2 EXAMES E DOCUMENTAÇÃO PARA A IMPLANTODONTIA SANTOS, Annie Gabrielle Nabiça Perez – Odontologia/ESAMAZ BEZERRA, Francisco de Assis Pinto – Economista/UFPA 1 Sinopse Avalia-se a importância dos exames e da documentação odontológica para a implantodontia, com enfase na reabilitação bucal. 2 Introdução A Implantodontia é uma das especialidades da odontologia que mais atende as demandas socais nas últimas décadas. A busca pelo tratamento reabilitador, com instalação de implantes osseointegráveis é segura, previsível e, expande-se para além da reabilitação bucal, incluindo-se as reconstruções craniofaciais. Estima-se que há mais de oito milhões de implantes instalados em pacientes espalados por toda a parte do mundo. No entanto, nos casos mais delicados, há a necessidade de tratamento operatório, levando o profissional e equipe fazer uma avaliação pré operatória, com a finalidade de verificar o estado clínico do paciente, gerando recomendações sobre a avaliação, manuseio e risco de problemas em todo o período pre-operatório. A partir desse diagnóstico, pode-se definir o risco cirúrgico que o paciente, o anestesista, o assistente e o cirurgião podem usar para tomar decisões que beneficiem o paciente a curto e longo prazo. O diagnóstico gera indicativos para se definir os exames mais apropriados e estratégias de tratamento para otimizar o cuidado do paciente, evitando-se exames desnecessários e permitindo o acompanhamento a longo prazo. A intervenção pré-operatória é importante, pois se reflete nos resultados obtidos, com vista a influênciar positivamente no stress cirúrgico que, por sua vez, interfere na evolução pós operatória, morbidade e na duração da hospitalização. Nesse contexto, tem importância os exames para garantir que a condição préoperatória é satisfatória, quando se suspeita ou diagnostica-se uma doença durante a avaliação clínica, porém deve-se levar em conta que seus resultado pode gerar falhas, ocultando certas patologias. Por isso, o tipo de exames e de equipamentos são importantes para mais bem se adequar ao perfil patológico e clinico do pacinete. 3 O diagnóstico e exames, entre outros expedientes, devem compor a Documentação odontológica, a qual vai respaldar e garantir o tratamento reabilitador de qualidade ao paciente. Para tanto, é necessário que o implantodontista elabore um prontuário odontológico completo, o qual deve conter: anamnese minuciosa, história médica e odontológica pregressa, plano de tratamento com mais de uma opção, atestados e receitas carbonadas. O profissional deve elaborar um termo de consentimento e o contrato de custo do tratamento, os quais devem ser assinados pelo paciente, implantodontista e por duas testemunhas. 3 Revisão de Literatura O especialista em Implantodontia deve considerar, por meio de verificação da ficha de encaminhamento e exame bucal do usuário, se a situação referenciada teve respeitados os critérios estabelecidos no Manual de Regulação de Implantodontia. Para tanto, deve Realizar anamnese detalhada considerando os seguintes aspectos essenciais para a implantodontia, levando em conta: a hitória médica do paciente; condição sistemática do mesmo; capacidade de coaboração e o melhor momento para se fazer a intervenção irurgica no paciente, de acordo com o plano de tratamento com implantes ósseointegrados e sua condição sistêmica. Dependendo do quadro do paciente, pode ser recomendados alguns Exames, como: - Exame Extrabucal, que é realizado por um conjunto de inspeção, palpação e avaliação funcional da forma facial, pele facial, tecidos faciais, olhos, ouvidos, nariz, glândulas parótidas, pescoço, articulação temporomandibular, verificando o rosto do usuário. - Exame Intrabucal, devendo o profissional observar os seguintes aspectos: Rebordos alveolares; Presença ou não de dentes remanecente; Tipo de oclusão; Dimensão vertical; e a Presença de lesões ósseas; além da Fonação, deglutição, função mastigatória e possíveis parafunções (BRASIL, 2008). Além desses dois exames fisicos, pode-se proceder de Exames complementares, entre os recorrentes: - Radiografia intrabucal periapical: tanto em maxila como em mandíbula, permite avaliar altura óssea por seguimentos limitados, bem como dentes remanescentes condenados e restos radiculares. - Radiografia extrabucal panorâmica: objetiva avaliar, em maxila, os seios maxilares e fossas nasais para identificar altura de rebordo remanescente e, em mandíbula, o posicionamento dos forames mentonianos e a distância entre eles, assim como a altura do rebordo remanescente. 4 - Tomografia computadorizada: objetiva todas as imagens relatadas anteriormente, permitindo ainda esclarecer a densidade e espessura óssea dos rebordos remanescentes, tanto em maxila como em mandíbula, além de evidenciar acidentes anatômicos importantes. - Hemograma completo: permite avaliar as condições gerais do paciente, sistema imunitário, condição hepática e renal, presença de infecções ocasionais, avitaminoses e outros distúrbios que possam vir a comprometer a cicatrização dos implantes ósseointegrados. - Coagulograma completo: permite avaliar cascata de coagulação, possíveis distúrbios e uso continuado de anticoagulantes (BRASIL, 2008). Para a prescrição de um ou mais exames é necessário, durante a consulta, a avaliação de fatores intrínsecos do paciente que aumentam o risco cirúrgico e o procedimento a ser realizado. Com isso, os pacientes passam a ser beneficiados com os exames, indicando possíveis fatores de risco, sintomas e os dados históricos de saúde do usuário. Lamey (2011) nos informa que os requisitos que tornam o exame pré - operatório útil são os seguintes: - Deve indicar um grande risco de morbidade per operatória que pode ser reduzida pelo tratamento pré - operatório . - As alterações não são detectáveis pela anamnese e exame físico. - A patologia investigada tem prevalência suficiente na população para justificar o risco do screening. - Deve ter boa sensibilidade e especificidade para proporcionar boa relação custo / benefício No entanto, cabe destacar que, de nada adianta listar beneficios ou justificar os exames, se não formos capazes de adotar critérios para a seleção dos mesmos e realizar a devida interpretação criteriosa dos resultados dos respectivos exames. A Documentação O implantodontista deve elaborar um prontuário odontológico completo, o qual deve conter: anamnese minuciosa, história médica e odontológica pregressa, plano de tratamento com mais de uma opção, atestados e receitas carbonadas. Na anamnese deve conter além da identificação do paciente e o motivo da consulta, a história médica e odontológica pregressa e as expectativas do paciente com o término do tratamento (RAMALHO, 2000). Feito a anamnese e o plano de tratamento, o implantodontista deve elaborar o termo de consentimento, o qual é utilizado a fim de minimizar os processos judiciais, pois deixa claro as obrigações e deveres do cirurgião dentista. Assegurando desta forma uma boa relação entre o cirurgião e o paciente. 5 Este formulário deve ser escrito em linguagem simples, contendo somente termos científicos necessários, esclarecendo o que faz a especialidade, informando os riscos e benefícios do tratamento, todas as opções de tratamento possíveis dentro do limite técnicobiológico, informação sobre o atendimento, além dos cuidados no pós-tratamento. Com o esclarecimento do paciente sobre o plano de tratamento de forma escrita e verbal, e o mesmo ter aceitado as condições pré-estabelecidas pelo termo de consentimento, inicia-se o tratamento, durante o mesmo é de grande importância realizar o histórico clínico detalhado ao final de cada consulta. Neste documento deve-se sempre colocar a data do atendimento, o procedimento odontológico detalhado e/ou ocorrência, inclusive faltas, consultas remarcadas ou desmarcadas, sendo que o paciente deve rubricá-lo após a consulta para a validação. Ainda no prontuário do paciente deve conter todas as segundas vias de atestados e receitas, sendo a mesma assinada pelo paciente. Por fim, esse Documentação odontológica Além disso, o profissional deve elaborar um termo de consentimento e o contrato de custo do tratamento, os quais devem ser assinados pelo paciente, implantodontista e por duas testemunhas. 4 Conclusão Buscou-se Avaliar a importância dos exames e da documentação odontológica para a implantodontia, com enfase na reabilitação bucal, o que permitiu alcançar duas afirmativas: a) O exame e a documentação é fator de sucesso na reabilitação bucal, na medida em que o implantodontista respeite e garanta aspectos éticos, legais e dormais acordados que dizem respeito ao tratamento do paciente, com enfase ao termo de consentimento. b) O exame e a documentação são peças vitais para evitar falhas e possíveis complicações durante o procedimento dos implantes osseointegrados, compensado a inexperiência do cirurgião e a falta de planejamento no pós-operatório. Enfim, funcionam como mecanismos de controle dos fatores de riscos no decurso do tratamento, garnatindo a satisfação do paciente. 6 Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual de especialidades em saúde bucal. Brasília: Ministério da Saúde/Departamento de Atenção Básica, 2013 (Série A. Normas e Manuais Técnicos). GÓMESZ, E. S. Análise retrospectiva de 5 anos dos fatores que influenciam a perda tardia de implantes dentais. Piracicaba: Faculdade de Odontologia/UNICAMP, 2012. LAMEY, P. J. Manual clínico de medicina oral. 2. ed. São Paulo: Livraria Santos, 2011. ONESTI, A. Documentação do Cirurgião-Dentista frente ao Direito Civil Brasileiro: uso dos contratos de prestação de serviço em Odontologia. São Paulo: Faculdade de Odontologia – USP. 2009. RAMALHO, A. S. Fatores de risco, complicações e fracassos na terapia com implantes osseointegrados: relações odontolegais no exercício da Implantodontia. São Paulo: Artes Médicas, 2010.