IGREJA EPISCOPAL CARISMÁTICA DO BRASIL PARÓQUIA DA VITÓRIA MEU CORAÇÃO - O LAR DE CRISTO 9 – Limpando a Casa (parte II) – Lucas 15.8 AFINAL, VAMOS LIMPAR A CASA? - No Evangelho de Lucas, capítulo 15, versículos 8-10, contempla a parábola da dracma perdida. A história é de uma mulher que, após perder uma de dez dracmas, acende uma candeia e varre a casa à procura do valor perdido. Após achar a dracma, chamou os vizinhos e amigos para celebrar com ela a dracma achada. Tendo esta parábola por base, é fácil imaginar sua vida como uma casa grande. A dracma perdida é seu talento, sua alegria, seu amor, seu bom ânimo; tudo perdido em algum lugar desconhecido. Você não quer viver sem estes bens, portanto tem que descobrir onde os perdeu. Quando você se torna pessimista, infeliz, sentimental, sente solidão apesar de estar cercado da família, amigos e irmãos de fé; chegou a hora para fazer uma limpeza na casa para achar os valores perdidos. Quando você coloca um sorriso falso nos lábios; quando há lágrimas no coração; quando usa máscaras para esconder o que realmente sente; quando se levantar pela manhã, é hora de faxina na sua casa espiritual. Quando coisas assim acontecem conosco, temos que achar a dracma perdida, pois é impossível viver sem os valores perdidos. Achar um valor perdido pode não ser algo tão fácil. Quando foi perdido ao longo de algum tempo, justamente há de levar semanas, quem sabe, meses para achar onde perdeu. Terá de varrer a casa toda, peça por peça, com a luz do Espírito Santo iluminando o trabalho. Terá de varrer no mais íntimo do coração, no recôndito da alma humana. Davi perdeu estes valores e bradou em sua oração: “Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário.” (Salmos 51:11-12) Foi determinado que o coração fosse como uma casa grande e, como em quase toda casa grande, existe o porão. Esta peça é justamente o lugar onde deve começar a varrer, mas provavelmente seja o lugar mais difícil de varrer e limpar; no entanto, precisa também ser completamente limpo. Antes de começar a varrer, tem que providenciar algo fundamental para achar valores perdidos, e isto é a iluminação. É difícil achar estes valores no escuro do pecado, e pecados não confessados; portanto o ambiente necessita a iluminação que só pode vir do Espírito Santo. Sem o auxílio desta dádiva de Deus, é impossível descobrir as transgressões escondidas no porão do coração, e impossível achar os valores perdidos. É importante lembrar-se o que Jesus declarou: “Eu sou a luz do mundo”. Ele é a grande luz que nos ajuda a varrer a alma, que nos leva a entrarmos nos lugares mais pérfidos das vielas do nosso ser. Sem essa grande luz é impossível acharmos a “dracma” perdida; portanto, esse é o primeiro passo: ter o coração entregue a Jesus (veja bem: a Jesus e não à religião), deixar Ele iluminar as nossas vidas. Bem, após estar com a luz acessa em nossas vidas, temos que começar a varrer, e é justamente o porão onde as pessoas possuem mais medo de varrer, porque lá geralmente se esconde o que não usamos e não gostamos; deixamos lá algo quebrado, algo que nos feriu; temos medo de ratos, baratas, coisas deixadas para trás e “esquecidas” quando se começa a varrer sobe um grande pó, fazendo parecer que no lugar de estar limpando, está se sujando ainda mais. Mas é necessário varrer lá, pois é um lugar fácil de se perder as coisas, perder os principais sentimentos humanos, a alegria de se viver, a paz no coração. O mais triste de tudo é que muitas pessoas não só têm no porão os piores sentimentos, como muitos gostam de morar lá. As pessoas que moram no porão são pessoas que geralmente dão desculpas pelas derrotas da vida; não são de sorrirem sempre; não transmitem paz; vivem em estado nervoso ou simplesmente de silencio. Pessoas do porão não expressam os seus sentimentos, não são transparentes, acham defeitos em tudo, ou se isolam ou falam da vida, mas não de si. Quem mora no porão tem medo de se encarar, de descobrir os seus defeitos, de se olhar no espelho. Vamos limpar o coração, esse porão do nosso ser. VAMOS LIMPAR A CASA DE TODA IMORALIDADE (I Co 6:18) - O pecado da imoralidade é contra o próprio corpo, contra a casa favorita de Deus, e é preciso limpar essa sujeira da nossa vida. O mundo hoje está muito liberal em relação à moralidade. Não é possível julgar moralidade por aquilo que se vê por aí. A programação de televisão promove todo tipo de imoralidade. Parece que a sociedade está chegando ao ponto de amoral, isto é, onde não há mais distinção entre moralidade e imoralidade. Nas rodinhas de amigos e colegas de trabalho, colégio e faculdade, só têm conversas e piadas de baixo calão, que tendem a lhe influenciar a pensar do jeito do mundo. Quando chegar a perceber o que realmente está acontecendo, você já está participando e dando risadas; e perdendo seu testemunho de cristão. Veja só o que a Bíblia tem a dizer acerca deste tipo de comportamento: “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.” (I Co 15:33). O Livro de Salmos também tem algo de bom conselho: “Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” (Salmos 1:1). É preciso purificar sua mente com a pura Palavra de Deus e com oração, jejum, louvor, adoração e comunhão contínua com o Senhor, e estar sempre em prontidão para fugir da imoralidade. No caso de cair em alguma cilada da carne e do diabo, deve lembrar a promessa da Palavra de Deus: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.” (I João 1:9). Praticando isto, tem condições para limpar a casa favorita de Deus de toda a imundice. CONCLUSÃO - Ocorreu-me um pensamento. Disse comigo mesmo: “Tenho tentado manter este meu coração livre para Cristo. Começo numa sala, mas logo que termino de limpá-la, uma outra já está suja. Começo na segunda e depois a primeira se empoeira novamente. Estou tão cansado e exausto, tentando manter um coração limpo e uma vida obediente. Simplesmente não estou conseguindo.” Depois arrisquei uma pergunta: “Senhor, há alguma possibilidade de aceitares a responsabilidade da casa inteira, para administrá-la por mim e comigo, assim como fizeste com aquela despensa? Aceitarias a responsabilidade de manter o meu coração como deve ser e a minha vida no lugar onde deve estar?” Vi que o seu rosto se iluminou quando respondeu: “Com toda certeza, pois é isso que eu vim fazer. Você não pode ser um cristão vitorioso na sua própria força. Isso é impossível. Deixe-me agir através de você e por você. Este é o caminho. Mas, ele acrescentou: “eu não sou proprietário da casa; sou apenas um hóspede. Não tenho autoridade para prosseguir, pois a propriedade não é minha.” Num momento enxerguei a verdade, e caindo de joelhos, eu disse: “Senhor, tu tens sido um hóspede e eu tenho sido o anfitrião. De agora em diante eu vou ser o servo. Tu serás o Senhor”. Correndo com a maior velocidade possível, fui à caixaforte e tirei o título da casa, que descrevia o ativo e o passivo dela, sua situação e condição. Depois, voltando para ele, com entusiasmo subscrevi o título da casa para ele, para pertencer a ele durante todo o tempo e pela eternidade. “Aqui”, eu disse, “está aqui, tudo que sou e que tenho para sempre. Agora dirige esta casa. Vou permanecer aqui apenas como servo e amigo.” Ele tomou a minha vida naquele dia e posso assegurar-lhe que não há outra maneira melhor de se viver a vida cristã. Ele sabe como mantê-la em forma e isso permite que uma paz profunda repouse sobre a alma. Que Cristo venha estabelecer-se no seu coração e que sinta-se à vontade como Senhor absoluto da sua vida.