Psicologia Hospitalar O que é Psicologia Hospitalar O psicólogo especialista em Psicologia Hospitalar tem sua função centrada nos âmbitos secundários e terciários de atenção à saúde, atuando em instituições de saúde e realizando atividades como: atendimento psicoterapêutico; grupos psicoterapêuticos; grupos de psicoprofilaxia; atendimentos em ambulatório e unidade de terapia intensiva; pronto atendimento; enfermarias em geral; psicomotricidade no contexto hospitalar; avaliação diagnóstica; psicodiagnóstico; consultoria e interconsultoria. Como Surgiu a Psicologia Hospitalar Para que possamos entender o surgimento e a consolidação do termo Psicologia Hospitalar em nosso país, é importante ressaltar que as políticas de saúde no Brasil são centradas no hospital desde a década de 40, em um modelo que prioriza as ações de saúde via atenção secundária (modelo clínico/assistencialista), e deixa em segundo plano as ações ligadas à saúde coletiva (modelo sanitarista). Nessa época, o hospital passa a ser o símbolo máximo de atendimento em saúde, idéia que, de alguma maneira, persiste até hoje. Muito provavelmente, essa é a razão pela qual, no Brasil, o trabalho da Psicologia no campo da saúde é denominado Psicologia Hospitalar, e, não, Psicologia da Saúde (Sebastiani, 2003). O que é, portanto o Psicólogo Hospitalar O psicólogo hospitalar seria aquele que reúne conhecimentos e técnicas para aplicá-los de maneira coordenada e sistemática, visando à melhora da assistência integral do paciente hospitalizado, sem se limitar, por isso, ao tempo específico da hospitalização. Portanto, seu trabalho é especializado no que se refere, fundamentalmente, ao restabelecimento do estado de saúde do doente ou, ao menos, ao controle dos sintomas que prejudicam seu bem-estar. Psicologia da Saúde, Psicologia Clínica e Psicologia Hospitalar A partir das definições expostas de Psicologia da Saúde, que pode se confundir com a Psicologia Clínica e com a Psicologia Hospitalar, encontramos semelhanças no que tange às formas de atuação prática dos especialistas dessas distintas áreas. A psicoterapia individual ou grupal, por exemplo, é uma tarefa que pode ser desenvolvida dentro dos três campos citados. Contudo, percebemos também particularidades fundamentais. A Psicologia Clínica propõe um trabalho amplo de saúde mental nos três níveis de atuação – primário, secundário e terciário - e a Psicologia da Saúde também propõe um trabalho abrangente nesses mesmos níveis, mas aplicada ao âmbito sanitário, enfatizando as implicações psicológicas, sociais e físicas da saúde e da doença. No que diz respeito à Psicologia Hospitalar, sua atuação poderia ser incluída nos preceitos da Psicologia da Saúde, limitando-se,entretanto, à instituição-hospital e, em conseqüência, ao trabalho de prevenção secundária e terciária. Algumas Considerações Sobre a Formação Profissional, a Realidade Brasileira e o Mercado de Trabalho Para que o psicólogo esteja capacitado a trabalhar em saúde, é imprescindível refletir se sua formação lhe dá as bases necessárias para essa prática. A aprendizagem não deve ser só teórica e técnica, pois o psicólogo tem que ser comprometido socialmente, estar preparado para lidar com os problemas de saúde de sua região e ter condições de atuar em equipe com outros profissionais. Psicologia-1º Semestre Psicologia Hospitalar Brasília-DF 2011 Psicologia- 1º Semestre Psicologia Hospitalar Bianca Nascimento Danyelle Lopes Daysiane Laiane Rayana Parente Trabalho apresentado para Avaliação na disciplina de Psicologia, Ciência e Profissão, Do curso de Psicologia, Da Faculdade Alvorada Ministrado pela Professora Mônica. Brasília-DF 2011 Psicologia Hospitalar A Psicologia Hospitalar é mais uma das áreas de atuação da psicologia. Ela atua em instituições de saúde, com um atendimento e prestação de serviços a nível secundário e a nível terciário da atenção à saúde, a nível primário fica sobre responsabilidade do Programa Saúde da Família (PSF). O Psicólogo Hospitalar também pode atuar em instituições de ensino, visando um aperfeiçoamento ou a especialização de profissionais nesta área. Ele atende não só aos pacientes, como também a família do mesmo, a comunidade no qual o psicólogo atua, membros da equipe multidisciplinar e administrativa, mas tudo visando o bem estar físico/emocional do paciente. Oferece e desenvolve atendimento e diferentes atividades em diferentes níveis de tratamento, mas tendo como foco o acompanhamento e avaliação dos processos psíquicos do paciente que tem que enfrentar um procedimento médico, visando a promoção e recuperação do paciente em nível físico, emocional e psicológico. O psicólogo não deve diagnosticar a doença, mas sim o que a doença faz o paciente sentir. No entanto, isso tudo não quer dizer que o diagnóstico médico não seja importante - ele é. Pois o diagnóstico médico traz informações imprescindíveis sobre a evolução clínica do paciente e o seu prognóstico, fornecendo subsídios para o trabalho futuro do psicólogo hospitalar. Sob a perspectiva do trabalho do psicólogo, deve-se estar atento, principalmente, como o paciente reage frente à doença (diagnostico reacional), como a sua vida psíquica e social podem interferir na dinâmica subjetiva (diagnostico situacional) e ainda como se estabelecem as relações psicológicas entre o paciente, a família e a equipe de saúde (diagnóstico transferencial). O Psicólogo Hospitalar promove intervenções em várias relações no qual o paciente se insere, como médico/paciente, família/paciente, paciente/paciente. Como também na questão do paciente e sua relação com o processo de adoecer e hospitalização e observar as manifestações emocionais e psíquicas que emergem diante desta situação. No trabalho com a equipe multidisciplinar, que por muitas vezes é interdisciplinar, se busca adotar a melhor forma para fornecer segurança e apoio para o paciente e seus familiares, como também ajuda no desenvolvimento da reflexão da equipe e numa melhor maneira para sanar as dificuldades operacionais da equipe. E afinal de contas qual o objetivo da Psicologia Hospitalar? Bem, ela visa trabalhar os pacientes, como também seus familiares, com qualquer faixa etária, em sofrimento psíquico por conta da doença, da internação e do tratamento. Como já foi dito ela não se limita apenas a assistência, ela também vai para a educação e para a pesquisa. Na questão da educação ela visa um aperfeiçoamento profissional de outros profissionais de nível médio ou superior, quanto na pesquisa é tentar desenvolver novas maneiras de pesquisas cientificas na área da saúde, bem como sua publicação. A Psicologia Hospitalar atua em instituições de saúde a nível de assistência. Pode-se perceber que uma área onde se tem a necessidade de ter um trabalho com uma equipe, não só o psicólogo no hospital, como também os que atuam no PSF (Programa de Saúde a Família), no nível primário de atenção à saúde. O objetivo da psicologia hospitalar é a subjetividade. A doença é um real do corpo, no qual o homem se esbarra, e quando isso acontece toda a sua subjetividade é sacudida. É então que entra em cena o psicólogo hospitalar, que se oferece a escutar esse sujeito adoentado a falar de si, da doença, da vida ou da morte, do que pensa, do que sente, do que teme, do que deseja, do que quiser falar. A psicologia esta interessada mesmo em dar voz a subjetividade do paciente, restituindo-lhe o lugar de sujeito que a medicina lhe afasta. Uma característica importante da psicologia hospitalar é a de que ela não estabelece uma meta ideal para o paciente alcançar, mas simplesmente aciona um processo de elaboração simbólica do adoecimento. Ela se propõe a ajudar o paciente a fazer a travessia da experiência do adoecimento, mas não diz onde vai dar essa travessia e não diz o porque não pode, e não diz o porque não sabe. O objetivo da psicologia hospitalar fundamenta-se em uma posição filosófica muito particular, que pode ser melhor compreendida se colocada em perspectiva com a posição filosófica que fundamenta a medicina. E quando se faz isso, a primeira coisa que salta aos olhos é o fato de a psicologia não ser medicina. É certo que na psicologia hospitalar, medicina e psicologia se aproximam bastante, mas não se confundem, já que possuem objetos, métodos, e propósitos bem distintos: a filosofia da medicina é curar doenças e salvar vidas, enquanto a filosofia da psicologia hospitalar é reposicionar o sujeito em relação a doença. Psicologia da Saúde e Psicologia Hospitalar, Principais diferenças A Psicologia da Saúde tem como objetivo compreender como os fatores biológicos, comportamentais e sociais influenciam na saúde e na doença (APA, 2003). Na pesquisa contemporânea e no ambiente médico, os psicólogos da saúde trabalham com diferentes profissionais sanitários, realizando pesquisas e promovendo a intervenção clínica. Complementar a essa definição, o Colégio Oficial de Psicólogos da Espanha (COP, 2003) conceitua a Psicologia da Saúde como a disciplina ou o campo de especialização da Psicologia que aplica seus princípios, técnicas e conhecimentos científicos para avaliar, diagnosticar, tratar, modificar e prevenir os problemas físicos, mentais ou qualquer outro relevante para os processos de saúde e doença. Esse trabalho pode ser realizado em distintos e variados contextos, como: hospitais, centros de saúde comunitários, organizações não-governamentais e nas próprias casas dos indivíduos. A Psicologia da Saúde também poderia ser compreendida como a aplicação da Psicologia Clínica no âmbito médico. Para que possamos entender o surgimento e a consolidação do termo Psicologia Hospitalar em nosso país, é importante ressaltar que as políticas de saúde no Brasil são centradas no hospital desde a década de 40, em um modelo que prioriza as ações de saúde via atenção secundária (modelo clínico/assistencialista), e deixa em segundo plano as ações ligadas à saúde coletiva (modelo sanitarista). Nessa época, o hospital passa a ser o símbolo máximo de atendimento em saúde, idéia que, de alguma maneira, persiste até hoje. Muito provavelmente, essa é a razão pela qual, no Brasil, o trabalho da Psicologia no campo da saúde é denominado Psicologia Hospitalar, e, não, Psicologia da Saúde (Sebastiani, 2003). De acordo com a definição do órgão que rege o exercício profissional do psicólogo no Brasil, o CFP (2003a), o psicólogo especialista em Psicologia Hospitalar tem sua função centrada nos âmbitos secundário e terciário de atenção à saúde, atuando em instituições de saúde e realizando atividades como: atendimento psicoterapêutico; grupos psicoterapêuticos; grupos de psicoprofilaxia; atendimentos em ambulatório e unidade de terapia intensiva; pronto atendimento; enfermarias em geral; psicomotricidade no contexto hospitalar; avaliação diagnóstica; psicodiagnóstico; consultoria e interconsultoria. Algumas Considerações Sobre a Formação Profissional, a Realidade Brasileira e o Mercado de Trabalho Para que o psicólogo esteja capacitado a trabalhar em saúde, é imprescindível refletir se sua formação lhe dá as bases necessárias para essa prática. A aprendizagem não deve ser só teórica e técnica, pois o psicólogo tem que ser comprometido socialmente, estar preparado para lidar com os problemas de saúde de sua região e ter condições de atuar em equipe com outros profissionais. Segundo Sebastiani, Pelicioni e Chiattone (2002), a formação do psicólogo na América Latina e no Brasil está vinculada basicamente ao tratamento individual baseado no modelo clínico, que é a base de sua identidade profissional. Entretanto, devido à grande demanda de trabalho existente no âmbito sanitário, muitas vezes profissionais mal- preparados seguem trabalhando no antigo modelo clínico individual e atuam na área da saúde sem ter conhecimento das ferramentas necessárias para uma atuação coletiva de prevenção e intervenção. No Brasil, a formação em Psicologia é deficitária no que se refere aos conhecimentos da realidade sanitária do País, à participação em pesquisas e em políticas de saúde, indispensáveis para a determinação da sua prática e para o aprimoramento da especialidade (Dimenstein, 2000; Sebastiani, 2003). Essa formação elitista distancia o aluno e o profissional das demandas sociais existentes, não os habilitando para lidar com o sofrimento físico sobreposto ao sofrimento psíquico, a injustiça social, a fome, a violência e a miséria (Chiattone, 2000). Em conseqüência, enquanto as classes privilegiadas têm acesso ao tratamento psicológico, as classes menos favorecidas ficam desassistidas, pois o tratamento clínico gratuito em instituições públicas e clínicas-escola não abarca as necessidades de grande parte da população. Muitas vezes, são ensinadas teorias incompatíveis com a demanda e a realidade social, promovendo uma concepção de sujeito desvinculada do seu contexto sociopolítico e cultural. Obviamente, essas incongruências na formação de base geram dúvidas quanto à cientificidade da tarefa do psicólogo em alguns casos onde a realidade é a da extrema pobreza, já que a graduação em Psicologia dá ênfase ao modelo psicodinâmico e suas implicações clínicas, voltadas para a população mais privilegiada. Em síntese, a formação em Psicologia deixa praticamente de lado temáticas relacionadas às questões macrossociais relativas à saúde, contribuindo para a manutenção das estruturas sociais e das relações de poder sem utilizar todo o seu potencial questionador e transformador (Almeida, 2000; Dimenstein, 2000). A falta de pesquisas na área também não privilegia ações de prevenção de saúde e, sim, ações emergenciais. Tal situação distorce o trabalho profissional, provoca o afastamento entre acadêmicos e profissionais e não contribui para a ampliação da prática e para a incorporação de psicólogos recém-formados que querem trabalhar na área. Com a necessidade crescente de demonstração das evidências dos resultados das intervenções psicológicas – o que se chama prática baseada em provas – o desenvolvimento da pesquisa básica e aplicada é imprescindível (Ulla & Remor, 2003). As evidências dos bons resultados das intervenções psicológicas, além de propiciarem avanços no atendimento direto às pessoas, também abrem campo de trabalho ao psicólogo. Um exemplo seria o caso de alguns governos de países europeus que decidiram custear o tratamento psicológico através da saúde pública sempre que se cumpram critérios de eficácia, efetividade e eficiência. Então, qual seria a formação indicada para os psicólogos que desejam trabalhar no âmbito da saúde? Besteiro e Barreto (2003) afirmam que a formação do psicólogo da saúde deve contemplar conhecimentos sobre: bases biológicas, sociais e psicológicas da saúde e da doença; avaliação, assessoramento e intervenção em saúde, políticas e organização de saúde e colaboração interdisciplinar; temas profissionais, éticos e legais e conhecimentos de metodologia e pesquisa em saúde. Com relação ao psicólogo da saúde que atua especificamente em hospitais, é indispensável um bom treinamento em três áreas básicas: clínica, pesquisa e programação. Com relação à a área clínica, o psicólogo deve ser capaz de realizar avaliações e intervenções psicológicas. Na área de pesquisa e comunicação, é necessário saber conduzir pesquisas e comunicar informações de cunho psicológico a outros profissionais. Por fim, quanto à área de programação, o profissional deve desenvolver habilidades para organizar e administrar programas de saúde. Com essa formação integrada, é possível melhorar a qualidade da atenção prestada, garantir que as intervenções implantadas sejam as mais eficazes para cada caso, diminuir custos e aumentar os conhecimentos sobre o comportamento humano e suas relações com a saúde e a doença (Ulla & Remor, 2003). Ética no contesto Hospitalar A ética leva o psicólogo a ver o paciente como uma pessoa singular e que está em relação constante com o mundo ao seu redor. Segundo Aristóteles “ser ético é muito mais que um problema de costumes, de normas práticas. Supõe uma boa conduta das ações, a felicidade pela ação e a alegria da auto-aprovação diante do bem feito”. Como o código de ética está pautado nos valores universais, sócio-culturais e àqueles inerentes à profissão, tornam-se flexíveis e dinâmicos de acordo com as mudanças sociais e profissionais, requerendo uma contínua reflexão. Neste sentido, o terceiro e último código de ética profissional do psicólogo foi aprovado pelo CFP em julho de 2005, e entrou em vigor no mês de agosto do mesmo ano. De acordo com este código, sua função primária não seria de normatizar a natureza técnica do trabalho, mas assegurar um padrão de conduta que fortaleça o reconhecimento da psicologia, respeitando os valores relevantes para a sociedade brasileira e para as práticas desenvolvidas no país. De acordo com o código de ética, o trabalho do psicólogo tem como princípios fundamentais o respeito e a promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Além disso, o trabalho do psicólogo deve visar à promoção de saúde e a qualidade de vida das pessoas e coletividades. Nesse sentido, deverá contribuir para eliminar qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, assim como, deve estar atento à sua responsabilidade social. Outro ponto importante a ser citado do código de ética do psicólogo é o veto a qualquer ação que induza às convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, respeitando o outro com suas diferenças e singularidades. O psicólogo e os desafios para promoção de saúde nas instituições hospitalares. Atualmente temos uma realidade muito mais adequada em termos de formação em Psicologia da Saúde e Hospitalar. Entretanto, até a poucos anos, havia uma enorme preocupação com relação à formação, pois a ambigüidade devida à diversidade de orientações epistemológicas, teórico-metodológicas ou de intervenções em Psicologia, que na prática diversificam o campo de atuação do psicólogo no contexto hospitalar, influenciava os programas de formação profissional, que muitas vezes realçavam algumas áreas sem aprofundar outras, o que derivava, na prática, em especializações fracionadas, parciais e não em formação integral em Psicologia da Saúde. Atualmente, é real e autêntica a força de um grande contingente de psicólogos que buscam aprimorar as ações em saúde, participando intensamente e de forma criativa nas problematizações da área, oferecendo suporte em cada campo específico de atuação, referendando a busca e elaboração conceitual de modelos gerais e particulares para alcançar, de forma mais efetiva, as demandas de saúde, solidificando teoricamente o seu exercício profissional. Assim aponta Campos (1992), com base nas prioridades de saúde da população, dizendo que esse é um dos grandes desafios que o psicólogo enfrenta atualmente no campo da assistência pública à saúde, na medida em que implica na substituição do paradigma da clínica pelo da saúde pública, requer um novo modelo de atenção à saúde e de relação com o usuário, bem como um modo sempre mutante de fazer saúde, ou seja, os psicólogos hospitalares são, portanto, protagonistas e intérpretes de um processo universal de construção de um novo pensar e fazer em saúde, definidos pela abordagem holística inerente à Psicologia, na solução dos problemas mais relevantes da saúde contemporânea.Dessa forma, as perspectivas de desenvolvimento da psicologia hospitalar apontam para o crescimento de profissionais envolvidos por uma enorme gama de demandas sociais que definem os problemas de saúde; a introdução efetiva de psicólogos nas equipes hospitalares, conservando a essência delimitada pela formação em Psicologia; ampliação da atuação do Psicólogo em áreas de promoção da saúde e prevenção de doenças. Assim, a psicologia no contexto hospitalar deverá encaminhar-se para a integração compreensiva de modelos teóricos aparentemente distantes, diminuindo os espaços entre a diversidade da área, dando-lhe finalmente significação, através de esforços psicológicos no cuidado à saúde e na prevenção das doenças, pois é a partir dela que podemos estabelecer condições adequadas de atendimento aos pacientes, familiares e equipes de saúde no hospital.Remor (1999) contribui dizendo que a Psicologia da Saúde, com base no modelo biopsicossocial, utiliza os conhecimentos das ciências biomédicas, da Psicologia Clínica e da Psicologia Social-comunitária por isso, o trabalho com outros profissionais é imprescindível dentro dessa abordagem. Gonzalez-Rey (1997), nos trás significativas orientações dizendo que essa área fundamenta seu trabalho principalmente na promoção e na educação para a saúde, que objetiva intervir com a população em sua vida cotidiana antes que haja riscos ou se instale algum problema de âmbito sanitário. O trabalho é multiplicador, uma vez que capacita a própria comunidade para ser agente de transformação da realidade, pois aprende a lidar, controlar e melhorar sua qualidade de vida. Dessa maneira, torna-se evidente que a Psicologia da Saúde dá ênfase às intervenções no âmbito social e inclui aspectos que vão além do trabalho no hospital, como é o caso da Psicologia Comunitária, porém contribuindo para o processo de promoção de saúde. Caminho... Os corredores são sombrios, frios... Sem vida, sem cor, sem calor... São longos mas não o suficiente para acolher a todos os pacientes... Os gemidos são ensurdecedores, amedrontadores como o silvo da serpente... Os gemidos são de desespero, de dor, de sofrimento. É o uivo dos umbrais... Lá de fora ecoam sirenes de ambulâncias, de viaturas policiais... Sirenes de desespero, sirenes de esperança, sirenes apressadas, angustiadas. Lá de fora brotam cores de harmonia, de luz, de amor... Cores trazidas pelas da esperança nesse momento de dor. A saúde também agoniza junto com o paciente, exaurida... As necessidades do paciente não podem ser supridas... Faltam condições mínimas de atendimento, de ungüento... Faltam médicos, profissionais burocráticos, enfermeiros... Falta tudo; e na falta de todos padece o doente. A doença no Brasil é vexatória... A doença torna-se constrangedora, predatória... A doença faz do paciente uma vitima; vitima da falta de condições do sistema de saúde. Observo... Vejo a saúde padecendo juntamente com um amontoado enorme de doentes... Assisto a saúde enraizando-se como um privilegio de poucos... Vejo a luz da esperança carreada apenas pelas cores da utopia... A saúde não existe... Existe apenas uma maneira paliativa de assistência para alguns poucos doentes em seu desatino... O lixo hospitalar mistura-se aos escombros da dignidade humana... Saúde é dejeto que não pode ser reciclável. Saúde é bem precioso apenas nas empresas hospitalares. Quando proporcionam lucros. Grandes lucros... A mercantilização da saúde exclui aqueles que já foram anteriormente excluídos. Exclui aqueles que já perderam a dignidade por um nada no mundo. Lamento... Observo o ritual lento e aterrorizante de todos os envolvidos na saúde... Um ritual macabro feito de desalento e que piora a cada momento... E observo a tentativa tênue de transformação dessa realidade por um punhado de idealizadores... Espectadores dessa vergonha intitulada sistema de saúde... Vergonha nacional tida como proprietária em qualquer planejamento social... A realidade, a triste realidade é o escarro da podridão social na dor do doente. A vergonhosa situação dessa realidade é a constatação odienta de que não existe nenhum sistema de saúde no Brasil. “Acordes de um Réquiem” VALDEMAR AUGUSTO ANGERAMI- CAMOM