genética. Palavras-chaves: Distância Generalizada de Mahalanobis, Melhoramento genético, Otimização de Tocher. Genetic divergence genetic between progenies Pinus caribaea var. hondurensis based on quantitative characters ABSTRACT The objective of this study was to estimate the genetic divergence among progenies P. caribaea var. hondurensis through quantitative traits. The experiment was established in lattice design 10 x 10, triple, with 100 treatments (96 progenies of a seed coming of clonal P. caribaea var. hondurensis and four controls). The genetic divergence was estimated using the Generalized Mahalanobis Distance (D2) and Torcher’s Optimization Method. We evaluated the traits: diameter at breast height, total plant height, cylindrical volume, total resin production and resin panel area. The largest genetic distance observed between the progenies was 65.51 and the lowest was 0.15. The clustering by Torcher’s optimization method separated the progeny in four groups, with a concentration of 96.90% of the progenies in a single group. The volume trait was the largest contributor to the genetic divergence among groups. For these progeny are included in breeding programs for the production of resin and wood controlled crossings should be prioritized among the most productive individuals for each trait and had greater genetic divergence. Keywords: Genetic breeding, Generalized Mahalanobis Distance, Tocher Optimization INTRODUÇÃO No Brasil Pinus caribaea vem sendo plantado com sucesso por apresentar boa adaptação, rápido crescimento, boa forma do fuste e alta produção de resina, principalmente nas regiões quentes, livre de geadas e com déficit hídrico (Gibson, 1987; Sebbenn et al., 2008). Esta espécie compreende três variedades, sendo elas: bahamensis, caribaea e hondurensis (Shimizu, 2008; Sebbenn, et al., 2010). Pinus caribaea var. hondurensis Morelet é uma conífera tropical de importância econômica, plantada em vários países, que apresenta, geralmente, tronco reto, bem formado, sem excesso de ramificações, e pode atingir 45 m de altura e 135 cm de DAP (Shimizu, 2008; Aguiar et. al. 2011). É originária da América Central, em altitudes que variam do nível do mar a 500 m, podendo chegar, em alguns locais, a 1.000 m de altitude (Hodge & Dvorak, 2001). O melhoramento genético dessa espécie é aplicado com o objetivo de aumentar a produção de madeira e resina, de modo a atender as demandas das indústrias de papel e celulose de fibra longa, de madeira serrada e do setor resinífero. Diante desse contexto a identificação de genitores mais divergentes visando à obtenção de cruzamentos mais promissores vem sendo priorizada. Os estudos de divergência genética entre progênies e/ou em nível de populações baseados em caracteres quantitativos são importantes em várias etapas do melhoramento genético. A utilização de genótipos de grupos de progênies mais divergentes em cruzamentos controlados é muito aplicado para exploração da heterose ou vigor híbrido (Humphreys, 1991). A divergência genética surge de alterações genéticas independentes entre indivíduos de uma determinada espécie ao longo do tempo devido, principalmente, ao isolamento reprodutivo por um período de tempo considerável (Singh & Sofi, 2012). A divergência genética pode ser estimada a partir de caracteres de crescimento e moleculares via metodologias multivariadas. A proposta dessa metodologia é unificar múltiplas informações de um conjunto de caracteres a fim de viabilizar a escolha de genitores divergentes (Sudré et al., 2005). Vários métodos de agrupamentos aplicados nesse estudo visa agrupar indivíduos mais similares. O método de otimização de tocher, por exemplo, adota o critério em que as medidas de distâncias dentro de cada grupo devem ser menores que as distâncias médias entre quaisquer grupos (Miranda et al., 2001). O proposta desse trabalho é estimar a divergência genética entre progênies de P. caribaea var. hondurensis visando identificar as mais divergentes e produtivas para serem utilizadas em programas de melhoramento genético, especificamente para produção de híbridos. MATERIAL E MÉTODOS Para formação do teste de progênies, foram coletados sementes de 96 matrizes de P. caribaea var. hondurensis de um pomar clonal do Centro de Conservação Genética e Melhoramento de Pinheiros Tropicais - CCGMPT, localizado em AracruzES (19o49’ S, 40o16’ W, e altitude de 50 metros). Foram utilizadas também quatro testemunhas comerciais provenientes de árvores matrizes da Duratex, em Agudos-SP, (22o22’ S, 48o52’ W e altitude de 550 metros). O teste de progênies foi instalado na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão (PEFE), da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira/UNESP, localizada no município de Selvíria, MS (20º20’ S, 51º23’ W, e altitude de 370 metros), em 16 de junho de 1986. O clima dessa região, segundo a classificação de Köppené do tipo Aw, com temperatura média anual de 24,5 ºC, precipitação pluviométrica média anual de 1.200 mm, umidade média anual de 64,8 % e insolação média de 7,3 horas/dia (Hernandez et al., 1995). O solo local é do tipo Latossolo Vermelho distrófico álico e de textura argilosa (Embrapa, 2006). O delineamento experimental utilizado foi o látice 10 x 10, triplo. As parcelas foram lineares com 10 plantas, em espaçamento de 3,0 x 3,0 metros. Aos 12 anos após o plantio, foi realizado um desbaste seletivo dentro de progênies, com base nos caracteres DAP, forma do fuste das árvores, foxtail e sobrevivência, permanecendo apenas seis matrizes de melhor desempenho por parcela. A produção de resina (kg.árvore-1.ano-1) de todas árvores remanescentes foi avaliada no período de abril de 2011 a maio de 2012. Além da quantidade de resina, a área do painel também foi mensurada após realização das últimas 20 estrias. A partir dessas avaliações, foi obtida a produção de resina por área de painel (g.cm²). As árvores remanescentes de cada parcela também foram avaliadas com relação aos seguintes caracteres: diâmetro a altura do peito (DAP, cm), altura total de plantas (ALT, m). Com base na altura total e DAP, foi calculado o volume cilíndrico (m3.árv.-1). A divergência genética entre as progênies foi estimada por meio da Distância Generalizada de Mahalanobis (D2). Na análise de dados quantitativos, essa metodologia é a mais indicada, pois considera as matrizes de variâncias e covariâncias residuais existentes entre os caracteres mensurados. A Distância Generalizada de Mahalanobis (D2 = D ii2 ' ) é descrita pela expressão (Cruz & Carneiro, 2003): D ii2 ' ' 1 (1) em que: D ii2 ' = distância de Mahalanobis entre os genótipos i e i’; ' = [d1, d2, ..., dv], sendo dj = Yij – Yi’j; = matriz de variâncias e covariâncias residuais; Yij = média do i-ésimo genótipo em relação à i-ésima variável. Após a obtenção da matriz de distância (D2), foi realizada a análise de agrupamento pelo Método de Otimização de Tocher, descrito por Cruz e Regazzi (2001) em que se adota como critério, que a média dos valores de D2 (intracluster) deve ser menor que os valores de D2 (inter-cluster). A divergência genética e o agrupamento de Tocher foram obtidos pelo método REML/BLUP (máxima verossimilhança restrita / melhor predição linear não viciada), empregando-se o software genético-estatístico SELEGEN-REML/BLUP (Resende, 2007). A contribuição dos caracteres para a formação dos grupos foi obtida com o uso do programa computacional GENES (Cruz, 2006). RESULTADOS E DISCUSSÃO As medidas de divergências entre os pares de progênies de Pinus caribaea var. hondurensis para caracteres de crescimento, estimadas pela distância generalizada de Mahalanobis (D2), evidencia para cada progênie, qual a sua maior e menor distância em relação as demais progênies (Tabela 1). A progênie 68 apresenta a maior distância em relação à progênie 14 (D2 = 64,94) e a menor em entre à progênie 89 e 90 (D2 = 21,09). A distância máxima observada entre as progênies foi de 65,51 (progênies 42 e 14), e a mínima foi de 0,15 (progênies 33 e 22, e 93 e 38). Com base nesses resultados serão selecionados os indivíduos das progênies mais divergentes e que apresentaram maior desempenho produtivo e/ou maior valor genotípico para realização dos cruzamentos controlados. As distâncias de divergências obtidas nesse estudo pelas distâncias generalizadas de Mahalanobis podem ser considerada altas se comparadas com os valores obtidos para P. caribaea var. hondurensis (Moraes, 2001), P. caribaea var. bahamensis Morelet (Missio et al., 2007) e P. caribaea var. bahamensis (Silva et al., 2012). Esse resultado não era esperado visto que essa população já passou por um desbaste seletivo. Por outro lado, deve-se considerar que diferentes caracteres foram incluídos na análise e que os indivíduos podem apresentar comportamento diferenciado em relação ao seu desempenho produtivo em outras idades. Moraes (2001) estudou a mesma população aos 13 anos de idade após 40 % de desbaste seletivo com base nos caracteres altura, DAP e volume. O autor observou maior distância entre as progênies 10 e 85 (D2 = 20,9468) e a menor (D2 = 0,0145) entre as progênies 56 e 98; e, aos 14 anos, foi obtido valor mais divergente entre as progênies 51 e 82 (D2 = 21,0948) e menor entre as progênies 8 e 74 (D2 = 0,003). O desbaste seletivo dessa população proporcionou maior desempenho nas progênies remanescente contribuindo dessa forma para o aumento da divergência genética entre os pares de progênies dessa população. Valores similares de divergência entre as progênies P. caribaea var. bahamensis Morelet antes e após o desbaste do teste foram constatados por Missio (2004). A participação relativa de cada caráter para a obtenção da divergência genética é de suma importância para se identificar o caráter com maior e menor contribuição, e pode auxiliar na seleção de progênies mais promissoras em produtividade. O caráter volume (m3/arv-1) foi o que mais contribuiu para a divergência genética entre os grupos avaliados (98 %). Já a produção de resina total (0,007 %) foi o que menos contribuiu para a divergência entre progênies, seguidos de DAP (1,51 %), altura total (0,26 %) e resina por área de painel (0,14%). Tabela 1: Distâncias de Mahalanobis entre progênies de Pinus caribaea var. hondurensis para os caracteres quantitativos aos 27 anos em Selvíria-MS. Distâncias Distâncias Prog. Maior Prog. Menor Prog. Prog. Maior Prog. Menor Prog. Prog. 61 41,83 14 0,72 33 56 34,66 14 0,35 81 73 1 48,84 14 0,63 5 76 42,28 14 1,09 50 93 21 34,21 14 0,61 77 6 33,94 14 0,51 23 33 51 35,99 14 5,58 58 26 61,59 14 0,62 18 3 71 57,58 14 1,83 5 66 50,32 14 0,79 94 53 11 45,11 14 0,91 12 36 42,40 14 0,69 67 63 81 36,49 14 0,33 77 86 49,10 14 3,05 19 13 31 41,02 14 0,83 19 96 40,11 14 0,44 64 60 41 28,71 14 0,92 45 46 32,01 14 0,68 45 20 91 37,31 14 1,47 39 38 42,73 14 0,15 93 50 27 36,09 10 2,39 72 78 47,96 14 0,49 15 70 67 46,09 14 0,69 36 28 55,06 14 0,93 78 10 87 39,44 14 0,91 11 48 51,03 14 1,68 65 80 17 53,68 14 1,95 92 88 39,25 14 3,01 2 30 37 47,09 14 1,24 3 58 47,00 14 1,36 24 40 77 35,05 14 0,33 81 8 58,98 14 4,04 43 90 47 30,28 14 1,01 50 18 57,57 14 0,62 26 72 7 51,73 14 2,44 94 68 66,40 14 1,46 74 12 57 46,01 14 0,66 5 94 55,31 14 0,79 66 32 83 52,41 14 2,96 77 34 31,64 14 0,85 77 62 23 34,74 14 0,51 6 54 29,24 10 0,72 30 82 43 49,72 14 0,89 66 84 27,42 10 2,29 52 22 52 28,27 10 0,84 54 79 47,21 14 0,20 64 92 2 42,36 14 1,72 46 16 53,38 14 0,64 20 42 Máxima: 65,51 Progênies 42 e 14; Mínima: 0,15 Progênies 33 e 22, e 93 e 38 Distâncias Maior Prog. Menor 44,20 14 1,49 41,24 14 0,15 41,73 14 0,15 48,79 14 1,24 49,07 14 0,82 44,46 14 0,21 34,02 14 1,24 56,95 14 0,55 49,49 14 0,55 39,41 14 0,94 43,44 14 0,47 50,35 90 7,88 47,51 80 3,16 31,03 14 0,72 33,81 14 0,53 50,35 10 10,78 35,18 14 0,91 50,56 14 0,91 51,04 14 0,92 55,09 14 0,75 59,20 14 0,89 40,51 14 0,15 52,28 14 0,92 65,51 14 2,83 Distâncias Prog. Prog. Maior Prog. Menor 37 4 47,11 14 1,59 38 44 34,88 14 0,84 22 14 66,40 68 21,01 37 64 43,40 14 0,20 78 74 54,76 14 0,84 5 24 42,26 14 0,47 30 5 44,92 14 0,21 20 45 33,96 14 0,68 60 65 47,97 14 0,67 21 95 53,46 14 2,58 24 15 44,93 14 0,34 95 55 40,33 14 0,79 39 25 35,75 14 0,53 54 75 47,38 14 0,79 25 85 48,28 14 1,99 87 35 45,13 14 0,37 34 49 48,28 14 1,97 11 89 22,64 90 1,55 92 9 52,09 14 1,99 63 39 39,15 14 1,47 16 59 41,84 14 2,31 33 69 39,66 14 0,86 32 19 43,80 14 0,83 60 29 46,78 14 2,70 Prog. 28 21 89 79 1 70 63 46 55 53 63 75 40 55 9 33 4 41 85 91 49 64 31 59 Tais resultados confirmam que a intensidade de seleção aplicada no teste no desbaste seletivo aos 12 anos de idade com base no volume não alterou divergência genética entre progênies, consequentemente, cruzamentos controlados promissores poderão ser obtidos entre os indivíduos de progênies mais divergentes geneticamente e produtivas. A progênie 51 apresentou melhor valor genético aditivo para o caráter volume superior a média (0,95). Para os caracteres produção de resina total e resina por área de painel a progênie 7 obteve os melhores valores genéticos em relação a média geral (2404,42 e 35,94) (Santos, 2014). Os valores médios observados nos genótipos para os caracteres estudados foram de 30,67 cm, 30,31 m, 4,83 kg.arv.-1.ano-1, 1,49 m3/arv-1 e 68,63 g.cm² para DAP, altura, produção de resina total, volume e resina por área de painel, respectivamente (Tabela 2). Os valores observados para o coeficiente de variação variaram entre 15,44 % (altura e incremento médio anual) e 48,18 % (resina total) . O agrupamento de Tocher, com base na distância de Mahalanobis das progênies, possibilitou a formação de quatro grupos com concentração de aproximadamente 96,90 % das progênies em um único grupo (Tabela 2). No grupo 2 encontra-se a progênie (10) que apresentou o melhor desempenho (performance) médio para os caracteres estudados (Tabela 2) e a progênie (7) de maior produção de resina esta no grupo 1. Em um programa de melhoramento, é desejável que se dê prioridade ao cruzamento de materiais que tenham elevada média e apresentem diversidade genética entre si, ou seja, cruzar bons e divergentes, para que se identifiquem materiais bons que se complementem e, desta forma, façam uso da fração não aditiva existente na variância genética (Nascimento, et. al. 2014). Quanto mais divergentes forem os genitores, maior a possibilidade de ocorrer à variabilidade na população segregante, e obter uma maior possibilidade de reorganizar os alelos com novas combinações favoráveis (Manfio et al., 2012). Assim, os indivíduos da progênie 10 poderão ser priorizados para cruzamentos controlados com os de outros grupos mais divergentes e produtivos para caracteres de crescimento. Para a ciclos de melhoramento genéticos futuros tendo por objetivo a produção de resina, os indivíduos da progênie 7 deverão ser priorizados para realização de polinização controlada. Tabela 2. Agrupamentos com base no método de Otimização de Tocher e estimativas das médias intragrupos para os caracteres DAP, altura total de plantas, volume cilíndrico, produção de resina total e resina por área de painel para progênies de Pinus caribaea var. hondurensis aos 27 anos de idade em Selvíria – MS. Grupo 1 Progênies DAP (cm) 61 1 21 51 71 11 81 31 41 91 27 67 87 17 37 77 47 7 57 83 23 43 73 93 33 3 53 63 13 60 20 50 70 80 30 40 72 12 32 62 82 22 92 42 52 2 16 56 76 6 30,57 26 66 36 86 96 46 38 78 28 48 88 58 8 18 68 94 34 54 84 4 44 64 74 24 5 45 65 95 15 55 25 75 85 35 49 89 9 39 59 69 19 29 79 2 10 3 90 4 14 (1) CV(%) TOTAL 96 (1) Coeficiente de variação 34,61 30,03 30,81 17,77 30,67 Altura (m) Volume (m3/arv-1) Resina Total (kg.arv.-1.ano-1) Resina Painel (g.cm²) 30,22 1,47 4,88 69,10 31,28 28,74 30,06 15,44 30,31 1,81 1,71 1,57 44,75 1,49 2,886 3,832 3,290 48,18 4,83 41,13 58,03 62,20 47,86 68,63 Essa população apresenta indivíduos com desempenho produtivo superior à média geral e que poderão ser selecionados para compor pomares de sementes por mudas e clonais. O conhecimento da proporção da variabilidade fenotípica do teste, resultado da ação conjunta dos efeitos genéticos e de ambiente é de grande importância para o melhorista, na escolha dos métodos de melhoramento, dos locais para condução dos testes de rendimento e do número de repetições e na predição dos ganhos de seleção (Borém & Viana, 2009). Como era esperado essa população apresentou um menor número de grupos do que observados para o mesmo teste e outros testes que antes de passarem por um manejo seletivo. Maior número de grupo, variando de 13 a 18, como encontrado para testes de P caribaea var. hondurensis, P caribaea var. caribaea e P caribaea var. bahamensis por Moraes (2001), Silva et al. (2012) e Missio et al. (2007) é esperado por serem composto por um maior número de indivíduos que apresentam produtividade abaixo da média, diferente da população atual. Para desenvolvimento de híbridos intraespecíficos recomenda-se cruzar indivíduos de grupos que apresentam maior divergência genética e também maior desempenho produtivo, visando obtenção de maior heterose (vigor híbrido), como, por exemplo, as progênies do grupo 1 e 4 para ambas as formas de agrupamentos. Quando o objetivo do programa de melhoramento visar à recuperação de genes do genitor recorrente, deve-se dar preferência aos retrocruzamentos com as progênies mais similares geneticamente, pois o emprego de genitores similares, diferenciados basicamente pelo gene a ser transferido, permite recuperar o genitor recorrente mais rapidamente (Dias & Resende, 2001; Moraes, 2001). Os retrocruzamentos futuramente poderão ser adotados em pínus, tendo em vista a demanda por materiais que sejam, tanto produtivo em madeira quanto em resina. Como nos últimos anos o melhoramento genético de pínus permitiu a obtenção de genótipos mais promissores para produção de madeira, a adoção dos retrocuzamentos pode gerar ganhos mais efetivos e em menor tempo, se adotada essa estratégia para obter genótipos com bom desempenho em resina e volume de madeira. Após os cruzamentos controlados entre os acessos desta população, com colocações em grupos distintos, poderão ser criados indivíduos ou matrizes, na próxima geração, superiores aos parentais podendo assim ser explorado a heterose ou a heterobeltiose. Essa expectativa é decorrente de que a heterose e a capacidade específica de combinação (CEC) entre dois pares genitores divergentes dependem da existência da dominância no controle do caráter e da presença de divergência (Falconer & Mackay, 1996). Para os genótipos mais divergentes existe a possibilidade de se avaliar a capacidade especifica e geral de combinação dessas matrizes, bem como explorar a heterose com base nos efeitos adtivos e dominância com enorme possibilidade de progênies mais produtivas que seus parentais. CONCLUSÃO As progênies de P. caribaea var. hondurensis apresentam alta divergência genética. O caráter volume foi o que mais contribuiu para a divergência genética entre os genótipos avaliados. A maioria das progênies de P. caribaea var. hondurensis agruparam se em apenas um grupo. As progênies de P. caribaea var. hondurensis podem ser utilizadas em programas de melhoramento genético explorando capacidade especifica e geral de combinação com base na formação dos grupos de Tocher. Com base na divergência genética estimada para população de P. caribaea var. hondurensis deve-se priorizar cruzamentos entre indivíduos grupos de progênies divergentes para formação de híbridos e pouco divergentes para uso em programas de retrocruzamentos. REFERÊNCIAS AGUIAR, A. V.; CORREA, A. P. A.; SOUSA, V. A.; DAROS, T. L.; SHIMIZU, J. Y. Variação genética em progênies de Pinus caribaea var.bahamensis em Barra Velha, SC. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MELHORAMENTO DE PLANTAS, 6, 2011, Búzios.Anais... Búzios: SBPM, 2011. CD ROM. Disponível em:http://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/912988/1/2011AnandaCBMPVari acaoPinus.pdf>. Acesso em: 2 jan. 2015. CRUZ, C.D. Programa Genes: Análise multivariada e simulação. Editora UFV. Viçosa (MG). 2006 p. 175. CRUZ, C. D.; CARNEIRO, P. C. S. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. Viçosa: Ed. UFV, 2003. V. 2, p. 585. CRUZ, C. D.; REGAZZI, A. J. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. 2. ed. 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