A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO AS ORGANIZAÇÕES COLETIVAS DE ASSENTADOS DA REFORMA AGRÁRIA COMO ESTRATÉGIA DE INSERÇÃO NOS MERCADOS INSTITUCIONAIS NO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA-MG DAISE JESUS DE MOURA1 Resumo: A categoria dos agricultores familiares e os agricultores camponeses tem sido objeto de discussão entre os teóricos, sobre as similaridades e as diferenças entre os sujeitos bem como o modo de reprodução desses trabalhadores. O Estado tem criado programas públicos para dar subsidio à esses agricultores e criar maneiras de inserir esses agricultores no mercado agropecuário. Esses sujeitos, por sua vez, se articulam e encontram formas para se reproduzir, ter acesso às políticas públicas e se manter na terra, como as associações rurais. Palavras-chave: Agricultura Familiar; Políticas Públicas; Associações Rurais Abstract: The category of family farmers and peasant farmers have been the subject of discussion among theorists about the similarities and differences between the subject and the mode of reproduction of these workers. The state has created public programs to give subsidies to these farmers and create ways to enter these farmers in the agricultural market. These subjects in turn are articulated and find ways to breed, have access to public policies and stay on the ground, such as rural associations. Key-words: Family Farming; Public Policy; Rural Associations 1 - Introdução Apesar do grande embate teórico e político em torno das formulações em torno do conceito e emprego do termo camponês, em 24 de Julho de 2006 foi instituída a Lei 11.326, a lei da Agricultura Familiar. Segundo os critérios da lei são “agricultores familiares” aqueles que possuem uma área que não ultrapasse a quatro módulos fiscais; a mão de obra utilizada nas atividades econômicas desenvolvidas é essencialmente da família; a renda familiar é predominantemente originada das atividades vinculadas ao próprio estabelecimento e o estabelecimento ou empreendimento é dirigido pela família. Essa conceituação é utilizada por órgãos oficiais, tal como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísca - IBGE, uma das principais fontes de dados para a pesquisa. No entanto, uma importante discussão a ser feita é acerca do debate teórico sobre agricultura familiar e agricultura camponesa que se demostram similares dentro das características impostas pelo Estado através 1 Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Uberlândia, sob a orientação do Prof. Titular João Cleps Junior. Email para contato: [email protected] 3053 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO da lei da Agricultura Familiar, no entanto, essas categorias nos apresenta diferentes concepções e características no campo teórico. Para Wanderley (1996), o campesinato tradicional se trata de uma forma social particular da agricultura familiar, no que diz respeito à sua forma de inserção a sociedade global, aos objetivos da atividade econômica e às experiências de sociabilidade. Assim essa categoria de camponeses se veem obrigados a moldar sua forma de agricultura às exigências da agricultura moderna ainda que resguardem muito de seus traços camponeses “tanto porque ainda tem que „enfrentar‟ os velhos problemas, como porque fragilizada, nas condições da modernização da agricultura brasileira, continua a contar na maioria dos casos com suas próprias forças”. (p.18) Para Abramovay (1992), a principal diferença entre o camponês e o agricultor familiar contemporâneo pode ser encontrada na sua relação com o mercado. Para o autor, “uma agricultura familiar, altamente integrada ao mercado, capaz de incorporar os principais avanços técnicos e de responder às políticas governamentais não pode nem de longe ser caracterizada como camponesa” (ABRAMOVAY, 1992). Argumenta ainda que o campesinato pode ser identificado pelos laços comunitários, pelos vínculos pessoais e pelo caráter extra econômico em suas relações de dependência. Fernandes (2012) faz uma análise semelhante, esclarecendo que agricultura familiar se tornou um termo supérfluo, mas de reconhecida força teórico-politica “(...) o produtor familiar que utiliza os recursos técnicos e está altamente integrado ao mercado não é um camponês, mas sim um agricultor familiar. Desse modo, pode-se afirmar que a agricultura camponesa é familiar, mas nem toda a agricultura familiar é camponesa, ou que todo camponês é agricultor familiar, mas nem todo agricultor familiar é camponês. Criou-se assim um termo supérfluo, mas de reconhecida força teórico política. E como eufemismo de agricultura capitalista, foi criada a expressão agricultura patronal.” (FERNANDES, 2012, p. 2930). No entanto, Abramovay defende que o campesinato vai chegar ao fim uma vez que o camponês não terá outra escolha a não ser se integrar 3054 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO totalmente à lógica capitalista. Porém, outros autores como Wanderley (1996), Fernandes, Girardi (2008) e discordam desse fim, afirmando que “A luta pela terra através das ocupações e a consequente criação de assentamentos rurais é uma forma de recriação do campesinato, o que pode ocorrer também através de arrendamento, meação, parceria ou compra da terra. As ocupações constituem um momento da luta pela terra. Como resposta às ações dos movimentos socioterritoriais, os governos criam assentamentos rurais que, em princípio, constituem a conquista da terra. Os assentamentos significam uma nova etapa da luta: o processo pela conquista da terra. Ainda é necessário conquistar condições de vida e produção na terra; resistir na terra e lutar por um outro tipo de desenvolvimento que permita o estabelecimento estável da agricultura camponesa.” (FERNANDES, GIRARDI, 2008) Prado Jr (1979), nos faz entender a questão agrária como “a relação de efeito e causa entre a miséria da população rural brasileira e o tipo da estrutura agrária do País, cujo traço essencial consiste na acentuada concentração da propriedade fundiária” (p. 18). A valorização humana é colocada em ênfase para o autor, onde se deve pensar a melhor condição social do trabalhador rural e camponês a partir do acesso a terra, considerando as desigualdades e contradições. Assim além do acesso a terra é necessária a conquista de condições de vida e produção na terra. Para compreender como esses sujeitos se (re) territorializam realizamos o levantamento bibliográfico sobre as experiências de produção coletiva realizadas em assentamentos de reforma agrária e a partir disto caracterizar as associações que mais se destacam em Uberlândia apontando sua importância dentro do mercado agropecuário local e seu reflexo na qualidade de vida dos agricultores. Pretende-se com as pesquisas, responder a questão de como as associações rurais dos assentamentos de reforma agraria tem contribuído para a inserção de seus produtos no mercado e na melhoria da qualidade de vida destes agricultores. 2 - Desenvolvimento A partir da segunda metade do século XX, os espaços agrícolas brasileiros conheceram intensas mudanças motivadas pelo Estado, que 3055 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO buscava tornar a agropecuária brasileira moderna e competitiva no mercado nacional e externo. Estas mudanças, de caráter científico e técnico, vieram sob a forma de investimentos estatais que viabilizaram atividades de pesquisas e inserção de novas técnicas no campo brasileiro. Esta mudança estrutural que se inicia nesse período traz uma nova situação para a produção onde os fatores naturais como solo e clima passam a não ser mais decisivos na definição do uso do território para práticas agrícolas, sendo que agora o que conta são as demandas de produção, que nos mais das vezes, são determinadas por lógicas e interesses que fogem ao controle dos lugares. Este novo ordenamento de uso do território dá início a uma nova fase da expansão agrícola que se direciona rumo ao interior do país, principalmente para áreas do Cerrado, e a um novo cenário agrícola que se estabelece e induz também inúmeras mudanças nestes espaços, uma vez que necessita de infraestrutura, mão de obra e serviços. Essa expansão rumo ao interior afetou diretamente regiões como o Triangulo Mineiro/Alto Paranaíba no estado de Minas Gerais. Segundo dados do Banco de Dados da Luta pela Terra – DATALUTA, é uma das regiões do estado em que existe concentração de terras, acentuando assim os conflitos nesta região. Entre 2000 e 2013 ocorreram 80 manifestações com mais de quarenta mil pessoas presentes, e entre 1990 e 2013 foram registradas 235 ocupações de terras com mais de vinte e três mil famílias envolvidas, apenas na mesorregião do Triangulo Mineiro/Ato Paranaíba. Este cenário de concentração da terra e de capitais no campo tem desapropriado agricultores familiares de seus territórios, assim uma das maneiras que esse agricultor expropriado encontra para retornar à terra é por meio dos assentamentos de reforma agrária. Os assentamentos de Reforma Agrária são frutos de propriedades que apresentam indicativos de descumprimento da função social da terra, definida no artigo 186 da Constituição Federal de 1988. O referido artigo dispõe que a função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: 3056 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO aproveitamento racional e adequado; utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; observância das disposições que regulam as relações de trabalho; exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. (GIRARDI, FERNANDES. 2008). Assim, os movimentos socioterritoriais se mobilizam ocupando áreas que não estão cumprindo sua função social, discriminada na Constituição, reivindicando o direito de trabalhar nesta terra improdutiva e transformando-as em futuros assentamentos de reforma agrária. No Brasil, desde 1979 até 2012 foram criados nove mil e setenta assentamentos rurais com mais de novecentas mil famílias, e no município de Uberlândia - MG até o ano de 2013 foram registrados 15 assentamentos rurais com 832 famílias assentadas (DATALUTA, 2014). Com base nos dados do IBGE, a agricultura familiar se mostra de fundamental importância para a economia do país e do estado uma vez que é essa categoria de trabalhadores que produzem os alimentos básicos da população urbana como arroz, feijão, mandioca, proteínas e hortaliças, o que torna ainda mais importante a compreensão da dinâmica de inserção desses alimentos no mercado agropecuário, uma vez que esses produtos são consumidos diariamente pela população. Segundo o último Censo Agropecuário do IBGE (2006), 38% do valor bruto da produção do país foi realizado pela agricultura familiar, demonstrando o importante papel cumprido pelos pequenos estabelecimentos rurais dentro da economia do País. Como já discutido, o IBGE utiliza como metodologia a Lei 11,326, assim, compreendemos que esse levantamento engloba mais produtores além dos agricultores presentes dentro dos assentamentos de reforma agrária. Esses agricultores assentados, por vezes, encontram dificuldades para se inserir no mercado agropecuário, visto que sua produção individual é pequena frente aos grandes produtores agropecuaristas. O governo tem criado políticas públicas com a intensão de inserir esses produtores rurais no mercado em 1996, o Estado na vigência do mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu origem ao Programa de Fortalecimento da Agricultura 3057 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO Familiar - PRONAF. Desse ano em diante, o programa tem se firmado como a principal política pública do Governo Federal para apoiar os agricultores familiares/camponeses. “Seu objetivo geral consiste em fortalecer a capacidade produtiva da agricultura familiar; contribuir para a geração de emprego e renda nas áreas rurais e melhorar a qualidade de vida dos agricultores familiares” (SCHNEIDER, MATTEI, CAZELLA, 2004). Além do PRONAF, o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA, que garante a compra dos produtos da agricultura familiar e dos assentamentos rurais pelo governo, com destinação ao abastecimento de hospitais e instituições beneficentes e o Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE que distribui alimentos para escolas públicas e instituições filantrópicas associadas ao poder público, também estão implantados na região. Percebe-se um esforço do Estado, através dessas políticas públicas, de inserir esse camponês assentado bem como os pequenos agricultores que respondem aos pré-requisitos na lei da Agricultura Familiar, no mercado agropecuário. Diante disto, a estratégia utilizada pelos agricultores familiares do município de Uberlândia – MG para se inserir no mercado agropecuário local e ter acesso à essas políticas públicas, foi o associativismo. No município existem duas associações que se destacam a Associação dos Mandaleiros de Uberlândia-AMU, fundada em 2009 e a Associação Camponesa de Produção da Reforma Agrária do Município de Uberlândia – ACAMPRA, fundada em 2013. O projeto da AMU, tem como objetivo capacitar e promover os agricultores familiares para a inserção no mercado de compra de insumos e da venda de hortifrutigranjeiros, visando a geração de renda, a melhoria da produção, a agregação de valor e a comercialização direta ao consumidor, eliminando o intermediário, por meio da produção a partir do sistema de mandalas agrícolas. Segundo Abreu et al (2010), as mandalas são representadas por um desenho composto por figuras geométricas concêntrica, onde no centro do sistema existe um reservatório de água com dimensionamento circular e em forma de funil. Este reservatório, além do 3058 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO fornecimento de água, serve para a criação de peixes, patos e marrecos, que enriquecem organicamente a água do reservatório. No entorno do reservatório são feitos anéis de plantações obedecendo uma ordem, os três primeiros são feitos de hortaliças, os cinco próximos são de grãos, legumes e frutas, e o ultimo anel é feito de cerca vivas e barra ventos. São, atualmente, 45 famílias de agricultores em assentamentos de reforma agrária no entorno da cidade de Uberlândia envolvidos com o projeto das mandalas. A Mandala é uma estrutura de produção consorciada de plantas e animais que garantem a subsistência familiar, além de favorecer a produção de excedentes e a inserção da família em empreendimentos sociais que consiste num método participativo para o planejamento e a organização da produção, que se expande em círculos concêntricos para promover a melhoria da qualidade de vida, da produtividade econômica e das condições ambientais do campo e das cidades a partir de unidades rurais de produção familiar. (SALGADO et al, 2012) Na ACAMPRA, agricultores de seis dos 15 assentamentos do município estão associados. No ano de 2014, 21 famílias associadas de dois assentamentos (Canudos e Emiliano Zapata) forneceram alimentos para quase 60 mil crianças da rede municipal de ensino através do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE2. Segundo o presidente da associação, a renda das famílias pode aumentar em até 70%, valor este que será utilizado em investimentos e melhorias nos assentamentos e na qualidade de vida dos agricultores. O associativismo tem sido uma ferramenta importante para os agricultores camponeses visto que sozinhos não conseguem concorrer com os produtores de larga escala da região, assim esses produtores passam a se associar para que seus produtos possam ter maior representatividade e de fato competir dentro do mercado local. O associativismo rural pode se entendido, segundo Alencar apud Bezerra (2003), “como um instrumento de luta dos pequenos produtores, proporcionando a permanência na terra, uma elevação do nível de renda e de participação como cidadãos”. 2 Dados obtidos junto a Secretaria Municipal de Agropecuária e Abastecimento do Município de Uberlândia - MG 3059 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO No meio rural, elas apresentam-se como uma possibilidade de representação dos interesses da comunidade e de participação e envolvimento dos membros da mesma nos processos internos e externos. Segundo Costa e Ribeiro, As associações de pequenos produtores e trabalhadores rurais, assim como os conselhos municipais de desenvolvimento rural mostram-se como novas formas de agregação social que coexistem com outras categorias, como os grupos de interesse e os sindicatos, com uma função de socialização e se constituem, hoje, como novos canais de participação e de representação. Prevalece o entendimento de que se trata de organizações voluntárias, embora induzidas pelo Estado, surgindo, portanto, da vontade e da decisão de um grupo ou de um segmento de classe, com objetivos prédefinidos e relacionados às necessidades sociais numa dada realidade (COSTA e RIBEIRO, 2012). Segundo Ricciardi e Lemos (2000), o associativismo rural é um instrumento de luta dos pequenos produtores que promove a permanência na terra, elevação do nível de renda e de participação como cidadãos. Em vista disso, o associativismo possui um caráter social e é balizado em princípios de confiança e a participação dos seus membros, sendo assim, a adesão é livre e as metas envolvem a aglutinação de pessoas que detenham objetivos comuns e ou coletivos. No entanto, vale ressaltar que o estado de Minas Gerais e a mesorregião do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, onde está localizado o município de estudo, possui alta concentração de terras demostrando “uma racionalidade centrada no lucro, na competência especializada e na competição legitimada como uma forma quase única de realização do „progresso‟, quebrando o que ainda resta de visões e vivências tradicionais de tempo-espaço rural, e modo de vida a que se aferram ainda os índios e os camponeses”. (BRANDÃO, 2009) Diante de tais fatores, percebe-se um desenvolvimento econômico desigual, que apresenta como principal resultado a manutenção da concentração de terras e riquezas, conservando assim a estrutura fundiária, 3060 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO impedindo uma reforma agrária efetiva e a inserção plena desses produtores no mercado. Nessa perspectiva, buscamos contribuir para a compreensão da forma como esses sujeitos se (re) territorializam no campo mineiro e se inserem no mercado agropecuário da cidade através do associativismo, contribuindo com alimentos básicos para a população urbana. Compreendemos que as associações têm permitido capacitar e promover a inserção dos agricultores familiares no mercado de compra de insumos e de venda da produção (hortifrutigranjeiros), visando a geração de renda, a melhoria da produção, a agregação de valor, a comercialização direta ao consumidor, eliminando o intermediário e abrindo a possibilidade para a participação nas políticas públicas como o PNAE e o PAA. Na ACAMPRA os produtores tiveram uma melhoria significativa na renda familiar depois da participação em programas como o PNAE, isso se reflete na qualidade de vida e na qualidade do produto dessas famílias, uma vez que agora é possível ter acesso a investimentos para o aprimoramento dos assentamentos e da produção. No projeto da AMU, por meio do Sistema Mandala de Produção de Alimentos proporcionou uma melhor condição de vida para os produtores, além de estimular o desenvolvimento rural sustentável da região através da agricultura familiar. Referências ABRAMOVAY, Ricardo. 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