1 MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE DO

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Anais do IX Seminário de Iniciação Científica, VI Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação
e Semana Nacional de Ciência e Tecnologia
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
19 a 21 de outubro de 2011
MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE
DO MORRO DO MACACO, MUNICÍPIO DE IPORÁ, GOIÁS, BRASIL:
INVENTÁRIO PRELIMINAR
Janaína Ferreira Cunha (UEG/UnU Iporá)
e-mail: [email protected]
Alex Batista Moreira Rios (UEG/UnU Iporá)
e-mail: [email protected]
Ednaldo Cândido Rocha (UEG/UnU Ipameri)
e-mail: [email protected]
Douglas Henrique Bottura Maccagnan (UEG/UnU Iporá)
e-mail: [email protected]
Introdução
Mesmo detendo o maior número de espécies de mamíferos, o conhecimento
sobre este grupo no Brasil é incipiente (COSTA et al., 2005; REIS et al., 2011). Em
relação a mastofauna do hotspot Cerrado, já foram referidas 195 espécies, sendo que 19
destas são consideradas endêmicas e 16 ameaçadas de extinção (BRASIL, 2007).
Contudo, prevalecem muitas lacunas a cerca do real status de conservação, ecologia e
distribuição das espécies, principalmente as de pequeno porte (MARTINHO-FILHO et
al., 2002; BONVICINO et al., 2005).
No município de Iporá, inserido na região Oeste Goiano, não há estudos
precedentes com enfoque na mastofauna terrestre de médio e grande porte em áreas
protegidas. O Morro do Macaco, ocupando uma área de 1.000 hectares compostos por
fitofisionomias de Mata de Galeria, Mata Seca, Cerrado Rupestre e Campo Rupestre, foi
instituído pela lei municipal de número 871/97 (IPORÁ, 1997) como Área de Proteção
Ambiental.
Por outro lado, sua fauna e flora são pouco estudadas e documentos
bibliográficos contendo informações sobre a área são escassos, o que dificulta a
elaboração de planos de manejo e conservação da área.
Objetivo
Este trabalho teve por objetivo inventariar a mastofauna terrestre de médio e
grande porte da Área de Proteção Ambiental Morro do Macaco no município de Iporá,
Goiás, Brasil.
Metodologia
A área de estudo está localizada nas coordenadas 16° 25’ 212” S 51° e 02’ 455’
W, a 600m acima do nível do mar. O Morro do Macaco constitui uma área cercada, com
exceção de poucos fragmentos de vegetação nativa e corredores de Mata de Galeria
existentes em pequenos morros, por pastagens em propriedades rurais. Nas
proximidades da área existe uma comunidade de moradores denominada Cruzeirinho e
o terreno do lixão do município.
As coletas em campo ocorreram quinzenalmente durante os meses de janeiro a
junho do ano de 2011. Foram percorridas duas trilhas e a estrada principal existente no
interior do morro, nas áreas de Mata de Galeria e Mata Seca. Em uma das quinzenas do
mês todos os transectos foram amostrados quatro dias consecutivos, e três dias nas áreas
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das parcelas enquanto que na outra quinzena, onde foram realizados dois dias de
excursão, todos os transectos foram amostrados uma vez. No total foram realizados 36
dias de amostragem.
O inventário dos mamíferos de médio e grande porte deu-se por meio da
vocalização e visualização dos animais através da identificação de pegadas e fezes
(PRADO et al., 2008; ABREU JÚNIOR e KÖHLER, 2009). Os táxons foram
identificados em campo por meio da consulta ao trabalho de Mamede e Alho (2008). O
sistema de classificação adotado para ordem, família e gênero o de Wilson e Reeder
(2005).
Resultados e Discussão
Foram identificadas 13 espécies de mamíferos de médio e grande porte,
distribuídas em 13 gêneros, 10 famílias e cinco ordens. A ordem Carnivora foi mais
representada, com oito espécies (53,33%), seguida por Primates com duas espécies
(13,33%).
Os carnívoros registrados na APA Morro do Macaco necessitam de grandes
áreas para sobreviver. Considerando que a fragmentação do habitat tem reduzido suas
populações (COSTA et al., 2005), a área amostrada provavelmente ainda proporciona
condições de sobrevivência para estas espécies.
As identificações deram-se principalmente por meio da visualização e
observação de pegadas, como registrado por Rocha e Silva (2009) em estudo na Reserva
Indígena de Parabubure no Mato Grosso.
Três espécies são consideradas ameaçadas de extinção em nível nacional
(BRASIL, 2003; CHIARELLO et al., 2008) (Figura 5): Leopardus pardalis
(Lineu, 1758), Puma concolor (Linnaeus, 1771), Myrmecophaga tridactyla (Linnaeus,
1758). Puma concolor, por seu tamanho e dieta, necessita de grandes áreas para
assegurar sua sobrevivência (MAZZOLLI, 1993). Sua ocorrência na APA Morro do
Macaco ratifica a importância desta Unidade de Conservação para a conservação da
mastofauna.
Considerações finais
Este inventário permitiu o registro de 13 espécies de mamíferos de médio e
grande porte na Área de Proteção Ambiental Morro do Macaco, abreviando lacunas a
cerca do conhecimento sobre este grupo de animais para o município de Iporá e para a
região Oeste Goiano. Considerando que três espécies são referidas como ameaçadas de
extinção a nível nacional e que não há estudos precedentes sobre a mastofauna desta
Unidade de Conservação, os resultados apresentados neste estudo ratificam a
importância desta área para proteção da mastofauna regional.
Referências
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