DOR TORÁCICA - ANGINA APÓS INFARTO VERSUS

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TEMAS LIVRES DO 51º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA
9º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO – 1º CONGRESSO DE DOR DA BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA
A
DOR TORÁCICA - ANGINA APÓS INFARTO VERSUS COLECISTITE LITIÁSICA. RELATO DE CASO
Ana V S Moll , Jorge R Moll, Daniel F Mendes, Paulo A Germano F*
CET do Serviço de Anestesiologia do Hospital Geral de Bonsucesso - Rio de Janeiro
Rua Senador Vergueiro, 167/401 - CEP 22230-000 - Rio de Janeiro - RJ
Introdução - O diagnóstico diferencial entre a dor torácica provocada pela isquemia miocárdica e a de causa não cardíaca é um
grande desafio para a medicina. O erro diagnóstico com a instituição de tratamento inapropriado pode causar sérios danos ao
paciente. Relato do Caso - Paciente do sexo masculino, 75 anos, admitido na UTI com infarto agudo do miocárdio de parede inferior, cujo estudo hemodinâmico evidenciou 50% de lesão distal da coronária esquerda e 100% de oclusão proximal coronária
direita. Foi realizada angioplastia na lesão da coronária direita e indicada revascularização para correção da lesão de tronco.
Após o procedimento o paciente manteve dor que cedia com o uso de nitroglicerina venosa. No pré-operatório apresentou febre,
leucocitose e condensação em base do hemitórax direito. A cirurgia foi adiada e iniciada ciprofloxacina, melhorando o quadro
clínico e a imagem radiológica. Foi tentada a substituição da nitroglicerina venosa pelo dinitrato de isossorbida oral, mas a dor
era acentuada. Dez dias após o início do antibiótico, a queixa álgica se agravou, dificultando a sua localização e caracterização.
Houve importante queda do estado geral e o exame físico revelava defesa à palpação do andar superior do abdômen. A ultra-sonografia abdominal mostrou distensão e espessamento de parede da vesícula biliar, bile espessa e imagens compatíveis com
micro cálculos. Indicada a laparotomia exploradora o paciente foi monitorizando com cateter de Swan-Ganz e teve mantida a nitroglicerina venosa na dose de 15 mg.min-1 . Durante o ato anestésico cirúrgico apresentou vários episódios de bloqueio de ramo
esquerdo que melhoravam com a titulação da nitroglicerina venosa. Foi diagnosticada colecistite aguda com necrose de parede
e fístula colecistocolonica. A evolução do paciente foi satisfatória tendo tido alta da UTI com 10 dias de pós-operatório e foi submetido à cirurgia cardíaca 35 dias após a laparotomia exploradora, com alta hospitalar uma semana após. Discussão - As doenças gastrintestinais, como a colecistite, podem apresentar como sinal, dor torácica. A trinitroglicerina alivia a dor pelo relaxamento da musculatura lisa do esfíncter de Oddi. A validação das premissas diagnósticas, a anamnese continuada e o exame clínico são ferramentas importantes na confirmação do diagnóstico diferencial das dores torácicas. Referências - 01. Zvara AD Perioperative myocardical ischemia. Sem Cardioth Anesth, 2001;5,166-183.
B
USINAS CONCENTRADORAS DE OXIGÊNIO - ONZE ANOS DE ECONOMIA
Jorge R Moll*, Armin Guttman, Ana V S Moll, Luis E P Silva
CET do Serviço de Anestesiologia do Hospital Geral de Bonsucesso
Rua Senador Vergueiro 167 aptº 401 - CEP 22230-000 - Rio de Janeiro - RJ
Justificativa e Objetivos - As dificuldades de transporte por condições climáticas ou ausência de estradas bem como a inexistência de plantas criogênicas difundiram a instalação de Usinas Concentradoras de Oxigênio (PSA) em diversos países. A alta
margem de lucro das distribuidoras de oxigênio no Brasil incentivou a instalação de PSA no sistema centralizado de distribuição
hospitalar, como fonte primária de fornecimento. O objetivo deste trabalho é comparar o custo do oxigênio criogênico em um
hospital de grande porte com o do oxigênio produzido por PSA (O2 93), utilizando os dados colhidos em onze anos de funcionamento de uma usina. Método - Após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital, os autores levantaram nas notas
fiscais, o custo pago e o volume fornecido de oxigênio criogênico (O2 ) durante o ano anterior à instalação de PSA no hospital.
Considerando-se que a composição do custo mensal do O 2 93 obtém-se pela soma dos custos do contrato de manutenção da
PSA, do gasto com o back-up de O 2 e da energia elétrica, utilizada, foram anotadas, também das notas fiscais, os seus custos e
volume de gás produzido, mês a mês, durante os onze anos subseqüentes à instalação de PSAno hospital. Os valores monetários estão expressos em dólares convertido pelo cambio médio do mês do pagamento. Foram obtidas e comparadas às médias de
gastos mensais, médias dos gastos anuais e os preços médios dos metros cúbicos do O 2 e do O 2 93 e avaliados estatisticamente, tendo sido considerados estatisticamente significativos p < 0,05. Resultados - O gasto médio mensal do O2 foi de U$
98.104,83 (SD 52.287,42), o gasto anual U$ 1.177.257,96 e o preço médio do m3 foi U$ 10,26 (SD - 2,65). O gasto médio mensal
do O 2 93 foi de U$ 22.432,61 (SD 6.782,57), a média dos gastos anuais U$ 269.191,34 e o preço médio do m3 foi U$ 1,52 (SD 0,48). A análise demonstrou diferença estatisticamente significativa entre os valores, tendo sido menores todos os relativos ao
O 2 93. A economia acumulada no período, levando-se em consideração os valores médios pagos pelo O 2 93 e o anteriormente
praticado para o O 2 foi de U$ 21.492.303,74. Conclusões - O custo pago pelo O 2 93 é menor do que o do O 2 , tendo gerado importante economia para o hospital. Referências - 01. Dobson MB - Oxygen concentrators offer cost savings for developing countries.
A study based on Papua New Guinea. Anaesthesia, 1991;46:217-219.
CBA 276
Revista Brasileira de Anestesiologia
Vol. 54, Supl. Nº 33, Novembro, 2004
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