avaliação da toxicidade aguda e da atividade locomotora de uma

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AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AGUDA E DA ATIVIDADE LOCOMOTORA DE UMA
FORMULAÇÃO FARMACÊUTICA SÓLIDA A PARTIR DO ÓLEO ESSENCIAL DAS
FOLHAS DE Citrus sinensis DIRECIONADAS PARA A DOENÇA DE ALZHEIMER
Cassio Herbert Santos de Melo (bolsista do PIBITI/CNPq), Chistiane Mendes Feitosa
(Orientador, Depto de Química – UFPI), Katrícia Maria Feitosa Cardoso (colaborador, PPGCF),
Rivelilson Mendes de Freitas (colaborador, PPGCF).
1 RESUMO
O presente projeto objetiva avaliar a segurança da formulação farmacêutica sólida a partir do
óleo essencial das folhas de Citrus sinensis através de um complexo de inclusão com a β-ciclodextrina
(CI OECS-βCD) por meio de estudos de toxicidade aguda, bem como investigar a análise da atividade
motora pelo teste do Rota Rod.
Palavras chaves: Complexo de inclusão. Toxicidade aguda. Rota Rod.
2 INTRODUÇÃO
A toxicidade aguda é utilizada para avaliar o efeito de determinado medicamento sobre os
parâmetros clínicos relacionados ao estado de consciência e a disposição, a coordenação motora, o
tônus muscular, os reflexos, a atividade do sistema nervoso central e a atividade do sistema nervoso
autônomo (Brito, 1994). O rota rod é um teste comportamental descrito pela primeira vez por Dunham;
Miya em 1957, muito utilizado para avaliar o desempenho psicomotor, o efeito miorelaxante, a
incoordenação motora e a capacidade de equilíbrio provocado por fármacos administrados em modelos
animais (KUDAGI et al., 2012).
3 METODOLOGIA
3.1 Animais
Foram usados camundongos Swiss, machos (25-30 g), com idade de dois meses, escolhidos
aleatoriamente e alojados em gaiolas apropriadas a 23  2 °C até 12 h de ciclo claro/escuro com acesso
à alimentação (Purina®) e água ad libitum.Os protocolos experimentais e procedimentos foram
aprovados pelo Comitê de Ética em Experimentação com Animais da Universidade Federal do Piauí
(Protocolo número 012/2010).
3.2 Estudo da toxicidade aguda do CI OECS-βCD
3.2.1 Avaliação dos efeitos comportamentais e atividade locomotora
Para a triagem comportamental e avaliação da atividade locomotora os camundongos foram
divididos em quatro grupos de 10 animais (n = 10; 5 Macho – 5 Fêmeas) cada e foram tratados por via
-1
oral durante 30 dias por via oral com o CI β-CD/OECS em solução de injeção (50, 100 e 150 mg kg ),
grupo veículo (Tween 80 0,05% dissolvido em solução salina 0,9; grupo controle) seguindo os
parâmetros descritos por Almeida e colaboradores, (1999). Após as dosagens a cada dois dias de
tratamento foram observados a presença dos seguintes sinais gerais de toxicidade utilizando o
Screening Hipocrático: o estado de consciência e a disposição, atividade do sistema nervoso autônomo,
atividade do sistema nervoso central, reflexos, tônus muscular e coordenação motora.
3.3 Teste do Rota Rod
Na barra giratória foram avaliados a coordenação motora e o possível relaxamento muscular
(MARQUES; MELO; FREITAS, 2012). Os animais foram colocados um de cada vez, com as quatro
patas apoiadas sobre uma barra giratória durante três minutos. Todos os animais passaram por um préteste na barra giratória para se habituarem as condições do equipamento antes de realizarem os
experimentos. Os critérios para avaliação desse teste foram o tempo de permanência na barra giratória,
em segundos, e o número de quedas.
3.4 Análise estatística
Os resultados das determinações neuroquímicas foram comparados usando ANOVA e Teste tStudent-Newman-Keuls como post hoc teste, porque esses resultados mostram uma distribuição
paramétrica. Em todas as situações de significância estatística foi alcançado p ≤ 0,05. As análises
estatísticas foram realizadas com o software GraphPad Prism, versão 5.00 para Windows, GraphPad
Software (SAN DIEGO, CA, EUA).
4 RESULTADO E DISCUSSÃO
4.1 Estudo da toxicidade aguda do CI OECS-βCD
O CI β-CD/OECS não alterou de forma significativa a massa corpórea dos animais, bem como
não produziu mudanças no consumo de água, ração e na produção de excretas. Após a administração
oral de β-CD/OECS foram observadas discretas alterações nos parâmetros, como estado de consciência
e disposição, sistema motor e muscular, que se revelaram um aumento significativo, bem como os
animais apresentaram respiração ofegante, agitação, sudorese, grunido e piloereção. Durante o
tratamento essas alterações foram normalizadas, e não foram observados sinais clínicos de toxicidade e
nenhuma morte foi registrada (Tabela 1). Neste estudo não foi possível determinar a dose letal 50%
(DL50) do CI β-CD/OECS devido ausência de morte dos animais durante os 30 dias após a administração
da droga devido não alterar de forma significativa a massa corpórea dos animais, bem como não
produziu mudanças no consumo de água, ração e na produção de excretas.
Tabela 1: Efeitos da administração aguda por via oral da CI β-CD/OECS em camundongos
durante 30 dias de observação.
Camundongos
Doses
-1
( mg kg )
50
100
150
n/Dose
Sexo
Mortalidade
05
Macho
0/5
05
Fêmea
0/5
05
Macho
0/5
05
Fêmea
0/5
05
Macho
0/5
05
Fêmea
0/5
Sinais e sintomas de toxicidade
Respiração ofegante e agitação.
Respiração ofegante e agitação.
Respiração ofegante, agitação e frênito vocal.
4.2 Teste do Rota Rod
Neste teste observou-se que o grupo diazepam, quando comparado ao grupo controle, foi
observado um aumento no número de quedas de 42,06% e uma diminuição do tempo de permanência
na barra giratória de 26,34% (p<0,05), indicando déficit motor nos animais, demonstrado pelo
relaxamento muscular e pela diminuição do equilíbrio na barra giratória (Tabela 2). Corroborando com
trabalhos desenvolvidos por Talarek e colaboradores(2010) que apontam o diazepam como responsável
por causar deficiência da capacidade motora e promover sedação em ratos que foram avaliados pelo
rota rod. Quando os grupos da CI β-CD/OECS foram comparados ao grupo controle não foi observado
diferença significativas.
Tabela 2: Efeitos do CI β-CD/OECS e suas associações em camundongos no teste do rota rod.
Grupos (n=10)
Número de quedas
Tempo de permanência (s)
Veículo (0,25 mL)
1,57 ± 0,30
Diazepam 2 mg/kg
2,71 ± 0,28
CI β-CD/OECS 50 mg/kg
1,57 ± 0,20
173,7 ± 1,94
CI β-CD/OECS 100 mg/kg
1,57 ± 0,42
175,4 ±0,97
CI β-CD/OECS 150 mg/kg
1,71 ±0,18
176,6 ± 1,44
a
177,3 ± 1,00
130,6 ±4,45
a
Os resultados foram expressos como a média  E.P.M. (Erro Padrão da Média) do número de animais usados em cada grupo nos
experimentos. ap<0,05 quando comparado ao grupo controle; bp<0,05 quando comparado ao grupo diazepam (ANOVA seguido do
teste t-Student-Newman-Keuls como post hoc).
CONCLUSÃO
A avaliação da toxicidade aguda demonstrou que a CI β-CD/OECS não produziu alterações de
importância clínica. Em nossos estudos comportamentais nenhum animal morreu e poucos
apresentaram alterações comportamentais decorrentes da administração dessa substância.
Para avaliar um possível efeito sedativo do complexo de inclusão, camundongos adultos foram
submetidos ao teste do rota rod (Tabela 2), e verificou-se que em nenhuma das doses testadas por via
-1
-1
-1
oral (50 mg kg , 100 mg kg , 150 mg kg ) houve alteração no TP em segundos (s) sobre a barra
giratória e no número de quedas sugerindo que não influenciaram no tônus muscular e no estado de
sedação dos animais, mantendo a integridade da coordenação motora, por não alterar em de forma
significativa quando comparados como controle negativo.
APOIO
Universidade Federal do Piauí - UFPI;
Laboratório de Produtos Naturais e Neuroquímica Experimental - LPNNEX;
Laboratório de Pesquisa em Neuroquímica Experimental - LAPNEX
FAPEPI / CNPq – Apoio Financeiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, R.N.; FALCÃO, A.C.G.M.; DINIZ, R.S.T.; QUINTANS-JÚNIOR, L J.; POLARI, R.N.;
BARBOSA-FILHO, J.M.; AGRA, M.F.; DUARTE, J.C.; FERREIRA, C.D.; ANTONIOLLI, A.R.; ARAÚJO,
C.C. Metodologia para avaliação de plantas com atividade no Sistema Nervoso Central e alguns dados
experimentais. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 80, p. 72-76, 1999.
Brito ARMS. Toxicidade aguda (dose simples). In: Manual de ensaios toxicológicos in vivo. Campinas:
UNICAMP; Rio de Janeiro: Editora Três; p. 15-22, 1994.
DUNHAM, N.W.; MIYA, T.S.; A note on a simple apparatus for detecting neurological defict in mice and
ras. Journal of the American Pharmacists Association, v. 46, p. 208-209, 1957.
KUDAGI, B. L.; KUMAR, R. P.; BASHA, S. K. S. Evaluation of anti-anxiety, sedative and motor coordination properties of ganaxolone in comparison with diazepam in rodent Models. Journal of Dental
and Medical Science, v. 1, n. 4, p. 42-47, 2012.
MARQUES, T. H. C.; MELO, C. H. S. D.; FREITAS, R. M. D. In vitro evaluation of antioxidant, anxiolytic
and antidepressant-like effects of the Bellis perennis extract. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.
22, n. 5, p. 1044-1052, 2012.
TALAREK, S.; ORZELSKA, J.; LISTOS, J.; FIDECKA, S. Effects of sildenafil treatment on the
development of tolerance to diazepam-induced motor impairment and sedation in mice.
Pharmacological Reports, v. 62, n. 627, p. 627-634, 2010.
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