Elementos para epressão e a ansiedade

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL - UNIJUÍ
VANDRIELI VARGAS
ELEMENTOS PARA PENSAR A OBESIDADE, A DEPRESSÃO E A
ANSIEDADE
Ijuí – RS
2012
VANDRIELI VARGAS
ELEMENTOS PARA PENSAR A OBESIDADE, A DEPRESSÃO E A
ANSIEDADE
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Programa de PósGraduação Lato Sensu em Nutrição
Clínica da Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do
Sul.
Orientadora: Nádia Rosana Fernandes de Oliveira
Ijuí – RS
2012
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 5
METODOLOGIA ........................................................................................................ 7
RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 8
CONCLUSÃO........................................................................................................... 14
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 15
RESUMO
A depressão e a ansiedade são sintomas que podem estar presentes em indivíduos
obesos. Os sintomas depressivos e a ansiedade podem alterar o comportamento da
pessoa colaborando para o aumento de peso. O presente estudo teve como objetivo
investigar a produção literária acadêmica em língua portuguesa que estuda a
relação entre obesidade, depressão e ansiedade. Como resultado, verificou-se que
em estudos com levantamento de dados investigando a associação da obesidade
com os indicadores de gravidade dos sintomas psicopatológicos, a depressão
aparece como o indicador de maior prevalência e a ansiedade o segundo indicador
para as associações com obesidades graves. As reflexões deste estudo
estabelecem importante relação entre o índice de massa corporal e os sintomas
psicopatológicos de interesse, com suposta relação ao prejuízo das funções
ocupacionais e sociais.
Palavras chaves: Obesidade – Depressão – Ansiedade.
ABSTRATCT
Depression and anxiety are symptoms that may be present in obese individuals.
Depressive symptoms and anxiety can alter the behavior of the person, contributing
to gain weight. The present study aimed to investigate the academic literary in
Portuguese that studies the relationship between obesity, depression and anxiety. As
a result, it hold true that in studies with survey data investigating the association of
obesity with indicators of psychopathological symptoms severity, depression is the
most prevalent indicator, and the anxiety the second indicator for associations with
serious obesities. This study reflection set important relationship between body mass
index and psychopathological interest symptoms with presumed connection to the
occupational and social functions damage.
Keywords: Obesity, Depression, Anxiety
5
INTRODUÇÃO
O comportamento alimentar é algo complexo. Faz parte do estilo de vida e de
tudo que envolve a alimentação, como local, horários, frequência das refeições,
companhia nas refeições e condições socioeconômicas. As informações sobre
alimentação e nutrição provocam mudanças na escolha dos alimentos e são
resultantes da trajetória do indivíduo no seu curso de vida. O ato de comer é visto
como algo que vai além de um simples acontecimento, fazendo parte da identidade
social, pessoal e, ainda, do modo como os alimentos estão relacionados com
sentimentos e emoções (VIANA, 2002).
A obesidade é algo que vem despertando interesse de pesquisadores, pois
esta sendo considerado um problema de saúde pública. A relação da obesidade
com os sintomas psicopatológicos como a depressão e a ansiedade se tornou
assunto de interesse para este estudo por no atendimento nutricional haver relatos
que supõem relação entre variação de peso conforme a gravidade dos sintomas
psicopatológicos. Buscou-se neste verificar o que se tem escrito em língua
portuguesa sobre estas relações.
A depressão e a ansiedade são sintomas que podem estar presentes em
indivíduos em sobrepeso e obesidade. Os sintomas depressivos e a ansiedade
podem alterar o comportamento da pessoa e colaborar para o aumento de peso,
bem como este pode causar problemas emocionais. A depressão e a ansiedade
podem ser as causadoras da condição de obesidade, cujo estudo merece atenção
de diversas áreas de especialização, reforçando seu conceito multifatorial
(VASQUES, MARTINS, AZEVEDO, 2004).
A
obesidade
atinge
os
indivíduos
de
qualquer
idade,
sexo,
nível
socioeconômico e condição intelectual, e é considerada uma epidemia, um problema
6
de saúde pública, responsável pelo aumento dos riscos de o indivíduo desenvolver
outras patologias como as doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão (OMS,
2003).
A obesidade envolve certa complexidade, conferida pelos elementos
multifatoriais, de etiologia não bem definida. Ela se tornou um problema de saúde
pública, em países desenvolvidos em que atinge proporções epidêmicas e levou à
elaboração de planos de saúde com foco na prevenção (LUIZ, GORAYEB, 2005).
O presente estudo verificou a relação entre obesidade, depressão e
ansiedade, investigando estudos realizados entre 2002 e 2011. A discussão desse
tema pode proporcionar melhor qualificação no atendimento e intervenção
adequados por parte dos profissionais nutricionistas.
7
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão de literatura, com análise descritiva. Foram
realizadas pesquisas nas bases eletrônicas de dados Scielo e Lilacs, buscando
artigos que abordassem a temática sobre a relação entre obesidade, depressão e
ansiedade. No Scielo, utilizaram-se os descritores "obesidade" e “depressão”. Na
base de dados Lilacs, foram utilizados os descritores "obesidade, ansiedade e
depressão”.
No estudo, foram incluídos todos os artigos em língua portuguesa, disponíveis
on line no período de maio a junho de 2012, publicados entre janeiro de 2002 até
dezembro de 2011, totalizando 54 artigos, entre estes foram selecionados os
publicados em língua portuguesa 39 trabalhos. Estudos relevantes não encontrados
na busca inicial foram selecionados a partir da lista de referências dos artigos
encontrados, onde foram acrescentados 6 artigos.
Os critérios de exclusão foram os estudos realizados com espécies animais,
artigos que discutem outras comorbidades associadas, bem como aqueles que não
apresentavam os descritores em seu título e/ou em seus termos de indexação,
artigos em língua estrangeira e artigos publicados em datas não compreendidas no
período estabelecido, totalizando exclusão de 10 artigos por data dos mesmos não
atenderem o estabelecido, 15 artigos publicados em língua estrangeira e 9 estudos
que discutiam outras comorbidades associadas, ou que não tinham os descritos
conforme estabelecido na metodologia. Trabalhos disponíveis em ambos os sites de
pesquisa forma encontrados 4 artigos.
8
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A obesidade é diagnosticada segundo a utilização associada de diversos
índices e variáveis. A avaliação antropométrica utiliza-se do índice de massa
corporal, de dobras cutâneas e perímetros corporais para verificar a adiposidade
corporal. Este método auxilia no diagnóstico nutricional, no qual aponta as variáveis
envolvidas no ganho de peso da pessoa avaliada. As situações de sobrepeso e
obesidade podem ser resultado da ingestão excessiva de energia, quando a
ingestão calórica é maior que o gasto energético do organismo (OMS, 2003).
A obesidade é diagnostica utilizando variáveis e diversos índices, é
clinicamente diagnosticada e classificada, já os sintomas psicopatológicos são
diagnosticados e utilizando instrumentos validados para verificar presença dos
sintomas e gravidade dos mesmos, através de questionários estruturados para este
fim, também por relato de sintomas, frequência dos mesmos, pode levar vários
atendimentos para se fazer diagnostico especifico.
A ansiedade faz parte do desenvolvimento do ser humano, mas, quando
ocorre de forma exagerada, pode se tornar uma patologia. Ansiedade é um estado
emocional transitório que varia de intensidade conforme situações caracterizadas
por sentimentos desagradáveis. Quando, porém, ocorre de forma exagerada e muito
frequente, pode ser patológico e deixar a pessoa com incapacidades frente a
determinada situação, provocando prejuízo à vida do paciente (CORDÁS, KACHANI,
2010).
A depressão é uma psicopatologia que pode interferir na qualidade de vida do
indivíduo
portador.
Sintomas
como
tristeza,
irritabilidade
e
agressividade,
dependendo da intensidade e frequência, podem ser indícios de quadros
9
depressivos. A depressão causa mudanças comportamentais na pessoa e pode
causar prejuízo na sua produtividade (LUIZ, GORAYEB, 2005).
Segundo Costa et al. (2009), as mudanças ocorridas na sociedade e nos
hábitos alimentares, dirigidas pelo crescimento
econômico, globalização e
modernização refletem no aumento de peso e nos índices da obesidade nos países
desenvolvidos e em desenvolvimento, tornando-se o maior problema de saúde da
sociedade moderna que aumenta os riscos de desordens psicológicas.
Dobrow, Kamenetz e Devlin (2002) trazem questionamentos sobre a origem
da obesidade, abrindo hipóteses que vão além da tendência genética, como os
transtornos de compulsão alimentar periódica e a síndrome do comer noturno como
transtornos alimentares clinicamente significativos a doença. Tais hipóteses
permitem avaliações e planejamentos no tratamento nutricional em indivíduos
obesos de forma mais racional e individualizada. Para os autores, a obesidade pode
ser vista como um problema autoinduzido, devendo ser tratada evolutivamente. À
medida que profissionais da área de saúde mental forem chamados a trabalhar com
pacientes obesos, é importante avaliar sintomas psicopatológicos presentes, uma
vez que esses profissionais deverão auxiliar nas correções das concepções
equivocadas dos pacientes, na elaboração de metas, e melhor escolha na busca de
qualidade de vida.
Petribu et al. (2006) ressalta que a avaliação psiquiátrica é fundamental entre
os pacientes candidatos a cirurgia bariátrica, ou seja, pacientes com obesidade
grave. Essa avaliação pode ser realizada pela equipe usando instrumentos
validados. Este procedimento pode ser o diferencial nos resultados finais, pois
quando diagnosticado e previamente tratado o transtorno psiquiátrico, aumenta o
sucesso do procedimento cirúrgico.
Pesquisadores têm se interessado pelo estudo do perfil psicológico dos
indivíduos obesos. O Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) está
relacionado aos sintomas psicopatológicos, sobretudo à depressão em casos de
obesidade mórbida, com prejuízo no funcionamento social e ocupacional. Os níveis
de psicopatologia no TCAP estão associados às ocorrências dos episódios de
compulsão alimentar e não ao grau de obesidade. Estudos verificam que pacientes
com obesidade grave e com Transtorno Compulsivo Alimentar Periódico apresentam
maior comprometimento nos aspectos psicossociais e elevada prevalência de
10
depressão entre outros transtornos psiquiátricos (PETRIBU et al, 2006; DOBROW,
KAMENETZ, DEVLIN, 2002).
Estudos realizados com amostras comunitárias revelam que indivíduos
obesos geralmente não têm mais psicopatologias que os indivíduos com peso
adequado para sua idade e sexo. Em contrapartida, em pessoas com obesidade,
que procuram tratamento para excesso de peso, os estudos relatam índices
significativos de psicopatologias como a depressão, índices mais modestos de
transtornos de ansiedade (DOBROW, KAMENETZ, DEVLIN, 2002).
Um estudo realizado com 400 pacientes inscritos no programa de cirurgia
bariátrica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Recife, PE, usando questionários
de entrevista com objetivo de verificar frequência dos transtornos psiquiátricos,
segundo a presença ou não de transtorno compulsivo alimentar periódico, constata
associação significativa entre transtorno e depressão. Segundo esse estudo, a
associação entre a obesidade e os transtornos psiquiátricos poderia ser explicada
pelo seguimento de dietas ou por outras doenças. Essa mesma pesquisa destaca o
TCAP em pacientes obesos, pois pessoas com esse transtorno apresentam a
obesidade mais precoce que os não compulsivos, começam mais cedo a se
preocupar com o peso, e realizam diversos métodos na tentativa de emagrecer, com
maior flutuação de peso quando comparados com os obesos sem o transtorno
(PETRIBU et al., 2006).
Um estudo envolvendo 40 mulheres adultas com sobrepeso e obesidade,
divididas entre sedentárias e não sedentárias, com objetivo de verificar a existência
da relação entre obesidade e sintomas depressivos, ansiedade e desesperança,
apontou uma alta incidência de sintomas depressivos. A coleta de dados foi
realizada em uma academia de ginástica situada em um bairro de Ribeirão Preto –
SP. Esse estudo considera que o sedentarismo é uma das causas da obesidade, e
que os índices mais elevados de massa corporal estão entre as mulheres
sedentárias. Para os autores desse estudo, os sintomas depressivos têm associação
com a obesidade e, conforme o grau de obesidade, os níveis dos sintomas psíquicos
são maiores. Esses autores consideram que atividade física favorece a saúde física
e mental (TOSETTO, JÚNIOR, 2008).
Teixeira e Rocha (2007), em seus estudos de revisão, apontam que crianças
e adolescentes com transtornos depressivos graves apresentam risco aumentado
para o desenvolvimento de excesso de peso. Os autores apontam ainda a possível
11
existência de associação entre síndromes metabólicas e história de depressão em
mulheres, e ressalta a importância de estudos utilizando amostras maiores e com
melhor delineação metodológica.
A depressão pode ser frequente em casos de obesidade grave. Nesse caso, o
tratamento psicoterápico e a terapia cognitiva tornam-se importantes para a
modificação comportamental do paciente. Por isso, é fundamental a determinação
de objetivos e a identificação daquilo que leva a um pensamento e influencia uma
situação, desencadeando reações emocionais e comportamentais. A terapia permite
resultados mais efetivos quanto às mudanças no repertório de comportamentos
relacionados aos hábitos alimentares. O desafio é compreender como os fatores
interagem e como podem favorecer a melhoria da qualidade de vida do paciente
(VASQUES, MARTINS, AZEVEDO, 2004).
Bernardi, Cichelero e Vitolo (2005), em seus estudos de revisão, sugerem que
a Terapia Cognitiva Comportamental parece ser útil no tratamento da obesidade
atuando de forma a bloquear ciclos viciosos dos pacientes e ajudando-os a
compreender os mecanismos biopsicossociais aos quais estão submetidos. Pessoas
obesas que tentam reduzir seu peso passam por alterações emocionais que podem
refletir-se em suas características psicológicas. Assim, estes requerem apoio
periódico e reeducação em aspectos comportamentais, na dieta e nos exercícios
físicos.
Luiz e Gorayeb (2005), em seus estudos de revisão identificando artigos que
tivessem ligados às relações entre obesidade e fatores emocionais, identificam uma
relação entre a obesidade infantil e os aspectos psicológicos, como a depressão,
ansiedade e déficits de competência social. Salientam ainda a necessidade de maior
investigação e estudos mais detalhados sobre a obesidade e que somente assim se
poderá promover intervenção eficaz.
O excesso de peso pode trazer riscos para o indivíduo desenvolver outras
patologias, por razões biológicas, comportamentais ou psíquicas. Algumas tentativas
de redução de peso podem produzir excessiva preocupação causando prejuízo do
funcionamento ocupacional e social da pessoa e levando ao desenvolvimento de
sintomas depressivos (LUIZ, GORAYEB, 2005, TRAVADO et al, 2004).
Um estudo de caráter qualitativo, realizado com adolescentes obesos, cujas
idades variam entre 10 e 14 anos, mostrou que a relação do adolescente obeso com
o corpo se faz de maneira conflituosa, carregada de sentimentos como angústia,
12
vergonha e fracasso. Essa mesma pesquisa registra ainda que essas crianças e
jovens têm dificuldades nas relações sociais e até familiares, afetando a sua
autoestima e autoimagem corporal (FERRIANI et al, 2005).
Impactos emocionais em indivíduos obesos têm sido relatados em estudos.
Entre eles estão angústia, culpa, depressão, baixa autoestima, vergonha, timidez,
ansiedade, entre outros; e estes, em diferentes faixas etárias, parecem ter relação
com o grau de obesidade, bem como parecem mais frequentes em mulheres
(MELO, SERRA, CUNHA, 2010; TOSETTO, JÚNIOR, 2008).
A cirurgia bariátrica pode ser uma alternativa de tratamento da obesidade
grave e pode trazer melhora de patologias associadas ao excesso de peso. Um
estudo realizado com pessoas que passaram pelo procedimento cirúrgico no
Hospital de Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo,
Ribeirão Preto, SP, avaliou os aspectos psicossociais dos pacientes, usando
instrumento de entrevista semi-estruturada. Este estudo concluiu que as mulheres
têm indicadores mais elevados de ansiedade e depressão em relação aos homens
com obesidade mórbida. Neste estudo, foram avaliados ainda a relação entre os
sintomas depressivos de pacientes com obesidade mórbida e o vínculo
empregatício, e os que tinham alguma atividade remunerada antes da cirurgia
mostraram indicadores menores de ansiedade e depressão (ALMEIDA et al, 2011).
Pesquisadores relatam que pessoas obesas comem para compensar seus
problemas. Em caso de estresse emocional, o indivíduo consome mais alimentos e
distingue o gênero feminino como o principal gênero que consome mais alimentos
como mecanismo compensatório em situação de ansiedade, depressão, tristeza e
raiva. Pessoas com excesso de peso apresentam um sofrimento psicológico
resultante do preconceito social e do seu comportamento alimentar. Esse sofrimento,
quando aliado à falta de motivação e baixa autoeficácia, dificultam as mudanças no
estilo de vida (ADES, KERBAUY, 2002; BERNARDI, CICHELERO, VITOLO, 2005;
SAUERESSIG, BERLEZE, 2010).
Estudo realizado em amostra de 24 mulheres com indicação de cirurgia
bariátrica, para avaliação dos sintomas de ansiedade e depressão antes e após
tratamento cirúrgico da obesidade demonstra uma melhora significativa dos
sintomas. O autor resalta que o tratamento cirúrgico para obesidade tem contribuído
para melhoria da qualidade de vida do paciente abrangendo melhora do
funcionamento psicológico e que essa constatação não é recente citando estudos
13
realizados nos anos 90. Os domínios de melhora significativos no estudo quanto à
qualidade de vida foram o funcionamento físico, autoestima e trabalho. Já quanto ao
comportamento alimentar não foi constatada diferença significativa entre os dois
momentos (SILVA, 2009).
Um estudo de campo com amostra composta por 82 participantes, divididos
em dois grupos, um que aguarda cirurgia bariátrica (43 pacientes) e outro formado
por pessoas que já passaram pela cirurgia (39 pacientes), buscou avaliar entre as
variáveis os fatores de risco para depressão especificamente relacionada à
obesidade, estudo este realizado no estado de São Paulo, num serviço de cirurgia
de obesidade. Entre os resultados, o grupo pré-operatório apresenta sintomas
depressivos classificados como moderado e grave, em maior percentual, comparado
com o grupo pós-operatório. Ainda a respeito dos fatores de risco para depressão, a
maior parte não relatou eventos negativos que pudessem influenciar os sintomas.
Entre os dois grupos, foram relatados diversas tentativas de redução de peso antes
de pensar no processo cirúrgico. Foi observada correlação positiva entre as
variáveis Índice de massa corporal e depressão (BAPTISTA, VARGAS, BAPTISTA,
2008).
14
CONCLUSÃO
A obesidade envolve certa complexidade, conferida pelos seus elementos
multifatoriais. Investigações sobre a obesidade e sua causa, bem como a obesidade
e
associação
com sintomas psicopatológicos é
alvo
de interesse
pelos
pesquisadores e diversos profissionais, sendo que devem ser realizadas mais
pesquisas que utilizem levantamento de dados da realidade com melhor
delineamento metodológico em trabalhos brasileiros a fim de proporcionar
atendimento eficaz aos pacientes com diagnóstico de obesidade e sobrepeso.
As reflexões deste estudo estabelecem uma relação significativa entre o
índice de massa corporal e os sintomas psicopatológicos de interesse a depressão e
a ansiedade, com suposta relação com o prejuízo das funções ocupacionais e
sociais. Os estudos, realizados por meio de dados amostrais, que buscam
associação
da
obesidade
com
indicadores
de
gravidade
dos
sintomas
psicopatológicos mostram que a depressão aparece com indicadores mais elevados
e a ansiedade com indicadores mais modestos.
O presente estudo aponta escassez de literatura brasileira com pesquisas
relacionadas à obesidade e a relações com sintomas psicopatológicos. Entre os
achados, verifica-se uma relação entre sintomas de depressão e ansiedade nos
indivíduos com sobrepeso, e em maior ocorrência com mulheres, ou seja, parece
que as mulheres são mais suscetíveis em função da autoestima e pressão social.
15
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