1 INSTITUTO BIOMÉDICO - DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA MÓDULO DE FARMACOLOGIA – MEDICINA INTEGRAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE I ESTUDO DIRIGIDO 3 / 2º BLOCO ESTUDO DIRIGIDO 3: ANTIINFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS E NÃO ESTEROIDAIS DIURÉTICOS 1ª PARTE: ANTIINFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS E NÃO ESTEROIDAIS 1) Com respeito aos glicocorticóides, discuta: a) Regulação da secreção de corticóides endógenos b) Localização subcelular do receptor para corticóides c) Mecanismo de transdução do sinal acoplado ao receptor d) Efeitos no metabolismo da glicose, de lipídeos e proteínas 2) Explique o mecanismo de ação antiinflamatório e imunossupressor dos corticóides. 3) Comente a classificação dos corticóides quanto a duração de ação e relacione os grupos quanto a potência antiinflamatória e efeito mineralocorticóide. 4) Aponte os usos clínicos dos corticóides, discutindo as formas de utilização do mesmo e a possibilidade de absorção sistêmica. 5) Um paciente de 40 anos está fazendo corticoterapia com prednisolona 40 mg dividida em 2 doses de 12 / 12 h por 2 meses. Pergunta-se: a) Quais os efeitos colaterais que podem ser observados? b) Sugira um protocolo para retirada do corticóide neste paciente. Justifique. 6) Explique o mecanismo de ação dos AINEs, discutindo seus usos clínicos como antiinflamatórios, analgésicos e antipiréticos. Todos os AINEs compartilham estes 3 efeitos farmacológicos? 7) Com base no mecanismo de ação dos AINEs, aponte vantagens e desvantagens dos agentes seletivos e não seletivos, relacionado os principais efeitos indesejados associados aos AINEs e, consequentemente, as suas contra indicações. Discuta ainda a importância do perfil do paciente na escolha do fármaco e o tratamento empírico. 8) Construa uma tabela relacionando os principais AINEs seletivos e não seletivos. 9) Em relação a eliminação dos AINEs: a) De acordo com a figura ao lado e com base no metabolismo do fármaco, discuta a hepatotoxicidade associada ao uso de paracetamol e seu tratamento. b) Explique o efeito uricosúrico bifásico do AAS (sem relação com o gráfico ao lado). Relação dos níveis plasmáticos de paracetamol e do tempo (h) transcorrido desde sua ingestão até a ocorrência de lesão hepática. 2 2ª PARTE: APLICAÇÕES PRÁTICAS ANTIINFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS E NÃO ESTEROIDAIS AP 01 J.F.T, 58 anos, masculino, branco, casado, gari, morador de Jacarepaguá, RJ. Chegou à emergência do HUAP apresentando: dispnéia aos pequenos esforços, náuseas e forte dor precordial, a qual se irradiava para o ombro e membro superior esquerdo. Após a realização de exames complementares foi submetido a uma angioplastia para desobstrução de uma artéria coronária. O médico cardiologista prescreveu a J.F.T além de outros medicamentos, o uso regular de baixas doses de aspirina (81 mg ao dia). a) Qual a ação esperada pelo cardiologista ao prescrever um antiinflamatório como a aspirina ao paciente? Explique o mecanismo de ação do efeito esperado. b) Um antiinflamatório como o Diclofenaco em pequenas doses também poderia trazer o mesmo benefício ao paciente? Justifique. AP 02 R.E.V, 21 anos, feminina, branca, solteira, estudante de medicina, residente em Niterói. Paciente procurou clínica de ortopedia relatando dor em região cervical com limitação do movimento de rotação e lateralização da cabeça. A dor apresentava intensidade moderada, sem irradiação para outras partes e evolução progressiva com início há 1 mês e meio. Paciente afirma estresse nos últimos meses devido o início da faculdade e mudança de cidade (SIC). Ao exame: paciente normocorada, hidratada, acianótica, anictérica, eupinéica e afebril. Sinais vitais: PA: 120x80 mmHg; FC- 89 bpm; FR- 17 irpm; Tax:36,6°C. Foi solicitado RX de coluna cervical, torácica e lombar não apresentando alterações ósseas ou musculares que pudessem explicar a dor. Diante disso, o ortopedista prescreveu Feldene® (Piroxicam) sublingual 20mg de 12/12 horas durante 5 dias. No 3º dia de tratamento a paciente retornou ao ortopedista relatando ter suspendido o uso do medicamento após início de dor epigástrica intensa em queimação, sendo prescrito protetor de mucosa e Arcóxia® (etoricoxibe) 90mg 1 vez ao dia, durante 20 dias. a) Justifique o surgimento da dor epigástrica relacionando-a ao uso do AINE. b) Qual foi a intenção do ortopedista ao mudar a medicação? Você acha que ele agiu corretamente? c) Quais outras manifestações clínicas a paciente pode apresentar durante uso da segunda prescrição? Explique. AP 03 J.M.R, 62 anos, masculino, negro, viúvo, aposentado, natural de Niterói. Há quatro meses, o paciente começou a apresentar distúrbios visuais (diplopia, fotofobia e diminuição de acuidade). Consultou um oftalmologista que estabeleceu o diagnóstico de retinopatia por doença auto-imune. Não havia outras anormalidades no exame físico e nos exames complementares. O plano terapêutico constou de prednisona, na dose única diária de 60 mg. Após um mês, o paciente retornou apresentando discreta melhora. Ao exame físico, constataram-se face mais arredondada e pressão arterial de 150/90 mmHg. A prednisona foi mantida no mesmo esquema. Dois meses depois, o paciente procurou a emergência do HUAP queixando-se de intensa lombociatalgia (dor que se irradia da região lombar para um ou ambos os membros inferiores) sendo internado para investigação. Exames: RX de coluna lombossacra com fratura compressiva de L3 e rarefação difusa da densidade óssea. Glicemia: 160 mg/dl e PA: 160/105 mmHg. a) Por que foi prescrito Prednisona ao paciente? b)Aponte as manifestações decorrentes do uso de corticóides e descreva os mecanismos que as determinam. c) Como deve ser feita a suspensão da prednisona e por quê? d) Cite outras indicações terapêuticas aos corticóides e como eles atuam. AP 04 J.C.L, 22 anos, estudante, moradora de São Gonçalo, RJ. No momento da chegada ao HUAP apresentava queixa de dispnéia intensa, tosse intermitente e produtiva. No exame de tórax o plantonista verificou que havia tiragem intercostal e sibilos difusos em ambos hemitórax. O plantonista então diagnosticou asma grave prescrevendo então um broncodilatador e glicocorticóide, revertendo o quadro. Ao ter alta do hospital foi prescrito um glicocorticóide inalátorio. a) Existe beneficio na administração de glicocorticóide pela via inalatória? Podem ocorrer efeitos adversos sistêmicos? b) Em que se baseia a indicação desse medicamento na asma? 3 DIURÉTICOS AP 05 M.G.P, 55 anos, estaleiro, morador de Duque de Caxias, RJ. Chegou à emergência do HUAP com dispnéia aos mínimos esforços e inchaço, principalmente nos membros inferiores. Afirma apresentar HAS há 10 anos, porém sem uso de medicação regular. O RX de tórax mostra cardiomegalia, derrame pleural bilateral e infiltrado intersticial bilateral sendo diagnosticado Insuficiência cardíaca congestiva. Ao exame: hipocorado (++/4), acianótico, anictérico, afebril, hidratado, com baixa perfusão capilar periférica e dispnéico. Sinais vitais: FR: 30 irpm, FC: 54 bpm e PA:150X90 mmHg. ACV: RCR 3T (B3), bulhas hipofonéticas, ausência de sopros, apresentando turgência jugular à 45º. AR: MV diminuído em ambas as bases com estertores crepitantes, presença de tiragem intercostal. Abdome: globoso (com presença de ascite), cicatriz umbilical protusa; peristáltico, ausência de dor a palpação superficial, porém doloroso a palpação profunda, principalmente no hipocôndrio direito, fígado palpável a 4 cm do RCD e a 2cm do apêndice xifóide, reflexo hepato-jugular presente, ausência de esplenomegalia. MMII: presença de edema (+2 /+4) com cacifo, panturrilhas livres e pulsos palpáveis, porém diminuído. a) Baseado no exame físico, qual o tipo de diurético mais indicado para o paciente e qual o seu mecanismo de ação? Quais os seus efeitos colaterais? b) Cite outras indicações para este tipo de diurético. c) Os diuréticos Tiazídicos são muito utilizados no tratamento ambulatorial da HAS, porém apresentam efeitos colaterais importantes como a hipocalemia e alcalose metabólica. Existe alguma medida farmacológica para minimizar algum desses efeitos sem a interrupção do fármaco? Qual? Justifique.