Sociologia

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Sociologia
Karl Marx - A exploração do homem
Introdução
No campo científico, os pressupostos teóricos explicam de forma peculiar a realidade,
resultando diferentes níveis de abordagem e modelos teóricos particulares.Tratam-se na
realidade, de olhares diferentes de uma mesma realidade, os modelos teóricos, diferentes entre
si, cada qual “pondo à luz” determinados aspectos da realidade social, oferecem diferentes
perspectivas que se complementam.
No modelo positivista inicialmente elaborado por Comte e, depois o proposto por Durkheim,
segundo o qual a sociedade se apresenta como sendo mais que a soma de indivíduos,
constituída por normas, instituições e valores característicos do social. A seguir Weber, numa
perspectiva dinâmica e interpretativa, explicou os fatos sociais “à luz da história” e da
subjetividade do agente social.
O pensamento marxista, expresso pela teoria do materialismo
revolucionário tanto do ponto de vista teórico como da prática social.
histórico,
tornou-se
Com o objetivo de compreender o sistema capitalista e modificá-lo, Marx escreveu sobre a
filosofia, sociologia e economia. Sua obra máxima, O Capital, destinava-se a todos, não apenas
aos estudiosos de economia, sociologia e política. Sua obra adquiriu características de um ideal
revolucionário e ação política efetiva.
Teoria
O pensamento marxista absorveu uma diferente percepção da história, sofreu influência do
pensamento de Hegel que entendia a história como um processo coeso que envolvia diversas
instâncias da sociedade – da religião à economia – e cuja dinâmica se dava por oposições entre
forças antagônicas: tese e antítese. Desse contraste surgia a síntese, que concluía o movimento
dialético da história. Marx utilizou esta dialética para explicação da história mas acrescentou a
idéia de que os agentes sociais não são os únicos responsáveis pela dinâmica dos
acontecimentos, as forças em oposição atuam sobre o devir (vir a ser).
Marx considerava o pensamento socialista francês e inglês dos séculos XVIII e XIX e suas
propostas de transformação social, utópicos, ou seja, idealistas e irreais. Eram assim
considerados porque não reconheceram a necessidade de luta política entre as classes sociais e
o papel revolucionário do proletariado na implantação de uma nova ordem social.
Ao criticar o pensamento clássico dos economistas ingleses, em particular Adam Smith e David
Ricardo, Marx desenvolveu conceitos importantes como a alienação, classes sociais, valor,
mercadoria, trabalho, mais-valia e modo de produção.
O Materialismo Histórico
Para entender o capitalismo e explicar a natureza da organização econômica humana, Marx
desenvolveu uma teoria universal, que procurava dar conta de toda forma produtiva criada pelo
homem. Os princípios básicos dessa teoria estão expressos em seu método de análise: O
materialismo histórico.
Marx parte do princípio de que a estrutura de uma sociedade reflete a forma como os homens
se organizam para produção de bens materiais, envolvendo dois fatores fundamentais: as
forças produtivas e as relações de produção.
As forças produtivas são as condições materiais de toda a produção, isto é, matérias primas,
ferramentas e máquinas utilizadas de acordo com uma orientação técnica específica. O homem
é o principal elemento das forças produtivas fazendo a ligação com a natureza, a técnica e os
instrumentos. A cada forma de organização das forças produtivas corresponde a uma
determinada forma de relação de produção.
As relações de produção são as formas pelas quais os homens se organizam para executar
atividade produtiva. Elas se referem às diversas maneiras pelas quais o homem se relaciona
com as demais forças produtivas. Assim elas podem ser cooperativistas, escravistas, servis ou
capitalistas.
Forças produtivas e relação de produção são frutos das condições naturais e históricas de toda
atividade produtiva que ocorre em sociedade. A forma pela qual ambas existem e são
reproduzidas na sociedade contitui o que Marx denominou “modo de produção”.
Para Marx é fundamental compreender como se organiza e funciona uma sociedade para
explicar um modo de produção. As relações de produção neste sentido são consideradas as
mais importantes entre as relações sociais existentes. Os modelos de família, as leis, a religião,
as idéias políticas, os valores sociais são aspectos que dependem do estudo do
desenvolvimento e do colapso de diferentes modos de produção. Analisando a hitória, Marx
identificou alguns modos de produção específicos: sistema comunal produtivo, modo de
produção asiático, modo de produção antigo, modo de produção germânico, modo de produção
feudal e modo de produção capitalista.
A passagem de um modo de produção para outro é conquência da contradição entre o
desenvolvimento das forças produtivas e a forma como os homens se apropriaram dos produtos
gerados. Em cada modo de produção, a desigualdade de propriedade cria contradições que se
agravam até provocar um processo revolucionário, determinando a falência de um modo de
produção e ascensão de outro.
Classes sociais
É um conceito fundamental do Marxismo, consideram os homens proprietários ou não
proprietários dos meios de produção. Dessa divisão surgem as classes sociais: proletariado –
trabalhadores não proprietários dos meios de produção e os capitalistas ou burgueses que são
os proprietários dos meios de produção sob a forma legal da propriedade privada, apropriandose do produto do trabalhos de seus operários em troca do salário.
As classes sociais do capitalismo estabelecem desigualdades sociais. O capitalista procura
preservar seu direito a propriedade dos meios de produção e dos produtos e o trabalhador luta
contra a exploração.
Para Marx a história humana é a história da luta de classes.
Trabalho, valor e lucro
Marx assim como os econimistas ingleses reconheciam o trabalho como a verdadeira fonte de
riqueza das sociedades. O valor das mercadorias é explicado a partir da incorporação das várias
habilidades profissionais exigidas e todos os tempos de trabalho necessários.
O capitalista produz para obter lucro, isto é, ganhar com seus produtos mais do que investiu.
De acordo com a análise de Marx, não é no ambito da compra e da venda de mercadorias que
se encontram bases estáveis para o lucro e nem para manutenção do sistema capitalista. Ao
contrário, a valorização da mercadoria se dá no ambito da produção.
A mais-valia
É a diferença entre o valor da força de trabalho e o quanto esse trabalho rende ao capitalista.O
emprego de novas tecnologias aumentam a mais valia, pois a produção em série aumenta a
possibilidade de lucro.
A contribuição de Marx
A teoria marxista influenciou fortemente não só a Europa como as colônias européias e os
vários movimentos de independência. Incentivou os operários a organizar partidos marxistas e
levou os intelectuais à crítica da realidade.
Com o marxismo, a questão da objetividade científica foi posta em um novo patamar. Para
Marx, a questão da objetividade só se coloca como consciência crítica.A ciência e a ação política
só podem ser verdadeiras e não ideológicas se tiverem uma visão crítica da realidade.
Objetividade refere-se à forma como o pensamento científico se insere no contexto das
relações de produção e na história.
A idéia de uma sociedade doente ou normal, tal como se preocupavam os positivistas,
desaparece em Marx. Para ele, a sociedade é constituída de relações de conflito e é de sua
dinâmica que surge a mudança social.
A teoria marxista teve ampla aceitação teórica e metodológica, assim como política e
revolucionária.Em 1917 influenciou a Revolução Bolchevique, na Rússia, criando o primeiro
Estado operário.Essa revolução impulsionou a teoria marxista em todo o mundo.
O fim da União Soviética não significou o fim do marxismo como postura teórica, mas faz
refletir sob uma nova sociedade cujas relações de produção se organizam sob novos princípios:
enfraquecimento dos Estados nacionais, mundialização do capitalismo, formação de blocos
supranacionais e organização política de minorias étnicas e religiosas, entendendo que as
contradições não desapareceram e se expressam em novas instâncias.
De acordo com a tese do materialismo histórico defende-se que a evolução histórica,
desde as sociedades mais remotas até à atual, se dá pelos confrontos entre diferentes
classes sociais decorrentes da "exploração do homem pelo homem". A teoria serve
também como forma essencial para explicar as relações entre sujeitos. Assim, como
exemplos apontados por Marx, temos durante o feudalismo os servos que teriam sido
oprimidos pelos senhores, enquanto que no capitalismo seria a classe operária pela
burguesia.
Para Marx as classes sociais identificadas ao longo da história são:
burguesia( proprietária dos meios de produção) e o proletariado (
trabalhadores que vendem sua força de trabalho ao burguês).
As relaçoes sociais entre essas classes são de conflito e oposição na
medida em que são antagônicas e complementares.O conflito entre elas
gera as mudanças sociais da história.
A teoria de evolucionismo histórico fundamentava o pensamento Marxista
que conduziu à implementação dos regimes comunistas pela "Revolução",
ou seja, a rebelião das classes operárias contra os capitalistas.
O materialismo histórico como propulsor da evolução histórica foi posto em
causa quer pelos pensadores liberais, que levaram ao desenvolvimento das
Democracias do Norte da Europa, Reino Unido e América do Norte, quer
pelos pensadores corporativistas que levaram ao desenvolvimento dos
regimes autoritários de Itália, Portugal e Espanha.
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