caiu na rede é “peixe” - coneco puc

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VI Congresso de Estudantes de Pós-graduação em Comunicação – UERJ | UFF | UFRJ | PUC-RIO | Fiocruz
Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro. 23 a 25 de outubro de 2013.
CAIU NA REDE É “PEIXE”
Como as empresas estão atraindo os neoconsumidores nas Redes Sociais
Tatiana Cioni Couto1
Resumo
O presente artigo pretende discutir o uso das redes sociais e especificamente a
conversa em rede (RECUERO, 2012) como elementos de instrumento de consumo
on-line e off-line. Parte-se da definição de redes sociais (RECUERO, 2010),
marketing on-line (KOTLER, 2007), visibilidade (LEMOS, 2010 e BRUNO, 2010),
participação (SHIRKY, 2011) e consumo em redes sociais (SIBILIA, 2008) para
mostrar como a Comunicação Mediada por Computador com as ferramentas de
interatividade e compartilhamento podem auxiliar no consumo de valores, marcas,
produtos e serviços.
Palavras-chave
Redes sociais; conversa em rede; consumo.
Uma rede de fast food de macarrão aproveitando o dia dos namorados no dia
12 de junho de 2013 exibe no Facebook uma promoção, onde o casal apaixonado
pode ganhar uma viagem com todas as despesas pagas para um fim de semana em
hotel de luxo no Sul do Brasil. Para concorrer, os namorados tem que tirar uma foto
digital recriando a cena da Dama e o Vagabundo (desenho animado da Disney),
usando um aplicativo (Instagram) e colocando a foto no mural da rede social com a
hashtag #beijonomedamarca. Para concorrer, a pessoa além de seguir um
regulamento, tem que combinar as mídias: celular (foto digital), aplicativo e
Facebook.
A cada dia são mais e novas formas de propagar marcas, serviços e produtos
nas redes sociais - agrupamentos humanos constituídos por interações (Recuero,
1
Mestranda da UFF em Mídia e Cotidiano. Bacharel em Comunicação Social com habilitação em
Jornalismo pela Faculdade da Cidade (1994). Especialista em Jornalismo Digital pela Universidade
Estácio de Sá (2003) e Marketing pelo Instituto A Vez do Mestre (Universidade Cândido Mendes) em
2009. Docente do curso de Jornalismo da Faculdade Pinheiro Guimarães.
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2012) - como o Orkut, Facebook, MSN, fotolog, Twitter e blogs – que inauguraram
novos espaços de comunicação e novas maneiras de consumir.
Empresas podem “falar” e “interagir” com o consumidor diretamente por meio
das redes, utilizando três dos quatro principais domínios do marketing on-line
(KOTLER, 2007. P.444): o diálogo das empresas para consumidores (B2C); de
consumidores para consumidores (C2C) e de consumidores para empresas (C2B).
Além disto, também podem utilizar do caráter multimídia da internet, como um
espaço de integração de diferentes veículos com potencial criativo (CASTELLS,
1999, p.450).
Deste modo, o comércio na internet que antes começou com e-commerce
também cria outros canais para alcançar os clientes. Segundo o Dossiê do
Consumidor 3.0 da HSM Management do mês de Janeiro-Fevereiro (UCG, 2011),
hoje de 3 a 7% das vendas no varejo brasileiro são do neoconsumidor (consumidor
digital, multicanal e global). Por isso, as empresas nacionais e multinacionais
investem também nas redes sociais.
No Facebook, por exemplo, empresas apostam em promoções e sorteios para
divulgar sua marca por meio dos compartilhamentos. Ao criar uma ação publicitária,
existe uma norma para inscrição que exige um pouco a cultura de participação
(SHIRKY, 2011): por exemplo, a pessoa só pode ganhar ingressos gratuitos de uma
festa se compartilhar com amigos a divulgação do evento e ainda criar uma frase para
colocar no “post” de seu perfil pessoal.
A necessidade constante de visibilidade do “sujeito inseguro” também é
explorada pelas empresas para divulgar suas marcas, ao explorar a possibilidade da
pessoa gerar informações a partir dos chamados Life-Loggs (LEMOS, 2010, p.74).
A “marcação social” estabelecida ao fornecer uma localização geográfica do
usuário, já até gerou a criação de uma rede feita somente para este intuito, como
ressalta RECUERO (2012, p.76):
O uso do Foursquare para demarcar a presença em determinado lugar
offline (onde se está) também tem um uso ritualizado na mediação por
computador. Por exemplo, é muito comum usar a ferramenta para marcar
uma chegada em um determinado lugar e divulgar no Twitter ou no
Facebook ou mesmo postar fotos de onde está. São rituais de marcação.
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Outras redes sociais também adotaram o sistema de localização geográfica
como Twitter e Facebook que associam texto com imagem. A divulgação da foto da
pessoa usufruindo determinado serviço/produto pode servir de “status” a mesma.
Com tantas possibilidades de divulgar marcas, produtos e serviços, criou-se
também uma nova profissão: o analista de mídias sociais, profissional que deve ser
especializado em conhecer e determinar os resultados de determinada campanha ou
mesmo o posicionamento e imagem da mesma na rede social.
Uma das táticas para acompanhar os compartilhamentos e circulação de
mensagens é por meio das hashtags, ferramentas contextuais, como @ ou #:. Tanto
dentro dos blogs, como das outras redes como o Twitter, Flick R e Picasa, as etiquetas
(tags) permitem organizar e classificar a informação e melhorar o ranking no sistema
de busca, ao procurar determinados assuntos:
Enquanto os aspectos técnicos,de certa forma,podem direcionar a
interação, os aspectos sociais e culturais podem perpassar diversas
ferramentas. Assim, por exemplo, embora a hashtag seja uma apropriação
característica do twitter é usada em outras ferramentas com o mesmo
sentido (RECUERO, 2012, p.41-42).
O uso cada vez maior de etiquetas fez surgir o chamado Marketing de
Otimização de buscas na Web onde os buscadores ganharam o status de “oráculos
digitais” por oferecer respostas e informações na internet. A preocupação com os
buscadores na área estratégica cresce, pois o acesso de usuários cresce devido
conforme a combinação de tags:
É realmente necessário conhecer quais as palavras e frases as pessoas
provavelmente usarão para te encontrar. As páginas do site atrairão mais
buscadores e receberão um ranking maior se for gasto algum tempo
fazendo esse trabalho trivial (GABRIEL, 2008, p.45).
Estar entre os primeiros de uma busca é um dos resultados esperados dentro
do Marketing de Otimização. Dentro do contexto, há também a preocupação em ser
bem mencionado para aumentar as chances de campanhas entrarem em diversas redes
sociais. Para isto, o Analista Social de Mídias também deve observar comentários
negativos ou positivos que aparecem nos comentários do Twitter, Facebook, You
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Tube e blogs. O monitoramento das redes, por sua vez, também ganhou softwares e
aplicativos que permitem mensurar resultados e gerenciar a imagem da marca.
Outra preocupação do marketing de redes sociais é criar um perfil ou
comunidade virtual que traga mensagens e imagens que trazem tanto o conceito da
marca, como outros significados reconhecidos pelo consumidor. Os clientes podem
optar por seguir as atualizações, como seguem os amigos. Para isso, o Analista deve
estudar comportamentos para escolher as melhores redes ou estratégias para colocar
um produto, serviço ou marca.
Em toda teia da Web, encontram-se muitos fios (links) e conexões. Orkut,
Facebook, MSN, fotolog (Flick R, por exemplo), Twitter e blogs abrem espaços para
mais e mais comentários, assuntos e uma infinidade de informações que podem ser
catalogadas, organizadas e utilizadas para um e-commerce integrado. Alcançar
milhões de internautas em uma ação publicitária única trazendo a possibilidade de
unir vídeo, áudio, imagem e texto fica mais fácil no universo multimídia do
ciberespaço.
As redes sociais como ambiente de conexão entre pessoas
No universo de 35 milhões de internautas, 79% utilizam das redes sociais.
Dentre os usuários, 57% são da Classe AB, 39% C e 4% DE, de acordo com a
pesquisa do Ibope - TG.Net (2011). A alta audiência das redes sociais pode ser
explicada pelas ferramentas digitais estabelecidas na Comunicação Mediada por
Computador (CMC) que permitiram novos meios de se comunicar. Abrindo um
pequeno panorama sobre as redes sociais existentes pode-se incluir: Myspace,
Facebook, Orkut, blogs, You Tube (SIBILIA, 2008, p.12;17), Flick R e Twitter
(SHIRKY,2012, p.32;156).
Por meio delas, podem-se compartilhar ideias, assistir vídeos, ouvir áudios,
conversar com outras pessoas, emitir ou curtir opiniões: tudo isso em um clique. As
tecnologias digitais auxiliam na produção e circulação da informação, como atesta
PRIMO (2008, p.101):
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A Web 2.0 é a segunda geração de serviços on-line e caracteriza-se por
potencializar as formas de publicação, compartilhamento e organização de
informações, além de ampliar os espaços para interação entre os
participantes do processo.
Os programas (softwares) criados encontraram nas redes sociais o ambiente
ideal para propagar-se. A interação via CMC é um dos pilares do sucesso das redes
sociais. De acordo com dados do IBOPE Nielsen Online, em julho de 2013, 40,3
milhões de pessoas acessaram sites como Facebook e Twitter, além de blogs, fóruns e
outras páginas de relacionamento.
O advento da Internet trouxe diversas mudanças para a sociedade. Entre
essas mudanças, temos algumas fundamentais. A mais significativa, para
este trabalho, é a possibilidade de expressão e sociabilização, através de
ferramentas de comunicação mediada por computador (CMC), Essas
ferramentas proporcionaram, assim, que atores pudessem construir-se,
interagir e comunicar com outros atores, deixando na rede de
computadores, rastros que permitem o reconhecimento dos padrões de suas
conexões e a visualização de suas redes sociais através desses rastros.
(RECUERO, 2010, p.24).
Como os serviços criados permitem armazenamento gratuito, é fácil circular
mensagens. O uso da multimídia traz a facilidade da participação, da conversa, do
compartilhamento e consequentemente resulta na circulação dos conteúdos. A
característica do hipertexto, com textos que fluem em links, abre a possibilidade de
uma navegação fluída, onde não há exatamente um fim: em cada ação há um
resultado diferente.
O usuário pode escolher qual rumo vai tomar, onde vai clicar. Entre a escolha
de uma mídia ou combinação de mídias, cada um pode usar a informação tanto
individualmente como coletivamente, dependendo das relações de rede estabelecidas.
Como os modos de uso são diversos, o meio de comunicar-se e como interagir, torna
as redes mantedoras de relações complexas:
Por um lado, todas as tecnologias de que dispomos as de comunicação
digital inclusive, são produtos de nossas próprias intenções e propósitos.
Por outro, modos como nos apropriamos delas, os usos que fazemos,
reinventam constantemente suas características. (RECUERO, 2010, p.13)
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Assim as redes sociais são ambientes propícios para conectar-se. Existem
diversas motivações para um usuário escolher e entrar em determinado ambiente de
relacionamento on-line.
Visibilidade, participação ou conversa em rede?
O número crescente de usuários nos sistemas de relacionamento on-line
suscita a pergunta: Será por questões de visibilidade, participação ou conversa em
rede? SIBILIA (2008) aponta para um momento onde todos querem aparecer nas
redes sociais provocando um verdadeiro “Show do Eu”. Na sua ideia não importa o
conteúdo e sim que a pessoa esteja constantemente produzindo mensagens que muitas
vezes pertencem à vida privada:
Milhões de usuários de todo o planeta – gente “comum”, precisamente
como eu e você – têm se apropriado de diversas ferramentas disponíveis
on-line, que não cessam de surgir e se expandir, e as utilizam para expor
publicamente a sua intimidade. Gerou-se, assim, um verdadeiro festival de
“vidas privadas”, que se oferecem despudoradamente aos olhares do
mundo inteiro. (SIBILIA, 2008, p.27).
Conteúdos, que eram antes privados entre amigos da vida real, como: estar
namorando, casar, ter filhos, divorciar-se, são colocados publicamente numa questão
de visibilidade. Porém gerar conteúdos privados, torna o usuário mais vulnerável por
permitir a “invasão da privacidade e de violação do anonimato para fins comerciais,
militares, políticos ou policiais” (LEMOS, 2010,p.64). Talvez a ameaça à privacidade
não seja um grande obstáculo para aqueles que procuram dividir determinado
momento com os amigos da rede. Nesta perspectiva, a sociabilidade nas redes sociais
adota um modelo de vigilância e monitoramento, como destaca BRUNO (2010,
p.158).
O crescente banco de dados acumulado na internet facilita a criação de
referência de comportamentos e usos. Dentro destes padrões, um analista de mídias
pode usar as informações para criar campanhas publicitárias específicas e dirigidas.
Uma pessoa que viaja muito irá receber promoções de companhias aéreas, por
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exemplo. Mas não é só de vigilância e visibilidade que o ciberespaço funciona. Em
visão diferente SHIRKY (2011) e LÉVY (1993) apostam em um futuro onde pessoas
conectadas (mesmo que seja um grupo menor) estejam comprometidas em construir
conhecimentos específicos por meio do compartilhamento de pensamentos,
expressões e outras ações.
Para os autores, os usuários podem aproveitar a estrutura da rede e suas
conexões, para juntar pedaços de conhecimento. LÉVY (1993, p.29) aponta que como
ninguém sabe tudo e cada um sabe um pouco de cada coisa, é possível na união dos
saberes a construção de uma inteligência coletiva. A participação de diversos usuários
para a construção de um conhecimento em comum pode ter como exemplo a um tipo
de biblioteca on-line que é construída com a colaboração de várias pessoas em
conjunto. Mesmo que a pessoa “pegue carona” do saber, ela fará parte do processo
das conexões e nós ao compartilhar determinado conhecimento. (SHIRKY, 2011,
p.133).
Nesta perspectiva, RECUERO (2012, p.136-137) vai lembrar que como as
redes sociais seguem um modelo organizado e negociado entre seus usuários, haverá a
construção de um capital social constituído pelas trocas e interações on-line. Como no
ambiente on-line existem relações organizadas, são criados laços sociais fracos e
fortes. A relação associativa de maior ou menor conexão vai depender do
comprometimento, interesse e laços de cada usuário da rede.
Seja visibilidade, monitoramento, participação, colaboração (aprendizado) ou
conversa em rede, nota-se uma rede formada por interações sociais, fundando a
Sociabilidade Mediada por Computador. As pessoas usam as conexões e a teia da
Web para se comunicar e para tornar aquele ambiente propício para inúmeras trocas.
Do mesmo jeito, as empresas também procuram alcançar as redes sociais como
ambiente de negócios, para conversar com os clientes e aproveitar a participação e
compartilhamento diário no ambiente multimídia.
Redes sociais como ambiente de negócios
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Blogs pessoais onde criadores com grande notoriedade e popularidade
rapidamente viram livros para serem absorvidos no mercado (SIBILIA, 2008, p.19);
personalidades que lançam produtos pelos canais do You Tube; campanhas
publicitárias que combinam diversas redes como instrumento de promoção,
produtoras que distribuem gratuitamente fotos no Flick R e empresas que criam perfis
ou comunidades virtuais para divulgar valores e ideais. Estes são alguns exemplos de
como a Comunicação Mediada por Computador está sendo utilizada como ambiente
propício de consumo.
No My Space, a pessoa pode ouvir músicas ou rádio, assistir vídeos e entrar
em contato com outras pessoas. Há uma busca categorizada e organizada, que envia
sugestões de pessoas para se conectar ligadas a determinado tópico. Como todos os
dados de navegação são computados e guardados, a empresa aproveita para usar de
uma publicidade direcionada para o usuário conforme os hábitos de navegação:
Assim, na primeira fase de experiência, a companhia classificou seus
milhões de usuários em dez categorias diferentes, de acordo com seus
interesses manifestos em dez categorias diferentes, de acordo, com seus
interesses manifestos (tais como carros, moda, finanças e música), a fim de
cada um deles pudesse receber publicidade sintonizada com suas
potencialidades como consumidor (SIBILIA, 2008, P.20).
No You Tube, vídeos comerciais divulgam produtos, serviços e até filosofias
de empresas. O serviço permite tanto o compartilhamento do vídeo pelo link, como
adicionar as redes do Google, comentar e gostar ou não, pelo botão Gostei. Como a
rede permite criação de perfis fixos, é possível ter um endereço eletrônico da empresa,
do negócio, serviço ou produto que seja mais facilmente encontrado. Pelo botão
Inscrever-se é possível seguir as atualizações do perfil. Neste esquema, é também
viável a empresa conseguir as estatísticas de visualizações de vídeo e manter uma
vigilância tanto dos comentários, como dos compartilhamentos em rede. O sistema
utilizado ainda é aberto de modo que seja viável a visualização dos vídeos em
qualquer plataforma, sejam blogs ou redes sociais.
Como exemplo de uma ação comercial criada no You Tube, pode-se citar o
lançamento de um cd de uma dupla sertaneja no ano de 2012 que foi feita na rede
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social, lançando um endereço próprio com um canal na página digital (Contigo,
2012). Os cantores também gravaram mensagens para os fãs contando da carreira e
disponibilizaram as músicas para serem compradas no ITunes.
No Twitter, é possível encontrar posicionamento comercial de diversas
empresas com perfis voltados para o público que posta até 140 caracteres. Pela
ferramenta a pessoa pode escolher quem seguir, usando o botão Follow (seguir). No
sistema, ao se cadastrar o usuário já recebe sugestões de quem seguir. Uma empresa
pode assim criar estratégias para ter mais seguidores e ser mencionada por hashtags
ou ainda conseguir o retwett do post, de modo que determinada mensagem possa
circular em mais redes.
No Flick R, cada empresa ao criar um perfil pode divulgar fotos que são
gratuitamente disponibilizadas e organizar cada imagem por assunto. O sistema tem
integração com Twitter, Facebook e Tumblr e pode ser compartilhado, servindo para
divulgar fotos e canais específicos sobre determinados assuntos. Neste âmbito é
possível criar espaços para expandir valores de determinadas marcas, produtos e
serviços.
Existem os botões de comentar, curtir e escolher como favorito. Ao
organizar as informações em tags, a informação pode aparecer em momentos
diferentes pela “boca” do usuário do sistema citando o produto, serviço ou outros
assuntos ou mesmo compartilhando determinada foto. Como exemplo, pode-se citar
o lançamento de uma peça publicitária do filme 2012 no metrô do Rio de Janeiro
(Flick R, 2012), onde foram criados cartazes fazendo alusão ao filme que foram
colados nas paredes do metrô e utilizados na divulgação dos usuários do sistema de
transporte e também por internautas, ao disponibilizar uma galeria de imagens dentro
do Flick R.
Redes sociais de relacionamento: O “Santo Graal” da Publicidade
As comunidades virtuais empresariais surgem com o Orkut, primeira rede
social de relacionamentos.
Encarada como local para pessoas interagirem via
computador, o ciberespaço também se torna ponto de encontro para divulgar valores.
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Usuários fãs de determinadas marcas começam a criar comunidades com os nomes da
marca. Ao mesmo tempo, como espaço aberto de opiniões, surge tanto o amor ou ódio
com determinada empresa. No entanto o Orkut logo foi superado, sendo considerado
ultrapassado e até uma cidade fantasma (O Globo, 2013).
A queda de usuários do Orkut aconteceu devido ao surgimento do Facebook.
Pesquisa da Comscore Metrix (2013) mostra que de dezembro de 2010 a dezembro de
2011, houve um crescimento de 192% de visitantes no Facebook, saindo do número
de 12.379 visitantes para 36.098. Enquanto isso o Orkut ficou apenas com 5%;
Twitter 40% e Windows Live Profile 13%.
O Facebook estabeleceu a estratégia de conectar e compartilhar informações
com amigos como descrito na página inicial e como rede social de expoente
crescimento virou o local propício para criar novas estratégias de alcançar o
consumidor, tornando-se o “Santo Graal da publicidade”:
Se um usuário compra um pacote turístico, por exemplo, a agência de
viagens pode publicar uma foto do turista em plena viagem de férias como
parte de seu “anúncio social”, a fim de estimular seus conhecidos a
comprarem serviços similares (SIBILIA, 2008, p.21).
Como nota-se é necessário combinar mídias para “fisgar” o cliente, sabendo
usar a tecnologia a favor do marketing com ações que possam ser compartilhadas ou
curtidas no Facebook não só no computador, mas também nos celulares e TVs
digitais, abarcando diferentes interfaces multimídia (MORAES, 2001, p.15). O
importante para as empresas é ir até onde o consumidor está, e mesmo que seja em
muitas mídias, que o produto e marca esteja ali onipresente.
Uma das estratégias na rede social é a criação de perfis dentro do Facebook
com o nome da empresa para divulgar valores. Nessa rede empresarial serão
incluídas: notícias (como lançamentos e novidades); promoções e sorteios
(relacionados a produtos/ serviços oferecidos gratuitamente ou com desconto, mas
que exijam compartilhamento em rede) e pensamentos da empresa, ou seja,
posicionamentos de marca tradicionais. Independente da ação, o importante é
começar uma “conversa” entre empresa e consumidor. Como ressaltam Rosa e Santos
(2013, p.98), há uma customização do perfil, com adequação do produto ao
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consumidor para tornar o site mais atrativo e valorizado. Os botões existentes na rede
auxiliam a circular conteúdo empresarial. Entre os de maior funcionalidade e mais
utilizados estão: Publicar, Comentar, Curtir, Compartilhar e Adicionar. Por meio
deles, é possível começar a conversa em determinado espaço e continuar em outra,
penetrando em múltiplas plataformas (RECUERO, 2012, p.156): Como, por exemplo,
começar em blog para continuar no Facebook ou então iniciar no Twitter e ir para o
Facebook.
Todas essas características das redes sociais permitem ao usuário estabelecer
uma conversa em rede do modo que quiserem. Nunca foi tão fácil conversar sobre o
consumo: as opiniões estão ali publicamente em rede. De acordo com a pesquisa do
Ibope 2012, 77% dos jovens de até 34 anos curtem ou seguem alguma marca. Desse
modo, como existe uma economia da reputação (ANDERSON, 2006, p.71), também é
necessário um analista de mídia social que siga constantemente as opiniões dos
compradores.
Uma determinada marca bem vista atrai maior número de potenciais clientes e
maior audiência, que no caso da internet, se comprova pelo número de seguidores e
comentários positivos. Ainda segundo a pesquisa do Ibope 2012, 54% dos jovens
entre 25 a 34 anos já compartilharam com amigos críticas e sugestões de um amigo
sobre algum produto.
Em qualquer ponto é possível recolher traços das conversas de consumo, para
o usuário, os meios tradicionais já não chamam atenção, é preciso de mais e mais
incentivos, sendo necessárias técnicas para trazer o conteúdo com facilidade para o
topo (ANDERSON, 2006, p.71).
As estratégias da conquista devem explorar as múltiplas plataformas. Como,
por exemplo, uma loja esportiva lançar um tênis de corrida, acompanhado de um
relógio que por meio de determinado aplicativo publica automaticamente no
Facebook distância e o tempo de corrida para os amigos em rede. A empresa explora
desse modo o lado da visibilidade do sujeito. O usuário por sua vez também consegue
manter uma conversa com outras pessoas da rede que praticam esportes.
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A marca concorrente, que também vende tênis de corrida, utiliza de ambas as
ações: Visibilidade e compartilhamento, ao criar um concurso com a melhor frase:
“Eu corro, porque”, onde o vencedor ganha um tênis totalmente grátis (que
geralmente custa 600 reais). Como regra, são pedidos dados pessoais do perfil do
participante, dados esses que serão usados futuramente para uma futura aproximação
com o consumidor. Da visão do usuário, ele obteve o produto sem pagar, no entanto
fez a propaganda da marca ao compartilhar a frase na página pessoal. Como se
observa a visibilidade está presente tanto para empresa como para a pessoa.
Mas o que os consumidores digitais estão procurando? De acordo com a
pesquisa do Ibope 2012, 65% dos jovens entre 24 e 35 anos procuram promoções e
62% procuram novidades das marcas, por isso empresas utilizam de redes sociais
combinadas para obter exposição, como o uso do Fourshare (localização geográfica)
dentro dos celulares que podem ser compartilhadas no Facebook.
Outra ação de marketing é criar uma comunidade empresarial, onde se reúne
os fãs da marca que trocam entre si interesses comuns. A interação acontece por meio
dos dispositivos e programas existentes no sistema, como pontua SÁ (2005, p.97):
A partir destes exemplos, creio ficar claro o papel dos softwares como
ferramentas de criação de um espaço interlocutivo com base na
comunicação textual. Ou seja: cada um dos participantes da comunidade
virtual estabelece a comunicação e passa a pertencer à comunidade a partir
da atividade de escritura do texto que envia ao grupo. O texto, aqui, tanto
quanto os softwares,estabelece as bases da comunicação e desta forma ele
é uma interface fundamental .
Desse modo, determinada empresa tem o perfil empresarial e também uma
comunidade fortalecendo os vínculos de pertencimento a uma marca. Quando o
indivíduo decide se vai entrar ou não em tal comunidade empresarial, ele está
aceitando os ideais ali propagados ou pode estar pronto para sucumbir aos valores que
se movem dentro da esfera on-line. Ao encontrar outras pessoas com os mesmos
interesses e gostos, então se inicia a conversa sobre consumo. São nessas vozes que se
multiplicam opiniões, sugestões, aprovações ou reprovações mercadológicas:
por um lado que, por influência da motivação tentativa de descobrir quem
somos e dos interesses próprios de cada usuário, os participantes interagem
entre si consumindo não apenas os recursos e as ferramentas do Facebook,
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mas também modelos de identidades que são comercializadas por
intermédio das interações e das postagens (ROSA;SANTOS, 2013, p.94).
Para efetuar um negócio on-line é necessário, deste modo, levar em conta todo
o processo de participação dos receptores, deixando em aberto quaisquer comentários
(posts) feitos sobre a empresa. Ao receber os comentários, dados são gerados sobre o
cliente. Tais informações são estocadas para garantir aproximação com o consumidor.
Ao adotar técnicas para conquistar o cliente independente da localização
geográfica, as empresas tomam para si os elementos principais da CMC para reforçar
a coesão social e garantir que os valores globais perpassem a Teia Mundial
(CASTELLS, 1999, p.449).
Enquanto isso, os usuários ao adotar para si uma marca, um produto ou
serviço estão à procura tanto de pertencimento, como de visibilidade e participação ou
mesmo uma conversa on-line para manter os elos da conexão sempre abertos. Em
cada vez que uma pessoa pressiona o botão Publicar, também está divulgando direta
ou indiretamente outras empresas, marcas, produtos ou serviços.
O que era Comunicação Mediada por Computador, acaba virando Comércio
Mediado por Computador. Tudo é produto, já que é visível, está ali, basta executar
uma ação. Podem-se consumir ideias, sem perceber que está se consumindo ideais.
Independente da rede social escolhida, o fato é que naquele ambiente estará
tendo uma conversa em rede (Recuero, 2012). É na interação social via laços
conectivos que acontece a Sociabilidade Mediada pelo Computador: é por meio das
conversas que se trocam opiniões, ideias e pensamentos. Nesta perspectiva, as
empresas buscam alcançar dentro da rede o maior número possível de participantes da
conversa on-line. Entre fisgar um só peixe ou muitos, é melhor procurar logo o
cardume.
E onde estão os neoconsumidores? Estão nas redes sociais, acessando a
internet seja por um computador, celular ou televisão digital. Entrando na hora do
trabalho ou do lazer, eles estão na teia mundial procurando alguma novidade para
conversar e consumir.
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Referências bibliográficas
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