Pronome

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Capítulo 11
Pronome
Definição
Simplesmente uma das classes gramaticais mais recorrentes em questões de
concursos públicos. Tudo precisa estar no sangue, por isso coloquei mais de 50
questões para você treinar!
Do ponto de vista semântico, o pronome pode apresentar inúmeros sentidos, a
depender do contexto: posse, indefinição, generalização, questionamento, apontamento, aproximação, afetividade, ironia, depreciação etc. Isso será visto em detalhes
ao longo deste capítulo.
Do ponto de vista morfológico e discursivo, o pronome é uma classe de palavras
normalmente variável em gênero e número e que se refere a elementos dentro e
fora do discurso. É um determinante quando acompanha o substantivo (neste caso,
é chamado de pronome adjetivo, pois tem valor de adjetivo). Quando substitui o
substantivo, é chamado de pronome substantivo, pois tem valor de substantivo. Isso
será melhor abordado em Identificação.
Muito importante é dizer que o pronome serve para indicar as pessoas do discurso*: 1a (falante), 2a (ouvinte) e 3a (assunto). Exemplo: “Eu não te falei que ele
era boa gente?”
*O discurso é um processo comunicativo, logo depende de um emissor (1a pessoa
do discurso), de um receptor (2a pessoa do discurso) e de um referente (3a pessoa
do discurso, que pode ou não ser um indivíduo). No exemplo acima, quem fala é a
1a pessoa (Eu), quem ouve é a 2a pessoa (te) e sobre quem se fala é a 3a pessoa (ele)
do discurso. Os pronomes servem, portanto, para marcar as pessoas do discurso.
Do ponto de vista sintático, o pronome é um termo que funciona como adjunto adnominal quando acompanha um substantivo; quando o substitui, tem função
substantiva (ou seja, funciona como núcleo do sujeito, predicativo do sujeito, objeto
direto, indireto, complemento nominal, agente da passiva, adjunto adverbial, aposto
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278 A Gramática para Concursos Públicos I Fernando Pestana
e vocativo). Falarei muito sobre isso mais à frente, nos capítulos de sintaxe, principalmente no 21o capítulo, debaixo do subtópico Funções Sintáticas dos Pronomes Pessoais
Oblíquos Átonos. Caso queira dar um pulinho até lá, fique à vontade...
Antecipo-lhe que será impossível deixar de falar de alguns aspectos sintáticos
neste capítulo, pois morfologia e sintaxe (morfossintaxe) andam lado a lado quando
o assunto é pronome. Fique atento!
Pois bem... para entendermos todas as definições de pronome, vamos analisar
esta frase:
Tu não sabias quem era aquela mulher a qual minha mãe certa vez me apresentara?
Note que os vocábulos Tu, quem, aquela, a qual, minha e certa
indicam uma ideia de pessoa (Tu), uma ideia de pessoa indefinida (quem), uma
ideia de referência a alguém (aquela e a qual), uma ideia de posse (minha) e
uma ideia indefinida (certa);
2) variaram (só os quatro últimos pronomes) de forma: aquela (mulher), a qual,
minha (mãe), certa (vez). Tu (2a pessoa; pronome substantivo), quem (3a pessoa;
pronome substantivo), aquela (3a pessoa; pronome adjetivo), a qual (3a pessoa;
pronome substantivo), minha (1a pessoa; pronome adjetivo), certa (3a pessoa;
pronome adjetivo);
3) funcionam como adjunto adnominal (o terceiro, o quinto e o sexto), como
sujeito (o primeiro), como predicativo do sujeito (o segundo) e como objeto
direto (o quarto).
Resumindo: pronome é o vocábulo que substitui ou acompanha o substantivo,
relacionando-o às três pessoas do discurso.
1)
Identificação
Como vimos, há dois tipos de pronomes: pronomes substantivos e pronomes
adjetivos.
O pronome substantivo substitui um substantivo. Segundo Celso Cunha, Napoleão Mendes de Almeida e a vasta maioria dos gramáticos tradicionais, para que um
pronome seja considerado pronome substantivo, basta que ele não esteja acompanhando substantivo algum. Isso significará que ele substitui um substantivo, e não
que se refere a ele, acompanhando-o.
Para que você identifique um pronome substantivo, basta perceber que ele tem
o papel de substituir um substantivo (e não de acompanhá-lo) dentro do discurso.
Ficou claro? Então, veja:
–
Estes documentos são nossos*, não teus.
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Capítulo 11 I Pronome 279
Note que os pronomes nossos e teus se referem ao substantivo documentos,
substituindo-o, por isso são pronomes substantivos. É válido dizer que nossos se refere
à 1a pessoa do plural do discurso (o falante + alguém), e teus, à 2a pessoa do singular
do discurso (o ouvinte).
* O gramático Evanildo Bechara entende que nossos é um pronome adjetivo que se
refere ao substantivo implícito documentos: “Estes documentos são nossos (documentos).”. Porém, essa visão não é acolhida pela vasta maioria dos gramáticos.
Já o pronome adjetivo tem o papel de acompanhar um substantivo, determinando-o, como se fosse um adjetivo.
–
Os vossos amores não mais vivem para vós.
Note agora que o pronome vossos se refere ao substantivo amores, acompanhando-o,
por isso é um pronome adjetivo. É válido dizer que vossos é um pronome de 2a pessoa
do plural dentro do discurso, pois se refere a mais de um ouvinte.
É claro que, para você identificar um pronome, não basta saber que ele tem valor
de substantivo ou de adjetivo, é preciso que você os conheça pelo que verdadeiramente
são, isto é, eles podem ter seis (6)classificações: pessoais, possessivos, indefinidos,
interrogativos, demonstrativos e relativos.
Vamos nessa!
Classificação, Emprego e Colocação do Pronome Pessoal
Os pronomes pessoais são aqueles que designam as três pessoas do discurso,
no singular e no plural.
São sempre pronomes substantivos e se dividem em dois tipos. São chamados de
retos porque exercem, normalmente, função de sujeito, e oblíquos porque exercem,
normalmente, função de complemento verbal ou nominal.
Ainda há os de tratamento, que são considerados pessoais por fazerem alusão
às pessoas do discurso de maneira cerimoniosa, normalmente.
Igual ao Jack... vamos por partes:
Pronomes Retos
1a pessoa: eu (singular), nós (plural).
2a pessoa: tu (singular), vós (plural).
3a pessoa: ele/ela (singular), eles/elas (plural).
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280 A Gramática para Concursos Públicos I Fernando Pestana
Esses pronomes normalmente conjugam verbos, por isso comumente exercem
função de sujeito, mas também podem exercer função de predicativo do sujeito,
vocativo, aposto e, raramente, objeto direto.
Palavra de cautela: por via de regra, o pronome reto não pode ocupar a posição
de complemento do verbo, ou seja, não pode exercer função de objeto direto. O
pronome que se ocupa disso é o oblíquo.
Vamos ver um por um e suas peculiaridades “right now”!
Eu
–
Raul Seixas já dizia: “Eu sou a mosca que pousou em tua sopa”. (sujeito)
–
Que rei sou eu? (sujeito)
–
Eu sou mais eu. (predicativo do sujeito)
–
O Fernando Pestana, eu mesmo, é uma pessoa muito inquieta. (aposto)
Cuidado!!!
1)
Lembra-se da música “Beija eu, beija eu, beija eu, me beija...”? O pronome reto
eu não ocupa posição de objeto dentro do registro culto da língua, logo ele
não pode servir de complemento do verbo beijar. A frase deveria ser “Beija-me...”, mas a sonoridade não ia ficar bacana, concorda? A Marisa Monte tem
licença poética para transgredir a norma culta, você não, hein!
2)
Não só o eu, mas todos os pronomes retos, que normalmente têm função de
sujeito, podem ser realçados pelos pronomes demonstrativos mesmo e próprio, pela partícula expletiva (ou de realce) que ou pela expressão expletiva
formada pelo verbo ser + que (normalmente é que): “Ela própria/mesma me
fez sofrer.”; “Tu que me fizeste sofrer.”; “Eu é que te faço sofrer agora.”.
3)
Por uma questão não só de estilo como de polidez e modéstia no discurso,
evita-se o uso do pronome eu, pois seu emprego imoderado deixa escapar uma
impressão negativa de falta de modéstia. A repetição do eu no discurso indica
normalmente intensa subjetividade, pessoalidade. Pode até dar a impressão
de petulância, arrogância e sentimentos afins: “Eu sou, eu faço, eu penso...”
O uso de nós no lugar de eu evita tudo isso.
4)
Os pronomes retos não podem vir preposicionados: “Entre eu e tu nunca vai
haver nada.” (construção equivocada). É por isso que se usa a forma oblíqua
tônica neste tipo de construção: “Entre mim e ti nunca vai haver nada.”. Só
podem vir precedidos de preposição se continuarem exercendo função de
sujeito: “Entre eu sair e tu saíres, saio eu.”. Leia a obs. 4 do pronome reto ele.
5)
Em exemplo semelhante a este: “A banca examinadora, depois de intensa
discussão, finalmente escolheu: eu, o Fábio e a Bruna.”, Evanildo Bechara
(não encontrei outro gramático que diga isso) entende que está correto o
emprego do pronome reto com função de objeto direto, após dois-pontos.
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Capítulo 11 I Pronome 281
–
–
–
–
Tu
Viva Pixinguinha! “Tu és divina e graciosa, estátua majestosa...” (sujeito)
Teu filho se tornou tu, da cabeça aos pés. (predicativo do sujeito)
Tu nunca serás eu, e eu nunca serei tu. (predicativo do sujeito)
Ó tu, Campeão dos campeões, ganhe a Libertadores para nós este ano! (vocativo)
Obs.: No registro coloquial, esse pronome é muito usado atualmente, inclusive
na parte sul do país, junto de verbos na 3a pessoa, no entanto isso é um
equívoco do ponto de vista da norma culta: “Tu vai aonde amanhã?”. Deveria ser: “Tu vais aonde amanhã?”.
–
–
–
Ele / Ela / Eles / Elas
Eles e elas continuam se digladiando. (sujeito)
À noite ele vira ela. (predicativo do sujeito)
Minha mãe, apenas ela, é a melhor mãe do mundo. (aposto)
Cuidado!!!
1)
Como os pronomes retos não exercem função de objeto direto, a frase “Pega
ele, pega ele, é um ladrão!” constitui construção equivocada, devendo ser
reescrita assim: “Pega-o, pega-o, é um ladrão!”. No entanto, se os pronomes
retos estiverem acompanhados de todo(a/s), só (adjetivo), apenas ou numeral, permite-se que sejam postos em posição de objeto direto, segundo
muitos gramáticos, como: Celso Cunha, Bechara, Faraco & Moura e Sacconi.
O gramático Cegalla diz que as construções abaixo constituem “linguagem
coloquial informal”. Na hora da prova, se cair uma destas frases, analise a melhor opção dentre as alternativas, levando em conta o pedido do enunciado:
– O que vi da vida até agora? Vi toda ela se esvaindo diante dos meus olhos. (objeto
direto)
– Ajudei todos eles e ajudá-los-ia de novo, se fosse preciso. (objeto direto)
– Encontramos ele só na praia, pois a namorada o abandonara. (objeto direto)
– Finalmente os juízes classificaram eles dois para a última etapa do campeonato.
(objeto direto)
Tais construções valem para os demais pronomes retos, exceto eu e tu.
2)
É comum e indicado que se usem pronomes de 3a pessoa em requerimentos
por deferência à pessoa a quem nos dirigimos, de modo que nosso discurso
fique em tom cortês:
– Fernando Pestana, autor de A Gramática, requer a V. S.a se digne de conceder-lhe...
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2.
(Esaf – SMF/RJ – Fiscal de Rendas – 2010) (Adaptada) (...) Se o Estado propicia segurança,
educação, saúde, trabalho, previdência, moradia e transporte, o indivíduo tem as condições
mínimas para atingir a felicidade, a que todos os homens tendem. No entanto, é preciso fazer
a distinção entre fins e meios. (...)
– A substituição de “a que” por a qual estaria correta ou incorreta?
3.
(Esaf – SMF/RJ – Fiscal de Rendas – 2010) Assinale como verdadeiras (V) ou falsas (F) as
afirmações a respeito da organização do texto abaixo.
O ocidente europeu no período medievo foi um mundo onde o poder estava dividido e sempre
instável, sendo exercido de forma independente pelos chamados senhores feudais, geralmente
possuidores de grandes extensões de terras. As relações entre vassalo (aquele que prestava
homenagem) e suserano (aquele que recebia a homenagem) envolviam a cessão de direito,
por parte do suserano, de uma geração de ganho para o vassalo em troca de alianças que
visavam a uma consolidação do poder, sempre ameaçado por outros senhores. O objeto de
onde provinha essa geração de ganho era chamado “feudo”. Erroneamente identificado como
sendo somente uma porção de terra, na verdade o feudo podia assumir vários aspectos, como,
por exemplo, uma ponte ou uma estrada onde se cobrava pedágio.
( ) Desrespeitam-se as relações entre os argumentos e provoca-se erro gramatical ao substituir “onde” por em que.
( )Explicita-se a relação entre as ideias do texto ao iniciar o segundo período sintático do
texto por um conectivo, escrevendo: Conquanto as relações.
( )Explicita-se a relação entre as ideias do texto ao inserir, entre vírgulas, o conectivo no
entanto depois de “identificado”.
( ) Desrespeitam-se as relações entre os argumentos e provoca-se erro gramatical ao substituir “onde” por a qual.
A sequência obtida é:
a) F, F, V, V;
b) V, F, F, V;
c) F, V, V, F;
d) F, F, V, F;
e) V, V, F, V.
4.
5.
(Esaf – CVM – Agente Executivo – 2010) Em relação aos elementos coesivos do texto, assinale
a opção correta.
Hoje não há mais dúvida a respeito do aquecimento global e de outros problemas gerados pelo
consumo de energia e pela industrialização. Não se pode deter o desenvolvimento e não se
pode mantê-lo sem aumento do consumo global de energia. A principal fonte de energia hoje
são os combustíveis fósseis e o maior vilão dessa história é a emissão de CO2 na atmosfera
(embora não seja o único). Parece irreversível a tendência à sua redução pela adoção de novas
e mais eficientes tecnologias e fontes de energia.
Acabar drasticamente e de imediato com as emissões de CO2 e com a utilização de combustíveis
fósseis não é possível. Por outro lado, adotar novas tecnologias que aumentem ou estimulem
ainda mais o seu consumo, nem pensar.
O século XX viu a consolidação da Era do Petróleo, motor do desenvolvimento mundial desde o
final do século XIX até hoje, no começo do século XXI. Esse ciclo de predominância do petróleo
deve ser aos poucos substituído por um predomínio do gás natural, (...)
a) Em “mantê-lo”, o pronome “-lo” retoma o antecedente “consumo”.
b) A expressão “dessa história” retoma o antecedente “consumo global de energia”.
c) Em “seu consumo”, “seu” refere-se a “combustíveis fósseis”.
d) Em “sua redução”, “sua” refere-se a “industrialização”.
e) A expressão “Esse ciclo” retoma o antecedente “começo do século XXI”.
Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.
Energias renováveis limpas e naturais __1__ a energia eólica, a hidrelétrica, a solar, a de marés
e correntes marítimas, e de gradientes de temperatura. __2__ fontes de energia crescem cada
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Capítulo 11 I Pronome 325
vez mais rapidamente e __3__ que venham a contribuir de modo cada vez mais significativo na
matriz energética mundial. Mas quase todos os estudiosos concordam que __4__ não deverão
substituir inteiramente as fontes de energia atuais. __5__ importantes complementos. No
momento, poucos entusiastas discordam.
a) são / Essas / espera-se / elas / Serão;
b) é / Tais / espera-lhe / essas / São;
c) tais como / Certas / esperá-lo / tais / Sejam;
d) quais sejam / Algumas / esperamos / algumas / Seriam;
e) seriam / Diversas / esperavam / certas / Foram.
6.
(Cespe/UnB – MPU – Técnico Administrativo – 2010) O deslocamento do pronome “se” para
imediatamente após a forma verbal “concretizar” – não deverá concretizar-se – não prejudicaria
a correção gramatical do texto.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Nos países em geral, economistas, políticos e o noticiário gostam é de índices sobre macroeconomia, números abstratos que indicam a situação geral da economia, mas não revelam o
que se passa em seu interior. (...)
7.
(Esaf – SUSEP – Analista Técnico – 2010) (Adaptada) No texto acima, provoca-se erro gramatical
ou incoerência na argumentação do texto ao retirar o pronome “o”, do termo “o que”?
Texto 1
São Paulo, 18 novembro 1925.
Carlos,
Dá-se isto: ontem me apareceu um dos redatores da Noite do Rio aqui em casa e além de me
pedir uma entrevista pra tal propôs o seguinte: a Noite organiza um Mês Modernista. Durante um
mês todos os dias o jornal publicará um artiguete de meia coluna assinado por um modernista
qualquer. O artiguete poderá ser crítica, fantasia, versos, o que a gente quiser. Pagam 50$ por
artigo. Os escolhidos são: Manuel Bandeira e Prudente de Morais no Rio, eu e Sérgio Milliet
em São Paulo, você e o Martins de Almeida em Minas. Me mande com absoluta urgência uma
linha sobre isto falando que aceitam, pra eu dispor as coisas logo. Estou esperando. Ciao.
Mário
Texto 2
Belo Horizonte, 20 novembro 1925.
Mário,
Salve. Recebi hoje tua expressa fazendo o amável – e gostoso – convite para escrever umas
besteiras na Noite. Aceito. O Martins de Almeida, avisado, também aceitou. Diga para quando
é a joça, que estamos prontos. E desde já te agradeço o reclame e os cobres, pois estou certo
que foi você que se lembrou do meu nome.
Depois escreverei mais longamente.
Um abraço forte do
Carlos
8.
(Cespe/UnB – EBC – Gestor de Atividade Jornalística – 2011) Os dois textos diferem quanto à
colocação dos pronomes átonos: no texto 1, a colocação é livre, alternando-se usos prescritos
e não prescritos pela norma culta; no texto 2, a posição dos pronomes átonos está de acordo
com a norma culta.
( ) CERTO
( ) ERRADO
9.
(Cespe/UnB – Correios – Analista de Correios (Letras) – 2011) A colocação pronominal em
“caracteriza-se” (Essa revolução caracteriza-se simultaneamente por uma série...) indica a
escolha dos autores por um registro mais formal de linguagem; o emprego desse pronome
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326 A Gramática para Concursos Públicos I Fernando Pestana
antes da forma verbal, além de caracterizar desrespeito às regras gramaticais do registro
padrão da linguagem, representaria, no contexto, uso inadequado da linguagem, dado o caráter
institucional do texto.
( ) CERTO
( ) ERRADO
(...) A ciência moderna ensinou-nos a rejeitar o senso comum conservador, o que em si é positivo, mas insuficiente. (...) O conhecimento-emancipação só se constitui como tal na medida
em que se converte em senso comum. (...) O conhecimento-emancipação, ao tornar-se senso
comum, não despreza o conhecimento que produz tecnologia, (...)
10.
(Cespe/UnB – CNPQ – Analista Ciência Tecnologia Jr. – 2011) Devido à estrutura sintática em
que ocorrem, o emprego dos pronomes após o verbo em “ensinou-nos” e em “tornar-se” é
obrigatório; por isso, a correção gramatical do texto seria prejudicada se esses pronomes
fossem utilizados como em “se constitui”.
( ) CERTO
( ) ERRADO
(...) Oscar não acredita em Papai do Céu, nem que estará um dia construindo brasílias angélicas
nas verdes pastagens do Paraíso. Põe ele, como um verdadeiro homem, a felicidade do seu
semelhante no aproveitamento das pastagens verdes da Terra; no exemplo do trabalho para
o bem comum e na criação de condições urbanas e rurais, em estreita intercorrência, que
estimulem e desenvolvam este nobre fim: fazer o homem feliz dentro do curto prazo que lhe foi
dado para viver. (...)
11.
(Cespe/UnB – Instituto Rio Branco – Diplomata – 2011) A elipse em “nem que estará” e o
emprego do pronome anafórico “ele” são mecanismos de coesão utilizados para referenciar
o substantivo “Oscar”.
( ) CERTO
( ) ERRADO
12.
(Cespe/UnB – Instituto Rio Branco – Diplomata – 2011) Dada a propriedade que assume o pronome
“este” nos mecanismos coesivos empregados no trecho “que estimulem e desenvolvam este
nobre fim”, não é facultada a seguinte reescrita: que estimulem este nobre fim e o desenvolvam.
( ) CERTO
( ) ERRADO
O fato de que o homem vê o mundo por meio de sua cultura tem como consequência a propensão do homem a considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. Tal
tendência, denominada etnocentrismo, é responsável, em seus casos extremos, pela ocorrência
de numerosos conflitos sociais. O etnocentrismo, de fato, é um fenômeno universal. É comum
a crença de que sua própria sociedade é o centro da humanidade, ou mesmo a sua única expressão. (...) Comportamentos etnocêntricos resultam também em apreciações negativas dos
padrões culturais de povos diferentes. Práticas de outros sistemas culturais são catalogadas
como absurdas, deprimentes e imorais.
13.
(Cespe/UnB – TJ/ES – Analista Judiciário (Letras) – 2011) Na organização textual, o pronome
“sua” em ambas as ocorrências, retoma “etnocentrismo”.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Fragmento de texto
Cultura de paz, para mim, não é um objeto profissional, é um meio de vida. Aprendi muito
cedo em casa, com a família, que a paz é a coisa mais importante do mundo. Sua cultura tem
base em tolerância e solidariedade. Ela respeita os direitos individuais, assegura e sustenta
a liberdade de opinião e se empenha em prevenir conflitos...
14.
(Cespe/UnB – TJ/ES – Analista Judiciário (Letras) – 2011) No desenvolvimento do texto, o
pronome “Ela” remete a “Sua cultura”, que, por sua vez, refere-se à cultura de paz.
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Capítulo 11 I Pronome 327
15.
(FCC – TRT/MS (24R) – Técnico Judiciário – 2011) O emprego dos pronomes de tratamento está
inteiramente correto na frase:
a) A Vossa Excelência, como Membro deste Tribunal, será encaminhado o processo em que
devereis anexar vosso Parecer.
b) Esperamos que V. Sa, aceiteis o convite que ora lhe fazemos, e que nos honrará com vossa
presença nesse evento.
c) V. Excia., Senhor Conselheiro deste Tribunal, deverá emitir a orientação a ser seguida por
sua equipe de auxiliares.
d) Solicitamos a vós todos, nobres senhores Deputados, que vos unis a nós em defesa dos
direitos estabelecidos pela Constituição.
e) É para vós, Vossa Senhoria, que dirigimos nossa solicitação, no sentido de nossa equipe ser
recebida em vosso escritório.
16.
(FCC – Infraero – Administrador – 2011) Está correto o emprego do elemento sublinhado em:
a) O Príncipe é um símbolo reincidente, a cujo nome pessoal talvez nem mesmo a Branca de
Neve tenha conhecimento.
b) A necessidade de bajular o poder é um vício de que muita gente da imprensa não consegue
se esquivar.
c) A trama com a qual o personagem anônimo participa jamais seria a mesma sem o seu
concurso.
d) Em dois segundos o lenhador tomou uma decisão na qual decorreria toda a trama já conhecida de Branca de Neve.
e) Os figurantes anônimos muitas vezes são responsáveis por uma ação em que irão depender
todas as demais.
17.
(FCC – TRE/PE – Técnico Judiciário – 2011) ... nem por isso deixa de cultuar Delacroix ...
Cézanne admira a maestria plástica de Rubens ...
... já encontramos a chave do enigma cézanneano.
A substituição dos elementos grifados nas frases acima pelos pronomes correspondentes,
com os necessários ajustes, terá como resultado, respectivamente:
a) nem por isso deixa de cultuar-lhe / Cézanne a admira / já a encontramos;
b) nem por isso deixa de cultuá-lo / Cézanne lhe admira / já lhe encontramos;
c) nem por isso deixa de lhe cultuar / Cézanne a admira / já encontramos-na;
d) nem por isso deixa de a cultuar / Cézanne lhe admira / já lhe encontramos;
e) nem por isso deixa de cultuá-lo / Cézanne a admira / já a encontramos.
18.
(FCC – TRT/SE (20R) – Analista Judiciário – 2011) Está correto o emprego do elemento sublinhado na frase:
a) Não deu certo o tal do método prático em cuja eficiência Paulo Honório chegou a acreditar.
b) Para o jornalista, a criação da língua literária requer uma técnica sofisticada em que nenhum
escritor pode abdicar.
c) Quando Paulo Honório leu os dois capítulos datilografados, sentiu neles um artificialismo
verbal de que jamais toleraria.
d) Se literatura fosse um arranjo de palavras difíceis, os dicionaristas fariam poemas de cujo
brilho ninguém superaria.
e) A linguagem com que Paulo Honório de fato aspirava era simples, direta, e não uma coleção
de figuras retóricas.
19.
(FCC – TRT/SE (20R) – Técnico Judiciário – 2011) “o cérebro é uma orquestra sinfônica em que
os instrumentos vão se modificando à medida que são tocados”.
A expressão pronominal em que, grifada acima, preenche corretamente a lacuna da frase:
a) As questões ...... se preocupam os cientistas dizem respeito às alterações cerebrais devidas
ao uso indiscriminado da internet.
b) É incalculável o número de informações, sobre os mais diversos temas, ...... o cérebro
humano é capaz de processar.
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c) As hipóteses aventadas, ...... se baseiam os especialistas, devem ainda ser comprovadas
por exames acurados.
d) As implicações causadas pela onipresença da internet, ...... está sujeito o cérebro humano,
são objeto de preocupação de cientistas.
e) As informações ...... dispõem os usuários da comunicação eletrônica são múltiplas, embora
sejam superficiais.
20.
(FCC – BB – Escriturário – 2011) O segmento grifado que está sendo substituído de modo
INCORRETO por um pronome, com as necessárias adaptações, é:
a) um recenseamento revelou a situação inédita = revelou-a;
b) milhares de pessoas trocavam as cidades do interior = trocavam-nas;
c) A tendência (...) definiu o Brasil do século XXI = lhe definiu;
d) era a que levava famílias inteiras do Nordeste = as levava;
e) que tem criado empregos = que os tem criado.
21.
(FCC – Infraero – Auditor – 2011) A substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente, com os necessários ajustes, foi realizada de modo INCORRETO em:
a) O tratamento que é dado aos temas = O tratamento que lhes é dado;
b) que circunscreve seus míticos personagens = que os circunscreve;
c) para começar a entender Guimarães Rosa = para começar a entendê-lo;
d) sua obra criou um âmbito próprio = sua obra criou-o;
e) Guimarães Rosa mantém seu estilo próprio = Guimarães Rosa lhe mantém.
22.
(FCC – TRE/AP – Analista Judiciário – 2011) Considere as afirmações que seguem.
I. A sequência na política, na religião, na ciência, na arte, na imprensa, na literatura, na filosofia, até na cozinha constitui elenco de profissões que tiveram de se associar ao domínio
da cultura para atingir a economia do estrelato.
II.Em A própria literatura consagra escritores no mercado internacional, os quais negociam
seus direitos por intermédio de agentes, segundo o sistema que prevalece nas indústrias
do espetáculo, a expressão em destaque foi obrigatoriamente empregada para evitar a
ambiguidade que ocorreria se, em seu lugar, fosse usado o pronome “que”.
III. Em A própria literatura consagra escritores no mercado internacional, os quais negociam
seus direitos por intermédio de agentes, segundo o sistema que prevalece nas indústrias
do espetáculo, o segmento destacado poderia ser substituído por “prevalecente”, sem
prejuízo do sentido e da correção originais.
O texto legitima:
a) I, somente;
d) I e III, somente;
b) II, somente;
e) I, II e III.
c) III, somente;
23.
(FCC – TRE/RN – Técnico Judiciário – 2011) A reconstrução de um segmento do texto, com um
diferente emprego pronominal, que mantém a correção e o sentido originais é:
a) o corvo, então, tentou virá-lo = O corvo, então, lhe tentou virar;
b) pegando-as uma a uma = pegando-lhes uma a uma;
c) não havia meio de alcançá-la = não havia como alcançar-lhe;
d) o jarro era pesado demais para ele = o jarro lhe era por demais pesado;
e) atirando-as dentro do jarro = atirando-lhes para dentro do jarro.
24.
(FCC – Nossa Caixa Desenvolvimento – Contador – 2011) Está adequado o emprego de ambos
os elementos sublinhados na frase:
a) A obsolescência e o anacronismo, atributos nos quais os americanos manifestam todo seu
desprezo, passaram a se enfeixar com a expressão dez de setembro.
b) O estado de psicose, ao qual imergiram tantos americanos, levou à adoção de medidas de
segurança em cuja radicalidade muitos recriminam.
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Capítulo 11 I Pronome 329
c) A sensação de que o 11/9 foi um prólogo de algo ao qual ninguém se arrisca a pronunciar
é um indício do pasmo no qual foram tomados tantos americanos.
d) Não é à descrença, sentimento com que nos sentimos invadidos depois de uma tragédia, é
na esperança que queremos nos apegar.
e) Fatos como os de 11/9, com que ninguém espera se deparar, são também lições terríveis,
de cujo significado não se deve esquecer.
25.
(Cesgranrio – Petrobras – Administrador Júnior – 2011) A colocação do pronome átono destacado está INCORRETA em:
a)Quando se tem dúvida, é necessário refletir mais a respeito.
b)Tudo se disse e nada ficou acordado.
c) Disse que, por vezes, temos equivocado-nos nesse assunto.
d) Alguém nos informará o valor do prêmio.
e) Não devemos preocupar-nos tanto com ela.
O prazer da escrita
Escrever bem nunca deve ser encarado como uma obrigação. Ao menos, por dois motivos –
imagino eu.
Em primeiro lugar, porque isso é uma necessidade da vida contemporânea.
Uma dissertação ruim num concurso público, um texto livre mal escrito numa seleção de
emprego ou uma confusa carta de reclamação ao Procon podem fazer toda a diferença quando
o que está em jogo é uma conquista de fato desejada por seu redator.
Em segundo lugar, porque é um prazer a ser cultivado.
Um texto descuidado não chega a ser atestado de toda uma formação educacional frágil. Mas
o é da forma como damos ênfase àquilo que fazemos (como diria Drummond: “Que triste! Que
triste são as coisas, consideradas sem ênfase.”). Na prática, não há garantia de que aprender
uma dada quantidade de técnicas de escrita nos faça escrever melhor. Escrever, como ler, só
será efetivamente um hábito qualificado se feito com prazer.
É ao esculpir um texto que se percebe o quanto é insuficiente decorar regras de português ou macetes rápidos de construção retórica. Certamente, um bom texto denuncia o quanto a sério levamos
o prazer de ler e escrever. O quanto a sério levamos tudo o que fazemos com efetiva entrega e delícia.
Haverá, evidentemente, coordenadas a serem seguidas por um texto conceitual e argumentativo. Mas toda redação deve ser pensada como um processo de descobertas, um modo de
articular o que se sabe para alcançar o que não necessariamente está dado desde o início.
Não se trata de padronizar o próprio texto, mas fazer aflorar o melhor de nosso raciocínio.
26.
(Cesgranrio – SEEC/RN – Professor de Língua Portuguesa – 2011) O termo em destaque funciona como um elemento de coesão referencial em relação ao termo entre colchetes em:
a) “Em primeiro lugar, porque isso é uma necessidade da vida contemporânea.” [obrigação]
b) “... quando o que está em jogo é uma conquista de fato desejada por seu redator.” [bom
texto]
c) “Mas o é da forma como damos ênfase àquilo que fazemos.” [atestado]
d) “O quanto a sério levamos tudo o que fazemos com efetiva entrega e delícia.” [regras de
português]
e) “Não se trata de padronizar o próprio texto, mas fazer aflorar o melhor do nosso raciocínio.”
[texto]
27.
(FDC – CREMERJ – Administrador – 2011) “As drogas medicinais ou ‘drogas da virtude’, prescritas pelos físicos, odontólogos e médicos homeopatas ou alopatas eram manipuladas por
boticários, que importavam remédios europeus e usavam produtos nativos em sua formulação.”
No texto há um conjunto de elementos que se prendem a termos anteriores a fim de produzir
coesão (ligações formais e semânticas) entre esses elementos. A indicação INCORRETA de um
desses termos é:
a) o pronome possessivo sua tem como referente “remédios europeus”;
b) o particípio prescritas refere-se às duas espécies de drogas mencionadas antes;
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