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ABRAGNOSE - ACADEMIA BRASILEIRA DE GNOSE
PODCAST ABRAGNOSE
Academia Brasileira de Gnose
Curitiba/PR e São Paulo/SP – Brasil – Ano LIV da Era de Aquário
Helen Sarto de Mello – Presidente da Academia Brasileira de Gnose
Karl Bunn – Presidente da Igreja Gnóstica do Brasil
Ricardo Bianca de Mello – Coordenador de Instrução
© Direitos autorais desta edição: Academia Brasileira de Gnose (ABRAGNOSE):
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A distribuição deste material é permitida desde que seja mantida a totalidade do material,
escrito ou áudio-visual, e seja expressamente mencionada a fonte (PODCAST
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ABRAGNOSE - ACADEMIA BRASILEIRA DE GNOSE
O QUE É ALQUIMIA?
17.03.2015
Por Karl Bunn
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Bem-vindos ao Podcast desta noite.
Perguntemo-nos: O QUE É ALQUIMIA?
Numa frase: “Alquimia é a Arte de Hermes” ou “arte hermética” que trata essencialmente
da “química da natureza” ou simplesmente da “ciência da natureza”.
Em Alquimia devemos entender “natureza” como a Prima Matéria ou a “matéria original”,
o “germe primevo”, o Iliaster de Paracelso, a semente original que contém em si o Khaos, as
Águas, os Minerais, as Plantas, as Pedras e as Gemas.
A tão famosa Grande Obra alquímica é realizada mediante a sábia manipulação do Iliaster
ou da natureza contida na semente original.
Portanto, Alquimia é a ciência que estuda e ensina a elaborar a Pedra Filosofal a partir
desse Iliaster; a Pedra Filosofal tem o poder de transmutar os metais em ouro, proporcionar
a cura de todas as enfermidades e produzir o “Elixir da Imortalidade”.
A Alquimia muitas vezes é denominada também de “Agricultura Celeste”, e seus
praticantes ou adeptos, de “agricultores ou lavradores”. Isso está a indicar, de forma bem
direta e clara, que a Alquimia não é nem pode ser “materialista-ateísta”; ela é cem por cento
teísta considerando-se que a Natureza, devidamente entendida em seu conceito alquímico,
é a própria divindade que se expressa sob infinitas formas e funções. Daí que a Alquimia
deve ser estudada ‘alquimicamente’ e não ‘quimicamente’, como uma ciência puramente
material, externa ou destituída disso que todos os alquimistas denominavam de ‘espírito’,
Júpiter, Sol, lua, essência, alma, etc.
Se a Alquimia fosse mera Química, todo seu Mistério seria revelado em laboratórios por
professores ou estudantes capacitados, e todos os segredos ocultos seriam meras idéias ou
fantasias criadas na mente de tolos. Mas a Alquimia é a ciência da Grande Obra, a arte
secreta de realizar transmutações metálicas.
Hermes a qualificava de Operação do Sol. Quem nunca estudou Alquimia pensa que ela
não passa de um amontoado de fantasias e sonhos de pessoas que tentaram fabricar ouro
material ou alcançar a imortalidade.
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O alquimista não busca nem tenta dissociar átomos, romper núcleos atômicos ou fazer
dissoluções comuns. Todas essas operações externas ou químicas não vivificam coisa
alguma; pelo contrário, matam ou exterminam a vida contida na Natureza. O verdadeiro
alquimista, como iremos demonstrar ao longo destas apresentações, trata de trabalhar com
sua prima matéria em seu vaso e em seu forno cumprindo com uma das leis alquímicas que
diz: “Um só vaso, uma só matéria, um só forno”. Portanto, para os Adeptos, a Alquimia é
Alta Ciência; para os químicos, anticiência.
Todo autêntico alquimista sabe que as manipulações alquímicas reduzem tudo à sua
essência, à sua semente, ao seu espírito. Os filósofos herméticos (outra expressão para
denominar os ‘alquimistas’) dizem: “Os químicos destroem, nós edificamos; eles queimam
com fogo, nós com a água; eles matam, nós ressuscitamos; eles lavam com água, nós com
fogo”. Ou como bem resume Paracelso, [a Alquimia é] “extrair a quintessência das coisas,
preparar os arcanos, as tinturas, os elixires e dar ao homem a saúde que perdeu”.
Entre a Alquimia e a divindade há uma relação muito forte, condição básica para o
progresso na Arte. É indispensável a perfeita união do conhecimento da primeira com o
estado de alma da segunda. O simples entendimento intelectual, desprovido de
espiritualidade e correção, é instrumento inútil na busca de um mistério tão sublime. "A
pedra filosofal, escreve Franz Hartmann, é o Cristo que está no homem; é o amor divino
substancializado. É a luz do mundo; a própria essência da qual foi criado o Universo".
Os maçons dizem que Deus é o Grande Arquiteto do Universo. Certamente os alquimistas
sabem que Deus é o Grande Alquimista do universo. Quando criou o homem à sua
imagem e semelhança, em cada ser humano o Grande Alquimista depositou o mais
completo laboratório alquímico que alguém poderia idealizar. Alguns autores afirmam que
a “a Alquimia é a ciência da metalurgia”. Mas a que metais se referem? Ao aço comum? Ao
cobre? Ao ferro? Ao ouro? Não é incorreto relacionar a Alquimia à ciência dos metais,
desde que se tenha consciência que os “metais alquímicos” são bem diferentes dos metais
retirados das minas.
Seja lá o que for que se esteja buscando ou fazendo referência, quando se fala de Alquimia
as palavras adquirem um sentido próprio e bem definido. A Pedra Filosofal, por exemplo, é
o germe primevo do qual se originam todos os metais alquímicos. Quando os alquimistas
escrevem que a Prima Matéria é abundante na Natureza mas difícil de ser manipulada
estão se referindo à semente original do mundo, a qual todo homem produz em seu corpo.
A dificuldade em todos os tempos sempre foi a de identificar corretamente o que é essa
Prima Matéria usada para as sublimações e destilações. “O Khaos dos sábios está diante dos
olhos de todos, mas poucos o conhecem” diziam os alquimistas medievais.
De fato, a Pedra Filosofal é a primeira matéria dos metais alquímicos; é o germe do qual se
formam os metais. Esse germe está unido à matéria universal (o Hyle grego), do qual todas
as coisas se originaram. Esse germe tem corpo, alma e espírito. Tem corpo porque é uma
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substância metálica. Tem alma porque é o germe dos elementos. Tem espírito porque sofre
influência dos astros e une a alma ao corpo.
Praticamente todos os alquimistas são unânimes em dizer que a Pedra dos Filósofos é
muito sagrada, que é a chave de todos os mistérios e que suas virtudes aumentam ao
infinito quando cozida e recozida convenientemente e sem cessar no forno alquímico.
Os sagrados princípios da Alquimia são:
1. A Unidade (Res Única)
2. O par de opostos (homem e mulher)
3. A trindade (ativo, passivo e neutro)
4. O Quaternário (fogo, ar, água e terra)
A Alquimia, ao fazer as transmutações e destilações dos elementos alquímicos, acelera de
forma extraordinária a mecânica evolutiva da natureza. Qualquer metal demanda milênios
ou milhões de anos para alcançar pureza e perfeição. É bem conhecido o dito alquímico de
que natura non facit saltus (a natureza não dá saltos). O mesmo ocorre com os metais
alquímicos presentes no corpo humano. Para acelerar seu avanço rumo à perfeição é
necessário empregar-se a sabedoria alquímica.
A alquimia é uma ciência que só deve ser praticada no Laboratorium Oratorium do
Amphitheatrum Sapientiae Aeternae. Esse laboratório é o próprio sanctum regnum.
Portanto, aqueles que crêem literalmente que os alquimistas de todos os tempos passaram
suas vidas enfurnados em fumarentos laboratórios exteriores tentando transformar
chumbo em ouro equivocam-se solenemente. A esses, nossa piedade e compaixão! Nunca
souberam entender o que é a Alquimia e seus reais propósitos; nunca souberam distinguir
os ‘alquimistas’ dos ‘sopradores’ ou dos charlatões.
Sem o conhecimento da identidade da Prima Matéria nada é possível. Aqueles que não
conseguem distinguir as diferenças entre o “mercúrio filosófico” e o “mercúrio comum”
extraído das minas terrestres, não estão aptos para a Grande Obra, nem saberão
obviamente preparar o ‘mercúrio filosofal’ para transformar os ‘metais alquímicos’ em
ouro (ouro que não vem das minas).
Encerramos este capítulo comentando que intencionalmente usamos aqui diversas
expressões comuns da Alquimia sem dar nenhuma explicação adicional com o justo
propósito de bem ilustrar como se pode jogar com as palavras, falar muito e de forma
sofisticada, mas sem dizer nada.
É normal os estudantes novatos se sentirem ludibriados diante de tanto palavrório quando
vão estudar as obras alquímicas sem as chaves do entendimento, sem o “Fio de Ariadne” da
compreensão hermética. Como prometemos desde o início, ao longo destas apresentações
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iremos desencriptar o essencial do código alquímico, passo a passo. Por enquanto ainda
estamos fundamentando a arte alquímica, para formar a base de nossos estudos e ao
mesmo tempo delimitar o tema que nos propusemos abordar.
Até aqui nossas palavras desta noite.
Voltaremos em 3 minutos para responder as perguntas e comentar as questões que nos
forem apresentadas sobre este tema.
Muito obrigado pela atenção e pela consideração.
PAZ INVERENCIAL
Karl Bunn
Presidente da Igreja Gnóstica do Brasil
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