O trabalho da cena (em volta de Harold Pinter) Por Jorge Silva Melo (Artistas Unidos) Jorge Silva Melo e os Artistas Unidos ensaiam algumas cenas do Teatro de Harold Pinter. Devagarinho, com o texto na mão, com as hesitações de quem começa, com o saber de quem já fez mais textos do autor ou, pelo contrário, de quem nunca fez. Vezes sem conta, até a cena surgir – ou ficar em suspenso. O trabalho do ensaio é um trabalho lento e errático para que é preciso pouca coisa; umas cadeiras, uma garrafa de água, actores. Como é que o teatro se faz a partir das linhas do texto? Uma introdução ao teatro: e o mundo de um autor. 24 de Maio Língua de Montanha: o poder da linguagem Língua de Montanha de Harold Pinter é uma peça de 1998. Voltamos a encontrar a ameaça, o interrogatório, os limites da linguagem, o poder, o mal-estar, numa situação agora claramente política: trata-se aqui da anulação de uma língua, da sua interdição, do silêncio imposto pelo genocídio. O Pinter final – que passa do quarto de hotel ao calabouço de prisão e aborda a tortura – é diferente do Pinter do início? O que ficou dos sicários que vimos perseguir o angustiado homem do pós-guerra? Quem manda? E como é que linguagem executa o seu poder? Que novos silêncios nos são propostos aqui? O final do percurso exemplar de um dos autores maiores do século XX. “Não sei descrever nenhuma das minhas peças, só sei dizer: foi assim que aconteceu, foi assim que se passou”, disse Pinter sobre as suas personagens e a sua escrita. Análise do texto, ensaios, análise de cenas com os actores Isabel Muñoz Cardoso, Sylvie Rocha, Ivo Canelas, Paulo Pinto, António Simão, António Filipe e João Miguel Rodrigues. de realização, encenador e actor teatral (com Luís Miguel Cintra e Jean Jourdheuil), estagiário na Schaubühne – com Peter Stein – e no Piccolo Teatro / Scala de Milão – com Giorgio Strehler –, argumentista, professor, tradutor, ensaísta, cronista, autor de vários textos teatrais, realizador de cinema. Dirige desde 1996 os Artistas Unidos. Jorge Silva Melo nasceu em Lisboa, em 1948. Diploma da London Film School. Crítico de cinema e teatro, assistente O Teatro de Harold Pinter está editado em dois volumes na Relógio d’Água. Harold Pinter nasceu em 1930. Escreveu a sua primeira peça em 1957, O Quarto. Autor fundamental do teatro contemporâneo, encenou e representou em algumas das suas mais de trinta peças, traduzidas e encenadas por todo o mundo. Escreveu também para rádio, televisão e cinema, onde é difícil esquecer a colaboração com Joseph Losey. Os Artistas Unidos dedicaram à obra de Harold Pinter as temporadas de 2001/2/3, tendo estreado O Serviço, O Amante, Um Para o Caminho, Traições, Há Tanto Tempo, A Colecção, O Encarregado, Victoria Station, Cinza às Cinzas (com a Assédio), Câmara Ardente (com Graça Corrêa), Nova Ordem Mundial. Em 2005 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Literatura. às quartas-feiras · 3, 10, 17 e 24 de maio de 2006 · 18h30 · pequeno auditório Edifício Sede da Caixa Geral de Depósitos, Rua Arco do Cego,1000-300 Lisboa Informações: 21 790 51 55 • [email protected] • www.culturgest.pt O trabalho da cena (em volta de Harold Pinter) Por Jorge Silva Melo (Artistas Unidos) Jorge Silva Melo e os Artistas Unidos ensaiam algumas cenas do Teatro de Harold Pinter. Devagarinho, com o texto na mão, com as hesitações de quem começa, com o saber de quem já fez mais textos do autor ou, pelo contrário, de quem nunca fez. Vezes sem conta, até a cena surgir – ou ficar em suspenso. O trabalho do ensaio é um trabalho lento e errático para que é preciso pouca coisa; umas cadeiras, uma garrafa de água, actores. Como é que o teatro se faz a partir das linhas do texto? Uma introdução ao teatro: e o mundo de um autor. 24 de Maio Língua de Montanha: o poder da linguagem Língua de Montanha de Harold Pinter é uma peça de 1998. Voltamos a encontrar a ameaça, o interrogatório, os limites da linguagem, o poder, o mal-estar, numa situação agora claramente política: trata-se aqui da anulação de uma língua, da sua interdição, do silêncio imposto pelo genocídio. O Pinter final – que passa do quarto de hotel ao calabouço de prisão e aborda a tortura – é diferente do Pinter do início? O que ficou dos sicários que vimos perseguir o angustiado homem do pós-guerra? Quem manda? E como é que linguagem executa o seu poder? Que novos silêncios nos são propostos aqui? O final do percurso exemplar de um dos autores maiores do século XX. “Não sei descrever nenhuma das minhas peças, só sei dizer: foi assim que aconteceu, foi assim que se passou”, disse Pinter sobre as suas personagens e a sua escrita. Análise do texto, ensaios, análise de cenas com os actores Isabel Muñoz Cardoso, Sylvie Rocha, Ivo Canelas, Paulo Pinto, António Simão, António Filipe e João Miguel Rodrigues. Jorge Silva Melo nasceu em Lisboa, em 1948. Diploma da London Film School. Crítico de cinema e teatro, assistente de realização, encenador e actor teatral (com Luís Miguel Cintra e Jean Jourdheuil), estagiário na Schaubühne – com Peter Stein – e no Piccolo Teatro / Scala de Milão – com Giorgio Strehler –, argumentista, professor, tradutor, ensaísta, cronista, autor de vários textos teatrais, realizador de cinema. Dirige desde 1996 os Artistas Unidos. Harold Pinter nasceu em 1930. Escreveu a sua primeira peça em 1957, O Quarto. Autor fundamental do teatro contemporâneo, encenou e representou em algumas das suas mais de trinta peças, traduzidas e encenadas por todo o mundo. Escreveu também para rádio, televisão e cinema, onde é difícil esquecer a colaboração com Joseph Losey. Os Artistas Unidos dedicaram à obra de Harold Pinter as temporadas de 2001/2/3, tendo estreado O Serviço, O Amante, Um Para o Caminho, Traições, Há Tanto Tempo, A Colecção, O Encarregado, Victoria Station, Cinza às Cinzas (com a Assédio), Câmara Ardente (com Graça Corrêa), Nova Ordem Mundial. Em 2005 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Literatura. O Teatro de Harold Pinter está editado em dois volumes na Relógio d’Água. às quartas-feiras · 3, 10, 17 e 24 de maio de 2006 · 18h30 · pequeno auditório Edifício Sede da Caixa Geral de Depósitos, Rua Arco do Cego,1000-300 Lisboa Informações: 21 790 51 55 • [email protected] • www.culturgest.pt