símios, homem primitivo e criança

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Estudos sobre a história do comportamento :
símios, homem primitivo e criança
Capítulo 3 – A criança e seu comportamento (Aspectos gerais)
• Apresenta alguns experimentos originais de Luria e colegas e
trata da aquisição de sistemas simbólicos e operações
psicológicas (fala, operações numéricas, memória cultural,
abstração) culturalmente desenvolvidos.
• Início – crítica à teoria que sustenta que um adulto difere de
uma criança apenas qualitativamente (criança é um pequeno
adulto).
• Primeiro estágio da vida da criança – dominada por impulsos
orgânicos e impulsos primitivos. A criança começa sua
caminhada como uma “criatura orgânica” e é necessário que
ocorra um prolongado desenvolvimento cultural para que essa
fraca ligação com o mundo venha a se estabelecer firmemente.
Capítulo 3 – A criança e seu comportamento
• Análise dados de Piaget sobre o pensamento e fala
egocêntrica. Carência que a criança pequena tem em
compreender as relações ente os objetos físicos é
demonstrada pela análise dos desenhos infantis.
(sincretismo)
• Análise do crescimento cultural de funções psicológicas
superiores específicas: memória, atenção, abstração,
pensamento e linguagem.
• Idéia geral: Desenvolvimento
3. A criança e seu comportamento ( EXCERTOS)
ABORDAGENS DA PSICOLOGIA DO ADULTO:
Psicologia do homem cultural adulto se desenvolveu como
resultado de uma evolução complexa que combinou pelo
menos três trajetórias:
1) Evolução biológica desde os animais até o ser humano
(reações hereditárias, reflexos condicionados, intelecto
prático)
2) Evolução histórico-cultural, que resultou na transformação
gradual do homem primitivo ao homem cultural moderno,
3) Desenvolvimento individual de uma personalidade específica
(ontogênese), com o que um pequeno recém-nascido
atravessa inúmeros estágios, tornando-se um escolar e a
seguir um homem adulto e cultural. (p. 151)
- [...] não só a criança pensa de modo diferente,
percebendo o mundo de maneira diversa da do
adulto, não só a lógica da criança se baseia em
princípios qualitativamente diferentes, que se
caracterizam por grande especificidades, como
ainda, sob muitos aspectos, a estrutura e as
funções de seu corpo diferem grandemente das do
organismo adulto. (p. 153)
O BEBÊ E SEU MUNDO
• O adulto não só está ligado ao meio ambiente por milhares de
elos os mais estreitos, como é, ele próprio, produto dele; sua
essência encontra-se na essência das condições ambientais. Não
é o que se dá com um recém-nascido. Tudo quanto, para o
adultos, serve de ponto entre ele e o meio ambiente, tudo o que
lhe traz cada sinal do mundo exterior - isto é, sua visão,
audição e os demais órgãos da percepção – é quase não-funcional
num recém-nascido (p. 155)
• É absolutamente errado pensar que a criança, com dois ou três
anos de idade, por exemplo, seja simplesmente mais bronca que
o adulto – que seja simplesmente um adulto subdesenvolvido. A
criança é inteligente ao seu modo, mas comparada conosco,
percebe o mundo de modo mais primitivo; lida com ele de modo
diferente, pensa diferentemente de nós. (p. 157)
A PERCEPÇÃO PRIMITIVA
• O que a criança antes percebera como um grande número de
fragmentos acidentais, isolados e flutuantes começa agora a ser
percebido como uma série de quadros completos. Pelo fato de as
“imagens visuais” permanecerem na mente da criança, a
experiência anterior funde-se com os estímulos atuais e o mundo
adquire um caráter integral. (p. 159)
• [...] uma reconstrução cultural significativa terá que ter lugar
para que a criança passe dos estágio de percepções primitivas
para o estágio seguinte – o estágio das formas competentes de
adaptação ao mundo exterior. (p. 160)
PENSAMENTO PRIMITIVO
• Os primeiros anos de vida da criança são anos de uma existência
isolada primitiva e do estabelecimento das mais elementares e
mais primitivas ligações com o mundo (p. 160).
• A estrutura do pensamento da criança se utiliza de recursos
diferentes em relação ao pensamento do adulto.
• Se estudarmos as funções do pensamento adulto, logo
descobriremos que ele organiza nossa adaptação ao mundo em
situações particularmente difíceis. Regula nossa atitude diante da
realidade em condições particularmente complexas em que o
simples instinto, ou hábito, é insuficiente. (p. 161)
• Egocentrismo e primitivismo do pensamento infantil (monólogos,
fantasias, devaneios, teologismo primitivo, lógica primitiva,
desenho, sincretismo) – funções de planejamento (p. 162, 163)
• O pensamento da criança é sempre concreto e absoluto (falta a
lógica das relações e conexões causais). O pensamento relativo
é resultado de alto desenvolvimento cultural. (p. 171-172)
• Pensamento primitivo, pré-cultural infantil é um reflexo imediato
do mundo ingenuamente percebido. O pensamento dos adultos
processa-se segundo leis de associação complexa. (173)
• Iniciando a jornada de sua vida como uma “criança
orgânica”, a criança conserva sua introversão e
egocentrismo durante muito tempo. É necessário um
prolongado desenvolvimento cultural para que a
conexão inicialmente fraca com o mundo se torne
sólida e para que o aparelho harmonioso a que
chamamos
pensamento
do
adulto
cultural,
finalmente, substitua o pensamento primitivo. ( p.
177)
A caminho da cultura
A criança ao nascer carece de um comportamento humano,
carece das qualidades psíquicas que a caracterizem enquanto ser
humano. As relações do indivíduo com a cultura constituem
condição essencial para que a criança possa se desenvolver como
membro do gênero humano. Em outras palavras, na ausência da
relação com a cultura, o desenvolvimento tipicamente humano não
ocorrerá.
• Novas formas “adultas” culturais de comportamento substituem
gradativamente as formas primitivas de infância. (p. 177)
A caminho da cultura
No processo de desenvolvimento, a criança conta inicialmente com
aquilo que a natureza lhe equipou, mas em contato com a realidade
externa e social, esta lhe propicia que se torne reequipada.
É exatamente esse reequipamento que causa o maior desenvolvimento
e mudança que observamos na criança à medida que se transforma
num adulto cultural. É isso que constitui a diferença mais
pronunciada entre o desenvolvimento dos seres humanos e o dos
animais. (p. 177)
Qual a chave para o quebra-cabeça da evolução da psicologia do
animal a ser humano, do homem primitivo ao homem cultural?
(p. 179-80)
Trabalho
O trabalho é um processo que liga o homem à natureza, o
processo de ação do homem sobre a natureza. [...] Ao mesmo
tempo que age por esse movimento sobre a natureza exterior
e a modifica, ele modifica a sua própria natureza também e
desenvolve as faculdades que nele estão adormecidas.
(LEONTIEV, 1978, p. 74)
Acarretaram a transformação e a hominização do cérebro,
dos órgãos da atividade externa e dos órgãos do sentido.
Emancipação das condições instintivas e adaptação da
natureza a si.
O trabalho criou o próprio homem e criou também a própria
consciência do homem. (ENGELS, 1896; LEONTIEV, 1978)
No processo da evolução o homem inventou ferramentas e
criou um ambiente industrial cultural, mas esse ambiente
cultural alterou o próprio homem; suscitou formas culturais
complexas de comportamento, que tomaram o lugar da
forma primitiva. Gradativamente, o ser humano aprende a
usar racionalmente as capacidades naturais (179).
A aquisição de instrumentos
Desenvolvimento da capacidade de utilizar objetos como
instrumentos, ou seja, objeto com cuja ajuda pode atingir uma
meta.
Substituir uma atividade instintiva, imediata, pela
atividade intelectual orientada por intenções complexas e
traduzida na ação organizada. Primeiro passo na transição
para o comportamento intelectual complexo. (p. 181)
Desenvolvimento cultural de funções especiais:
A MEMÓRIA
1º estágio do desenvolvimento cultural: uso de ferramentas
2º estágio do desenvolvimento cultural: surgimento de processos
mediados no comportamento da criança. Tem base no uso de
signos e reconstroem, reequipam as funções básicas das
crianças.
Compreensão dos modos pelos quais
a memória se desenvolve da criança
ao adulto e análise dos traços que
caracterizam esse desenvolvimento.
Quem possui memória melhor – a criança ou o adulto? (185)
5-6 anos e criança em idade escolar – modos diferentes de usar a
memória (186). Ambas possuem memória, mas, apenas a mais velha
sabe como usá-la (aprendizado)
A
criança precisa apropriar-se do sistema de memorização e
aprender como usá-los; assim, uma vez que se aproprie dos
sistemas, transforma seus processos naturais mediante a utilização
deles. (186)
MEIOS PARA LEMBRAR, PARA AUXILIAR A MEMÓRIA
USO FUNCIONAL DE ALGUM SIGNO PARA AUXILIAR A MEMÓRIA
Formas naturais de memória ⇒ formas culturais do uso da
memória
A criança manipula os objetos externos para conseguir o
controle do processo interno da memória; isto é
característico da primeira técnica cultural que surge para
facilitar as funções mentais naturais. (p. 188).
Transição de um sistema de rememoração imediata
para um sistema de “notação”.
No correr do seu desenvolvimento a criança não só treina
a memória, mas também a reequipa, mudando para novos
sistemas, bem como para técnicas de rememoração. (p.
189)
Substituição de métodos primitivos por outros mais eficientes
(representação simbólica dos números)
A MEMÓRIA
A diferença entre a memória de uma criança e de um adulto
não pode ser reduzida simplesmente ao “fortalecimento”
natural da memória, mas encontra-se na aquisição
“cultural” de métodos de memorização cada vez mais
novos, na capacidade de utilizar signos condicionais para
rememorar, isto é, pelo uso de meios mediados a criança
pode melhorar a memória várias vezes. [...] A memória da
criança e do adulto diferem de acordo com os “métodos
culturais” utilizados. (p. 192)
• A cultura [...] atua desenvolvendo em nós métodos cada
vez mais novos, transformando assim a memória natural em
memória “cultural”; o efeito da escola é semelhante: cria
uma provisão de experiências complexos e sofisticados e
abre inúmeros novos potenciais para a função humana
natural. (p. 194)
A ATENÇÃO
Como ocorre a transformação da atenção involuntária
(natural) da criança para a voluntária (artificial,
cultural)?
Vigotski (1995) afirma que esse processo ocorre em
três etapas: “primeiro, a interpsicológica: eu ordeno,
você executa; depois, a extrapsicológica: [você]
começa a dizer a si mesma e logo a intrapsicológica”
(p. 91).
A ATENÇÃO
1 estágio:
Fazendo uso da linguagem, de gestos e ações, o adulto
orienta a atenção da criança, inicialmente nomeando e
indicando as circunstâncias que devem ser levadas em
consideração para cumprir uma tarefa (“ao montar a
torre, escolha a argola maior. Muito bem. Agora a
maior entre as que sobraram. Procure”). (Mukhina,
1998).
A criança se subordina ao gesto indicador e à palavra
falada pelo adulto, fixando o objeto com o olhar (Luria,
1991, p. 25).
2 Estágio
“A criança aprende a falar e pode começar a emitir comandos
verbais dirigidos a ela mesma” (Luria, 1982, p. 89). Neste ponto,
a criança assume o papel de quem a cuida, repetindo para si
mesma comandos e diretivas pela exteriorização de seu discurso.
Quanto mais complexa a ação exigida pela situação, maior a
importância que a fala adquire na operação como um todo.
Exemplo: idade: 4a e meio.
Tarefa: pegar um doce que estava em cima do armário usando
como possíveis instrumentos o banco e a vara.
“(Parada ao lado do banco, olhando, e com a vara, tentando
sentir algo sobre o armário). “Subir no banco”. (Olha para o
experimentador, muda a vara de mão). “Aquilo é mesmo um doce?”
(Hesita). “Eu posso pega-lo com aquele outro banco, subo e pego”
(Pega o outro banco). “Não, não dá. Eu poderia usar a vara”.
(Pega a vara e esbarra no doce). “Ele vai se mexer agora” (Acerta
o doce). “Eu não consegui pega-lo com o banco, mas a vara
funcionou”.
3 Estágio
• Em um terceiro momento, o discurso externo, que foi
previamente utilizada para dirigir-se a um adulto, é
interiorizado e passa a constituir o discurso interior.
Quando a criança, por meio de sua atividade, passa a
fazer uso de meios indiretos (uso dos objetos do mundo
exterior como instrumentos e signos) adquirindo as
necessárias habilidades culturais, desenvolve a capacidade
de refrear a satisfação imediata de seus impulsos e
necessidades, assim como de retardar as reações
imediatas a estímulos exteriores, além de dar os primeiros
passos na transição para o comportamento intelectual
complexo (VYGOTSKI & LURIA, 1996).
Aumento do uso de ritalina
Em 2000, foram vendidas 71 mil caixas de medicamentos para
TDAH. Em 2004, aumentou para 739 mil (940%);
Nos Estados Unidos, os hiperativos passaram de 500 mil
milhões entre 1985 e 1999.
para 7
No Brasil, de acordo com dados da Anvisa, o número de
caixas vendidas entre 2003 e 2004 cresceu 51% (FOLHA DE
SÃO PAULO, 15/01/06).
A Abstração
Condição e instrumento essencial para o pensamento (201);
Produto específico de desenvolvimento cultural e transforma
uma série de processos psicológicos (201);
Ir além da concretude do pensamento, o que acontece com
o crescimento e desenvolvimento cultural da criança; o
desenvolvimento desta ocorre com o uso de ferramentas
externas e à prática de técnicas complexas de
comportamento (202).
EX: Contar ou operar com números – uso de números,
geralmente, é acompanhado de um máximo de abstração
(abstração máxima dos objetos concretos)
A Abstração
O que é que ocupa o lugar da abstração em crianças nas
quais ela ainda não desenvolveu? (202)
EX: Divisão de pilhas de cubos
A Abstração
• O processo de realizar operações numéricas abstratas
desenvolve-se bastante tarde na criança; somente por
influência da escola e do ambiente cultural circundante é
que a criança elabora para si mesma essa técnica
cultural específica, e todos os processos anteriormente
descritos trasnformam-se acentuadamente. (p. 207)
• Nos primeiros estágios da infância, o pensamento é
função das formas percebidas; gradualmente, ele se
liberta, elaborando novas técnicas culturais próprias. Á
medida que se transforma, ele (o pensamento) evolui
gradualmente para o tipo de pensamento que estamos a
observar no ser humano cultural adulto. (p. 207)
A fala e o pensamento
.
Será verdade que o pensamento é uma
simples fala interior inaudível?
Será verdade que o pensamento da
criança é apenas fala, pobre de forma e
conteúdo, enquanto o pensamento do
adulto consiste de monólogos sem
som, estruturados por todas as regras
lógicas?
A fala e o pensamento
• [...] pode-se dizer que o pensamento e a fala possuem sem
dúvida alguma raízes diversas e, muito frequentemente, em
etapas
diversas
do
desenvolvimento,
podem
existir
independentemente um do outro. (p. 208)
• Mesmo na ausência da fala observa-se em macacos certa
atividade intelectual. Crianças pequenas revelam grande
“inteligência prática” mesmo em que a fala não está plena ou
claramente desenvolvida.
• [...] a convergência entre pensamento e fala constitui o
momento mais importante no desenvolvimento de um indivíduo e
é exatamente essa conexão que coloca o pensamento humano
numa altura sem precedentes. (p. 209)
A fala e o pensamento
• Ser mudo - reflexos da laringe ⇒ descoberta funcional da
palavra ⇒ tendência a imitar sons que ouve – primeiras
condições para o uso funcional da palavra.
O primeiro período do uso significativo da fala é
sempre um período de sentenças de uma só palavra.
Período de acumulação primária na vida da criança.
Para o observador, este (aumento do repertório de palavras) é
verdadeiramente o período mais curioso da vida da criança,
esse é o período mais importante sem o qual seu pensamento
não poderia nem progredir nem desenvolver-se. (p. 210)
[...] pela primeira vez, a fala começa a ser usada com técnica
para exprimir seu conteúdo específico (do pensamento). Pela
primeira vez, o pensamento torna-se verbal e recebe grande
impulso para seu desenvolvimento. (p. 211)
A fala e o pensamento
• [...] Enriquecendo o vocabulário, a fala que foi
aprendida, e por meio do qual se construíram os
conceitos, também alterou o pensamento da criança;
deu-lhe maior liberdade; permitiu-lhe operar com uma
série de conceitos que anteriormente eram inacessíveis.
(p. 213)
Nova lógica, Memória de natureza verbal,
Regula comportamento, Planejamento.
• A fala assume o comando; torna-se a ferramenta
cultural mais utilizada; enriquece e estimula o
pensamento e, por meio dela, a mente da criança é
reestruturada, reconstruída. (p. 213)
Fala constitui a função psicológica mais importante.
Formas primitivas da fala constitui preparação para os
estágios do desenvolvimento quando ela se torna
mecanismo essencial do pensamento. (p. 213)
[...] a ação dos mecanismos da fala transforma-se
na organização do futuro comportamento da
personalidade. E, de fato, as formas culturais
superiores
de
atividade
intelectual
são
alcançadas pelo planejamento verbal preliminar do
homem (213).
A
fala constitui a função psicológica mais
importante, lançando os alicerces da consciência
(213)
O estágio de desenvolvimento
cultural da criança
• O comportamento da criança apresenta diferenças
qualitativas importantes em diferentes idades. (p. 214)
[...] a criança atravessa determinados estágios
de desenvolvimento cultural, cada um dos quais se
caracterizando pelos diferentes modos pelos quais
a criança se relaciona com o mundo exterior; pelo
modo diferente de usar objetos; por formas
diferentes de invenção e diferentes técnicas
culturais [...] (p. 214)
O HOMEM É UMA CRIATURA SOCIAL, E AS CONDIÇÕES
SOCIOCULTURAIS O MODIFICAM PROFUNDAMENTE,
DESENVOLVENDO TODA UMA SÉRIE DE NOVAS
FORMAS E TÉCNICAS EM SEU COMPORTAMENTO: UM
ESTUDO CONSCIENCIOSO DESSAS CARACTERÍSITICAS
CONSTITUI A TAREFA ESPECÍFICA DA CIÊNCIA
PSICOLÓGICA. (p. 220)
Processos Psicológicos
Elementares
Processos Psicológicos
Superiores
Reflexos, reações automáticas,
associações simples, memória
imediata, etc
Atenção voluntária, memorização
ativa, pensamento abstrato,
planejamento
São determinadas pelas
peculiaridades biológicas da psique
Surgem durante o processo de
desenvolvimento cultural – forma
de conduta geneticamente mais
complexa e superior
Origem no desenvolvimento
biológico, individual
Origem social
Regulados pelo meio ambiente
Auto-regulação – criação de
dispositivos artificiais que se
convertem em causas imediatas de
comportamento
Ausência de relação consciente
Controle Voluntário
Relação direta/imediata
Utilização de mediadores
MÉTODO INSTRUMENTAL EM PSICOLOGIA
1. No comportamento do homem surge uma série de dispositivos
artificiais dirigido para o domínio dos próprios processos
psíquicos. Analogia com a técnica - instrumentos
psicológicos.
2. Não se pode esperar que encontremos nesses dispositivos de
todos os traços dos instrumentos de trabalho
3. Instrumentos psicológicos são criações artificiais (sociais e
não individuais). Qual a finalidade?
4. Exemplos de instrumentos psicológicos
5. Modifica de forma global a evolução e a estrutura das
funções psíquicas, nova configuração
MÉTODO INSTRUMENTAL EM PSICOLOGIA
6. Atos e processos de comportamento naturais X Funções e
formas de comportamento artificiais ou instrumentais.
7. Atos artificiais (instrumentais) não têm origem sobrenatural.
A
B
X
Ao longo do desenvolvimento, o processo educativo utiliza-se de
instrumentos mediadores que atuam no sentido de romper com a conexão
associativa direta entre dois estímulos (A - B) e nos métodos instrumentais
estabelecem-se duas novas conexões (A - X e X – B).
O X seria o mediador entre o objeto e a operação psicológica.
MÉTODO INSTRUMENTAL EM PSICOLOGIA
Instrumentos e signos: ambos são instrumentos que o homem
emprega para modificar a situação a que responde. Meio de
intervenção.
As FPS se caracterizam por serem funções mediadas.
MÉTODO INSTRUMENTAL EM PSICOLOGIA
A
B
X
Operação Intelectual
Instrumentos Psicológicos
Signos
Atuam sobre o psiquismo
Linguagem
Formas de numeração
Cálculo
Dispositivos mnemônicos
Obras de arte
Escrita
Mapas
Desenho
•Funções novas
•Suprime uma série de processos naturais, cujo trabalho passa a ser
efetuado pelo instrumento
•Modifica curso e características dos processos psíquicos (96)
MÉTODO INSTRUMENTAL EM PSICOLOGIA
13. Instrumento psicológico e instrumento técnico
15. Todo instrumento é um estímulo, mas o contrário não é
verdadeiro.
16. Emprego de instrumentos eleva e amplia as possibilidades do
comportamento
17. Método histórico-genético
18. Método instrumental e educação
19. Estudo da criança como escolar
20. Desenvolvimento infantil e desenvolvimento instrumental
Crítica de Vigotski a três grandes proposições teóricas sobre
desenvolvimento e aprendizagem:
• Os processos
aprendizado.
de
desenvolvimento
são
independentes
do
– Teoria elaborada por Jean Piaget
• Aprendizado é desenvolvimento.
– O postulado da identidade entre desenvolvimento e ensino
está presente na obra de William James e de Thorndike
• O desenvolvimento se baseia em dois processos inteiramente
diferentes, embora relacionados, em que cada um influencia o
outro: maturação e aprendizado.
Para o autor, não é possível compreender ensino
desenvolvimento como fenômenos equivalentes porque
e
(...) cada forma nova de experiência cultural não surge
simplesmente de fora, independentemente do estado do
organismo em um dado momento do desenvolvimento, mas o
organismo, ao assimilar as influências externas, ao assimilar
toda uma série de formas de conduta, as assimila de acordo
com o nível de desenvolvimento psíquico em que se encontra
(VYGOTSKI, 1995, p.155).
A mudança não se dá por influências puramente exteriores,
por assimilação externa, mas “(...) cada ação externa é o
resultado de leis genéticas internas” (idem, p.155). O
conceito de desenvolvimento, em sua perspectiva, relacionase com a idéia de acumulação de experiência interna.
Vigotski (2001) apresenta sua compreensão acerca da relação
entre desenvolvimento e ensino, fundamentada em estudos
teóricos e experimentais.
Vigotski aponta uma outra relação
entre
aprendizagem
e
desenvolvimento.
Para
ele,
desenvolvimento e aprendizagem
não constituem dois processos
independentes, mas existem entre
eles, relações complexas.
Zona de desenvolvimento próximo
• Análise das relações entre ensino e o
desenvolvimento intelectual;
• Vigotski defende que a aprendizagem
movimenta
o
processo
de
desenvolvimento: ela é necessária para a
garantia
do
desenvolvimento
das
características humanas.
• Dois níveis de desenvolvimento:
1) Nível de desenvolvimento real (nível
atual/efetivo de desenvolvimento).
2) Área de desenvolvimento potencial
(próximo).
Para Vygotski (1993, p. 239), a zona de desenvolvimento próximo
tem um valor mais direto para a dinâmica da evolução intelectual e
para o êxito da instrução do que o nível atual de seu
desenvolvimento.
Papel da imitação para a aprendizagem
A aprendizagem não deve se limitar ao nível de desenvolvimento
atual. O bom ensino é justamente aquele que trabalha com a zona
de desenvolvimento próximo.
Somente é boa a instrução que vá avante do desenvolvimento e
arraste a este último. Porém, à criança unicamente se pode ensinar
o que é capaz de aprender. (Vygotski,1993, p. 242)
Funções psicológicas superiores – interpsíquicas/
Intrapsíquicas
Importância da escola para a aprendizagem e desenvolvimento
humanos
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