3.1 Políticas de segurança do paciente como dimensão da

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INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA – IBRATI
SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATI
MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA
LEILA PEREIRA DE SOUZA
SEGURANÇA DO PACIENTE ACOMETIDO POR CONVULSÕES
JOÃO PESSOA/PB
2015
2
LEILA PEREIRA DE SOUZA
SEGURANÇA DO PACIENTE ACOMETIDO POR CONVULSÕES
Artigo apresentado à Coordenação do
Curso
de
Mestrado
Profissionalizante
em
Terapia Intensiva pelo Instituto Brasileiro de
Terapia Intensiva, para obtenção do título de
Mestre em Terapia Intensiva.
Orientador: Dr. Douglas Ferrari Carneiro
Co-orientadora: MS. Suzana Araújo de Macêdo.
JOÃO PESSOA/PB
2015
3
RESUMO
Segurança do paciente é um componente crítico de melhoria da qualidade do
cuidado em saúde, tornando indispensável ao paciente diante de episodio
convulsivo. Este estudo tem como objetivo, apresentar por meio de uma revisão na
literatura brasileira, o discurso sobre a segurança do paciente/cliente, enfocando na
assistência direcionada a ocorrência de crises convulsivas. Estudo de caráter
descritivo com abordagem qualitativa, através de artigos, livros e documentos de
organizações, entre janeiro de 2014 a fevereiro de 2015, tendo como critérios de
inclusão: disponibilidade dos textos na integra em suporte eletrônico e bibliotecas,
publicado em periódicos nacionais e redigido em português com delimitação
temporal de 2010 a 2015. Após o levantamento, procedeu-se a análise dos dados de
maneira cuidadosa. A pesquisa não ofereceu riscos à população, conforme
determina a Resolução n° 466/2012. Foi possível evidenciar que a implantação dos
protocolos de segurança do paciente e o Sistema de Manchester de Classificação
de Risco contribuem na profilaxia de ocorrência dos eventos adversos, possibilitando
a eliminação de confusão em relação algumas condutas exercidas pelos
profissionais de saúde. Conclui-se, que é indispensável que os profissionais de
saúde conheçam e aplique na assistência os protocolos, possibilitando o
estabelecimento de metas para melhoria contínua da qualidade na assistência.
Palavras-Chave: Segurança do paciente. Assistência. Convulsão.
4
ABSTRACT
Patient safety is a critical component of improving the quality of health care, making it
essential to the patient before convulsive episode. This study aims to present through
a review of the Brazilian literature, speaking about the safety of the patient / client,
focusing on targeted assistance the occurrence of convulsion. Descriptive study with
a qualitative approach, through articles, books and organizations documents, from
January 2014 to February 2015, with the inclusion criteria: availability of texts in full in
electronic media and libraries, published in national journals and written in
Portuguese with temporal delimitation 2010-2015. After the survey, we proceeded to
the analysis of data with great care. The survey did not offer risks to the population,
as required by Resolution No. 466/2012. The results showed that the implementation
of patient safety protocols and Manchester System Risk Rating contribute to the
occurrence of prophylaxis of adverse events, allowing to eliminate confusion
regarding certain behaviors practiced by health professionals. It follows that it is
essential that health professionals know and apply to the care protocols, enabling the
establishment of targets for continuous improvement of quality of care.
Keywords: Patient safety. Assistance. convulsion.
5
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................ 6
2 MÉTODO ............................................................................................................................................ 7
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO ............................................................................................................... 8
3.1 Políticas de segurança do paciente como dimensão da qualidade do cuidado em
Saúde ..................................................................................................................................................... 8
3.2 Segurança do paciente .............................................................................................................. 9
3.2.1 Identificar corretamente o paciente .................................................................................... 9
3.2.2 Melhorar a comunicação entre os profissionais de saúde ......................................... 10
3.2.3 Melhorar a segurança na prescrição, no uso e na administração de
medicamento. .................................................................................................................................... 11
3.2.4 Assegurar a cirurgia em local de intervenção, procedimento e paciente correto.12
3.2.5 Higienizar as mãos para evitar infecções ........................................................................ 12
3.2.6 Reduzir o risco de quedas e úlceras por pressão ......................................................... 13
3.3. Estabilização do paciente na emergência ......................................................................... 13
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 17
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 18
6
1 APRESENTAÇÃO
O cuidado em saúde é um elemento determinante para assegurar a redução e
o controle dos riscos e requer dos profissionais a preocupação com a qualidade na
assistência, com a finalidade de assegurar o contentamento de todos que estão
envolvidos no cuidar.
A segurança do paciente é um componente crítico de melhoria da qualidade
do cuidado de saúde em todo o mundo, visto que constitui globalmente um grave
problema de saúde pública. Estimativas de países desenvolvidos indicam que pelo
menos um em cada dez pacientes que recebem cuidados assistenciais hospitalares
sofre danos ou lesões decorrentes dos mesmos, denominados eventos adversos
(REIS, 2013).
Ao refletir sobre a segurança do paciente e a assistência nos serviços de
urgências, foi evidenciado a importância deste estudo abordando as convulsões por
apresentarem sinais de mau funcionamento no sistema neurológico que resultam da
descarga neuronal excessiva e não sincronizada, podendo ocorrer de maneira sutil
ou súbita, dependendo da gravidade da lesão, podendo também ser agudas,
recorrentes ou crônicas (TAMEZ, 2013).
Diante deste contexto foi despertado o desejo de compreender através da
literatura uma abordagem geral sobre a segurança do paciente/cliente acometido por
convulsões,
que
tanto
requer
ponderação
imprescindível
para
identificar
precocemente a ocorrência de eventos que afetam a segurança, reduzir o dano e
evitar riscos futuros na assistência intensivista.
Tendo em vista a preocupação pelo cuidar seguro, procedendo às políticas e
intervenções que aumentem a segurança e a qualidade dos serviços de saúde, este
artigo tem como objetivo apresentar, por meio de uma revisão na literatura brasileira,
o discurso sobre a segurança do paciente/cliente, enfocando na assistência
direcionada a ocorrência de crises convulsivas, oferecendo aos profissionais de
saúde, bem como aos familiares e aos pacientes/clientes informações capazes de
gerar reflexões e ações transformadoras, tornando tal cuidado o mais livre possível
de danos, colaborando para a manutenção de uma assistência de qualidade, segura
e adequada.
7
2 MÉTODO
Este é um estudo de revisão sistemática da literatura brasileira de caráter
descritivo
com
abordagem
qualitativa,
buscando
expor
as
características
concernentes às políticas e intervenções de segurança do paciente em convulsão,
através de produção científica indexada nas seguintes bases eletrônicas de dados:
SciELO Brasil - (Scientific Electronic Library Online); LILACS (Centro LatinoAmericano de Informação em Saúde) e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde. Foram
incluídas também na revisão as referências de artigos capturados pela busca
eletrônica, livros e documentos de organizações, obtidos em sítios da internet. O
período de busca procedeu-se entre janeiro de 2014 a fevereiro de 2015.
Selecionamos referências que buscassem alcançar os objetivos da pesquisa, tendo
como critérios de inclusão: disponibilidade do texto na integra em suporte eletrônico
e bibliotecas, publicado em periódicos nacionais e redigido em português.
Determinamos, então, a delimitação temporal de 2010 a 2015. Os critérios de
exclusão foram: referências cujo objeto não apresentava especificidade com o tema
e a problemática do estudo.
Após o levantamento, procedeu-se a análise dos dados, todos os artigos,
documentos e capítulos de livros selecionados, foram lidos na íntegra, de maneira
cuidadosa, uma vez que a amostra assume papel de indicador de uma pesquisa na
busca de entendimento dos benefícios dos pacientes em situação de emergência.
Portanto, por se tratar de revisão de literatura e não oferecer riscos, não foi
necessário submeter o projeto à avaliação de Comitê de Ética em Pesquisa com
Seres Humanos, conforme determina a Resolução n. 466/2012 do Ministério da
Saúde.
8
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO
A análise do material bibliográfico direcionou a organização do artigo por
temas e tomou as definições, as metodologias e os achados descritos nos livros,
manuais e artigos lidos integralmente por um dos autores deste estudo como
aspectos importantes a serem avaliados na revisão.
3.1 Políticas de segurança do paciente como dimensão da qualidade do
cuidado em Saúde
Foi instituída no Brasil pelo Ministério da Saúde (MS) a portaria nº 529, de 1º
de abril de 2013 que Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente
(PNSP), expressando o comprometimento governamental contribuindo para a
qualificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do
território nacional, e promovendo maior segurança para pacientes, profissionais de
saúde e ambiente de assistência à saúde.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) vem acrescentando o
tema “Segurança do Paciente” de modo sistemático desde sua criação, cooperando
com a missão da vigilância sanitária de proteger a saúde da população e intervir nos
riscos advindos do uso de produtos e dos serviços a ela sujeitos, por meio de
práticas de vigilância, controle, regulação e monitoramento sobre os serviços de
saúde e o uso das tecnologias disponíveis para o cuidado (BRASIL, 2014).
Entre as regulamentações criadas pela ANVISA relacionadas à segurança do
paciente, merece destaque a publicação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC)
nº 36, de 25 de julho de 2013, que institui ações para a segurança do paciente em
serviços de saúde. Ainda em 2013, foi publicado a RDC nº 53, de 14 de novembro
de 2013, que alterou o artigo 12 da RDC nº 36/2013, prorrogando os prazos para a
estruturação dos Núcleos de Segurança do Paciente (NSP), elaboração do Plano de
Segurança do Paciente em Serviços de Saúde (PSP) e notificação mensal dos
eventos adversos (EAs).
O desenvolvimento de estratégias para a segurança do paciente no Brasil
depende do conhecimento e do cumprimento do conjunto de normas e regulamentos
que regem o funcionamento dos estabelecimentos de Saúde, condição básica para
9
que estes estabelecimentos possam dar novos passos, como a elaboração de
planos locais de qualidade e segurança do paciente, com ações monitoradas por
indicadores, gerido por uma instância responsável e de uma política de estímulo à
utilização rotineira de protocolos e diretrizes clínicas (BRASIL, 2014).
3.2 Segurança do paciente
A segurança é o primeiro domínio da qualidade na assistência à saúde,
atualmente a temática relacionada à segurança do paciente vem sendo discutida
nos
âmbitos
internacional
e
nacional
por
profissionais,
organizações
governamentais, órgãos acreditadores ou representantes de entidades vinculadas à
saúde.
A portaria nº 1.377, de 9 de julho de 2013 aprova os protocolos de segurança
do paciente (protocolos de cirurgia segura; prática de higiene das mãos e ulcera por
pressão) e a portaria nº 2.095, de 24 de setembro de 2013 aprova os protocolos
básicos de segurança do paciente (o protocolo de prevenção de quedas; o protocolo
de identificação do paciente e o protocolo de segurança na prescrição e de uso e
administração de medicamentos), visando instituir as ações para segurança do
paciente em serviços de saúde e a melhoria da qualidade em caráter nacional e
deve ser utilizado em todas as unidades de saúde do Brasil.
3.2.1 Identificar corretamente o paciente
O protocolo de identificação do paciente tem por finalidade garantir a correta
identificação do paciente, a fim de reduzir a ocorrência de incidentes. O processo de
identificação do paciente deve assegurar que o cuidado seja prestado à pessoa para
a qual se destina. As intervenções inclui usar pelo menos dois identificadores em
pulseira branca padronizada, colocada num membro do paciente para que seja
conferido antes do cuidado, é necessário que sejam explicados os propósitos dos
dois identificadores da pulseira, confirmar a identificação antes do cuidado com
orientação da administração de medicamentos, do sangue e de hemoderivados, da
coleta de material para exame, da entrega da dieta e da realização de
procedimentos invasivos (BRASIL, 2013. B).
10
Para a identificação do paciente é importante à adequação do conteúdo
necessário, como o tamanho das etiquetas utilizadas, bem como o estabelecimento
de normas para o registro de nome, abreviação desses, quando necessário, as
situações envolvendo pessoas homônimas e a presença de gemelaridade, entre
outras (QUADRADO; TRONCHIN, 2012).
No que tange à questão segurança do paciente, a primeira prioridade é
identificar corretamente o paciente, processo este que envolve fatores referentes ao
estado clínico, à adequação do material para as medidas antropométricas, à
conferência do quantitativo de meios de identificação pelos profissionais de saúde,
assim como à colaboração dos familiares e/ou acompanhantes, sendo uma das
atribuições e responsabilidade da enfermagem à identificação do paciente por atuar
diretamente na assistência, mas, deveria ser entendida como uma atividade
multidisciplinar.
Um estudo realizado recentemente por Quadrado e Tronchin (2012),
identificou que a causa mais comum de erro na identificação relacionou-se à
semelhança existente entre os nomes ou números de registros hospitalares,
podendo decorrer do material empregado na etiqueta para a confecção da pulseira
ou da tinta de impressão.
3.2.2 Melhorar a comunicação entre os profissionais de saúde
O papel da enfermagem torna-se evidente, pois o paciente será submetido a
vários procedimentos, dos quais geram situações de desconforto e ansiedade. Desta
forma, a inter-relação enfermeiro e paciente é necessária, pois o profissional de
saúde, além da competência técnica e do saber científico, deve ser capaz de
dialogar, escutar, tocar e ficar com o paciente apoiando-o (PERRANDO et al, 2011).
A falha de comunicação entre médicos assistentes e rotineiros pode aumentar
a mortalidade dos pacientes, principalmente devido ao atraso no início de
antibióticos, ao atraso no início do desmame da ventilação mecânica e a não
prescrição médica de profilaxia para trombose venosa profunda (TEIXEIRA et al,
2010).
Os problemas de comunicação ocorrem mesmo em ambientes fechados,
principalmente quando são avaliados momentos de: passagem de plantão,
apresentação de casos e impressões clínicas fornecidas por residentes e
11
consultorias médicas fornecidas por outras especialidades médicas (TEIXEIRA et al,
2010).
Considerando-se que os profissionais de saúde tem uma expressiva
influência no processo de desenvolvimento da qualidade de vida individual e
coletiva, contribuindo para que indivíduos adotem comportamentos saudáveis, é
necessário que também sejam oferecidas condições dignas no desenvolvimento de
suas funções, o que pressupõe boas condições de trabalho, seja de ambiência física
e/ou social, seja de autonomia e respeito.
3.2.3 Melhorar a segurança na prescrição, no uso e na administração de
medicamento.
O protocolo de segurança na prescrição, uso e administração de
medicamentos foi implantado, tendo em vista, os eventos adversos no processo de
assistência à saúde, devendo ser aplicado em todos os estabelecimentos que
prestam cuidados à saúde, em todos os níveis de complexidade, em que
medicamentos sejam utilizados para profilaxia, exames diagnósticos, tratamento e
medidas paliativas (BRASIL, 2013. B).
A verificação para a prescrição segura de medicamentos de vê seguir
corretamente a identificação do paciente, do prescritor na prescrição, da instituição
na prescrição, da data de prescrição, legibilidade, recomenda-se que os
medicamentos sejam prescritos sem o uso de abreviaturas, caso seja indispensável
em meio hospitalar, a instituição deve elaborar, formalizar e divulgar uma lista de
abreviaturas padronizadas; denominação dos medicamentos comum brasileira e em
sua ausência a denominação comum internacional; prescrição de medicamentos
com nomes semelhantes devem ser prescritos com destaque na escrita da parte do
nome que os diferencia; o sistema métrico deverá ser adotado para expressar as
doses desejadas (BRASIL, 2013. B).
Para o adequado cumprimento da prescrição, todas as informações deverão
estar claras e completas, em cada item prescrito. Recomenda-se que os
medicamentos devam ser prescritos conforme estrutura a seguir: Nome do
medicamento + concentração + forma farmacêutica + dose + posologia + via de
administração + orientações de uso (BRASIL, 2013. B).
12
3.2.4 Assegurar a cirurgia em local de intervenção, procedimento e paciente
correto.
A finalidade do protocolo para cirurgia segura é determinar as medidas a
serem implantadas para reduzir a ocorrência de incidentes e eventos adversos e a
mortalidade cirúrgica, possibilitando o aumento da segurança na realização de
procedimentos cirúrgicos, no local correto e no paciente correto, por meio do uso da
Lista de Verificação de Cirurgia Segura desenvolvida pela Organização Mundial da
Saúde – OMS que divide a cirurgia em três fases: antes da indução anestésica;
antes da incisão cirúrgica; e antes do paciente sair da sala de cirurgia. Uma única
pessoa deverá ser responsável por conduzir a checagem dos itens (BRASIL, 2013.
A).
O protocolo para Cirurgia Segura deverá ser aplicado em todos os locais dos
estabelecimentos de saúde em que sejam realizados procedimentos, quer
terapêuticos, quer diagnósticos, que impliquem em incisão no corpo humano ou em
introdução de equipamentos endoscópios, dentro ou fora de centro cirúrgico, por
qualquer profissional de saúde (BRASIL, 2013. A).
Os fatores que concorrem para que um procedimento cirúrgico seja realizado
de forma segura envolve os profissionais capacitados, ambiente, equipamentos e
materiais adequados para a realização do procedimento, conformidade com a
legislação vigente, entre outros.
3.2.5 Higienizar as mãos para evitar infecções
O protocolo para a prática de higiene das mãos em serviços de saúde tem por
finalidade, instituir e promover a higiene das mãos nos serviços de saúde do país
com o intuito de prevenir e controlar as infecções relacionadas à assistência à saúde
(iras), visando à segurança do paciente, dos profissionais de saúde e de todos
aqueles envolvidos nos cuidados aos pacientes (BRASIL, 2013. A).
Os eventos adversos em pacientes são objeto de interesse crescente e um
dos meios de prevenção é o trabalho dos profissionais de saúde que envolve um
conjunto de ações que visam evitar os mesmos.
Para o combate à transmissão de doenças e a redução do risco de infecção a
segurança do paciente depende diretamente das ferramentas de trabalho dos
13
profissionais de saúde a realização frequente e correta prática de a higienização das
mãos, sendo a higienização das mãos uma medida simples que deve ser
amplamente utilizada pelos profissionais da saúde, diminuindo os riscos ao paciente
e os custos globais relacionados à assistência à saúde, resultando em um maior
nível de segurança ao paciente (SILVA et al, 2013).
3.2.6 Reduzir o risco de quedas e úlceras por pressão
O protocolo prevenção de quedas tem por finalidade reduzir a ocorrência de
queda de pacientes nos pontos de assistência e o dano dela decorrente, por meio da
implantação e implementação de medidas que contemplem a avaliação de risco do
paciente, garantam o cuidado multiprofissional em um ambiente seguro, e
promovam a educação do paciente, familiares e profissionais. As recomendações
deste protocolo aplicam-se aos hospitais e incluem todos os pacientes que recebem
cuidado nestes estabelecimentos, abrangendo o período total de permanência
(BRASIL, 2013. B).
Já o protocolo para prevenção de úlcera por pressão tem por finalidade
Promover a prevenção da ocorrência de úlcera por pressão (UPP) e outras lesões
da pele, por ser as consequências mais comuns, resultante de longa permanência
em hospitais (BRASIL, 2013. A).
3.3. Estabilização do paciente na emergência
Nas urgências e emergências são frequentes os casos de convulsão, a
tomada de decisões é parte importante da prática médica e de enfermagem. A
avaliação clínica sólida de um paciente requer tanto raciocínio como intuição e
ambos devem estar baseados em conhecimentos e aptidões profissionais (JONES;
MARSDEN; WINDLE, 2010).
O grupo brasileiro de classificação de risco criou um fluxograma, descrito a
seguir, para priorizar rapidamente pacientes que estão convulsionando ou que
estiverem em crise (JONES; MARSDEN; WINDLE, 2010).
14
CONVULSÕES
Obstrução de vias aéreas
Respiração inadequada
Choque
Criança não reativa
Convulsionando
SIM
Vermelho
Hipoglicemia
NÃO
Alteração súbita da consciência
Déficit neurológico agudo
Sinais de meningismo
História overdose ou envenenamento
Erupção cutânea fixa
Púrpura
Criança quente
Adulto muito quente
NÃO
SIM
Laranja
Limite de
risco
História de trauma cranioencefálico
História discordante
Déficit neurológico novo
Adulto quente
História de convulsão
SIM
Amarelo
NÃO
Febril
Cefaleia
Dor leve recente
Evento recente
NÃO
Azul
SIM
Verde
SISTEMA MANCHESTER DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
15
Triagem ou classificação de risco é uma ferramenta de controle clínico de
risco, empregada nos serviços de saúde, ao dar entrada em um serviço de urgência,
o paciente é classificado recebendo uma prioridade que determina o tempo alvo
para o primeiro atendimento médico, efetuando a construção de fluxos quando a
necessidade clínica excede a oferta.
O maior risco de recorrência após uma convulsão não provocada ocorre
durante o primeiro ano em aproximadamente 40% dos casos, enquanto que depois
do primeiro ano livre de convulsões essa taxa cai drasticamente (BOWDEN;
GREENBERG, 2013).
Uma das prioridades em emergências é a estabilização do paciente com
convulsão atentando para a função cardiorrespiratória (vias aéreas, respiração,
circulação) e para as possíveis complicações da convulsão ou da sua terapêutica,
como hipotensão, arritmias e depressão respiratória. Entre as medidas a serem
tomadas estão verificar a permeabilidade das vias aéreas e fornecer oxigênio por
cateter nasal ou máscara; avaliar a necessidade de intubação; posicionar a criança
para evitar aspiração; instalar monitor cardíaco para identificar arritmias; controlar
saturação de oxigênio; verificar glicemia capilar; verificar os sinais vitais; e
administrar medicamentos (PORTELA; PIVA, 2011).
Intervenções de enfermagem diante de uma acometida por convulsão:
Colocar o paciente em decúbito lateral para facilitar a drenagem da saliva; observar
e registrar os sinais e sintomas na crise convulsiva; aspirar às secreções da
cavidade oral; afastar objetos possíveis de machucar; higienizar o paciente se
ocorrer liberação de esfíncter; proteger a cabeça, colocando se necessário,
travesseiro na cabeceira (NOBREGA; NOBREGA; SILVA, 2011).
Os fármacos para atingir seu sítio de ação precisa atravessar uma serie de
membranas e igual processo deve ocorrer para que seja eliminado. As principais
vias de administração de fármacos são: oral, intravenosa, intramuscular, subcutânea
e retal, sendo que cada uma possui características peculiares que influenciam,
principalmente, na absorção dos medicamentos (OLIVEIRA JÚNIOR, 2012).
Decorreu nos últimos anos uma serie de avanços para tratamento das crises
convulsivas e os benzodiazepínicos são os medicamentos de primeira linha e,
dependendo da disponibilidade e experiência, são usados diazepam, midazolam ou
lorazepam. Não havendo acesso intravenoso disponível, há possibilidade de
administração dos benzodiazepínicos por via IM, bucal ou nasal pode ser a
16
alternativa, no tratamento de convulsões em emergência, devido à facilidade de
administração e rapidez de ação (PORTELA; PIVA, 2011).
TAMEZ (2013) relata que o fenobarbital e a fenitoína são as medicações
utilizadas com mais frequência no tratamento da convulsão nos neonatos. Afirma
também que alguns fatores etiológicos da convulsão, como alterações metabólicas
que podem ser prevenidas por meio de observação cuidadosa, sendo possível o
pré-tratamento das possíveis causas maternas que podem predispor o neonato a
convulsão no período neonatal.
A avaliação inicial e a verificação da historia para uma primeira crise
convulsiva não provocada são fundamentais para determinação do funcionamento
basal e para a seleção da modalidade diagnóstica. Na maioria dos casos, o que
desencadeia o episódio convulsivo é a falta de adesão ao tratamento da medicação
anticonvulsivante (BOWDEN; GREENBERG, 2013).
17
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nos últimos anos ocorreu um grande avanço no que se refere à segurança do
paciente e o tratamento das crises convulsivas, o conhecimento dos eventos
adversos e das complicações é fundamental para o manejo adequado do paciente.
A implantação dos protocolos ajuda a prevenir a ocorrência de eventos adversos,
pois elimina a confusão em relação algumas condutas exercidas pelos profissionais
de saúde facilitando a comunicação entre os membros da equipe e os
procedimentos realizados com foco na profilaxia de erros e eventos adversos
relacionados à assistência em saúde.
O presente estudo evidenciou a complexidade que envolve a segurança dos
pacientes em situação de crise convulsiva e, também, permitiu identificar o
fluxograma do Sistema de Manchester de classificação de risco para priorizar
rapidamente os pacientes que estão convulsionando ou que esteve em crise,
situação que ocorre com frequência nos serviços de urgência.
Nesse sentido, traz indicativo para que os profissionais de saúde conheçam e
aplique na assistência os protocolos de segurança do paciente, cabe destacar que a
segurança é uma das principais maneiras universal de qualidade do cuidado de
saúde.
Ao concluir essa investigação, ratifica-se a magnitude que envolve as
dimensões da qualidade e segurança em saúde, porém, são necessários outros
estudos para condução adequada da temática e considerar as medidas avaliativas
nos serviços de saúde, possibilitando o estabelecimento de metas para melhoria
contínua da qualidade na assistência.
18
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